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BOLETIM BIMESTRAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL / N.º87 / NOVEMBRO/DEZEMBRO 2015 / ISSN 1646-9542 87 NOVEMBRO / DEZEMBRO 2015 Distribuição gratuita. Para receber o boletim PROCIV em formato digital inscreva-se em: www.prociv.pt Mitigação do risco sísmico em infraestruturas industriais

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BOLETIM B IMESTR AL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO C IV IL / N .º 87 / NOVEMBRO/DE ZEMBRO 2015 / I S SN 16 46 -9542

87NOVEMBRO /

DEZEMBRO 2015

Distribuição gratuita.Para receber o boletim

PROCIV em formato digital inscreva-se em:www.prociv.pt

Mitigação do risco sísmicoem infraestruturas industriais

Numa sociedade em que o bem-estar ocupa o primeiro lugar das preocupações dos cidadãos, a perceção da importância e do valor da segurança, nas suas duas vertentes ‘safety’ e ‘secu-rity’, apenas existe quando os riscos se concretizam. Por isso, as preocupações para com riscos com menor probabilidade de ocorrência e mais escondidos nas nossas memórias apenas surgem tarde demais. Quando assim é, o que há a fazer é a ges-tão das consequências: socorrer e reabilitar. Mas pretendemos e temos que ter mais, importa ter uma sociedade preparada e ciente dos riscos com que se confronta, atuando de forma pre-ventiva, preparando e antecipando os riscos, e desta forma re-duzindo o peso da gestão de consequências.

Daí a importância que atribuímos à formação e à educação em matérias de proteção civil nas escolas, desta forma contri-buindo de forma ativa e objetiva para que as nossas crianças e jovens sejam as fundações de uma sociedade mais segura e os pilares de uma cultura de segurança junto das suas famílias e comunidades.

É neste sentido que a ANPC tem vindo a realizar nos últimos anos a iniciativa ‘A TERRA TREME’ que, para além dos gestos de proteção a exercitar no minuto definido para o exercício, visa alertar e sensibilizar os cidadãos para o risco sísmico e para os procedimentos a adotar antes, durante e após um sis-mo. Este ano, a ANPC associou-se ao Ministério da Educação e Ciência e à Câmara Municipal de Lisboa, integrando-se no programa de que assinala 260 anos do Terramoto de 1755, num conjunto de iniciativas importante que reforçam a nossa me-mória histórica e a consciência coletiva em relação ao risco sísmico, no contexto do nosso território.

Expresso aqui o meu sincero agradecimento à Escola Secun-dária Rainha Dona Amélia, à sua Diretora Isabel Le Gué, pro-fessores, auxiliares e alunos que, de forma muito entusiasma-da, colocando um enorme rigor em todos os momentos desta organização, foram participando neste nosso desafio, desde os momentos das palestras realizadas durante a semana, como no próprio dia do “exercício”, ampliando, como pretendíamos, a mensagem em torno deste projeto, ou seja, a promoção da prevenção junto dos mais jovens face ao risco sísmico.

A iniciativa A TERRA TREME tem vindo a ter uma cada vez maior adesão a nível nacional e é nossa expectativa que conti-nue a crescer e a consolidar-se como um evento anual nacional de sensibilização e preparação para o risco sísmico.

No plano da prevenção e planeamento, vemos com especial interesse o tema de destaque desta edição, com uma autoria que muito prestigia esta publicação, tema centrado na impor-

tância do reforço das ins-talações industriais face ao risco de sismos e tsu-namis e como, a partir de soluções economicamen-te viáveis, se pode evoluir também no sentido do reforço da segurança de infraestruturas centrais na economia de uma re-gião, ou de um país. Sen-do trabalhos de pouca visibilidade mediática, têm uma enorme impor-tância por contribuírem de forma muito significativa para a resiliência das sociedades, promovendo a resistência a eventos extremos e desta forma permitindo uma mais célere recuperação pós eventos.

Uma palavra para a ocorrência do Algarve e que teve parti-cular expressão em Albufeira, importando analisar de forma cuidada o que se passou e dessa análise retirar as necessárias lições para se criarem mecanismos que obviem à repetição de tais situações. Releva do evento a necessidade de se pensarem bem os sistemas de aviso às populações de forma a adotarem-se a nível local medidas de ‘antecipação operacional’ capazes de minimizar consequências. O que surgiu na comunicação social relativo ao evento, de entidades à partida com respon-sabilidades e formação, praticamente reduzindo a questão ao nível do alerta da Estrutura Operacional, foi uma abordagem redutora, limitada (e errada) do que se passou. Dizer que o pro-blema do evento foi o socorro, é não ver que proteção civil é muito mais do que isso. Aliás, é (também, e principalmente) criar as condições para que o socorro necessário seja o míni-mo. E para que tal aconteça, há que trabalhar a todos os níveis, começando no cidadão, para que ele individualmente não se constitua como fator de risco.

O trabalho da proteção e segurança encerra desafios que en-volvem todos os setores da sociedade, serviços públicos e pri-vados, as diferentes comunidades e territórios. Mas temos que ter perfeitamente assumida e interiorizada a ideia que

TODOS SOMOS PROTEÇÃO CIVIL!

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Número 87, novembro/dezembro 2015

EDIÇÃO E PROPRIEDADE – AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL

AV. DO FORTE – 2794-112 CARNAxIDE | TEL.: 214 247 100 | [email protected] | www.PROCIV.PT

REDAÇÃO E PAgINAÇÃO – DIVISÃO DE COMUNICAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO | IMAgENS: ANPC, ExCETO qUANDO ASSINALADO.

