MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA -...

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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA

Ensinar a Palavra de Deus e

capacitar seus participantes a

cumprirem a missão que Jesus

nos deu.

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Redação e preparação

de originais:

Redação:

Capa: Diagramação:

Atendimento e tráfego:

Gráfi ca:

Pr. Bernardo Ferreira, Inácio Júnior, Clarice Geci Kollenberg Sommer, Daisy Moitinho, Pr. Daniel Miranda Gomes, Heloise Nunes Gonçalves Lemos, Pr. Jonas Sommer, Lucineide Miranda, Pr. Marcos de Oliveira, Diác. Marlene de Oliveira Garcia, Pr. Wesley Batista de Albuquerque

Pr. Jonas Sommer, Pr. Daniel Miranda Gomes

Laís Quinquio BenegaRevisão de textos:

Revisão teológica:

Rua Erton Coelho Queiroz, 50 - Alto Boqueirão - CEP 81770-340 - Curitiba - PRhttp://www.ib7.org / [email protected]

Cid Gonçalves

Marcelo Ângelo Negri Fone: (41) 3379-2980

Viena Gráfi ca e Editorawww.viena.ind.br

EXPEDIENTE

Copyright © 2012 – Conferência Batista do Sétimo Dia BrasileiraEstudos para a Escola Bíblica Sabatina. É proibida a reprodução parcial ou

total sem autorização da Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira.

Os Estudos Bíblicos e as Meditações Bíblicas Diárias estão baseados na International Bible Lessons for Christian Education (Lições Bíblicas

Internacionais para o Ensino Cristão).

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor: Pr. Jonas Sommer

João Paulo Delfi no da Silva,Pr Jonas Sommer,Melina Lessa

Redação e preparação

de originais:

Redação:

Capa: Diagramação:

Atendimento e tráfego:

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Pr. Bernardo Ferreira,Inácio Júnior, Clarice GeciKollenberg Sommer, Daisy Moitinho, Pr. Daniel MirandaGomes, Heloise NunesGonçalves Lemos, Pr. JonasSommer, Lucineide Miranda,Pr. Marcos de Oliveira, Diác. Marlene de OliveiraGarcia, Pr. Wesley Batista deAlbuquerque

Pr. Jonas Sommer, Pr. Daniel Miranda Gomes

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Internacionais para o Ensino Cristão).

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Abreviaturas ..................................................................5Editorial .........................................................................6Campanha de Oração ..................................................7

Lição 1 - Uma Bênção para Todas as Nações

Meditações Bíblicas Diárias ........................................9 Questões para Estudo do Texto ................................13 Entendendo e Vivendo ..............................................15

Lição 2 - A Promessa de Deus a Abraão

Meditações Bíblicas Diárias ......................................24 Questões para Estudo do Texto ................................28 Entendendo e Vivendo ..............................................30

Lição 3 - O Deus de Toda Providência

Meditações Bíblicas Diárias ......................................36 Questões para Estudo do Texto ................................40 Entendendo e Vivendo ..............................................42

Lição 4 - Recebendo uma Nova Identidade

Meditações Bíblicas Diárias ......................................48 Questões para Estudo do Texto ................................52 Entendendo e Vivendo ..............................................54

Lição 5 - Deus Cuida de José

Meditações Bíblicas Diárias ......................................59 Questões para Estudo do Texto ................................63 Entendendo e Vivendo ..............................................65

Lição 6 - José Encontra Favor

Meditações Bíblicas Diárias ......................................73 Questões para Estudo do Texto ................................75 Entendendo e Vivendo ..............................................78

S U M Á R I O

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Lição 7 - Deus Preserva um Remanescente

Meditações Bíblicas Diárias ......................................84 Questões para Estudo do Texto ................................88 Entendendo e Vivendo ..............................................90

Lição 8 - Deus Transforma Mal em Bem

Meditações Bíblicas Diárias ......................................97 Questões para Estudo do Texto ............................. 101 Entendendo e Vivendo ........................................... 102 Lição 9 - Abraão – Um Homem Justifi cado pela Fé

Meditações Bíblicas Diárias ................................... 111 Questões para Estudo do Texto ............................. 115 Entendendo e Vivendo ........................................... 117

Lição 10 - Justifi cados pela Fé em Cristo

Meditações Bíblicas Diárias ................................... 124 Questões para Estudo do Texto ............................. 128 Entendendo e Vivendo ........................................... 130

Lição 11 - Libertos da Lei

Meditações Bíblicas Diárias ................................... 138 Questões para Estudo do Texto ............................. 142 Entendendo e Vivendo ........................................... 144

Lição 12 - Herdeiros da Promessa

Meditações Bíblicas Diárias ................................... 154 Questões para Estudo do Texto ............................. 158 Entendendo e Vivendo ........................................... 160

Encarte Especial

Missões - Chile......................................................... 170 Missões - Angola ..................................................... 172 Ministério Infanto Juveni ....................................... 175

Lição 13 - A Nossa Herança em Cristo

Meditações Bíblicas Diárias ................................... 178 Questões para Estudo do Texto ............................. 182 Entendendo e Vivendo ........................................... 184 Obras Citadas ........................................................... 190 Página do Tesoureiro .............................................. 192

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AA – Almeida Atualizada ARA – Almeida Revista e AtualizadaARC – Almeida Revista e CorrigidaACRF- Almeida Corrigida e Revisada Fiel AS21 – Almeida Século 21 ECA – Edição Contemporânea de Almeida

GnÊxLvNmDtJsJzRt

1Sm2Sm1Rs2Rs1Cr2CrEdNeEtJóSlPvEcCtIsJr

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AmObJnMqNaHcSfAgZcMl

MateusMarcosLucasJoão AtosRomanos1 Coríntios2 CoríntiosGálatasEfésios FilipensesColossenses1 Tessalonicenses2 Tessalonicenses1 Timóteo2 TimóteoTitoFilemonHebreus Tiago 1 Pedro2 Pedro1 João 2 João 3 João Judas Apocalipse

MtMcLcJoAt

Rm1Cor2Cor

GlEfFpCl

1Ts2Ts1Tm2TmTtFmHbTg

1Pe2Pe1Jo2Jo3JoJdAp

ABREVIATURAS DE

NOVO TESTAMENTO

GênesisÊxodo LevíticoNúmeros DeuteronômioJosuéJuízesRute1 Samuel2 Samuel 1 Reis2 Reis 1 Crônicas 2 CrônicasEsdrasNeemiasEster Jó Salmos Provérbios Eclesiastes CânticoIsaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Obadias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias

ANTIGO TESTAMENTO

L I V R O S D A B Í B L I A

NVI – Nova Versão InternacionalKJA – King James Atualizada BV – Bíblia Viva BJ – Bíblia de Jerusalém TEB – Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

ABREVIATURAS DAS VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS

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6 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

EditorialEm todo o caminho desde Gênesis até o Apocalipse

podemos ver a mão de Deus no cumprimento de suas pro-messas, assegurando salvação e redenção para Seu povo. Há muito a aprender sobre Deus e a maneira como Ele se relacio-na conosco ao estudarmos as promessas divinas. Ao analisar-mos a fi delidade dele em cumprir o que prometeu, estabele-ceremos um sólido fundamento que nos ajudará a compre-ender melhor Seu amor, misericórdia, bondade, fi delidade, paciência e compaixão.

Os estudos deste trimestre focam na aliança feita com Abraão. A ênfase teológica está na fé. Deus prometeu ao ve-lho patriarca que por meio dele todas as nações da terra se-riam abençoadas. Esta promessa foi passada adiante de gera-ção a geração até ter seu pleno cumprimento em Jesus Cristo, nosso Senhor.

As nossas lições foram extraídas dos livros de Gênesis, Romanos e Gálatas. Nossa esperança é de que todos os estu-dantes das Sagradas Escrituras cresçam e amadureçam na fé em nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Agradecemos, uma vez mais, aos autores das devocio-nais e dos comentários bíblicos por sua dedicação e esmero em prover aos irmãos brasileiros, e também à nossa família espiritual em Angola e Moçambique, um bom material para nosso aprendizado e devoção a Deus.

Junte-se a nós nessa jornada, e que Deus muito nos abençoe, enquanto aprendemos mais de Sua Palavra.

Eu gostaria muito de ouvir sua opinião sobre as nossas lições para a Escola Sabatina. Sinta-se livre para escrever-me e tecer seus elogios, críticas ou sugestões.

Pr. Jonas [email protected]

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Estamos vivendo dias difíceis para o Evangelho. Por um lado vemos a verdade da Palavra de Deus sendo detur-pada por alguns e por outro testemunhamos o crescimento vertiginoso das seitas e heresias, do islamismo, do misticismo. É tempo de mudança! É tempo de Comprometimento verda-deiro! E, mais do que nunca, É TEMPO DE ORAR!

Vamos mudar a história da nossa igreja com o poder da oração. Cremos que, se orarmos, Deus agirá em nosso fa-vor e mudanças profundas acontecerão em nosso meio. Es-tamos acostumados a orar somente pelos nossos próprios interesses, mas é mister levantarmos um clamor por Salvação. É preciso orar pelos campos missionários e para que o Senhor da Seara envie mais trabalhadores às Suas messes. Por isso, conclamamos você a deixar de lado seus pedidos e anseios e dedicar as próximas 13 semanas e, de forma especial, os 13 sábados deste trimestre, para dobrar os seus joelhos, orar, clamar, interceder e buscar a face do Senhor, suplicando por Salvação.

Visamos mobilizar cada batista do sétimo dia e simpa-tizantes, cada igreja nossa, como povo de Deus, com o mes-mo propósito: ORAR. Vamos orar sem cessar! E, no décimo terceiro sábado, vamos fazer uma Grande Vigília de oração

“A oração fervorosa feita por um justo tem grande poder e resultados maravilhosos.” (Tg 5:16)

SEMANAS DE CLAMOR POR SALVAÇÃOSábados de Intercessão!13

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8 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

por Salvação. Serão 24 horas de oração e ações evangelísticas. Você e sua igreja não podem fi car fora desta campanha!

Nossos desafi os serão:

* Dedicarmo-nos como nunca à oração por Sal-vação. Em seu lar, nas suas orações particulares, clame por Salvação. Em todos os cultos teremos momentos específi cos de oração, para que vidas sejam alcançadas pelo Evangelho. Durante os cultos públicos (evangelísticos), desafi amos cada igreja a ter uma equipe de intercessores. A oração aquece o coração de Deus e move Suas mãos.

* Para cada semana teremos um propósito especial de oração, que estará no início de cada lição para a Escola Bíblica.

* Durante as próximas 13 semanas, vamos restaurar a oração na família. Cada família será desafi ada a se reunir, ao mínimo uma vez por semana, para orar e ler um capítulo da Bíblia.

* Nossos pastores e obreiros serão desafi ados a uma vida mais intensa de oração durante este tri-mestre.

* Recomendamos, fortemente, que durante este trimestre, além dos estudos, cuidadosa e carinho-samente preparados para a Escola Bíblica Saba-tina, nos dediquemos à leitura das 13 cartas do apóstolo Paulo.

* No décimo terceiro sábado teremos uma jornada de 24 horas de oração. Nesse dia, também, tere-mos irmãos fazendo evangelismo de porta em porta, culto evangelístico e programação especial para crianças, pois queremos também os peque-ninos para Jesus.

Você está preparado para mudar a história de nossa igreja? Assuma o compromisso de orar por Salvação! Se você orar, certamente verá o impossível acontecer!

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Domingo – Atos 7:1-8

Abraão teve uma escolha a fazer: partir com sua famí-lia e seus bens para uma terra desconhecida ou fi car onde es-tava. Permanecer no conforto e segurança do que conhecia, ou viajar, pela fé, na promessa de uma nova terra, confi ando somente na direção de Deus. Provavelmente, Abraão não ti-nha consciência do quanto sua escolha afetaria o futuro, mas sua obediência impactou a história da humanidade. É prová-vel que você também não saiba os efeitos das escolhas que faz. Mas o fato de que haverá consequências no futuro é cer-ta. Este não seria um bom motivo para buscar a direção de Deus nas suas escolhas de hoje?

Segunda – Deuteronômio 4:5-9

Por volta dos três anos de idade, passei a dormir so-zinha no berço. Toda noite minha mãe me conduzia à cama e fi cava comigo até que eu pegasse no sono, o que só acon-tecia quando ela suavemente me embalava. Por muitas ve-zes ela tentava, delicadamente, se levantar, mas eu acordava. Novamente, ela se agachava e, por entre as grades do berço,

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 01 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo aos Romanos* Verso Chave: “Não me envergonho do evangelho,

porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.” (Rm 1:16)

* Propósito especial de oração: Para que os batistas do sétimo dia sejam mais corajosos e entusiastas em compartilhar o Evangelho.

Heloise Nunes Gonçalves Lemos

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10 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

embalava meu sono. Quando eu acordava e a chamava, amo-rosamente ela se aproximava e me fazia dormir. Sua presença era para mim um lugar seguro e aconchegante, e no calor do seu toque eu podia dormir em paz. O Senhor faz o mesmo conosco. Sua presença constante e tão próxima traz-nos se-gurança e conforto. Mesmo quando as difi culdades da vida tentam nos afastar dos braços do Pai, confi antemente pode-mos chamá-Lo, pois “perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade” (Sl 145:18), e Ele nos acolherá.

Terça – Deuteronômio 26:1-11

Nosso Deus é cumpridor de todas as Suas promessas, e Ele ouve a nossa voz! O povo de Israel padeceu dias amar-gos no Egito. Cresceu em número, mas estava sob o jugo dos egípcios. Posso até imaginar, em suas conversas, os israelitas relembrando das promessas feitas por Deus aos seus ante-passados, de que teriam sua própria terra, de que seriam um povo forte e numeroso. Mas o jugo estava sendo muito pe-sado: opressão e humilhação numa terra que não conhecia o Deus Todo-Poderoso. Então, esse Deus tão justo e amoroso olhou o sofrimento do Seu povo, ouviu o seu clamor e pro-veu um meio tão maravilhoso de libertação que fi camos ad-mirados, tamanho o seu poder. Aleluia! Muitas situações de hoje tentam apagar o brilho das promessas de Deus em nossa vida, mas não desanimemos, pois o Senhor está olhando para nós e Ele ouve a nossa voz! Na hora oportuna virá o refrigério.

Quarta – Isaías 51:1-10

O Senhor sempre desenvolveu meios para ensinar a Sua vontade ao Seu povo e para atraí-lo à Sua santa presença. Suas leis e mandamentos estabelecem padrões de justiça e santidade, pois em si mesmos revelam o quanto Deus é justo

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e santo. Grandes homens e mulheres também são instrumen-tos de Deus para ensinar as verdades divinas aos Seus fi lhos. Olhe para Abraão, um fazendeiro comum já de idade avança-da, sem muita perspectiva de vida. Mas Deus o amou e o cha-mou a um propósito grandioso, e Abraão respondeu a este chamado com fé e obediência. Deus lhe amou e lhe escolheu para realizar grandes obras. Qual tem sido sua resposta para Ele?

