Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária III … · 2011-01-18 · Primeiros socorros é...

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Curso de Formação de Agentes Penitenciários Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária I I I Disciplina: Primeiros Socorros Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária III Disciplina:Primeiros Socorros

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Curso de Formação de Agentes Penitenciários Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária I I I Disciplina: Primeiros Socorros

Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária III

Disciplina:Primeiros Socorros

Curso de Formação de Agentes Penitenciários Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária I I I Disciplina: Primeiros Socorros

Módulo 10- Disciplina da Segurança Penitenciária III

Disciplina: Primeiros Socorros

01- Introdução

Definição de primeiros socorros Primeiros socorros é o atendimento no ambiente pré-hospitalar realizado por pessoa treinada. É de maior importância que o socorrista conheça e saiba colocar em prática o suporte básico da vida. Saber fazer o certo na hora certa pode significar a diferença entre a vida e a morte para um acidentado. Além disso, os conhecimentos na área podem minimizar os resultados decorrentes de uma lesão, reduzir o sofrimento da vítima e colocá-la nas melhores condições para receber o tratamento definitivo. O domínio das técnicas do suporte básico da vida permitirá que o socorrista identifique o que há de errado com a vítima; levante-a ou movimente-a, quando isso for necessário, sem causar lesões secundárias; e, finalmente, transporte-a e transmita informações sobre seu estado ao médico que se responsabilizará pela sequência de seu tratamento. O princípio do atendimento pré-hospitalar é reduzir a mortalidade e agravos decorrentes de acidente atuando, efetivamente, no segundo pico de morte. Minutos de “PLATINA” e “HORA DE OURO”: A sobrevida do acidentado que apresenta lesões graves, com possibilidade de morte iminente, está diretamente ligada às condutas adotadas no ambiente pré-hospitalar nos primeiros 10 minutos (minutos de platina), a contar do momento do acidente. Igualmente, maior chance de sobrevivência terá o acidentado que receber o atendimento hospitalar nos primeiros 60 minutos (hora de ouro). Portanto é fundamental que não se desperdice tempo e que as ações sejam adequadas. Atributos e responsabilidades do socorrista Qualquer pessoa que socorra alguém é chamada de socorrista, mesmo essa denominação não sendo a mais correta, para fins didáticos é essa denominação que usaremos no presente trabalho. Quando uma pessoa socorre alguém vitima de alguma situação emergencial, está realizando um nobre e belo ato. Mas nem por isso ele poderá deixar de adotar algumas regras ou orientações em suas ações.

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As ações do socorrista, voluntário ou não, requerem regras bem mais rígidas, pois normalmente, em pouco tempo, deverá tomar decisões que podem diferenciar entre viver e morrer. Ao atender uma vítima, o socorrista deverá procurar: Estar mental e fisicamente preparado; Responsabilizar-se pela própria segurança e a da vítima, antes de qualquer ação efetiva; Ter por obrigação procurar conservar a vida, aliviar o sofrimento, promover a saúde, não causar danos, e encorajar a qualidade e a disponibilidade de procedimentos de urgência e emergências; Providenciar o suporte básico de vida, respeitando a dignidade da pessoa humana, sem restrições de raça, crença, cor, nacionalidade ou classe social; Usar os conhecimentos e habilidades que possui, sem comprometer a própria integridade física ou moral, bem como a da vítima; Respeitar sempre as atitudes das pessoas que vai socorrer; Procurar proteger a população e não delegar, para pessoa sem qualificação, qualquer atividade que requer conhecimento especializado, bem como não realizar procedimentos que não esteja apto a realizar. Porém, na presença de profissional médico ou do atendimento pré-hospitalar qualificado, conforme consta da legislação em vigor, deverá passar a eles todas as informações referentes ao atendimento. 2- Avaliação geral do vitimado Este item representa o conjunto de aspectos que contêm as ações necessárias a serem realizadas para o atendimento adequado às pessoas vítimas de situações emergenciais. Está constituído por três unidades: a avaliação da cena, a avaliação primária e a avaliação secundária. Avaliação da cena A avaliação da cena ou do cenário é uma ação fundamental para todos os procedimentos a serem realizados. Isso deve-se ao fato de que a partir dessa conduta é que será possível decidir o que deverá ser realizado. Algumas ações estão contidas nesse item como chamada de emergência, avaliação do local, gerenciamento dos riscos e equipamento de proteção individual.

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Chamada de emergência Ao ser identificada uma situação de emergência, deve-se comunicar imediatamente ao 193 que arbitrará a necessidade de outra força amiga. Avaliação do local O ambiente deve ser avaliado para que se identifiquem as circunstâncias da ocorrência a fim de que sejam tomadas as decisões corretas em relação às condutas com o vitimizado, quanto as informações a serem repassadas e também quanto ao próprio local. Para que as intervenções possam ser bem direcionadas o socorrista também deve considerar a biomecânica do acidente – mecânica do trauma – considerando as forças e os movimentos envolvidos e sua repercussão no vitimizado. Gerenciamento dos riscos Após a identificação das circunstâncias da ocorrência, será então possível identificar e gerenciar as situações de risco no local do evento. Nesse aspecto, as intervenções incluem a segurança da área de operação para garantir a movimentação de quem está socorrendo, a remoção da vítima para um local seguro onde receba atendimento e a estabilização de veículos. Equipamento de proteção individual (EPI) Em primeiros socorros, quando existe referência a EPI, está fortemente relacionada biossegurança. As medidas de biossegurança visam proteger todo aquele que auxilie ou preste socorro ao vitimado, do contato direto com agentes biológicos principalmente, porém os cuidados de segurança contra agentes físicos, químicos e ergonômicos não devem ser desprezados. O objetivo é resguardar a saúde das pessoas que prestam assistência ao acidentado, bem como, dos presentes no cenário do acidente. O uso adequado das barreiras de proteção evita o contato direto entre quem atende e a vítima e exclui a possibilidade de infecção cruzada. Os profissionais devem conhecer os riscos a que estão potencialmente sujeitos, quais os dispositivos de proteção e como proceder se houver contaminação. O socorrista deve: Providenciar equipamentos de proteção individual (EPIs) contra possíveis agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos; Considerar potencialmente infectante: sangue, fluidos corpóreos e secreções; Excluir a possibilidade de infecção cruzada; Considerar toda vítima como provável fonte de transmissão de doença infecto-contagiosa;

