Missão Integral - Uma Perspectiva Teológica

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7/23/2019 Missão Integral - Uma Perspectiva Teológica http://slidepdf.com/reader/full/missao-integral-uma-perspectiva-teologica 1/71 FABRÍCIO ROGER DE SOUZA LOPES MISSÃO INTEGRAL UMA PERSPECTIVA TEOLÓGICA DA PRÁTICA DO EVANGELHO NA VIDA DAS IGREJAS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado em cumprimento parcial às exigências do Curso de Bacharel em Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, para obtenão do grau de Bacharel, sob a orientaão do Pro!" #r" Cl$udio %ibeiro" São Bernardo do Campo & 'ovembro de ())*

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FABRÍCIO ROGER DE SOUZA LOPES

MISSÃO INTEGRAL

UMA PERSPECTIVA TEOLÓGICA DA PRÁTICADO EVANGELHO NA VIDA DAS IGREJAS 

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentadoem cumprimento parcial às exigências doCurso de Bacharel em Teologia daUniversidade Metodista de São Paulo, paraobtenão do grau de Bacharel, sob aorientaão do Pro!" #r" Cl$udio %ibeiro"

São Bernardo do Campo & 'ovembro de ())*

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(

FOLHA DE APROVAÇÃO

+ Banca xaminadora considera o trabalho-

 ...........................................

atribui o conceito- ..........................

 ...........................Cl$udio de /liveira %ibeiro

/rientador  

 ...........................0os1 Carlos de Sou2a

3eitor

 ...........................

Pro!" #r" 3ui2 Carlos %amos

4Pro!essor da #isciplina TCC5

3/PS, 6abricio %oger de Sou2a"  Missão Integral: uma perspectiva teol7gica da pr$tica do evangelho na vida das igre8as" São Bernardo do Campo, ())*" *( !" TCC4Bacharel em Teologia5 & Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo doCampo, ())*"

SINOPSE

sta pes9uisa apresenta de !orma simpli!icada uma proposta de evangelho integral, 9ueanuncie 0esus Cristo como Senhor, 9ue nos chama a servir e testemunhar sua vida e como

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:

Salvador 9ue morreu por nossos pecados para nos dar vida eterna, vivendo a proclamaão de0esus Cristo 9ue cura, liberta, trans!orma e salva o ser humano e a sociedade, na vida pessoal esocial" + missão integral 1 apresentada como uma proposta teol7gica atual de pr$tica para as

igre8as, destacando o surgimento da missão integral na hist7ria, seu desenvolvimento, a partir dos congressos e movimentos 9ue marcam o in;cio da teologia evangelical, como o Pacto de3ausanne e os Clade<s !ornecendo uma visão panor=mica dos acontecimentos no decorrer dahist7ria e na !ormaão teol7gica dentro das igre8as, com o seu pensamento e pr$ticaevangeli2adora integral" /utro desta9ue da pes9uisa 1 o pensamento antropol7gico e a visão demundo da missão integral, !ornecendo base para entender a proposta de salvaão integral navida pessoal e social do ser humano" + pes9uisa descreve tamb1m o compromisso eresponsabilidade de con!essar 9ue 0esus Cristo 1 nosso Senhor e Salvador, o 9ue mostra como0esus Cristo 1 entendido nesta teologia e ainda sua import=ncia para a missão da igre8a,anunciando, praticando e vivendo Cristo no mundo" Para !inali2ar, a pes9uisa evidencia a

 possibilidade de pr$tica das igre8as, sendo a sociedade secular campo para a eclesiologia da

missão, en!rentando os desa!ios da sociedade, respondendo suas buscas e necessidades atrav1sdo testemunho, do anuncio e pr$tica b;blica, com uma eclesiologia evangeli2adora, um modelode minist1rio integral com exemplo na vida de 0esus e um estilo de vida cristã 9ue buscaencarar a missão de maneira integral como 0esus Cristo encarou"

Palavras-chave: teologia > missão > integral >> evangeli2aão > pr$tica > ser humano > igre8a

 > sociedade > salvaão > cristologia > eclesiologia >> servio > testemunho"

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?

 AGRADECIMENTOS

 AO DEUS TODO PODEROSO, pelo chamado, cuidado, confrmaço da

minha !ocaço, cumprimen"o de "eu# prop$#i"o# em minha !ida e pela

%enço de me conceder o pri!il&'io de #er Pai(((

 A minha AMADA e )INDA ESPOSA *E))+ )ETCIA, -ue e#"e!e comi'o em

"odo# o# momen"o#, me a.udando e dando /orça# para !encer "oda# a#

difculdade# -ue !i!emo# duran"e e#"e per0odo de e#"udo#(

 Al&m, de mani/e#"ar #eu amor 'erando no##o primeiro %e%1(((TE AMOMUITO222

 A meu flho 3a%r0cio 4unior, -ue me#mo lon'e, me "ra5 mui"a /elicidade(((

 A meu# Pai#, 6aldemir e Ru"h, pelo carinho, educaço e amor dedicado# a

mim duran"e "oda minha !ida( Amo mui"o !oc1#(((

 Ao# meu# irmo# 7in0ciu# e Ta8ane, -ue /a5em par"e de minha !ida e domeu chamado((( Amo !oc1#222

 Ao# meu# a!$# 9em mem$ria: Alcina, 4o#& e Nel#ina -ue me deram mui"o

carinho e amor duran"e #ua# !ida#(

 A "oda minha /am0lia pa"erna e ma"erna -ue con"ri%u0ram para minhaeducaço e criaço(

 A minha #o'ra Mari5a, meu# cunhado# Arnaldo, )uca#, 7i!iam e meu#

#o%rinho# Gra%riella e Ar"hur -ue /a5em par"e de minha /am0lia(

 A a!$ Nair -ue "i!e o pri!il&'io de rece%er a"ra!&# do meu ca#amen"o(O%ri'ado pela# oraç;e#(

 Ao# meu# ami'o# 4anil#on Palhano e 4anil#on 4unior -ue /oram

impor"an"0##imo# em minha !ida prof##ional e de e#"udo# em So Paulo(

 Ao# mem%ro# da comunidade me"odi#"a da #ala do# /ormando# <==> ?Secrere#, !er@# a Gl$ria de Deu# Marcelo Arruda, Paulo Amendola e

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@

Emer#on 4o#&, -ue #o meu# ami'o# ne##a caminhada( )em%remB#e #$

 4e#u# Sal!a222

 A "odo# o# irmo# da I're.a Me"odi#"a em 7ila No!a por "er reconhecido omeu chamado(

 A "odo# o# irmo# da I're.a Me"odi#"a em San"o Andr& -ue confrmarammeu chamado(

 Ao pa#"or )ui# Carlo# )ima pelo# en#inamen"o# no per0odo de e#"a'ioecle#i@#"ico(

 Ao meu pro/e##or e "u"or T&rcio Si-ueira -ue me a.udou ne#"e# ano# dee#"udo#(

 Ao# pro/e##ore# Cl@udio Ri%eiro e Ma'ali Cunha -ue me orien"aram no#e#"udo#(

 Ao pro/e##or 4o#& Carlo# pela lei"ura do TCC(

 Ao ami'o e pa#"or Daniel Sil!eira por #ua# orien"aç;e# e a.uda(

 Ao# meu# ami'o# em arra Man#a -ue e#"i!eram orando duran"e e#"e

 per0odo A "odo# meu# ami'o# de cla##e no per0odo no"urno -ue me

a'en"aram de#de o #e'undo ano(

 A "odo# meu# ami'o# da /aculdade da cla##e ma"u"ina -ue e#"i!eramcomi'o no primeiro ano(

 A "odo# o# pro/e##ore# da /aculdade de "eolo'ia, o%ri'ado por "udo(

SUMÁRIO

Antroduão................................................................

Cap;tulo / despertar da missão Antegral ......................................)

" ventos e aspectos 9ue originaram o Movimento vangelical ..................)

" +ntecedentes Dist7ricos.............................................)

"( / Pacto de 3ausanne ...............................................?": /s Congressos 3atinoE+mericanos de vangeli2aão 4C3+#<s5 ............F

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F

(" Missão Antegral na Agre8a ...............................................()

Cap;tulo ( Missão Antegral 4Uma perspectiva Salv;!ica5 ..........................(?

" Conhecendo a Condião Dumana.........................................(?" / ser humano e sua dignidade ........................................(@

"( / ser humano e sua depravaão .......................................(F

(" Conhecendo o Mundo..................................................(G

:" + Salvaão Antegral ...................................................:

Cap;tulo : Missão Antegral 4Uma perspectiva cristol7gica5 ........................:@

" Conhecendo 0esus.....................................................:@

" 0esus Cristo 1 Senhor ...............................................:*

"( 0esus 1 Salvador ...................................................?": 0esus 1 nosso......................................................?(

(" Cristologia e Missão...................................................??

cap;tulo ? Missão Antegral 4Uma perspectiva clesiol7gica5 .......................?*

" + Sociedade secular ...................................................?*

(" /s desa!ios eclesiol7gicos ..............................................@)

:" + eclesiologia evangeli2adora da missão integral ............................@(

:" > + Teologia da Agre8a ..............................................@(

:"( > +s struturas da Agre8a ............................................@?

:": > + mensagem da Agre8a.............................................@@

:"? > + Hida da Agre8a .................................................@@

?" Modelo de Minist1rio Antegral .........................................@F@" Crescimento Antegral ................................................F

Conclusão...............................................................FF

%e!erências..............................................................*)

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*

INTRODUÇÃO

m busca de uma teologia compromissada com a evangeli2aão e a aão social, 9ue

integrasse uma !orte espiritualidade religiosa com um !orte trabalho social, tendo uma visão

hol;stica do ser humano, testemunhando 0esus como Senhor e Salvador, com um evangelho

encarnado na vida das pessoas e na sociedade, anunciando o evangelho com todo o seu

carisma e amor, comecei a pes9uisar uma teologia nestes par=metros, 9ue apresentasse uma

 perspectiva pr$tica de evangeli2aão" Por isso, nesta monografia apresentarei a Teologia da

 Missão Integral ou Teologia Evangelical , a partir de algumas de suas perspectivas b$sicas,

 buscando uma perspectiva pr$tica para a vida da igre8a"

 'esta busca, a monogra!ia procura trabalhar o primeiro cap;tulo com o despertar da

missão integral, tentando evidenciar os eventos 9ue originaram o movimento evangelical com

seus antecedentes hist7ricos, a partir dos congressos mundiais e as instituiIes 9ue se

!ormaram, com desta9ue para o Pacto de 3ausanne e os C3+#<s" / cap;tulo tamb1m busca

atrav1s do tema missão integral na igre8a, elucidar de !orma sucinta o pensar teol7gico do

movimento evangelical na igre8a"

/ segundo cap;tulo procura apresentar a missão integral em uma perspectiva salv;!ica,

tentando trabalhar uma visão antropol7gica do mundo e da condião humana" Para isso, busca

destacar os temas, o ser humano e sua dignidade e o ser humano e sua depravaão e como a

missão integral entende o mundo" m seguida o cap;tulo tenta apresentar uma possibilidade de

alcanar o ser humano e a sociedade, com o tema a salvaão integral, destacando o anJncio do

evangelho e o testemunho de amor em 0esus Cristo como !orma de salvar o mundo e a

humanidade em sua integralidade"

/ terceiro cap;tulo procura apresentar a missão integral em perspectiva cristol7gica,

 procurando destacar como a missão integral entende 0esus e o compromisso 9ue existe na

con!issão e reconhecimento de 9ue 0esus Cristo 1 nosso Senhor e Salvador, buscando ainda

apresentar uma Cristologia mission$ria 9ue tenta despertar a igre8a para a missão com !oco em

Cristo, na encarnaão, na cru2, na ressurreião, na exaltaão, no dom de seu sp;rito e na

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 parusia, tendo 0esus como inspiraão para mani!estar a vontade de #eus, anunciando,

 praticando e vivendo Cristo no mundo"

/ 9uarto e Jltimo cap;tulo procura apresentar a missão integral em perspectivaeclesiol7gica, com desta9ue para a sociedade secular como campo para uma eclesiologia

integral, bem como os desa!ios desta eclesiologia na atualidade e sua proposta evangeli2adora

 para a igre8a" / cap;tulo procura apresentar tamb1m um modelo de minist1rio integral em

0esus Cristo para a pr$tica no dia a dia do cristão e ainda busca destacar uma possibilidade de

crescimento integral para a igre8a nas dimensIes num1rica, org=nica, conceitual e diaconal,

com !oco na evangeli2aão e servio, adoraão e missão, testemunho e amor, anunciando o

evangelho e todo o seu carisma 9ue mani!esta o %eino de #eus e sua 0ustia" 'estes termos, a monogra!ia termina buscando evidenciar de !orma sucinta a teologia da

missão integral como proposta atual de pr$tica das igre8as evang1licas na +m1rica 3atina,

 procurando ser uma !orma de mani!estar o %eino de #eus agora, na esperana da volta

de Cristo"

CAPÍTULO 1O DESPERTAR DA MISSÃO INTEGRAL

/ ob8etivo deste cap;tulo 1 !ornecer uma visão panor=mica dos acontecimentos 9uemarcaram o despertar da missão integral no decorrer da hist7ria e na !ormaão teol7gica dentro

das igre8as com o seu pensamento e pr$tica evangeli2adora de !orma integral"

m primeiro lugar, apresentaremos uma s;ntese dos eventos e aspectos 9ue originam o

movimento evangelical, destacando os antecedentes hist7ricos, o pacto de 3ausanne e os

Congressos 3atinoEamericanos de vangeli2aão 4C3+#<s5" m segundo lugar,

apresentaremos a missão integral da igre8a, destacando de !orma sucinta o pensar teol7gico

mani!estona igre8a"

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G

1. Eve!"# e $#%e&!"# '(e ")*+*$)$, " M"v*,e!"Ev$+e-*&$-

1.1 A!e&ee!e# H*#!/)*&"#1 

/ s1culo KK !oi marcado pelo debate da igre8a em torno da relaão entre, evangeli2aão e

civili2aão, ou se8a, evangelismo e responsabilidade social, contexto onde di!erentes autores

 procuraram expressar a missão da igre8a em termos de desenvolvimento, presena cristã na

sociedade, di$logo interEreligioso, 8ustia e pa2, diaconia e outros conceitos"

stas re!lexIes desencadearam diversas con!erências, entre elas, destacamos a c1lebreCon!erência Mission$ria Mundial, reali2ada em dimburgo em G), 9ue estimulou a re!lexão

sistem$tica e abrangente sobre o trabalho mission$rio protestante na +m1rica 3atina,

 provocando assim em maro de G:, em 'ova Lor, uma Con!erência sobre missIes na

+m1rica 3atina, 9ue criou a Comissão de Cooperaão na +m1rica 3atina 4CC3+5" Por sua ve2,

a CC3+ patrocinou o Congresso de +ão Cristã na +m1rica 3atina, reunido no Panam$ em

!evereiro de GF, o maior encontro das !oras protestantes desse continente reali2ado at1

a9uela data" / Congresso mostrou a necessidade de maior cooperaão em $reas como educaãoreligiosa, missIes, literatura e !ormaão teol7gica" Mais especi!icamente, suas metas principais

!oram a evangeli2aão das classes cultas, a uni!icaão da educaão teol7gica atrav1s de

semin$rios unidos, o dese8o de dar uma dimensão social ao trabalho mission$rio na +m1rica

3atina e o es!oro em promover a unidade protestante"

Como resultado do encontro do Panam$, nos anos seguintes reali2aramEse dois congressos

mission$rios ecumênicos regionais" / primeiro, denominado Congresso de +ão Cristã na

+m1rica do Sul, reuniuEse em Montevid1u, Uruguai, em G(@" m G(G, reuniuEse em Davana

+ pes9uisa dos !atos hist7ricos, datas e

interpretaão !oram retiradas do site da

6aculdade 3atinoE+mericana de Teologia

Antegral E

NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  e o site

da 6raternidade Teol7gica 3atinoEamericana > 

NNN"!tl"org"br, em ())?"

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o Congresso vang1lico DispanoE+mericano, presidido pelo metodista mexicano Oon2alo

Bae2ECamargo"

Uma segunda s1rie de encontros do protestantismo latinoEamericano com car$ter ecumênico !oi representada por três Con!erências vang1licas 3atinoEamericanas- C3+ A

4Buenos +ires, G?G5, C3+ AA 43ima, GF5 e C3+ AAA 4Buenos +ires, GFG5" ssas

con!erências estavam ligadas às denominaIes hist7ricas, 9ue rapidamente tornavamEse

minorit$rias no contexto geral do protestantismo da +m1rica 3atina" 

/ protestantismo ecumênico das C3+s recebia a in!luência do protestantismo hist7rico

do hemis!1rio norte, 8$ o C3+ AAA buscava aproximarEse do catolicismo posterior ao Conc;lio

Haticano AA 4GF(EGF@5 e procurava responder à di!;cil situaão social do continente com umateologia radical, 9ue eventualmente identi!icouEse com a c1lebre teologia da libertaãoQ 9ue

ad9uiriu notoriedade no =mbito cat7lico romano com a segunda assembl1ia da Con!erência

piscopal 3atinoE+mericana 4C3+M5, reunida em Medell;n, ColRmbia, em GF" 

m GF(, os protestantes haviam criado a organi2aão Agre8a e Sociedade na +m1rica

3atina 4AS+35, ap7s uma consulta reali2ada em Duampan;, Peru, no ano anterior" la tornouE

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se o centro de convergência dos te7logos protestantes da libertaão, tendo como 7rgão o

 peri7dico Cristianismo e Sociedade" 

+o lado das Con!erências vang1licas continentais 4C3+s5 e do AS+3, o protestantismoecumênico latinoEamericano criou v$rias estruturas paraEeclesi$sticas com o !im de promover os

seus ob8etivos" +lguns organismos importantes !oram os seguintes- Movimento studantil

Cristão 4MC5, União 3atinoE+mericana de 0uventudes vang1licas, passando depois para

cumênicas 4U3+05, +gência de Servios cumênicos 3atinoE+mericanos 4+S35, Comissão

vang1lica 3atinoE+mericana de ducaão Cristã 4C3+#C5, Coordenadoria de Pro8etos

cumênicos 4C/PC5 e Conselho 3atinoE+mericano de Agre8as 4C3+A5"

Uma caracter;stica desse protestantismo ecumênico era o crescente decl;nio do seu ;mpetoevangeli2ador, em contraste com a vitalidade das igre8as vinculadas a missIes independentes ou

ao movimento pentecostal, 9ue mantinham o seu vigor evangel;stico apesar das debilidades da

sua teologia" ( 

/ Congresso Mundial de vangeli2aão de GFF, reali2ado em Berlim, convocado,

 patrocinado e dirigido pela revista Christianity Today, para comemorar de2 anos de trabalhos, e

 pela +ssociaão vangel;stica Bill Oraham, somou !oras para a articulaão mundial do

movimento evangelical contempor=neo, sendo classi!icado como uma reaão à postura doConselho Mundial de Agre8as a partir dos anos de GF) e ao movimento ecumênico" #esde

então, os congressos organi2ados por protestantes conservadores seguiam um caminho di!erente

do movimento ecumênico internacional e o latinoEamericano"

#o seio desse protestantismo ma8orit$rio conservador surgiu o impulso para os Congressos

3atinoE+mericanos de vangeli2aão 4C3+#5, 9ue !oram organi2ados pela +ssociaão

vangel;stica Bill Oraham, sob o impulso do Congresso Mundial de vangeli2aão 4Berlim,

GFF5" / C3+# A permitiu 9ue l;deres preocupados em relacionar a !1 evang1lica com arealidade latinoEamericana compartilhassem as suas in9uietaIes, mani!estando com clare2a, na

( + pes9uisa dos !atos hist7ricos, datas e

interpretaão !oram retiradas do site da

6aculdade 3atinoE+mericana de Teologia

Antegral E

NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  e o site

da 6raternidade Teol7gica 3atinoEamericana > 

NNN"!tl"org"br, em ())?"