Quinta – Mateus 3:1-10

Durante, aproximadamente, 400 anos, Deus fi cou em silêncio. Então, levantou um profeta que fez novamente Sua voz e vontade serem ouvidas, iniciando, assim, um avivamen-to entre os judeus. João Batista proclamava uma mensagem de julgamento. Israel havia pecado e precisava arrepender-se, e cabia aos líderes religiosos dar o exemplo ao restante do povo. Era necessário “produzir frutos dignos de arrependi-mento”. Há muitos cristãos engessados em nossas igrejas, e que não se dobram à vontade de Deus. Apoiam-se nos atos de fé alheios, não se arrependem verdadeiramente e não vivem, pessoalmente, um relacionamento com Deus. Aproximamo--nos da vontade de Deus quando quebrantamos a nossa. De-senvolveremos um caráter cristão quando negarmos a nós mesmos. Seremos fi lhos de Abraão quando genuinamente agirmos por amor a Deus.

Sexta – Hebreus 6:13-20

O pior vazio que uma pessoa pode sentir em si mesma é não ter esperança em algo maior, é viver sem perspectiva de algo melhor, é andar sem ter certeza de onde vai chegar. Estávamos todos nesta condição - “todos pecaram e destituí-dos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Mas o Senhor, movido por Seu inefável amor, resgatou-nos das trevas, deu-nos nova

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12 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

e abundante vida por meio do nosso Salvador Jesus Cristo e encheu-nos de esperança e de certeza. Este Cristo, que pa-deceu por nós, tornando-se culpado para nos salvar, faz-nos co-herdeiros do melhor que ainda está por vir. “Como está escrito: as coisas que os olhos não viram, e ouvidos não ouvi-ram, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2:9). Simplesmente creia!

Sábado – Gênesis 12:1-9

“Por meio de você todos os povos da terra serão aben-çoados” (v. 3, NVI). Deus chamou Abraão para um propósito especial: por meio dele preservaria um povo que fi zesse a di-ferença entre as nações; um povo que O adorasse como único e verdadeiro Deus. Esta promessa de bênção não fi ndou com a morte do patriarca, mas se estendeu às nossas gerações. Por meio da descendência de Abraão, amigo de Deus, Jesus Cris-to nasceu para salvar a humanidade. Por meio de Cristo, as pessoas podem ter um relacionamento pessoal com Deus e serem instrumentos de bênção onde quer que estejam. Suas atitudes e seu testemunho têm abençoado todos aqueles que se aproximam de você?

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Questões para Estudo do Texto

Às vezes, as pessoas são convidadas a fazerem coisas incrivelmente difíceis, com alguma promessa de recompensa para motivá-las. Quanto essas pessoas estariam dispostas a suportar e arriscar em troca de alguma promessa? Abraão e Sara, mesmo sendo de idade avançada, arriscaram perder a família e todos os seus bens ao partirem para uma nova terra, por causa da fé que tinham nas promessas de Deus.

Núcleo da Lição

“E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e en-

grandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.” (Gn 12:2, ARC)

Estudo da Semana: Gênesis 12:1-9

Verso Áureo

07 de julho de 20120101

1. Em que cidade Abraão estava residindo quando Deus o chamou (Gn 12:1, 4)? Como conciliar esta informação com Gênesis 15:7?

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Quais são algumas das promessas que Deus fez a Abraão?

De que maneira elas se estendem a nós? (v. 2)

R:............................................................................................................

Uma Bênção Para Uma Bênção Para Todas as NaçõesTodas as Nações

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14 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

................................................................................................................

................................................................................................................3. De que maneira todas as famílias da terra seriam abenço-

adas por meio da semente de Abraão? (v. 3)

R:.............................................................................................................................................................................................................................4. O que Abraão faz depois que Deus fez todas essas pro-

messas a ele? O que isso nos revela sobre sua fé? (v. 4, 5)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................5. Qual seria a ameaça que Abraão teria que enfrentar ao

chegar a Canaã? (v. 6)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Por que a promessa de Deus a Abraão em Canaã exigiu

muita fé de sua parte? De que maneira ele demonstrou isso em sua vida? (v. 7)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................7. O que Abraão fazia para o Senhor enquanto ele viajava

de um lugar para outro? Por que ele fazia isso? De que maneira podemos refl etir sobre esta mesma prática em nossos dias? (v. 8, 9)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Wesley Batista de Albuquerque

Antes de entendermos a importância das palavras diri-gidas a Abrão no capítulo 12 de Gênesis, precisamos dar uma olhada na unidade dos capítulos anteriores. Os capítulos de Gênesis 1-11 servem de introdução à história dos patriarcas (Gn 12-50). Isso revela não só a intenção do autor, mas tam-bém sua habilidade para costurar e dar unidade aos eventos e fazê-los chegar precisamente até a história de Abrão.

Em resumo, Gênesis 1 a 11 narram como Deus colocou Seu projeto em ação ao criar um mundo e colocar o homem dentro dele. O grande propósito da vida do primeiro casal e da descendência que deles surgiriam era o de desfrutar da-quela primeira aliança. Era o de estar em relação contínua e crescente com Deus. Mas, no capítulo 3, temos uma virada trágica neste relacionamento. As consequências trágicas da primeira desobediência respigaram em todos os descenden-tes posteriores. A maneira como o autor de Gênesis nos con-ta isso é muito interessante. Se percebermos bem, podemos identifi car duas grandes crises logo em seguida à queda do primeiro casal. É intenção do autor, pois, mostrar quão con-turbado fi cou o mundo dos homens.

Quanto à primeira crise (desobediência de Adão e Eva), os resultados foram: o Senhor Deus amaldiçoou a ter-ra; Adão teria de trabalhar arduamente para conquistar seu alimento; Eva teria de dar à luz fi lhos após muitas dores, teria seu desejo para seu marido e seria governada de forma dife-rente. A serpente recebeu o veredicto de que seria maldita e derrotada pelo descendente da mulher. A inimizade entre as

Entendendo

V i v e n d o&

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16 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

duas descendências (a de Eva e a da serpente) já se mostrou em cores vivas quando Caim alimenta inveja contra seu irmão Abel e resolve matá-lo (Gn 4). Na sequência, mesmo com al-guns descendentes de Caim sendo portadores de habilidades magnífi cas1, o pecado se faz evidente na arrogância de Lame-que (Gn 4:17-24). As relações entre os próprios descendentes de Adão e Eva exalavam o terrível odor do pecado. Porém, Deus não viu isso tudo como um anulamento de seu plano original. E logo pronunciou, pela primeira vez, a promessa de um descendente.

A segunda crise veio quando o Senhor constatou que a maldade havia se multiplicado de forma descontrolada (Gn 6). Os desígnios do coração do ser humano eram continuamente maus (Gn 6:5). A reação do Senhor foi a de destruir toda aque-la geração por meio de um dilúvio, com exceção de Noé e sua família (mais um lampejo da graça de Deus). Porém, somente quando as águas baixaram é que o Senhor anunciou o ponto mais alto de Seu juízo e, concomitantemente, anunciou mais uma vez Sua palavra graciosa (ou de salvação).

Ato contínuo, Cam comete o pecado de ver a nudez de seu pai. E é aqui que Deus pronuncia uma maldição sobre a descendência de Cam. Dos versos 25 a 27 temos uma estru-tura tríplice, onde a descendência de Cam (Canaã) tipifi ca a descendência amaldiçoada da serpente. A subserviência de Canaã a seus irmãos tipifi ca a subserviência da serpente ao descendente da mulher. É aqui que temos nossa primeira li-gação mais direta com a história de Abrão. Pois, quando Deus abençoa Sem (fi lho de Noé), temos uma bênção derramada não só sobre a descendência dos semitas, mas sobre um des-cendente especial que viria desta estirpe: Abrão. Entretanto, só vamos fi car sabendo disso quando chegarmos ao relato da genealogia de Sem (Gn 11:10-32).

A última crise, que precede a narrativa dos patriarcas, vem no famoso episódio da torre de Babel. A intenção da-quela sociedade pós-diluviana está bem explícita: um nome

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célebre! Agora faça você mesmo, caro leitor(a), um link com Gênesis 12. A quem Deus realmente prometeu engrandecer o nome? A resposta é óbvia: Abrão! E mais: se estas nações (descendentes de Noé) estavam sob maldição, quem ou o que poderia reverter este quadro? E a resposta outra vez recai sobre Abrão, por meio das promessas de Deus. Pois, a partir dele, todas as nações da terra seriam abençoadas.2

Assim chegamos ao nosso texto e vamos entender o importante signifi cado das palavras dirigidas a Abrão, à luz de tudo isso que veio antes e a todo o restante do livro de Gênesis.

O Conteúdo da Promessa de Deus

A palavra da promessa dirigida a Abrão pode ser vista passo a passo. No verso 2, encontramos uma promessa com três elementos distintos e signifi cativos.

Primeiro, o Senhor Deus disse: “... de ti farei uma gran-de nação”. O aumento da linhagem prometida (Gn 3:15) se-guia seu curso debaixo das garantias divinas. Abrão era o ho-mem (descendente) por meio de quem isso seria viabilizado. Abrão era o descendente dos vários descendentes que o ha-viam precedido.

A expansão numérica de pessoas que deviam servir ao Senhor Deus já tinha sua semente na aliança feita com Noé. Assim como Adão e Eva, Noé recebeu a orientação de se mul-tiplicar e encher a terra. Contudo foi somente em Abrão que o Senhor resolve tornar Sua promessa mais específi ca. A partir deste homem, uma nação inteira surgirá e será recipiente es-pecial das bênçãos divinas. Surge de fato a esperança no caos gerado pelas más escolhas das gerações anteriores!

Lembre-se de que, neste momento, Abrão e Sarai não têm fi lhos, e eles permanecerão assim pelos próximos 25 anos. Como poderia surgir uma grande nação a partir deste casal se eles não tinham fi lhos e, claramente, já eram de idade

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avançada para gerar uma prole? A resposta, é claro, é fé! (Hb 1:11).

Isso não signifi ca que Abrão e Sarai nunca experimen-taram dúvidas. No entanto, eles acreditavam que o Senhor cumpriria Suas promessas (Rm 4:16-21). Como veremos em lições subsequentes, a fé de Abrão seria provada em muitas ocasiões. O fato de que ele não desistia de Deus, mesmo em meio às grandes provações, indica que sua fé estava sendo aperfeiçoada com essas experiências.

Como aconteceu com Abrão, nosso caminho de fé pode incluir provas e tribulações. Enquanto estas situações possam levar alguns ao desespero, aqueles que estão dispos-tos a confi ar em Deus irão descobrir que tais circunstâncias realmente fortalecem a sua determinação para continuar acreditando no poder do Senhor.

Apesar de Abrão assumir uma função fundamental no desenvolvimento do plano de Deus, de agora em diante não devemos nos esquecer de que é o Deus Todo-Poderoso quem está regendo todo o plano. Isso signifi ca que a glória é de Deus, e não do Homem.

O segundo elemento da palavra da promessa dirigida a Abrão é: “... e te abençoarei...”. Essa palavra signifi cava que o Senhor compensaria Abrão pelas coisas que teve de abrir mão ao sair de sua terra3, de sua parentela e da casa de seu pai. Aparentemente, a saída de Abrão de Harã parece contra-dizer Gênesis 15:7, onde se lê que Deus chama Abrão de Ur dos caldeus. No entanto, uma leitura mais cuidadosa mostra justamente o contrário. Notamos que, em Gênesis 11:31, Terá (pai de Abrão) saiu de Ur dos caldeus, a fi m de ir para Canaã. Então vemos em Gênesis 12:5 que o lugar a que Deus prome-te levar Abrão é a mesma terra de Canaã. Isto signifi ca que Deus está assumindo a responsabilidade de trazer Abrão de Ur dos caldeus por meio da “decisão” de Terá, seu pai. Ou seja, Deus usou Terá para fazer a primeira parte da viagem e, em seguida, Abrão para completá-la.

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Na realidade, a terra que Abrão estava deixando já não era mais a sua (ou seja, Ur dos caldeus). No momento de seu chamado, Abrão teria de deixar Harã”3 . Em que isso contribui para meu entendimento desta lição? Contribui no sentido de que sair da terra em que estava vivendo, isto é, Harã, era bem mais simples, pois já não era sua terra natal. A prova mais difí-cil viria nas duas próximas coisas que o Senhor requereria de Abrão.

O compromisso que Deus estava exigindo de Abrão era radical. Da terra ele tirava o alimento e na família ele en-contrava identidade e pertencimento. Deus estava lançando Abrão para uma realidade desconhecida. A única informação que o Senhor deu foi: “... vai para terra que eu te mostrarei”. Isso era algo muito arriscado. Somente pela fé Abrão acre-ditou na palavra da promessa. E o Senhor Deus, de fato, lhe abençoou. Eliézer serve como testemunha para nós: “O SE-NHOR tem abençoado muito ao meu senhor, e ele se tornou grande; deu-lhe ovelhas e bois, e prata e ouro, e servos e ser-vas, e camelos e jumentos” (Gn 24:35; grifo nosso).

Outra maneira de enxergar a bênção de Deus sobre Abrão era na maldição que repousaria sobre seus possíveis inimigos (Gn 12:3). Deus tem um zelo grande por aqueles que andam em seus caminhos: “Sendo o caminho dos homens agradável ao SENHOR, este reconcilia com eles os seus inimi-gos” (Pv 16:7).

O terceiro elemento da palavra da promessa dirigida a Abrão é: “... E te engrandecerei o nome”. No capítulo 11 so-mos informados de que a sociedade pós-diluviana arquitetou o brilhante plano de construir uma torre e de fazerem para eles mesmos um “nome grande”. Eles desejavam fama, honra e singularidade. E o que havia de errado nisso? O problema é que o Senhor já havia sondado o coração daquela socie-dade, e sabia que aquele desejo por grandeza não partia de boas motivações (cf. Gn 11:6). O Senhor Deus não estava dis-posto a ver mais uma vez a degradação do gênero humano,

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como já havia acontecido com a sociedade pré-diluviana (cf. Gn 6:3, 5-6). Se a descendência da mulher iria ter um nome grande, então somente Deus poderia conferir isso. E foi o que Ele prometeu a Abrão e cumpriu. Deu-lhe um grande nome (Gn 24:35).

Neste grande nome conferido por Deus a Abrão nós podemos nos regozijar, pois se o velho patriarca foi conheci-do como amigo de Deus (Tg 2:23), quanto mais os seus des-cendentes (ou seja, nós)!

Rumo à Terra Prometida

A boa notícia, no versículo 5, é que Abrão demons-tra uma grande fé e aceita o chamado de Deus para deixar sua terra rumo a um destino desconhecido. Porém, este versículo também introduz um par de complicações.

Primeiro, Abrão tinha 75 anos de idade quando saiu de Harã (v. 4). Comparando este verso com Gênesis 17:17, podemos calcular a idade de Sarai, mulher de Abrão: ela tinha, nesta época, cerca de 65 anos. Suas idades exer-cerão um importante impacto sobre a forma como toda a história irá se desenrolar.

