MOÇÃO DE APOIO AO CAMARADA CESARE BATTISTI

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MOÇÃO DE APOIO AO CAMARADA CESARE BATTISTI ao Ministro de Estado da Justiça, Tarso Genro  Não lhe chamarei de senhor ou mesmo serei formal; lhe chamarei de companheiro, pois sou militante do movimento estudantil, delegado eleito do DCE da UNESP-Marília, tal qual algum dia o companheiro ministro militou nos movimentos tantos que buscam um mundo melhor. Faço um apelo para que haja extremo cuidado e considerar de sua parte no que se refere à tramitação do processo de outro companhei ro, Cesare Battisti. Faço um apelo para que, dado que este recorreu ao companheiro ministro diante da negativa de seu pedido de asilo  político negado pelo CONARE, você, companheiro Tarso defira o pedido, torne-o oficialmente asilado político. As forças neofascistas e de extrema direita se levantam e se reorganizam no mundo todo; o governo da Itália de Berlusconi é um dos exemplos mais bem acabados; cabe a nós, lutadores, que queremos um mundo de igualdade, justiça e liberdade, nos unirmos contra as forças reacionárias; acima de qualquer divergência ideológica, somos todos camaradas na luta contra estas forças. Neste momento companheiro Tarso, compete a você, exclusivamente a você, na condição de ministro de estado, se posicionar contra e mostrar a direitada européia que eles não manterão esse camarada preso, encarcerado por 30 anos, o que equivaleria, para um homem de 50 anos, como é o caso de Battisti, uma condenação à morte. A história é escrita a cada momento por cada homem, camarada ministro; cabe àqueles que disto sabem agarrá-la  pelo pescoço, buscando dobrá-la; foi esta a opção de Battisti, se engajando em um grupo de extrema esquerda. As acusações que lhe são feitas ele nega; a confissão que o acusa destes homicídios, foi obtida sob condições suspeitas, em um contexto de um estado fascistóide, e de um processo completamente questionável; não foi dado a Battisti o direito de defender-se, o  processo correu a revelia. Sei que estas informações não são necessárias ao camarada ministro, tendo em vista seu pleno acesso ao processo; mas as digo para ressaltar o arbítrio do processo e das acusações. Hoje, companheiro ministro, pode parecer simples decidir, com uma canetada, qual será o destino de um homem; mas, lembre-se do seu passado, de seus companheiros na luta contra a ditadura, na luta por um mundo melhor que tombaram, vítimas da sanha repressora dos defensores do  stat us quo dos ricos, dos latifundiários, dos reacionários, dos torturadores. Qualquer negativa de sua parte quanto ao pedido de Battisti equivalerá a uma negação de todo seu passado de luta. Além disso, sendo membro do PT, PARTIDO DOS TRABALHADORES, não se esqueça que Battisti está de um lado da luta de classes, e que, numa situação imaginária, ele teria sido seu companheiro de luta, teria defendido o camarada ministro dos ataques da direita fascista; quis a história que se desse o contrário, que coubesse ao camarada ministro defender o camarada Battisti da direitada fascistóide; queremos nós, militantes, nós, as forças  progressistas da sociedade, que assim proceda o ministro, que torne Battisti asilado político. Queremos. Cabe ao camarada Tarso uma escolha: ou pôr a vontade daqueles que lutam em  prática, ou, ao contrário, legitimar a morte de um lutador, perseguido a vida toda pela extrema- direita, e assim, enterrar e tornar vazia de sentido uma história pessoal, a história de um partido e a história de um país, que se pretende livre, democrático, e igualitário . Saudações de luta Marília, 03 de dezembro de 2008 Felipe Luiz, RG. 41.158.126-9 Delegado eleito do campus de Marília para o DCE da UNESP

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MOÇÃO DE APOIO AO CAMARADA CESARE BATTISTI

ao Ministro de Estado da Justiça, Tarso Genro

 Não lhe chamarei de senhor ou mesmo serei formal; lhe chamarei de companheiro, pois

sou militante do movimento estudantil, delegado eleito do DCE da UNESP-Marília, tal qualalgum dia o companheiro ministro militou nos movimentos tantos que buscam um mundo

melhor. Faço um apelo para que haja extremo cuidado e considerar de sua parte no que serefere à tramitação do processo de outro companheiro, Cesare Battisti. Faço um apelo para que,

dado que este recorreu ao companheiro ministro diante da negativa de seu pedido de asilo político negado pelo CONARE, você, companheiro Tarso defira o pedido, torne-o oficialmente

asilado político. As forças neofascistas e de extrema direita se levantam e se reorganizam no

mundo todo; o governo da Itália de Berlusconi é um dos exemplos mais bem acabados; cabe a

nós, lutadores, que queremos um mundo de igualdade, justiça e liberdade, nos unirmos contraas forças reacionárias; acima de qualquer divergência ideológica, somos todos camaradas na

luta contra estas forças. Neste momento companheiro Tarso, compete a você, exclusivamente avocê, na condição de ministro de estado, se posicionar contra e mostrar a direitada européia que

eles não manterão esse camarada preso, encarcerado por 30 anos, o que equivaleria, para umhomem de 50 anos, como é o caso de Battisti, uma condenação à morte. A história é escrita a

cada momento por cada homem, camarada ministro; cabe àqueles que disto sabem agarrá-la pelo pescoço, buscando dobrá-la; foi esta a opção de Battisti, se engajando em um grupo de

extrema esquerda. As acusações que lhe são feitas ele nega; a confissão que o acusa desteshomicídios, foi obtida sob condições suspeitas, em um contexto de um estado fascistóide, e de

um processo completamente questionável; não foi dado a Battisti o direito de defender-se, o processo correu a revelia. Sei que estas informações não são necessárias ao camarada ministro,

tendo em vista seu pleno acesso ao processo; mas as digo para ressaltar o arbítrio do processo e

das acusações. Hoje, companheiro ministro, pode parecer simples decidir, com uma canetada,

qual será o destino de um homem; mas, lembre-se do seu passado, de seus companheiros naluta contra a ditadura, na luta por um mundo melhor que tombaram, vítimas da sanha repressora

dos defensores do  status quo dos ricos, dos latifundiários, dos reacionários, dos torturadores.Qualquer negativa de sua parte quanto ao pedido de Battisti equivalerá a uma negação de todo

seu passado de luta. Além disso, sendo membro do PT, PARTIDO DOS TRABALHADORES,

não se esqueça que Battisti está de um lado da luta de classes, e que, numa situação imaginária,

ele teria sido seu companheiro de luta, teria defendido o camarada ministro dos ataques dadireita fascista; quis a história que se desse o contrário, que coubesse ao camarada ministro

defender o camarada Battisti da direitada fascistóide; queremos nós, militantes, nós, as forças progressistas da sociedade, que assim proceda o ministro, que torne Battisti asilado político.

Queremos. Cabe ao camarada Tarso uma escolha: ou pôr a vontade daqueles que lutam em prática, ou, ao contrário, legitimar a morte de um lutador, perseguido a vida toda pela extrema-

direita, e assim, enterrar e tornar vazia de sentido uma história pessoal, a história de um partido

e a história de um país, que se pretende livre, democrático, e igualitário.

Saudações de luta

Marília, 03 de dezembro de 2008

Felipe Luiz, RG. 41.158.126-9

Delegado eleito do campus de Marília para o DCE da UNESP