Modelo de Mapeamento de Escolas Profissionalizantes Inclusivas
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Mostra Nacional de Iniciação Científica e Tecnológica Interdisciplinar – III MICTI Fórum Nacional de Iniciação Científica no Ensino Médio e Técnico - I FONAIC-EMT
Camboriú, SC, 22, 23 e 24 de abril de 2009 Universidade Federal de Santa Catarina - Colégio Agrícola de Camboriú
_____________________________________________________________________________________________________
Mapeamento da Educação profissional de pessoas com deficiências no Estado de Minas Gerais
Huana Silva Estanisláo1 Maria Luiza Pires Tertuliano2
Izaura Maria de Andrade da Silva3 Rosemary Dore Heijmans4
Resumo
Este artigo apresenta resultados parciais de uma pesquisa em andamento, que visa a identificar e a caracterizar as organizações escolares que têm oferecido educação profissional direcionada para pessoas com deficiência no Estado de Minas Gerais. Este projeto de pesquisa está articulado ao projeto mais amplo intitulado “Políticas de Educação Profissional para Pessoa com Deficiência” que tem como objetivo identificar e analisar as razões pelas quais a educação profissional direcionada às pessoas com deficiência tem sido oferecida através de uma organização escolar diferenciada. A coleta de informação foi realizada através de pesquisas em planilhas do censo escolar 2007, disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). As instituições foram caracterizadas segundo sua dependência administrativa, infra-estrutura, oferta de apoio pedagógico especializado, número de pessoas com deficiências matriculadas. Os resultados revelaram reduzido índice de matrícula de alunos com deficiência nas escolas técnicas de Minas de Gerais
Palavras chaves: Educação profissional; Pessoas com deficiência; Educação especial
1 INTRODUÇÃO
No processo de aprendizagem de iniciação científica, com três meses de
imersão no grupo de pesquisa sobre políticas de educação profissional, com
atividades desenvolvidas em oito horas semanais aceitamos o desafio de
compartilhar o produto coletivo de nosso trabalho e de nossas aprendizagens.
Estando cientes que o processo está no início e os resultados são ainda incipientes.
Apresentamos neste artigo os resultados parciais de uma pesquisa em
andamento que visa a identificar e a caracterizar as organizações escolares que têm
oferecido educação profissional direcionada para pessoas com deficiência no Estado
de Minas Gerais
Diversas razões motivaram a realização deste estudo, dentre as quais
destacamos os altos índices de exclusão de jovens e adultos com deficiência das
oportunidades de escolarização e, principalmente, de formação profissional.
1 Bolsista do PROVOC / UFMG [email protected]
2 Bolsista do PROVOC / UFMG [email protected]
3 Doutoranda do programa de Pós graduação da FAE/UFMG [email protected]
4 Doutora em Educação, professora da FAE/UFMG [email protected]
Anais da III Mostra Nacional de Iniciação Científica e Tecnológica Interdisciplinar – III MICTI - 2009 e I Fórum Nacional de Iniciação Cientifica no Ensino Médio e Técnico – I FONAIC – EMT - 2009
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2 METODOLOGIA
O objetivo deste trabalho é o de caracterizar as instituições de educação
que oferecem educação profissional para pessoas com deficiência, no Estado de
Minas Gerais
Este projeto de pesquisa está articulado ao projeto mais amplo intitulado
“Políticas de Educação Profissional para Pessoas com Deficiência” que tem como
objetivo identificar e analisar as razões pelas quais a educação profissional
direcionada às pessoas com deficiência tem sido oferecida através de uma
organização escolar diferenciada.
A coleta de informação será efetivada através de pesquisas em bancos
de dados do censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), consulta aos responsáveis pela coordenação
da educação especial e profissional no Estado de Minas Gerais; consulta às
lideranças de movimentos sociais de pessoas com deficiência, como o Centro de
Vida Independente, Fraternidade Cristã de Pessoa com Deficiência.
