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Cuiabá 2018
SILVANA RAZE
FISIOTERAPIA EM MULHERES COM OSTEOPOROSE NA MENOPAUSA
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SILVANA RAZE
FISIOTERAPIA EM MULHERES COM OSTEOPOROSE NA MENOPAUSA
Projeto apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá – UNIC.
Orientador: Prof(ª).HálissaBeliato
Cuiabá 2018
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SILVANA RAZE
FISIOTERAPIA EM MULHERES COM OSTEOPOROSE NA MENOPAUSA
Projeto apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá – UNIC.
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Cuiabá, ___ de _________ de 2018
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Dedico esse trabalho a minha família, que sempre esteve do meu lado nos momentos fáceis e difíceis dessa longa jornada acadêmica...
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RAZE, Silvana. Fisioterapia em mulheres com osteoporose na menopausa.
2017. 24 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia – UNIC
Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2017.
RESUMO
A mulher na menopausa apresenta diversos fatores clínicos e físicos,é uma
transição natural na vida da mulher onde os ovários deixam de produzir os
hormônios estrogênio e progesterona e de eliminar óvulos, cessando sua
menstruação dando um fim na sua capacidade reprodutiva. Contudo, há uma
facilidade e propensão a doenças relacionadas com essa fase da vida feminina,
como é o caso da osteoporose, que é um fator diretamente ligado a menopausa
devido as disfunções hormonais causadas durante e após menopausa. Nesta
revisão bibliográfica iremos abordar como a menopausa influencia na osteoporose, e
como a intervenção fisioterapêutica poderá prevenir e ajudar nessa importante
marco na vida da mulher.
Palavras-chave: Menopausa; Osteoporose; Tratamento; Fisioterapia; Hormônios.
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RAZE, Silvana. Fisioterapia em mulheres com osteoporose na menopausa.
2017. 24 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia – UNIC
Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2017.
ABSTRACT
The woman in the menopause presents several clinical and physical factors; it is a
natural transition in the life of the woman where the ovaries stop producing estrogen
and progesterone hormones and eliminate eggs, ceasing menstruation giving an end
to their reproductive capacity. However, there is an ease and propensity to diseases
related to this stage of female life, as is the case of osteoporosis, which is a factor
directly linked to menopause due to hormonal dysfunctions caused during and after
menopause. In this literature review, we will discuss how menopause influences
osteoporosis, and how physiotherapeutic intervention can prevent and help this
important milestone in a woman's life.
Key-Words: Menopause; Osteoporosis; Treatment; Physiotherapy; Hormones.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................8
1OSTEOPOROSE E MENOPAUSA.......................................................................10
1.1 A Osteoporose.........................................................................................10
1.1.1 Diagnóstico.................................................................................11
1.1.2 Tratamento.................................................................................11
1.1 Menopausa..............................................................................................11
2PREVENÇÃO A QUEDAS E FRATURAS............................................................13
2.1 Quedas....................................................................................................13
2.2 Fraturas....................................................................................................15
2.3 Prevenção................................................................................................15
3ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE
NA MENOPAUSA....................................................................................................17
3.1 Tratamento Individual.........................................................................................17
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................20
REFERENCIAS.......................................................................................................21
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INTRODUÇÃO
Atualmente, a menopausa tem sido reconhecida como mais do que apenas o
encerramento da vida reprodutiva feminina. Até recentemente, a condição de mulher
“menopausada” era raramente expressa em público, sendo considerada inclusive
motivo de constrangimento(UTIAN, 1993).
Não há uma idade certa para iniciar a menopausa, ela varia de mulher para
mulher. Em média, ocorre entre os 45 e 55 anos, podendo acontecer antes dessa
fase, de forma espontânea ou cirúrgica, a chamada menopausa precoce. A
menopausa cirúrgica ocorre após a retirada dos ovários ou do útero, quando
aparece após os 55 anos, é intitulada menopausa tardia.
A menopausa é mais um estágio na vida da mulher, nesse período ocorrem
transformações no organismo feminino, que aumentam a possibilidade de
aparecimento e agravamento de doenças, como exemplo, o aumento de chance de
osteoporose. Uma mulher de 50 anos apresenta um risco de fratura osteoporótica
durante a vida de 17,5% para o colo do fêmur, 15,6% para as vértebras, 16% para o
rádio distal, e de aproximadamente 40% em qualquer outro local do esqueleto
(MELTON, et al., 1992).