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Estabilizar a cabeça do acidentado utilizando, entre outros, EPI’s necessários, luvas de látex, máscara e óculos de proteção; Usar barreiras ou equipamentos para realizar reanimação respiratória. É importante observar que as ações de biossegurança não se concluem com a simples colocação da vítima na maca ou esta na viatura ou ambulância. Deve-se estar atento a outras medidas, como recolher o lixo pré-hospitalar e acondicioná-lo em recipiente próprio. Isso porque, o lixo produzido no atendimento pré-hospitalar é classificado como lixo hospitalar e deve ter igual destino, ou seja, ser depositado no lixo biológico do hospital onde a vítima for entregue. Os materiais perfuro-cortantes devem ser acondicionados adequadamente em local apropriado, para posterior descarte, também no lixo hospitalar. Portanto, o lixo recolhido no local, deve ser colocado no veículo, viatura ou ambulância que irá conduzir a pessoa que foi socorrida. Os materiais e equipamentos não descartáveis que forem contaminados, como AMBU (ventilador manual), tesoura de cortar vestes, máscara e colar cervical, entre outros, devem ser acondicionados em saco plástico transparente com simbologia infectante (Fig.01) impresso, ou outra identificação do conteúdo, e conduzidos para limpeza e desinfecção antes de sua reutilização. Equipamentos de maiores dimensões contaminados, como KED, prancha, maca tipo SKED, entre outros, devem ser conduzidos com o máximo cuidado e sofrer limpeza e desinfecção antes de serem utilizados novamente. Os profissionais que prestam atendimento devem também tomar cuidados de higiene consigo mesmos. Obrigatoriamente as mãos e antebraços devem ser lavados até os cotovelos, após cada atendimento, mesmo que não tenha tido contato com fluidos corpóreos ou secreções. Quando necessário, o socorrista deve trocar o uniforme. Avaliação Primária Durante a avaliação primária, o socorrista procura identificar lesões que impliquem risco iminente de morte e adota condutas de suporte básico à vida (SBV), ou seja, preservação da oxigenação cerebral através da manutenção da respiração e batimentos cardíacos. Os procedimentos adotados no SBV consistem na identificação e na correção da falência do sistema respiratório e circulatório. Para que se realize a avaliação primária, é importante observar: A garantia de segurança a todos os presentes no cenário – implementando ações que promovam segurança aos profissionais, às vítimas e a outras pessoas presentes, reduzindo ao máximo os riscos existentes no ambiente, de maneira a garantir condições favoráveis para o atendimento de primeiros socorros e o trabalho da equipe pré-hospitalar. Devem ser observadas as medidas de biossegurança, através do uso obrigatório das barreiras de proteção contra microorganismos patológicos;

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A aproximação e posicionamento adequado do socorrista – É desejável que a aproximação do socorrista para atendimento ao vitimado seja feita em diagonal, no sentido podálico-cranial (dos pés a cabeça). Essa aproximação podálico-cranial diminui a possibilidade de a vítima rotacionar (virar para um dos lados) a cabeça para visualizar quem se aproxima – devendo o socorrista se posicionar ao lado da vítima próximo á cintura escapular (ombros), com os dois joelhos ao solo.

A responsividade – objetiva identificar se o fornecimento de oxigênio ao cérebro está adequado através do estado de consciência da vítima, avaliado a partir da resposta apresentada. O socorrista durante a inspeção obtém informações que subsidiam uma rápida análise do nível de oxigenação cerebral. Alerta: Vítima alerta, acordada (sugere boa oxigenação cerebral); Verbal: Responsivo a estímulos verbais (sugere deficiência de oxigênio); Dor: Responsivo a estímulos dolorosos (sugere déficit de oxigenação cerebral e necessária assistência ventilatória com oxigênio sendo ministrado em alto fluxo); Inconsciente: Não responsivo (sugere hipóxia ou anóxia, e a necessidade de imediata assistência ventilatória com oxigênio, sendo ministrado em alto fluxo, por vezes, sob pressão positiva). Após as considerações desses três aspectos, a avaliação primária seguirá uma sequência lógica para avaliar rápida e eficientemente as funções vitais da vítima. Isso é possível pelo processo do ABCDE do atendimento ao traumatizado que identifica condições de risco à vida da vítima através da sequência: A – Abertura das vias aéreas e controle da coluna cervical – a abertura das vias aéreas visa garantir a vítima que não responde a estímulo (irresponsiva), mas que está respirando, uma via respiratória aberta, livre de obstáculos, utilizando-se, no suporte básico, de manobras não invasivas. A obstrução da via respiratória na vítima irresponsiva decorre geralmente do relaxamento da língua, mas poderá acontecer devido a corpo estranho. Para garantir uma via respiratória pérvia (livre), é necessário realizar, no suporte básico de vida, manobras não invasivas, que permitam ao ar entrar nos pulmões durante a ventilação, o que ocorre naturalmente se respiração presente. Será necessário, contudo, promover a estabilidade da coluna cervical, visando à preservação da medula cérebro espinhal.

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Nas vítimas responsivas com suspeita de lesão raquimedular – vítimas de trauma – a colocação do colar cervical é obrigatório. Deve ser de tamanho adequado ao pescoço da vítima e colocado com a ajuda de duas pessoas. Na vítima irresponsiva ou com respiração anormal, inicia-se o protocolo de RCP – reanimação cardiopulmonar – que está apresentado mais adiante. B – Respiração e ventilação – uma via aérea livre não indica, necessariamente, respiração presente, portanto, nas vítimas responsivas busca-se verificar as condições de respiração e ventilação, e nas irresponsivas ou com respiração anormal, inicia-se o protocolo de RCP. C – Circulação e controle de grandes hemorragias – nas vítimas responsivas, busca-se constatar as condições de circulação e o controle imediato das hemorragias, e nas irresponsivas ou com respiração anormal, inicia-se o protocolo de RCP. D – Incapacidades – em vítimas responsivas, nesse momento, observam-se as condições de consciência, e nas irresponsivas inicia-se o protocolo de RCP. Um nível de consciência diminuído deve alertar o socorrista para oxigenação cerebral diminuída (devida à hipóxia e/ou hipoperfusão), lesão do sistema nervoso central (SNC), intoxicação por álcool ou drogas e distúrbio metabólico (diabetes, convulsão, parada cardíaca). E – Exposição com controle do ambiente – é o momento em que áreas do corpo não expostas serão examinadas para identificar a presença de lesão ou condição. Para isso, obstáculos, como as vestes da vítima precisam ser afastados. Porém é obrigatório o cuidado, evitando-se exposições desnecessárias que podem levar a problemas éticos e legais sérios. Também é importante que a vítima mantenha a temperatura corporal dentro de níveis adequados, portanto a vítima deve estar agasalhada, para evitar a hipotermia. Em ambientes frios ou úmidos, esse cuidado é ainda maior. Avaliação Secundária Na avaliação secundária o socorrista procura identificar as lesões que não impliquem risco imediato à vida e que não foram detectadas antes, mas que poderão vir a comprometer a vida se não forem tratadas adequadamente. Ela se inicia após concluída a avaliação primária. É um exame da cabeça aos pés da vítima e coleta de informações (história) que venham a esclarecer o estado do vitimizado. Coleta de informações – nesse caso um método mnemônico denominado “AMPLA” poderá ser utilizado: A – Alergias; M – Medicamentos de uso habitual; P – Passado médico / Prenhez/Patologia; L – Local, eventos associados, mecanismo do trauma e ambiente do acidente; A – Alimentação, horário da última refeição. No exame secundário, a avaliação poderá ser facilitada pela abordagem “ver, ouvir e sentir”, isso significa que:

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Ver = veja, perceba com o olho. Ouvir = ouça, escute com atenção. Sentir = sinta, observe com cuidado. Exame céfalo-caudal – consiste na avaliação criteriosa e sequenciada da vítima, onde o socorrista procura por sinais e sintomas através da inspeção e da palpação. Realizada de maneira sistemática e ordenada no sentido da cabeça aos pés, visa identificar sinais de lesões, alterações físicas ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida do vitimado. Cabeça Inspecionar e palpar crânio e face (ossos da face, nariz, boca e mandíbula Procurar por deformidades, ferimentos, edemas, equimoses, sangramentos; Inspecionar os olhos, procurar por edemas e equimoses (sinal de guaxinim); Procurar lesões nas córneas ou pálpebras; Avaliar pupilas, simetria (tamanho entre as duas) e reação à luz (fotorreação); Inspecionar os orifícios naturais: ouvido nariz e boca; Procurar por sangramentos, líquor (especialmente no nariz e no ouvido); Verificar na boca possíveis lesões na língua, perda de dentes ou prótese, pesquise o hálito; Sem movimentar a cabeça, procurar por alterações; Certificar-se de que a vítima pode ouvi-lo. Pescoço Inspecionar e palpar pescoço. Procurar por ingurgitamento de veias (veias dilatadas), ferimentos ou deformidades; Palpar o pulso carotídeo; Inspecionar se a traquéia está integra, centralizada, sem desvio.