IMPRESSÃO – SILTIPO – ARTES gRáFICAS | TIRAgEM – 2000 ExEMPLARES | ISSN – 1646-9542

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Francisco Grave PereiraPresidente da ANPC

Prioridade na promoção da prevenção dos jovens face aos riscos

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Funcionários da ANPC correram a "maratona Vasco da Gama", promovendo em simultâneo a mensagem da campanha A TERRA TREME.

O bem-estar dos funcionários não deve ser encarado como um assunto exclusivo da sua vida privada e nesse sentido qualquer entidade empregadora deve incluir nos seus objetivos de gestão, a promoção de atividades cen-tradas na motivação, melhoria do rendimento físico e da saúde globalmente entendida, dimensões fundamentais para o ambiente interno e para a melhoria da qualidade do trabalho produzido.Com recurso a instrumentos de comunicação interna, foi organizada pela primeira vez uma participação de funcionários numa prova desportiva – Rock n Roll Mara-tona EDP – a 18 de outubro, com um total de 81 elementos, incluindo sede, Comandos Distritais e Força Especial de Bombeiros, oriundos de vários pontos do país e dividi-dos em dois grupos, meia maratona (21 km) e mini ma-ratona (6 km).Os valores do companheirismo, do esforço, da interaju-da, valores aplicáveis à vida pessoal, igualmente impor-tante quando aplicáveis à dimensão do trabalho, orien-taram a conceção desta iniciativa. Com estas atividades, procura-se proporcionar momentos que se constituam como incentivos a esse trabalho conjunto e de colabora-ção, muitas vezes particularmente exigente em termos de dedicação e entrega.

A ANPC enquanto serviço público que se prepara todos os dias para a sua missão maior – a proteção e salvaguar-da de pessoas, dos seus bens, do ambiente e do patrimó-nio perante riscos diversos e geradores de acidentes de dimensão realmente grave, perturbadores do funciona-mento de uma comunidade e da vida das populações, precisa de uma organização interna ágil, flexível e uni-da em torno dos seus objetivos centrais e das estratégias que se desenham para os diferentes domínios do seu tra-balho.As sociedades resilientes, aquelas que se preparam para melhor reagir a situações adversas, promovem-se tam-bém a partir do interior das organizações e da habilidade de ir fortalecendo os seus recursos físicos , mas também, e muito preponderantemente, os seus recursos humanos.

TODOSsomos Proteção Civil

No dia 18 de outubro vestiu-se literalmente a camisola da ANPC e levou-se nessa camisola uma mensagem coleti-vamente assumida como relevante em termos de informação à população, a importância da prepa-ração em caso de sismo, anunciando o exercicío públicoA TERRA TREME 2015.

Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes Simulacros em escolas de Setúbal

Para assinalar o Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes, a 13 de outubro, todos os estabele-cimentos do pré-escolar e dos três ciclos do ensino bási-co realizaram, em simultâneo, um exercício, coordena-do pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, que teve como objetivo medir a capacidade de resposta da comunidade escolar perante um cenário de catástrofe, com o envolvimento de alunos, docentes e pessoal não docente. O exercício testou os procedimen-tos de evacuação nas escolas do concelho de Setúbal em caso de ocorrência de um sismo.

Além do exercício, Setúbal assinalou o Dia Internacio-nal para a Redução do Risco de Catástrofes com outras atividades, incluindo a entrega de novos fardamentos e de uma viatura ligeira todo-o-terreno para o Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros.O Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástro-fes foi criado em 1989 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas com o objetivo de alertar os Estados para a neces-sidade de adoção de políticas que visem a prevenção e a re-dução de danos, humanos e materiais, diretamente cau-sados pela ocorrência de fenómenos de origem natural.

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Barreiro em projeto europeu para avaliar e melhorar a resiliência face a catástrofes

O Município do Barreiro participou, em Copenhaga, Dinamarca, nos dias 24 e 25 de setembro, numa reunião de trabalho do projeto europeu IMPROVER – Impro-ving Resilience to Crisis and Disasters through Prepa-redness and Experiential Feedback - melhoramento da resiliência a crises e catástrofes através de preparação e respostas experimentais. Este projeto, no qual participam várias instituições eu-ropeias, entre elas, universidades e centros de investi-gação, tem como objetivo estudar e avaliar a resiliência de diferentes estruturas perante o cenário de acidente ou catástrofe. Para a Vice-Presidente da Câmara Municipal do Bar-reiro, Vereadora Sofia Martins, “a participação do Mu-nicípio neste projeto tem todo o interesse e revela-se importante na medida em que nos permitirá aferir com outras entidades a forma como hoje estamos prepara-dos, mas também aprofundar novas medidas e soluções com o intuito de promover a resiliência das nossas re-des de abastecimento e saneamento num cenário grave pós - incidente ou catástrofe”.

Porto: Comandante Nacional do SNBPC de Timor-Leste visita CDOS

O Comando Distrital de Operações de Socorro do Por-to recebeu a dia 15 de setembro a visita do Comandante Nacional do Serviço de Bombeiros e Proteção Civil de Timor-Leste, Cláudio Silva, acompanhado pelo seu 2º Comandante Nacional, Cosme Camilo. A receção foi efetuada pelos elementos deste Comando Distrital que aproveitaram a oportunidade para apresentar o traba-lho desenvolvido no distrito do Porto no âmbito da das suas missões de protecão e socorro.