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(

+m1rica 3atina, o dese8o de serem evang1licos e como evang1licos, serem latinoamericanos"

 'a9uela ocasião e na9uele contexto, tornavaEse urgente 9ue, sendo evang1licos, buscassem uma

teologia da encarnaão 9ue estabelecesse as pautas para um di$logo com a situaão deso!rimento e opressão 9ue se vivia em toda a +m1rica 3atina"

/ C3+# A !oi marcado pela di!erena de pensamento entre os evangelicais e

conservadores" /s te7logos latinoEamericanos não se viam representados pela teologia norte

americana dos institutos e semin$rios b;blicos conservadores e tampouco pela teologia

ecumênica" Portanto neste contexto, interpretado para alguns como uma separaão radical, para

outros como uma radicali2aão amena suavi2ando as pendengas entre !undamentalistas e

ecumênicos, e ainda para outros como reaão contra o ecumenismo, surge a divisão entreevangelicais e conservadores, e depois a divisão destes com o grupo ecumênico" + partir de

então, preocupados em encarar a missão e a pastoral na +m1rica 3atina, mani!estaEse no

C3+# A três vertentes- a ecumênica, a evangelical e a !undamentalista"

6oi neste contexto do C3+# A reali2ado em GFG 9ue se articulou a criaão da

6raternidade Teol7gica 3atinoE+mericana 46T35, organi2ada no ano seguinte em Cochabamba,

Bol;via, tendo Pedro Savage como seu primeiro secret$rio e Samuel scobar como seu primeiro

 presidente" #esde o primeiro momento, a 6T3 procurou ser uma plata!orma de encontro edi$logo teol7gico da 9ual participassem pastores, mission$rios e pensadores evang1licos, dentro

do marco evang1lico de uma lealdade comum à autoridade b;blica e à !1 evang1lica como base

da re!lexão e de um compromisso ativo com o cumprimento da missão cristã"

Por sua ve2, a 6raternidade Teol7gica 3atinoE+mericana convocou os C3+#s

 posteriores 49ue apresentaremos à !rente5 e procurou estar tão consciente da problem$tica social

latinoEamericana 9uanto o grupo de AS+3, mas, ao mesmo tempo, preocupouEse em abordar a

9uestão de uma perspectiva 9ue entendia ser mais b;blica e e9uilibrada" la 1 tamb1m maisrepresentativa do protestantismo popular da +m1rica 3atina 9ue a sua congênere ecumênica"

ntre os seus participantes mais destacados e in!luentes est$ o l;der Samuel scobar" 

 'o decorrer deste despertar para as missIes no mundo, destacamos o Congresso Mundial

de vangeli2aão 4Berlim, GFF5, 9ue !oi a primeira grande reunião mundial de evang1licos no

s1culo KK, 9ue tamb1m estimulou congressos regionais de evangeli2aão em v$rios continentes"

stes por sua ve2 contribu;ram para o Congresso Anternacional de vangeli2aão Mundial

43ausanne, G*?5, 9ue evocou mani!estaIes de opinião de toda a comunidade evang1lica, à

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:

medida 9ue os participantes se debatiam com as 9uestIes da teologia de missão no mundo

contempor=neo" : 

1.0 O P$&!" e L$(#$e 

/ Congresso Anternacional de vangeli2aão Mundial 43ausanne, G*?5, demonstrou o

desenvolvimento de uma teologia mission$ria amadurecida, positiva e consistente, por parte dos

evang1licos" / pr7prio tema Para 9ue o Mundo oua a Sua 4#eus5 vo2Q, destaca a intenão da

igre8a de rea!irmar a vocaão e visuali2ar desa!ios e recursos para a evangeli2aão em todo

mundo" / Congresso de 3ausanne !oi considerado, na 1poca, uma das reuniIes mais globais

reali2ada pelos cristãos" %euniu (?*: participantes e cerca de ))) observadores de @) pa;ses e

:@ denominaIes protestantes" 6oi um congresso 9ue trouxe um despertar para os milhares de

cristãos no mundo, onde os evang1licos se puseram em dia com a 1poca e com a hist7ria"

Uma das grandes in!luências nas deliberaIes do congresso veio atrav1s das contribuiIes

de oradores do terceiro mundo" / impacto de l;deres como Samuel scobar e C" %en1 Padilla,

atrav1s do grupo de #iscipulado %adical, !oi de especial import=ncia" /radores latinoE

americanos como %en1 Padilla, /rlando Costas e Samuel scobar pro!eriram as declaraIes

mais !ortes no sentido de 9ue a preocupaão com as necessidades sociais da humanidade e o

envolvimento com as mesmas 1 uma parte necess$ria do testemunho e da responsabilidade dos

cristãos em !avor do mundo" %en1 Padilha com o tema “A Evangelização e o Mundo, a!irmou-

 'ossa maior necessidade 1 um evangelho mais b;blico e uma igre8a mais!iel" Poderemos nos despedir deste congresso com um belo con8unto de pap1is e declaraIes 9ueserão ar9uivadas e es9uecidas, e com lembrana de um grande e impressionante encontro de=mbito mundial" /u poderemos sair da9ui com a convicão de 9ue temos !7rmulas m$gicas para aconversão das pessoas" u pessoalmente espero em #eus 9ue possamos sair da9ui com umaatitude de arrependimento no 9ue di2 respeito à nossa escravidão ao mundo e ao nosso arrogantetriun!alismo, com o senso de nossa incapacidade de sermos libertos dos grilhIes a 9ue estamos

atados e, apesar disso, com grande con!iana em #eus, o Pai de nosso Senhor 0esus Cristo, 9ue 1 poderoso para !a2er in!initamente mais do 9ue tudo 9uanto pedimos ou pensamos, con!orme o seu

: + pes9uisa dos !atos hist7ricos e datas

!oram retiradas do site da 6aculdade 3atinoE

+mericana de Teologia Antegral E

NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  e o site

da 6raternidade Teol7gica 3atinoEamericana > 

NNN"!tl"org"br , em ())?"

? C! E NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  e NNN"!tl"org"br  4())?5"

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?

 poder 9ue opera em n7s, a ele se8a a gl7ria, na igre8a e em Cristo 0esus, por todas as geraIes, paratodo o sempre" +m1m"@ Samuel scobar a!irmou-

Uma espiritualidade sem discipulado nos aspectos di$rios da vida & sociais, econRmicos e pol;ticos &, 1 religiosidade e não cristianismo"""#e uma ve2 por todas, devemos re8eitar a !alsa noão de 9ue a preocupaão com as implicaIes sociais do evangelho e as dimensIessociais do testemunho cristão resultam de uma !alsa doutrina ou de umaausência de convicão evang1lica" +o contr$rio, 1 o interesse pelaintegridade do vangelho 9ue nos motiva a acentuarmos a sua dimensãosocialQ"F 

/ resultado mais valioso do Congresso !oi à resoluão de um pacto solene com #eus, bem

como uns com os outros, de orar, plane8ar e trabalhar 8untos pela evangeli2aão de todo o

mundo" ste pacto !oi denominado o Pacto de 3ausanne, um documento de (*)) palavras, em9uin2e seIes, redigido sob a direão do l;der evangelical anglicano 0ohn Stott"

/ pacto de!iniu a posião dos evang1licos contra um evangelho mutilado com um conceito

estreito da missão cristã e a!irmou o interesse pro!undo e permanente dos evang1licos pela aão

social em !avor dos pobres e necessitados, at1 mesmo a ponto de se es!orarem pela mudana

das estruturas sociais" / pacto de 3ausanne tamb1m permaneceu !irmemente evang1lico,

acentuando a autoridade da B;blia, a singularidade de Cristo e a necessidade da evangeli2aão"

le tamb1m produ2iu algumas mudanas bemEde!inidas na teologia evang1lica de missIes e !oimuito al1m das declaraIes evang1licas tradicionais, demonstrando 9ue o evangelismo b;blico 1

insepar$vel da responsabilidade social, do discipulado cristão e da renovaão da igre8a"

3ausanne abordou o tema abrangente da evangeli2aão mundial, re!erindoEse com isso ao

minist1rio e à missão total da igre8a" #estacou temas como- o prop7sito de #eus, a autoridade e

o poder da B;blia, a unicidade e universalidade de Cristo, a nature2a da evangeli2aão, a

cooperaão na evangeli2aão, o es!oro con8ugado de igre8as na evangeli2aão, a urgência da

tare!a evangel;stica, evangeli2aão e cultura, educaão e liderana, con!lito espiritual, liberdade

e perseguião, o poder do sp;rito Santo e o retorno de Cristo"  

@ P+#A33+, %en1" A Evangelização e o

 Mundo: + Missão da Agre8a no Mundo de Do8e"

São Paulo e Belo Dori2onte- +BU ditora e

Hisão Mundial, G(" p" *"

F  SC/B+%, Samuel" !esafios da Igre"a na Am#rica $atina- Dist7ria, strat1gia e Teologia de MissIes" Trad"Dans Udo 6uchs" Hiosa- ditora Ultimato, GG*" p G

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@

1.2 O# C"+)e##"# L$!*"3A,e)*&$"# e Ev$+e-*4$56" 7CLADE8#9 :

Movidos pelo Congresso Mundial de vangeli2aão, em Berlim 4GFF5, onde !ora

decidida à reali2aão de congressos continentais sobre evangeli2aão, !oi convocado na +m1rica

3atina em GFG, o Congresso 3atinoE+mericano de vangeli2aão 4C3+# A5 em Bogot$

4Colombia5, sendo o ponto de partida para o movimento evangelical na +m1rica 3atina,

de!inindo uma nova agenda pastoral para os evang1licos do continente 9ue demonstravam o

descontentamento e a oposião ao movimento ecumênico" / C3+# A !oi o marco hist7rico do

rompimento com o protestantismo latinoEamericano ecumênico, da polari2aão existente entre

os !undamentalistas e evangelicais, e de in!luência para a geraão de uma !raternidade de

te7logos latinoEamericanos" / C3+# A reuniu cerca G)) participantes com o tema +ão em

Cristo para um continente em criseQ, 9ue aprovaram a #eclaraão vang1lica de Bogot$Q"

/ debate iniciado no Pacto de 3ausanne 4G*?5 não terminou e prosseguiu durante os anos

com o dese8o de !a2er do congresso um processo e não s7 um evento" /s participantes

continuaram o debate promovendo outros congressos como o C3+# AA 4G*G5, em 3ima, Peru,

reali2ado pela 6raternidade Teol7gica 3atinoE+mericana 46T35 com o lema “%ue a Am#rica

 $atina ouça a &ua '!E(&) voz* ste congresso tratou de relacionar o pacto com a realidade

concreta de pobre2a e opressão, corrupão moral e abuso de poder nesta região do mundo, assim

sendo, os evang1licos latinoEamericanos escolheram o Pacto de 3ausanne como uma expressão

do seu consenso doutrin$rio b$sico e do seu claro compromisso com um modelo de missão

integral e b;blico"

/ congresso teve delegaIes de ( pa;ses da +m1rica 3atina e Caribe, com um total de

(() participantes, sendo (( mulheres, 9ue elaboraram em suas re!lexIes uma radiogra!ia da

situaão da +m1rica 3atina e do papel das igre8as, com desta9ue para as principais palestras 9ue

tinham como tema o desa!io da evangeli2aão na d1cada de G)Q, a palavra e o esp;rito na

comunidade evangeli2adoraQ, Cristo e o anticristo na proclamaãoQ, pecado e salvaão na

+m1rica 3atinaQ e esperana e desesperana na crise continentalQ" stas palestras !oram

trabalhadas com dois preletores para e9uilibrar as !oras entre os evangelicais radicais,

moderados, !undamentalistas e ecumênicos" / C3+# AA não elaborou nenhum super 

* + pes9uisa dos !atos hist7ricos e datas !oram retirados da obra- 3/'OUA'A 'T/, 3ui2" + ovo -osto da

 Missão: os movimentos ecumênico e evangelical no protestantismo latinoEamericano" Hiosa- Ultimato, ())(V edos sites E NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  e NNN"!tl"org"br , em ())?"

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F

documento, como pacto, compromisso ou declaraão, mas uma simples carta rica em seu

conteJdo"

/ C3+# AAA 4GG(5, com o tema Todo o evangelho para todos os povosQ, demonstrou agrande diversidade do mundo evangelical latinoEamericano nos )) participantes 9ue estiveram

no congresso em Wuito, 9uador, 9ue teve a presena representativa de (F paises da +m1rica

3atina, al1m da X!rica, uropa e stados Unidos, sendo :)Y de mulheres, :@Y de pastores,

:@Y de leigos, @Y de representantes da hierar9uia eclesi$stica, @Y de acadêmicos, @Y de

observadores e 8ornalistas, al1m de uma delegaão de ind;genas cristãos de alguns paises do

continente" 

/ congresso teve cerca de )) oradores entre os expositores de semin$rios, con!erencistas, pregadores, grupos de teatro, m;mica e dana litJrgica e v$rios grupos musicais" / tema !oi

dividido em três partes, sendo o primeiro Todo o evangelhoQ 9ue tratou da nature2a e essência

do evangelho com palestras como, o evangelho e a palavra de #eus, o evangelho e a criaão, o

evangelho e a comunidade do sp;rito, o evangelho do perdão e da reconciliaão, o evangelho e

o %eino de #eus, e o evangelho de 0ustia e poder"  

+ segunda parte, para Todos os PovosQ, trabalhou as estruturas socioeconRmicas,

 pol;ticas e culturais da +m1rica 3atina, e tamb1m de todos os povos alcanados pelo evangelho,com temas 9ue tra2iam uma !ormulaão missiol7gica como, a universalidade da missão, toda a

igre8a 1 mission$ria, missão integral, a nova consciência mission$ria na +m1rica 3atina, o estilo

encarnacional de missão e a urgência da missão"

+ terceira parte, com o tema + partir da +m1rica 3atinaQ, debateu sobre temas

extremamente ricos como, evangelho e pol;tica, o evangelho de 8ustia e o evangelho da nova

criaão" stes temas re!letiram o novo o rosto do movimento evangelical da +m1rica 3atina 9ue

rea!irmou a missão integral da igre8a em seu aspecto hol;stico, o compromisso com a unidadedos cristãos e a 8ustia social relacionada com a pregaão do evangelho"

 'o ano de ())), estabelecendo o compromisso com o esp;rito de 3ausanne, a 6T3

convocou o C3+# AH, em Wuito, 9uador, com o tema / testemunho vang1lico para o

Terceiro Milênio- Palavra, sp;rito e MissãoQ, tendo a participaão de :)) pessoas, 9ue

re!letiram sobre temas como, pluralismo religioso, estruturas de poder, crescimento da igre8a e

espiritualidade, al1m de consultas sobre os temas- 8uventude e sociedade, minist1rio com

crianas, missão transcultural, trabalho b;blico, literatura, minist1rio com !am;lia, missãointegral, educaão teol7gica, unidade da igre8a, pol;tica e direitos humanos, comunicaIes,

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Congr essos 

*

 presena cristã no mundo acadêmico, testemunho cristãos no mundo dos neg7cios, o evangelho

e os povos ind;genas, teologia e liturgia, pastoral e missão, e !1 e economia" 

Todos estes temas tiveram o ob8etivo de rea!irmar o lugar das scrituras na !ormaão do pensamento, na convivência da comunidade e da missão, a presena do sp;rito Santo e seu

 poder na missão da igre8a, rea!irmando tamb1m o desa!io da igre8a evang1lica como agente de

mudana da sociedade, como testemunho pJblico do poder de #eus na vida e no crescimento da

igre8a evang1lica na +m1rica 3atina, al1m de tamb1m re!letir sobre as expressIes teol7gicas,

litJrgicas e missiol7gicas da igre8a evang1lica latinoEamericana"

Para entendermos melhor a !ormaão hist7rica dos congressos e instituiIes no

movimento evangelical transcorremos o seguinte 9uadro"

Quadro –  Congressos e AnstituiIes vangelicais 

Mundiais 3atinoE+mericanos 'acionais

EGFF,Zheaton, Congressosobre Missão Mundial EGFF, Berlim, CongressoMundial de vangeli2aão EG*?, 3ausanne, Congresso

Anternacional devangeli2aão Mundial-Pacto de3ausanne

E G), Pattaa, Consultasobre vangeli2aão MunEdial

E G:, Zheaton, Con!erênciaAnternacional sobre

 'ature2a e Missão da Agre8aE G:, +msterdã,Con!erência Anternacionalde vangelistas Atinerantes

E GG, Manilla, CongressoAnternacional devangeli2aão Munidial

E GF(, Clase > Consulta 3atinoE+mericana sobre vangeli2aão

E GFG, Bogot$, Clade A EG*),Cochabamba, Constituião da6T3

E G*G, 3ima, Clade AAE GG(, Wuito, Clade AAAE ())), Wuito, Clade AH

E G:, CongressoBrasileiro devangeli2aão

E G, Congresso 'ordestino de

vangeli2aão

3/'OUA'A 'T/, 3ui2"  + ovo

 -osto da Missão: os movimentos ecumênico e

evangelical no protestantismo latinoE

americano" Hiosa- Ultimato, ())(" p" (G"

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Instituições 

E Comunhão vangelicalMundial > CM 4.orld 

 Evangelical /ello0shi1 2.E/ 5 4+liana vang1licaMundial > +M5

E +ssociaãoAnterdenominacional paraMissIes no xterior > +AM4 Interdenominacional 

 /oreign Missions Association 2 I/MA5+ssociaão vangelical paraMissIes no xterior > +M 4 Evangelical /oregn

 Missions Association 2 E/MA5

E +ssociaão vangel;sticaBill OrahamHisão Muindial 4.orld

3ision5E Comunhão Cristã

Anterurniversit$ria 4Cam1us

Crusade International 4 5ill

 5right 5E Comunidade Anternacional de

studantes vangelicais4CA5 4 International 

 /ello0shi1 of Evangelical &tudents 2 I/E& 5

E +ssociaão 'acional devangelicais > +' 4 ational 

 Association of Evangelicals 2 AE 5

E Comitê vangelical para a+merica 3atina > C+34 Evangelical Comittee for $atin

 American 2 EC$A5E Missão 3atino +mericana >

M3+ 4 $atin American Mission

 2 $am5E Semin$rio B;blico 3atinoE

+meEricano 4SB356raternidade Teol7gica 3atinoE+mericana 46T35

E Celep 4Centro vang1lico 3atinoE

+mericano de studosPastorais5

E irene

E 6raternidade Teol7gica3atinoE+mericana

E +liana B;blicaUniversit$ria 4+BU5Centro vang1licoBrasileiro de studosPastorais 4CEBP5

E Sociedade de studantesde Teologiavang1lica 4ST5 ECorpo de Psic7logose Psi9uiatrasCristãos 4CPPC5

E Hisão 'acional de

vangeli2aão4HA'#5

E Hisão Mundial E+ssociaãovang1lica Brasileira4+HB5

0. M*##6" I!e+)$- $ I+)e;$

m meio a um per;odo conturbado da hist7ria recente da +m1rica 3atina, 9uando nosso

continente !oi sacudido por pro!undas convulsIes pol;ticas, ideol7gicas e sociais, muitos cristãos

aderiram à agenda revolucion$ria da Teologia da 3ibertaão" + 6raternidade Teol7gica 3atinoE

+mericana tem !eito um es!oro s1rio no sentido de apresentar uma alternativa a essa teologia

9ue !osse b;blica, evang1lica e igualmente radical em suas implicaIes" les demonstraram 9ue

as igre8as podem permanecer !i1is às suas convicIes hist7ricas e, ao mesmo tempo, adotar uma

 postura ousada e coerente em relaão aos problemas sociais" Como cristãos brasileiros,

 preocupados tanto com a missão da igre8a, 9uanto com as di!;ceis realidades s7cioEeconRmicas

de nosso pa;s, devemos levar a s1rio os desa!ios desses l;deres, 9ue !alam com convicão,

coerência e clare2a sobre a necessidade de um entendimento abrangente da tare!a da igre8a no

mundo, como agente e instrumento de #eus" + atitude e as aIes de #eus em relaão ao mundo,

especialmente como reveladas no seu 6ilho, 0esus Cristo, são os nossos grandes paradigmas de

missão" + B;blia !ala de um #eus 9ue toma a iniciativa, 9ue busca a humanidade com amor e

compaixão, 9ue 9uer dar vida e dignidade à sua criaão" Asso !oi ilustrado de maneira

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G

extraordin$ria por 0esus, 9uando, em seu minist1rio terreno, mani!estou o interesse de #eus por 

todos os tipos de pessoas e pela pessoa integral" 'esta visão, !undamentado no pacto de

3ausanne, entre a teologia da libertaão e o neo!undamentalismo, uma nova geraão de pastorese l;deres opta pela teologia da missão integral da Agre8a"

+ missão integral en!ati2a de modo claro 9ue a evangeli2aão e a aão social não se

separam, tornando necess$rio pregar 0esus Cristo como Senhor e Salvador de !orma verbal e

 pr$tica, verbal no 9ue di2 respeito à palavra de #eus e ao plano salv;!ico de 0esus, para a

restauraão, trans!ormaão, libertaão e cura do homem e da mulher, ou se8a, de toda

humanidade atrav1s do poder do sp;rito Santo na vida espiritual e no relacionamento com

#eusV e pr$tica no 9ue di2 respeito ao testemunho de amor e vida de 0esus, na aão !;sicasolid$ria para com as necessidades dos pobres e marginali2ados tra2endo restauraão,

trans!ormaão, libertaão e cura no viver do pr7ximo dentro da sociedade, atrav1s do sp;rito

Santo no contato pessoal e social" #esta !orma, a missão integral re!lete o cuidado e os

 prop7sitos de #eus pela pessoa como um todo, alcanando as 9uatro $reas em 9ue 0esus cresceu

E sabedoria 4aplicaão de verdades b;blicas na vida5, estatura 4atendimento de necessidades

!;sicas5, graa diante de #eus 4minist1rio espiritual5 e graa diante dos homens 4atendimento

social5, reconhecendo #eus como importante, amoroso e capa2 de trans!ormar vidas, igre8as,comunidades e naIes, !undamentandoEse nos mandamentos b;blicos de 0esus de amar a #eus e

ao pr7ximo, demonstrando um estilo de vida de amor desempenhado por igre8as e indiv;duos,

seguidores de 0esus 9ue demonstram a compaixão de #eus pelo seu pr7ximo" +ssim sendo a

missão social de!ende um evangelismo 9ue atin8a as pessoas como um todo, na vida espiritual

e !;sica"

Sustentamos 9ue uma evangeli2aão 9ue não toma conhecimento dos problemas sociais e 9ue não anuncia a salvaão e a soberania de Cristo

dentro do contexto no 9ual vivem os 9ue ouvem, 1 uma evangeli2aãode!eituosa, 9ue trai o ensino b;blico e não segue o modelo proposto por Cristo, 9ue envia o evangelista"G 

G SC/B+%, Samuel"  A

res1onsa6ilidade social da Igre"a" ditado por 

STU%'+O3, Haldir %aul"  A &erviço do

 -eino: um compêndio sobre a missão integral

da igre8a" Belo Dori2onte- Missão ditora,

GG(" p" ()"

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()

+ missão integral busca englobar es!oros para libertar as pessoas de toda prisão social,

 pol;tica e econRmica, por1m as igre8as não devem propor programas pol;ticos, pois este não 1 o

 papel da igre8a, pois o evangelho não 1 um programa social e pol;tico"

/ evangelho não 1 um programa social e pol;tico" 'ão se trata, entendaEse bem, de 9ue as igre8as evang1licas tenham 9ue propor um programa pol;tico na +m1rica 3atina" ssa não 1 sua missão" + mensagem desalvaão deve chegar a cada um em sua circunst=ncia, mostrando comoo pecado a!eta todas as es!eras da vida e as relaIes entre os homens" +mensagem tamb1m deve demonstrar como a entrega pessoal a 0esusCristo trans!orma a vida de cada um, de modo 9ue os e!eitos daconversão se8am vis;veis na sociedade em 9ue o crente viveQ") 

#esta !orma as mudanas sociais virão pela mudana da sociedade, ou se8a, a mudana de

cada indiv;duo e de suas estruturas com o testemunho evang1lico"

+ missão integral chama a igre8a a uma atitude di!erente para com a missão" m nosso

contexto, as igre8as evang1licas estavam dirigidas somente para a salvaão da alma, o!erecendo

a reconciliaão com #eus por meio de 0esus Cristo, deixando de lado as necessidades do corpo e

a reconciliaão do ser humano e seu pr7ximo, proclamavam a 8usti!icaão pela !1 e omitiam a

 8ustia social enrai2ada no amor de #eus pelos pobres, buscando sempre o crescimento

num1rico de membros, trans!ormando o evangelho em uma mensagem para o indiv;duo e a vida

 privada, mas não para a sociedade e a vida pJblica" Contudo, 0esus nos o!erece o modelo

 per!eito de servio e envia sua igre8a para ser uma igre8a serva, sendo a missão de Cristo a

missão da igre8a, de se entregar pelo pr7ximo por amor"+ssim como tu me enviaste ao mundo,

tamb1m eu vos enviei ao mundoQ"40oão *"5

+ missão integral nos chama a identi!icarEnos com o mundo, sem perder nossa identidade

cristã, ou se8a, signi!ica conhecer a situaão 9ue nos rodeia e conhecer as pessoas 9ue iremos

servir, !a2endo o melhor por eles como pessoas no mundo, amando a #eus e ao pr7ximoV

signi!ica conviver com as pessoas a 9uem #eus se preocupa e nos enviouV signi!ica compartilhar 

o evangelho em sua compreensão integral, lutando pela 8ustia e pa2 se preocupando com as

necessidades humanasV signi!ica comprometerEse com a vontade de #eus e com as pessoas"

+ missão integral busca ter relaão com todo ser humano e com o ser humano todo, dando

ao evangelho uma dimensão de espiritualidade e aão social com integridade 1tica, tra2endo o

crescimento integral da missão e da igre8a, avaliando os crescimentos num1rico, org=nico,

conceitual e diaconal, com um modelo de crescimento integral 9ualitativo a partir da

espiritualidade, encarnaão e !idelidade"

) Ad", Abid", p" :?"