A segunda complicação é o fato de que Abrão leva seu sobrinho Ló junto. Alguns acham que Ló, que era um membro da família do pai de Abrão, deveria ter sido dei-xado para trás, de acordo com as instruções dadas por Deus em Gênesis 12:1. Era costume, no entanto, que os irmãos de um homem falecido assumissem a responsa-bilidade de cuidar de seus familiares. Então, talvez Abrão considerasse que Ló era agora parte integrante de sua fa-mília.

Seja como for, a inclusão de Ló em sua viagem pai-ra como uma nuvem escura sobre a narrativa a seguir. Em Gênesis 13, há uma disputa entre os servos de Abrão e Ló

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sobre a terra, e o resultado é a separação de Abrão e Ló. Em Gênesis 14, Abrão arrisca sua vida e reputação para resgatar Ló dos reis vizinhos. A descendência das fi lhas de Ló resulta na formação das nações dos moabitas e amoni-tas (Gn 19:37, 38), que viriam a se tornar inimigos de Israel nos séculos posteriores. Decisões aparentemente peque-nas e sem importância alguma podem ter um efeito cas-cata em massa como o passar do tempo!

A viagem da cidade de Harã para Canaã tinha cerca de 650 km. A presença dos cananeus na terra indica que Canaã estava povoada naquela época. Isso signifi ca que Abrão não se encontrava num lugar onde poderia sim-plesmente fi xar residência sem nenhuma contenda. Ele teria de lidar com os cananeus e seus deuses. Se Deus iria fazer do nome de Abrão algo grande, então Ele teria de superar não apenas a esterilidade de Sarai e a presença problemática de Ló, mas também os habitantes daquela terra.

Um Chamado à Piedade

Abrão é a primeira “semente” do povo que Deus estava formando para Si mesmo. Ele irá se tornar uma grande nação, e seu nome será grande por causa da bên-ção de Deus. Talvez Abrão tenha se sentido intimidado quando viu que a terra era habitada pelos canaanitas. Ele havia concordado em realocar sua família em submissão a Deus, mas Abrão, provavelmente, não antecipara que Deus o estava levando para um lugar já povoado. Para reassegurar a Abrão que aquele era o lugar correto, o Se-nhor aparece a ele (não nos é dito como) e confi rma o Seu plano (v. 7). Como resposta de gratidão, “Abrão construiu ali um altar dedicado ao Senhor” (v. 7, NVI). Sem dúvida

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alguma, foi necessário denodo para tal, porque os altares pagãos, indubitavelmente, já haviam sido edifi cados na-quela região.

Abrão cria que a bênção do Todo-Poderoso com-pensaria qualquer perda e tudo que deixasse para trás. Ele julgava que Deus supriria seus desejos e sabia que nada além da inópia resultaria da desobediência.

O renomado pastor batista Matthew Henry, em seu comentário bíblico, legou-nos a seguinte aplicação desta narrativa:

Este tipo de crentes, justifi cados pela fé em Cristo, têm paz com Deus. Eles seguem em seu caminho a Canaã. Não desanimam pelas difi culdades do ca-minho nem são arrastados fora dele pelos deleites que encontram. Os que se dirigem ao céu devem perseverar até o fi m. Nós, os que empreendemos o caminho em obediência à ordem de Deus e atende-mos humildemente a sua providência, certamente triunfaremos e fi nalmente teremos consolo. Canaã não era, como outras terras, uma simples possessão externa, senão um tipo do céu e, neste sentido, os patriarcas a apreciavam fervorosamente.4

À medida que Abrão habitou naquela terra, mo-vendo-se como um nômade, uma importante característi-ca se sobressai: ele construía altares dedicados ao Senhor. Após haver erigido um altar perto de Siquém (v.7), ele ru-mou mais para o sul e edifi cou outro altar entre Betel e Ai (v. 8). Onde quer que Abrão estivesse, o culto ao Senhor estava com ele!

Não somos informados por qual motivo Abrão continuava viajando para o lado do sul (v. 9). Pode ser que Deus quisesse lhe mostrar toda a extensão da terra que ele e seus descendentes viriam a possuir. Ou quiçá o

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Senhor o estava preparando para o próximo passo: uma estada temporária no Egito, para sobreviver a uma fome (v.10). Deus cumprirá Sua promessa, mas Seus planos têm várias “camadas”, e se estendem por várias gerações.

Conclusão

De todos os elementos citados, que constituem a palavra da promessa feita a Abrão, o que tem uma ampli-tude global é o de ele ser uma bênção para todas as na-ções. A bênção para as nações não seria transmitida por meio de uma imposição de mãos. A bênção derramada sobre Abrão, e que seria transmitida às nações, seria me-diada pela fé. E somente por ela é que somos abençoa-dos!

Notas

1 Lampejos incontestáveis da graça de Deus, pois as habilidades que os des-cendentes de Caim manifestavam demonstravam que o pecado não jogou por terra a sabedoria divina em criar aquela que tinha sido sua obra prima – o Homem.

2 Obviamente que as nações, aqui, têm como ponto de partida as mesmas já arroladas em Gn 10.

3 Leia Gn 11:27-32, para entender melhor.

4 HENRY, Matthew. Comentário bíblico Matthew Henry – Antigo Testamento, v. 1: Gênesis a Neemias. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 22.

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Domingo – Hebreus 11:8-16

A vida de Abraão foi cheia de fé. Por ordem de Deus, saiu de sua terra e rumou a outra ainda desconhecida – obe-decendo sem questionar. Embora Abraão estivesse demons-trando sua fé pelas ações, foi a fé no Senhor que o fez justo diante de Deus. Nossas atitudes externas – frequência à igre-ja, orações, boas obras - não nos justifi carão no dia do juízo, mas à medida que exercitarmos nossa confi ança nele, as ações corretas fl uirão naturalmente e acharemos graça diante de Deus. Está escrito: “Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10:38).

Segunda-feira – Hebreus 11:17-22

Se você tiver medo de confi ar a Deus as suas posses, seus planos e sonhos, sua família e tudo o que mais preza, contemple a vida de nosso patriarca Abraão, e sinta-se moti-vado a entregar tudo a Deus! Abraão estava disposto a ofere-cer em sacrifício seu maior presente, a promessa de Deus, seu único fi lho. Deus testou a fé deste homem e viu a integridade

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 02 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo aos Gálatas* Verso Chave: “Não se deixem enganar: de Deus não

se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne co-lherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (Gl. 6:7-8)

* Propósito especial de oração: Para que os batistas do sétimo dia sejam sábios no semear. Oremos também pela salvação dos nossos familiares.

Heloise Nunes Gonçalves Lemos

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de seu caráter e disposição para confi ar em Seu plano - por mais misterioso que isso possa parecer -, mesmo que isso im-plicasse em perder o seu maior bem. Por agir desta forma, Abraão foi ricamente abençoado e recebeu mais do que po-dia imaginar. Pense: quando sua fé for provada, você estará disposto a confi ar plenamente em Deus e a fazer o que Ele lhe pedir, sem questionar?

Terça-feira – Romanos 4:9-15

Qual é o papel da fé? Muitas vezes as pessoas se ques-tionam: “Será que tenho fé sufi ciente? Será que minha fé agrada a Deus?”. Cristo é o único que pode nos salvar. Ele nos oferece a salvação como uma dádiva porque nos ama, não porque a conquistamos por meio de uma poderosa fé. O pa-pel da fé é nos levar a crer e a confi ar em Jesus Cristo, a fi m de que estendamos nossas mãos para receber o presente da sal-vação. Ter fé signifi ca descansar naquilo que Cristo fez por nós no passado, mas também signifi ca confi ar naquilo que ele faz por nós no presente, e fará no futuro. O justo viverá pela fé.

Quarta-feira – Romanos 4:16-25

Todos os que se aproximam de Deus têm sua vida transformada, porque o Seu amor aperfeiçoa. Diante Dele, as máscaras e vendas caem. Enxergamos a realidade de quem somos quando contemplamos quem Deus é. Em cada situ-ação, Ele se mostra fi el, constante e um pai amoroso. Às ve-zes, é difícil perceber que Ele está próximo e disponível, pois temos a sensação de que o sofrimento e a dor parecem no-vamente nos cegar. Nesses momentos, temos que entender que quando experimentamos as difi culdades, elas nos fazem crescer, desenvolvem nossa perseverança e fortalecem nos-sa confi ança em Deus. Em tempos de crise, agradeça a Deus

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pela oportunidade de crescimento e encare as circunstâncias dando glórias a Deus!

Quinta-feira – Salmos 105:4-11

Deus é soberano e um ser atemporal. Para o ser hu-mano, é difícil compreender Seus propósitos eternos, porque é um ser limitado e, em sua fragilidade, considera que a mor-te seja o fi m para muitas coisas. Mas o cristão transformado entende que a morte não anula os planos divinos, pois suas promessas estendem-se de geração em geração. Suas pro-messas se cumpriram em Abraão, estenderam-se a Isaque, posteriormente a Jacó e, por fi m, a nós, gentios, mediante a fé. Como é maravilhoso crer nesse Deus insuperável em Suas obras, tremendo em Seu agir, fi el em Sua aliança.

Sexta-feira – Hebreus 13:17-21

O escritor de Hebreus reconhece a necessidade da oração (v. 18) quando expressa a responsabilidade dos nossos líderes “que velam por nossa alma” (v. 17), e da obediência que devemos prestar àqueles que Deus constituiu para liderar Sua igreja. Nós, muitas vezes, não ponderamos, mas nossos pas-tores são vulneráveis ao orgulho (se têm sucesso), à depressão (se falham) e aos constantes ataques de Satanás, que deseja destruir a obra que eles realizam para Deus. Eles precisam das nossas orações! Ore também, para que sejamos a igreja que Deus sonhou, vivendo, enquanto Ele permitir, a eterna aliança fi rmada em Cristo: “que eles sejam um” (Jo 17:21).

Sábado – Gênesis 15:1-6, 12-18

Abraão teve uma experiência sobrenatural: numa vi-são Deus lhe propôs algo tremendo: “Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência”. Naturalmente, esta ideia seria inconcebí-

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vel, dadas as circunstâncias e a própria condição de Abraão, já avançado em idade. Mas agir de forma natural não é exa-tamente atributo divino, visto que Ele supera as expectativas humanas, e é poderoso para fazer muito mais além daquilo que pedimos ou pensamos. O ser humano tende a quebrar suas promessas quando não consegue visualizar resultados favoráveis, ao contrário de Deus, que sempre cumpre aquilo que promete. Hoje, Deus tem uma aliança com todos aqueles que creem em Jesus Cristo. Ore para que, embora não tenha-mos condições de visualizar a grandiosidade da vida no reino celeste, permaneçamos fi rmes em nossa aliança com Deus e prossigamos para o alvo.

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Questões para Estudo do Texto

As pessoas, às vezes, são convidadas a crer no impos-sível. Até que ponto isto é possível? Mesmo que Abrão e sua esposa estivessem muito além da idade de terem fi lhos, por causa de sua fé, Abrão creu em Deus, quando Ele lhe disse que ele teria uma descendência mais numerosa do que as estrelas.

Núcleo da Lição

“E Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para jus-tiça”. (Gn 15:6)

Estudo da Semana: Gênesis 15:1-18

Verso Áureo

14 de julho de 20120202

1. De que maneira Deus se comunicou com Abrão? Deus disse a Abrão que Ele era o seu escudo que o seu galar-dão seria grande. O que Ele quis dizer com isso? (v. 1)

R:.............................................................................................................................................................................................................................2. Qual era a expectativa de Abrão quanto a ter um herdei-

ro? Qual foi a resposta de Deus? (vv. 2-4)R:.............................................................................................................................................................................................................................3. Qual foi a promessa de Deus a Abraão quanto aos seus

descendentes? (v. 5)

A Promessa de Deus A Promessa de Deus para Abraãopara Abraão

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R:.............................................................................................................

................................................................................................................

4. O que signifi ca dizer que a fé de Abrão lhe foi “imputada

por justiça”? (v. 6)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

5. Por quanto tempo os descendentes de Abrão seriam es-

cravizados e oprimidos em uma terra estrangeira? Quan-

do isto se cumpriu? (vs. 12,13)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

6. Que outra promessa Deus fez a Abraão e também quan-

to ao livramento do Seu povo da escravidão? (vv. 14,15)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

7. Por que Deus permitiu que Seu povo sofresse por tanto

tempo no cativeiro? (v. 16)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

8. Historicamente, como é que Deus cumpriu Sua promessa

a Abrão? (vv. 17,18)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

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Wesley Batista de Albuquerque

Depois da primeira palavra da promessa dirigida a Abrão, este atravessou a terra que viria a possuir. Talvez você ache a informação de Gênesis 12:6 algo sem tanto signifi cado. Mas há algo signifi cativo ali: a terra seria dele. Porém, aquele ainda não era o momento de conquistá-la, até porque os ca-naneus ainda habitavam a terra. Enquanto isso, Abrão estava tendo a oportunidade de peregrinar e conhecer a terra que um dia seria de sua descendência.

Alguns contratempos surgiram nesse período (Gn 12:10-20; 13:1-18; 14:1-17). De relance, nós até somos levados a prender a respiração, quando lemos estas passagens. Todas elas carregam em si uma espécie de ameaça que pode pôr em risco as promessas de Deus feitas a Abrão. Mas, como foi afi rmado na lição anterior, o Senhor Deus é quem garante o cumprimento de Suas promessas.

A Terceira Promessa

Dizemos “terceira promessa” porque em Gênesis 13:14-18 temos a segunda. Nesta terceira repetição da palavra da promessa temos a mesma ideia de Gênesis 12:1-3. A diferença é que o momento em que o Senhor Deus a repete é outro, e as palavras que o Senhor usa variam um pouco. Mas nada que venha a alterar radicalmente o que Ele já havia prometido an-tes. Outra coisa importante que vamos destacar neste estudo é a dinâmica do diálogo do Senhor com Abrão. Aqui há uma interação maior de Abrão do que em Gênesis 12:1-3 e 13:14-18. E é justamente isso que vai enriquecer nossa lição de hoje!

Entendendo

V i v e n d o&

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“Não temas” – Uma Palavra de Segurança

Aqui parece haver uma ligação lógica com a narrativa anterior. Depois de enfrentar aqueles reis e resgatar seu so-brinho Ló, com apenas 318 homens, essas palavras de Deus viriam mesmo a calhar. O Senhor diz que seria o escudo de Abrão. Tal linguagem é uma alusão ao ambiente militar. É como se Deus estivesse se dirigindo a Abrão não somente como o patriarca de sua família, mas como o líder-guerreiro de seu povo. Porém, como Abrão ainda não tinha uma des-cendência tão numerosa, a ponto de formar um grande exér-cito, o Senhor se antecipa a dar uma palavra de segurança ao velho patriarca, que já havia passado por um momento de empunhar armas.

Junto à promessa de ser escudo, ou seja, uma prote-ção, o Senhor afi rmou que o galardão dele seria grande. Esta palavra também tem certa relação com a narrativa da batalha dos quatro reis contra cinco (Gn 14). Pois, quando o rei de So-doma (Bera) veio ao encontro de Abrão, fez-lhe uma proposta de lhe dar os despojos da batalha (Gn 14:21). Porém, Abrão recusou, embasado em duas boas razões: a) Deus era o pos-suidor dos céus e terra (v. 22), portanto, se Abrão tivesse de receber algo de alguém, seria do próprio Deus; b) A segunda razão era que Abrão temia que corresse o boato de que o rei de Sodoma teria lhe enriquecido. O velho patriarca foi muito “vivo”. Em contrapartida, Deus sabendo que Abrão tinha ne-gado tais despojos, reitera Sua palavra da promessa e garante um galardão muito grande.