Setúbal: exercício FERROEX’15,

O Comando Distrital de Operações de Socorro de Setú-bal, em parceria com a Infraestruturas de Portugal e a CP, organizaram, no dia 31 de outubro, na estação ferro-viária de Alcácer do Sal, um exercício LIVEX com base num cenário de acidente ferroviário.O exercício, designado por FERROEX’15, visa melhorar a capacidade de resposta global a eventos de natureza específica como os acidentes ferroviários de grande complexidade.A iniciativa contou com o empenhamento de 111 opera-cionais oriundos dos Corpos de Bombeiros do distrito de Setúbal, Força Especial de Bombeiros, Guarda Nacio-nal Republicana, Serviço Municipal de Proteção Civil de Alcácer do Sal e Instituto Nacional de Emergência Médica, apoiados por 30 veículos, contando ainda com cerca de 36 figurantes e 40 observadores.

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Reunião dos Diretores Gerais de Proteção Civil da União Europeia

Decorreu, nos dias 24 e 25 de setembro, no Luxembur-go, no âmbito da presidência da União Europeia daquele país, a 35.ª reunião de Diretores-gerais de Proteção Ci-vil dos países membros, associados e candidatos e ele-mentos da Comissão. Portugal esteve representado pelo Presidente da ANPC, Major-general Francisco Grave Pe-reira.A reunião tem como principais pontos da agenda a dis-cussão da Capacidade Europeia de Resposta de Emer-gência, o Apoio da Proteção Civil na crise dos refugia-dos/migrantes e a Articulação entre a área da Proteção Civil e Ajuda Humanitária.Estes encontros realizam-se a cada seis meses, e têm como propósito promover o debate em torno de maté-rias que marcam a atualidade europeia nesta matéria, com especial ênfase nos itens que se inserem no quadro de prioridades definidas por essa mesma Presidência.

Leiria : Nova Unidade Local de Formação

A Escola Escola Nacional de Bombeiros e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ortigosa assinaram um protocolo com vista à constituição de uma Unidade Local de Formação (ULF), nas instalações da associação humanitária, que entrará já em funciona-mento no próximo dia 15 Novembro.Fica assim resolvida a debilidade no centro do distri-to, face à cessação de actividade da ULF dos Bombeiros Voluntários de Leiria. Assim sendo, os bombeiros do distrito de Leiria poderão ter a oportunidade de obter formação em incêndios urbanos e incêndios florestais, nível I e nível II. Esta unidade de formação tem capaci-dade para 3 turmas, num máximo de 16 formandos por cada turma. Na cerimónia de assinatura do protocolo, realizada a 23 de outubro, estiveram presentes o Presidente da ENB, José Ferreira, o Comandante Operacional Distrital de Leiria , Sérgio Gomes, o Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria, Rui Vargas, o Presiden-te da Direção dos Bombeiros Voluntários de Ortigosa, José Marinha, o Comandante do Corpo de Bombeiros de Ortigosa, José Oliveira, entre outros.

Timor Leste - IV Reunião de Ministros do Interior e da Administração Inter-na da CPLP

O Presidente da ANPC participou no dia 23 de outubro, na reunião de diretores-gerais das diferentes forças e serviços da administração interna dos países da CPLP, reunião que teve lugar em Díli, Timor-Leste. Nesta reu-nião fez-se um balanço das ações realizadas, o grau de concretização dos compromissos assumidos desde o último encontro e as perspetivas futuras de desenvolvi-mento para a proteção civil neste fórum multinacional. Esta iniciativa decorreu em paralelo com a reunião de ministros do interior / administração interna da CPLP, que se realiza bienalmente, cuja agenda engloba o deba-te de temas comuns do âmbito da segurança interna. O fecho deste encontro de alto nível foi selado com a De-claração de Díli, assinada a 26 de outubro.

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Viseu: Simulacro de acidente rodovi-ário no túnel de Castro Daire

A OPERSCUT – Operação e manutenção de autoestra-das SA – e o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu realizaram um simulacro de acidente rodoviário no túnel de Castro Daire, na A 24.O simulacro teve lugar no dia 22 de outubro, ao km 128+500m, sentido Sul – Norte da A24, (no interior do túnel de Castro Daire) e teve como objetivo ativar, testar e avaliar o Plano de Intervenção e Segurança da OPERS-CUT, bem como, ao nível do CDOS Viseu, proceder ao acionamento e monitorização dos meios de socorro ne-cessários para fazer face um acidente desta tipologia e dimensão, avaliar a articulação dos meios envolvidos e planear, coordenar e conduzir as operações de acordo com o Sistema Integrado de Operações de Proteção e So-corro (SIOPS).O cenário escolhido consistiu num veículo que no nó de Castro Daire entrou na autoestada em contramão e já dentro do túnel, embateu com uma outra viatura que seguia no sentido Viseu- Lamego. Na sequência do em-bate entre estas duas viaturas ligeiras resultou uma víti-ma encarcerada e inconsciente dentro de uma viatura e a outra incendiou-se mas o seu condutor conseguiu sair em segurança, apesar de apresentar vários ferimentos. Participaram neste simulacro 23 operacionais apoiados por 11 veículos, destacando-se os Bombeiros Voluntários de Castro Daire, Bombeiros Voluntários de Farejinhas, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), GNR e ANPC/CDOS Viseu. Como observadores estiveram presentes diversas en-tidades destacando-se o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Serviço Municipal de Proteção Civil de Castro Daire e representantes de outras concessioná-rias. A seguir ao túnel da Gardunha, com 1604m, o túnel de Castro Daire é atualmente o segundo maior túnel em Portugal Continental com 818m de extensão, integrando a rede transeuropeia rodoviária.