Problema comum nas mulheres após a menopausa,a osteoporose consiste
na redução da massa dos ossos, que alteram a microestrutura óssea. Essa doença
torna mais frágil a estrutura óssea da paciente, aumentando a probabilidade de
ocorrerem fraturas, que podem ter graves consequências. Entretanto, a osteoporose
é uma doença silenciosa que, na maioria das vezes, evolui sem sintomas. Mantendo
acompanhamento médico regular, é possível identificá-la e iniciar o tratamento o
quanto antes.
Isso nos leva àpensar em como a fisioterapia pode ajudar na redução de
chances de osteoporose nas mulheres na menopausa e como podemos
compreender e identificar os melhores métodos e condutas fisioterapêuticas em
mulheres na menopausa com osteoporose, visando sua melhora no quadro geral da
doença.
Nossos objetivos nesse trabalho será de abordar a osteoporose e a
menopausa, apontando suas principais características: Identificar a prevenção
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contra quedas, evitando possíveis fraturas e apresentar os melhores métodos
fisioterapêuticos para a prevenção e tratamento da osteoporose na menopausa.
Os métodos de tratamento estão mudando constantemente, a cada dia em
que a tecnologia avança e outros modos de prevenção e técnicas de tratamento são
descobertos e testados para saber se realmente são eficazes ou não. A fisioterapia
na osteoporose vem sendo muito abordada e falada, tanto no tratamento de idosos
acima de 60 anos, como também nas mulheres na menopausa.
Nesse sentido a importância desse estudo instaura-se na ampliação das
informações para que os profissionais fisioterapeutas que trabalham com esse grupo
especificamente, possam se atualizar em mais exercícios fisioterapêuticos, saber o
significado de osteoporose e menopausa e saber se a fisioterapia está contribuindo
de forma eficaz.
Este estudo se caracteriza como pesquisa bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica se centra na descrição, análise, e interpretação das informações
recolhidas durante o processo de pesquisa, procurando entendê-las de forma
contextualizada (GRESSLER, 1989).
A pesquisa é referente ao tratamento fisioterapêutico da osteoporose na
mulher com menopausa. Desenvolveu-se através de amparo bibliográfico e
exploratório, como uso de materiais científicos, como livros, revistas, materiais
didáticos de fisioterapia e artigos retirados das bases de dados Scielo, Pubmed e
Google Acadêmico, em trabalhos publicados nos últimos vinte anos. Foram usadas
as palavras menopausa, osteoporose, fisioterapia e reabilitação nos descritores das
buscas que permitiram com que a pesquisa fosse realizada com o intuito de alcançar
seu objetivo.
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1OSTEOPOROSE E MENOPAUSA
1.1 A OSTEOPOROSE
A osteoporose é considerada uma doença sistêmica que se progride com o
tempo e se caracteriza por diminuição da massa óssea e deterioração da
arquitetura, levando o osso a ficar mais frágil, o que geralmente aumentas o risco
fraturas(KANIS, 2002). As complicações clínicas da osteoporose incluem não só
fraturas, mas também dor crônica, depressão, deformidade, perda da independência
e aumento da mortalidade (KANIS, et al., 2008).
A osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em
idosos. A dificuldade e o alto custo do tratamento para o sistema de saúde tornam
pertinente o desenvolvimento de métodos capazes de identificar o grupo de maior
risco para que sejam implantadas medidas preventivas de fraturas osteoporóticas.
Embora a diminuição da massa óssea esteja associada ao aumento do risco de
fratura, o escore T indica risco relativo, e não risco absoluto para fraturas. Cerca de
80% das fraturas por fragilidade óssea ocorrem em pacientes com escore T superior
a -2,5 desvios padrão (JARVINEN et al., 2008).