Ombros (cintura escapular) Inspecionar e palpar ombros e clavículas, realizando compressão progressiva bilateralmente; Procurar por edemas, deformidades, ferimentos, hemorragias, fraturas, luxações e entorses

Tórax Inspecionar e palpar o tórax da vítima, realizando compressão progressiva; Observar a simetria e a expansão do tórax; Procurar por deformidades, edemas, sangramentos, ferimentos penetrantes e fraturas; Determinar a qualidade da respiração espontânea;

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Nas vítimas com dificuldade respiratória, expor o tórax; Inspecionar tórax procurando ferimentos aspirantes (pneumotórax aberto), cobrindo-o imediatamente com curativo de três pontos; Dificuldade para respirar e extremidades arroxeadas (cianose) indicam a necessidade de oxigenação suplementar.

Abdome

Inspecionar abdome; Procurar por contusões, ferimentos, hemorragias e eviscerações; Observar sensibilidade e tônus/rigidez.

Cintura pélvica

Inspecionar e palpar cintura pélvica, realizando compressão bilateral, gradativa, sobre a crista ilíaca; Palpar as regiões anterior, lateral e posterior da pelve; Observar simetria, existência de deformidades, ferimentos ou hemorragias.

Membros inferiores

Inspecionar e palpar coxas, patelas, pernas e pés, bilateralmente; Procurar por inchações (edemas), deformidades, ferimentos, hemorragias, fraturas, luxações e entorses; Verificar pulso pedioso; Verificar perfusão capilar periférica; Observar sensibilidade e tônus muscular; Comparar a coloração e temperatura da pele entre os membros.

Membros superiores

Inspecionar e palpar braços, cotovelos, antebraços e mãos da vítima, bilateralmente; Procurar por edemas, deformidades, ferimentos, hemorragias, fraturas, luxações e entorses; Palpar os pulsos braquial, radial e ulna, ao longo do exame; Observar sensibilidade e tônus muscular; Verificar perfusão capilar periférica; Comparar a coloração e temperatura da pele entre os membros.

Região dorsal

Inspecionar e palpar o dorso da cabeça aos pés, observando especialmente cabeça, pescoço tronco, no momento que for realizado o rolamento monobloco para colocação da vítima na prancha; Procurar por edemas, deformidades, ferimentos, hemorragias e fraturas; Ao concluir o exame, posicionar a vítima na prancha; Estabilizar a vitima, realizando os procedimentos de imobilização, curativos, colocação da vitima na prancha para transporte.

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3- Suporte básico de vida

Obstrução respiratória: vítima consciente e inconsciente

No cotidiano, os engasgos são produzidos por alimentos e, geralmente são testemunhados. O hábito de falar durante a mastigação e recrear na refeição são as principais situações em que é possível identificar via aérea obstruída por alimento. Vítimas conscientes com obstrução respiratória severa perdem a consciência se o corpo estranho não for removido. O reconhecimento precoce da obstrução e a adoção de medidas imediatas, que proporcionem permeabilidade à via respiratória, aumentam a chance de sobrevida.

IIddeennttiiffiiccaaççããoo ddaa oobbssttrruuççããoo rreessppiirraattóórriiaa –– aa pessoa com dificuldade para respirar leva as mãos ao pescoço (sinal universal de engasgo). Pergunte à vítima consciente: “VOCÊ ESTÁ ENGASGADO?” Quando a vítima consegue verbalizar a resposta ou quando a pessoa está tossindo efetivamente; não há obstrução impeditiva da respiração, a obstrução é moderada, não é necessário realizar manobra de desobstrução, deve-se encorajar a tosse, e monitorar continuamente o vitimado. Na obstrução moderada, se o objeto não for eliminado pela tosse, o socorrista deve transportar o vitimado ao hospital.

No entanto, quando a vítima, ainda consciente, não consegue verbalizar a resposta ou quando a respiração está ausente ou tossindo ineficazmente, há obstrução impeditiva da respiração, a obstrução é severa, é necessário realizar manobra de desobstrução (manobra de Heimlich).

RReeaalliizzaaççããoo ddaa mmaannoobbrraa ddee ddeessoobbssttrruuççããoo rreessppiirraattóórriiaa nnaa vvííttiimmaa ccoonnsscciieennttee –– a manobra deve ser realizada através de compressões abdominais até o objeto ser expulso ou o vitimado ficar inconsciente. O socorrista se posiciona atrás da vítima e envolve o tronco do vitimado com seus braços, passando-os por baixo dos braços do vitimado; Localiza o umbigo e o processo xifóide do vitimado; Posiciona a mão fechada entre o umbigo e o processo xifóide do vitimado, mantendo a face do polegar encostada na parede abdominal; O socorrista deve envolver a mão posicionada na parede abdominal com a outra mão e, com movimentos sequenciados comprimir o abdome; As compressões visam lançar as vísceras contra o diafragma e, por consequência, reduzir o volume e aumentar a pressão intratorácica, para expulsar o objeto; Os movimentos são direcionados para trás e para cima; Repetir até ocorrer a desobstrução da via respiratória ou o vitimado perder a consciência;

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Nas vítimas obesas e gestantes nos três últimos meses de gestação, a compressão é realizada sobre o osso esterno (superfície do tórax delimitada entre mamilos).

RReeaalliizzaaççããoo ddaa mmaannoobbrraa ddee ddeessoobbssttrruuççããoo rreessppiirraattóórriiaa nnaa vvííttiimmaa iinnccoonnsscciieennttee –– A manobra é realizada de maneira diferente, o socorrista deve posicionar, cuidadosamente, a vítima em decúbito dorsal e iniciar 30 compressões torácicas externas seguidas de duas ventilações, mesmo quando houver pulso presente. Inspecionar cavidade oral à procura do corpo estranho; Se o objeto estiver visível, removê-lo com um dedo; Nunca realizar busca às cegas; Se persistir a obstrução, realizar RCP.