Faro: Semana Nacional da Proteção Civil e Segurança

De 16, 17 a 18 de outubro, o município de Albufeira foi palco da Semana Nacional da Proteção Civil promovida pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE). Esta atividade, apoiada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, através do Comando Distrital de Operações de Faro, e organizada com a colaboração de diversos Agentes de Proteção Civil e Entidades Cooperantes no âmbito da proteção civil, mobilizou mais de 390 jovens escutei-ros da Região do Algarve e de outros distritos do país e teve como objetivo primordial sensibilizar e formar

os participantes sobre os diversos domínios e valências intrínsecos à atividades de proteção civil e segurança, tanto na atividade escutista, como na sociedade civil, e também incrementar o conhecimento sobre as diversas entidades que integram o Sistema Nacional de Proteção Civil, qual o seu papel e a relação com o CNE. Durante este fim de semana, os jovens escuteiros tive-ram a oportunidade de participar em diferentes ofici-nas, jogos e atividades, bem como contactar de perto com os meios e recursos das diferentes forças, serviços e entidades, existentes na região do Algarve e a nível na-cional. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de vi-sitar e conhecer o Veículo de Planeamento, Comando e Comunicações da ANPC e foram sensibilizados para os diferentes riscos naturais e tecnológicos existentes e para as medidas de autoproteção adequadas. Paralela-mente a estas atividades, decorreu ainda uma ação de dimensão internacional - o “ Jota/Joti” - mais conhecida por “Jamboree no Ar”, unindo escuteiros de todo o mun-do via Rádio (rádio amador) e via internet.

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A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) assinalou o Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes, que se comemora anualmente a 13 de outubro, promovendo o lançamento do site da Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes – www.pnrrc.pt. O Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes foi instituído pelas Nações Unidas, em 1989, com o propósi-to de sensibilizar governos, organizações e cidadãos de todo o mundo, para a necessidade de desenvolverem ações que contribuam para prevenir riscos e reduzir vulnerabilidades, aumentando a resiliência das comunidades e a capacidade de antecipação e resposta face à ocorrência de acidente graves ou catástrofes.Portugal, para dar cumprimento às recomendações das Na-ções Unidas, constituiu formalmente em 2010, no quadro da Comissão Nacional de Proteção Civil, a Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes – PNRRC, operacionalizada por uma Sub-Comissão coordenada pela ANPC, encarregue de implementar o Plano de Atividades daquela Plataforma e de propor a realização de ações

nos domínios do Quadro de Ação de Hyogo, onde foram definidas as linhas orientadores para a década 2005-2015 e, mais recentemente, do Quadro de Sendai, que fornece as orientações para as políticas de Redução do Risco de Catástrofes 2015-2030, clarificando as prioridades para os próximos 15 anos, no âmbito da resiliência e gestão de riscos. A Sub-Comissão, que integra representantes de cerca de 40 entidades, in-cluindo serviços da administração pública central e local, setor privado, universidades e ordens profissionais, irá dar cumprimento ao Plano de Ati-vidades para o triénio 2015-2017, assente em 6 grandes objetivos:– Avaliar a segurança das estruturas de ensino e hospitalares;– Criar bolsas de peritos em avaliação de danos estruturais;– Duplicar o número de cidades resilientes em Portugal;– Promover as boas práticas de redução do risco e aumento da resiliência das infraestruturas críticas no setor privado;– Definir ações para gestão do risco de cheia;– Acompanhar as atividades da Estratégia Nacional de Adaptação a Alte-rações Climáticas. No âmbito das atividades enquadradas na Estratégia Internacional para a

Redução de Catástrofes, a UNISDR - Secretariado da United Nations International Strategie for Disaster Reduction – tem em curso a campanha “Making Cities Resilient – My City is Getting Ready”, onde o nível local é encorajado a implementar medidas que contribuam para o aumento da resiliência a catástrofes. Até à data, num universo de 2000 cidades reconhecidas mundialmente, incluem-se 7 “Cidades Resilientes” portu-guesas: Amadora, Cascais, Funchal, Lisboa, Odivelas, Setúbal e Torres Vedras. No site da Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes disponibiliza-se a publicação – Cidades Resilientes em Portugal , lançado neste Dia Internacional, dando destaque às boas práticas desenvolvidas por estes 7 municípios..

SitePlataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes

www.pnrrc.pt

CIDADES RESILIENTES EM PORTUGALRESILIENT CITIES IN PORTUGAL2015

PLATAFORMA NACIONAL PARA A REDUÇÃO DO RISCODE CATÁSTROFES

AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL

PLATAFORMA NACIONAL PARA A REDUÇÃO DO RISCO DE CATÁSTROFES

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MITIGAÇÃO DO RISCO SÍSMICO EM INFRAESTRUTURAS INDUSTRIAIS. O CASO DE SINES

Neste artigo discute-se a importância da proteção das redes de infraestruturas e de instalações industriais dos efeitos dos sismos e tsunamis. Mostra-se, com base em exemplos concretos do Complexo de Sines, que é possível reduzir o risco através de intervenções seletivas sobre pontos fracos previamente identi-ficados, a custos reduzidos. Discute-se também o interesse e a viabilidade técnica de implementação de um sistema de alar-me precoce que permita tomar ações automáticas de proteção, alguns segundos antes da ocorrência de um sismo.