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(

Como comunidade do sp;rito, ela deve crescer em santidade ecomunhão" Como corpo de Cristo, deve crescer em apostolicidade4missão5 e unidade" Como povo de #eus, ela deve crescer em !idelidade

à atuaão de #eus na hist7ria e na celebraão dos seus !eitosmaravilhosos" 

Trabalhando conversIes genu;nas atrav1s das palavras e das obras-

Se a palavra e obras não andam 8untas, tudo o 9ue temos são conversIesde!ormadas" Palavras sem obras geram apenas crentes te7ricosV obrassem palavra geram apenas crentes sem discernimento"

Uma das ra2Ies de sermos um povo tão dividido e tão amb;guo 1 9uetemos entre n7s a Agre8a da Palavra e a Agre8a das /bras" Um dos apelos!ort;ssimos no en!rentamento do mundo espiritual, 9ue tem expressãoconcreta na hist7ria, 1 a aceitaão do desa!io de 9ue a Palavra e /bras

 precisam andar 8untas na nossa pr$tica a9ui e agora" 'ão podemosseparar evangeli2aão e aão social, re!lexão teol7gica e oraão por doentes, hermenêutica t1cnica de textos e pro!ecia carism$tica,en!rentamento das !oras sociais e pol;ticas da maldade e en!rentamentoindividual de demRnios 9ue habitam coraIes humanos" 'ão podemosnos es9uecer de 9ue 0esus [andou por toda parte !a2endo o bem elibertando os oprimidos do diabo< 4+t )":5" ssa 1 a receita 9ue denortear toda aão pr$tica- !a2er o bem 4palavra de relacionada com o bem social5 e libertar oprimidos 4palavra com conotaão carism$tica, pelo menos no texto5" #essa !orma somos ensinados a entender 9ue asobras a serem !eitas têm duas dimensIes- social e espiritual"( 

#entro da missão integral, encontramos v$rios modelos de minist1rios 9ue trabalham aevangeli2aão e aão social, entre eles, destacamos o trabalho de c1lulas reali2ado nas igre8as do

Peru, onde os participantes se tornam mais sens;veis às necessidades de seu pr7ximo, levantando

recursos para socorrer 7r!ãos e doentes, abrindo pe9uenos postos de primeiro socorros, gerando

mudana na !orma de agir e no testemunho das pessoas, tra2endo crescimento e !ortalecimento

na !1 e gerando pr$ticas solid$rias com seus vi2inhos, estabelecendo assim, o crescimento

integral das igre8as"

L+M+M/%A, Tetsunao \ P+#A33+,

C" %en1 \ %+], Oregorio" &ervindo com os

 7o6res- Modelos de Minist1rio Antegral"

Traduão- Dans Udo 6uchs" Curitiba E

3ondrina- ditora #escoberta, GG" p" :)"

( #< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6"  Elias

esta nas -ua *Belo Dori2onte- ditora Bet=nia,

GG)" p" ** E *"

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((

Contudo, com uma perspectiva evang1lica, a evangeli2aão, o convidar os indiv;duos, as

!am;lias e as comunidades à reconciliaão e nova vida em 0esus Cristo, certamente 1 b$sica e

essencial" Todavia, a preocupaão com prioridades, praticidade ou, muitas ve2es, estat;stica eresultados r$pidos não devem cegar a igre8a para a integridade da missão, o prop7sito total de

#eus para a humanidade e para a comunidade redimida" ^ medida 9ue a igre8a evangeli2a, ela

tamb1m precisa expressar o interesse de #eus por toda a vida e espelhar a atitude da9uele 9ue

disse- u vim para 9ue tenham vida, e a tenham em abund=ncia"Q 40oão )")5

ste primeiro cap;tulo apresentou os eventos e aspectos 9ue originaram o movimento da

missão integral, com desta9ue nos acontecimentos hist7ricos, congressos e instituiIes 9ue

surgiram no decorrer do tempo, reali2ando um grande despertar da missão, 9ue !avorece a baseda !ormaão de movimentos teol7gicos de missão, entre eles o movimento evangelical ou

Missão integral" 'estes termos, o cap;tulo destacou tamb1m a missão integral da igre8a,

 proporcionando uma visão panor=mica de sua !ormaão entre os movimentos teol7gicos da

1poca e uma visão teol7gica b$sica da missão integral, seus pensamentos b$sicos na vida da

igre8a, atrav1s da aão social e evangeli2aão, evidenciando seus ob8etivos e seu modelo integral

de evangeli2aão"

#esta !orma, este primeiro cap;tulo !orneceu base para entender e apro!undar noconhecimento da teologia evangelical ou missão integral, dando a compreensão da perspectiva

teol7gica sistem$tica 9ue !undamenta o movimento" 'essa direão, o segundo cap;tulo tra2 uma

 perspectiva soteriol7gica com base no pensamento antropol7gico da missão integral"

CAPÍTULO 0

MISSÃO INTEGRAL

7UMA PERSPECTIVA SALVÍFICA9

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(:

/ ob8etivo deste cap;tulo 1 evidenciar a perspectiva salv;!ica da teologia da missão

integral, destacando sua antropologia e visão de mundo com vistas a uma aão evangeli2adora

9ue anuncia a salvaão integral do ser humano e da sociedade" m primeiro lugar,apresentaremos uma visão do ser humano e do mundo pelos olhos da missão integral,

destacando a condião humana e o 9ue 1 o mundo nesta teologia" m segundo lugar,

examinaremos a salvaão integral, destacando o anJncio do evangelho 9ue alcana o ser 

humano e a sociedade em sua integridade"

1. C"<e&e" $ C"*56" H(,$$

Com o ob8etivo de conhecer o pensamento antropol7gico da missão integral paracompreender sua soteriologia, 1 preciso entender a condião humana pelos olhos da missão

integral" Perguntar / 9ue 1 o ser humano_Q, ou melhor Wuem somos n7s_Q, 1 necess$rio para

compreender esta missão, respondendo à preocupaão moderna ocidental, entendendo a nossa

identidade pessoal e descobrindo o nosso pr7prio eu"

+ humanidade procura entender seu valor como ser humano, pois a maneira como

tratamos, respeitamos e consideramos as pessoas est$ diretamente ligada a nossa vida pessoal e

social" n9uanto, alguns apresentam ho8e uma visão da condião humana negativista ouextremamente pessimista, outros são ingênuos demais em seu otimismo, sendo extremamente

otimistas" Mas a missão integral destaca a necessidade de um realismo b;blico" / 9ue

necessitamos, pois, 4citando novamente 0" S" Zhale5, não 1 nem o otimismo !$cil dos

humanistas, nem o obscuro pessimismo dos c;nicos, mas o realismo radical da B;blia"Q: 

1.1 O #e) <(,$" e #($ *+*$e

+ missão integral de!ende o valor dos seres humanos a!irmado por #eus desde o

cap;tulo da B;blia, onde o homem e a mulher di!erem dos animais-

Tamb1m disse #eus- 6aamos o homem à nossa imagem, con!orme anossa semelhanaV tenha ele dom;nio sobre os peixes do mar, sobre as

: ST/TT, 0ohn %" Z" +uça o Es18rito,

+uça o Mundo: Como ser um Cristão

Contempor=neo" Trad" Silêda Silva

Steuernagel" (` d" São Paulo- BU

ditora,GG" p" :*"

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(?

aves dos c1us, sobre os animais dom1sticos, sobre toda a terra e sobretodos os r1pteis 9ue raste8am sobre a terra"

Criou #eus, pois o homem à sua imagem, a imagem de #eus o criouV

homem e mulher os criou" #eus os abenoou, e lhes disse- Sede !ecundos multiplicaiEvos, encheia terra e su8eitaiEaV dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dosc1us, e sobre todo animal 9ue raste8a pela terra" 4Oênesis "(FE(5

/bservando os primeiros cap;tulos de Oênesis, temos cinco privil1gios mencionados 9ue

integram o ser humano- compreensão, escolha moral, criatividade, amor e comunhão com

#eus"Q?  stes privil1gios são reconhecidos no mundo contempor=neo como elementos 9ue

constituem nossa distinão singular da nossa humanidade"

Compreensão ou Racionalidade Autoconsciente- o ser humano possui compreensão, podemos avaliar, indagar e criticar, tanto os acontecimentos 9uanto a nos mesmos" Somos

autoconcientes e temos autocr;tica, di!erente do computador 9ue tem uma capacidade enorme de

arma2enamento de in!ormaIes e agilidade grande para os c$lculos" Por1m, o computador s7 !a2

o 9ue 1 programado, não possui a capacidade de pensar coisas novas e de se auto 9uestionar 

como os seres humanos" Como disse a outro um certo cientista, astronomicamente !alando, o

homem 1 in!initamente pe9ueno" verdade, respondeu seu colega, s7 9ue, astronomicamente

!alando, o homem 1 9ue 1 o astrRnomo"Q @

 Capacidade de Escolha Moral- Podemos !a2er opIes morais de acordo com nossa

cultura e !ormaão, discernindo o certo do errado mesmo 9ue de !orma !al;vel" + consciência

trabalha como uma sentinela nos alertando sobre o 9ue 1 certo ou errado" uma ordem moral

9ue nos leva a !a2er o 9ue consideramos certo e nos leva a ter culpa 9uando reali2amos o errado,

ou se8a, os seres humanos são seres morais"

Poder de criatividade artística- m responsabilidade com o meio ambiente e com a

vida, #eus nos deu tamb1m habilidades inovadoras e criativas mani!estadas atrav1s da ciência eda arte" Somos criaturas criativas 9ue possuem o dese8o dado por #eus de sermos tamb1m

? Sobre isso, c! ST/TT, 0ohn %" Z"

+uça o Es18rito, +uça o Mundo: Como ser um

Cristão Contempor=neo" p" ?)E?:"

@ STT/T, 0ohn %" Z" +uça o Es18rito,

+uça o Mundo: Como ser um Cristão

Contempor=neo" p"?)"

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(@

criadores" Podemos danar, escrever e !a2er mJsicas apreciando e agradando os nossos sentidos

e necessidades"

Capacidade para relacionamentos de amor: / amor 9ue une os seres humanos 1 maisdo 9ue um instinto, mais do 9ue um distJrbio das gl=ndulas end7crinas" #eus, 9ue 1 +mor, nos

deu capacidade de re!letirmos nossa semelhana com ele, atrav1s de nossos relacionamentos de

amor mani!estados na ami2ade, !raternidade, amor con8ugal e !amiliar"

Insaciável sede de eus- Todo ser humano reconhece uma realidade pessoal suprema e,

mesmo 9ue negue, instintivamente procura a #eus, sabendo 9ue sem ele estamos perdidos e não

conseguimos nos reali2ar" Por isso, busca direta ou indiretamente um relacionamento de amor e

adoraão com #eus" 'a verdade somos plena e verdadeiramente humanos 9uando dobramos osnossos 8oelhos diante do nosso Criador"Q  F 

Wue maravilhoso seria se pud1ssemos parar por a9ui, mas o Senhor 0esus nos chamou a

atenão a um outro lado do nosso ser, um lado escuro 9ue, por ve2es, não percebemos, mal

temos consciência deleV por1m, le nos mostra a extensão, a nature2a, a origem e o e!eito do mal

na humanidade"

1.0 O #e) <(,$" e #($ e%)$v$56"1: 

+ missão integral tamb1m apresenta o outro lado do ser humano, sua corrupão e

degeneraão, ou se8a, o seu pecado 9ue maculou a imagem e semelhana de #eus" Como

membro da humanidade de +dão, o ser humano est$ marcado pelo pecado e pela morte, seus

maus des;gnios o !a2em estar separado da comunhão com #eus"

0esus não pregou a bondade !undamental da nature2a humana""" le pregou o valor dos seres humanos, inclusive dedicandoEse a servir a eles" Mas tamb1m ensinou

9ue não valemos nada" le não negou 9ue somos capa2es de dar coisas boas aos outros, mas

F Ad", Abid", p"?("

* Sobre isso, c!" STT/T, 0ohn %" Z"

+uça o Es18rito, +uça o Mundo: Como ser um

Cristão Contempor=neo" p"?:E?F

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(F

tamb1m acrescentou 9ue, mesmo 9ue !aamos o bem, nem por isso deixamos de ser maus" 0esusnos ensina sobre-

! alcance universal da maldade humana: 9uando repreende os considerados mais 8ustos

e piedosos da 1poca, 9ue tinham consciência da degradaão humana, le não repreende um

indiv;duo ou um grupo de criminosos ou corruptos, mas os re!inados religiosos !ariseus,

mostrando 9ue as pessoas consideradas mais honestas e piedosas da 1poca eram contaminadas

 pela maldade humana"

A nature"a e#oc$ntrica da maldade humana: m Marcos *, 0esus descreve v$rios

exemplos desta nature2a egocêntrica, como homic;dio, adult1rio, !urto, !also testemunho, cobia

e outros, em cada um dos exemplos temos em comum a a!irmaão do ego" les !ormam as

violaIes da segunda metade dos de2 mandamentos" +ssim, todo pecado 1 uma maneira de

revolta ego;sta contra #eus, sua autoridade e contra o bemEestar do nosso pr7ximo" Por isso 1

9ue 0esus resume os de2 mandamentos, nos mandamentos de amar a #eus e ao pr7ximo"

A maldade humana % de ori#em interna: + maldade prov1m de nosso coraão 4Mc

*"(5, nossa nature2a herdada e pervertida, e não de um ambiente ruim ou uma educaão !alha

4apesar de 9ue ambos possam exercer !orte in!luência sobre 8ovens5" +ssim, 1 do coraão 9ue

 procede a !onte da maldade humana, mesmo 9ue tenhamos in!luências 9ue nos levem a pratic$E

las, pois, mesmo tentados para o mal, poder;amos não pratic$Elo, mas nos o praticamos" m

nossos momentos mais sens;veis n7s somos atormentados pela nossa potencialidade para o mal"

de nada adianta tratamentos super!iciais&' G 

! e(eito contaminador da maldade humana- 0esus insiste em di2er 9ue a maldade, 9ue

sai do coraão 1 9ue contamina o homem 4Mc *"()E(:5, 1 algo moral 9ue vem de dentro, ou

se8a, 9uando as pessoas exteriori2am suas maldades provocam atitudes 9ue acabam por !erir e

tra2er o mal para as pessoas, contaminando as outras pessoas com esta maldade"

#iante do paradoxo da condião humana, de agir com sua dignidade para a !ormaão do

mundo e agir com sua depravaão para a destruião do mundo, atrav1s do mal 9ue est$

enrai2ado dentro de n7s, evidenciaEse a necessidade mais urgente de redenão da humanidade"

+ssim nossa necessidade mais urgente 1 a redenão, ou, digamos assim,um novo comeo da vida, 9ue nos o!erea puri!icaão da poluião do

STT/T, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o Mundo: Como ser um Cristão

Contempor=neo, p"?:"

G Ad", Abid", p" ?@"

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(*

 pecado e tamb1m um novo coraão, e mesmo uma nova criatura, comnovas perspectivas, novas ambiIes e novas !oras" , 8$ 9ue !omoscriados a imagem de #eus, tal redenão 1 poss;vel" 'enhum ser humano

1 irredim;vel" +!inal de contas, #eus, atrav1s de 0esus Cristo, veio em busca de n7s, e nos procurou deligentemente a ponto de so!rer a agoniada cru2, onde tomou o nosso lugar, carregou nosso pecado e morreu anossa morte, a !im de 9ue !ossemos perdoados" #epois le ressucitou,subiu aos c1us e enviou o sp;rito Santo, 9ue 1 capa2 de penetrar emnossa personalidade e trans!ormarnos a partir do nosso interior" Se existe para raa humana not;cia melhor do 9ue esta, eu pelo menos nunca ouvi"() 

Todos estes pontos são evidenciados pela missão integral, descrevendo 9ue o ser humano 1

tentado para o mal, não tendo e!eito 9ual9uer tratamento super!icial, pois não possui condiIes

de entrar na presena de #eus e nem de salvar a si mesmo"

Cristianismo 1 uma religião de salvaão" 'ada existe nas demaisreligiIes do mundo 9ue possa ser comparado à mensagem de um #eus9ue amou, 9ue buscou e 9ue morreu por um mundo de pecadores perdidos"((( 

 'estes termos, 1 9ue as boas novas de salvaão são apresentadas, o ato de 0esus morrer 

 pelos nossos pecados e enviar o sp;rito Santo 9ue entra em nossa personalidade trans!ormandoE

nos a partir de nosso interior, nos !a2endo seus seguidores" como seguidores, com realismo

 buscamos ter um mundo melhor" / 9ue a maioria das pessoas busca utopicamente, mas sãoimpedidas pelo egocentrismo"

+ humanidade conserva dentro de si, vest;gios da imagem divina na 9ual !oram criadas,

suas pre!erências estão na 8ustia do 9ue na in8ustia, na liberdade do 9ue na opressão, no amor 

do 9ue no 7dio e na pa2 do 9ue na violência, !atos estes, 9ue n7s !ornece esperanas de mudana

social"

+ maioria das pessoas alimenta visIes de um mundo melhor" /!atocomplementar, no entanto, 1 9ue os seres humanos são retorcidos deegocentrismoQ 4como Michael %amse costumava de!inir o pecado

() STT/T, 0ohn %" Z" +uça o Es18rito,

+uça o Mundo: Como ser um Cristão

Contempor=neo, p" ?"

( ST/TT, 0ohn %" Z"" Cristianismo

 59sico" Trad" 6l$via Brasil steves"São Paulo-

diIes Hida 'ova, GGG" p"

(( "

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(

original5, e isto impIe limites às nossas expectativas" /s seguidores de0esus são realistas, não ut7picos" poss;vel melhorar a sociedade > e oregistro hist7rico da in!luência do crisianismo na sociedade tem sido

impressionante" Mas a sociedade per!eita, na 9ual s7 habitar$ a 8ustiaQ,ainda aguarda a volta de 0esus Cristo" (: 

Sendo assim, a tare!a de mudana social vir$ atrav1s da vida trans!ormada por 0esus 9ue

!a2 de n7s uma nova criatura, com a missão de testemunhar seus atos e palavras"

/ 9ue #eus disse e !e2 pertence à hist7ria, mas deve passar da hist7ria para nossa pr7pria experiência" #eve sair da B;blia e penetrar em nossasvidas" #eus !alou" Temos n7s ouvido suas palavras_ #eus agiu" Temosn7s recebido os bene!;cios de seus !eitos_"(? 

Como seguidores de Cristo, precisamos responder a seu chamado para sermos como le e

testemunharmos em nossas vidas a sua vida, mani!estando seu amor e seu o poder de cura,

libertaão, trans!ormaão, restauraão, salvaão da vida humana, da sociedade e do mundo"

0. C"<e&e" " M("

+ obra de salv;!ica de 0esus Cristo est$ diretamente ligada ao mundo em sua totalidade,

não somente com o indiv;duo, !a2endoEse necess$rio conhecer a relaão de evangelho e mundo"

Mas o 9ue 1 mundo_

/ mundo 1 a soma total da criaão, o universo, os c1us e a terra 9ue#eus criou no princ;pio e 9ue recriar$ no !inal"

 'um sentido mais limitado, o mundo 1 a presente ordem de existênciahumana, o contexto espaoEtemporal da vida do homem"(? 