A osteoporose pode ser considerada primária, que é de origem desconhecida,
ou secundária. A forma primária é classificada em tipo I e tipo II. No tipo I, também
conhecida por tipo pós-menopausa, tem-se uma acelerada perda de massa óssea e
ocorre na mulher que acabou de entrar na menopausa. Predominantemente atinge o
osso trabecular e é associada a fraturas das vértebras e do rádio distal
(HOCHBERG, 2006). A tipo II, ou senil, tem relação ao processo de envelhecer da
mulher e aparece por deficiência crônica de cálcio, aumento da atividade do
paratormônio e diminuição da formação óssea (RIGGS; MELTON, 1983).
A osteoporose secundária é decorrente de processos inflamatórios, como a
artrite reumatóide; alterações endócrinas, como hipertireoidismo e desordens nas
glândulas adrenais, mieloma múltiplo por falta de uso, por uso de drogas como
heparina, álcool, vitamina A e corticoides. Os corticoides inibem a absorção intestinal
do cálcio e aumentam sua eliminação de urina, diminuem a formação osteoblástica e
aumentam a reabsorção osteoclástica (LASH et al., 2009).
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1.1.1 Diagnóstico
Igual acontece na maioria das patologias, o diagnóstico é feito pela história da
moléstia atual e pregressa, exame físico e exames complementares. Geralmente a
osteoporose não apresenta muitos sintomas, geralmente só se manifesta por uma
fratura. A dor lombar é queixa comum, o espasmo muscular é a principal causa dos
sintomas, que também podem ser por pequenas fraturas, em muitos casos, é
consequente a uma fratura por compressão (BODEN, 1999).
Na história deve ser inserida a idade da paciente, se há histórico na familia,
rotina alimentar, atividade física, uso de café, cigarro ou ·álcool. No exame físico
pode-se verificar deformidade da coluna, deve-se incluir dados de peso e altura,
para acompanhamento (LANE et al., 2000).
1.1.2 Tratamento
Uma das principais formas de realizar o tratamento da osteoporose é a
prevenção. Alguns elementos são críticos,como o pico de massa óssea e a
prevenção da reabsorção pós-menopausa. O pico de massa óssea é dependente do
suporte calórico, da ingestão de cálcio e vitamina D, da função menstrual normal e
da atividade física. A maioria dos agentes terapêuticos atuam na reabsorção óssea,
como antirreabsortivos (GALI, 2001).
1.2MENOPAUSA
A menopausa é uma disfunção congênita que ocorre em um período
específico da vida de toda mulher, dentro do processo de envelhecimento feminino,
definindo-a de forma mais direta, é quando “uma mulher para de ovular e não pode
mais procriar” (FERREIRA, 2010).
Não se trata propriamente de uma doença ou disfunção, não exigindo
amenopausa necessariamente um determinado tipo de tratamento. No entanto,
quando os efeitos corporais ou subjetivos se tornam fortes e prejudiciais, deve-se
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aliviá-loscom tratamento medicamentoso e de acompanhamento psicológico
(GONÇALVES, 2012).
No entanto, é essencial entender a menopausa adequadamente em seu
processo de mudança fisiológica que causa diminuição e alteração nos níveis de
hormônios femininos responsáveis pela menstruação, e suas consequências
diversas e variáveis na vida cotidiana do segmento feminino da sociedade
(HOCHBERG, 2006).
Verifica-se que, muitas mulheres por ocasião desse evento, desconhecem ou
não são capazes de identificar, a maior parte das alterações hormonais, fisiológicas
e emocionais, envolvidas no processo de decréscimo da produção hormonal e
cessação de ciclos menstruais (GALI, 2001).
Provavelmente, esse desconhecimento deva estar associado à fatores que,
de fato agravam o estado físico e emocional das mulheres, dentre outros, uma difícil
condição de vida, carga elevada de trabalho (GONÇALVES, 2012).
Ou mesmo não ter oportunidade ou interesse de saber algo mais sobre seu
processo de envelhecimento, para além do senso comum, por exemplo, sobre a
menopausa, constituindo-se assim, em um período de vida com marca biológica
coberta de significados psicossociais.É importante, a nosso ver, que as mulheres
ganhem um conhecimento mais realista sobre as causas das mudanças observadas
em seu corpo, em sua subjetividade, em seu comportamento durante a meia-idade.
Desse modo, afigura-se como muito pertinente investigar como a literatura apresenta
essa fase tão marcante na vida das mulheres e vivenciada por elas, assim como
apresenta os fatores psicológicos e sociais associados a esse período
(MARTINI;GOMES 2009).