1 – NOTA PRÉVIAPortugal Continental situa-se numa zona que registou ao longo da história, sismos de forte potencial destrutivo. Como o fenómeno sísmico é recorrente, os grandes sis-mos voltarão a ocorrer no futuro e se a sociedade não esti-ver preparada para enfrentar esta adversidade, o impacto será enorme.Concretamente, a área de Sines pode ser afetada por ações sísmicas provenientes das principais fontes sismogéni-cas que assolam Portugal Continental: a zona de colisão das placas a Sudoeste de São Vicente (sismos afastados), e o Vale Inferior do Tejo (sismos próximos), Fig. 1. Os sis-mos aí gerados podem produzir valores de aceleração suficientemente importantes para causarem problemas estruturais em diversas componentes industriais do Complexo de Sines. Para mais, o facto de aí se localiza-rem várias infraestruturas críticas, com forte interação física e funcional, pode agravar enormemente os impac-tos globais. A este cenário acrescenta-se a possibilidade da ocorrência de um tsunami com efeitos devastadores na zona baixa do Porto de Sines.

2 – REDUÇÃO DE DANOS NAS INFRAESTRURURAS INDUSTRIAIS. A FUNÇÃO DA ENGENHARIAOs sismos diretamente quase não causam vítimas; es-tas e os elevados prejuízos materiais que por vezes se verificam são devidos aos danos e colapsos em edifícios e outras infraestruturas construídas pelo Homem. Ora estes danos e colapsos podem ser evitados tirando parti-do das capacidades da engenharia moderna que permite construir edifícios, equipamentos e outras estruturas para resistir a abalos sísmicos intensos. Assim, embora os sismos sejam fenómenos naturais, as suas consequên-cias não o são, pois resultam essencialmente da falta de medidas preventivas. Nos primórdios da engenharia sísmica moderna (mea-dos do século XX), quando se desenvolveram em vários países, incluindo Portugal, os primeiros regulamentos técnicos da era moderna, que obrigam ao cálculo sísmico das construções, a preocupação fundamental era a salva-guarda da vida humana. Por isso as preocupações centra-ram-se no projeto de estruturas edificadas de engenharia

Foto: Vista geral – Porto de Sines

e Complexo Industrial (APS,

2014)

Figura 1: Locali-zação das zonas de

maior atividade sísmica: SW do

Cabo de S. Vicente e Vale Inferior do

Tejo (adaptado de Pereira et al, 2014)

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civil, em particular edifícios e pontes. No entanto, nas décadas mais recentes, os principais sismos em países desenvolvidos têm originado elevados prejuízos ma-teriais, parte dos quais gerados por danos nas redes de infraestruturas e instalações industriais. Tal deve-se à importância crescente destas instalações para o desen-volvimento económico e a vida nas sociedades moder-nas. Por exemplo, os danos em algumas torres das linhas de transporte de energia durante o sismo de Chi-Chi (Taiwan, 1999), paralisou fábricas de material informá-tico, tendo levado à queda das ações de empresas tecno-lógicas e a tremendas subidas de preços destes produtos em todo o mundo. O sismo da Turquia de 1999, de M=7,4 próximo de Istambul, causou também grandes prejuízos económicos, devido a danos em infraestruturas indus-triais. Em alguns casos, os danos em certas estruturas também originaram impactes ambientais sérios, como foi o caso da central nuclear de Fukushima, no sismo do Japão em 2011. Estes e outros eventos originaram uma maior atenção e consciencialização da opinião pública dos países desenvolvidos para a importância do controle dos danos económicos devidos aos sismos, tendo dado origem não só a requisitos de controle de danos nos regu-lamentos aplicáveis a edifícios e pontes, mas também a uma atenção muito maior às estruturas e equipamentos industriais e às redes de infraestruturas, cuja proteção tem ganho importância crescente.

3 – O PROJETO REAKT. ESCOLHA DO COMPLEXO INDUSTRIAL DE SINES.Em Sines, numa área de apenas 30 km2, localizam-se 8% das infraestruturas críticas nacionais, incluindo o único porto de águas profundas, e numerosas indústrias com relevância económica, com fortes interdependências. Este Complexo apresenta uma notável capacidade de ex-pansão. Isto, em conjunto com a sua localização numa área exposta ao risco sísmico e de tsunami, motivou a sua escolha para caso de estudo pela equipe portuguesa do projecto REAKT, “Strategies and Tools for Real-Time Earthquake Risk Reduction”, um projeto de investiga-ção financiado pela União Europeia.