Cristo 0esus o 3ogos se !e2 presente na criaão con!orme 40oão ": e )5" #esta !orma,

0esus 1 tanto o agente da redenão 9uanto o agente da criaão de #eus, sendo a meta para onde

se dirige todas as coisas, o princ;pio e o !im de toda realidade material e espiritual"

/ mundo ho8e 1 encarado por uma ansiosa in9uietude para com os bens materiais,

incompat;vel com a busca do reino de #eus" +s pessoas têm buscado uma vida material 9ue ter$

!im em si mesma" / pensamento, de 9ue nada trouxemos a este mundo e nada levaremos, tem

tra2ido à humanidade e aos cristãos a atitude de exploraão do mundo, em seus bens naturais e

(: STT/T, 0ohn %" Z" +uça o Es18rito,

+uça o Mundo: Como ser um Cristão

Contempor=neo, p" ?G"

(? Ad", Abid", p" ?" (?  P+#A33+, %en1" Missão Integral: nsaios sobre o %eino e a Agre8a" São Paulo- 6T3EB eTem$tica PublicaIes, GG(, p" F e *"

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(G

!;sicos, !irmando um pensamento pessimista 9ue destr7i a sociedade" Mas precisamos entender 

9ue a presente ordem não pode ser vista como se esgotasse em si mesma" / mundo est$ alienado

de #eus, hostil à mensagem cristã, longe dos prop7sitos de #eus, escravi2ado pelo poder dastrevas" + sabedoria do mundo est$ marcada pelo desconhecimento de #eus, re!letindo a

sabedoria dos poderosos desta 1poca" + cegueira dos incr1dulos 1 o resultado da aão de satan$s,

 pr;ncipe das potestades do ar, deus deste s1culo" / mundo est$ em pecado, pois o pecado 9ue sai

do coraão do homem, mani!estaEse na criaão e na sociedade, criaão su8eita à vaidade e 9ue

 precisa ser redimida do cativeiro da corrupão" / mundo esta na mentira" m sua ignor=ncia, o

mundo vive uma realidade materialista e absolutistaV os !atores sociais, econRmicos, pol;ticos e

individualistas condicionam a humanidade para satis!a2er suas pr7prias necessidades, tra2endo agrande mentira de 9ue o homem 1 como #eus"

m sua rebelião contra #eus, o homem 1 escravo dos ;dolos do mundo, por meios dos 9uais atuam estes poderes" os ;dolos 9ue ho8eescravi2am o homem são os ;dolos da sociedade de consumo""" Surgiuuma sociedade 9ue absoluti2a a prosperidade econRmica e oconse9ente bemEestar material do homo consumens""" / materialismo > a !1 sega na t1cnica, a indeclin$vel reverência à propriedade privadacomo um direito absoluto, o culto ao aumento da produão mediante osa9ue irrespons$vel da nature2a, o desmedido enri9uecimento das

grandes empresas às custas do empobrecimento dos deserdados da terra,a !ebre do consumo, a ostentaão e a moda E, esta 1 a ideologia 9ue est$destruindo a raa humana"(@ 

Considerando 9ue a humanidade est$ aprisionada em um sistema 9ue absoluti2a o relativo

e relativi2a o absoluto, 9ue submete o ser humano ao 8u;2o de #eus, 9ue o ser humano se

encontra levado pelos v;cios particulares, e 9ue a evangeli2aão não deve ser apenas

comunicaão verbal ou se9uer m1todos evangel;sticos, mas uma evangeli2aão 9ue leva a s1rio

o poder do inimigo e a necessidade dos recursos de #eus para a luta, chamando a igre8a não para

ser do mundo, mas para estar no mundo, proclamando a salvaão em Cristo 0esus 9ue rompe aescravidão do se humano no mundo, com a esperana escatol7gica de novo c1u e nova terra e a

mani!estaão do reino de #eus agora"

/ Cristo 9ue operou o perdão dos pecados 1, ao mesmo tempo, o Cristo9ue operou a libertaão da escravidão do mundo" + hora da cru2 !oi ahora do 8u;2o deste mundo e de seu pr;ncipe 40o (":VF"5""" / Cristo proclamado pelo evangelho 1 o Senhor de todos, atrav1s de 9uem #eusatuou de!initivamente na hist7ria a !im de !ormar uma nova

(@ P+#A33+, %en1"  Missão Integral:

nsaios sobre o %eino e a Agre8a, p" F:"

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:)

humanidade" +9uele 9ue coloca sua con!iana nele, por ele 1 libertodeste mundo perverso 4Ol "?5"(F 

2. A S$-v$56" I!e+)$-+ missão integral nos chama à proclamaão do evangelho, a anunciar a mensagem de

salvaão a partir da evangeli2aão, assim de!inida biblicamente no 7acto de $ausanne"

vangeli2ar 1 di!undir as boas novas de 9ue 0esus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as scrituras, e de 9ue, o Senhor erei, ele agora o!erece o perdão dos pecados e o dom libertador dosp;rito a todos os 9ue se arrependem e crêem" + nossa presena nomundo 1 indispens$vel à evangeli2aão, e o mesmo se d$ com a9ueletipo de di$logo cu8o prop7sito 1 ouvir com sensibilidade, a !im de

compreender" Mas a evangeli2aão propriamente dita 1 a proclamaãodo Cristo b;blico e hist7rico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliaremcom #eus" +o !a2ermos o convite do evangelho, não temos o direito deesconder o custo do discipulado" 0esus ainda convida todos os 9ue9ueiram seguiElo e negaremEse a si mesmos, tomarem a sua cru2 eidenti!icaremEse com a sua nova comunidade" /s resultados daevangeli2aão incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igre8a eum servio respons$vel no mundo" (* 

/ 7acto de $ausanne chama a igre8a à proclamaão de 0esus como Senhor com uma !orte

responsabilidade de ser agente de trans!ormaão hist7rica, evidenciando a luta pela

trans!ormaão atrav1s dos cinco itens apresentados abaixo"

 > 'ecessidade de nos dedicarmos ao servio de Cristo e dos homensen9uanto aguardamos a vinda de CristoV

E Cobrana aos governos de condiIes de dignidade humana, con!ormeconsta na !eclaração (niversal dos !ireitos umanosV

E 3ibertaão da9ueles 9ue so!reram perseguião religiosa e a certe2a de9ue de !orma alguma nos intimidaremos diante de uma situaão comoessaV

E /posião a toda in8ustia, permanecendo !i1is ao evangelhoV

E +!irmaão da igre8a como comunidade do povo de #eus, e não comoinstituião"( 

#esta !orma, a evangeli2aão não s7 tem a !unão de apresentar 0esus Cristo como Senhor

e Salvador do mundo, 9ue morreu pelos nossos pecados e trouxe acesso ao Pai nos puri!icando

(F Ad", Abid", p" (:"

(*  7acto de $ausanne* atureza da

 Evangelização, item ?"

NNN"!aculdadelatinoamericana"com"br  , ())?"

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:

de todo o pecado, mas tamb1m nos orienta para a libertaão total da escravidão tanto pessoal

9uanto do mundo, integrando o prop7sito de #eus de colocar tudo sob o governo de Cristo" Para

isso, chama o ser humano ao arrependimento real para remissão dos pecados, em 9ue existe umamudana de atitude, uma reestruturaão dos valores e uma reorientaão da personalidade, nos

despertando para a dimensão social do evangelho"

+ missão integral apresenta o dese8o salvador de #eus de redimir toda a humanidade em

Cristo 0esus, evidencia uma perspectiva de salvaão integral, atrav1s dos !atos salvadores, como

a encarnaão, cru2, ressurreião, e os !atos 9ue nos levam ao arrependimento à !1, como tamb1m

ao anJncio das boas novas de #eus recebidas pela !1, redimindo o esp;rito humano, de !orma

9ue cada um caminhe na direão de se tornar à imagem de 0esus, !a2endo #ele primogênitoentre muitos irmãos" +ssim, o ser humano produ2 boas obras por9ue Cristo habita nele e pela

sua graa testemunha seu amor"

+ssim como !oi o chamado de Cristo, segueEme, um chamado maissimples, le solicitou tanto a homens como a mulheres 9ue dessem sua!idelidade pessoal" ConvidouEos a 9ue aprendessem d<le, a 9ueobedecessem às Suas palavras e a 9ue se identi!icassem com Suacausa"(G 

+ missão integral evidencia a salvaão integral em 0esus Cristo, a partir da salvaão

 psicol7gica, da salvaão !;sica e cura das doenas !;sicas e psicol7gicas, tra2endo liberdade para

ser humano em sua vida e em seu testemunho, integrando à evangeli2aão um minist1rio

carism$tico de en!retamento de doenas e en!ermidades"

Se Cristo chama de salvaão e soteriologia o ato de curar corpos, por 9uerestringirmos o termo, o uso e a perspectiva da boa nova exclusivamentea uma espiritualidade desencarnada_ Asso deveria !a2erEnos criar compromissos com a integraão e a adião do minist1rio carism$tico deen!retamento da doena e da en!ermidade, como algo 9ue !aa parte do processo evangeli2ador a9ui e agora":) 

( #< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6abio"

 Igre"a: Evangelização, &erviço e

Transformação ist;rica Hol" " 'iter7i > %"0-

ditora Hinde e ditora Sepal, G*" p" @"

(G STT/T, 0ohn Z" %" Cristianismo

 59sico, p" :)"

:) #<+%+0/ 6A3D/,Caio 6$bio,

 Igre"a: Evangelização, &erviço e

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:(

+ humanidade precisa da salvaão integral de 0esus Cristo, 9ue liberta da cul1a, ou se8a,

0esus Cristo, como ser humano, venceu o pecado e a morte, levando o nosso pecado, a nossa

culpa e morte em nosso lugar, a !im de 9ue !Rssemos perdoadosV do egocentrismo, ou se8a, 0esusCristo com o poder de ressurreião, habitando em n7s com seu sp;rito, trans!orma a nossa

 personalidade, para 9ue tenhamos a sua personalidade" 'ossa personalidade !echada para n7s

mesmos, pensando somente no eu, se abre para Cristo e seu amor, nos !a2endo servos 9ue amam

o pr7ximo como le nos amouV e do medo, ou se8a, 0esus Cristo 9ue est$ assentado à destra de

#eus e tem tudo debaixo de seus p1s, com sua supremacia nos liberta de todo medo 9ue paralisa,

impedindo de vivermos a liberdade 9ue le nos o!ereceV assim, devemos levar todos os nossos

medos à lu2 da supremacia e vit7ria de Cristo 9ue nos liberta" Com a liberdade de Cristo, 9uenos salva de !orma integral, podemos viver a essência de seu amor para conosco, mani!estando a

liberdade de amarmos o pr7ximo como le nos ama"

verdade 9ue o Senhor 0esus ressurreto deixou a Orande comissão paraa sua Agre8a- pregar, evangeli2ar e !a2er disc;pulos" esta comissão 1ainda a obrigaão da Agre8a" Mas a comissão não invalida omandamento, como se amar$s a teu pr7ximo tivesse sido substitu;do por  pregar$s o vangelho" 'em tampouco reinterpretar amor ao pr7ximo emtermos exclusivamente evangel;sticos" +o contr$rio, enri9uece omandamento amar o nosso pr7ximo, ao adicionar uma dimensão nova ecristã, nomeadamente a responsabilidade de !a2er Cristo conhecido paraesse nosso pr7ximo": 

#esta !orma, verdadeiramente seremos salvos na esperana da volta do Senhor 0esus,

vivendo e mani!estando o %eino de #eus agora, convertendo os nossos coraIes, sentimentos e

atitudes para a missão integral, buscando, atrav1s da proclamaão de 0esus Cristo 9ue morreu

 pelos nossos pecados, a mani!estaão da salvaão integral, de !orma pessoal para 9ue o mundo

se8a salvo em sua totalidade"

Claramente, a salvaão de #eus em 0esus Cristo tem um alcanceuniversal" Mas universalidade do vangelho não deve ser con!undidacom o universalismo de te7logos contempor=neos 9ue a!irmam 9ue, emvirtude da obra de Cristo, todos os homens receberam a vida eterna, se8a9ual !or sua posião !rente a Cristo" /s bene!;cios procurados por Cristo

Transformação ist;rica, p" ?("

: STT/T, 0ohn %" Z" Cristianismo

9uilibrado" Trad 3oureno Hieira"%io de

0aneiro- Casa Publicadora das +ssembl1ias de

#eus, G(" p" F

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http://slidepdf.com/reader/full/missao-integral-uma-perspectiva-teologica 33/71

::

são insepar$veis do evangelho e, conse9entemente, somente podem ser recebidos em e pelo evangelho":( 

Proclamar 9ue 0esus 1 o salvador do mundo não 9uer di2er 9ue são salvos

automaticamente, mas 1 um convite a con!iarmos e entregarmos nossas vidas a le"

Cristo não salva independentemente da !1- a !1 não nos restauraindependentemente de Cristo" le se !e2 um conosco- n7s temos 9ue nos!a2er um com ele" Sem a a!irmaão deste duplo processo deautoidenti!icaão e dos resultados 9ue o seguem não h$ uma exposiãocompleta do evangelho":: 

 'estes termos, evidenciamos a responsabilidade da igre8a de proclamar a salvaão, pois a

missão evangeli2adora continua por meio dos seguidores de Cristo, 9ue anunciam o

arrependimento, o perdão de pecados e a salvaão exigida pelo evangelho em todo decorrer da

hist7ria at1 o presente s1culo" sta missão de anunciar a integridade da salvaão nos chama para

voltarmos ao !oco da evangeli2aão institu;da pelo Senhor 0esus, para a libertaão, cura,

trans!ormaão, retidão e atitudes 9ue mani!estam o amor de #eus em nossas vidas pessoais e na

sociedade, para o estabelecimento do %eino de #eus no mundo"

ste segundo cap;tulo apresentou de !orma resumida uma abordagem antropol7gica da

condião humana e a visão do mundo na teologia da missão integral, evidenciando uma

 perspectiva salv;!ica" +bordou tamb1m a salvaão integral em 0esus Cristo, buscando resgatar o!oco do amor ao pr7ximo 9ue nos chama para a responsabilidade de proclamaão da liberdade

dada por 0esus para uma mudana social no mundo" + missão integral !oi destacada como meio

de salvaão integral da humanidade, a partir do testemunho de amor e das atitudes de 0esus

!rente a o pecado do mundo"

ncontramos de !orma simples e sucinta a visão de salvaão universal, dentro da missão

evangeli2adora 9ue trans!orma a personalidade humana, para tra2er a n7s, atrav1s do sp;rito

Santo, o car$ter de Cristo para mudar e libertar a humanidade das prisIes do principe das trevas,estabelecendo o %eino de #eus at1 a vinda de Cristo"

 'estes termos, precisamos entender como a teologia da missão integral compreende

Cristo, ou se8a, a sua cristologia" +ssim, com a base antropol7gica e salv;!ica destacada neste

cap;tulo, entramos no terceiro cap;tulo com a missão de entender o pensamento cristol7gico da

teologia da missão integral"

:( P+#A33+,C" %en1" Missão Integral:

nsaios sobre o %eino e a Agre8a, p" "

:: Ad", Abid", p" "

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:?

CAPÍTULO 2

MISSÃO INTEGRAL

7UMA PERSPECTIVA CRISTOLÓGICA9

ste cap;tulo apresentar a perspectiva cristol7gica da teologia da missão integral,

destacando seu entendimento de 9uem 1 0esus Cristo e o compromisso 9ue assumimos ao

con!essar 0esus Cristo como nosso Senhor e Salvador, estabelecendo a cristologia na

evangeli2aão" Primeiramente ser$ apresentado como 0esus Cristo 1 conhecido pela teologia da

missão integral, seu senhorio, sua salvaão e sua universalidade" m segundo lugar,

destacaremos a cristologia apresentada no =mbito da missão, para a pr$tica da evangeli2aão no

mundo"

1. C"<e&e" Je#(#

+ missão integral restabelece uma cristologia a partir dos evangelhos, destacando sua vida,

sua pr$tica, sua mensagem, seus exemplos, sua mediaão, seu senhorio e sua salvaão, e se

aproximando dos acontecimentos de 0esus para situ$Elo em seu contexto social, econRmico e

 pol;tico" #entro desta busca, a velha e sempre nova pergunta sobre 9uem !oi e 9uem 1 0esus 1

 primordial para levarmos a s1rio nossa !1 em 0esus Cristo, e a!eta nossa vida, nosso car$ter enosso comportamento com a humanidade e o mundo" / problema da cristologia na

 proclamaão do evangelho a!eta toda a vida e a missão da Agre8a, o comportamento 1tico dos

cristãos no mundo e mesmo a totalidade da nossa !1 cristã"Q:? 

:? " C/ST+S, /rlando"  7roclamando

a Cristo no Mundo dos !ois Terços*  ditado

 por STU%'+O3,Haldir %aul,  A &erviço

do -eino- Um Compêndio sobre a Missão

Antegral da Agre8a, p" "

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:@

+ missão integral evidencia a interErelaão de 0esus com #eus, sendo #eus !eito Domem,

 possuindo duas nature2as distintas e per!eitas, a divina e a humana"

Cremos 9ue le possui uma interErelaão eterna e essencial com #eus e9ue nenhuma outra pessoa tem" 'ão o consideramos como #eusdis!arado de homem e tão pouco um homem com 9ualidades divinasVcremos 9ue ele 1 #eus !eito homem" stamos persuadidos 9ue 0esus !oi personagem hist7rico possuindo duas nature2as distintas e per!eitas > uma divina e outra humana > sendo nisto Jnica, absolutamente e paratodo o sempre" S7 assim poderia le ser merecedor não s7 de nossaadmiraão, mas tamb1m de nossa adoraão":@ 

Como di2 D"'" %idderbos, esta misteriosa dualidade de Senhor e Servo,da necessidade de so!rer e no entanto possuir poder divino, 1 o elementomais essencial na descrião 9ue todos os 9uatros evangelhos !a2em da

vida terrena de 0esus""" esta misteriosa dualidades constitui na base da proclamaão apost7licade 0esus como oSanto e 0ustoQ4 +t :"?V c! *"@(5, o autor da vidaQ4+t:"@5, o santo 6ilhoQ de #eus 4+t ?"(*V c! ":(ss5, 9ue, tendo sidomorto por 4u1er 5 nossos pecadosQ 4 Co @":5 e, tendo sido elevado deentre os mortos, !oi exaltado como o ]rios de todo o universo 4+t (":FV)":FV "()5" 'as palavras de Paulo, 0esus 4"""5 a si mesmo sehumilhou, tornandoEse obediente at1 a morte, e morte de cru2" Pelo 9uetamb1m #eus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome 9ue est$ acimade todo nome 4"""5Q 46p ("EG5" / coraão do evangelho 1 0esus Cristo-a9uele 9ue, mesmo sendo o Senhor exaltado, segue sendo um Messias

cruci!icado 4Christos estaur;menos5 e, como tal,poder de #eus e sabedoria de #eusQ 4Co "(:E(?V c!" ("(5" :F 0esus 1 o

Messias, o !ilho de #eus, 9ue morre na cru2 pelos nossos pecados, para salvaão, cura,

libertaão e trans!ormaão do ser humano em sua totalidade, mas tamb1m 1 a9uele 9ue nasce em

 'a2ar1, 9ue marca seu minist1rio redentor a partir da Oalil1ia, 8unto ao povo 9ue era despre2ado

na 1poca, em 9ue a populaão era mesclada com pessoas deserdadas e sem p$tria, tendo grande

9uantidade de 7r!ãos, viJvas, pobres e desempregados, povo in8ustiado socialmente e

economicamente pelas classes dominantes, marginali2ado e so!rido" 'este contexto, 0esus 1

a9uele 9ue tem o ser humano como prioridade, 9ue mani!esta seu amor na cura dos en!ermos, no

cuidado para com as mulheres, na identi!icaão com os pobres, proclamando libertaão para

todos a9ueles 9ue passam necessidades e vivem sob opressão, se8a moral, social ou religiosa"

:@ ST/TT, 0ohn %" Z" Cristianismo

 59sico, p" (: e (?"

:F P+#A33+ , C" %en1,  Missão

 Integral, ensaios so6re o reino e a igre"a, p" ("

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:F

/s gestos de 0esus têm o poder de devolver o humano ao homem, sobre

todo e 9ual9uer intento desumani2ante" + postura de 0esus !rente à lei e ao s$bado, sua pr7pria maneira

de agir com os publicanos e pecadores, são uma opão radical contra os c;rculos !echados dos piedosos,

assim como contra os representantes do 8uda;smo o!icial":* + opão ministerial de 0esus dinami2a aconsciência do ser humano oprimidoV tem um sentido pro!1tico de denJncia a toda ordem 9ue se

levanta contra a reali2aão plena do ser humanoV 1 um chamado à conversão e um sinal de

esperana e salvaão do ser humano em sua totalidade"

1.1 Je#(# C)*#!" = Se<")

 <yrios Iesous > Senhor 0esus 1 a con!issão cristã m;nima 9ue possui implicaIes para a !1

cristã e para a vida cristã, pois expressa uma pro!unda convicão teol7gica acerca do 0esus

hist7rico e um radical comprometimento pessoal com le"

+ partir das ep;stolas paulinas com desta9ue para 6ilipenses (" FE, temos uma convicção

teol;gica, de acordo com a 9ual Paulo atribui a 0esus um t;tulo divino, um texto divino e

reivindica para 0esus uma adoraão divinaV identi!icando 9ue 0esus Cristo 1 &enhor e &alvador:

&enhor, como s;mbolo de sua vit7ria sobre as !oras do mal 9ue estão debaixo de seus p1s e

&alvador pela vit7ria sobre mal 9ue o !a2 Senhor, dando a capacidade de ser Salvador"

/s cristãos primitivos deram a 0esus um t;tulo divino 4Senhor5,trans!eriram para ele textos divinos 4concernentes à salvaão 9ue elecon!ere e à honra 9ue ele merece5 e lhe renderam culto divino 4o dobrar dos 8oelhos5" stes !atos são indiscut;veis e são ainda maisimpressionantes por serem naturais e 9uase casuais"

 'ão pode haver salvaão sem senhorio" +s duas a!irmaIes,  =esus #

&enhor  e =esus &alva, são virtualmente sinRnimos": 

:* S+%%+C/ , 'orberto"  As o1ç>es

li6ertadoras de =esus*  ditado por 

STU%'+O3,Haldir %aul,  A &erviço do

 -eino- Um Compêndio sobre a Missão Antegral

da Agre8a, p" G( e G:"

: ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" GG e ))"

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:*

Segundo 0ohn Sttot, <yrios Iesous, al1m de nos expressar a convicão de 9ue ele 1 #eus e

Salvador, indica tamb1m nosso radical com1rometimento com le, com desta9ue para as seis

a!irmaIes de compromisso a seguir- :G (m com1romisso de dimens>es intelectuais, pois a mente 1 a cidadela central de nossa

 personalidade e governa nossas vidas, mesmo por9ue ela 1 a Jltima a renderEse ao Senhorio de

0esus" 0esus reivindica autoridade sobre ela em Mt "(G- tomai sobre v7s o meu 8ugo e

aprendei de mim, 9ue sou manso e humilde de coraão, e encontrareis descanso para vossa

almaQ, Paulo se expressa de !orma semelhante em (Co )"@- levar cativo todo o pensamento a

obediência de CristoQ" /s seguidores de 0esus tinham 9ue se tornar disc;pulos, su8eitandoEse a

suas instruIes, aprendendo com ele, ou se8a, submeter nossas mentes ao 8ugo de CristoVMas o cristão contempor=neo, na sua =nsia por reagir com sensibilidadeaos desa!ios do mundo moderno, não pode, para tanto, tentar livrarEse daautoridade de 0esus Cristo a !im de !a2êElo" Um disc;pulo não tem aliberdade de discordar de seu divino mestre" / 9ue n7s cremos acerca de#eus e do ser humano, se8a homem ou mulher, criado à sua imagem, ousobre a vida e a morte, os deveres e o destino, a escritura e a tradião, asalvaão e o 8u;2o, e muito mais ainda, tudo isso n7s aprendemos comele" xiste em nossos dias, tão cheios de especulaIes estranhas eloucas" Uma urgente necessidade de retomarmos nossa posião corretaaos p1s de Cristo" S7 9uem obedece sem reservas à ordem de 0esusQ,

escreveu #ietrich Bonhoe!!er, e submeteEse sem resistências ao seu 8ugo, acha leve o seu !ardo e sob sua doce pressão recebe o poder de perseverar no caminho certo" + ordem de 0esus 1 di!;cil,insuportavelmente di!;cil, para 9uem tenta resistir a ela" Mas para 9uemse submete voluntariamente, o 8ugo 1 suave e o !ardo 1 leve" ?) 

