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Anos 20
Anos 20
1920
“Os Anos Loucos”
O pós-guerra inaugura um novo estilo de vida, onde todos devem aproveitar ao
máximo o instante presente. As carruagens com seus equipamentos dão lugar aos
automóveis. O consumismo e os gastos em grandes festas ao som de jazz,
charleston e regado ao melhor champangne, são desenfreados, e todos para
viverem plenamente têm a necessidade de se sentirem livres.
Foi a era das inovações tecnológicas, da eletricidade, da modernização das fábricas,
do rádio e do início do cinema falado, que criaram, principalmente nos Estados
Unidos, um clima de prosperidade sem precendentes, constituindo um dos pilares
do chamado "american way of life" (o estilo de vida americano). Depois de 81 anos
de luta, as mulheres dos Estados Unidos conquistam o direito ao voto.
Acontece em Berlim, na Alemanha, a primeira exposição da arte dadaísta, a arte
que nega a arte. Surge em Paris o Manifesto Dadaísta, cujo expoente é Marcel
Duchamp e seu urinol intitulado “Fonte (1916)”. A arte estava em processo de
ebulição e o intuito deste movimento era chocar.
1921
A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também frequentava os
cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo
Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das
atrizes famosas, como Gloria Swanson, Greta Garbo e Mary Pickford.
A jovem mulher moderna troca o corpete por um visual mais audacioso. O tamanho
das roupas íntimas diminui, mas sua importância aumenta. As mulheres que
trabalham fora já gastam metade do salário em lingeries.
Nessa época, os Estados Unidos já possui oito milhões de mulheres trabalhando fora
de casa.
É lançado o perfume "Chanel nº 5", ainda hoje um dos mais
vendidos no mundo e o primeiro que se afirma claramente como uma fragrância
artificial. Dentro de um frasco art déco - que foi incorporado à coleção permanente
do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959.
1922
Brasil - Semana de Arte Moderna, realizada por intelectuais, como Mário de
Andrade e Tarsila do Amaral, levou ao Teatro Municipal de São Paulo artistas
plásticos, arquitetos, escritores, compositores e intérpretes para mostrar seus
trabalhos, os quais foram recebidos, ao mesmo tempo, debaixo de palmas e vaias.
A Semana de Arte Moderna foi o grande acontecimento cultural do período, que
lançou as bases para a busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira,
que começou a surgir nos anos 30.
1923
Em 15 de agosto, artistas da Bauhaus expõem em Weimar. Entre eles estão Walter
Gropious, fundador da Bauhaus, em 1919, Paul Klee, Lyonel Feininger e Vassili
Kandinski
Uma nova fase inicia na economia, na política e na cultura, está se formando então:
“o mundo moderno”.
Figura característica desta época: a melindrosa, com seu ar alegre e travesso, ela
era ousada e namoradeira. Muitas vezes imprudente em busca de diversão e
emoções, ela reflete um novo tempo, emergindo da metrópole.
Depois de praticamente um século de vestidos colados ao corpo e espartilhos
asfixiantes, as mulheres começam a afirmar seus direitos recém conquistados de se
vestirem “como homens”. Embora, a silhueta andrógena, que dá adeus às curvas,
exibe pernas longas e finas e deixe a mulher mais parecida com crianças, exija
tanto esforço quanto antes. Novos métodos e “corpetes” surgem a fim de achatar o
corpo, e muitas delas também aderem ao visual de magreza devido a regimes de
fome.
A maturidade se tornou fora de moda. Os heróis, agora, eram “filhos” e no caráter
destes, havia algo de romântico, suscetível, impulsivo, ocasionalmente fraco e,
muitas vezes, psicologicamente instável.
1925
Em 1925 houve em Paris a exposição que trazia elementos da Art Deco
(ornamentação excessiva) junto a obras minimalistas. Logo, essas informações se
mesclavam na moda, e linhas lisas, angulares e geométricas do modernismo
começam a dominar as roupas e acessórios.
No Teatro Champs-Elysées, em Paris, a cantora e dançarina Josephine Baker,
provoca alvoroço em sua apresentação, com trajes ousados.
O desejo de liberdade é, sobretudo,
vinculado pela elite intelectual e por artistas da época, que dão alicerces para a
emancipação sexual e das mulheres e para as próprias revoluções artísticas. Tudo
isso reflete de forma gigantesca na moda.
Em 14 de novembro, surrealistas mostram seus trabalhos em Paris, na primeira
grande exposição do gênero inspirado na obra freudiana e no inconsciente onírico.
Dentre esta série de acontecimentos, se destacam nomes como Max Ernst, Paul
Klee, Miró, Kandisky, o já tão citado Picasso e Salvador Dali.
1926
O costureiro Jean Patou, famoso na época por desenvolver uma moda
extremamente esportiva, sobretudo em trajes de banho, criou coleções inteiras
para a estrela do tênis Suzanne Lenglen. Suas roupas de banho também
revolucionaram a moda praia.
Outra novidade moderna foi o bronzeado. Anteriormente era ligado às classes
baixas que trabalhavam ao sol. Um bronzeado implicava que a pessoa tinha tempo
e dinheiro para ficar exposta ao sol ou praticando exercícios ao ar livre.
A pele bronzeada tornou-se moda graças à maior estilista deste período, Gabrielle
Coco Chanel.
Chanel, cujo estilo corresponde perfeitamente a esta modernidade e às inspirações
revolucionárias trouxe muitos artigos do vestuário masculino: blazers, camisas com
abotoaduras, capotes e roupas de alfaiataria em tweed de lã grossa, além das
calças, principalmente as do estilo pantalona.
Em 1926 Chanel promoveu a cor preta, até então ligada exclusivamente aos
homens e ao luto, esta poderia ser explorada puramente por sua elegância e
capacidade de “cair bem”. Nasce o conhecido “pretinho básico”, com a
publicação de uma ilustração na revista Vogue, comparou o vestido preto com o
Ford Preto, que em breve seria largamente adotado.
1927
A mulher moderna pede liberdade de movimentos e a moda parisiense já mostra as
novas roupas que reduzem os bustiês e estreitam os quadris. A simplicidade é a
marca do estilo.
As saias sobem e as cinturas alargam. A silhueta era tubular, com vestidos mais
curtos, decotados, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e
costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston
- dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos, e para a
prática de esportes (difundido com o tênis e o golfe).
As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas.
O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo
mais popular era o "cloche” - touca grudada na cabeça em forma de sino, -
enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la
garçonne” - cabelo cortado reto na altura do queixo.
Os olhos eram bem marcados com maquiagem escura, as sobrancelhas tiradas e
delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da
maquilagem, e a boca pequena cor carmim, pintada em forma de coração ou de
arco de cupido.
A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção
estava toda voltada aos tornozelos. Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês,
subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro
escândalo aos mais conservadores.
1928
O governo dos Estados Unidos enfrenta um grave problema de desemprego.
No mesmo ano, o dirigível alemão Graf Zeppelin é a primeira aeronave comercial a
fazer a viagem de ida e de volta entre Europa e Estados Unidos
1929
Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando
a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia
para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados
Unidos, e, consequentemente, o resto do mundo. Os anos seguintes ficaram
conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e
desespero.