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Modificações locais e gerais do organismo materno na gestação e suas implicações Profa. Emilia Saito agosto - 2018

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Modificações locais e gerais do organismo materno na gestação e

suas implicações

Profa. Emilia Saito

agosto - 2018

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LEI n. 7.498 / 86 - COFEN

EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM

• Cabe ao ENFERMEIRO, como integrante da equipe de saúde:

- Assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera

- Acompanhamento da evolução do trabalho de parto

- Execução do parto sem distocia

- Enfermeiros obstetras: assistência à

parturiente e ao parto normal; identificação de distocias

obstétricas e tomada de providências até a

chegada do médico; realização de episiotomia e

episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando

necessário

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CICLO GRAVÍDICO - PUERPERAL

GESTAÇÃO

PARTO

PÓS-PARTO

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MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A GESTAÇÃO

• A GESTAÇÃO INDUZ O ORGANISMO MATERNO A UMA SÉRIE DE ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS, ANATÔMICAS E BIOQUÍMICAS

• FINALIDADE: ADAPTAÇÃO, MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO HARMONICO DA GESTAÇÃO RECONHECIMENTO ANORMALIDADES/DESCONFORTOS

(GESTANTE = vivência positiva e PROFISSIONAIS =

assistência)

• INICIA-SE NA PRIMEIRA SEMANA DE GESTAÇÃO E

CONTINUA DURANTE SEU TRANSCORRER. ALGUMAS

MODIFICAÇÕES PERMANECEM ATÉ OS PRIMEIROS DIAS

DO PÓS-PARTO (exceção: mamas)

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

CONSISTÊNCIA:

– AMOLECIMENTO NO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

PROGRESSÃO PARA TODO O ÚTERO E OUTRAS ESTRUTURAS PÉLVICAS

DIMINUIÇÃO DA CONSISTÊNCIA DO COLO UTERINO E ISTMO

(PRECOCE – EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA / SINAL PROBABILIDADE DE GRAVIDEZ: sinal de Landin: ponto amolecido no centro da face anterior do istmo uterino + sinal de Hegar: diferença de consistência entre corpo, istmo e colo uterino no 1° - 2° mês)

FORMA:

– CRESCIMENTO INICIAL MAIS ACENTUADO NA ZONA DE IMPLANTAÇÃO

– FORMA ASSIMÉTRICA (PIRIFORME ATÉ 6ᵃ SEMANA – DEPOIS GLOBOSO E OVÓIDE: feto a termo, placenta e líquido amniótico)

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

POSIÇÃO:

– Acentua-se anteflexão uterina (provoca polaciúria – sinal precoce de gravidez)

– Dextrotorção uterina

– Intrapélvico até 12ᵃ semana

– Crescimento médio 4 cm por mês (1 cm por semana)

– Ascensão uniforme pela cavidade

abdominal até apêndice xifóide

– Tensão considerável sobre os

ligamentos largo e redondo

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

ESPESSURA:

PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO:

• AUMENTO DE 7 – 12 MM PARA 2 CM

• HIPERTROFIA E HIPERPLASIA CELULAR (estrógeno, progesterona e somatrofina coriônica)

SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO:

• ESTIMULAÇÃO HORMONAL E MECÂNICA

• PREDOMÍNIO DA HIPERTROFIA (aumento de espessura e tamanho das fibras)

• DISTENSÃO DAS FIBRAS MIOMETRIAIS PELO FETO EM CRESCIMENTO

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

TERCEIRO TRIMESTRE:

AUMENTO RESULTANTE DA DISTENSÃO MECÂNICA

AFINAMENTO DE PAREDE UTERINA: 5 MM FINAL GESTAÇÃO (possibilita a palpação de partes fetais)

– Peso: aumento de 20 vezes – de 60 para 1000 g

– Tamanho: aumento de 5 – 6 vezes – de 7 – 8 cm para 30 – 36 cm de altura

– Capacidade: aumento de 500 a 1000 vezes

– de 10 ml para 5000 ml ou mais

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MODIFICAÇÕES LOCAIS – ÚTEROX