RReeaalliizzaaççããoo ddaa mmaannoobbrraa ddee ddeessoobbssttrruuççããoo rreessppiirraattóórriiaa eemm ccrriiaannççaass mmeennoorreess ddee uumm aannoo ddee

iiddaaddee ccoomm oobbssttrruuççããoo sseevveerraa –– ddeevvee--ssee rreeaalliizzaarr “Golpes no Dorso e Compressão Torácica Externa”. Segurar o lactente com a face voltada para baixo, repousando o tronco sobre o antebraço do socorrista; Segurar firmemente a cabeça do lactente pela mandíbula; Manter a cabeça do lactente mais baixa do que o tronco; Aplicar cinco golpes no dorso entre as escápulas do lactente, usando a região tênar e hipotênar da mão; Após terem sido aplicados os golpes no dorso, posicionar o antebraço livre sobre as costas do lactente, apoiando o dorso, o pescoço e a cabeça do bebê; Com o corpo mantido seguro entre mãos e antebraços, girar o lactente, até a posição supina (face voltada para cima), mantendo a cabeça mais baixa do que o tronco; Realizar cinco compressões torácicas com dois dedos, posicionados na metade inferior do esterno – no mesmo local da RCP – cerca de uma polpa digital abaixo da linha mamilar; Inspecionar cavidade oral e remover o objeto com o dedo mínimo, quando visível; Realizar duas ventilações, quando a obstrução persistir; Posicionar o antebraço livre sobre o ventre do lactente, apoiando-o ao longo do tórax, manter a mandíbula com as mãos e garantir que a cabeça fique firme; Apoiando o ventre e o dorso com as mãos e antebraços, girar o corpo do lactente para baixo, voltando ao início do processo até expulsão do objeto; Transportar a vítima ao hospital.

Reanimação cardiopulmonar (RCP)

As cardiopatias matam mais que acidente de trânsito. Difícil compreender e aceitar essa afirmativa, mas, ela é real. As mortes súbitas e “inesperadas” acometem crianças, adultos e idosos. Quando o coração deixa de funcionar adequadamente como bomba, denominamos parada cardiorrespiratória, o cérebro para de receber o fluxo sanguíneo requerido pelas células encefálicas e a morte ocorrerá se ações de suporte à vida não forem implementadas. A reanimação cardiopulmonar é a conduta instituída diante da parada cardíaca, contudo, as tentativas podem resultar em morte ou significativa perda funcional decorrente de lesão cerebral irreversível.

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A RCP visa promover oxigenação cerebral através de compressões cardíacas externas e ventilação mecânica positiva. Essas condutas são denominadas de suporte básico de vida e devem perdurar até que sejam implementadas medidas de suporte avançado de vida, ou seja, intervenção médica. Os procedimentos de suporte básico de vida, não poderão cessar, exceto se: Houver retorno da respiração espontânea; A equipe de suporte avançado de vida assumir os procedimentos no ambiente pré-hospitalar; A vítima for entregue aos cuidados da equipe de suporte avançado de vida.

Para realizar a RCP adequada, ê necessário que seja observado o protocolo da American Heart Association (AHA) para Reanimação Cardiopulmonar (RCP). Considerando que o “agente penitenciário” não é um profissional de saúde, as normas que deverá observar são aquelas descritas para o suporte básico de vida realizado por leigos. As diferenças são pequenas mas importantes e necessitam conhecimento mais específico. Outro aspecto da RCP é a utilização do DAE/DEA (desfibrilador automático externo). A AHA recomenda a ressuscitação cardiopulmonar e o uso de DEAs/DAEs por primeiros socorristas da segurança pública para aumentar as taxas de sobrevida em PCR súbita no ambiente extra-hospitalar.

IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree oo uussoo ddoo DDEEAA//DDAAEE Tórax da vítima molhado: se o tórax do vitimado estiver molhado (por suor ou água), o socorrista deve enxugá-lo para não comprometer a aderência das pás. O aparelho indicará eletrodos mal conectados, e não ocorrerá desfibrilação. A água é uma boa condutora de eletricidade, numa tentativa de desfibrilação, pode ocorrer um arco entre as pás, externamente, diminuindo a efetividade do choque.

Caso seja a vítima que esteja dentro de ambiente molhado, remova-a da água, posicionando-a na prancha, antes de instalar o DEA.

Tórax da vítima muito peludo: o excesso de pelos interfere na aderência das pás, e portanto, no resultado do choque. Por essa razão, é necessário que os pelos do local onde serão instaladas as pás, sejam raspados.

Dispositivos implantados no tórax da vítima (como marcapasso): não se deve aplicar pás do desfibrilador sobre o dispositivo, pois poderão interferir na análise do equipamento e na condução da energia liberada. As pás devem ser aplicadas a uma distância de 3cm, aproximadamente, cerca de dois dedos.

Siga as instruções do aparelho: apenas toque no vitimado quando houver permissão sonora do equipamento. Também as pás não devem ser desconectadas do tórax do vitimado até orientação da equipe médica.

Resumo dos principais componentes de SBV para adultos, crianças e bebês Componente Adultos Crianças Bebês

Reconhecimento Não responsivo (para todas as idades)

Sem respiração ou com respiração anormal (isto e, apenas com gasping)

Sequência da RCP CAB

Frequência de Compressão No mínimo, 100/min.

Retorno da parede torácica Permitir retorno total entre as compressões

Interrupção nas Compressões Minimizar interrupções nas compressões torácicas

Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos

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Vias Aéreas Inclinação da cabeça – elevação do queixo

Relação compressão x ventilação 30 x 2

Ventilações: quando socorrista não treinado ou treinado e não proficiente

Apenas compressões

Desfibrilação Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas

compressões torácicas antes e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque.

4- Hemorragias e estado de choque

Num acidente, é prioridade identificar rapidamente sangramentos que possam comprometer a vida, sejam eles internos e/ou externos, arteriais e/ou venosos. Devem ser adotados mecanismos de controle e prevenção do choque hemorrágico. No suporte básico de vida, os socorristas conseguem realizar controle das hemorragias externas através de técnicas simples, mas eficazes. A hemorragia é a perda aguda de sangue decorrente de lesão vascular. Embora exista uma considerável variação individual, o volume sanguíneo de um adulto normal corresponde a aproximadamente 7% de seu peso corporal, assim sendo, um adulto com 70 Kg terá aproximadamente 5,0 litros de sangue circulante. No caso de adultos obesos, o volume sanguíneo é calculado tomando como parâmetro seu peso ideal, para não superestimar. Nas crianças, o volume corresponderá de 8% a 9% do peso corporal, ou seja, de 80 a 90 ml/Kg, assim, se considerarmos uma criança com 20 Kg, o volume correspondente será de 1,6 litros a 1,8 litros de sangue circulante. O controle das hemorragias corresponde a um conjunto de elementos que incidem no reconhecimento e na prevenção do colapso do sistema cardiovascular, conhecido por estado de choque. As hemorragias podem ser classificadas em:

Hemorragia venosa: ocorreu solução da continuidade de uma veia, fluxo contínuo e apresenta coloração vermelho escuro; Hemorragia arterial: ocorreu solução da continuidade de uma artéria, o sangue, em jatos, apresenta-se com coloração vermelho vivo; Hemorragia interna: não ocorreu solução da continuidade da pele; Hemorragia externa: ocorreu solução da continuidade da pele.

Os sinais e sintomas apresentados pela vítima possibilitam estimar o volume de sangue perdido na hemorragia e, consequentemente, presumir a gravidade da situação, especialmente nos casos em que a hemorragia é interna, e não é possível considerar visualmente o volume de sangue perdido. Nesse aspecto, a hemorragia pode ser classificada segundo o volume de sangue, em quatro classes: Hemorragia Classe I Perda sanguínea de até 15% da volemia (750ml para um homem de 70Kg), pulso abaixo de 100bpm, frequência respiratória entre 14 a 20 mpm, vítima com leve ansiedade. Hemorragia Classe II Perda sanguínea de 15% a 30% da volemia (750 a 1500ml para um homem de 70Kg), pulso acima de 100bpm, frequência respiratória entre 20 a 30 mpm, vítima com ansiedade moderada.