(m com1romisso na dimensão moral   E com a decadência dos padrIes morais, o

relativismo tem dominado o mundo e entrado na igre8a, !a2endo com 9ue as pessoas percam sua

re!erência moral" Por este motivo, somos chamados por 0esus a aceitar seus padrIes e obedecer 

às suas ordens como em 0o ?"(- +9uele 9ue tem os meus mandamentos e os guarda, esse 1 o

9ue me amaV e a9uele 9ue me ama, ser$ amado por meu Pai, e eu tamb1m o amarei e me

:G Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn

Z" %" +uça o Es18rito, +uça o mundo: como

ser um cristão contempor=neo, p" )E)"

?) ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" )("

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:

mani!estarei a eleQ" + obediência a Cristo est$ diretamente ligada ao amor, a prova de amor 1 a

nossa obediência a seus mandamentos e o galardão do amor 1 Cristo se revelando a n7s-

/s cristãos !oram sepultados com le 40esus5 em sua morte eressuscitados com ele a !im de terem um novo estilo de vida 4%m F"?5"6oram mortos com Cristo e portanto devem deixar toda m$ condutaVressuscitaram com Cristo e agora devem vestirEseQ de um car$ter comoo de Cristo 4Cl :"@E?V ! ?"*ss5" Cristo, o 'ovo Domem, 1 o modeloda nova vida" 4"""5

/ evangelho não 1 somente algo 9ue se crê, mas tamb1m algo 9ue seobedece 4 Pe ?"*EV c!" %m ("V Ol :"V @"*V ( Co G":V Pe "((5"Com e!eito, a genuidade da !1 se mede pela obediência" +s boas obrascomo expressão do amor não são apêndice da salvaão, de valor secund$rio, mas são parte essencial da nova criaão reali2ada em Cristo0esus 4! (")V Tt ("?5"? 

(m com1romisso na dimensão vocacional  E di2er 9ue 0esus 1 SenhorQ signi!ica incluir 

nossa vida de trabalho, nos compromete a servir a vida inteira, somos chamados a ministrar e

servir de alguma !orma, ou se8a, nossa vida e nossos a!a2eres devem testemunhar o senhorio de

0esus, no amor, na pr$tica, no car$ter, no anJncio, na cura e na libertaão, somos chamados a

gastar nossas vidas em seu servio libertador"

TornarEse cristão 1 viver como tal implica uma mudana tão radical 9uenenhuma imagem iria !a2er 8ustia a ela, a não ser a morte e aressurreião com Cristo, ou se8a- morrer para a velha vida de comodismoe obstinaão e ressurgir para uma nova vida de dom;nio pr7prio eautodoaão, na 9ual o mundo !oi cruci!icado para n7s e n7s, cruci!icados para o mundo"?( 

(m com1romisso na dimensão social  E isto signi!ica 9ue con!essar 0esus como SenhorQ

compromete seus seguidores a responsabilidades individuais e sociais, reconhecendo 0esus

? P+#A33+, C" %en1"  Missão

 Integral: ensaios sobre o reino e a igre8a, p" @

e F"

?( ST/TT, 0onh %" Z"  A verdade do

evangelho- Um +pelo a Unidade" Trad Marcell

e Silêda S" Steuerna gel" Curitiba > P%-

ncontroV São Paulo- BU editora, ()))" p" G)"

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:G

como Senhor da sociedade" +ssim temos 9ue impregnar os valores de Cristo na sociedade, ou

se8a, na !am;lia, no trabalho, na vi2inhana, no pa;s e no mundo, atrav1s do anJncio e

testemunho de 0esus Cristo"

Se 0esus amou o mundo de tal maneira 9ue entrou nele atrav1s daencarnaão, como pode seus seguidores proclamar 9ue amam o mundo procurando escapar dele_""" Procurar melhorar a sociedade não 1mundanismo, mas amor" 3avar as mãos da sociedade não 1 amor, masmundanismo"?: 

+ sociedade 1 mais 9ue uma soma de indiv;duos" +s mudanas sociaistão urgentes na +m1rica 3atina virão pela mudana de indiv;duos e deestruturas" m ambas h$ um desa!io ao testemunho evang1lico"?? 

(m com1romisso na dimensão 7ol8tica  E signi!ica 9ue declarar 9ue 0esus 1 SenhorQ,implica em reivindicaIes pol;ticas" 0esus ao declarar a C1sar o 9ue 1 de C1sar e a #eus o 9ue 1

de #eusQ 4Mc ("*5, deixou claro 9ue existem $reas em 9ue #eus 1 Senhor e C1sar não deve se

intrometer" /s disc;pulos de 0esus devem respeitar o stado, mas não ador$Elo, nem !ornecer o

apoio acr;tico 9ue ele exige" Como disc;pulos temos 9ue nos submeter às autoridades, desde

9ue, elas não nos obriguem a desobedecer a #eus"

 'este ponto nosso dever, como cristãos, 1 desobedecer ao estado a !im

de obedecer a #eus" Pois, a!inal de contas, se o estado abusa de sua autoridade dada por #eus e tem a

 presunão, se8a de ordenar a9uilo 9ue #eus pro;be, se8a de proibir a9uilo 9ue #eus ordena, n7s

 precisamos di2er nãoQ ao estado a !im de di2er simQa Cristo"   ?@ /s evangelhos nos permitem ver 

0esus com v$rias alternativas pol;ticas, como o a pol;tica dos !ariseus, dos saduceus, dos 2elotes

e do essênios" Por1m, le encarna e proclama uma nova alternativa pol;tica, o %eino de #eus"

Como disc;pulos devemos proclamar esta nova alternativa baseada no amor, no servio e na

?: ST/TT,0ohn %" Z" Cristianismo

 E?uili6rado, p"@*

?? SC/B+%, Samuel"  A

res1onsa6ilidade social da igre"a* ditado por 

STU%'+O3, Haldir %aul"  A &erviço do

 -eino: Um Compêndio sobre a Missão Antegral

da Agre8a, p" @"

?@ ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" )

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?)

autoEentrega, con!rontando as estruturas de poder com a denuncia da ambião de mando 9ue

est$ dentro dela"

#i2er 9ue 0esus 1 o Cristo 1 descobriElo em termos pol;ticos, 1 a!irmar 9ue ele 1 rei" Seu reino não 1 deste mundo, não por9ue não tenha nada aver com o mundo, mas por9ue não se amolda à pol;tica dos homens" um reino com sua pr7pria pol;tica, uma pol;tica marcada pelo sacri!;cio4"""5

assim 9ue 0esus encara as estruturas de poder- denunciando a ambiãode mando 9ue se entrincheira nelas, e proclamando outra alternativa, baseada no amor, no servio, na autoEentrega aos demais" le não sere!ugia no religiosoQ ou no espiritualQ como se seu %eino não tivessenada a ver com o pol;tico eo social, mas desmitologi2a a pol;tica doshomens e se apresenta como o %eiEServo, o criador e modelo de uma

comunidade 9ue se compromete com ele como Senhor e se comprometea viver como ele viveu" ?F 

(m com1romisso na dimensão glo6al  E isto signi!ica 9ue ao a!irmarmos 0esus 1 SenhorQ,

reconhecemos seu senhorio universal, como est$ escrito em 6p ("GE- Pelo 9ue tamb1m #eus

o exaltou soberanamente e lhe deu um nome 9ue 1 sobre todo o nome" Para 9ue todo o 8oelho

dos 9ue estão nos c1us, e na terra, e debaixo da terra, e toda l;ngua con!esse 9ue 0esus Cristo 1 o

Senhor, para a gl7ria de #eus Pai"Q #esta !orma, somos comprometidos a 2elar pela honra e

gl7ria de seu nome, mesmo por9ue se a vontade de #eus 1 9ue todo o mundo reconhea 0esus,

esta então deve ser nossa missão"

/s hindus !alam sobre o Senhor ]rishnaQ os budistas do Senhor BudaQ, mas n7s não podemos aceitar essas reividicaIes" S7 0esus 1Senhor" le não tem rivais"

 'ão existe incentivo maior para a missão mundial do 9ue o senhorio de0esus Cristo" Missão não 1, nem uma inter!erência impertinente na vida privada de outras pessoas, nem uma opão dispens$vel 9ue pode ser re8eitada" Pelo contr$rio, missão 1 uma deduão inevit$vel do senhoriouniversal de 0esus Cristo"?* 

?F P+#A33+, C" %en1" Missão Integral:

ensaios sobre o reino e a igre8a, p" :? e :@"

?* ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" )G e )"

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?

1.0 Je#(# = S$-v$") > 

Salvaão 1 uma palavra 9ue abrange a totalidade da redenão de #eus" +pesar de salvaão

ter sabor um tanto desagrad$vel para grande parte das pessoas, não podemos nos des!a2er dela,

mesmo por9ue o cristianismo 1 uma religião de resgate, 9ue anuncia boas novas de salvaão"

Salvaão signi!ica libertaão- libertaão do 8usto 8ulgamento de #eus devido aos nossos

 pecadosV libertaão de culpa e da consciência culpadaV libertaão para um novo relacionamento

de comunhão com #eus, em 9ue somos seus !ilhos perdoados, reconciliados e conhecendoEo

como PaiV libertaão da escravidão da vida sem sentido para uma nova vida de prop7sitos,

vivendo em amorV libertaão da prisão do egocentrismo para uma nova vida de servio sem

interesse pr7prioV libertaão das prisIes sociais de in8ustiasV libertaão das prisIes psicol7gicasV

libertaão da corrupãoV libertaão integral da raa humana"

para libertar, ou se8a, para salvar a humanidade 9ue 0esus se apresenta como o bom

 pastor 9ue vai buscar sua ovelha perdida, arriscando sua pr7pria vida para encontr$Ela, como

0esus di2 em 0o )"- u sou o bom PastorV o bom pastor d$ a sua vida pelas ovelhasQ" #esta

!orma, #eus em Cristo toma a iniciativa de nos resgatar, se entregando à vergonha e so!rimento

da morte de cru2 e, atrav1s de sua ressurreião, nos livrar do poder da morte" 'isto percebemos

o conceito do #eus de amor, gracioso 9ue se recusa ser conivente e condenador para com os

nossos pecados, pois envia seu !ilho 0esus Cristo para morrer pelos nossos pecaE

dos"

6oi para garantir estas preciosas bênãos 9ue 0esus Cristo veio a estemundo, morreu na cru2 e ressuscitou" 6oi ele 9ue tomou a iniciativa- o6ilho do homem veio para buscar e salvar o perdido""""

""" Se existe alguma outra religião 9ue tenha 9ual9uer coisa pelo menos parecida com as doutrinas da encarnaão e da expiaãoQ, escreveu

Stephen 'eill, eu ainda estou por encontr$ElaQ" Mas ela não pode ser encontrada"?G 

Por1m, 1 importante destacar 9ue religiIes como o budismo, na9ual não existe #eus nem

Salvador, mas a libertaão atrav1s do es!oro pr7prioV o hinduismo, 9ue crê na doutrina do

]arma, a retribuião atrav1s da encarnaãoV o 8uda;smo 9ue, mesmo acreditando na

 possibilidade de perdão, con!orme o +ntigo Testamento, não considera 9ue 0esus se8a o messias

e 9ue ele tem poder para perdoar os pecadosV o islamismo 9ue anuncia 9ue +l$ misericordioso

? Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn" +uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um cristãocontempor=neo, p" :?F" ?G  ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um cristãocontempor=neo, p" :?*"

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?(

s7 tem miseric7rdia com a9ueles 9ue oram, dão esmolas e 8e8uam, e 9ue a9ueles 9ue não o

!a2em irão receber o 8ulgamento merecidoV e outras 9ue anunciam a salvaão pr7pria e a

reali2aão do bem em harmonia com cosmos, não possuem uma mensagem de um #eus 9ue por amor busca o pecador enviando seu !ilho para morrer na cru2"

 'ão resta dJvida alguma de 9ue a principal di!erena entre oCristianismo e as religiIes do mundo 4e a principal pedra de tropea 9ueelas podem encontrar nele5 1 a cru2" la humilha todo orgulho e acabacom 9ual9uer esperana de salvaão pr7pria" 6ala tamb1m daincalcul$vel generosidade de amor de #eus em prover este caminho desalvaão"?G 

1.2 Je#(# = "##"?@ 

+ completa a!irmaão de 0esus Cristo não se resume a con!ess$Elo como Senhor e

Salvador, e sim 9ue =esus # nosso &enhor e &alvador, e isto evidencia um terceiro signi!icado na

a!irmaão, ou se8a, 0esus 1 nosso"

Tanto no +ntigo Testamento 9uanto no 'ovo Testamento, podemos perceber 9ue o

 pronome meu identi!ica a relaão pessoal do povo da aliana de #eus, evidenciando um

relacionamento de intimidade, não somente para uma pessoa, mas para todos" / 'ovoTestamento declara 9ue Cristo 1 nosso contempor=neo, 9ue est$ em plena aão, não est$

!ossili2ado, nos chama cada dia a segu;Elo, o!erecendoEse como nosso Salvador e Senhor, para

viver em n7s, trans!ormandoEnos atrav1s do sp;rito Santo"

#esta !orma, o possessivo singular meu, ad9uire o sentido do possessivo plural nossoQ,

 pois #eus chama um povo para si com o !oco de unidade em 0esus Cristo, 9ue est$ e !ica entre

n7s, como declarado no envio às naIes em Mt ("()- stou convosco todos os dias at1 à

consumaão do s1culoQ" + unicidade de 0esus Cristo est$ nas a!irmaIes de 9ue le 1 Senhor,

le 1 Salvador, le 1 nosso,ou se8a, le 1 nosso Senhor e SalvadorQ" Asto se re!ere

teologicamente à encarnaão, à expiaão e ao dom do sp;rito do Senhor ressurreto"

Com e!eito, 8$ 9ue em nenhuma outra pessoa, a não ser o 0esus de 'a2ar1 hist7rico, #eus se tornou humano, viveu na terra, morreu por nossos pecados, venceu a morte, !oi elevado aos c1us e enviou o sp;rito

?G Ad", Abid", p" :?G"

@) Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn"

+uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um

cristão contempor=neo, p" :@)"

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?:

Santo, não h$, portanto nenhum outro salvador" +!inal, não existenenhuma outra pessoa 9ue possua estas 9uali!icaIes e 9ue tenha, portanto, a competência de salvar"@ 

+o a!irmarmos 9ue 0esus 1 nosso, estamos a!irmando sua universalidade" +ssim sendo,

seu amor, sua graa e sua salvaão são para todos" Por1m, isto não des!a2 a 9uestão de seu Jnico

sacri!;cio, 9ue o evidencia como o Jnico Mediador, Salvador e Senhor, como as reivindicaIes

 b;blicas em 0esus Cristo de um s7 caminho, um s7 nome e um s7 #eus"

+9uilo 9ue 1 verdadeiramente Jnico tem signi!ic=ncia universal e devetornarEse universalmente conhecido, ao passo 9ue, citando uma ve2 maisHissert Doo!t, não existe universalidade alguma se não existir nenhumevento 9ue se8a JnicoQ" +ssim a unicidade e universalidade andam

 8untas" 0$ 9ue #eus exaltou 0esus acima de tudo, lhe deu o inigual$velnome de Senhor, 9ue est$ acima de 9ual9uer outro nome, por isso 1 9uetodo 8oelho deve dobrarEse diante dele" Por ser 0esus Cristo o Jnicosalvador, por isso 1 9ue n7s temos a obrigaão de anunci$Elo em todolugar" / inclusivismoQ da missão deveEse precisamente àexclusividadeQ do Mediador" Para completar, a ele !oi dada autoridadeuniversal sobre as naIesV 1 por isso 9ue ele nos manda ir e !a2er disc;pulos das naIes"@( 

Asto não signi!ica 9ue, !ora da igre8a, #eus deve ser considerado inativo e a verdade

ausente" #eus sustenta todas as suas criaturasV elas são geraão de #eus e vivem, movem e

existem nele" +ssim tamb1m por9ue 0esus 1 a lu2 da humanidade e 3ogos de #eus, toda bele2a,verdade e bondade derivam dele, mesmo 9ue as pessoas não saibam" Contudo, estes aspectos

são denominados como graa comum de #eus, a demonstraão de seu amor para com todos" Asto

não 1 a graa salvadora 9ue #eus estende a9ueles 9ue humildemente clamam por miseric7rdia"

+ salvaão não est$ e nem se ganha atrav1s da religião, sinceridade ou !ilantropia"

Portanto, 1 imposs;vel salvarEse a si mesmo, pois a salvaão não se con9uista com sua pr7pria

retidão, piedade e generosidade, e sim somente atrav1s da graa de #eus, somente baseada na

cru2 de Cristo, e somente pela !1" #esta !orma, somos chamados e enviados por #eus em 0esusCristo para !a2er disc;pulos, para 9ue as pessoas conheam a graa de #eus salvadora em 0esus

Cristo"

#i!icilmente as pessoas vão dar atenão a algu1m em 9uem nãoacreditam, ou acreditar em 9uem não ouviram, ou ouvir, se ningu1m

@ STT/T, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" :@:"

@( Ad", Abid", p" :@@"

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??

tiver pregado a elas" muito mais !$cil às pessoas acreditarem depois deterem ouvido as boas novas de Cristo cruci!icado"""

+ssim, pois, negar a unicidade de Cristo 1 extirpar o nervo da missão,

tornandoEa sup1r!lua" +!irmar sua unicidade, por sua ve2, 1 reconhecer anecessidade de torn$Elo universalmente conhecido"@: 

0. C)*#!"-"+*$ e M*##6"

+ missão integral busca reali2ar a renovaão clara e abrangente a respeito de 0esus Cristo

na redescoberta da missão da igre8a e no seu desenvolvimento, reconhecendo Cristo como a

!onte, o caminho, o coraão, a alma, o !undamento e o alvo da missão, pois 9uando à plenitude

de sua pessoa e obra 1 negado, a missão se desintegra, a igre8a perde a direão, a motivaão e a

moral" #esta !orma, o reconhecimento da plenitude de 0esus Cristo, em sua carreira salv;!ica na

missão, 1 !undamental para exercermos com clare2a, prop7sito, !ora de motivaão, coragem,

autoridade, poder e paixão a evangeli2aão do mundo ho8e" Para isso, a missão integral

apresenta a seguinte cristologia da missão- @? 