Mas, Como Não Temer?

Abrão entendeu muito bem as palavras do Senhor quando lhe garantiu um grande galardão. Neste galardão es-tavam envolvidos não só a terra da promessa, como o descen-dente da promessa. É justamente aqui que Abrão entra com sua indagação. Se de fato ele seria pai de uma grande nação,

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então estava faltando um elemento desencadeador de tal promessa – um fi lho! Disse Abrão:

“SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem fi lhos e o herdeiro da minha casa é o damasce-no Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não me conce-deste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro”. (Gn 15:2-3)

Em outras palavras, era como se Abrão estivesse di-zendo: “Como não temer?”. Do ponto de vista humano, Abrão estava correto em suas alegações, pois sua mulher era estéril (cf. Gn 11:30;16:1). Imagine você como não deve ter sido difí-cil para ele tentar resolver essa questão! Por isso, no enten-dimento de Abrão, a única maneira viável de a promessa se cumprir seria adotando Eliézer como seu fi lho, fazendo dele seu herdeiro.

“Não será esse o teu herdeiro” – Reforçando a Promessa

O Senhor vem, pois, com uma palavra que jogou por terra todo o planejamento e expectativa de Abrão. Em nenhum momento devemos ver Abrão como não tendo fé. Entenda que o plano de Abrão visava evitar com que a pro-messa não caísse por terra. Mas o Senhor estava no controle! Abrão ainda veria a maravilha operada por Deus. Ele teria de crer contra a esperança (como afi rmou Paulo na carta aos Ro-manos 4:18). E foi justamente o que o Senhor propôs.

As palavras da promessa anteriores (Gn 12 e 13), em re-lação ao descendente, não foram tão diretas e tão específi cas como as que são dirigidas a Abrão no capítulo 15. A constru-ção da frase no hebraico não deixa dúvidas ao indicar a fonte exata de onde surgiria este descendente; isto é, “mas aquele que será gerado de ti” (v. 4, grifo nosso). Isso anulava o projeto de Abrão de querer adotar Eliézer e fazer dele seu herdeiro.

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Para não deixar sombras de dúvidas, o Senhor pediu a Abrão para contar as estrelas do céu (v. 5). Ao fazer tal pedido a Abrão, o Senhor estava não somente alimentando sua con-fi ança como demonstrando a abrangência de Sua promessa. Isto é, a promessa de Deus era tão poderosa que não fi caria restrita apenas a Abrão, mas a um número tão grande de pes-soas que chegaria simbolicamente a concorrer com o número das estrelas do céu!5 Depois disso, Abrão não disse mais nada naquela noite. O comentário feito pelo escritor foi: “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (v. 6).

Depois de tantas indagações e de tão grandiosas res-postas (promessas) vindas de Deus, que outra reação poderia se esperar de Abrão? Temos aqui, pois, uma espécie de com-portamento padrão esperado de todos os descendentes de Abrão (cf. Rm 4). Isso revela que é mediante a fé que os povos seriam abençoados como o crente Abrão!

Mas, Como Hei de Possuí-la?

O que nós temos do verso 7 em diante é um tópico de um outro momento. Nós podemos entender isso ao perce-bermos que quando o Senhor mostra as estrelas a Abrão era noite (obviamente). Do verso 7 em diante temos uma porção da narrativa com uma referência temporal diferente dos ver-sos anteriores. No verso 12 somos informados que ao pôr-do--sol os animais para os sacrifícios estavam prontos. Portanto, um momento temporal diferente. Isso aponta que o escritor avançou para mais uma seção da narrativa.

O que isso tem a ver? Tem a ver o fato de que o narra-dor estava trabalhando com base em temas. O diálogo entre Deus e Abrão do verso 1 ao 5 estava focado no descendente. Mas, dos versos 7 ao 18, o diálogo está focado na terra pro-metida. Isso é para você entender que Abrão não duvidou do que Deus havia dito nos versos 1 a 5. Aquela questão fi cou resolvida.

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Então o escritor nos move para outro ensejo. Momento inédito e signifi cativo do relacionamento de Deus com Abrão. A pergunta levantada por Abrão nesta seção é: “Senhor Deus, como saberei que hei de possuí-la?” (v. 8). A resposta de Deus veio por meio de um rito envolto em mistérios, mas altamen-te importante para as narrativas seguintes (v. 9-11).

A Aliança de Deus com Abrão

O rito que temos aqui tem por objetivo fi rmar um acordo entre Deus e Abrão. O escritor nos diz que “Abrão sen-tiu um sono muito forte, e ele se viu no meio de pavorosa escuridão!” (v. 12, BV). A linguagem utilizada refl ete que o que Abrão está prestes a aprender pode não ser algo agradável. Tal cenário misterioso faz justiça ao momento. Pois o Senhor não faz apenas um rito. O Senhor lança uma profecia.

Nos profetas não será difícil encontrarmos cenários ou momentos envoltos em mistérios (incluindo sonhos ou visões) na anunciação de uma palavra profética (cf. Ezequiel, Isaías, Joel etc.). Isso, de certa forma, lança uma luz sobre por qual motivo Deus montou todo este cenário ao fi rmar um pacto com Abrão. A aliança aqui serve como uma ofi cializa-ção de todas as palavras da promessa dirigidas a Abrão ante-riormente.

A profecia revela a Abrão que sua descendência seria afl igida com a escravidão por 400 anos (v. 13). Somente na quarta geração é que a descendência de Abrão voltaria para a terra prometida (v. 16). E seus afl igidores receberiam a justa punição (v.14). Os limites da possessão de Abrão foram des-critos para mostrar quão extensa e concreta seria a promessa (v. 18).

Esta é uma importante lição para Abrão aprender: ele deve demonstrar paciência. Abrão deve viver segundo o ca-lendário divino, pois Deus tem planos a longo prazo. Abrão estava aprendendo o que Paulo afi rmaria séculos mais tarde:

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“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Isso não signifi ca que todas as nossas experiências serão agradáveis. Signifi ca, porém, que Deus é soberano e que fi nalmente Ele irá cumprir todas as Suas promessas feitas a nós.

Conclusão

A Igreja do Senhor Jesus é composta pelos descen-dentes de Abrão! É isso o que nos insere nas mesmas promes-sas feitas a ele. Por isso, alegremo-nos! Isso só é possível me-diante a fé. Essa fé funciona como um braço, que nos ajuda a alcançar a herança prometida (2Pe 1:4). Abrão morreu com a idade de 175 anos, e não obteve o cumprimento total da pro-messa (Gn 25:7). Mas isso é só uma estratégia divina para que ele não fosse aperfeiçoado sem nós (Hb 12:40)!

Notas

5 Já em Gênesis 13:16 a numerosidade da descendência de Abraão foi compa-rada com o pó da terra.

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Domingo – Filipenses 4:15-20

As pessoas, em geral, se preocupam com o futuro; com o suprir de suas necessidades básicas. Pensando nisso, muitas investem parte do salário em contas bancárias, a fi m de manter seguro o seu dinheiro para o amanhã. Isso não está errado. É agir com coerência! No entanto, há um investimen-to incomensuravelmente melhor para se fazer: a aplicação de nosso dinheiro, bem como o melhor do nosso tempo, saúde e capacidade, no Reino de Deus. Dessa forma, temos a opor-tunidade de participar, nem que seja um pouquinho só, da implantação de um Reino que durará para sempre.

Que a nossa oração e busca sejam sempre para ofe-recermos o melhor de nós mesmos para o Senhor, e assim caminhemos seguros nesta vida (Mt 6:33).

Segunda-feira – Gálatas 4:21-28

Certo homem tinha um fi lho, e este, um amiguinho; ambos brincavam juntos. As horas da tarde se passavam, as brincadeiras eram bem ativas, e com as acirradas disputas os garotos sentiram fome. Foram até aquele homem e o fi lho lhe pediu uma fatia de pão. Prontamente, ele lhes preparou dois pedaços e entregou-lhes nas mãos. Os dois, voltando para o

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 03 * Leitura Bíblica: Primeira Carta de Paulo aos Coríntios* Verso Chave: “Pois o que primeiramente lhes trans-

miti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras. “ (1Cor 15:3)

* Propósito especial de oração: Pela salvação dos nos-sos vizinhos e amigos.

Marcos de Oliveira

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pátio, saboreavam com apetite o delicioso pão com mantei-ga e mel. Aquele homem, observando os meninos, colocou--se no lugar de Deus em uma breve consideração: “Os dois vieram a mim porque tinham fome. Mas só um deles é meu fi lho legítimo. Aquele que está sob minhas ordens, cuidado e proteção”.

Agradeçamos hoje pela dádiva divina de sermos cha-mados fi lhos de Deus; fi lhos da liberdade para a glória de nos-so Pai Eterno!

Terça-feira – Gênesis 22:15-19

Certo homem muito rico era colecionador de obras de arte. Em sua coleção havia várias obras raríssimas. Esse ho-mem tinha um único fi lho. Quando a guerra do Vietnã eclodiu, seu fi lho foi convocado para defender seu país. O jovem fi cou conhecido por sua bravura e morreu num ato de coragem, para salvar um colega ferido em batalha. O pai fi cou muito triste pela perda de seu fi lho tão amado. Num belo dia um soldado bate à porta com um embrulho na mão. Ele entrega ao senhor e diz: “Eu sou o soldado por quem seu fi lho deu a vida dele. Ele salvou muitas vidas naquele dia fatídico”. O pai abriu o pacote e encontrou um retrato de seu fi lho, pintado pelo jovem soldado. Ele fi cou pasmo ao ver como aquele sol-dado conseguira capturar com exatidão a personalidade do seu fi lho.

Após a morte daquele senhor, foi convocado um gran-de leilão na cidade. Muitos colecionadores vieram de longe, na esperança de arrematar alguma raridade. O leiloeiro prin-cipia com o retrato do fi lho. Ninguém deu lance. Até que o leiloeiro disse aos presentes que não poderia continuar até que aquele quadro fosse arrematado. Então, alguém bradou: “Posso dar R$ 20,00 pelo quadro”. Era o jardineiro. “Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três” – disse o leiloeiro. “Vendido. Leilão encerrado!”. Quando os demais questionaram, a res-

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posta foi: “A instrução testamentária foi que somente a pintu-ra do fi lho seria leiloada. Quem a comprasse fi caria com tudo, incluindo todas as propriedades, pois quem tem o fi lho tem tudo”.

Deus deu seu único Filho, há dois mil anos, para mor-rer numa cruz. Assim como o leiloeiro, sua mensagem de hoje é: “Quem levar o Filho fi ca com tudo”.

Quarta-feira – Tiago 2:14-24

As crianças da minha igreja apresentaram uma peça teatral em que um anjo fala com uma mulher e lhe diz que Je-sus irá visitá-la naquele dia. A “dona da casa”, toda empolgada, começa a arrumar tudo para recepcionar o Senhor. Enquanto isso, alguém bate à porta. Era uma mendiga com uma crian-ça precisando de comida. “Não posso te atender agora, pois estou esperando uma visita. Volte outro dia” – foi a resposta da mulher. Mais dois personagens representando algum ne-cessitado aparecem e recebem da dona a mesma resposta.

A mulher esperou e esperou... Jesus não veio como ela acreditava. Aparece-lhe, novamente o anjo e diz: “Jesus veio lhe visitar por três vezes e você não fez nada para agradá-lo” (Mt 25:45).

Quinta-feira – Josué 22:21-29

Os pais se preocupam em deixar para seus fi lhos um honroso legado. As famílias que levam a sério suas tradições encontram, em sua prole, o receptáculo ideal para seus sau-dosismos mais prezados. O costume das pessoas do mundo é esse. E quanto aos cristãos? E quanto a nós? Que legado espi-ritual estamos deixando aos nossos descendentes?

O livro de Juízes, no capítulo 2, dos versos 10 a 12, nos diz que a geração pós Josué não fi cou sabendo o que Deus fi zera por Seu povo no passado nem sequer conheceram ao Senhor. Sendo assim, abandonaram a Deus.

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Oremos hoje para que o nosso Deus seja também o Deus de nossos fi lhos e netos. Que Ele nos dê sabedoria para ensinarmos aos pequenos o caminho em que devem seguir (Pv 22:6).

Sexta-feira – Provérbios 21:1-5

Lembro-me do meu saudoso pai, Pr. Ourizo Pereira de Oliveira, e de suas valiosíssimas instruções para comigo. Por exemplo: “Sempre faça o que for certo e não terás moti-vos para se arrepender”. Ou: “Mantenha sempre tua palavra”. Ou, ainda: “Leve a sério o que for preciso ser levado a sério”. Muitas vezes, as pessoas fazem as coisas de acordo com suas próprias ideias, sem considerar o que Deus tem por correto. Quando perdem o controle da situação, correm de volta ao Pai, oferecendo-Lhe a “própria vida” em sacrifício, a fi m de re-ceber socorro. O Senhor não quer sacrifícios de seus fi lhos; Ele só pede obediência (v. 3).

Meditemos, hoje, naquilo que Deus pede de nós e fa-çamos sempre a Sua vontade.

Sábado – Gênesis 22:1-2, 6-14

Em meu íntimo, fi co a imaginar a sensação que o pa-triarca sentiu quando interrogado pelo fi lho a respeito do cordeiro para o holocausto (v. 7b). Os pais geralmente têm respostas para as questões corriqueiras de seus fi lhos. Aqui, porém, a situação é completamente incomum. Que dilema desditoso! Isaque seria o cordeiro. Mas a resposta de Abraão não poderia ter sido melhor, por estar inteiramente compro-metido com o Criador.

Oremos, hoje, para que nosso comprometimento com Deus nos permita dar a mesma resposta aos questionamen-tos mais incertos de nossa jornada neste mundo: “Deus pro-verá!”.

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Questões para Estudo do Texto

Às vezes a fé das pessoas pode ser testada por outros com demandas a fazer coisas que normalmente não pode-riam imaginar fazendo. A fé exige que façamos qualquer coi-sa solicitada? Abraão foi inquestionável em sua fé e devoção a Deus, que acabou rescindido em seu pedido para sacrifi car Isaque.

Núcleo da Lição

“Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o fi lho, o teu único fi lho”. (Gn 22:12)

Estudo da Semana: Gênesis 22:1-14

Verso Áureo

21 de julho de 20120303

1. Qual o signifi cado da frase de abertura de nosso capítulo de estudo “Deus pôs Abraão à prova”? (v. 1) Estava Deus testando a “fé” ou “amor”, ou ambos, de Abraão?

R:.............................................................................................................................................................................................................................2. Por que Deus requereu que Abraão sacrifi casse seu fi lho?