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2 PREVENÇÃO A QUEDAS E FRATURAS
2.1 Quedas
A queda é definida como uma falta de capacidade para corrigir o
deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço. As quedas entre
pessoas idosas constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde
pública devido a sua alta incidência, às consequentes complicações para a saúde e
aos custos assistenciais (CARREGARO;TOLEDO, 2008).
Um estudo de Campbell et al.,(1990), revelou que os objetos mais
relacionados a quedas foram irregularidades do piso e presença de degraus.Gill et
al. (1999), mostraram os principais fatores de risco ambientais relacionados com
algumas atividades diárias relevantes que podem ser amenizados com uma
intervenção, reduzindo, assim, o risco de quedas.
As consequências das fraturas podem ser sérias e estão associadas a altas taxas
de mortalidade (33% no primeiro ano) e aumento da morbidade (KEENE; PARKER;
PRYOR, 2003).
Devem então ser considerados, os diferentes fatores de risco para perdas
ósseas e também para quedas e fraturas. Dentre esses, destacam-se, no idoso, os
níveis séricos inadequados de vitamina D (< 30 ng/ml), responsáveis pela
diminuição das condições funcionais da musculatura dos membros inferiores. Isso
justifica a maior frequência de quedas e fraturas associadas à insuficiência de
vitamina D (WILKINS; BIRGE 2005).
O ritmo de crescimento da população com 60 anos ou mais tem sido intenso
nos últimos 30 anos no nosso país. A atividade física é um dos meios mais
importantes para se reduzir e até estabilizar o processo de evolução da
osteoporose, pois quando a atividade física está presente suficientemente ocorre à
hipertrofia óssea revertendo ou inibindo a osteoporose já instalada ou a
osteoporose em evolução (FRICHENBRUDER; ROSE, 1996apud CONVERSO,
2004).
Segundo as conclusões de Zazula e Pereira (2003), entre os benefícios da
atividade física para prevenção ou tratamento da osteoporose, destacam-se:
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incremento de cálcio nos ossos, aumento da densidade óssea, hipertrofia das
trabéculas, aumento do colágeno e aumento das atividades dos osteoblastos.
De acordo com Lemos et al.,(2006), a perda da independência funcional,
decorrente da incapacidade de deambular, é a principal consequência da fratura de
quadril, seja por limitação funcional ou por medo de quedas. A inatividade física
leva à piora da osteoporose e aumenta ainda mais os riscos de quedas e novas
fraturas.
Segundo Gamae Gomez-Conesa(2008), o risco de cair aumenta
significativamente com o avançar da idade, a previsão é de que um terço dos
idosos que vivem na comunidade cairá no prazo de um ano, e entre os
institucionalizados, esta previsão aumenta para 50%. Ao cair, cerca de 5% dos
idosos necessitam de hospitalização, principalmente por fratura de quadril, e, em
cada três casos, um dos pacientes falece no prazo de um ano.
Segundo Jarvinen et al.,(2008),como as fraturas osteoporóticas ocorrem
frequentemente em decorrência de quedas, principalmente na população idosa, é
de suma importância considerar os fatores de risco para quedas. Os mais
importantes são alterações do equilíbrio, alterações visuais, deficiências cognitivas,
declínio funcional e uso de medicamentos psicoativos e anti-hipertensivos. Uma
história de duas quedas ou mais nos últimos 6 meses permite classificar o idoso
como um “caidor”, demandando cuidados preventivos específicos.
A osteoporose tem sido recentemente reconhecida como um dos maiores
problemas de saúde pública do mundo, devido à alta taxa de morbidade e
mortalidade, relacionadas com fraturas, com ligeiro aumento nas mulheres idosas
(POLITO, 2010).
As mulheres brancas, não-obesas e com estrutura de pequeno porte
encontra-se em maior risco para a osteoporose, sendo os fatores nutricionais
contribuem também para o desenvolvimento da doença. Observa-se que 1 entre 2
mulheres brancas e 1 entre 8 homens brancos com mais de 50 anos de idade
apresentam uma fratura relacionada a osteoporose em suas vidas (BRUNNER;
SUDDARTH, 2002).Verifique a ortografia desse autor, na lista está diferente
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2.2 Fraturas
A perda de massa óssea é uma consequência inevitável do processo de
envelhecimento, entre as perdas apresentadas pelo idoso está a instabilidade
postural, que ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor, levando à
uma maior tendência a quedas (POLITO, 2010; BARBOSA, 2001).