 A encarnação de Cristo 4 como modelo para a missão, reali2ando a identi!icaão sem

 perda de identidade, ou se8a, 0esus se esva2iou de sua gl7ria e humilhouEse para servir, entrou

em nosso mundo, viveu nossa vida, nossa nature2a, nossas tentaIes, nossas triste2as, nossas

dores, carregou nossos pecados e morreu a nossa morte" Hiveu pro!undamente a condião

humana, sendo amigo dos marginali2ados, tocando os intoc$veis e tendo uma total identi!icaão

de amor para com o ser humano" #esta !orma, a igre8a 1 chamada a se encarnar na sociedade

como 0esus na Oalil1ia, 9ue andava com o povo, acolhia os pecadores, abraava prostitutas,

chamava para si os possessos e os libertava" Precisamos nos encarnar, não nos promiscuirV

 precisamos, como igre8a, assumir 0esus de 'a2ar1 em nossas vidas, dentro de nossa cultura, a

!im de 9ue le se torne cidadão das culturas deste mundo" necess$rio conhecer as situaIes

concretas do mundo atual e ter vida e mensagem pertinentes a elas" 'ão podemos ser uma

@: ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" :@* e :@"

@? Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn"

+uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um

cristão contempor=neo, p" :G"

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?@

comunidade paralela, ser sal do sal e lu2 da lu2, mas ser sal da terra e lu2 do mundo tendo uma

atitude participativa em 0esus Cristo-

/ m1todo dos m1todos para se levar pessoas a Cristo 1 a perspectivaencarnacionista" + encarnaão 1 o m1todo 9ue #eus reali2ou em 0esusCristo" + igre8a de 0esus Cristo em nosso pais não tem levado mais pessoas ao Senhor por9ue somos uma subcultura dentro desta cultura > não encarnamos Cristo na realidade brasileira" Somos comunidadedivorciada do resto da vida"@@ 

 A cruz de Cristo 4 como o preo da missão, ou se8a, a semente 9ue morre se multiplica" +

igre8a precisa testemunhar verdadeiramente o evangelhoV viver a vida de Cristo, !alar como ele

!alouV ensinar como ele ensinouV denunciar o pecado onde 9uer 9ue se encontreV temos 9ue parar 

de buscar as maneiras mais !$ceis para viver a vida como cristãos" 0esus teve 9ue morrer a mortede cru2 para 9ue o evangelho chegasse a n7s" Se você 9uer ganhar milhares 9ue estão sem

#eus, precisa estar pronto para ser cruci!icado- seus planos, seus ideais, seus gostos e suas

inclinaIesQ" @F 

 A ressurreição de Cristo 4 como o mandato mission$rio, ou se8a, a ressurreião de Cristo 1

o chamado para a missão, 1 o Senhor ressurreto, investido de autoridade, 9ue comissionou seus

seguidores para !a2erem disc;pulos em todas as naIesV 1 le 9uem congrega as pessoas em sua

Agre8a" + legitimidade da missão universal da igre8a tem sua origem no senhorio universal deCristo" #esta !orma a ressurreião abastece o mandato mission$rioQ" @* 

 A e@altação de Cristo 4 como o incentivo para a missão, ou se8a, a motivaão est$ no !ato

de Cristo ter sido exaltado, colocado a posião suprema de honra, à direita de #eus Pai" + igre8a

 precisa 2elar pela honra do nome de 0esus" este 2elo 9ue integra a adoraão e o testemunho da

igre8aV 1 isto 9ue nos impele a testemunhar a Cristo, levando outros a ador$Elo" 6oi por amor de

@@ #<+%+0/ 6A3D/, Caio 6abio,

 Igre"a: Evangelização, &erviço e

Transformação ist;rica, p" @"

@F ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" ?)@ e ?)F"

@* Ad", Abid", p" ?)G"

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?F

seu nome, para 9ue ele recebesse a honra 9ue lhe 1 devida, 9ue os primeiros mission$rios

 partiram" / mesmo anseio e a mesma compaixão deveriam nos motivarQ" @ 

+ dom do Es18rito de Cristo 4 como o poder para a missão, ou se8a, o sp;rito Santo 1 otestemunho para a missão" 'ossa con!iana deve estar somente nele, pois s7 ele pode pro!erir 

 palavras 9ue restauram a vida e dão !ora para os !racosV s7 ele abre os olhos dos cegos para ver 

a verdade em 0esus, !a2 os surdos ouvirem sua vo2 e libera a l;ngua dos mudos para 9ue

con!essem 0esus como Senhor" Somente o sp;rito Santo reali2a a obra integral na vida do ser 

humano e s7 ele capacitaEnos a evangeli2ar, anunciando 0esus como nosso Senhor e Salvador"

 A 1arusia de Cristo 4 como a urgência da missão, ou se8a, 0esus Cristo voltar$ e teremos

9ue prestar contas a le" Com o Pentecostes, o per;odo mission$rio se iniciou e s7 !indar$ com a parusia" 'este per;odo, temos a missão de anunciar a Cristo com urgência, pois o !im não vir$

antes 9ue o evangelho do reino tenha sido pregado para todo o mundo" + igre8a precisa resgatar 

a ansiosa expectativa escatol7gica e a urgência da missão dos primeiros cristãos" Temos 9ue

 pregar a palavra com urgência, mani!estando, testemunhando, vivendo, trabalhando para o seu

reino, conscientes da volta de Cristo" + scritura nos adverte 9ue, na perspectiva de #eus, o

tempo 1 curto, a necessidade 1 grande e a tare!a 1 urgenteQ" @G 

 'estes termos, a igre8a precisa voltar à base cristol7gica da missão, tendo a inspiraão edireão necess$ria para mani!estar a vontade de #eus, anunciando, praticando e vivendo Cristo

no mundo, estabelecendo o %eino de #eus agora, na esperana do vindouro"

Chegamos ao !inal do terceiro cap;tulo com a compreensão dos !atos hist7ricos 9ue

marcaram o surgimento da teologia evangelical ou missão integral, com a compreensão de sua

 perspectiva salv;!ica, sua antropologia e sua visão cristol7gica" 'o 9uarto cap;tulo buscaremos

compreender a perspectiva eclesiol7gica da missão integral para o dia a dia da vida da

igre8a"

CAPÍTULO

MISSÃO INTEGRAL

@ Ad", Abid", p" ?"

@G ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" ?*"

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?*

7UMA PERSPECTIVA ECLESIOLÓGICA9

/ 9uarto e Jltimo cap;tulo apresentar$ uma perspectiva eclesiol7gica da missão integral,

 para compreendermos como esta teologia 1 vivenciada na pr$tica da comunidade e como ela

 pode se estabelecer na sociedade, como representante de 0esus Cristo no mundo, sendo uma

 proposta teol7gica atual para +m1rica 3atina" Para isso, iniciaremos entendendo a sociedade

secular como campo para a eclesiologia da missão integral" 3ogo ap7s, apresentaremos os

desa!ios eclesiol7gicos atuaisV depois, a eclesiologia evangeli2adora da missão integralV em

9uarto lugar os modelos de minist1rio integralV e !inali2aremos com o crescimento integral da

igre8a na sociedade atual"

1. A S"&*e$e #e&(-$)

/s te7logos da Missão Antegral têm !eito !orte cr;tica à sociedade capitalista" la tem sido

marcada pelo amor ao dinheiro a 9ual9uer custoV o amor ao pr7ximo tem se es!riado a cada anoV

o so!rimento do povo dominado e empobrecido pelas classes sociais dominantes tem ecoado no

mundo todoV as necessidades, as di!iculdades e as opressIes são !ortalecidasV a globali2aão e o

capitalismo massacram a sociedade, exigindo mais e mais das pessoasV o ser humano tem tido

 pouco tempo para si mesmo ou para o la2er, tem sacri!icado sua vida, seus sentimentos, seus

relacionamentos e suas necessidades humanas para o capitalismo e a sociedade global

consumidora"

m sua rebelião contra #eus, o homem 1 escravo dos ;dolos do mundo, por meios dos 9uais atuam estes poderes" os ;dolos 9ue ho8eescravi2am o homem são os ;dolos da sociedade de consumo""" Surgiuuma sociedade 9ue absoluti2a a prosperidade econRmica e oconse9ente bemEestar material do homo consumens""" / materialismo > a !1 sega na t1cnica, a indeclin$vel reverência à propriedade privadacomo um direito absoluto, o culto ao aumento da produão mediante osa9ue irrespons$vel da nature2a, o desmedido enri9uecimento dasgrandes empresas às custas do empobrecimento dos deserdados da terra,a !ebre do consumo, a ostentaão e a moda E, esta 1 a ideologia 9ue est$destruindo a raa humana"F) 

F) P+#A33+, C" %en1" Missão Integral:

nsaios sobre o %eino e a Agre8a, p" F:"

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?

 'este sistema social, a seculari2aão tem crescido de !orma brutalV o ser humano moderno

1 a9uele 9ue possui uma vida seculari2ada, 9ue pensa e vive o presente sem pensar nas

conse9ências do !uturo" Contudo, esta modernidade e seculari2aão não conseguem eliminar a busca dos homens e mulheres modernos, aspiraIes e necessidades 9ue marcam a humanidade"

 'este contexto, a missão integral apresenta a tr;plice aspiraão universal do ser humano,

aspiraIes 9ue nascem das pessoas a partir de 0esus Cristo, chamando a igre8a ao desa!io de

apresentar ao mundo a plenitude de Cristo"  F 

• A )usca por transcend$ncia: 1 a busca do ser humano por uma realidade suprema, 9ue

est$ al1m do universo material, ou se8a, o esp;rito humano não consegue se satis!a2er 

com o materialismo, ele necessita de algo supremo, transcendental, pois o ser humano

não vive s7 de pãoQ"

Podemos perceber no ser humano, a busca por transcendência-

 a diminuição s6ita da filosofia mar@ista cl9ssica ?ue nega a e@istBncia de !eus*  /

!racasso do surgimento do marxismo como substituto para a !1 religiosa, com doutrinas b$sicas

do comunismo 9ue não convenceu as mentes e nem as emoIes das pessoas, en9uanto a !1

religiosa est$ longe de desaparecer" Pois, em muitas circunst=ncias, tem encontrado uma nova

!ora e vitalidade" a desilusão do ser humano com o deserto do materialismo ocidental " + seculari2aão

capitalista e comunista não consegue satis!a2er o esp;rito humano" + cosmovisão cienti!ica

arrogante, 9ue acredita poder explicar todas as coisas, nos mostra 9ue s7 consegue medir apenas

uma parcela da9uilo 9ue o ser humano pode conhecer" / ser humano sabe 9ue a realidade não

 pode ser explicada por um tubo de ensaio, uma l=mina no microsc7pio e nem na ob8etividade

!ria do m1todo cient;!ico, pois a vida possui uma realidade transcendental e assustadoramente

vasta" a e1idemia do a6uso de drogas, evidenciada não como uma experimentaão inocente, não

somente por protesto aos costumes convencionais e nem pela tentativa de escapar da realidade

da vida, por1m como busca genu;na por realidade transcendental ob8etiva, uma consciência mais

elevada, uma experiência transcendental de sair !ora do corpo, moverEse atrav1s dos ob8etos,

F Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn"

+uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um

cristão contempor=neo, p" (?*E(@"

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?G

sentir a superioridade, o poder, a !ora, ir al1m do natural, ou se8a, uma certa divini2aão do ser 

humano"

 a 1roliferação dos cultos religiosos, o ser humano anda à procura de realidadetranscendental no misticismo oriental, na ioga, na meditaão transcendental, no ocultismo, no

movimento da nova era, no misticismo materialista 4sexo5, na astrologia, no espiritismo, nas

religiIes a!ro, no crescimento ao culto às imagens da doutrina cat7lica e no crescimento e

divisão das diversas igre8as consideradas evang1licas"

A )usca por si#ni(ic*ncia: 1 evidenciada pelo nosso senso de signi!ic=ncia pessoal,

dando sentido a nossa vida" Asto 1 essencial para a sobrevivência" / senso de

signi!ic=ncia tem sido redu2ido- 1elo efeito da tecnologia 9uando homens e mulheres sãoidenti!icados não mais por um nome, mas por um c7digo ou nJmero de s1rie, por uma

 placa de computador na rede mundialV 1elo efeito do reducionismo cient8fico de a!irmar 

9ue o ser humano nada mais 1 do 9ue um animal ou uma m$9uina indu2ida por 

est;mulos externosV  1elo efeito do e@istencialismo radical   9ue declara 9ue #eus não

existe" Portanto, não existem mais valores, leis, padrIes, prop7sitos e nem signi!icados e

o ser humano tem 9ue buscar signi!ic=ncia em sua insigni!ic=ncia" 

Wuando os seres humanos são desvalori2ados, tudo o mais na sociedadese estraga" +s mulheres são humilhadas e as crianas despre2adas" /sen!ermos são considerados um incRmodo e os idosos um !ardo" +sminorias 1tnicas são discriminadas" /s pobres são oprimidos e lhes 1negada a 8ustia social" / capitalismo pIe à mostra seu lado maisdespre2;vel" / trabalho 1 explorado nas minas e nas !$bricas" /scriminosos são brutali2ados na prisão" /piniIes contrarias se polari2am4"""5 /s descrentes !icam a deriva, para viver e morrer em sua perdião" 'ão h$ liberdade, nem dignidade, nem pra2er e alegria" + vida humana 8$ não merece ser vivida, pois chegou a tal ponto mal pode ser considerada humana"F( 

A )usca de comunhão: o ser humano vive em uma sociedade moderna 9ue destr7i a

comunhão e desintegra a sociedade" /s relacionamentos são en!ra9uecidos, as pessoas

têm di!iculdades para se relacionar com outras pessoas, o amor mJtuo 9uase não 1

vivido" Contudo, o ser humano tem buscado a9uilo 9ue !oge dele- o amor no mundo sem

F( ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" (@* e (@" F?  #<+%+0/

6A3D/, Caio 6abio"  Igre"a: Evangelização,

&erviço e Transformação ist;rica, p" ?*"

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@)

amorV as pessoas vivem sedentas de amor, pois o amor 1 indispens$vel para a nossa

humanidadeV o ser humano, como ser social, precisa de relacionamentos para viver, por 

isso as pessoas vivem $ procura de comunhão genu;na e de relaIes de amor autênticas" 

0. O# e#$*"# e&-e#*"-/+*&"#

/s te7logos da Missão Antegral indicam 9ue a igre8a nos dias atuais precisa ser mais

atuante como testemunha de 0esus Cristo" + pregaão, a oraão e a aão devem mani!estar a

vontade de #eus expressa em 0esus Cristo" Para isso, a igre8a precisa ter seus ouvidos atentos e

olhos abertos às necessidades da humanidade, precisa de uma consciência sens;vel no mundo,

reagindo de !orma construtiva e compassiva ao so!rimento do povo"+ aão da igre8a deve ser de viver a missão a 9ual !oi chamada- viver em servio, e não em

servilismo, de acordo com o 9ual o mundo de!ine a aão da Agre8a" la não deve se curvar diante

do mundo, e sim mani!estar a vontade de #eus, declarando nossa missão de disc;pulos de 0esus

de 'a2ar1, o Cristo, chorando com os 9ue choram, tendo sensibilidade às necessidades humanas,

ao grito por 8ustia, aos so!rimentos e angustias do povo, mani!estando o testemunho de Cristo

9ue resgata, cura, liberta, trans!orma e salva os seres humanos, dando vida e vida abundante,

tra2endo a realidade do %eino de #eus agora"Se a igre8a pretende ganhar a sua sociedade secular circundante, ela precisa encarnarEse nela" Asto signi!ica assumir 0esus de 'a2ar1 em nossavida, dentro de nossa cultura concreta, a !im de 9ue le se torne cidadãode cada uma das culturas desta mundo" + igre8a precisa ver as situaIeshist7ricas e concretas de modo pertinente e participativo, ela não podeser, de modo algum, uma comunidade paralela" 'ão somos sal do sal,nem lu2 da lu2V somos sal da terra e lu2 do mundo"F? 

+ igre8a precisa responder às 9uestIes advindas da sociedade seculari2ada, en!rentando o

desa!io de apresentar a realidade da adoraão, o senso divino e o temor de #eus, sendo a

resposta da busca por transcendência do ser humano, aos homens e mulheres modernos,

mani!estando a real transcendência vivida nos cultos de adoraão a #eus, possibilitando um

encontro intimo com o #eus vivo"

+ igre8a precisa en!rentar o desa!io de apresentar signi!icado ao ser humano" Para isso, a

9ualidade de ensino da igre8a deve di2er às pessoas 9uem elas são, esclarecer sua identidade,

mostrando sua corrupão e sua dignidade b;blica, seu valor como ser humano na doutrina da

criaão e redenão, sua imagem e semelhana a #eus, 9ue !oi corrompida, mas não destru;da"

+presentar o valor do ser humano em Cristo, no amor de #eus, para a nossa pr7pria autoE

imagem e para o bem estar da sociedade"

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@

Mas 9uando os seres humanos são valori2ados como pessoas, em virtudede seu valor intr;nseco, tudo muda" Domens, mulheres e crianas sãohonrados" /s en!ermos são cuidados e os idosos capacitados a viver e a

morrer com dignidade" /s dissidentes são ouvidos, os prisioneirosreabilitados, as minorias protegidas e os oprimidos libertados" /strabalhadores recebem sal$rio digno, condiIes de trabalho decentes euma parcela de participaão, tanto na gerencia como nos lucros daempresa" o evangelho 1 levado at1 os con!ins da terra" por 9ue tudoisso_ Por9ue as pessoas importam" Por9ue todo homem, mulher ecriana têm valor e signi!icado como ser humano criado à imagem esemelhana de #eus"F: 

+ igre8a precisa en!rentar o desa!io de apresentar a 9ualidade de sua comunhão,

anunciando e vivendo o #eus de amor 9ue enviou seu !ilho 0esus Cristo para uma verdadeira

comunhão, salvando o ser humano para uma vida de amor e comunhão, construindo uma novahumanidade, uma nova sociedade 9ue vive o amor de #eus, o!uscando os valores e os padrIes

do mundo, 9uebrando as barreiras raciais, sexuais, nacionais e sociais, experimentando o amor 

verdadeiro e sacri!icial, atencioso e de apoio mJtuo, !ormando uma comunidade do amor ao

 pr7ximo"

 'este contexto, a igre8a precisa satis!a2er a busca da sociedade seculari2ada, en!rentando

os desa!ios por #eus, pelo pr7ximo e por si mesma, ou se8a, a sociedade busca a9uilo 9ue 0esus

Cristo o!erece" Portanto, a igre8a precisa se deixar renovar pelo sp;rito Santo de #eus,mani!estando e vivendo a palavra de #eus, o!erecendo a transcendência na adoraão, signi!icado

no ensino e comunhão no seu amor comunit$rio" +ssim, a sociedade voltar$ seu olhar para a

igre8a reconhecendo a presena e amor de #eus nela, levando a sociedade a uma verdadeira

trans!ormaão e salvaão, promovendo vida e vida em abund=ncia, sendo o %eino de #eus

agora"

0$ 9ue o %eino !oi inaugurado por 0esus Cristo, não 1 poss;vel entender corretamente a missão da igre8a independentemente da missão de 0esus"

a mani!estaão, ainda 9ue não completa, do reino de #eus tanto por meio da proclamaão como por meio da aão e do servio social" /testemunho apost7lico continua sendo o testemunho do sp;rito acercade 0esus Cristo, por meio da Agre8a"F? 

F: ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o Es18rito,

+uça o mundo: como ser um cristão

contempor=neo, p" (@"

F? P+#A33+, %en1" A missão da igre"a

a luz do -eino de !eus*  ditado por 

STU%'+O3,Haldir %aul"  A &erviço do

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@(

2. A e&-e#*"-"+*$ ev$+e-*4$")$ $ ,*##6" *!e+)$-

+ igre8a 1 chamada a proclamar as boas novas de salvaão, a testemunhar 0esus Cristo

como Senhor e Salvador, vivendo a palavra, a mensagem, a sensibilidade e as atitudes de 0esus

Cristo, mani!estando a vontade e o amor de #eus para com o ser humano, tra2endo cura,

libertaão, trans!ormaão, vida e salvaão" sta 1 a missão da igre8a" Portanto, para 9ue a igre8a

cumpra sua missão e prop7sito, 1 necess$rio 9ue ela possua uma teologia 4precisa compreenderE

se5, uma estrutura 4precisa organi2arEse5, uma mensagem 4precisa expressarEse5 e uma vida

4precisa ser ela mesma5" #esta !orma, a missão integral procura apresentar uma eclesiologia

evangeli2adora partir da Agre8a local" F@ 

2.1 A Te"-"+*$ $ I+)e;$

+ missão integral entende 9ue a igre8a precisa compreenderEse, por9uanto ela ainda não

conseguiu entender 9ual 1 sua identidade e nem sua vocaão" Por isso, as di!erentes igre8as se

encontram en!ermas, tendo uma !alsa imagem de si mesmas"

 'o contexto atual, encontramos duas !alsas imagens de igre8as, as 9ue possuem um

cristianismo introvertido e outra 9ue possuem um cristianismo seculari2ado" + primeira vivecomo se !osse um clube religiosoV seus membros pagam suas mensalidadesV go2am de certos

 privil1giosV gostam de !a2er coisas 8untosV são pessoas introvertidas 9ue permanecem em seu

mundinho de 9uatro paredes, vivem se considerando santas e separadas, de tal !orma 9ue não se

relacionam com a vida social, e nem se importam com o 9ue acontece em seu redorV

 permanecem em adoraão a #eus, voltadas para dentro de si mesma e, 9uando !a2em

 -eino-Um Compêndio sobre a Missão Antegral

da Agre8a, p" (@"

F@ Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn"

+uça o Es18rito, +uça o mundo: como ser um

cristão contempor=neo, p" (F@E("

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@:

algum trabalho assistencial se consideram cumpridoras da vontade de #eus" ncontramos

tamb1m igre8as ou grupos dentro delas 9ue possuem um cristianismo sem religião, ou se8a,

uma missão secular" stas igre8as, ao contr$rio das introvertidas, decidiram trocar o serviodivino da igre8a pela comunidade secular, não mais reali2am cultos de adoraão a #eus, mas

reali2am shoNs religiosos, em alguns casos, ou atividades meramente humanit$rias, em

outros, tentando instituir um cristianismo sem religião"

 'o entanto, existe uma outra !orma de compreender a igre8a, a igre8a 9ue possui tanto o

!oco de adoraão a #eus, vivendo uma vida de busca e santidade em #eus, 9uanto o !oco de

servio ao mundo, dedicandoEse à missão de servir o pr7ximo testemunhando e anunciando

0esus como nosso Senhor e Salvador" Uma igre8a 9ue possui uma identidade integral, umcristianismo encarnado, sendo santa, separada para pertencer a #eus e ador$Elo, sendo

apost7lica, enviada ao mundo para a missão de servir em 0esus Cristo" Uma igre8a

compromissada com o %eino de #eus, com uma vida de santidade a #eus e compromissada

com o mundo, no sentido de viver o testemunho de servio em Cristo 0esus, sendo pr7Eativa

ao clamor do mundo, sua vida e so!rimento, não vivendo isolada, mas encarnada no mundo,

ou se8a, a igre8a est$ mundo, testemunhando 0esus Cristo, em seus atos, palavras, sentimentos

e pensamentos para estabelecer o %eino de #eus"/ m1todo dos m1todos para se levar pessoas a Cristo 1 a perspectivaencarnacionista" + encarnaão 1 o m1todo 9ue #eus reali2ou em 0esusCristo" + igre8a de 0esus Cristo em nosso pais não tem levado mais pessoas ao Senhor por9ue somos uma subcultura dentro desta cultura > não encarnamos Cristo na realidade brasileira" Somos comunidadedivorciada do resto da vida"FF 

 'ingu1m demonstrou tanto 9uanto o senhor 0esus Cristo o 9uesigni!ica esta santa mundanidadeQ" Sua encarnaão 1 a per!eitaencarnaão dessa mundanidade" Por um lado ele desceu ao nossomundo e assumiu a completa realidade da nossa humanidade" TornouEse um conosco em nossa !ragilidade, expondoEse as tentaIes"Comungou com gente comum, 9ue se 8untava ansiosamente ao seuredor" le aceitou todo mundo, sem despre2ar ningu1m" Adenti!icouEsecom as nossas triste2as, nossos pecados e nossa morte" Contudo, aomisturarEse livremente com gente como n7s, ele nunca sacri!icou nemcomprometeu se9uer por um momento a sua pr7pria identidade eunicidade" le vivenciou a per!eião da santa mundanidade"F*

FF #<+%+0/ 6A3D/, Caio 6abio"

 Igre"a: Evangelização, &erviço eTransformação ist;rica, p" @"

ST/TT, 0ohn Z" %"

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@?