No Complexo estão localizadas infraestruturas de im-portância vital a nível nacional, 15 das quais parceiras do REAKT, tais como a maior Refinaria do País (GALP), o único Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL), res-ponsável pelo abastecimento de 60% do gás natural que Portugal consome e uma das maiores Centrais Térmi-cas nacionais. Todas usufruem da presença do porto de águas profundas. Também fortemente interdependen-tes do porto e das três grandes infraestruturas referi-das, várias outras se instalaram, sobretudo dos setores de energia, indústria petroquímica e transportes. O es-paço onde se localizam as infraestruturas é gerido pela Administração do Porto de Sines, AICEP Global Parques e Câmara Municipal de Sines.No decorrer do REAKT, foram analisadas algumas das principais infraestruturas do Complexo, em termos de instalações e alguns equipamentos críticos, para os quais foram construídas funções de fragilidade e ela-boradas recomendações para a redução do risco e das vulnerabilidades detetadas. Foram ainda realizados es-tudos dos potenciais benefícios da utilização do sistema de alerta precoce (Early Warning System, EWS) para a deteção precoce de vibrações sísmicas. Foram estudadas interdependências do Complexo, aplicando um Indica-dor de Disrupção (DI) proveniente do efeito de cascata que surge na sequência da interação entre diferentes in-fraestruturas, agravando o impacto final. Foram ainda simulados danos suscetíveis de serem gerados por cená-rios sísmicos que possam afetar Sines.Uma das grandes mais-valias do Projeto foi o envolvi-mento direto dos donos/operadores das infraestruturas, permitindo que o trabalho realizado pudesse ser aferido de acordo com as suas necessidades, conferindo-lhe rea-lismo e caráter prático. A sensibilização dos operadores para as boas práticas a adotar para aumentar a resiliência das suas infraestruturas face ao risco sísmico continua a decorrer, juntando à expertise natural dos operadores os conhecimentos que a comunidade científica lhes pode trazer.

Figura 6 – Condu-ta de abastecimen-to de água exposta a tsunami

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© R. Santos

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4 – EXEMPLOS DE AÇÕES PREVENTIVAS DE BAIXO CUSTOO risco sísmico no parque industrial e nas redes de in-fraestruturas apresenta algumas diferenças qualitativas relativamente ao parque edificado, essencialmente de habitação e escritórios. Enquanto as obras para reforçar edifícios com resistência sísmica insuficiente são na maioria dos casos, intervenções extensivas, abrangendo a maioria de cada edifício, no parque industrial e nas re-des de infraestruturas é possível encontrar casos em que

as deficiências do potencial comportamento sísmico se devem a pontos fracos específicos. É assim possível, com intervenções localizadas sobre pontos previamente iden-tificados e tendencialmente baratas em comparação com o custo dos equipamentos que se pretende proteger, me-lhorar significativamente o potencial desempenho sís-mico de alguns equipamentos industriais ou das redes de infraestruturas. Apresentam-se de seguida alguns exemplos.

A Fig. 2 mostra um transformador elétrico da fábrica EnergiSA que se moveu e rodou durante o sismo de Ko-caeli, na Turquia em 1990 e a Fig. 3 mostra armários de equipamento de controle da fábrica Toprak Sagliks der-rubados durante o mesmo sismo. Ambas as situações eram facilmente evitáveis, com me-didas preventivas de custo muito reduzido, quando com-parado com os prejuízos que se pretendem evitar: i) no caso do transformador bastaria ter removido as rodas e fixá-lo à fundação, por exemplo por um sistema como o que se mostra na Fig. 4, e, ii) no caso dos armários com equipamento de controle bastaria aparafusá-las ao chão para os impedir de se moverem.Outro aspeto em que as redes de infraestruturas diferem do parque edificado, é no facto de os custos indiretos em outras atividades e sectores da economia devido à sua paralisação poderem ser muito superiores aos cus-tos diretos, associados à reparação ou substituição dos equipamentos danificados. É normalmente esse o caso das redes de transporte e distribuição de energia, sem as quais a economia paralisa quase totalmente.Em Sines, além de se terem observado situações como a do transformador turco, também se identificaram ou-tras vulnerabilidades sísmicas em estruturas e equipa-mentos industriais e foram feitas recomendações para a sua redução. Por exemplo, a análise estrutural da cha-miné da refinaria, com 234 m de altura (que se pode ver na Fig. 5), mostrou que, se a construção tiver sido feita de acordo com o projeto e as normas de boa prática, a chaminé dificilmente colapsará, mesmo para os sismos mais violentos que podem ocorrer. No entanto, revelou que há zonas que poderão ficar danificadas, e que por já terem sido identificadas, permitirão uma avaliação mais rápida dos danos após um sismo e a preparação prévia da resposta necessária, podendo assim reduzir bastante o tempo de inoperacionalidade da refinaria, necessário às reparações indispensáveis após um sismo violento. A Fig. 6 mostra a conduta de água que abastece o Comple-xo industrial, que numa zona a pouco mais de 100 m está

Figura 2 - Sismo de Kocaeli (Turquia,

1999): danos no transformador da

fábrica EnergiSA (Earthquake Spec-

tra, 2000)

Figura 7 – De-pósito esférico da

Repsol - Sines

Figura 3 - Sismo de Kocaeli: derrube de equipamento de controle na fábrica

Toprak Sagliks (Earthquake Spec-

tra, 2000)

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junto e paralela à costa (ver barco na Fig. 6a), numa situa-ção bastante precária caso ocorra um tsunami, como por exemplo o que foi gerado pelo sismo de 1755. Felizmente o problema é fácil de resolver, bastando para isso enterrar a conduta na zona em causa.Está também em análise o potencial comportamento sísmico de diversas outras estruturas e equipamentos do Complexo industrial de Sines, um dos quais se mostra na Fig. 7.

