Modelo Nosográfico de Pinel e Esquirol
Click here to load reader
-
Upload
luiz-miranda-sa -
Category
Business
-
view
2.308 -
download
1
Transcript of Modelo Nosográfico de Pinel e Esquirol
Modelo Classificatório Nosográfico de Pinel e Esquirol
Modelos Diagnósticos 1 [email protected]
Nosotaxonomia, Nosografia e Nosologia
NOSOTAXONOMIA (noso + táxon) – classificação de enfermidades, doenças ou condições patológicas, quaisquer que sejam os critérios empregados.
NOSOGRAFIA nosos + graphos) – Classificação de enfermidades usando como téxon (critério classificatório) dados descritivos de sua forma, de sua aparência.
NOSOLOGIA (nosos + logos) – classificação de enfermidades empregando como táxon dados sobre sua explicação (etiopatogenia).
Esta nota é importante porque muitos dicionários, inclusive médicos, ignoram estes
dados lingüísticos essenciais.
Pinel e seu discípulo Esquirol foram psiquiatras que refletiram as tendências característica do Iluminismo e o espírito libertário gerado e avivado pela Revolução Francesa.
A nosografia de PINEL merece destaque especial porque foi um importantíssimo marco deste momento descritivo e clínico da psicopatologia. Inaugurou um tipo de procedimento diagnóstico que imperaria até o final do século dezenove e voltaria à tona no século XX com a CID-10 e as classificações americanas (DSM) que, equivocadamente, se pretendem kraepelinianas.
No ordenação de Pinel as classes I, II, III
e V representam as febres, as flegmasias, as hemorragias e as lesões orgânicas.
Ordem 2 – Nevroses das funções cerebrais
Subordem 1. Comas Gêneros: apoplexia, catalepsia,
epilepsia. Subordem 2. Vesânias Gêneros: hipocondria, melancolia,
mania, demência, idiotidmo, sonambulismo, hidrofobia.
Ordem 3 – Nevroses da locomoção e da
voz Subordem 1. Nevroses da locomoção Gêneros: nevralgia, tétano, convulsões,
dança de S. Vito, paralisia. Subordem 2. Nevroses da voz Gêneros: voz convulsiva, afonia.
Ordem 4 – Nevroses das funções nutritivas
Subordem 1. Nevroses da digestão Gêneros: espasmos do esôfago,
cardialgia, pirose, vômitos, dispepsia, bulimia, pica, cólica, cólica saturnina, íleo.
Subordem 2. Nevroses da respiração Gêneros: asma, coqueluche, asfixia. Subordem 3. Nevroses da circulação Gêneros: palpitações, síncope. Ordem 5 – Nevroses da geração Subordem 1. Nevroses genitais do
homem Gêneros: anafrodisia, satiríase,
priapismo. Subordem 2. Nevroses genitais da
mulher Gêneros: ninfomania, histeria.
Esquirol criou o conceito de monomanias (delírios localizados, exclusivos a um só tema, respeitando os atributos intelectuais), que antes eram chamadas de melancolia. As monomanias seriam alterações focais do psiquismo. ESQUIROL distingue as monomanias intelectuais (os delírios sistematizados, alucinações e ilusões); as monomanias afetivas (com perversão do afeto e do caráter, englobando a maioria dos casos que PINEL descrevia como mania sem delírio, inclusive a hipocondria e a loucura moral de PRITCHARD); as monomanias instintivas (com irresistível tendência para ações patológicas, como piromania, cleptomania, monomania homicida, dipsomania). Define as monomanias instintivas ou sem delírio como situações clínicas nas quais “o doente é arrastado para atos que a razão e o sentimento não determinam, que a consciência reprova e que a vontade já não tem força para reprimir”.
Este conceito, combatido desde sua origem, desapareceu, deixando apenas o sufixo mania nas designações de patologia da origem, modulação ou controle dos impulsos.
ESQUIROL distinguia a loucura moral, que inclui as perversões sexuais, dos estados passionais.
Esta época ainda não se conhecia a anatomia patológica nem fisiologia
neurológica. Conhecimento que só viriam a aparecer já avançado o século
dezenove. Daí o caráter meramente descritivo do conhecimento psiquiátrico.