Modernismo em Portugal Profª Sandra. O que acontecia em Portugal na época em que surgiu o...
22
Modernismo em Portugal Profª Sandra
-
Upload
bruno-chaves-de-mendonca -
Category
Documents
-
view
249 -
download
3
Transcript of Modernismo em Portugal Profª Sandra. O que acontecia em Portugal na época em que surgiu o...
Modernismo em Portugal
Profª Sandra
O que acontecia em Portugal na época em que surgiu o Modernismo?*Fim do século XIX (1890) – o governo inglês intimou a Monarquia portuguesa a abandonar as colônias que ainda mantinha;*Em 1910, as ideias republicanas culminaram no assassinato do rei e de seu descendente, iniciando, de forma brusca, a democracia portuguesa;*Em 1914, houve a 1ª Guerra Mundial, abalando os ânimos;
*MARCO – 1915 – Surge o movimento Modernista, em Lisboa, com a Revista Orpheu, uma publicação luso-brasileira que pretendia ser trimestral, dirigida por Antônio Ferro (escritor e jornalista português), de 19 anos. Participaram da nº 1, Luiz de Montalvôr, Ronald de Carvalho, Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros, Armando Côrtes-Rodrigues e Álvaro de Campos. Essa edição abalou a sociedade pelo conteúdo de propostas renovadoras.
A capa foi criticada e o texto Ode triunfal (Álvaro de Campos) assustou com as aliterações, assonâncias, metonímias e onomatopeias.
José Pacheco (1885-1934), capa de Orpheu, fascículo n.º 1, Janeiro–Fevereiro–Março de 1915.
Folha de rosto do fascículo n.º 1, Janeiro–Fevereiro–Março de 1915.
O conteúdo dessa revista louvava as máquinas, o progresso, o rumor das cidades.Foi publicada ainda a nº 2; a 3, teve vários problemas para ser lançada e seus autores foram ridicularizados. Foi o fim dela.
A modernidade portuguesa está dividida em três gerações:1ª)1915-1927 – Geração Orpheu - orfismoTinha o propósito de escandalizar, agitar culturalmente, fazer crítica ao passado conservador e tradicional.
2ª)1927-1940 – Geração PresençaContinuou os propósitos da 1ª, mas fez restrições a algumas propostas conservadoras e radicais. Integrou-se às preocupações universalistas, iniciando a prosa de análise psicológica.3ª)Geração Neorrealista – Valorizava a liberdade e a denúncia social; seus autores eram antifacistas, antinazistas, eram libertários influenciados pelo novo romance americano e pela literatura nordestina.
AutoresFernando Pessoa – *1888-Lisboa - †1935-LisboaÓrfão de pai aos 3 anos. Sua mãe se casou de novo e foi com ela para a África do Sul, sendo educado em colégio católico.Cursou Letras, mas desistiu, exercendo funções de tradutor de correspondência estrangeira. Não se casou, não teve filhos.A partir de 1912, participava de movimentos literários que originaram o Modernismo.
Em 1934, publicou seu livro Mensagem. Escreveu cerca de 300 poemas em jornais e revistas e 130 trabalhos em prosa. Morreu de cirrose hepática, em 1935.Em 1940, foram descobertos 11 volumes com 1200 poemas dele. Na Biblioteca Nacional de Lisboa há 25000 documentos inéditos dele, o maior poeta português do século XX. Foi influenciado pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer e pelo Simbolismo francês.Sua obra é dividida em:
*Obra ortonímica – Fernando Pessoa – ele mesmo – é lírico, saudosista, nacionalista, fala da solidão, do tédio, fala do mito de D. Sebastião, de D. Henrique, D. Affonso Henriques, D. Dinis...;
*Obra heteronímica – os heterônimos: Alberto Caeiro (camponês, sem estudos, é pensador, escrevia só poemas – “só a poesia dá conta da realidade”, usa linguagem direta e simples, é sensacionista – usa sensações, de uma filosofia espantosa, usa metonímias),
Álvaro de Campos (engenheiro, influenciado pelo Simbolismo, mas adere ao Futurismo, fala da cidade, do progresso do século XX, da era das máquinas, do barulho, da eletricidade e da velocidade), e Ricardo Reis (médico, escreve à maneira arcádica, cultua o carpe diem, o paganismo, o bucolismo, tem a musa Lídia, usa mitologia não-cristã);
*Obra em prosa – Bernardo Soares – fala sobre o drama das reflexões humanas, escreveu obras de ficção.
Obras importantesFernando Pessoa – Mensagem (dividido em: Brasão – fala de heróis portugueses -importantes – D. Henriques, D. Dinis..., Mar português – fala das navegações e Encoberto – fala de D. Sebastião, o Quinto Império...).
Alberto Caeiro – Ficções do interlúdio, poemas completos, compostos dos seguintes livros: O guardador de rebanhos, O pastor amoroso e Poemas inconjuntos.
Álvaro de Campos – Ode triunfal, Tabacaria e Poema em Linha Reta – poemas.
Ricardo Reis – poesias mais famosas Odes e 1914.
Bernardo Soares – O livro do desassossego (1982).
Mário de Sá-Carneiro - *1890-Lisboa - †1916-ParisDe família rica, filho único. Predeu a mãe aos 2 anos. Em estudos, no Liceu de S. Domingos, colaborou em um jornal por ele financiado, O chinó, que seu pai achava muito satírico. Fez peças teatrais, em companhia de seu amigo Tomaz Cabreira e, com ele, escreveu Amizade.Esse amigo se suicidou com um tiro no peito, o que o abalou por toda vida.
Cursou Direito, em Coimbra e foi para Paris, em 1912. Lá, escreve sempre para Fernando Pessoa e, em 1913, envia-lhe a obra Dispersão (poemas). Ainda nesse ano, lança A confissão de Lúcio, sua principal obra.Voltou de Paris em 1914 e, em 1915, saiu o 1ª Revista Orpheu.Agravou-se a crise financeira de seu pai, então retornou a Paris. Muito perturbado, acabou se suicidando lá, em um quarto de hotel.
Temas abordados – tensão constante, busca de respostas sem sentido, tentativa de captar o mundo através dos sentidos, angústia, sofrimento, a morte, a sensação de ser sempre um estrangeiro, um solitário, empurra-o para o aniquilamento.