DESENVOLVIMENTO FETAL

• 33 DIAS: 5 mm comprimento

• 7 SEMANAS (49 DIAS): 17 mm

• 8 SEMANAS: 5 g – 30 mm

• 12 SEMANAS: 45 g – 8 – 9 cm

• 16 SEMANAS: 200 g – 14 cm

• 20 SEMANAS: 450 g – 19 cm

• 24 SEMANAS: 800 g – 34 cm

• 28 SEMANAS: 1100 g – 37 cm

• 30 SEMANAS: 1300 g – 39,75 cm

• 32 SEMANAS: 1600 g – 42,5 cm

• 34 SEMANAS: 2050 g – 45 cm

• 36 SEMANAS: 2600 g – 47 cm

• 38 – 40 SEMANAS: 2950 – 3200 g – 48 – 49 cm

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DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO + FETAL

• 5 semanas: desenvolvimento rápido de um grupo de células dotamanho de cabeça de alfinete para um embrião. Menor que 1,2 cmde comprimento, mas cérebro, olhos, coração, fígado e colunaformados.

• 7 semanas: braço em formação e surgem estruturas que formarão osdedos. Mão com formato de nadadeira e pálpebras vão tomandoforma. Embrião de 1,2 cm e coração com média de 150 bpm.

• 14 semanas: feto com 8 cm. Olhos e orelhas podem claramenteidentificados. Braços, pernas, dedos das mãos e dos pés sedesenvolvem rapidamente. Todos os órgãos, nervos e músculosestão se formando e começam a reagir. Feto movimenta braços epode dar alguns chutes, mas imperceptíveis.

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DESENVOLVIMENTO FETAL

• 20 semanas: feto já possui aparência de bebê, com finas sobrancelhas, courocabeludo e membros mais desenvolvidos. Torna-se cada vez mais ativo,movimenta cabeça, braços, pernas e inicia alguns movimentos respiratórios.Audição bem desenvolvida e já reconhece sons externos (vozes)

• 32 semanas: feto com 40 cm e peso de 1,5 Kg e começa a preencher osespaços disponíveis do útero. Pálpebras podem abrir e fechar. Órgãossexuais em desenvolvimento.

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DESENVOLVIMENTO FETAL

• 36 semanas: bebê com 47 cm e peso de 2,2 e 2,9 Kg. Pode elevar e virarcabeça, pele rosada e corpo roliço. Intercala períodos de sono e vigília.

• 40 semanas: bebê tem pele lisa e rosada. Já pode levantar a cabeça, períodode sono e vigília padronizado, com períodos de alerta. Apresenta reflexo desucção forte.

Mede 48-50 cm e pesa mais 3 Kg atitude ou hábito fetal relaçõesútero-fetais

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA:

• AUMENTO DE 20 A 40 VEZES

• VASOS (AUMENTO EM NÚMERO E TAMANHO)

• SISTEMA VENOSO UTERINO AUMENTA EM TAMANHO

• DILATAÇÃO DIÂMETRO SISTEMA VENOSO (ATÉ 60 VEZES MAIOR)

ADEQUAÇÃO DA DRENAGEM VENOSA PARA FLUXO

SANGUÍNEO FETO-PLACENTÁRIO

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - ÚTERO

COLO UTERINO:

• EDEMA

• AUMENTO DE VASCULARIZAÇÃO

• AFROUXAMENTO E CIANOSE DE TECIDO

• AMOLECIMENTO DO COLO (SINAL PRESUNTIVO DE GRAVIDEZ)

SINAL DE GOODELL (consistência de figo maduro)

• ESPESSAMENTO DO REVESTIMENTO MUCOSO

• HIPERTROFIA E HIPERPLASIA DAS GLÂNDULAS CERVICAIS (muco em maior quantidade e espesso) – ROLHA DE SCHÖEDER

• COLO POSTERIORIZADO (DIFICULTA O ACESSO – ALTERA-SE NO PARTO)

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - VAGINA

• AUMENTO DE VASCULARIZAÇÃO :