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Hemorragia Classe III Perda sanguínea de 30% a 40% da volemia (1500 a 2000ml para um homem de 70Kg), pulso acima de 120bpm, frequência respiratória entre 30 a 40 mpm, vítima confusa e ansiosa. Hemorragia Classe IV Perda sanguínea acima de 40% da volemia (mais de 2000ml para um homem de 70Kg), pulso acima de 140bpm, frequência respiratória acima de 40 mpm, vítima confusa e letárgica.

Controle das hemorragias

Pressão direta

Consiste da pressão direta sobre o local do ferimento, utilizando gaze. Essa pressão executada pelas

mãos do socorrista, protegidas com luvas de látex, antecede a estabilização definitiva denominada de

curativo compressivo. Em situações especiais, a vítima consciente poderá auxiliar o socorrista

mantendo a gaze sobre o ferimento, enquanto se providencia a estabilização definitiva. A contensão

pode ser realizada com gazes ou bandagens triangulares.

Curativo compressivo O curativo é realizado sobre o local onde está sendo efetuada a pressão direta. Colocando-se mais gazes, às dispostas anteriormente no ferimento, principalmente quando estiverem umedecidas por sangue (a primeira camada nunca deve ser retirada). O curativo se inicia no momento em que o socorrista, utilizando ataduras ou bandagens, efetua fixação das compressas de gazes, exercendo pressão moderada com ataduras.

Elevação do membro

Outra técnica utilizada para auxiliar no controle do sangramento é a elevação do membro lesado. Para auxiliar o controle do sangramento nas extremidades superiores e inferiores, o socorrista pode elevar o membro afetado, desde que, nele não existam fraturas.

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A técnica consiste em elevar o membro acima da linha do coração, contudo para que essa técnica possa ser utilizada, o curativo já deve ter sido realizado.

A elevação do membro por si só pode não contém a hemorragia, mas seu uso, auxilia na contenção do sangramento.

Curativo oclusivo

Em algumas lesões, o curativo compressivo não deve ser utilizado, é o caso do TCE com deformidade da calota craniana e fraturas expostas. O controle da hemorragia, nesses, casos é feito com a utilização do curativo oclusivo. Nos mesmos moldes do curativo compressivo o curativo oclusivo é realizado com uma única diferença, primordial, a compressão inexiste.

O socorrista, fazendo uso dessa técnica, aplica gaze sobre o local do ferimento e o fixa com ataduras, bandagens ou esparadrapo, mas não exerce compressão sobre o local para conter a hemorragia.

Torniquete

O torniquete é indicado somente em casos específicos. Na grande maioria dos casos, o torniquete prejudica mais que auxilia, ou seja, algumas vezes seu uso causa mais danos nas extremidades lesadas do que os que existiam pela própria lesão, entretanto, se utilizado corretamente, pode salvar uma vida. Considerado o último recurso, o torniquete pode causar sérios danos à vítima; por essa razão, deve se restringir aos casos de amputação ou esmagamento completo, em que as técnicas de contenção, mesmo associadas, não forem eficazes ou quando existirem múltiplas vítimas e apenas uma pessoa para atendê-las (desastre/catástrofe). Vale salientar que o uso do torniquete pode inviabilizar o reimplante do membro amputado, restringindo-se aos casos em que, através da utilização das técnicas anteriormente descritas, não se obteve redução do sangramento em um nível aceitável, ou seja, situação em que, numa amputação ou esmagamento, mesmo com a aplicação de um vigoroso curativo compressivo, associado à elevação do membro, não se reduz significativamente a hemorragia; nesse caso e somente nesse, recomenda-se o uso do torniquete. Uma bandagem triangular deve ser dobrada até que tenha 6 a 8 cm de largura, cerca de seis a oito camadas de espessura. Nunca utilizar fio, corda, cordão. Utilizar o torniquete somente nas extremidades superiores e inferiores.

Hemorragias internas e lesões especiais

Hemorragias Internas

A conduta objetiva manter as funções vitais estabilizadas, até que seja iniciado o tratamento adequado. Deve-se observar sinais de hemorragia como grandes hematomas, saída de sangue pelos orifícios naturais (ouvido, nariz, boca), sinais de choque hemodinâmico, queixa principal da vítima e cinemática do trauma.

Nas situações onde existir exteriorização de sangue pelos orifícios naturais, não se deverá utilizar qualquer método que vise impedir sua saída.

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Lesões específicas

Amputação – a parte que tiver sido avulsionada, deverá ser envolvida em compressa cirúrgica estéril, ou saco plástico estéril ou um pano o mais limpo possível dentro das circunstâncias. Depois será colocada em saco plástico tipo fechamento rápido ou o que houver disponível. Devidamente protegida deverá então ser colocada em um recipiente térmico, ou que possa acomodar gelo em seu interior. Jamais permitir que o gelo entre em contato direto com a peça. Corpo estranho à ferida – corpos estranhos como fragmentos de vidros, madeira ou outros, que estejam entranhados nos tecidos lesados e que ofereçam resistência não devem ser retirados. Deve-se proceder à limpeza ao redor com soro fisiológico, proteger a área afetada e encaminhar a vítima para tratamento definitivo. Objetos impactados ou impalados – na presença de corpos estranhos, presos ao corpo da vítima, como facas, estiletes, pedaços de ferro ou outro tipo de material, jamais retirá-los, pois sua remoção pode causar hemorragia grave ou lesar nervos ou músculos próximos a ele. Esses objetos devem ser estabilizados com curativo volumoso, faixas, ataduras ou outros, se possível limpar ao redor, e transportar a vítima para atendimento adequado.

Evisceração – quando houver vísceras expostas, jamais tentar recolocá-las no interior do abdome. Deve-se umedecer as vísceras com soro fisiológico ou água destilada, abertos apenas no momento de utilizar, e cobri-las com compressas cirúrgicas estéreis umedecidas com soro fisiológico ou água destilada. Também poderá ser utilizado plástico estéril ou curativo para queimados estéril. Jamais introduzir gaze nas vísceras e nunca cobri-las com qualquer material que se fragmentalize.

Choque Hemorrágico

O Estado de choque é definido como o colapso do sistema cardiovascular decorrente da perda aguda de sangue, repercutindo na inadequada perfusão e oxigenação dos tecidos e que poderá causar a morte.

Sinais e sintomas

Pele - pálida e/ou cianótica; fria e sudoreica; Taquicardia e taquipneia; Sede; Pulso filiforme (fraco e rápido); Pressão baixa. Perfusão capilar lenta ou inexistente; Tontura e/ou perda de consciência. Condutas

Objetivando prevenir o estado de choque, a vítima deve ser mantida em repouso, em decúbito dorsal, se possível com os membros inferiores elevados em torno de 20 a 30 cm em relação ao solo ou ao coração. A roupa deve ser afrouxada, retirar sapatos e, se houver disponibilidade de oxigênio, poderá ser administrado; Controlar hemorragias externas; Posicionar a vítima em decúbito dorsal sob superfície rígida (prancha longa);

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Agasalhar o vitimado prevenindo a hipotermia; Imobilizar fraturas de extremidades reduz a velocidade da hemorragia no foco da fratura;

Transportar rapidamente.