Nesta fase da pesquisa, investigamos as informações do censo escolar
referente ao ano de 2007. No primeiro momento, selecionamos as variáveis que
consideramos importantes para atingir os objetivos traçados para a pesquisa. As
variáveis selecionadas foram: nome de instituição de educação profissional inclusiva;
Estado, Município; Dependência administrativa, categoria da escola privada,
mantenedora da escola privada, matrículas por tipo de deficiência, dependências e
vias adequadas; oferta de apoio pedagógico especializado. O principal critério para a
seleção dessas variáveis é o de identificar as condições das instituições de
educação profissional no diz respeito ao acesso de pessoas com deficiência. Esses
dados foram solicitados ao INEP, que prontamente os disponibilizaram via internet,
por meio de planilhas.
Na apresentação dos resultados parciais da pesquisa, utilizamos a
terminologia utilizada no censo escolar do INEP «necessidades educacionais
especiais», que inclui, além dos alunos com deficiência visual, auditiva, mental, física
e múltipla, alunos com transtornos evasivo do desenvolvimento e ainda os que são
portadores de altas habilidades. Nossa pesquisa refere-se apenas às pessoas com
deficiência
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
O Censo Escolar do INEP relativo ao ano de 2007 registraram no Brasil
490 matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais em classes
comuns de escolas regulares de educação profissional, em nível técnico. Do
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montante dessas matrículas, apenas 23 foram em instituições do Estado de Minas
Gerais
Tabela 1- Matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais na Educação profissional de nível técnico no Brasil e Minas Gerais - 2007 Modalidades de Educação profissional
Matrículas de alunos com necessidades educacionais
Brasil
Matrículas de alunos com necessidades educacionais
Minas Gerais
Concomitante 272 6
Subseqüente 123 17
Educação de Jovens e Adultos integrada a educação profissional nível médio
95 0
Total 490 23
Fonte: censo escolar INEP 2007
Como podemos observar na Tabela 1, existem poucas matrículas de
alunos com necessidades educacionais especiais no Brasil. Com base nos dados o
INEP-2007, foram apenas 490 pessoas com algum tipo de necessidade educacional
especial que se matricularam nos ensinos profissionais de nível técnico; 272 no
ensino concomitante e 123 no ensino subseqüente; na educação de jovens e adultos
integrada à educação profissional de nível médio, foram apenas 95 matrículas em
todo País. Já no Estado de Minas Gerais, esses números são ainda mais reduzidos,
e nenhuma matrícula foi feita na educação de jovens e adultos integrada à educação
profissional de nível médio. Por que o Estado de Minas Gerais não apresenta
nenhuma matrícula na modalidade na educação de jovens e adultos integrada à
educação profissional de nível médio? Seria isto um problema da falta de recursos
nesta e em outras áreas do ensino inclusivo no Brasil?
Nas tabelas 02 e 03, apresentamos a caracterização das instituições de
educação profissional em Minas Gerais que registraram matrículas de alunos com
necessidades educacionais em 2007. A Tabela 02 relaciona às escola que ofertaram
o ensino profissional concomitante e a Tabela 03 o ensino profissional subseqüente.
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Tabela 2- Educação profissional concomitante inclusiva em Minas Gerais – Ano: 2007
Fonte: censo escolar INEP 2007
Nome da instituição
Dependência administrativa (Categoria da escola privada)
Mantenedora Da escola Privada
Município Localização
Escola
agrotécnica
federal De
Machado
Federal ------- Machado
Rural
Colégio
universitário
Padre De Man
Filantrópica Empresa Coronel
Fabriciano
Urbana
SENAC unidade
XIII
Particular
Sindicato
SENAC
Poços de Caldas Urbana
Escola técnica
Limassis
Particular
Empresa Delfim Moreira Urbana
Centro
educacional
Roberto Porto
unidade III
Particular
Empresa Itabira Urbana
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Tabela 3 - Educação profissional Subseqüente inclusiva em Minas Gerais Ano: 2007 Nome da instituição
Dependência administrativa (Categoria da
escola privada)
Mantenedora da escola Privada
Município Localização
IEC Unidades Inconfidentes Municipal ------- Contagem Urbana
IEC Unidade Cruzeiro Do Sul
Municipal ------- Contagem Urbana
EM Dr.José Januário De Magalhães
Municipal ------- Muzambinho Urbana
CEFET De Uberaba
Federal ------- Uberaba Urbana
Escola Agrotécnica Federal De
Machado
Federal ------- Machado Rural
Escola Agrícola Adolfo Alves
Resende
Municipal ------- Campina Verde Rural
Escola Agrotécnica Federal De
Muzambinho
Federal ------- Muzambinho Rural
Colégio Profissional Orlando
Chiarini
Particular Sindicato
SENAI
Pouso Alegre Urbana
Escola Prot Odont Dr. Dagoberto
Fernandes
Particular Empresa Belo Horizonte Urbana
CAP- Centro de
Treinamento e Aperfeiçoamento
Profissional
Particular Empresa Uberlândia Urbana
CEFORTEC-Centro Educacional De
Formação Tecnológica
Particular
Empresa Juiz De Fora Urbana
Colégio Atenas
Unidade III
Particular
Empresa Varginha Urbana
Fonte: censo escolar INEP 2007
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Os dados apresentados pelo INEP referente ao censo escolar de 2007
mostram que a educação técnica de pessoas com deficiência é desenvolvida em 16
estabelecimentos públicos (federal, estadual e municipal) e privados (particular,
confessional, e filantrópico) que se caracterizam como escolas técnicas,
agrotécnicas, centros de educação tecnológica, centros de formação profissional,
associações/escolas, dentre outros tipos de estabelecimento de ensino.