DE COR RÓSEA PASSA PARA VIOLÁCEA

SINAL DE KLÜGLE

• MUCOSA MAIS ESPESSA

• HIPERTROFIA DE MÚSCULOS

• TECIDO CONJUNTIVO MAIS FROUXO (preparo para distensão no parto)

• DESCARGA VAGINAL MAIS PROFUSA, ESPESSA, BRANCA E FRIÁVEL INFECÇÕES VAGINAIS DE DIFÍCIL TRATAMENTO

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MODIFICAÇÕES LOCAIS - MAMAS

• AUMENTO DE TAMANHO E FIRMEZA (tornam-se nodulares pela hipertrofia dos alvéolos)

• AUMENTO DE VASCULARIZAÇÃO – REDE DE HALLER

• ESTRIAS

• MAMILOS E ARÉOLAS (MAIORES E PROEMINIENTES)

• COR DA ARÉOLA MAIS INTENSA – SINAL DE HUNTER

• TUBÉRCULOS DE MORGAGNI SE TRANSFORMAM EM TUBÉRCULOS DE MONTGOMERY (secretam substância lípóide)

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

• Modificações extensas e significativas (carga aumentada)

• Proteção das funções maternas:

– Proporcionar crescimento e desenvolvimento adequados ao feto

– Aporte de nutrientes

– Remoção de escórias

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SISTEMA CARDIOVASCULAR VOLUME SANGUÍNEO

– Aumento 30 a 40% (1 a 1,5 l)

– Início: 10 à 12ᵃ semana

– Valor máximo: 32 à 34ᵃ semana

– Retorno ao estado pré-gestacional: 2 a 3 semanas pós parto

– Finalidade: preenchimento do sistema vascular aumentado (útero e MMII)

– Resultado: aumento acentuado de plasma

aumento de eritrócitos (média 250 a 450 ml glóbulos vermelhos – ferro)

diminuição concentração de hemoglobina

“ANEMIA FISIOLÓGICA DA GRAVIDEZ”

PRÁTICA: hematócrito < 34% - nível hemoglobina <11g/100ml –contagem glóbulos vermelhos < 3.750.000/ml sangue

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

DÉBITO CARDÍACO (volume sangue distribuído ao corpo por minuto)

• Aumento

• Ritmo: semelhante ao volume sanguíneo

FREQUÊNCIA CARDÍACA

• Consenso geral: aumento no primeiro trimestre

• Depois: aumento gradual até final gestação de mínimo 15 batidas por minuto em relação ao estado pré-gravídico

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

POSIÇÃO E TAMANHO DO CORAÇÃO

• Alteração de posição e discreta hipertrofia e ou dilatação do coração pelo volume e débito aumentados

• Elevação diafragma empurra coração para cima e para esquerda e rodado para frente

• Alterações na ausculta cardíaca são comuns (murmúrios sistólicos, alguns ruídos cardíacos são acentuados) evidentes: primeira metade da gravidez – desaparecimento: uma semana pós-parto

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SISTEMA CARDIOVASCULAR PRESSÃO ARTERIAL

• Ligeiramente abaixo dos níveis pré-gravídicos

• Diminuição no primeiro trimestre

• Valores mais baixos no segundo trimestre

• Elevação ligeira e progressiva no restante da gravidez até nível pré-gravídico

• Causa da diminuição PA: tono vascular diminuído (menor resistência vascular sistêmica) + presença de circulação placentária (baixa resistência)

• principais fatores determinantes da diminuição da resistência vascular periférica: dilatação dos vasos periférico e adição do sistema vascular placentário à circulação materna (baixa resistência e recebe qrandeporção do débito cardíaco materno)

• Veias uterinas aumentam em tamanho e número + resistência vascular diminuída (10 vezes menor do que antes da gestação) facilita a elevação do fluxo sanguíneo do útero na gravidez