(v. 2)

R:.............................................................................................................................................................................................................................3. O que levou consigo Abraão quando subiu ao local onde

o sacrifício deveria ocorrer? (v. 6)

O Deus de toda a O Deus de toda a provisãoprovisão

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R:.............................................................................................................................................................................................................................4. Qual foi a pergunta crítica feita por Isaque? (v. 7)

R:.............................................................................................................................................................................................................................5. Que resposta Abraão deu? O que isso nos ensina sobre a

fé do patriarca? (v. 8)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. O que aconteceu após Abraão e Isaque chegarem ao lo-

cal do sacrifício? (vv. 9-10)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. O que você acha que passou na mente de Isaque quando

ele foi amarrado e colocado sobre o altar do sacrifício?

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. Quem interrompeu Abraão quando ele estava para sa-

crifi car seu fi lho? Como é explicada essa prova feita ao velho patriarca? (vv. 11-12)

R:.............................................................................................................................................................................................................................9. Uma vez tendo Abraão sido impedido de sacrifi car seu

fi lho, o que Deus proveu para o sacrifício? (v. 13). Como essa passagem é um paralelo com o sacrifício vicário de Cristo?

R:.............................................................................................................................................................................................................................10. 10. Que nome deu Abraão aquele lugar? O que isso nos

comunica hoje? (v. 14?

R:.............................................................................................................................................................................................................................

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Wesley Batista de Albuquerque

Em nossas duas lições anteriores, vimos que o patriar-ca escolhido por Deus foi chamado pelo seu nome de nasci-mento, Abrão. Nesta lição, ele é referido como Abraão. Deus havia feito uma aliança com ele, e esta aliança envolvia uma mudança em seu nome (Gn 17). Assim, Abrão, que signifi ca “pai exaltado”, tornou-se Abraão, que signifi ca “pai de uma multidão”.

Da mesma forma, o nome de sua esposa, Sarai, foi mu-dado para Sara. Tanto Sara quanto Sarai signifi cam “princesa”. Assim, a mudança foi apenas uma questão de pronúncia. No entanto, a variação foi ainda signifi cativa. Isso signifi cava tan-to para Abraão quanto para Sara que Deus estava começan-do uma nova fase em suas vidas. Eles eram bastante idosos quando Deus presenteou-os com o fi lho da promessa, cujo nome era Isaque.

A jornada de fé de Abraão começou bem. Ele (ainda como Abrão) obedeceu ao chamado de Deus, para viajar rumo ao desconhecido. Embora ele e sua esposa estivessem bem avançados em anos, Abraão acreditava que Deus, de alguma forma, torná-los-ia uma grande nação, por meio da qual todas as demais nações seriam abençoadas.

Todavia, a jornada de Abraão não foi nada fácil, e sua fé mostrou falhas em vários pontos. Por duas vezes Abraão tentou salvar a própria pele, ao dizer que Sara era sua irmã: uma vez para o Faraó do Egito (Gn 12), e outra vez a Abime-leque, rei de Gerar (Gn 20). Abraão tentou projetar o cumpri-mento da promessa de Deus, de lhe dar um fi lho, por meio sua serva Hagar (Gn 16). Alguns pensam, ainda, que a decisão

Entendendo

V i v e n d o&

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de Abraão em trazer Ló, fi lho de seu falecido irmão, foi uma tentativa de garantir uma prole no sentido legal.

Todos estes erros custaram um alto preço a Abraão. Porém, mesmo assim, Deus não o abandonou. Em vez disso, Ele gentilmente ensinou a Abraão as lições que ele precisava aprender ao longo do caminho. Uma vez que Deus manteve a Sua promessa de dar a Abraão um fi lho por meio de sua idosa esposa, Sara (Gn 21:1-7), será que ele confi aria em Deus em mais uma prova de fé?

O Pedido

“Toma teu fi lho, teu único fi lho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei” (Gn 22:2). Esta é a segunda vez que Abraão passa pela experiência de atender a um pe-dido desconcertante de Deus. Se fi zermos uma comparação, este último pedido é muito mais difícil de ser atendido do que o primeiro (Gn 12:1-2). Concorda?

Quando o Senhor pediu para Abrão sair de terra e da parentela dele, o pedido propunha romper com o passado do velho patriarca. Agora, quando o Senhor pede para Abraão sacrifi car seu fi lho, estava pondo na beira do precipício o pró-prio futuro dele! Mas, por que Deus estava fazendo isso? Até mesmo porque Isaque era resultado de uma promessa do próprio Deus. Seu nascimento não só comprovou a fi delida-de divina, mas também colocou um riso diferente na boca de Sara (Gn 21:1-7).6

A vida estava do jeito que Abraão queria. O nasci-mento de Isaque superou todas as expectativas. Deus, afi nal, havia cumprido Sua promessa. Abraão agora tinha dois des-cendentes. Contudo, apenas um estava debaixo da promessa. Mesmo assim, foi uma dura decisão para Abraão ter de des-pedir-se de Ismael. Mas o Senhor apresentou razões sólidas para que Abraão atendesse a exigência de Sara (Gn 21:12-13). Apesar de tudo, o Senhor continuou abençoando Abraão e

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sua família. Tanto que o próprio rei Abimeleque teve de re-conhecer: “Deus é contigo em tudo o que fazes” (Gn 21:22). Temendo por sua própria subsistência, Abimeleque solicitou que Abraão fi zesse um juramento para que nada acontecesse de mal com ele e com seu povo (fi listeus). Tudo isso fazia parte do desenvolvimento da palavra da promessa. Deus asseverou que abençoaria Abraão grandemente. E, de fato, é o que ve-mos aqui.7

Quando acabamos de ler o capítulo 21, somos quase impelidos a pôr um “ponto fi nal” na saga de Abraão. Depois de tantos desafi os e abnegações, estaria de bom tamanho terminar a sua história por aqui. Porém, não é o que acontece! O grande desafi o ainda estava por vir. Voltando à nossa per-gunta inicial: por que Deus estava fazendo isso? A resposta é encontrada em Gênesis 22:1: “Deus pôs Abraão à prova…” (NVI). Só que Abraão não sabia que isso era uma prova. E, de longe, essa seria a prova mais dura da vida de Abraão. Tanto era verdade que o Senhor fez questão de mencionar o sen-timento que Abraão sentia por Isaque: “Toma teu fi lho, teu único fi lho, Isaque, a quem amas” (v. 2).

A Pronta Obediência

A pronta obediência de Abraão assusta tanto quanto o pedido feito pelo Senhor! Tal prontidão pode ser percebida quando lemos que Abraão “levantou bem cedo” (v. 3). Talvez nós esperássemos um pai paralisado, transtornado. Porém, tanta prontidão assim é algo realmente notável. Abraão já co-nhecia Deus o sufi ciente para não querer desobedecê-lo.

Há, também, uma razão textual para tamanha pres-teza. No verso 2, o verbo “tomar” está ligado à partícula he-braica אָנ, que tem a função de enfatizar e acrescentar certa urgência a uma ordem. É como o nosso pedido a alguém, acrescido de “por favor!” ou “vamos!”8. Resumindo, Abraão obedeceu prontamente porque foi justamente o que o Se-nhor requisitou dele.

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A pronta obediência de Abraão também pode ser vista nas ações destacadas pelo narrador, isto é: preparar o jumen-to, tomar dois servos juntamente com Isaque e cortar a lenha. A sequência de tais verbos, numa narrativa, passa-nos a ideia de movimento e ações que objetivam não perder tempo.

A Grande Pergunta

A narrativa prossegue e coloca-nos na última etapa da longa jornada de três dias. Ficamos só a imaginar a torrente de pensamentos que deve ter passado na cabeça daquele pai! Ficamos a imaginar o quanto aquela petição do Senhor fi cou remoendo em seu coração durante aqueles três longos dias. Contudo, nada se compara ao momento em que Abraão avistou de longe o lugar que Deus indicara (v. 4).

Abraão pede para seus servos fi carem num determi-nado lugar e então sobe apenas com Isaque. Não podemos dizer ao certo se as palavras “... Esperai aqui, [...], havendo ado-rado, voltaremos para junto de vós” (v. 5), ditas por Abraão, seriam a evidência de uma confi ança inabalável de que Deus pouparia Isaque, no fi nal das contas, ou se era apenas uma maneira de evitar que algo desse errado, como uma intro-missão dos servos ou uma possível fuga de Isaque. O texto não nos oferece uma resposta, mas não seria de todo errado deduzirmos que, apesar da confi ança que Abraão tinha em Deus, ele estava evitando mesmo revelar o que Deus havia lhe pedido. Quanto menos pessoas fi cassem sabendo, menos possibilidade de intromissão. Abraão não só aceitou, mas sa-bia exatamente o que tinha de fazer. E estava fazendo.

O texto segue e nos diz que os dois seguiam juntos. De repente uma pergunta inquietante rompe o silêncio: “Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu fi lho! Perguntou--lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (v. 7). A resposta de Abraão chega a ga-nhar contornos proféticos, ao predizer o que Deus faria na-

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quele lugar: “Deus proverá para si, meu fi lho, o cordeiro para o holocausto” (v. 8).

Abraão declara algo sobre o caráter de Deus. Sua fé já havia caminhado a tal ponto que poderia repousar na confi ança de que o Senhor faria algo. Aliás, já havia operado muitas vezes na vida dele até este momento. Então sua fé em nenhum momento é uma fé cega. Vale lembrar que, apesar de Abraão ter dito isso, nada podemos afi rmar sobre os seus sentimentos, pois o texto em si nada declara. Digo isso por-que temos a tendência de “romantizar” narrativas desse tipo. Não podemos esquecer de que Abraão estava levando seu próprio fi lho para a morte! E isso não é algo que se faz sor-rindo ou cantando. Abraão poderia estar se sentindo como quem carregava o maior peso do mundo em suas costas. Esta cena ou etapa de nossa história é fi nalizada pelo mesmo mar-cador que a introduziu – “e seguiam ambos juntos” (vv. 6 e 8).

O Teste Final

Agora temos diante de nós a cena mais dramática de toda a história. A obediência de Abraão segue fi rme como uma rocha. Primeiro, ele prepara um altar. Depois, arruma a lenha sobre o altar. No passo seguinte, amarra seu fi lho. Aqui podemos fi car especulando se Isaque foi amarrado e depois colocado sobre a lenha sem nenhuma resistência. Na narra-tiva não encontramos nada sobre as possíveis reações emo-cionais de Isaque. A “lente da câmera” do nosso narrador está em cima da pessoa de Abraão. E, para ser mais específi co, ainda está focada na mão de Abraão, a qual alcança o cutelo para sacrifi car seu fi lho. Seria esse o fi m da promessa? Será que depois de tanto tempo esperando um descendente, o próprio Deus iria tirá-lo de Abraão? O drama fi nalmente é re-solvido quando o Anjo do Senhor chama Abraão dos céus e diz: “Abraão! Abraão! […] Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o fi lho, o teu único fi lho” (Gn 22:11-12).

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Notas

6 O primeiro riso de Sara foi o riso da descrença (Gn 18:12). No capítulo 21, tornou-se o “riso da alegria”. Isto é um jogo de palavras com a raiz do pró-prio nome de Isaque, que signifi ca riso.

7 A frase “Depois destas coisas...”, em Gênesis 22:1, refere-se a todo este con-texto.

8 KALLEY, Page H. Hebraico bíblico: uma gramática introdutória. 7. ed. São Leopoldo: Sinodal, 1998, p. 165.

A palavra “temente” é extremamente importante nes-sa narrativa. A relação entre Senhor e Abraão é ratifi cada pelo temor. O livro de Provérbios está repleto da verdade de que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria! Tomando certa liberdade para correlacionar os textos, não seria errado ver-mos Abraão como o protótipo do sábio.

Abraão foi aprovado em um duro teste. Mas não o fez por si mesmo. A glória de toda esta história é do Senhor, que atribuiu a este ato do patriarca uma justiça que se deriva so-mente da fé! O autor dos Hebreus tem toda razão quando diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6).

Conclusão

A providência divina neste texto deve nos confortar hoje, assim como confortou a Abraão em seu contexto e o povo de Israel em seu contexto. Apesar de o povo de Israel não ter estado junto com Abraão em Moriá, poderia confi ar mais e mais em um Deus que sempre iria manter a eleição de uma descendência e a garantia de uma herança.

Deus está no controle. Por isso, louve-O sem reservas. Você pode até estar triste com o que Ele lhe pede às vezes. Pode até não entender. Porém, com tantos fi nais de histórias bíblicas estimulantes como esta, pode acreditar que o Deus de toda a providência é contigo também. O que Ele começa Ele mesmo termina. Avante, Igreja! Ainda há promessas a se-rem cumpridas.

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Domingo – Gênesis 27:1-38

Você já deve ter ouvido dizer que toda ação causa uma reação. As consequências de nossos atos sempre nos acompa-nham. Esaú descobriu isso pouco tempo depois de trocar seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas (Gn 25:29-34). Numa ação arquitetada por Rebeca e Jacó, ele vende a bênção de Isaque para seu irmão e fi ca profundamente ma-goado pelo golpe que recebeu. O autor da carta aos Hebreus, ao recordar esse evento, declara que quando Esaú percebeu a bobagem que havia feito, era tarde demais. (Hb 12:17).

Medite nesta história e esmere-se por ser racional diante de cada atalho que a vida lhe oferecer. Algumas deci-sões que tomamos refl etirão por toda nossa vida. Não troque o lindo projeto que Deus tem reservado para você por pra-zeres passageiros. Talvez não exista outra oportunidade para você!

Segunda-feira – Gênesis 28:1-13

Após roubar a bênção de seu irmão, Jacó inicia uma nova jornada de vida. Apesar de todas as suas imperfeições,

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 04 * Leitura Bíblica: Segunda Carta de Paulo aos Coríntios* Verso Chave: “Mas graças a Deus, que sempre nos

conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso inter-médio exala em todo lugar a fragrância do seu conhe-cimento; porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão pere-cendo.” (2Cor 2:14-15)

* Propósito especial de oração: Pelo campos missio-nários: Angola, Chile, Peru e Moçambique.

Jonas Sommer

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Deus o havia escolhido e queria torná-lo um grande homem; para isso, Ele faria uso dessa peregrinação de Jacó a Padã-Arã, para moldar seu caráter e lhe dar uma fé verdadeira.

Você já parou para pensar que Deus está neste instan-te acompanhando cada passo que você dá? Que Ele sabe de cada decisão sua? Que Ele se importa com você? Que, para o Senhor, a jornada completa é tão importante quanto esse momento difícil que você talvez esteja vivenciando? Ele faz uso de todas as circunstâncias para nos moldar e aperfeiçoar. Não importa o quão imaturo você se sinta, Deus lhe escolheu e lhe chama para segui-Lo e aceitar Seu bom propósito para sua vida!

Terça-feira – Gênesis 28:14-22

Fugitivo e temeroso... É no meio do maior desconforto de sua vida que Jacó descobre o Senhor: “Esta é a porta dos céus” (Gn 28:17). As provações podem ser um meio para des-cobrirmos a presença constante do Senhor em nossa vida. É durante as provas, quando nossos “amigos” nos abandonam e nossos “inimigos” aumentam sua perseguição, que olha-mos para cima e descobrimos o Senhor, abrindo-nos a porta do céu e fortalecendo-nos em nossa jornada.