A queda por ser definida como uma falta de capacidade para corrigir o
deslocamento do corpo durante seu movimento no espaço (PERRACINI;RAMOS,
2002).
De acordo com Cerqueira e Rezende (2002), apesar da existência de
intervenções médicas para osteoporose, a atividade física é altamente
recomendada como o primeiro passo em sua prevenção e manutenção. O valor
preventivo de exercício físico não é o único fator em potencial para reduzir a perda
óssea e melhorar a força muscular, mas também é benéfico em prevenir quedas e
reduzir fraturas ósseas.
Ossos e músculos respondem bem ao estresse físico, tornando-se maiores
e mais fortes. Exercícios físicos provocam tensão física no corpo, ajuda a estimular
o crescimento ósseo, preservar a massa óssea e, consequentemente, auxilia na
prevenção e tratamento da osteoporose (CHAN et al., 1998apudDALSKYet al.,
2003).
2.3 Prevenção
Segundo Driusso (2000), é importante destacar que a atividade física
promove ganho de massa muscular, aumento da massa óssea ou redução de sua
perda, maior tolerância ao esforço e melhor equilíbrio, o que diminui o risco de
quedas e fraturas, eventos frequentes entre portadores de osteoporose.
Dessa forma, realização de exercícios físicos específicos regulares
possibilita a manutenção da independência física para realização das atividades da
vida diária e melhor qualidade de vida (NAVEGA; OISHI2007).
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A falta de protocolos bem definidos, determinando tipo, frequência,
intensidade e duração de exercícios específicos dificultam a escolha do programa
de condicionamento físico para prevenção e tratamento das pacientes com
osteoporose (NAVEGA; OISHI 2007).
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3 ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE
NA MENOPAUSA
Considerando as modificações característica desse período os principais
objetivos do tratamento fisioterápico são estimular a circulação prevenindo
diminuindo as estases venosa e linfática e melhorando metabolismo pelo
fornecimento de sangue arterial melhor circulante (CUNHA, et al, 2008).
Prevenir ou corrigir postura incorreta devido ao estresse das atividades de
vida diária, déficit muscular ou adquiridos pela depressão de estar “chegando ao
fim da vida”. Preservar a elasticidade/tônus dos músculos e amplitude das
articulações contribuindo para manter as linhas de tração sobre o osso.Conservar
as características saudáveis da pele e tecido conjuntivo pela melhoria da circulação
em hidratação. Preservar e melhorar o trabalho respiratório pela reeducação da
função muscular e da amplitude tóraco-pulmonar corretas frente aos padrões
ventilo respiratórios.Melhorar a coordenação nervosa reflexa entre os músculos
esqueléticos e os órgãos pélvicos (FERRIANI, 2011).
3.1 Tratamento Individual
O tratamento é realizado de acordo com o paciente, como idade e estilo de
vida e o sintomas apresentados, levando em consideração as características
sociais e psicológicas. As técnicas mais utilizadas são a cinesioterapia,
massoterapia e a laserterapia, magnetoterapia e a termoterapia, além do TENS e o
ultrassom. (BARBOSA, 2001)
Osteoporose é identificada não somente pelo conteúdo mineral do osso mas
também pelo colágeno que é perdido. As fraturas dos corpos vertebrais, dorsais e
lombares das costelas, regição proximal do fêmur e do úmero e da região distal do
rádio são as mais predominantes. (POLDEM; MANTLE, 1993)
Diante das disfunções cinético-funcionais, o fisioterapeuta, por meio do diagnóstico
funcional, pode atuar através de diversos recursos terapêuticos, objetivando
diminuir os efeitos comuns do climatério e interferir, de forma positiva, em possíveis
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disfunções sexuais, nas relações interpessoais e na qualidade de vida
(MENDONÇA, 2004; ETIENNE; WAITMAN, 2006).