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SISTEMA CARDIOVASCULAR DIMINUIÇÃO PRESSÃO ARTERIAL

RELAXAMENTO MUSCULATURA LISA

TONO VASCULAR DIMINUÍDO + DILATAÇÃO CAPACIDADE DOS VASOS

MENOR RESISTÊNCIA VASCULAR

CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA

SISTEMA DE BAIXA RECEBIMENTO GRANDE PARTE

RESISTÊNCIA DO DÉBITO CARDÍACO MATERNO

RESISTÊNCIA VASCULAR UTERINA DIMINUÍDA

FACILITA FLUXO SANGUÍNEO UTERINO

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SISTEMA CARDIOVASCULAR PRESSÃO ARTERIAL

• Relaxamento maior parte ou todos músculos lisos na gestação (inclusive dos vasos sanguíneos) maior possibilidade de dilatação e capacidade dos vasos sanguíneos)

• Postura influencia medida da PA nas gestantes: aferição na posição sentada– Compressão da aorta e/ou veia cava inferior pelo útero gravídico influencia o retorno

venoso

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SISTEMA CARDIOVASCULAR

• LEUCÓCITOS: elevados

• FATORES DE COAGULAÇÃO:

– Fibrinogênio dobra no final da gravidez

– Protrombina com ligeiro aumento

HIPERCOAGULABILIDADE SANGUÍNEA

MAIOR TENDÊNCIA A TROMBOSE

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SISTEMA CARDIOVASCULARDESCONFORTOS

• VERTIGENS

• DESMAIOS

• PALPITAÇÕES

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SISTEMA CARDIOVASCULARDESCONFORTOS

• EDEMA

• VARIZES

• TROMBOSE

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SISTEMA CARDIOVASCULARSISTEMA TEGUMENTAR

FLUXO SANGUÍNEO AUMENTADO NA PELE

estimativa de 500 ml por minuto – 6 a 7 vezes maior nas mãos das grávidas

HIPERPIGMENTAÇÃO

MODIFICAÇÕES VASCULARES

• Proliferação de vasos cutâneos

• Aumento fluxo sanguíneo (dissipação do calor)

• Aumento permeabilidade capilar (pele quente e úmida + temperatura corporal aumentada)

• Maior nutrição folículos pilosos (unhas crescem mais e tornam-se mais quebradiças; cabelos e pêlos caem menos; cabelo crescem + rápido após

3° mês; final da gestação pêlos envelhecidos que caem no puerpério)

• Glândulas sudoríparas e sebáceas apresentam-se hipertrofia com aumento de secreção

DESCONFORTOS: auto-imagem, prurido, transpiração excessiva, ruborização

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SISTEMA CARDIOVASCULARSISTEMA TEGUMENTAR

• CLOASMA ou MELASMA

• LINHA NIGRA

• ESTRIAS ou VÍBICE: atrofia fibras

elásticas dos tecidos

da derme

(estiramento da

epiderme)

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

Feto necessita receber oxigênio e eliminar gás carbônico através da mãe e necessidades maternas de oxigênio aumentam em resposta ao crescimento

tecido uterino e mamas + maior atividade metabólica materna

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS

• Mesmo antes da pressão do útero, o diafragma se eleva

(até 4 cm) e igual diminuição na extensão dos pulmões

• Compensatório: alargamento do tórax (diâmetros antero-posteriores e transverso aumentam 2 cm); costelas inferiores afastam-se progressivamente (circunferência torácica 5 a 7 cm maior)

• Alterações torácicas início precoce e não causadas apenas por compressão mecânica (costelas nem sempre retornam à mesma posição)

• Mucosa de revestimento mostra-se turgescente e tumefeita pelo fluxo sanguíneo aumentado obstrução nasal, alteração da voz, epistaxes

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

FUNÇÃO PULMONAR

• Capacidade vital (volume máximo de ar expelido após uma inspiração profunda) e capacidade respiratória máxima (ventilação voluntária profunda) não tem alteração significativa

• Volume corrente (volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração = quantidade de gás trocado a cada respiração) aumento progressivo a partir do 1° trimestre

• Frequência respiratória: elevação discreta (14 para 16 movimentos/minuto)

• Dispnéia: 60 a 70% das gestantes desenvolvem necessidade consciente de respirar – causa obscura, parece estar relacionada com mecânica da respiração – causas patológicas (anemia grave, edema pulmonar, excessiva pressão sobre o diafragma: polidrâmnio, gemelaridade, macrossomia fetal, fator emocional)