2.0 A# E#!)(!()$# $ I+)e;$

+ igre8a precisa organi2arEse de tal !orma a transparecer sua teologia, seu compromisso,

sua missão e sua encarnaão" Muitas igre8as possuem sua estrutura e organi2aão voltada para

si mesma" +s programaIes são !echadas para si, ou se8a, não possibilitam o contato com a

comunidade e nem sua participaão nos eventos"

^s ve2es eu me pergunto 4embora eu exagere, a !im de estabelecer omeu argumento5 se não seria mais saud$vel se os membros da igre8as7 se encontrassem aos domingos 4para adorar a #eus, ter comunhãoentre si e receber ensino5 e em hip7tese nenhuma durante a semana"+; a gente se congregaria aos domingos e se espalharia pelo resto dasemana" '7s vir;amos a Cristo para ador$Elo e iriamos por Cristo emmissão" neste ritmo de domingoEdiasEdaEsemana, congregarEeespalhar, vaiEeEvem, adoraãoEeEmissão, a igre8a expressaria suasanta mundanidade, e sua estrutura se adaptaria à sua duplaidentidade"F 

+ estrutura da igre8a deve identi!icar sua dupla identidade de adoraão e missão, ou se8a,

o pr1dio da igre8a deve possuir uma estrutura convidativa e amistosaV os cultos da igre8a

devem ser organi2ados de !orma a incluir membros e não membros, visando o compromisso, a

 participaão, a união e a missão" /s membros da igre8a devem ser membros da comunidade,

 possibilitando o testemunho de Cristo na sociedadeV o programa da igre8a deve !avorecer parao ensinamento da palavra de #eus, o compromisso com a sociedade, a encarnaão e a missão

da igre8a, com treinamentos para a9ueles 9ue 9uerem se comprometer com o servio e

testemunho cristão"

+ igre8a deve reestruturar e organi2ar seus trabalhos e eventos de modo a possibilitar a

 participaão da comunidade, reali2ando visitas, eventos para a comunidade, atendimento e

servio à comunidade, eventos evangel;sticos com 8ovens, adolescentes, adultos e idosos do

 bairro, grupos de apoio às necessidades do bairro e às necessidades sociais e econRmicas das pessoas, reuniIes caseiras, trabalhos !amiliares, discipulado em c1lulas visando à adoraão e o

servio, etc, tudo com o intuito de mani!estar a missão encarnada da igre8a"

F* +uça o Es18rito, +uça o mundo-

como ser um cristão contempor=neo, p" (*)

F +uça o Es18rito, +uça o mundo:como ser um cristão contempor=neo, p" (*:

ST/TT, 0ohn Z" %"

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@@

2.2 A ,e#$+e, $ I+)e;$

+ igre8a precisa se expressar, articulando sua mensagem, compartilhando o

evangelho" Para isso, precisa de!inir sua !orma de apresentar as boas novas de 0esus Cristo

Senhor e Salvador, declarando o amor de #eus em 0esus Cristo, seu sacri!;cio na cru2 9ue nos

 possibilita o arrependimento para uma nova vida de perdão e libertaão com participaão na

sociedade"

 'ão basta 9ue a igre8a local se compreenda e se organi2eapropriadamenteV ela precisa tamb1m articular sua mensagem" +!inal,evangeli2ar, no sentido mais simples e mais b$sico, 1 compartilhar oevangelho" +ssim, para de!inir a evangeli2aão 1 preciso tamb1m

de!inir as boas novas"FG 

+lguns anunciam o evangelho com rigide2 total, são escravi2ados por !7rmulas e

 palavras, como se o evangelho !osse empacotado" /utros anunciam com !luide2 total,

contextuali2ando o evangelho às situaIes apropriadas e particulares a cada pessoa"

Contudo, 1 !undamental anunciar o evangelho de maneira e9uilibrada, não tendo rigide2

nem !luide2" #evemos usar a dial1tica da antiga palavra com o mundo moderno, o concedido

com o aberto, o conteJdo com o contexto, revelaão com contextuali2aão, à escritura com a

cultura, sendo sens;veis para com as pessoas" + mensagem deve ser marcada com nossocompromisso de adoraão e missão"

2. A V*$ $ I+)e;$

+ igre8a precisa ser ela mesma, o exemplo de comunidade 9ue tem amor de #eus em

0esus Cristo nosso Senhor e Salvador, uma vida de testemunho e encarnaão do evangelho,

uma nova sociedade 9ue mani!esta o %eino de #eus, uma igre8a 9ue vive em palavras e em

aIes" / testemunho de vida da igre8a e de seus membros, sua maneira de agir, suas atitudes,

sua personalidade, suas palavras, seu car$ter e sua !orma de relacionar com as pessoas devem

ser a mesma de 0esus Cristo, pois ele se torna vis;vel atrav1s dos cristãos" Hiver a mensagem e

o amor de #eus 1 a melhor maneira de anunciar Cristo" Hiver como le viveu, amar como le

FG +uça o Es18rito, +uça o mundo:

como ser um cristão contempor=neo, p" (*e (*G"

ST/TT, 0ohn Z" %"

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@F

amou, sentir como le sentia, 1 !a2er 0esus Cristo vivo entre n7s atrav1s do sp;rito Santo"

Ser uma igre8a 9ue resgata, cura, liberta, trans!orma e salva o ser humano em

ST/TT, 0ohn Z" %"

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@*

Cristo 0esus, 1 ser uma comunidade de amor 9ue ama uns aos outros, !a2 vis;vel, para o

mundo, o #eus invis;vel"

/ 9ue #eus espera da igre8a 1 9ue ela se8a a sua nova sociedade, aencarnaão viva do evangelho, um sinaldo reino de #eus, umademonstraão do 9ue 1 a comunidade humana 9uando ela se colocasob o dom;nio gracioso de #eus"

m outras palavras, o prop7sito de #eus 1 9ue a boa nova de 0esusCristo se8a expressa tanto visualmente como verbalmente > ou se8a,em palavra e em aão"*) 

Portanto, uma igre8a 9ue busca se estabelecer com teologia, estrutura, mensagem e vida

numa identidade de adoraão e missão, com !oco na encarnaão e na visão hol;stica de sua

missão como igre8a, experimenta uma vida de santidade e servio, testemunhando a vontadede #eus em 0esus Cristo" Para isso, a igre8a pode estabelecer modelos de minist1rio integral

na sociedade, sendo a presena de Cristo para os dias atuais, mani!estando o %eino de #eus

agora"

. M"e-" e M**#!=)*" I!e+)$-

Como 8$ vimos, a teologia da missão integral destaca a pr$tica de um minist1rio integral

9ue possui uma atuaão de evangeli2aão e aão social" sta estrat1gia de missão 1 muito

oportuna para a +m1rica 3atina ho8e e a igre8a 1 chamada a vivenciar este minist1rio"

+ id1ia de minist1rio integral tem rai2es b;blicas pro!undas" Tanto no+ntigo como no 'ovo Testamento a B;blia ordena à igre8a 9ueministre à pessoa como um todo" Asto 9uer di2er 9ue se deve atender tanto às necessidades !;sicas como às espirituais, 9ue estãoinseparavelmente relacionadas, ainda 9ue se8am separadas em termos!uncionais" Hemos esta id1ia nas três !ormas comuns de minist1rio no+ntigo Testamento- as !unIes de 8ui2, pro!eta e sacerdote" * 

Wuando !alamos sobre a igre8a, não a associamos com uma instituião ou um templo, ou

ainda somente ao pastor ou mission$rio, mas à comunidade" /u se8a, todos são chamados a

servir como Cristo nos evangelhos, servindo a #eus atrav1s do servio aos outros" le

*) ST/TT, 0ohn Z" %" +uça o

 Es18rito, +uça o mundo: como ser um

cristão contempor=neo, p" (

* L+M+M/%A, Tetsunao \ P+#A33+, C" %en1 \ %+], Oregorio" &ervindo com os 7o6res na Am#rica $atina - Modelos de Minist1rio Antegral" p" @"

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@

anunciou e ensinou o %eino de #eus, curou, libertou, resgatou as pessoas, alimentou os

!amintos e lavou os p1s dos outros" +gora somos chamados a seguir os seus passos, imit$Elo e

at1 aper!eioar os ideais de servio 9ue le iniciou" 0esus Cristo deve ser o nosso modeloVtemos 9ue dedicar nossas vidas ao servio como le !e2V n7s somos os seus servos, como le

!oi servo do Senhor"

Mas 9ue !orma nosso servio deveria ter_ u 9uero de!ender umconceito muito mais amplo e completo de servio cristão do 9ue 1 costumeiro entre n7s" Tanto  serviço

9uanto minist#rio tradu2em a mesma palavra grega, diaonia*  !ato 9ue, especialmente 9uando seantepIe o artigo de!inido, muitas ve2es se pensa em minist#rio como algo limitado ao clero ordenado"Mas o minist1rio cristão 1 praticado na mesma proporão por leigos 9uanto por pastores, na sociedadesecular assim como na igre8a" 'a verdade esta 1 uma palavra 9ue inclui todo tipo de servio prestado

 por algu1m em nome de Cristo"

  *(

  Para servir 1 importante entender 9ue, em resposta adi!erentes necessidades, existem di!erentes !ormas de minist1rio, 8$ 9ue amamos e servimosintegralmente 4corpo e alma5 o pr7ximo, se preocupando com o bem estar total do ser humano, ou se8a, o !;sico, o religioso e o s7cioEpol;tico" Somos chamados a nos preocupar tanto com o bemEestar eterno da pessoa 9uanto com o bemEestar material"

 'ão h$ e nunca houve necessidade de 9uestionar 9ual dos dois 1 o

mais importante, se evangelismo ou responsabilidade social" sse debate s7 expressa um dualismo

entre corpo e alma, entre este mundo e o pr7ximo, 9ue não encontra respaldo na B;blia" Somos

chamados tanto a testemunhar como a servir > as duas coisas são parte integrante de nosso minist1rio e

missão como cristãos" *:  #e acordo com a vocaão e o dom de cada servo, tamb1m existem

di!erentes minist1rios" Cada pessoa contribui para o minist1rio de alguma !orma, se enga8ando

em e encora8ando alguma atividade, em di!erentes es!eras de minist1rio, con!orme #eus nos

coloca, se8a no nosso lar, local de trabalho, local de estudo, vi2inhana, igre8a local e

comunidade" +s pessoas são capacitadas por #eus e chamadas por le a se especiali2arem

con!orme a vocaão e oportunidade, mani!estando um minist1rio cristão 9ue signi!i9ue

 pessoas inteiras servindo pessoas inteiras no mundo inteiro" #esta !orma, somos chamados a

 praticar um minist1rio integral em nossas vidas, sendo- *? 

(m minist#rio integral em nosso lar  > xistem tantos !atores na cultura ocidental

moderna 9ue contribuem para a desintegraão das !am;lias 4principalmente o divorcio e o

*( ST/TT, 0ohn"  /irmados na

 /#*Trad" Marcos #avi S" Steuernagel e

Silêda S" Steuernagel" Curitiba- ncontro,

())?" (? p" E p" (?"

*: Ad", Abid", p" (@"

*? Sobre esse assunto, c! ST/TT, 0ohn" /irmados na /#* p" (FE((*"

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@G

abuso in!antil5 9ue se !a2 necess$ria uma aão positiva para mantêElos unidos"Q *@ + aão cristã

deve ser de impedir 9ue estes !atores e a ideologia capitalista contribuam para a desintegraão

da !am;lia, não permitindo 9ue a televisão se8a problema para as atividades !amiliares, comoos passeios, os esportes, os 8ogos, o teatro, a mJsica e a leitura, praticar o amor e o carinho da

!am;lia mesmo com membros 9ue estão longe, se comunicando com cartas, tele!onemas e

visitas, sempre orando para cada membro da !am;lia e testemunhando para a9ueles 9ue ainda

não são cristãos, esperando uma oportunidade de anunciar Cristo com naturalidade e

humildade"

Se alguns menbros da !am;lia !orem cristãos e outros não, nem precisadi2er 9ue eles devem compartilhar Cristo com estes > não pregandosermIes, mas orando !ielmente por eles e vivendo uma vida abnegadae coerente en9uanto esperam por uma oportunidade de lhes !alar deCristo com humildade e naturalidade"* 

(m minist#rio integral em nosso tra6alho  > vivendo um testemunho cristão como

!iloso!ia de vida, independente da 9uestão evangel;stica, se8a 9ual !or à !unão ou cargo,

trabalho manual ou mental, 9ual9uer pro!issão, na indJstria ou com1rcio, assim como as

donasEdeEcasas e mães de !am;lia" / trabalho e as tare!as devem ser encarados pelos cristãos

como uma !orma de cooperar com #eus, trans!ormando o mundo 9ue le nos submeteu para

cuidarmos com 2elo e amor, de!endendo a vida e estabelecendo o %eino de #eus" + pr$tica do

evangelho deve permanecer na vida do cristão de !orma integral" Seu emprego e carreira

dependerão do talento, temperamento, da educaão e capacitaão 9ue recebe" Por1m, o

testemunho cristão depender$ de nossa pr$tica, nosso dia a dia, dando tudo de si com a maior 

satis!aão e reali2aão para a nossa vida e para o servio de #eus, mani!estando a vontade de

#eus e seu %eino no mundo"

/ lugar certo para comear 1 em Oênesis ,onde vemos #eus como

um trabalhador atencioso, criativo, deligente e respons$vel" #epois decriar o mundo, ele continuou supervisando, sustentando e renovandoEo" ntão, ao criar os seres humanos à sua pr7pria imagem, ele os !e2igualmente trabalhadores criativos" 3embrar 9ue ao trabalhar estamossendo como #eus acrescenta honra e dignidade ao nosso labor" /nosso trabalho ganha mais import=ncia ainda por9ue nos permite bene!iciar os outros, tanto por9ue ao ganhar nosso sal$rio podemossustentar nossa !am;lia e a8udar os necessitados, 9uanto por9ue o produto de nosso trabalho contribui para o bem comum" *F 

*@ ST/TT, 0ohn"  /irmados na /#, p"

(**

 Ad", Abid", p" (*"

*F Ad", Abid", p" ("

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F)

(m minist#rio integral em nossa igre"a > como cristãos, devemos participar do servio

ao mundo 4como igre8a5 de !orma integral, ou se8a, aproveitar a vocaão, a capacitaão, a

educaão, a experiência e o dom de cada membro para possibilitar a mani!estaão do %eino de#eus na terra" 'a igre8a, existem v$rios trabalhos 9ue podem ser reali2ados, desde limpar a

igre8a ou arrumar as !lores como dirigir grupos, departamentos e minist1rios" Todos eles de

igual modo, são vitais para o desenvolvimento da igre8a" Portanto, precisamos encarar o

minist1rio integral aberto para todos, sem distinão entre clero e leigo, mas como servos de

#eus 9ue buscam em comum a mani!estaão do %eino de #eus" Claro 9ue cada um possui sua

!unão e servio 9ue deve ser desempenhado com amor, por1m a igre8a deve possuir uma

estrutura 9ue leve em consideraão os dons, a vocaão e a capacitaão dos membros para oservio nos departamentos, grupos ou minist1rios da igre8a, desenvolvendo uma liderana

com leigos e cl1rigos, !ormando uma comunidade 9ue caminha com seu pastor, aconselhando,

ensinando, pregando e desenvolvendo o minist1rio pastoral na comunidade, sendo re!erência

da presena de #eus na sociedade, servindo, amando e possibilitando o resgate e salvaão de

!orma integral para o ser humano"

(m minist#rio integral em nossa vizinhança  > como igre8a ou como membros

individuais da igre8a, precisamos participar da sociedade, precisamos ser sal e lu2 do mundo,devemos deixar 9ue a lu2 de Cristo brilhe em n7s, atrav1s de nossas palavras e atos,

impregnando na sociedade, ou melhor, na vi2inhana, os valores e os padrIes do %eino de

#eus, impedindo assim sua deterioraão" Como igre8a local, devemos anunciar as boas novas

de salvaão e participar de modo construtivo na vida da comunidade local, a vi2inhana do

 bairro e cidade, anunciando, visitando, organi2ando eventos, prestando servios sociais,

 pro!issionali2antes e recreativos, participando na vida e no desenvolvimento da comunidade,

implementando os valores cristãos como testemunho vivo de Cristo na comunidade" Comomembros individuais, devemos participar dos governos locais, dos servios volunt$rios da

comunidade, diret7rios de escolas, associaão de moradores, organi2aIes c;vicas, centros de

atendimento e aux;lio a desempregados, albergues, asilos, hospitais, instituiIes para

moradores de rua, menores in!ratores ou adolescentes gr$vidas, prisIes, grupos ambientais e

outros, bem como a8udar nas necessidades !;sicas, materiais e espirituais da vi2inhana mais

 pr7xima, das !am;lias, orando, anunciando a Cristo e amando o pr7ximo, aproveitando cada

oportunidade para ser o testemunho da presena viva de Cristo na vi2inhana"

Mas por 9ue 0esus mandou seus seguidores para o mundo_ / motivo9ue ele deu no Sermão do Monte 1 9ue ele 9uer 9ue n7s se8amos sal e

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F

lu2 4Mateus @":EF5" +s duas met$!oras indicam 9ue os cristãosdevem permear a sociedade não cristã assim como o sal penetra nacarne e a lu2 brilha no meio $ escuridão" /s dois implicam 9ue ele

espera 9ue n7s in!luenciemos e mudemos a sociedade, da mesmamaneira 9ue o sal inibe a decomposião bacteriana e a lu2 redu2 e at1mesmo bane a escuridão" ** 

(m minist#rio integral no mundo  > devemos ser cidadãos cristãos do mundo, se

comprometendo com a missão mundial e se preocupando com as 9uestIes mundiais, ou se8a,

devemos anunciar a Cristo como Senhor e Salvador, mani!estando o %eino de #eus,

testemunhando a Cristo no mundo, se preocupando com a pa2, a 8ustia e o meio ambiente,

com estudo, atuaão e mani!estaão do amor e 8ustia de #eus nas 9uestIes da !ome, dos

semteto, da desigualdade econRmica, da ecologia, dos con!litos raciais ou direitos humanos, bem como da santidade da vida humana" São v$rios problemas 9ue, mesmo com nosso tempo

e energia limitados, somos chamados para mani!estar o %eino de #eus, atrav1s da

 participaão nos inJmeros minist1rios, grupos ou departamentos 9ue se !ormam para trabalhar 

nestas $reas, in!ormados e envolvidos, vivendo em um minist1rio integral 9ue mani!este os

valores e padrIes do %eino de #eus, sendo um corpo bem a8ustado em 9ue a cabea 1 Cristo

0esus Senhor e Salvador do mundo"

/ minist1rio integral na igre8a precisa de uma estrat1gia 9ue leve em conta asnecessidades, problemas, oportunidades, receptividade e recursos dispon;veis de acordo com

cada contexto em 9ue se estabelece"

 'o 'ovo Testamento, 0esus determina a nature2a e o estilo de seuminist1rio de acordo com os !atores do contexto" Wuando ministra amembros da classe alta, como os saduceus, !ariseus, pro!essores da leie escribas, ele se concentra especialmente na pregaão e em discursosteol7gicos" Por outro lado, 9uando ele se encontra em meio amultidão, ele não s7 prega e ensina, mas tamb1m cura e d$ de comer"m alguns contextos, seu minist1rio principal 1 curar" m cada caso,

os tipos de necessidade da sua audiência são os !atores 9uedeterminam a ên!ase do seu minist1rio" Wuando ele envia os do2e auma missão de pregaão e cura, descrita em Mateus ), ele os instrui9uanto a como atuar, dependendo da receptividade das pessoas"  * 

** ST/TT, 0ohn"  /irmados na /#, p"

(*

* L+M+M/%A, TetsunaoV %+], Oreg7rioV P+#A33+, C" %en1" &ervindo com os 7o6res na Am#rica $atina: modelos de minist1rio integral,  p" (("

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F(

/ modelo de minist1rio integral não est$ ligado às estruturas eclesi$sticas,

administrativas e organi2acionais de uma denominaão, igre8a, comunidade ou movimento

cristão, mas sim a um estilo de vida cristã 9ue busca encarar a missão de maneira integralcomo 0esus Cristo encarou, uma missão integral 9ue anuncia o %eino de #eus e sua 8ustia,

entre a !1 e as boas obras, entre as necessidades espirituais, materiais e !;sicas, entre a

dimensão social e pessoal do evangelho, estabelecendo o %eino de #eus, agora" Com este

minist1rio integral, temos casos de igre8as 9ue estão escrevendo uma nova hist7ria a cada dia,

mudando a vida e o servio do povo evang1lico latinoEamericano" +s igre8as, se8am elas

divididas em departamentos, minist1rios, associaIes, grupos e c1lulas, trabalhando com

instituiIes de assistência, com ensino b;blico, com cultos e grupos !amiliares, comdiscipulado em c1lulas, com aão social, aux;lio à comunidade carente, recuperaão de

dependentes 9u;micos e coEdependentes, trabalho com moradores de rua, e muitos outros

trabalhos evangel;sticos e sociais, podem ter uma vivência de minist1rio integral em sua

missão de anunciar a Salvaão em Cristo 0esus, independente se 1 uma igre8a hist7rica,

 pentecostal ou neoEpentecostal,"

/ modelo de minist1rio integral, 9ue tem 0esus Cristo como modelo, não redu2 o

evangelho a uma mensagem para o indiv;duo e para vida privada, mas valori2a o evangelhocomo uma mensagem para a sociedade e para a vida pJblica, mani!estando, em 0esus Cristo, a

cura, libertaão, trans!ormaão e salvaão pessoal e social para a humanidade"

?. C)e#&*,e!" I!e+)$-

+ igre8a na +m1rica 3atina possui o desa!io de manter o crescimento num1rico de sua

membresia sem perder de vista a pro!undidade do discipulado" Hivemos ho8e um crescimento

estrondoso de igre8as evang1licas" / problema 1 9ue ho8e existem pessoas 9ue mostram este

crescimento com um triun!alismo 9ue s7 celebra nJmeros, mas a grande pergunta 1 se este

crescimento num1rico tem trans!ormado a sociedade, mani!estando o %eino de #eus,

!ormando disc;pulos de Cristo" Como vimos no in;cio deste cap;tulo, a sociedade seculari2ada

e capitalista tem buscado cada ve2 mais respostas para suas necessidades" Himos tamb1m no

cap;tulo ( 9ue a ideologia consumista e imediatista 9ue destr7i a vida humana est$

impregnada na vida da sociedade, in!luenciando aIes e pensamentos, impedindo 9ue os

valores de Cristo se8am mani!estos na sociedade atrav1s das igre8as"