Nos 16 estabelecimentos de Educação profissional em Minas Gerais que
possuem matrículas de pessoas com deficiência, 03 são de âmbito federal, 04
municipal e 09 privados. No diz que respeito à localização das escolas, 13 estão
situadas na área urbana e 03 na área rural. A concentração da oferta de educação
profissional técnica inclusiva está na área urbana, Na área rural, oferecem educação
técnica inclusiva apenas instituições públicas sendo 02 federais e 01 municipal.
Das 09 instituições privadas que ofertam educação profissional inclusiva,
08 são particulares, 01 filantrópica/confessional. Quanto à entidade mantenedora, 02
são mantidas por sindicato (SENAI/SENAC) e o restante são mantidas por uma ou
mais pessoas físicas ou jurídicas.
Das instituições particulares, apenas duas não possuem convênio com o
poder público, sendo uma de caráter particular e a outra filantrópica.
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Tabela 04 -Matrículas realizadas em Minas Gerais por tipo de deficiência
Fonte: censo escolar INEP 2007
A maior parte das matrículas das pessoas com deficiência foram na
modalidade subseqüente (17). As matrículas de alunos com baixa visão e deficiência
física foram preponderantes, 7 e 5 respectivamente. Não foi constatada nenhuma
matrícula de pessoa com deficiência múltipla, transtornos evasivos do
desenvolvimento , surdo cegueira. Esses dados revelam que as escolas não
dispõem dos recursos necessários que possibilitam o acesso de todas as pessoas
com deficiência. O acesso está restrito apenas a algumas categorias de deficiência.
Apenas 35% dos estabelecimentos possuem dependências e vias
apropriadas, incluindo sanitários adequados à pessoa com deficiência e ou
mobilidade reduzida. Nenhumas das escolas possui sala de recurso.
Tipo de deficiência
Matrículas realizadas no
Ensino concomitante
Matrículas realizadas no Ensino
subseqüente
Educação técnica profissional de jovens
e adultos integrada
Cegueira
2 0 0
Baixa visão
0 7 0
Surdez
2 1 0
Auditiva
0 2 0
Surdocegueira
0 0 0
Física
2 5 0
Mental
0 1 0
Transtornos evasivos do
desenvolvimento
0 0 0
Síndrome de Down
0 1 0
Múltipla
0 0 0
Habilidades
Superdotadas
0 0 0
Total
6 17 0
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4 CONCLUSÃO
A partir do estudo realizado até agora podemos concluir que a
precariedade de oferta dos recursos e serviços de atendimento especializado pelo
sistema de ensino e pela instituições é uma das causas dos baixos índices de
matrículas das pessoas com deficiência na educação profissional técnica.
REFERÊNCIAS
BRASIL/MEC/INEP. Micro dado do censo escolar 2007. Brasília, 2008. SILVA.Izaura M A. Políticas de educação profissional para pessoas com deficiência. Projeto de Pesquisa aprovado pelo colegiado do programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a orientação da professora Rosemary Dore Heijmans. Belo Horizonte, 2008.