5- Traumatismos

Traumas em extremidades: fratura, luxação e entorse

Isoladamente os traumas de extremidades não representam risco à vida para a vítima, entretanto, se associada à lesão vascular, amputação e fraturas abertas do fêmur com hemorragia, podem levar a vítima a óbito. As condutas adotadas no atendimento pré-hospitalar podem reduzir esses riscos com técnicas simples de controle de hemorragias externas e imobilização do membro traumatizado.

Fraturas

Fratura é lesão óssea caracterizada pela interrupção na continuidade de um osso. Classificação das fraturas Quanto ao foco Fraturas fechadas (simples): apesar da fratura, a pele permanece íntegra (não foi perfurada pelas extremidades ósseas. Fraturas abertas (compostas ou expostas): o osso se quebra atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele. Sinais e sintomas Fraturas fechadas (simples): dor referenciada ou à palpação, deformidade, desalinhamento, edema, hematomas, equimoses, creptação óssea, impotência funcional. Fraturas abertas (compostas ou expostas): Os mesmos sinais e sintomas das fraturas fechadas; Há comunicação entre o sítio da fratura e o meio externo.

Luxação

Luxação é uma lesão articular caracterizada pelo deslocamento da extremidade óssea da cápsula articular o que pode repercutir em prováveis danos de ligamentos e tendões. Sinais e sintomas: Dor referida, impotência funcional, deformidade, equimose, edema, Deformidade e deslocamento severo podem provocar isquemia e necrose tecidual.

Entorse

Entorse é uma lesão articular caracterizada por um movimento articular anormal cujo movimento ultrapasse a amplitude normal , lesiona os ligamentos ao redor da articulação. Os locais mais comuns de entorse são as articulações do joelho e tornozelos.

Sinais e sintomas:

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São semelhantes aos das fraturas e luxações, mas nas entorses os ligamentos geralmente estão comprometidos por ruptura ou estiramento decorrentes de movimentos bruscos.

Cuidados com os traumas de extremidades

A área comprometida deve ser exposta para que seja melhor visualizada a lesão e a imobilização melhor realizada, às vezes é necessário que as roupas da vítima sejam cortadas e removidas; Imobilização incluindo articulação distal e proximal; Verificar o pulso e perfusão distal antes e após a imobilização; Imobilização realizada respeitando a posição que o membro apresenta, especialmente se encontrar resistência ao alinhamento ou referência de dor intensa ao manuseio; Jamais tentar colocar fragmentos ósseos dentro do ferimento; Jamais tente reduzir a fratura, ou seja colocar o osso no lugar; Quando presentes, as hemorragias devem ser controladas; As feridas devem ser cobertas e, se possível, srem limpas com soro fisiológico ou água para reduzir possibilidade de infecção; É importante que seja realizada a imobilização provisória em razão de que ela favorece a hemostasia (controle do sangramento), reduz a dor, mantém a perfusão no membro e previne ou reduz lesões secundárias.

Trauma em segmentos: cabeça, tórax, abdome e coluna

Trauma crânio-encefálico – TCE

Sinais e sintomas

Cefaleia e/ou dor no local da lesão; náuseas e vômitos; alterações da visão; alteração do nível de consciência, podendo chegar à inconsciência; ferimento ou hematoma no couro cabeludo; deformidade do crânio (depressão ou abaulamento); pupilas desiguais; sangramento pelo nariz ou ouvidos; alteração dos sinais vitais, postura de descerebração ou decorticação.

Cuidados com o TCE Corrigir os problemas que ameaçam a vida; Manter vias aéreas abertas e dar assistência à respiração e à ventilação; Considerar existência de lesão cervical associada e manter cuidados adequados à preservação da coluna; Controlar hemorragias e não impedir saída de sangue ou líquor pelo nariz ou ouvidos; Cobrir lesões; Manter a vítima em repouso e estar alerta para convulsão e vômito; Monitorar estado de consciência; respiração e pulso; Evitar que a vítima faça ingestão de alimentos e líquidos; Jamais tentar retirar objeto preso à cabeça.

Traumatismo de face

O principal problema é a possibilidade do sangue e fragmentos ósseos causarem obstrução das vias aéreas. A presença de sangue e coágulos nas vias aéreas, deformidade facial, equimose ao redor dos olhos, perda de movimento ou impotência funcional da mandíbula. Dentes amolecidos ou quebrados (inclusive de próteses dentárias), grandes hematomas ou indícios de trauma importante na face alertam possibilidade de obstrução.

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A atenção deve estar direcionada para a manutenção das vias aéreas livres e controle das hemorragias. Havendo traumas abertos, eles devem ser cobertos para evitar infecções.

Trauma de tórax

Sinais e sintomas Dependerão das lesões que acometerem o tórax: dor referida ou associada aos movimentos respiratórios; dificuldade respiratória manifestada por respiração superficial; eliminação de sangue através da tosse; cianose de pontas dos dedos, lábios e unhas; creptação; respiração paradoxal; ferida aspirativa; desvio da traqueia; estase de jugular; enfisema subcutâneo.

Cuidados com o trauma de tórax Dependerão das lesões apresentadas: Em caso de fratura de uma ou duas costelas, o braço da vítima deve ser posicionado sobre o local da lesão, depois bandagens triangulares são usadas como tipoia e outras para fixar o braço no tórax; Na vigência de tórax instável, o local que apresenta o movimento paradoxal deve ser estabilizado, almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva larga poderão ser utilizadas. A vítima será transportada deitada sobre a lesão ou na posição que lhe seja mais confortável e, se disponível, ofertar oxigênio. Em ferimentos penetrantes, enquanto providencia um curativo valvulado (curativo de três pontas), tampone o ferimento com a mão enluvada após a expiração, instale o curativo valvulado e, se disponível, ofereça oxigênio. Quando houver objetos impactados, eles não devem ser retirados para não causar mais danos. Deverão ser estabilizados com curativos volumosos, fixados com fita. O oxigênio poderá ser ministrado caso disponível. Nas lesões do coração e do parênquima pulmonar, o atendimento deve ser agilizado e oxigênio ministrado à vítima.

6- Queimaduras

É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo, que ocorre por ação de agentes térmicos, químicos, eletricidade e radiação. Pode atingir estruturas mais profundas, chegando até os ossos.

Causas de queimaduras

Térmicas: ocorrem por ação do calor (fogo, vapor quente, objetos aquecidos ou superaquecidos) ou por ação do frio (gelo, ambientes muito frios como câmaras frigoríficas); Químicas: produtos com ação cáustica como ácidos e álcalis; Elétricas: causadas por descargas elétricas e atmosféricas; Radiação: ocorrem devido ao contato com material radioativo e pelos raios ultravioletas, inclusive dos raios solares.