5 – SISTEMAS DE ALERTA PRECOCEUma das formas de mitigar os efeitos da ação sísmica sobre o Complexo de Sines, para além do que já se refe-riu, é pela consideração do EWS, que permite antecipar a chegada das ondas sísmicas mais intensas por alguns segundos (uma a duas dezenas). Este novo dispositivo, já em funcionamento no Japão e em partes da Califórnia, poderia ser extremamente benéfico para a preparação e ativação das primeiras medidas de emergência. Exem-plos destas são a redução de velocidade dos comboios

e outros meios de transporte, o aviso às populações transmitido pelo telemóvel, a interrupção do forneci-mento de energia e o fecho de válvulas em instalações industriais e tubagens de infraestruturas, para reduzir riscos de incêndios, contaminações e outros.A avaliação do sistema EWS para Sines mostrou que, com a atual configuração da Rede Sísmica do IPMA, para sismos oriundos do SW do Cabo de São Vicente (onde teve origem o sismo de 1755), os de maior importância, poder-se-iam ganhar até à chegada das ondas S (as mais inten-sas) cerca de 12 a 19 segundos, função da localização do epicentro. Para sismos provenientes do Vale Inferior do Tejo este ganho ficava reduzido a pouco mais de 5 segun-dos (ver Fig. 1). O grande problema destes sistemas é que ainda não é possível garantir uma fiabilidade perto dos 100% caso ocorra um sismo. Alarmes falsos podem ter

consequências muito importantes e indesejáveis em al-gumas instalações do Complexo de Sines, como é o caso da Central Térmica ou da Refinaria, pois o arranque após fecho das instalações pode acarretar vários dias de para-gem com custos elevadíssimos. Para outras instalações como a da rede de gás ou de água, as repercussões de um falso alarme não se traduzem em qualquer prejuízo para os respetivos operadores e, nessas condições, o fecho das instalações é benéfico, mesmo com poucos segundos de antecedência. A investigação nos países onde se insta-laram sistemas deste tipo tem feito grandes progressos reduzindo a taxa de falsos alarmes. Em Portugal também é possível atingir tal objetivo desde que se densifique a rede. Um estudo preliminar de custo-benefício para ave-riguar da “bondade” deste sistema mostrou que vale a pena investir na rede sismológica para reduzir os custos derivados da não existência do sistema, havendo todo o interesse em que os stakeholders possam apoiar tal ini-ciativa.Um sistema de alarme precoce para a chegada das ondas dos tsunamis é outra iniciativa de grande importância para a mitigação do impacto sobre Sines, uma vez que daria alguns minutos para as populações se afastarem das zonas potencialmente inundáveis, se devidamente informadas de forma antecipada.

AGRADECIMENTOSAgradecem-se os contributos dos colegas António Brito, Rui Ferreira, Daniel Conde e Vítor Camacho.

Carlos Sousa Oliveira, Mário Lopes, Isabel Pais, Mónica Ferreira, F. Mota de Sá Instituto Superior Técnico

Figura 4 a) – Transforma-dor sem rodas ancorado no chão

Figura 5 – Chaminé da Refinaria de Sines

Figura 4 b) – Fixacão de transformador à fundação

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O ponto de partida: Sendo Portugal um dos países da UE mais afetados por incêndios florestais, a equipa do projeto FIRERISK considerou que podia construir um aplicativo móvel que contribua para a gestão do risco de incêndio florestal, evocando uma nova visão sobre a co-municação e prevenção deste risco.

A aplicação foi desenvolvida por 4 empreendedores, das empresas Ponto D’Observação e Allbesmart (do CEI de Castelo Branco), em concurso ao programa europeu FINODEX, cofinanciado pela UE para apoiar PMEs no desenvolvimento de produtos e serviços usando Open Data. A equipa está colocada nos 10 projetos selecionados de 297 candidaturas, o que permitiu, até à data, o desen-volvimento da app gratuita, disponível no Google Store desde setembro, lançada no Workshop: “A tecnologia ao serviço da floresta”, onde contou com investigadores e responsáveis na área da floresta e incêndios florestais.

A App FIRERISK: A App reúne dados abertos de dife-rentes autoridades públicas numa única plataforma. Graças a esta App os cidadãos têm acesso ao nível de ris-co incêndio em tempo real; podem receber avisos sobre incêndios florestais que deflagrem na proximidade do seu terreno; conhecer quais as medidas preventivas e de atuação a adotar e participar numa plataforma colabora-tiva de identificação de situações que coloquem a floresta em perigo.

A proposta de valor: Mais do que um produto a lançar para o mercado, a FIRERISK vem afirmar-se como uma ferramenta de disponibilização de dados das entidades com missão na prevenção, combate e fiscalização na área da floresta, aproximando as entidades públicas ao cida-dão; promove um modelo de comunicação do risco, onde a tecnologia e a inovação se agregam, permitindo chegar a públicos diversificados; promove a participação públi-ca para a prevenção de incêndios florestais, participando do esforço coletivo de diminuir os incêndios florestais.

Desafios: a FIRERISK tem pela frente um conjunto de estratégias que gostaria de ver concretizadas, das quais, a integração de uma maior base de open data portugue-sas; transformar-se na primeira plataforma colaborativa de Volunteered Geographic Information (VGI), aplicada à gestão do risco; potenciar uma ferramenta ao serviço doplaneamento da defesa da floresta.

“FIRERISK – Esteja atento e proteja a floresta!” - o de-safio lançado na campanha, que pode ser visualizada na página do projeto: www.firerisk.pt .

