Mobilização social 2013

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1 Elaborado em vinte e um de Junho de 2013. Artigos de autoria do Professor Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP. Elicio Gomes Lima. Atualmente é Pesquisador do GEPLAGE - Grupo de Estudos e Pesquisas Estado, Políticas, Planejamento, Avaliação e Gestão da Educação da UFSCAR - Sorocaba. MOBILIZAÇÃO SOCIAL: CONTEXTO HISTORICO DO BRASIL¹ Contexto histórico social do Brasil, 20 de junho de 2013. Nas principais cidades brasileiras, milhares de pessoas foram às ruas para protestar por diferentes motivos. Os meios de comunicação divulgaram que no total, mais de um milhão de pessoas participaram das manifestações. A história não se repete de forma idêntica, ela se produz na dinâmica da conjuntura sócio- historica materializada em um processo ideológico e politico discursivo que atravessam o corpo social desagregando e destituindo valores e representações anteriormente construídas que não representam mais a construção do social pulsante. Dessa forma, por meio das lutas, das alianças e das guerras, que a humanidade foi construindo e organizando-se politicamente em sociedade que se materializa naquilo que se denomina Estado de Direito. Nesse sentido, são imprescindíveis as Instituições para o funcionamento equilibrado da sociedade e, por conseguinte, estas se devem coloca-se aos serviços dos interesses sociais, com um escopo de regras e normas, para a ordenação das interações entre os indivíduos e entre estes e suas respectivas formas organizacionais. As instituições sociais tem seu papel fundamental no processo de socialização e cidadania. Há um grande desencanto da sociedade com os políticos, mas não com a politica, portanto, os movimentos sociais devem ser compreendidos como uma política de participação dos cidadãos na vida pública, no governo e na sociedade. O povo brasileiro clama por uma sociedade mais igualitária com distribuição de renda mais justa, com serviços públicos como a educação, a saúde, o transporte, e a segurança dentres outros, que sejam de qualidade, em que a corrupção seja tratada como um crime hediondo e que seus atores sejam severamente punidos e banidos do cenário politico brasileiros. A mobilização social nesse momento e nesse contexto da historia do Brasil representa um deslocamento da ordem do político-institucional, esse deslocamento pode ser entendido de forma significativa que os políticos já não são vistos como representantes legítimos do povo, ou seja, já não são reconhecidos como porta-vozes legítimos da cidadania. A mobilização social é uma pratica política pela qual o povo se constitui simultaneamente como seu próprio representante e porta-voz de suas insatisfações com a ordem do político, do jurídico, do econômico e até mesmo do ordenamento das representações culturais. O que está em jogo é a representação da legitimidade dos partidos políticos e dos políticos que são gestores do Estado e porta-voz do povo e da sociedade, isso traduz em que seus atos e suas palavras (discursos políticos-ideológicos) não coincidem com a vontade e nem com a necessidade da sociedade. É hora de uma reformulação na forma de pensar e fazer politica com olhar atendo para a sociedade e suas representações, suas mensagens de ordem anunciativas que podem evitar conflitos não só ideológicos desnecessários, mais conflitos físicos motivados pelo uso necessário da força de coerção do ESTADO e que desemboca em muitos casos em desordem social e destruição do equilíbrio e da estabilidade da nação.

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As instituições são imprescindíveis para o funcionamento e o equilíbrio da sociedade e, por conseguinte, estas se devem coloca-se aos serviços dos interesses sociais, com um escopo de regras e normas, para a ordenação das interações entre os indivíduos e entre estes e suas respectivas formas organizacionais. As instituições sociais tem seu papel fundamental no processo de socialização e cidadania. Há um grande desencanto da sociedade com os políticos, mas não com a politica, portanto, os movimentos sociais devem ser compreendidos como uma política de participação dos cidadãos na vida pública, no governo e na sociedade.

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1 Elaborado em vinte e um de Junho de 2013. Artigos de autoria do Professor Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP. Elicio Gomes Lima. Atualmente é Pesquisador do GEPLAGE - Grupo de Estudos e Pesquisas Estado, Políticas, Planejamento, Avaliação e Gestão da Educação da UFSCAR - Sorocaba.

MOBILIZAÇÃO SOCIAL: CONTEXTO HISTORICO DO BRASIL¹

Contexto histórico social do Brasil, 20 de junho de 2013. Nas principais cidades brasileiras,

milhares de pessoas foram às ruas para protestar por diferentes motivos. Os meios de

comunicação divulgaram que no total, mais de um milhão de pessoas participaram das

manifestações.

A história não se repete de forma idêntica, ela se produz na dinâmica da conjuntura sócio-

historica materializada em um processo ideológico e politico discursivo que atravessam o corpo

social desagregando e destituindo valores e representações anteriormente construídas que não

representam mais a construção do social pulsante. Dessa forma, por meio das lutas, das

alianças e das guerras, que a humanidade foi construindo e organizando-se politicamente em

sociedade que se materializa naquilo que se denomina Estado de Direito.

Nesse sentido, são imprescindíveis as Instituições para o funcionamento equilibrado da

sociedade e, por conseguinte, estas se devem coloca-se aos serviços dos interesses sociais,

com um escopo de regras e normas, para a ordenação das interações entre os indivíduos e

entre estes e suas respectivas formas organizacionais. As instituições sociais tem seu papel

fundamental no processo de socialização e cidadania. Há um grande desencanto da sociedade

com os políticos, mas não com a politica, portanto, os movimentos sociais devem ser

compreendidos como uma política de participação dos cidadãos na vida pública, no governo e

na sociedade.

O povo brasileiro clama por uma sociedade mais igualitária com distribuição de renda

mais justa, com serviços públicos como a educação, a saúde, o transporte, e a

segurança dentres outros, que sejam de qualidade, em que a corrupção seja tratada

como um crime hediondo e que seus atores sejam severamente punidos e banidos do

cenário politico brasileiros.

A mobilização social nesse momento e nesse contexto da historia do Brasil representa

um deslocamento da ordem do político-institucional, esse deslocamento pode ser

entendido de forma significativa que os políticos já não são vistos como

representantes legítimos do povo, ou seja, já não são reconhecidos como porta-vozes

legítimos da cidadania. A mobilização social é uma pratica política pela qual o povo se

constitui simultaneamente como seu próprio representante e porta-voz de suas

insatisfações com a ordem do político, do jurídico, do econômico e até mesmo do

ordenamento das representações culturais.

O que está em jogo é a representação da legitimidade dos partidos políticos e dos

políticos que são gestores do Estado e porta-voz do povo e da sociedade, isso traduz

em que seus atos e suas palavras (discursos políticos-ideológicos) não coincidem com

a vontade e nem com a necessidade da sociedade. É hora de uma reformulação na

forma de pensar e fazer politica com olhar atendo para a sociedade e suas

representações, suas mensagens de ordem anunciativas que podem evitar conflitos

não só ideológicos desnecessários, mais conflitos físicos motivados pelo uso

necessário da força de coerção do ESTADO e que desemboca em muitos casos em

desordem social e destruição do equilíbrio e da estabilidade da nação.