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F:

 'este crescimento num1rico de evang1licos, nem sempre conseguimos ver os valores e

 padrIes de Cristo na sociedade, mas sim, temos visto os valores e padrIes desta sociedade

seculari2ada crescendo, trans!ormando a igre8a evang1lica numa grande empresa 9ue buscaaumentar sua produão, para o crescimento de seu poderio no mercado eclesi$stico altamente

competitivo" +s igre8as devem crescer, mas deve ser um crescimento 9ue evidencie a presena

do amor de #eus Pai, o exemplo de 0esus Cristo o 6ilho, e a vida do sp;rito Santo

consolador, mani!estando o %eino de #eus e sua 8ustia" Temos ho8e um crescimento da igre8a

9ue 1 !ato, Ol7ria a #eus por isso, por1m nossa preocupaão deve estar em não ser um

crescimento super!icial, mas um crescimento com pro!undidade do discipulado de CrisE

to"u !ico pensando 9ue temos dentro de n7s uma situaão de igualimaturidade em relaão aos religiosos descritos por 0esus por9ue, deum lado, ningu1m 8amais deveria !icar triste pelo !ato da igre8a estar crescendo, por9ue a Agre8a est$ no mundo para crescer" u e vocêdevemos saudar este crescimento por9ue isso 1 obra do sp;rito santo"ntretanto, nenhum de n7s deveria cair no triun!alismo 9ue s7 celebranJmeros, sem !icar pro!unda e pastoralmente preocupado com anecessidade de 9ue esse crescimento não se8a super!icial, mas setradu2a em pro!undidade de alma, de compromisso e de conteJdo detal maneira, 9ue n7s não tenhamos apenas uma maioria evang1lica um

dia, mas, sim, uma maioria 9ue mude a hist7ria doBrasil"( 

+ igre8a evang1lica precisa crescer, e crescer com disc;pulos e disc;pulas

compromissados com o prop7sito de #eus e com sua missão de !orma integral, um

evangelismo pessoal e social, 9ue mani!este uma espiritualidade carism$tica na unão do

sp;rito Santo, 9ue possua conversão real, trans!ormaão de vida, mudana de car$ter, com

cura e libertaão pessoal e social, espiritual e material, contemplando a vida do ser humano de

!orma integral, ou se8a, em todos os seus aspectos" 'ão existe uma !7rmula espec;!ica para o

crescimento integral, mesmo por9ue não existe um modelo de missão per!eita 9ue possua uma

correlaão absoluta entre todas as 9ualidades e dimensIes do crescimento integral da igre8a,

ou se8a, todo modelo pode ser aper!eioado e reavaliado, sempre buscando o estabelecimento

do %eino de #eus de !orma integral"

( #<+%+U0/ 6A3D/, Caio 6$bio" Igre"a Crescimento Integral " 'iteroi > %"0"- Hinde ComunicaIes, S#, p"*"

Uma das caracter;sticas da missão integral 1 a liberdade de comear otrabalho em cada situaão, não seguindo !7rmulas preestabelecidas,mas de acordo com a direão do sp;rito de #eus" / melhor apoio

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teol7gico para esta liberdade 1 a convicão de 9ue o reino de #eusabarca a totalidade da realidade, não h$ nada nesta 9ue se8a alheio ao prop7sito redentor de #eus" +s necessidades materiais ou

econRmicas, !;sicas, psicol7gicas, s7cioEpol;ticas e espirituais do povosão todas campo de aão de #eusV elas representam es!eras da vidahumana onde #eus convoca as pessoas, a n;vel individual ecomunit$rio, a submeterEse a ele e experimentar seu poder trans!ormador" : 

/ prop7sito de buscar um crescimento integral no pro8eto redentor de #eus, podemos

observar alguns aspectos dimensionais 9ue podem nos direcionar para um modelo de missão

9ue cresa integramente" ntre eles, estão- ? 

 A dimensão num#rica 2 a igre8a apresenta um crescimento integral 9uando toda

necessidade humana serve como oportunidade para o anJncio da mensagem do evangelho na

vida das pessoas e grupos, independente do 9ue vem primeiro, a evangeli2aão ou o servio"

+ 8usti!icativa dos pro8etos de servios deriva do +mor de #eus, cumprindo com v$rios

ob8etivos do anJncio das boas novas de 0esus Cristo" + vida dos mensageiros do evangelho

não se separa da mensagem anunciada" /s pr7prios l;deres da igre8a estão comprometidos

com a evangeli2aão e o servio no minist1rio integral" / minist1rio integral !avorece a ampla

 participaão dos leigos, evitando 9ue a igre8a se torne uma seita religiosa"

 A dimensão orgDnica 2 a igre8a apresenta um crescimento integral 9uando existe um

est;mulo no aproveitamento dos recursos humanos e econRmicos por parte do minist1rio

integral, 9ue se a8usta às situaIes locais" / desenvolvimento da liderana local surge das

 bases com o incentivo do minist1rio integral" xiste a participaão dos cristãos e de outras

 pessoas nos problemas e nas lutas, bem como nas aspiraIes e esperanas do povo" /

minist1rio integral !ornece uma base econRmica à igre8a para a reali2aão de seu minist1rio" /

minist1rio integral 1 capacitado pelas entidades paraeclesi$sticas 9ue encontram sua ra2ão de

ser, na medida em 9ue !avorecem o crescimento org=nico da igre8a" A dimensão conceitual 2 a igre8a apresenta um crescimento integral 9uando !orma os

lideres eclesi$stico atrav1s do minist1rio integral, com uma visão ampla da vida e missão da

:

 L+M+M/%A, TetsunaoV %+], Oreg7rioV P+#A33+, C" %en1" &ervindo com os 7o6res na Am#rica $atina:

modelos de minist1rio integral,* p" :?" ?

 Sobre esse assunto, c! L+M+M/%A, TetsunaoV %+], Oreg7rioV P+#A33+, C" %en1" &ervindo com os

 7o6res na Am#rica $atina: modelos de minist1rio integral,* p" :(E?*"

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igre8a" / minist1rio integral, atrav1s das necessidades dos pobres e marginali2ados, !avorece a

oportunidade de ensinar a igre8a local, de !orma te7rica e pr$tica, a respeito do plano de #eus

 para a criaão e a humanidade, e ainda sobre o lugar da igre8a em relaão a este plano" /minist1rio integral !ornece as condiIes apropriadas para 9ue a conversão a 0esus Cristo se8a

uma conversão ao %eino de #eus e sua 8ustia, reorientando a vida do ser humano em sua

totalidade para o prop7sito de #eus, não sendo somente entendida como uma experiência

religiosa"

 A dimensão diaconal 2 a igre8a apresenta um crescimento integral 9uando as

oportunidades de servio surgem de cada necessidade humana" + igre8a possui os recursos

necess$rios para servir a sua pr7pria comunidade e o servio !ornece o contexto apropriado para o anJncio do evangelho de 0esus Cristo" / minist1rio integral, a partir do vangelho do

%eino de #eus, !orma um todo com outros aspectos do minist1rio, liberando a igre8a para

a8udar as entidades seculares na promoão do bem comum, mani!estando o testemunho

cristão e ampliando sua es!era de aão"

stas dimensIes apresentadas nos direcionam para um crescimento integral, 9ue vem da

9ualidade da espiritualidade, da encarnaão e da !idelidade da igre8a para com o prop7sito de

#eus de estabelecer em Cristo 0esus o %eino de #eus e sua 8ustia" Para isso, a igre8a precisade uma espiritualidade 9ue mani!este a presena do sp;rito Santo tra2endo um real

avivamento para igre8a em seu minist1rio integral, ou se8a, 1 necess$rio acreditar no poder da

Unão do sp;rito Santo na vida da igre8a" Uma coisa 1 !alar uma mensagem bonita, outra

coisa 1 pregar uma mensagem ungida, com vidas se rendendo aos p1s do Senhor 0esus, sendo

curadas, libertas, trans!ormadas, restauradas e salvas por le" Uma coisa 1 a8udar um

necessitado, outra coisa servir na unão do sp;rito Santo, amando e servindo como 0esus, se

 preocupando com a vida humana, chorando com os 9ue choram e se alegrando com os 9ue sealegram"

+credite na realidade di!erenciadora da unão" +credite 9ue umacoisa 1 pregar um sermão bonitinho, outra coisa 1 pregar um sermãoungidoV uma coisa 1 !alar do evangelho, outra coisa 1 anunciar ovangelho no poder do sp;rito Santo" + di!erena 1 brutalf  *G 

+ igre8a precisa anunciar o evangelho vivo, com todo o seu carisma, não um

evangelismo verbal, mas uma mensagem 9ue, al1m de pregada e proclamada, tamb1m possua

*G #< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6$bio"

 Igre"a Crescimento Integral, p" GG"

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sinais 9ue con!irmem esta palavra" + mensagem e o mensageiro devem ter o carisma 9ue o

evangelho possui" / ensino tamb1m deve ser acompanhado do carisma, !avorecendo uma

experiência comunit$ria 9ue concilie o estudo, a palavra, a l7gica, a ministraão e tamb1m a pro!ecia, o coraão, a emoão e o lado m;stico, abrindo espao tanto para a re!lexão, o

 pensamento e a teologia, 9uanto para o coraão e a emoão na vida das pessoas e na igre8a"

#esta !orma, a igre8a, 9ue busca um crescimento integral, não separa a evangeli2aão

em pregaão da palavra e servio, mas trabalha ambos de !orma insepar$vel, mani!estando a

 presena e a unão do sp;rito Santo, com o carisma do evangelho" Uma igre8a 9ue possui

uma visão hol;stica do ser humano, se encarnando no mundo, amando como 0esus amou,

servindo como 0esus serviu, sentindo o 9ue 0esus sentia, vivendo como 0esus viveu, para 9uevidas se convertam e se8am trans!ormadas por #eus, discipulando na pr$tica de 0esus" /

crescimento num1rico !a2 parte deste crescimento integral, pois, como vemos no livro de +tos

dos +p7stolos, a igre8a de cento e vinte passa para três mil pessoas, mani!estando a vontade de

#eus, e o chamado de 0esus, em Mateus ("GE(), Ade, portanto, !a2ei disc;pulos por todas as

naIes, bati2andoEos em nome do Pai, do 6ilho e do sp;rito SantoV e ensinandoEos a guardar 

todas as coisas 9ue vos tenho ordenado"""Q

Somos chamados para ser uma igre8a viva 9ue cresce integralmente, con!orme o modelode Cristo 0esus, amando e servindo, em teoria e pr$tica, de!endendo a vida e a criaão de #eus

em todos os seus aspectos, mani!estando o %eino de #eus, a9ui e agora"

CONCLUSÃO

Hivemos ho8e uma realidade alarmante em vista da atual situaão religiosa,

s7cioeconomica e pol;tica de nosso continente" / aumento dos indicadores da

macroeconomia, apresentados pela economia neoliberal, 1 acompanhado pelo o aumentoangustiante da dist=ncia entre ricos e pobres, gerando desigualdade social marcada pela

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in8ustia, exclusão, exploraão e descaso para com as necessidades de sobrevivência dos

 pobres e marginali2ados"

 'ossa sociedade est$ contaminada pelo imediatismo e consumismo desen!reado" 9ue busca o lucro e a vantagem acima de tudo e de todos" + exploraão dos bens naturais sem

9ual9uer preocupaão com o !uturo tem, destru;do a criaão de #eus, comprometendo a vida

humana e a nature2a" 'ossa pol;tica 1 marcada pela corrupão, pela lavagem de dinheiro e

 pelo descaso para com a populaão"

/s meios de comunicaIes têm sido uma arma !ort;ssima para in!luenciar e propagar o

sistema globali2ado em 9ue vivemos, com uma ideologia imediatista 9ue !orma um

 pensamento de 9ue tudo deve ser para agora, de 9ue, a cada dia, temos 9ue ter produtos damoda" +s pessoas devem comprar a novidade 9ue surge no mercado ho8e para mostrar um

status 9ue não existe" Todos estes !atores !ormam um pensamento de 9ue não importam os

meios, e sim os !ins, ou se8a, a !orte concorrência leva as pessoas a agirem sem se

 preocuparem uma com as outras e com a vida"

Hivemos ho8e, atrav1s destas in!luências, numa sociedade insens;vel 9ue não possui

tempo para nada" /s ob8etos são mais importantes do 9ue os seres humanos, !a2endo assim

 pouco caso para as 9uestIes sociais, mesmo por9ue não h$ tempo para se importar com o problema dos outros" /s relacionamentos são descart$veisV as palavras amor, ami2ade,

!raternidade e comunhão estão em desuso, em extinão nesta sociedade globali2ada"

diante deste desa!io 9ue se encontra a igre8a de Cristo, algumas com teologias

 pentecostais, neopentecostais, re!ormadoras, ortodoxas, tradicionais, etc" Por1m, suas

doutrinas e pr$ticas permanecem !echadas em si mesmas" + maioria tem um contato com a

sociedade em um =mbito assistencialista de aão socialV outras pre!erem !icar somente com a

 pregaão do evangelhoV outras ainda pre!erem viver no =mbito da espiritualidade sem contatocom o mundoV temos a9uelas 9ue pregam o imediatismo eo consumismo cristiani2ado e temos

tamb1m a9uelas 9ue são extremamente sociais e pol;ticas, deixando de lado a espiritualidade

religiosa" Contudo, não 9ueremos entrar no m1rito da pr$tica e das teologias destas igre8as,

mas destacar 9ue existe uma variedade enorme de pr$ticas teol7gicas e mission$rias na vida

das igre8as evang1licas da +m1rica 3atina 9ue precisam enxergar os desa!ios 9ue a realidade

apresenta para a igre8a, e assim, buscar meios de anunciar um evangelho 9ue !aa di!erena na

vida pessoal e na sociedade, mani!estando o %eino de #eus e sua 8ustia"

+ igre8a precisa acordar para a realidade" 'ão podemos pensar 9ue viver o evangelho 1

somente ter a doutrina certa, cantar boas e animadas mJsicas nos cultos, com os olhos

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!echados e mãos levantadas e ter algum envolvimento com os trabalhos das igre8as" / sistema

globali2ado tem moldado, atrav1s da m;dia e cultura, nossa leitura da realidade" Por1m como

cristãos, somos chamados a deixar 9ue a B;blia, como Palavra de #eus, nos revele asdoutrinas certas, moldando nossa cosmovisão, a !orma como vemos e interpretamos a realiE

dade"

Se, como evang1licos, cremos 9ue 0esus 1 o 6ilho de #eus encarnado, precisamos viver 

nossa humanidade no exemplo de Cristo, sua compaixão, miseric7rdia, bondade e amor" Se

n7s somos verdadeiros adoradores, devemos não somente cantar inspirados no domingo, mas

viver agradando e obedecendo a Cristo todos os dias" Se n7s cremos na ressurreião e na vida

eterna, não devemos ser tão materialistas e consumistas, mas menos apegados às coisas destemundo, mani!estando o reino de #eus e sua 8ustia" Precisamos, como igre8a, ser disc;pulos e

imitadores de Cristo, integrando as verdades b;blicas e a vida de !orma 9ue o testemunho de

Cristo se8a poderosamente a!irmado nos atos de miseric7rdia, compaixão, servio e

 proclamaão" #evemos viver uma espiritualidade evang1lica, encarnada, vivida no poder do

sp;rito Santo, 9ue revele 0esus Cristo como Senhor e Salvador em nossas palavras e atos,

sendo testemunha viva de Cristo"

 'a busca por uma teologia 9ue não !i9ue somente no =mbito social e pol;tico com ponto!raco na espiritualidade religiosaV tamb1m não !icar em um =mbito de espiritualidade religiosa

sem ter 9ual9uer contato com a vida socialV nem ainda uma teologia 9ue possui um =mbito

materialista, consumista e imediatistaV e muito menos !icar no =mbito de 9ue nada esta

acontecendo e 9ue o importante 1 minha vida est$ salva" 'esta busca, 1 9ue ocorre a pes9uisa

apresentada 9ue destaca uma proposta de integralidade da missão, encarando a missão com

uma teologia 9ue não !a2 distinão e nem separaão, de evangelismo e aão social, mas sim

 pratica uma missão integral, 9ue testemunha Cristo 0esus como Senhor e Salvador,mani!estando o %eino de #eus e sua 8ustia em atos e palavras, ou se8a, em aão social e

evangelismo"

+ pes9uisa trouxe uma perspectiva di!erenciada do entendimento antropol7gico e

salv;!ico do ser humano, uma cristologia de missão marcada pelo exemplo de Cristo e uma

eclesiologia 9ue analisa o contexto atual, de!inindo uma pr$tica comunit$ria compromissada

com o evangelho na vida em sociedade"

+ monogra!ia apresentou uma visão teol7gica 9ue possui o ob8etivo de possibilitar 

abertura para o apro!undamento de estudo, 8$ 9ue destacou uma perspectiva entre outras

existentes na teologia evangelical" /utro ob8etivo, !oi tamb1m possibilitar a re!lexão da

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 pr$tica teol7gica na vida da igre8a, com uma visão hol;stica e encarnada no contexto da

sociedade, testemunhando o amor de Cristo 0esus na libertaão, cura, trans!ormaão e

salvaão do ser humano na vida pessoal e social" 'estes termos, a monogra!ia não 9uis tra2er nenhuma teologia e pr$tica mirabolante 9ue

solucionasse todos os problemas do ser humano e da sociedade, mesmo por 9ue a pes9uisa 1

inicial e apresentou de !orma sucinta uma visão panor=mica da missão integral, 9ue merece

um apro!undamento 9ue !ornea condiIes de analises, comparaIes, cr;ticas e avaliaIes,

te7ricas e pr$ticas desta teologia para a sociedade"

Contudo, o ob8etivo inicial deste trabalho !oi evidenciar uma proposta 9ue en!rente os

desa!ios de nossa realidade latinoEamericana, claro 9ue levando em consideraão 9ue a pr$ticade encarnaão deve ser constante, e isto tra2 novos desa!ios e hori2ontes, bem como o

testemunho de Cristo a partir da realidade em 9ue vivemos" Por1m, 1 importante destacar 9ue

como igre8a de Cristo, precisamos mudar nossas pr$ticas, e viver o testemunho de 0esus

Cristo" Paulo nos !a2 um convite cora8oso Sede meus imitadores como eu sou de CristoQ

4Co "5, 1 um testemunho de vida e minist1rio integrados com a vida e minist1rio de

Cristo, nos tornando s$bios para a salvaão, e não somente para um discurso correto" Somos

chamados para sermos imitadores de Cristo, e não apenas ter convicão corretas sobre ele"Como imitadores de Cristo, precisamos ter uma vida de testemunho, com uma

espiritualidade 9ue encontre nos evangelhos, na pessoa de Cristo e na presena do %eino de

#eus sua !orma e conteJdo, com uma teologia 9ue 1 vivenciada na pr$tica da comunidade,

sendo representante de 0esus Cristo no mundo, mani!estando o %eino de #eus agora, na

esperana da volta de Cristo"

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*)

REFERNCIAS

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Cultura Cristã, GG@

#< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6" Elias esta nas -ua* Belo Dori2onte- ditora Bet=nia, GG)"

#< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6""  Igre"a Crescimento Integral* %io de 0aneiro- HindeComunicaIes, S#,

#< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6abio"  Igre"a: Comunidade do Carisma* Hol" ?" 'iter7i > %io de

0aneiro e São Paulo- ditora Hinde e ditora Sepal, GG" @G p"

#< +%+U0/ 6A3D/, Caio 6abio" Igre"a: Evangelização, &erviço e Transformação ist;rica

Hol" " 'iter7i- ditora Hinde e ditora Sepal, G*"

SC/B+%, Samuel" !esafios da Igre"a na Am#rica $atina: Dist7ria, strat1gia e Teologia de

MissIes" Trad" Dans Udo 6uchs" Hiosa- ditora Ultimato, GG*

3/'OUA' 'T/, 3ui2" + ovo -osto da Missão: os movimentos ecumênico e evangelical

no protestantismo 3atino +mericano" Hiosa- Ultimato, ())(" :)?p"

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PublicaIes, ())F" (:(p"

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Dagnos, ())(" @p"

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Steuernagel"Belo Dori2onte- Missão ditora, GG?" ?p"

STU%'+O3, Haldir %aul" A &erviço do -eino: um compêndio sobre a missão integral da

igre8a" ditado por Haldir %aul Steuernagel"Belo Dori2onte- Missão ditora, GG(" :(p"

STU%'+O3, Haldir %aul" +6ediBncia Mission9ria e 7r9tica ist;rica:  em busca de

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ST/TT, 0onh %" Z" A Mensagem do &ermão do Monte- Contracultura Cristã * Trad" Lolanda

M" ]rievin" :` ed" São Paulo- +BU ditora, ())" (:@p"

ST/TT, 0onh %" Z" Crer # tam6#m 7ensar " Trad Milton +" +ndrade" *` d"São Paulo- BU

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ST/TT, 0onh %" Z" Cristianismo E?uili6rado" Trad 3oureno Hieira"%io de 0aneiro- Casa

Publicadora das +ssembl1ias de #eus, G("

ST/TT, 0onh %" Z"" Cristianismo 59sico" Trad" 6l$via Brasil steves"São Paulo- diIes

Hida 'ova, GGG"

ST/TT, 0ohn" /irmados na /#*Trad" Marcos #avi S" Steuernagel e Silêda S" Steuernagel"

Curitiba- ncontro, ())?" (? p" E p" (?"

ST/TT, 0onh %" Z" +uça o Es18rito, +uça o Mundo: Como ser um Cristão Contempor=neo"

Trad" Silêda Silva Steuernagel" (` d" São Paulo- BU ditora, GG" ?*p"

ST/TT, 0onh %" Z" + 7erfil do 7regador* Trad" Olauber Meer Pinto %ibeiro"?` ed" São

Paulo- ditora Sepal, ()))" FFp"

+ + / \ + + C 1 \ + O i & d 6