Quantas vezes agimos como Jacó: traímos nosso irmão e desonramos aqueles que devíamos respeitar e amar. No meio da adversidade que nós mesmos causamos, devemos, também, agir como Jacó. Necessitamos olhar para a prova-ção, buscando encontrar nela a presença e a providência do Senhor. Nos desertos de nossa vida, no meio das provações, causadas ou não por nós, vale à pena confi ar que a solução está no Senhor. A provação pode ser a porta do céu.

Quarta-feira – Gênesis 29:1-25

Jacó experimentou o famoso ditado: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Depois de haver enganado seu irmão e seu pai, Jacó experimentou na pele a dor que cau-

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sou a eles. Ele trabalhou sete anos para poder se casar com a sua amada Raquel. Porém, recebeu de seu sogro, como espo-sa, Lia, sua fi lha primogênita. É como se Labão estivesse lhe mandando a seguinte mensagem: “Já que você gosta tanto assim de primogenitura, tome a minha primogênita!”. Então, ele teve que trabalhar outros sete anos para receber Raquel como esposa. Ele colheu, e podemos dizer com fartura, o que semeou!

Deus sabe como ensinar o ser humano a ser respon-sável pelos seus atos. E uma das maneiras que Ele encontrou para fazer isso é o que chamamos de “lei da semeadura”. Nos-sos atos são sementes que lançamos no solo fértil de nossa jornada. E tudo o que plantarmos com nossas ações iremos colher um dia. Deus lhe dá a oportunidade de semear. Uma vez lançada a semente, prepare-se para a colheita. Portanto, veja bem o que você tem semeado!

Quinta-feira – Gênesis 30:1-22

Acompanhar a história de Raquel e Jacó é uma oportu-nidade de observar as diversas maneiras que Deus tem para revelar Sua graça aos seres humanos. Impedida de ter fi lhos com o homem que amava, Raquel observa sua irmã e as ser-vas de sua casa gerando fi lhos de Jacó, enquanto ela amarga um triste período de provação espiritual. Deus pode parecer inerte, mas Ele está agindo! Pode parecer calado, mas sempre está trabalhando. Naquele turbilhão de acontecimentos, a Bí-blia revela uma singela ação de Deus e nos mostra que Ele se lembrou de Raquel, fazendo-a fecunda.

Certa vez, ouvi o Pastor Paschoal Piragine dizer: “Não importa quem ora; o importante é quem ouve!” Não importa o que você precisa receber, coloque nas mãos do Pai. Ore, pois a oração aquece o coração de Deus e move as Suas mãos. No tempo oportuno, Ele também se lembrará de você.

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Sexta-feira – Gênesis 31:1-12

Deus conduziu Jacó a retornar a Canaã. Após o patriar-ca passar vários anos sendo moldado pelo Senhor, ele enten-de que é o tempo de retornar à terra que havia sido prometida aos seus antepassados e à sua própria descendência. Apesar de todo sofrimento, enganos e perseguições, ele podia dizer: “O Deus de meu pai tem estado comigo” (v. 5).

Nossa jornada de vida é assim. Deus nos leva a cami-nhos que não conhecemos para ali nos moldar e aperfeiçoar. E, quando concluímos aquela etapa de aprendizado, Ele nos conduz de volta ao mesmo ponto em que deixamos alguns problemas mal resolvidos. Às vezes, os problemas que nos cercam são tantos que, em verdade, nada mais pode trazer ânimo ao nosso coração. Por isso, relembrar as bênçãos re-cebidas das mãos de Deus é muito refrescante quando você estiver em difi culdades.

Sábado – Gênesis 32:12-21

Diferentemente de nós, que somos esquecidos, nosso Senhor se lembra de cada voto que Lhe fi zemos! Ao contrário de nós, o Deus de Betel nunca se esquece de nós! O profeta Isaías declara “Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio fi lho? Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês” (Is 49:15, BV).

Em nossa passagem de hoje, Deus se manifesta a Jacó como o El-Berit, isto é, o Deus de Alianças, aquele que faz pac-tos com os homens. A Bíblia fala de diversas alianças que o Senhor fi rmou com a humanidade (com Adão, Noé, Abraão e muitos outros). E, em nosso tempo, Ele fi rmou aliança com a humanidade por intermédio do sangue de Cristo derramado na cruz. O El-Berit tem compromisso com aqueles que fi rma-ram pacto com Ele! Esta aliança está disponível a todo aquele que confessar a Jesus como Senhor e Salvador! Ele não lhe deixará e não lhe abandonará (Hb 13:5)!

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Questões para Estudo do Texto

A nossa identidade revela quem somos, o que faze-mos e o que queremos. É possível alguém sofrer uma radical transformação em sua forma de ser? Em nosso estudo de hoje veremos que Jacó não só teve toda sua vida transformada, como também recebeu de Deus uma nova identidade.

Núcleo da Lição

“Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas

Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os ho-

mens e prevaleceste.” (Gn 32:28, ARC)

Estudo da Semana: Gênesis 32:22

Verso Áureo

28 de julho de 20120404

1. Jacó precisava resolver a sua situação com Esaú. Que es-

tratégia ele adotou de início, esperando ser bem recebi-

do por seu irmão? (vv. 3-5)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................2. Que resposta seus mensageiros lhe trouxeram? Qual foi

a reação de Jacó e que nova estratégia adotou? (vv. 6-7)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

Recebendo uma Recebendo uma Nova IdentidadeNova Identidade

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3. Que nova postura adotou Jacó, diante do iminente peri-go? Que lembranças ele trouxe à sua memória, durante a sua oração? (vv. 9-12)

R:.............................................................................................................................................................................................................................4. Mesmo após a sua oração, quais foram os conselhos de

Jacó aos seus servos? Que contraste isso ainda nos revela quanto à sua natureza? (vv. 13-21)

R:.............................................................................................................................................................................................................................5. O que aconteceu a Jacó naquela mesma noite? Figurada-

mente, o que o vau de Jaboque representa para cada um de nós? (vv. 22-25)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Jacó foi abençoado por seu pai e era agora um homem

rico. Entretanto, o que pediu Jacó ao Anjo do Senhor? O que isso demonstra sobre ele? (v. 26)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. Como resultado desse encontro, o que aconteceu à Jacó?

Que novo nome ele recebeu? Isso o afetou de que ma-neira? (vv. 27-29)

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. Que nome Jacó deu àquele lugar? De que maneira sua

vida foi salva? Que lembrança física daquele encontro ele carregou pelo resto de sua vida? (vv. 30-31)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Wesley Batista de Albuquerque

Na linha sequencial da narrativa dos patriarcas, Jacó foi o terceiro. Sendo neto de Abraão, passaria a ser receptáculo das mesmas promessas feitas ao avô. Mas, antes de receber diretamente as promessas, somos informados pelo narrador dos detalhes marcantes da vida de Jacó.

Desde o nascimento, Jacó agiu traiçoeiramente, ao se-gurar o calcanhar de seu irmão (Gn 25:26). Eis, pois, o sig-nifi cado do seu nome: “Suplantador”. Deus inverte a ordem natural das coisas. O mais velho um dia serviria ao mais novo. Claro que isso não autorizaria Jacó a ceder ao engenhoso plano de sua mãe para usurpar a bênção de Esaú. Mas, como o nome de Jacó revelava algo a respeito de seu próprio ca-ráter, não é de se estranhar porque ele concordou com sua mãe.

A conduta instável e nada ética de Jacó, pelo menos nos primeiros anos de sua vida, não deveria nos remeter a “baixa qualidade” dos homens que Deus chama. Antes, deve pre-parar o terreno de nossa análise, para nos mostrar que Deus trabalha na vida dos homens e mulheres que chama, apesar de seus defeitos e falhas. Só que isso não é tudo. Deus chama tais pessoas não para que elas continuem do mesmo jeito que foram chamadas, mas, sim, para que sejam transforma-das.

Nossa narrativa de hoje irá nos mostrar um momento especial da vida de Jacó. Depois de ter aprendido boas lições na “escola da vida”, ele retorna para sua terra. Retorna para a terra da promessa, mas não poderia atingir este alvo sem antes resolver suas pendências com Esaú. O enganador não quer mais enganar. O enganador não quer mais fugir. Muito

Entendendo

V i v e n d o&

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pelo contrário, ele quer encarar seus problemas de frente. Você pode estar pensando: “Puxa! Quanta mudança! Como ele conseguiu fazer isso?”. Eis a questão! Não foi ele quem fez isso, mas Deus, ao transformar decisivamente sua vida!

O Retorno para Casa

Nosso texto em estudo está dentro de uma porção maior. Ou seja, nosso texto está dentro da grande narrativa do retorno de Jacó à terra prometida. Jacó fi nalmente resol-ve sair de Padã-Arã, de perto de seu sogro, que inclusive lhe rendeu muitas “dores de cabeça” (Gn 31:1-21). Ele precisava concretizar aquilo que havia sonhado em Betel, quando fu-gia de seu irmão, Esaú. Agora era chegado o momento deci-sivo – o encontro com Esaú. A própria oração de Jacó revela o quanto ele estava preocupado com a reação de seu irmão (Gn 32:9-12). O que poderia ajudar Jacó a vencer este medo? Eis a questão a ser respondida em nosso estudo de hoje.

Um plano

Apesar de algumas especulações sobre o porquê Jacó havia tomado a decisão de passar todos os seus bens e fami-liares por um rio à noite, não estaremos de todo errados se atribuirmos isso ao medo de Jacó (cf. v. 7). Suas ações esta-vam de acordo com os sentimentos revelados por ele em sua oração. Creio que o próprio contexto nos ajuda a ver a situa-ção por este ângulo. Algo interessante que deve ser notado também é que o plano de Jacó ainda revela muito de sua astúcia – “Se vier Esaú a um bando e o ferir, o outro bando escapará” (v. 8). A astúcia, neste caso, é positiva, pois esta-va pensando apenas em proteger sua família sem defraudar ninguém.

Uma luta memorável e uma identidade inesquecível

Depois de fazer passar seus pertences e sua família, Jacó encontra-se sozinho no rio Jaboque, um afl uente do rio Jordão (vv. 22-24). É nesse momento que a narrativa é inter-rompida por uma inserção brusca. De repente, Jacó está lu-

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tando com um homem. A luta se arrasta até o amanhecer (v. 24). Na sequência fi camos sabendo que este “homem” com quem Jacó luta não é um homem normal.9 O indício disto é apontado pelo ato do homem ter tocado na articulação da coxa de Jacó (v. 25).

Ao ser tocado na coxa, Jacó perdeu todo o apoio e força para uma luta corporal. Este trecho de nossa história tam-bém gera muitas especulações. Por exemplo, se de fato era Deus quem lutava com Jacó, como um simples homem pôde resistir-lhe em força? Uma possível resposta para isso é que o próprio ser sobrenatural que ali lutava desceu ao patamar da força humana e se limitou em força. O toque na coxa de Jacó revela que se o homem quisesse ter acabado com aquela luta muito antes, ele o teria feito. A luta se arrastou também porque possivelmente Jacó fosse um homem de força.10

Mesmo assim, devemos admitir que isso não explica tudo e que continuará sendo um mistério para nós, porquê um ser sobrenatural resolve lutar em “quase” pé de igualda-de com um homem natural. Bom, isso não explica tudo. Con-tudo, explica alguma coisa! Este é o ponto crucial de nossa narrativa. O foco agora muda da luta em si para o diálogo tra-vado entre os dois lutadores. A ação corporal cede vez para a comunicação verbal.

“Deixa-me ir, pois já rompeu o dia” (v. 26a). A razão para tal pedido talvez indique que a aproximação da luz da aurora manifestaria a identidade daquele “homem” especial. Como o próprio verso 29 assinala, o homem não queria que sua identidade fosse revelada. Contudo, na sequência, veremos que isso era desnecessário, pois o próprio Jacó teve consci-ência de que aquele “homem” era Deus. A resposta de Jacó foi: “Não te deixarei ir se me não abençoares” (v. 26b).

A próxima fala do homem “Como te chamas?” (v. 27) não deve ser entendida como sinal de ignorância. Muito pelo contrário, o homem tinha certo objetivo ao fazer aque-la pergunta. Além do mais, já sabemos que aquele homem

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era um ser sobrenatural e que por isso era desnecessária tal pergunta. Mas, de acordo com o contexto inteiro da vida de Jacó, dizer seu nome naquela hora era uma maneira de ele mesmo ser lembrado de seu caráter não exemplar. Isto é, ser lembrado de sua atual identidade. E pode crer, não era das melhores!

Jacó foi forçado a se expor diante da atemorizante pre-sença do Senhor e a se ver como era! Jacó sabia o que sig-nifi cava o seu nome: “usurpador de calcanhar”. Aquele que engana o irmão, a si próprio, e tenta esconder isso dos olhos fl amejantes de Deus.

“Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu” (v. 28, NVI). As trocas de nomes que vão ocorrer nesta parte da narrativa são altamente signifi cativas. Aqui o homem assinala a nova identidade de Jacó. Assim como Abraão, Jacó também sofre uma mudança de nome, demarcando assim uma alteração em sua identidade e no seu destino, bem como no de seus descendentes, em acordo com os planos de Deus.

Jacó também perguntou o nome daquele homem. Mas a resposta não lhe foi dada. Por outro lado, a bênção foi dada. Tendo sido abençoado, Jacó afi rma: “Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva” (v. 30). Esta última fala do diálogo é a mais importante. Jacó reconhece que viu a face de Deus. Esta experiência fez com que Jacó também desse um novo nome àquele lugar: Peniel.

O novo nome de Jacó seria o nome da futura nação que Deus suscitaria a partir dele: Israel. Vemos assim as palavras da promessa caminhando sem impedimento!

Conclusão

Você deve se lembrar de que, na oração dirigida a Deus, Jacó confi denciou que estava com medo da reação de Esaú. Pois bem, o Deus da Aliança não poderia ter dado res-posta melhor do que a luta em Peniel. Como assim? Depois

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de ter lutado com Deus e ter prevalecido, quer dizer, ter per-manecido vivo, o que mais ele poderia temer vindo da parte de Esaú? Os homens seriam ‘fi chinhas’ perto do adversário que Jacó encontrou no vau do Jaboque. Naquela luta, Jacó obteve uma grande lição em sua vida. Lição que ele difi cil-mente esqueceria, mesmo que quisesse, pois passou o resto de sua vida mancando da perna. O manquejar de Jacó seria mais do que um desconforto físico. Seria o lembrete da Graça divina! Jacó lembraria até o último dia que o Senhor foi extre-mamente misericordioso.

Oh, queridos irmão e irmã! Que tipo de caráter há em você que Deus precisa mudar? Que grandes mudanças pre-cisam ser efetuadas em sua vida, de maneira que possam re-fl etir a vontade de Deus? Há casos em que somente uma luta como a de Peniel resolverá! Todos nós devemos ter nossa pró-pria “travessia pelo vau do Jaboque”! Uma luta necessária. Se isso realmente acontecer em sua vida, Deus é quem garantirá que depois desta travessia você será uma nova criatura (2Co 5:17)!