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Classificação das queimaduras

Classificação quanto a profundidade Queimadura de 1º grau: Atinge epiderme, geralmente provocada pela exposição ao sol. Características: dor leve a moderada, formigamento, hiperestesia (sensibilidade excessiva), eritema (vermelhidão), discreto ou nenhum edema, presença de perfusão, pele seca. Queimadura de 2º grau: Atinge epiderme e derme, geralmente provocada por escaldaduras, chamas, líquidos superaquecidos. Características: dor moderada, dor severa, hipersensibilidade a corrente de ar, hiperemia, bolha, aparência rósea ou esbranquiçada, úmida. Queimadura de 3º grau: Atinge epiderme, derme, tecidos subcutâneos, podendo invadir todas as estruturas do corpo, geralmente provocada por chamas, substâncias químicas, combustíveis inflamáveis, corrente elétrica. Características: indolor, vasos trombosados, tecido enegrecido (carbonizado), aperolado, esbranquiçado, seco, endurecido, destruição das fibras nervosas Classificação quanto à gravidade Para avaliar a gravidade de uma queimadura, é necessário considerar o grau da queimadura, percentagem da superfície corporal queimada, local da queimadura, passado mórbido, idade da vítima e complicações.

Procedimentos para queimaduras menores de causa térmica ou radiação O local da queimadura deve ser exposto e a área resfriada com água fria abundantemente; usar um curativo estéril úmido para proteger a lesão; retirar joias, bijuterias, adornos e sapatos; manter a calma e acalmar a vítima, levar a vítima para o hospital.

Procedimentos para queimaduras maiores de causa térmica ou radiação O processo de queimadura deve ser interrompido; a vítima deve ser avaliada; manter as vias respiratórias livres e sob observação, as roupas que não estiverem aderidas à área queimada poderão ser retiradas, cortando-se as partes soltas; toda a área queimada deve ser coberta com curativo estéril; os dedos que estiverem queimados devem receber curativos estéreis em separado antes de serem aproximados; os olhos devem receber cuidados especiais e serem cobertos com curativos úmidos estéreis; medidas de prevenção do choque devem ser tomadas, e a vítima ser levada ao hospital.

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Procedimentos para queimaduras químicas Limpar e remover substâncias químicas da pele e das roupas da vítima e depois iniciar lavagem abundante com água corrente; o socorrista deve ter cuidado para não entrar em contato com as substâncias e sofrer queimaduras; toda a área queimada deve ser coberta com curativo estéril; uma amostra da substância deve ser acondicionada e levada ao hospital; os olhos devem ser lavados abundantemente por 15 min. e depois receber curativos estéreis e úmidos que serão novamente umedecidos a cada 05 min.; medidas de prevenção do choque devem ser tomadas, e a vítima ser levada ao hospital.

Procedimentos para queimaduras por eletricidade Interromper o processo conforme a situação exigir; identificar os pontos de entrada e saída da corrente; curativos estéreis devem ser aplicados sobre as queimaduras; manter vigilância para necessidade de RCP; medidas de prevenção do choque devem ser tomadas, e a vítima ser levada ao hospital.

Procedimentos gerais em queimaduras Interrupção do processo térmico; Resfriamento da lesão, com atenção para hipotermia; Retirar joias e adereços; Pesquisar mecanismo do trauma; Hora do acidente; Agente causador da queimadura; Doenças pré-existentes, uso de drogas e alergias; Manter bolhas integras não as rompendo; Ministrar oxigênio, se disponível fonte suplementar.

7- Parto iminente

Atendimento ao parto

Fases do trabalho de parto: Período de dilatação; Período de expulsão; Período de dequitação placentária; Período puerperal imediato

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Sinais de parto iminente Ruptura do saco amniótico, ocorrência de coroamento durante as contrações, intervalo de pelo menos dois minutos entre as contrações, contrações intensas e que duram de 40 a 90 segundos, vontade de evacuar (sensação causada pela cabeça do bebê pressionando o reto da mãe), o abdome apresenta-se rígido como pedra.

Transportando uma mulher em trabalho de parto

Havendo tempo hábil, transportar uma mulher em trabalho de parto: Solicitar que um acompanhante, se possível, fique sempre por perto. Manter a mulher deitada durante o trajeto, remover as roupas intimas que possam interferir no parto. Colocar um cobertor ou lençol dobrado ou outro objeto limpo sob as nádegas da mulher. A mulher deve dobrar os joelhos e afastar as pernas para que a cabeça do bebê possa ser observada no canal do parto.

A mulher não deve cruzar as pernas ou os tornozelos, e nem tentar atrasar ou reprimir de maneira alguma, a pressão pode resultar em lesão permanente ou a morte do bebê.

Ajuda no parto Se o parto é iminente ou o transporte da gestante não for possível por alguma razão, há a necessidade de ajudar no parto; devem-se tomar as seguintes precauções: Utilizar a proteção adequada contra as substâncias corporais; Não tocar na genitália em momento algum; A área genital só poderá ser tocada durante o parto e na presença de outra pessoa; A mulher não deve utilizar o banheiro, mesmo que ela sinta vontade de evacuar; Reconheça suas próprias limitações. Se você entrar em uma situação com a qual não consegue lidar, leve a mãe para um médico, mesmo que o parto ocorra durante o trajeto; Se você tomar todas as providências para o parto, e esse não ocorrer no prazo de 10 minutos, transporte a paciente.

Procedimentos para o parto

Manter a calma enquanto ajuda no parto, tranquilizar a mãe. Se possível, utilizar material estéril e o mais limpo possível sob tais circunstâncias. Ter precauções para o controle de infecções. Cuidado em curativos, compressas e panos ensopados de sangue, que devem ser colocados em sacos à prova de umidade para evitar o vazamento.

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Deitar a mulher em uma superfície firme com os joelhos levantados e separados. Dobrar as roupas da mãe acima da cintura. Colocar um lençol estéril sob seus quadris, desdobrando-o até os pés, e outro lençol sobre o abdome e as pernas. Orientar para que a mulher respire de forma curta e rápida durante cada contração e de forma longa e profunda entre as contrações. Quando a cabeça do bebê aparecer no canal do parto, colocar os dedos na parte óssea do crânio do bebê e exercer uma pressão muito leve para evitar um parto violento. Tomar cuidado para não tocar na fontanela que é a parte mole no topo da cabeça do bebê. Aplicar uma pressão leve no períneo para reduzir o risco de laceração. Permitir a saída da cabeça durante as contrações também pode ajudar a reduzir o risco de laceração perineal. Caso o saco amniótico não tenha sido rompido, rasgá-lo com os dedos e desviar da cabeça e da boca do bebê quando estas aparecem. Quando a cabeça do bebê já tiver saído, verificar se o cordão umbilical está ao redor do pescoço. Se estiver, usar dois dedos para passar o cordão sobre o ombro do bebê. Caso não seja possível move-lo, segurá-lo e cortá-lo, para então desenrolá-lo do pescoço. Quando a cabeça já tiver passado, apoiá-la com a mão e fazer a sucção da boca e das narinas de duas a três vezes com um aspirador nasal. Após a saída do tórax e o resto do corpo, apoiar a cabeça do bebê com as duas mãos. Nunca puxar o bebê, pois a pressão nos centros nervosos pode causar paralisia. O bebê estará escorregadio, coberto com uma substância esbranquiçada e gordurosa, conhecida como verniz caseoso. O bebê deve ser recebido em uma toalha limpa ou estéril, que irá ajudar a segurá-lo. Quando os pés tiverem saído, pegá-los. Tomar cuidado para não puxar o cordão quando for levantar ou retirar o bebê. Limpar o sangue, o muco da boca e do nariz do bebê com gaze estéril e repetir a sucção. O bebê provavelmente ira chorar quase de imediato. Logo após esse choro, o cordão umbilical ficará frágil e sem pulso, pois o fluxo sanguíneo no cordão para após o nascimento. Segurar, amarrar e cortar o cordão após a parada das pulsações. Utilizar tesouras estéreis para cortar o cordão entre os dois nós. Verificar periodicamente a extremidade do cordão para ver se há sangramento e controlar qualquer ocorrência. A placenta normalmente é expulsa entre 10 e 20 minutos após o bebê, nunca puxar o cordão para ver se a placenta separou-se do útero. Quando a placenta aparecer na vagina, segurá-la com cuidado.