Equipa FIRERISK

FIRERISK – uma nova abordagem para a comunicação do risco de incêndio florestal

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A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em par-ceria com diversas entidades públicas e privadas, promo-veu no dia 6 de novembro, pelas 11h06, o exercício de sen-sibilização e preparação para o risco sísmico A TERRA TREME.

Para esse dia, foi preparada uma iniciativa especial na Es-cola Secundária Rainha Dona Amélia, envolvendo toda a comunidade escolar num total de 1200 pessoas. Para além do exercício, é feita a evacuação da escola de acordo com o Plano de Segurança, seguindo-se uma série de ani-mações envolvendo entidades diversas, entre as quais, a Direção-Geral da Educação, Serviço Municipal de Prote-ção Civil de Lisboa e Polícia de Segurança Pública.Por todo o país, a população foi convidada a participar neste exercício nacional, praticando os três gestos bási-cos de proteção em caso de sismo: – BAIXAR – baixe-se sobre os joelhos, esta posição evita que possa cair durante o sismo, mas permite mover-se; – PROTEGER – proteja a cabeça e o pescoço com os braços e as mãos e procure abrigar-se, coloque-se se possível sob uma mesa resistente, e segure-se a ela firmemente; – AGUARDAR – aguarde até a terra parar de tremer.Este exercício A TERRA TREME tem a duração de um minuto e qualquer cidadão pode participar, individual-mente ou em grupo.A iniciativa enquadra-se nos objetivos da Estratégia In-ternacional para a Redução do Risco de Catástrofes das Nações Unidas e nas ações que assinalam os 260 anos do

sismo de 1755, pretendendo envolver as diferentes comu-nidades na preparação para o risco sísmico.Este ano, no contexto do lançamento do Referencial de Educação para o Risco – ReRisco, em parceria com o Mi-nistério da Educação e Ciência, destacamos o papel da escola e da comunidade educativa no incentivo a uma ci-dadania verdadeiramente ativa em matéria de proteção e segurança. As crianças e jovens são importantes agentes de mudança, não só pela aquisição de competências que lhes permita saber o que fazer e não fazer perante cada risco, mas como valiosos transmissores de uma cultura de prevenção à família e à comunidade onde vivem.

A Terra Treme 2015Escola Secundária Rainha Dona Amélia

Exibição das equipas cinotécnicas da PSP - Busca e Salvamento.

Entrega de diploma de participação à Diretora da Escola.

FlashMob com o grupo de teatro dos funcionários da Universidade de Lisboa e as mascotes, Ti-noni e Marquês de Pombal do SMPC de Lisboa

Prática dos 3 gestos na sala de aula.

A ANPC realizou nos dias 12, 13 e 14 de outubro, a 3.ª edi-ção do Curso de Emergências Radiológicas, tendo como principal objetivo melhorar a articulação entre entida-des e forças empenhadas em situações de emergência radiológica. A ação contou com 65 participantes prove-nientes de 13 entidades com responsabilidades nesta área de atuação.

Baseada no conteúdo do Manual de Intervenção em Emergências Radiológicas (ANPC, 2009) e na compo-nente radiológica da Diretiva Operacional Nacional n.º 3 (ANPC, 2010) do dispositivo para eventos Nucleares, Radiológicos, Biológicos e Químicos (NRBQ ), esta ação formativa teve origem nos trabalhos da Comissão Na-cional para Emergências Radiológicas, órgão presidido pela ANPC, na qual foram apresentados os seus objeti-vos e respetiva planificação. Organizado pela Divisão

de Riscos e Ordenamento desta Autoridade Nacional, o curso incluiu uma componente letiva, realizada em sala ao longo de 2 dias, e orientada por formadores da ANPC, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Direção-Geral da Saúde (DGS), Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), Guarda Nacional Republicana (GNR), Insti-tuto de Emergência Médica (INEM), Instituto Superior Técnico (IST) e Polícia Judiciária (PJ) e uma componente prática conduzida no 3.º e último dia.

Esta componente prática consistiu na demonstração prática interativa, composta por 3 estações/ bancas onde cada grupo de formandos se familiarizou com os respeti-vos equipamentos e procedimentos de operação. Realiza-da nos espaços exteriores da sede da ANPC em Carnaxi-de, a interação prática sobre “Deteção/ monitorização de radiação” foi conduzida pela APA, IST, DGS e Forças Ar-madas, a banca “Triagem de Vítimas” foi assegurada pelo

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3.ª edição do Curso de Emergências Radiológicas

INEM e a banca “Descontaminação de pessoas e opera-cionais” foi da responsabilidade do Exército e GNR. Com esta terceira ação formativa, alargou-se a transmissão de conhecimentos nesta matéria, através da participação de elementos de comando de 3 Agrupamentos Distri-tais de Operações e Socorro e 8 Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS), para além dos formandos de técnicos de 15 CDOS e sede da ANPC, Corpos de Bom-beiros, Direcção-Geral de Energia e Geologia, DGS, Força Especial de Bombeiros, Forças Armadas, GNR, INEM, IST e PJ.

Com as três edições do curso de emergências radiológi-cas, continua-se a melhorar o conhecimento dos diferen-tes tipos e fatores de perigo, das funções das diferentes equipas a trabalhar no terreno, suas relações e interde-pendências, perfazendo já 158 formandos de 31 entida-des participantes na DON n.º 3 do dispositivo NRBQ. O processo formativo permitiu ainda refletir sobre im-plicações nos procedimentos internos de cada entidade e perspetivar melhorias a desenvolver.

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