Notas

9 Os antropomorfi smos sempre foram utilizados pelos escritores bíblicos para comunicar a visualização do sobrenatural sob o ponto de vista huma-no. É claro que em alguns sonhos e visões (p. ex. Daniel, Ezequiel, Apocalip-se) temos a descrição de seres que são uma mistura de homem e animais. No entanto, sempre que seres celestiais vinham ao ‘mundo dos homens’, manifestavam-se ordinariamente em forma humana. E era desse jeito que os escritores ou personagens bíblicos os viam.

10 O comentário da nota de rodapé na Bíblia de Estudos Genebra, sobre o versículo 25 do capítulo 32, remete o leitor a outro texto: Gênesis 29:2, 10. A razão de apontar para este texto é que a pedra que tapava o poço, ao que tudo indica, só podia ser removia por mais de um homem. E Jacó a removeu sozinho!

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Domingo – Salmo 105:16.22

Deus supriu a fome no Egito e conservou muitas pes-soas em vida. Talvez a sua fome hoje não seja de pão, mas da presença de Deus. Quem sabe o seu coração sinta-se enfra-quecido espiritualmente, precisando, urgentemente, do ali-mento que só Deus pode dar. Fique atento! Assim como Deus enviou José adiante ao Egito, na estrada da sua vida, Ele pode incluir pessoas que serão instrumentos usados por Deus para abençoar você. Nessa mesma caminhada, não se esqueça de prestar atenção aos sinais e de ouvir a voz de Deus, seguindo suas coordenadas quando, por vezes, Ele incluir você na his-tória de pessoas que passarão pelo caminho precisando da sua ajuda.

Segunda-feira – Atos 7:9-16

Vamos montar um quebra cabeça com algumas pala-vras que defi nem a vida de José do Egito. SONHO - Deus tinha um sonho para esse homem. FÉ – José acreditou nos sonhos de Deus. AFLIÇÕES – para alcançar o sonho, ele passou por afl ições. LIVRAMENTO – Deus estava sempre com ele. FIDE-LIDADE – José manteve-se fi el e íntegro aos olhos de Deus.

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 05 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo a Tito* Verso Chave: “Porque a graça de Deus se ma-

nifestou salvadora a todos os homens.” (Tito 2:11)

* Propósito especial de oração: Pelas autorida-des de nosso país. Pela salvação dos encarce-rados.

Clarice Sommer

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CUMPRIMENTO - no tempo de Deus, o tempo certo, o sonho se cumpriu. Deus tem sonhos para sua vida. Usando as mes-mas palavras acima, procure montar um quebra-cabeça que defi na a sua vida. Escreva ou pense um pouco sobre você. Se alguma peça se perdeu, quem sabe foi por você desistir no momento da afl ição. Retome seus sonhos e coloque Deus, a peça principal, no centro. Acredite que no tempo certo você desfrutará da vitória.

Terça-feira – Lucas 22:39-46

Leia novamente esse texto e imagine a cena. Lembre--se, estamos no Jardim do Getsêmani, em um dos momentos de maior agonia na vida de Jesus. Coloque-se no lugar de um dos discípulos e imagine Jesus voltando de sua oração. Você estaria dormindo ou orando? Orar, estar em comunhão, em sintonia com Deus é sempre a melhor solução e a derradeira arma contra a tentação. É bem verdade que as tentações nos sobrevêm, mas nós podemos vencê-las quando, ao invés de dormir de cansaço, decepção ou tristeza, nos colocamos des-pertados em oração, manifestando nossa confi ança em Deus. Então, levante-se e ore!

Quarta-feira – 1 Coríntios 10:1-13

Nos momentos difíceis da vida, qual a sua atitude? Quando passamos por longos períodos de difi culdade, tenta-ção ou provação, é comum despertarmos dois tipos de sen-timentos: 1) Ninguém sofre tanto como eu. Coitadinho(a) de mim!; 2) A dor, tristeza ou agonia parecem que não vão passar.

Para vencer a auto-piedade, devemos exercitar a nos-sa fé, enfrentando a tentação com paciência, crendo que se-remos mais fortes, porque Deus está conosco. Para vencer a dor, tristeza ou agonia, devemos ler mais a Palavra de Deus, trazer à memória os livramentos que Deus proporcionou a

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pessoas que passaram pelos mesmos problemas ou piores do que os nossos. Não devemos esquecer os grandes feitos de Deus. Lembre-se de situações difíceis em sua vida, nas quais Deus concedeu o livramento, trouxe a vitória, fez o milagre e estendeu a Sua mão de bênção. Compartilhe isso com al-guém hoje.

Quinta-feira – Salmos 119:25-32

A nossa vida consiste em escolhas. Desde o momento em que acordamos pela manhã e precisamos decidir a roupa que vamos vestir, o que comeremos no café da manhã, se ora-mos, lemos e meditamos na Palavra de Deus ou saímos para o corre-corre do dia-a-dia, se nos casamos ou compramos uma bicicleta e por aí vai. São as nossas escolhas, em conformida-de com a vontade de Deus, que nos tornam pessoas íntegras e fi éis e nos proporcionam a paz que provêm da obediência. Quem sabe hoje seja o dia em que você precisa tomar uma decisão importante, fazer uma escolha que vai além das roti-neiras. Seja hoje, seja em qualquer momento da vida, lembre--se sempre de perguntar a Deus o que O agrada e diga como o salmista: “escolhi o caminho da fi delidade” (v. 30).

Sexta-feira – Gênesis 39:1-6

José sobrevive a uma sucessão de injustiças, permane-ce fi el, recebe grandes responsabilidades e tudo que ele fez resultou em sucesso. Deus pode não ter colocado você num palácio para ser administrador. Mas, exatamente aí, onde lhe colocou, Ele espera atitudes responsáveis, dignas de um servo fi el. Atitudes que glorifi quem a Deus. Pense nas responsabili-dades que você tem em seu lar, em seu papel de pai ou mãe, nos seus deveres como fi lho. Pense no seu emprego, no seu trabalho, que deve ser realizado com a maior dedicação, para que Deus tenha alegria em Lhe ajudar a prosperar. Pense nos

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seus estudos: tem você se dedicado o sufi ciente? E quanto à sua vida na igreja? Pense nas suas responsabilidades junto ao Corpo de Cristo, sendo um exemplo para a geração vindoura, cumprindo com o chamado que Deus tem para você, usando e aperfeiçoando os dons que Ele lhe deu. José passou no tes-te, e você?

Sábado – Gênesis 39:7-21

Um dos piores sentimentos que permeiam o coração do ser humano é a solidão. Muitas pessoas chegam ao extre-mo de tirar a sua própria vida por se sentirem sozinhas. E o pior de tudo isso é que a solidão não é simplesmente ausên-cia de pessoas. Todos nós sabemos que podemos estar em meio a uma multidão e nos sentirmos solitários, precisando de alguém que nos dê atenção, que realmente se importe co-nosco. Mas a boa notícia é saber que Deus está interessado em nossa vida, e com Ele jamais nos sentiremos sós.

Em toda sua história, acredito que José sempre teve a certeza da presença de Deus. Na estrada da sua vida, indi-ferente às circunstâncias, você tem essa certeza? Pense nisso hoje, e confi e que Deus conhece os seus problemas e quer ajudar. Ele está sempre pronto a orientar, dissipar as dúvidas e sussurrar em nosso coração: “Eu estou contigo, eu me importo com você”. Você só precisa responder: “Fica comigo Senhor”.

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Questões para Estudo do Texto

A fi delidade e lealdade em nossos relacionamentos determinam nosso comportamento em situações difíceis. Como a fi delidade e a lealdade combinam-se para ajudar as pessoas a tomar decisões sobre as ações da vida delas? Potifar tinha confi ança na integridade de José, que por sua vez, ti-nha completa lealdade a Deus e a seu dono. Essa integridade conduziu José a se recusar as demandas sexuais da esposa de Potifar.

Núcleo da Lição

“O dono de José viu que o SENHOR estava com ele e o

abençoava em tudo o que fazia.” (Gn 39:3, NTLH)

Estudo da Semana: Gênesis 39:1-23

Verso Áureo

04 de agosto de 20120505

1. Por que José foi promovido na casa de Potifar? (vv. 1-6)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Que razões levaram a esposa de Potifar assediar José

para que ele adulterasse com ela? (v. 7)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Deus Cuida de JoséDeus Cuida de José

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3. Que motivos José deu para recusar a tentação da esposa de seu dono? (vv. 8,9)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................4. Como a esposa de Potifar reagiu às recusas de José? (v.

10)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................5. O que aconteceu certo dia quando José “entrou na casa

para fazer o seu trabalho”? (vv. 11,12)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................6. Do que a esposa de Potifar acusou José? (vv. 13-15). O que

ela disse ao seu esposo quando ele voltou para casa? (vv. 16-18)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................7. O que aconteceu com José por conta daquela falsa acu-

sação? (vv. 19,20)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................8. 9. Como o Senhor estava com José, mesmo na prisão? (v.

21)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Jonas Sommer

A história de José ocupa uma grande parte do primei-ro livro bíblico, sendo uma obra-prima da literatura antiga. Divergindo do restante do livro, a narrativa apresenta um enredo dramático, completo e emocionante, tendo um bom início, um meio harmônico, repleto de surpresas e emoção e um fi nal apoteótico, que prende a atenção do leitor.11 Tais características têm levado alguns comentaristas a classifi car a narrativa sob o gênero literário conhecido por “novela”.12

Em Gênesis 37 vemos José, com 17 anos, como o pre-ferido de Jacó, seu pai, como pastor de ovelhas, trazendo rela-tórios negativos dos irmãos. José é predileto porque era fi lho de Raquel, aquela que Jacó havia escolhido como esposa. Mas Labão, o pai dela, o enganou e, na noite de núpcias, trocou as fi lhas, colocando Lia, a mais velha, em seu lugar (Gn 29).

Como o mais amado, recebe uma vestimenta espe-cial. Alguns comentaristas têm interpretado que essa túnica (ketōnet passim) era uma vestimenta de muitas cores; outros que era uma roupa cerimonial com ornamentos. Embora não tenhamos como precisar como ela era, é interessante ressal-tar que essa mesma expressão é usada posteriormente para se referir às roupas usadas pelos fi lhos dos reis (2Sm 13:18).13

José era um jovem sonhador. Seus sonhos o mantive-ram com os olhos no alvo e o sustentaram nos tempos de cri-se. Ele sonhou com os feixes se inclinando diante dele e com o sol, a lua e as estrelas se encurvando diante dele (Gn 37:5-9). Seus sonhos geraram inveja no coração de seus irmãos (Gn

Entendendo

V i v e n d o&

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37:11), e eles já não falavam mais pacifi camente com ele (Gn 37:4).

Enviado por seu pai a Siquém, José não pôde achar seus irmãos até que entrou em Dotã, a aproximadamente 130 quilômetros ao norte do Hebrom (Gn 37:12-17).14 Seus irmãos o veem se aproximando de longe e decidem matá-lo. Mas Rúbem interpele: “Vamos jogá-lo no poço”. Mais tarde Judá sugere: “Vamos ganhar com isso: Vamos vendê-lo!” (Gn 37:18-27). E o venderam por 20 moedas de prata a comerciantes que estavam rumando para o Egito. Os irmãos ensanguentam a túnica de José e mentem para o pai, dizendo que encontra-ram a túnica no caminho de volta. Jacó rasga as vestes e chora amargamente, pensando que seu fi lho havia sido morto por um animal selvagem (Gn 37:31-35).

A predileção do pai e a imaturidade de José em contar a seus irmãos os seus sonhos causaram-lhe muitos proble-mas. Mas, mais tarde, Deus transformou aquilo que aparen-temente era uma tragédia em grande bênção para ele e toda a sua família.15

A História

A cena principal gira em torno de José, fi lho de Jacó e Raquel. Ele foi levado ao Egito pelos ismaelitas16, que o com-praram de seus irmãos como escravo pelo preço de alguém aleijado17. O texto diz que o comprador egípcio foi Potifar, ofi cial do faraó e chefe da guarda. O texto não diz o preço pelo qual José foi vendido a Potifar, mas possivelmente am-bos fi zeram um bom negócio. O vendedor pelo dinheiro no comércio, e o comprador pela prosperidade que o “produto” trazia a seu lar (Gn 39:2-5).

O autor bíblico não tarda a declarar que Deus era pre-sente na vida de José. Sua presença fez com que José obtives-se sucesso, prosperasse e, por isso, passasse a morar na casa de seu dono. Onde ele antes habitava não é revelado pelas

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Escrituras. Segundo Ross, este verbo hebraico para “prosperi-dade” é algo fenomenal e inesperado.18 A raiz da palavra he-braica para “prosperar” (tsalach) signifi ca alcançar satisfatoria-mente aquilo que se pretende.19

Potifar reconheceu que havia algo de diferente naque-le estrangeiro. Qualquer tarefa que fosse designada a José era completada com sucesso. Por causa da integridade dele, José foi promovido a mordomo (administrador) sobre toda a casa de Potifar. Embora José estivesse longe de sua família, Deus nunca o abandonou.

O verso 5 nos informa que Potifar, desde que deixou José cuidando de seus bens, era abençoado por causa da pre-sença de José com ele.20 A bênção não era somente na casa do chefe da guarda, mas também no campo. Com o sucesso, veio a tentação. Assim que foi promovido ao posto de mor-domo, devido à evidência clara do favor e da bênção divina na vida dele, a esposa de Potifar tentou levá-lo para a cama.

O texto diz que José era bonito de forma e de aparên-cia, qualidades que causaram difi culdades para ele. Notando a esposa de Potifar todas as qualidades físicas e intelectuais de José, possivelmente também percebendo que o Deus dos hebreus o acompanhava, sentiu-se atraída por ele, tentando--o sexualmente. Suponho que a mulher de Potifar também devia ser bonita, visto que a alta posição de Potifar (ofi cial do faraó) dava-lhe o privilégio de selecionar uma esposa entre as mais belas mulheres.

José, por ser íntegro, recusou as investidas da mu-lher. A palavra “recusou”, no verso 8, vem da palavra hebraica ma’en e carrega a ideia de não querer participar de qualquer atividade pecaminosa. A passagem bíblica não nos fornece os detalhes de como José foi capaz de recusar as tentativas da esposa de Potifar. Não há nenhuma referência de que ele havia aprendido sobre integridade e moralidade na casa de seu pai. No entanto, José foi capaz de ver além dos “prazeres

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transitórios do pecado” (Hb 11:25), para uma vida completa-mente rendida aos propósitos de Deus.

Adam Clarke diz que José, nesta passagem, fornece duas razões pelas quais não poderia ceder ao convite da mu-lher: 1º) Ele era grato a Potifar, seu senhor, a quem devia tudo o que tinha; e 2º) Por seu temor a Deus, porque na visão dEle teria sido uma ofensa horrível, bem como de Quem não po-deria escapar da disciplina.21 José, ao invés de dizer que seu pecado seria, à priori, contra Potifar, demonstra sua piedade dizendo que seu pecado seria uma perversidade contra Deus. Toda e qualquer ofensa horizontal, contra homens, que en-volve a moralidade divina, é também uma ofensa vertical. Em outras palavras, neste caso, relacionar-se sexualmente com a esposa de Potifar era pecado contra ela e seu marido, mas, mais ainda, contra Deus, que estabeleceu os limites do envol-vimento sexual (moralidade divina).