Os Exercícios de Kegel também podem auxiliar na reeducação
comportamental para normalizar funções sexuais (BIANCO; BRAZ, 2004;
FORTUNATO et al., 2005), pois se tratam de atividades de contração dos MAP
para o fortalecimento, melhora na lubrificação vaginal, controle dos esfíncteres e
consciência perineal.
A Cinesioterapia auxilia no treino da consciência corporal e fortalecimento
dos músculos do assoalho pélvico (MAP), esses funcionam como estabilizadores
dos órgãos pélvicos, como útero e bexiga, agem na continência urinária e fecal e
podem contribuir nas distintas fases da resposta sexual feminina como desejo,
excitação e orgasmo (PIASSAROLLI et al., 2010).
Os exercícios de resistência que aumentam a dor articular durante ou após
sua prática indicam que está sendo utilizada muita resistência, que a tensão está
sendo colocada em uma parte inadequada do arco de movimento ou que o exercí-
cio está sendo praticado incorretamente. Os exercícios de alongamento com pesos
pequenos, como o alongamento prolongado, realizado três ou mais vezes ao dia,
levarão a uma relação comprimento-tensão mais adequada para os músculos que
circundam as articulações e podem reduzir a tensão nas estruturas intra-articulares
e periarticulares. Os exercícios realizados em casa precisam ser cuidadosamente
planejados e monitorados. Uma modalidade física de calor pode diminuir a dor e a
rigidez, e o frio reduz a dor e a inflamação (HANKS; LEVINE, 2002).
Tem sido especulado sobre as atividades com peso, as quais seriam
benéficas e atingiriam o objetivo de preservar o pico de massa óssea, mas
aumentariam o risco de prejudicar a cartilagem articular, direcionando para a
osteoartrose nas articulações (AMIN, 2002).
A hidroterapia é uma alternativa válida para os portadores de osteoporose,
especialmente quando associada a osteoartrose. Pacientes com osteoporose
moderada e grave que apresentarem dores, fraturas instáveis e outras
complicações também podem ser tratados com TENS, que proporciona grande
alívio nesses casos. Para esses pacientes a orientação e a educação são fatores
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importantes da conduta fisioterapêutica, pois diminuem os riscos de fraturas
(PEREIRA, et al., 2002).
É amplamente aceito que a atividade física tem ação benéfica sobre a
formação óssea e redução do risco de fraturas. A falta de atividade física pode
causar perda acentuada de massa óssea, como tem sido evidenciado em
indivíduos acamados ou submetidos à imobilização por períodos prolongados
(FRISOLI JÚNIOR, et al., 1997).
A prescrição da natação visa maior relaxamento, amplitude dos movimentos,
melhora da dor e condicionamento cardiorespiratório, do que aumento da massa
óssea propriamente dita. Exercícios abdominais devem ser evitados, pois podem
sobrecarregar a região anterior da coluna, local comum de fraturas (FRISOLI
JÚNIOR, et al., 1997).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deve-se salientar que orientações e recomendações quanto à realização de
exercícios físicos são muito importantes devido aos benefícios advindos de sua
prática regular e sua interferência na dieta sensorial. Diversos estudos demonstram
a importância dos exercícios resistidos (musculação) associados aos de equilíbrio,
por exemplo, Tai-Chi, na promoção da saúde e na redução de quedas e fraturas. No
entanto, para aperfeiçoar os efeitos dos exercícios se recomenda a inserção de
programas para melhorar a postura.
As mulheres desejam envelhecer normalmente de acordo com a idade
cronológica e não prematuramente, e desejam ainda envelhecer com todos os
sistemas e órgãos funcionando bem para usufruir dos prazeres, da liberdade, das
oportunidades e encantos que a vida nos proporciona. Portanto os fisioterapeutas
tem que estar cada dia mais preparados para ajuda-las a enfrentar e prevenir os
distúrbios do climatério,e a melhor “arma” para alcançarmos isto é a cinesioterapia
específica para esta fase e a educação da mulher para que se possa orientar sua
família no desempenho de atividades físicas para adequadas faixas etárias.
A importância desse estudo é trazer de forma mais clara, elaborada e
objetiva, pra que as pessoas entendam o que é a doença e que a sua vida não pode
parar por causa dela, e assim também as mais jovens possam enfrenta-lá de forma
correta futuramente.
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