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Cuidados e ressuscitação do recém-nascido Caso o bebê não chore logo após o nascimento, deve-se aplicar massagem na parte inferior do pé em movimentos circulares. Caso não esteja respirando, pode ser necessário encorajá-lo batendo levemente na parte inferior dos pés ou esfregar suas costas em movimentos circulares usando três dedos. Se o bebê necessitar de respiração de salvamento: RCP. Se a respiração do bebê estiver lenta, profunda ou ausente; realizar respiração artificial na frequência de uma respiração a cada três segundos. Se a frequência cardíaca for menor do que 80 batimentos por minuto, e o bebê não estiver respondendo à respiração artificial, inicie a compressão torácica. Se a frequência for menor do que 60 batimentos por minuto, inicie a compressão torácica e a respiração artificial.

Procedimentos após o parto Cuidados com a parturiente; Observar se há perda de sangue excessiva; Observar se o formato do útero está adequado.

8- Emergências clínicas

Infarto agudo do miocárdio – IAM Conceito

Ocorre quando o fornecimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido drasticamente ou cessa, devido a uma obstrução em uma das artérias coronarianas que fornecem sangue ao coração.

Sinais e sintomas Pressão desconfortável, sensação de estar cheio, aperto ou dor no centro do peito com duração de dois minutos ou mais, podendo iniciar e parar. A dor pode espalhar-se para um dos ombros, pescoço, mandíbula inferior e braços. Fraqueza, tontura, suor, náusea e respiração curta. Distensão das veias do pescoço, edema maleolar. Complicações A vítima com IAM está em alto risco de três complicações sérias: parada cardíaca súbita, choque cardiogênico e edema pulmonar. Cuidados

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Observar o local para identificar fatores de risco, ouvir as testemunhas, afastar curiosos, isolamento da área. Ambiente calmo, vítima em repouso absoluto, posição semirreclinada. Garantir permeabilidade, se disponível fornecer oxigênio em alta concentração por máscara. Verificar pulso e distensão das veias do pescoço, afrouxar as roupas da vítima e mantê-la agasalhada. Determinar o nível de consciência. Avaliação secundária que seja adequada à situação. Transporte cuidadoso.

Acidente vascular cerebral isquêmico – AVCI

Conceito Isquemia, obstrução e edema em uma região cerebral, resultando de bloqueio arterial cerebral por um trombo ou um êmbolo. Sinais e sintomas Inicialmente elevação súbita da temperatura, elevação da pressão arterial, dor de cabeça súbita e intensa, rigidez do pescoço, fotofobia, vômito, convulsões, fraqueza ou torpor súbito, torpor ao redor dos lábios, visão unilateral prejudicada, cortes no campo visual ou visão dupla, diminuição ou perda da visão, pupilas desiguais, tontura, falta de firmeza ou quedas súbitas, perda do controle dos esfincteres, assimetria facial, força desigual de aperto de mãos.

Acidente vascular cerebral hemorrágico – AVCH

Conceito Hemorragia de vaso sanguíneo no interior do cérebro. Sinais e sintomas

Inconsciência, dor de cabeça repentina e forte, início lento e de rápido desenvolvimento, náusea, vômito, convulsões, temperatura elevada, rigidez da nuca, paralisia em um dos lados, dificuldade para falar ou não consegue falar ou distúrbios visuais.

Cuidados para acidente vascular cerebral – AVCH e AVCI Apoio ao paciente, principalmente se estiver consciente, evitar comentários descuidados, manter a vítima em repouso absoluto, dieta zero, manter-se alerta para dificuldade respiratória pois poderá ser necessário assistência ventilatória, proteger as extremidades paralisadas.

Síncope: Desmaio

Conceito É a perda súbita, espontânea e transitória da consciência. Sinais e sintomas Palidez, pulso irregular e lento, queda da pressão arterial, sudorese, mente embotada, diálogo dificultado. Causas

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Oxigenação inadequada, hipoglicemia, intoxicação por álcool ou drogas, embolia pulmonar, doença cerebrovascular, evento vasovagal, estagnação venosa. Cuidados

Observar o local durante a aproximação, elevar os membros inferiores, não estimular a volta da consciência, manter permeabilidade das vias aéreas, instalar oxigênio úmido se disponível, atentar para sinais de obstrução, circulação – verificar pulso e desapertar as roupas, determinar o nível de consciência da vítima, avaliação secundária que seja adequada à situação, transporte cuidadoso.

Convulsão

Conceito Contraturas musculares involuntárias generalizadas e repetitivas que se acompanham de queda desamparada. Sinais e sintomas Movimentos bruscos e involuntários do corpo, queda, um choro ou grito seguido de apneia e cianose, hiperventilação, contraturas, salivação abundante pode urinar ou evacuar. Cuidados Proteger a vítima para evitar que se traumatize, especialmente a cabeça, afastar objetos que possam, de alguma forma, representar perigo à vítima, jamais tentar impedir os movimentos ou tentar contê-la. Sendo possível virar a cabeça da vítima, atentar para sinais de obstrução, observar náuseas e vômitos para evitar sufocação, instalar colar cervical se houver queda importante.

Emergências associadas ao metabolismo da glicose

Cetoacidose diabética Emergência metabólica que se caracteriza por hiperglicemia, Pode levar a desidratação grave, Resulta de deficiência de insulina, pode se desenvolver em dias ou horas. Causas: Histórico de Diabetes associado a: infecção, administração imprópria de insulina, aflição emocional, diminuição dos exercícios, dieta inadequada (volume ou componentes). Sinais e sintomas Agudos: alteração do padrão da respiração, hálito com odor de acetona, desidratação grave, sudorese facial, alteração da consciência (confusão, até coma). Iniciais: poliúria, polifagia, sede intensa (polidipsia), perda de peso, fadiga. Cuidados

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Abordagem das vias aéreas, ventilação e circulação, monitorizar sinais vitais, transportar ao hospital. Coma não cetoacidótico hiperglicêmico e hiperosmolar Emergência que causa deterioração da consciência, Desidratação grave. Causas: Histórico de diabetes associado a: infecção, administração imprópria de insulina, aflição emocional, diminuição dos exercícios, dieta inadequada (volume ou componentes). Cuidados: Abordagem das vias aéreas, ventilação e circulação, monitorizar sinais vitais, transportar ao hospital.

Hipoglicemia

Emergência metabólica que se caracteriza por hipoglicemia, glicemias baixas < 60 mg/dl, instalação rápida, diabetes insulino dependente, doses inadequadas de insulina, falta de alimentação, excesso de atividade física. Sinais e sintomas Taquicardia, palpitações, vertigem, ansiedade, fome, náusea, sudorese. Cuidados Abordagem das vias aéreas, ventilação e circulação; monitorizar sinais vitais, administrar açúcar de fácil absorção; transportar ao hospital.