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SISTEMA URINÁRIO

Órgão excretor – manutenção do corpo em estado relativamente homeostático e em condições ideais para funcionamento das células

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS

• Rins aparentemente aumentam pouco de tamanho

• Dilatação dos ureteres a partir 10ᵃ semana com aumento de volume urina contido neles aumento intervalo entre formação da urina e sua entrada na bexiga: estagnação de urina favorece a infecção do trato urinário (ITU)

• Controvérsia: fator mecânico (vasos dilatados

e útero aumentado na borda pélvica) e ou ação da

progesterona (atonia músculos lisos)

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SISTEMA URINÁRIOFUNÇÃO RENAL

• Fluxo plasmático renal e filtração glomerular aumentados significativamente

– Elevação evidente ao fim do 1° trimestre e mantido até o termo

– Elevação de 25 a 50% do fluxo sanguíneo em relação ao nível

pré-gravídico de 1000 ml/minuto

– Taxa de filtração glomerular sobe de 100 a 125 ml/min para 140 a 170 ml/min

EFEITO DA POSTURA SOBRE FUNÇÃO RENAL

• Em especial, no final da gestação

• Posições supina e de pé provocam redução (metade) fluxo sanguíneo renal e filtração glomerular

• De pé: acúmulo de sangue em MMII, sentada:

compressão de veias ilíacas comuns, supina: compressão

aorta e veia cava inferior

DESCONFORTOS: polaciúria, nictúria

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SISTEMA DIGESTÓRIO

• CAUSAS: fatores psicológicos + ação hormonal

relaxamento musculatura lisa trato gastro intestinal (útero, ureteres e vasos sanguíneos) : PROGESTERONA

- diminuição de tônus e motilidade

- diminuição de produção de secreção gástrica

- diminuição do tempo de esvaziamento gástrico

• ALTERAÇÕES FUNCIONAIS: Saliva – hipersecreção (estímulo 2 e 3° ramos do trigêmio, hipertonia vagal e psiquismo)

– Alteração na mucosa (edema gengival)

– Alterações do apetite : diminuição no 1° trimestre, presença de perversão do apetite (desejo de comer terra, naftalina, arroz cru, pó de café)

Estômago – aumento produção de muco e hipocloridria

Esôfago – diminuição resistência esfincter esofágico inferior com aumento pressão intrabdominal

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SISTEMA DIGESTÓRIO

• ALTERAÇÕES ANATÔMICAS:

– Estômago deslocado para cima e no 3° trimestre, o fundo uterino provoca sua rotação para a direita

– Intestino e ceco deslocados para cima

– Restante do trato deslocado para os lados

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SISTEMA DIGESTÓRIO

– DESCONFORTOS: náuseas, vômitos, sialorréia ou ptialismo, pica ou malácia, sangramento gengival, azia ou pirose, obstipação intestinal, hemorróidas

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SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

• ALTERAÇÕES NA COLUNA

VERTEBRAL

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SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

• Ações dos hormônios:

– Amolecimento das cartilagens

– Aumento da motilidade das articulações sacro-ilíaca, sacrococígea e sínfise púbica

– Relaxamento acentuado dos ligamentos

– Mudança do centro de gravidade para a frente (acentua lordose e marcha anseriana)

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SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

• Desconfortos:

– Dor lombar

– Dor em baixo ventre

– Favorecimento de acidentes: tropeços, torceduras e quedas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Brasil. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Cadernos de Atenção Básica. Brasília, DF; 2012 (queixas mais comuns na gestação – páginas 127-132)

• Barros SMO de (org). Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: Manole, 2006 (modificações gerais e locais do organismo materno na gestação – páginas 19-34)

• Lowdermilk et al. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

• Orshan AS. Enfermagem na Saúde das Mulheres, das Mães e dos Recém-Nascidos. Porto Alegre: Artmed, 2010

• Fonseca AS, Janicas RCSV (coord). Saúde Materna e Neonatal. São Paulo: Martinari, 2014.