Clarence Edward coloca um pouco de realismo na cena:

Essa não foi uma tentação comum. José não era uma pedra, uma múmia, mas um jovem perto dos trinta anos com sangue, e testosterona, correndo nas veias. Não se tratou de uma investida única, mas de uma série delas... Uma velha história conta que quando José começou a falar com Deus sobre a tentação, ela jogou a saia em cima da divindade que estava no seu quarto e disse: “agora deus não verá”. Mas José respondeu: “o meu Deus vê!”.22

Com as frases “dia após dia” (Gn 39:10, NVI) e “num cer-to dia” (v. 11), Moisés cobre um lapso de tempo entre a pri-meira abordagem da esposa de Potifar e a armadilha por ela armada. Ela possivelmente tramou este momento, pois José evitava fi car perto dela (v. 10, NVI), e ele possivelmente não deixaria este cenário ser montado. Diante disso, José tinha duas opções: 1) ceder ao pedido dela e esperar que ninguém

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descobrisse; 2) deixar a roupa nas mãos dela e correr para fora da casa. Ele escolheu a segunda opção. Ele deixou suas vesti-mentas nas mãos da esposa de Potifar, porém, sua integrida-de continuava nas mãos de Deus.

A esposa de Potifar tinha, em suas mãos, todas as pro-vas de que precisava. Ela chamou todos os servos de seu ma-rido e lhes mostrou as roupas de José. Ela planejou usar os servos ao instigar que Potifar levara José para sua casa para zombar, não apenas dela, mas de todos os outros, incluindo os criados (v. 14). A palavra hebraica para “insultar” é tsachaq e signifi ca “fazer uma brincadeira de mau gosto, rir como for-ma de zombar”.23 Desta palavra vem o nome do avô de José, Isaque (Yitschaq, ou seja, Sara não apenas riu, mas zombou de Deus, quando o anjo anunciou que ela seria mãe em sua velhice).

Tendo ouvido sua mulher, e acreditando nela, Potifar fi cou irado. A palavra traduzida por “ira” vem do termo he-braico ‘aph e expressa a ideia de um sentimento intenso e borbulhante no qual os olhos e o nariz se dilatam, a respira-ção fi ca ofegante. Salomão escreve que “o ciúme excita o fu-ror do marido; e não terá compaixão no dia da vingança. Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos” (Pv 6:34-35). O servo no qual ele havia con-fi ado tinha se tornado seu inimigo.

A ira dele, possivelmente, fez com que ele não quises-se ouvir a versão do escravo, ou que José nem tenha se de-fendido no momento em que Potifar esteve em sua presença, pois foi ele mesmo quem o lançou na prisão. O texto não diz detalhes da prisão. Nela fi cavam os prisioneiros do rei, prova-velmente traidores ou indivíduos que tenham cometido deli-to contra o próprio faraó. Segundo Zambelli, provavelmente era uma prisão subterrânea. Literalmente, José foi lançado na “casa redonda”.24

Como chefe da guarda, e quiçá um dos executores, Po-tifar tinha poder e conhecimento para executar José. Todavia,

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o texto não revela o porquê de não tê-lo feito, nem que tinha intenção de assim proceder. Ainda assim, John Gill especula que era por causa do respeito que ele tinha por José.25

Embora José tivesse sido injustamente acusado, e sua integridade fosse testada por uma mulher devassa e menti-rosa, ele podia descansar seguro, porque não importava o que lhe acontecesse, Deus estava com ele. O Senhor estava com ele na mansão de Potifar, mas quando José foi lançado na prisão, o Senhor foi com ele para lá também! A única coisa que separa um fi lho de Deus de Sua presença e companhia é o pecado. Enquanto caminharmos com Deus, Ele caminha-rá conosco.26 Naquele momento, ele poderia sentir como se Deus estivesse a milhões de quilômetros, e não lhe restasse nenhuma esperança de sair da prisão. Porém, por ter perma-necido íntegro e resistido à tentação, Deus, o Jeová Jireh, o abençoou mesmo estando na prisão.

Adam Clarke resume a história do capítulo trazendo à luz quatro lições:27

* Aquele que reconhece Deus em todos seus passos tem a promessa de que Ele dirigirá seus passos. A prisão de José promovia a glória de Deus. E, para este fi m, Deus trabalhava em José, por José e atra-vés de José. Mesmo o não religioso era capaz de enxergar a diferente divindade em/por/com José;

* A resistência de José à tentação provocada pela esposa de Potifar é exemplar. Seu exemplo é ex-tremamente raro, admirado por muitos, aplaudi-do por alguns, ainda assim imitado por poucos;

* Saber quando lutar e quando fugir da tentação tem grande importância na vida cristã. Algumas tentações nós precisamos combater, de muitas outras fugir;

* Uma mulher com o espírito da esposa de Potifar é capaz de qualquer espécie de maldade. Quando

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ela não conseguiu o que queria, começou a acusar a José como faz o próprio Satanás: primeiramente tentando, depois acusando, mesmo tendo o indi-víduo resistido ao pecado. Ele faz isso para trazer confusão e abalar a fé, como fez a esposa de Poti-far, que não obteve sucesso em abalar a fé de José.

Para pensar

Você já observou quantas vezes é-nos dito em Gênesis 39 que o Senhor era com José e tudo quanto ele fazia o Senhor prosperava? Marque essas expressões e conte-as. Deus fez com que Potifar prosperasse, por causa da presença daque-le jovem hebreu. Deus abençoou o carcereiro, por causa do prisioneiro hebreu. E o quanto destas bênçãos José foi capaz de desfrutar? Da casa de Potifar, ele saiu, literalmente, com as mãos abanando. Da prisão, o que ele levou? Nada. Mas aonde quer que fosse, as pessoas sentiam, viam, testemunhavam a presença de Deus na vida daquele jovem. Aqui, cabe-nos um questionamento: temos nós sido canais da bênção de Deus por onde passamos? O Senhor tem abençoado as pessoas ao nosso redor, por causa da nossa presença?

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Notas

11 GUSSO, Antônio Renato. O pentateuco. Curitiba: AD Santos Editora, 2011, p. 34.

12 É uma história mais longa e mais elaborada do que a saga. Ela contém os se-guintes elementos: introdução, confl ito, desenvolvimento da trama, clímax e conclusão. Exemplos: José no Egito (Gn 37 a 50), Rute e Ester.

13 KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 168.

14 SCHULTZ, Samuel. História de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 27.

15 LOPES, Hernandes Dias. Quatro homens, um destino. São Paulo: Hagnos, 2007, p. 99.

16 Gênesis 37:36 diz que os “midianitas” venderam José ao Egito e Gênesis 39:1 informa que Potifar o comprou dos “Ismaelitas”. Essa aparente contradição concilia-se ao levarmos em conta que, em algumas ocasiões, os dois termos no A.T. são usados como sinônimos (cf. Js 8:22-24).

17 ZAMBELLI, Tiago. José e sua vida. Campinas: IBCU, 2010, p. 12.

18 ROSS, Allen P. Creation and blessing: a guide to the study and exposition of Genesis. Grand Rapids: Baker Publishing Group, 1997, p. 625.

19 BROWN, Francis et. al. Hebrew and English lexicon of the Old Testament. Oxford: Clarendon Press, 1951, p. 852.

20 A versão de Almeida Revista e Atualizada diz que o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor a José, mas a palavra “amor” não está no texto origi-nal.

21 CLARKE’S, Adam. Comentary on the Bible. Nashville. Thomas Nelson Incor-porated, 1997, p. 85.

22 Apud SWINDOLL, Charles R. José: um homem íntegro e indulgente. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p. 47-48.

23 STRONG, James. Dicionário bíblico Strong: léxico hebraico, aramaico e grego de Strong. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002, p. 1.467.

24 ZAMBELLI, Tiago, op. cit, p. 16.

25 GILL, John. Exposition of the Bible. Disponível em: <http://www.sacred--texts.com/bib/cmt/gill/gen039.htm>. Acesso em: 5 fev. 2012, p. 1.

26 MEYER, Frederick Brotherton. The life of Joseph. Washington: Emerald Books, 1995, p. 44.

27 CLARKE’S, Adam, op, cit., p. 87.

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Domingo - Gênesis 40:1-8Antigamente, no Oriente Próximo, os sonhos eram con-

siderados como revelações do futuro. Existiam profi ssionais empregados pelos reis para interpretar os sonhos: magos, en-cantadores, feiticeiros e os caldeus (Dn 2:2). José censurou esta crença, falando que Deus é quem dá a interpretação segura. Em várias situações, pessoas foram alertadas por meio de so-nhos: José, sobre a gravidez de Maria (Mt 1:20), sobre o plano de Herodes de matar o menino (Mt 2:13), Nabucodonosor (Dn 2:27-28), a mulher de Pilatos (Mt 27:19). Em Hebreus 1:1 lemos que “nos últimos dias, Deus nos falou pelo Filho”. Cremos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus nos falando. Leia a Bíblia. Fique atento à voz do seu Deus.

Segunda-feira - Gênesis 40:9-15José não desanimou, permaneceu fi el, e Deus conti-

nuou trabalhando no Seu tempo. Ao interpretar o sonho do copeiro-chefe, José viu uma oportunidade de sair do cárcere e faz um pedido ao companheiro: “lembra-te de mim”. Penso que em seu lugar faríamos o mesmo. No entanto, Deus tem Seus planos, Seu método de trabalho e Seu tempo é diferente do nosso tempo. Por isso, a nossa confi ança deve estar no Se-nhor, e o que não pudermos mudar, carreguemos com paciên-cia, até que Deus o mude ou nos mude (1Pe 5:6-7).

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 06 * Leitura Bíblica: Primeira Carta de Paulo a Timóteo * Verso Chave: “Antes de tudo, recomendo que se fa-

çam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens.” (1Tm 2:1)

* Propósito especial de oração: Pelos alunos do TIME – Treinamento Ministerial por Extensão.

Marlene de Oliveira Garcia

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Terça-feira - Gênesis 40:16-22

Os sonhos do copeiro-chefe e do padeiro-chefe foram interpretados por José e tornaram-se realidade. Porém, José continuou preso, pois “O chefe dos copeiros, porém, não se lembrou de José; ao contrário, esqueceu-se dele” (v. 23).

Quantas vezes nos sentimos frustrados por não sermos lembrados em nossas necessidades? Mas José teve fé, confi ou, pois sabia que Deus tinha o controle de sua vida. Assim deve ser a nossa vida: não sabemos o que o futuro nos trará, mas conhecemos Aquele que ontem e hoje é o mesmo e o será eternamente (Hb 13:8).

Quarta-feira - Gênesis 41:1-13

Passam-se dois anos, desde que o copeiro-chefe saiu da prisão. O faraó teve um sonho. Como é poderoso, chamou todos os seus sábios e magos do Egito para darem fi m à sua perturbação, mas eles não conseguiram interpretar os sonhos do Faraó, porque “o homem natural não aceita as coisas do Es-pírito de Deus, porque lhe são loucura; e não podem entendê--las porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:16). E o sonho do Faraó tinha o controle de Deus. Era Deus querendo ser revelado por intermédio do seu servo. Fracassadas as ten-tativas, o copeiro-chefe lembra-se do jovem hebreu. É a vonta-de de Deus que será cumprida. Louvado seja nosso Deus que se manifesta pela boca dos seus fi éis.

Quinta-feira - Gênesis 41:14-24

Finalmente o copeiro-chefe lembrou-se de José e este foi trazido à presença do Faraó, que lhe perguntou: “Quando ouves um sonho, podes interpretá-lo?”. Ao que José respon-deu: “Não está em mim, mas Deus dará resposta”. José inter-pretou o sonho e orientou o Faraó sobre o que devia ser feito, tendo em vista os acontecimentos futuros. Este hebreu reco-nheceu que Deus está com ele em todas as situações de sua vida.

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Deus preparou José para grandes realizações. Os fi lhos de Deus são para Ele pedras preciosas que precisam ser lapi-dadas, para chegarem a serem pedras de valor. Você está pas-sando por tribulações? Focalize as promessas do Senhor aos que permanecerem fi éis até o fi m.

Sexta-feira - Gênesis 41:25-36José declarou: “Não está isso em mim; mas Deus dará

resposta favorável ao Faraó” (Gn 41:16). E, com a orientação di-vina, interpretou os sonhos e aconselhou sobre o que devia ser feito com a fartura dos anos de grande colheita: providen-ciar reservas para o tempo de fome. A sabedoria que José re-velou veio de sua comunhão com Deus. Como instrumento nas mãos do Todo-Poderoso, José aniquilou a sabedoria dos magos do Egito e de todos os sábios. Esta sabedoria está dis-ponível a todos que buscarem com fé, perseverança e temor ao Deus que orientou José.

Eis aqui uma lição importante para a nossa vida, tanto no aspecto material quanto espiritual: devemos nos lembrar do dia de amanhã quando tivermos fartura (Tg 4:14).

Sábado – Gênesis 41:37-52José, abençoado por Deus, tinha o dom de interpretar

sonhos, tinha discernimento. O faraó reconheceu que o Espí-rito de Deus estava sobre José; seu caráter, suas atitudes de-monstraram que Deus estava com ele. Quando foi enganado por seus irmãos, vendido como escravo, acusado injustamen-te e mesmo tendo aguardado por uma provável condenação, não se abateu. Sua vida foi um emaranhado de perseguições, ciladas, traições, injustiças, calúnias. Finalmente, aconteceu a reviravolta e ele assumiu o cargo de governador do Egito (Gn 42:6). Que trajetória! Esta é a vida de um homem de fé, um homem que confi ou no seu Deus.

Não nos detenham as provações, os desafi os, as tenta-ções, as lutas; confi emos que Deus nos dará força para vencer (Jo 16:33, 1Jo 5:4).

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76 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

Questões para Estudo do Texto

Ganhar a confi ança de outras pessoas pode nos levar a grande responsabilidade e honra. Quais resultados podemos esperar quando outros depositam sua confi ança em nós? Por-que José se portou tão bem diante do rei egípcio, mostrando discernimento e sabedoria, Faraó depositou sua confi ança as habilidades dele, elevando-o à segunda posição em todo o Egito, e deu-lhe a responsabilidade de governar as atividades do dia-a-dia do reino.

Núcleo da Lição

“Disse Faraó aos seus ofi ciais: Acharíamos, porventura,

homem como este, em quem há o Espírito de Deus?” (Gn 41:38, ARA)

Estudo da Semana: Gênesis 41:1-52

Verso Áureo

11 de agosto de 20120606

1. Qual foi o sonho do Faraó e o que aconteceu logo pela manhã? (vv. 1-8)

R:.............................................................................................................................................................................................................................2. Diante daquela situação, que palavras o copeiro-chefe

disse ao rei? (vv. 9-13)

R:.............................................................................................................................................................................................................................3. Após o relato do sonho, qual foi a interpretação e quais

foram os conselhos de José ao Faraó? (vv. 14-36)

José Encontra FavorJosé Encontra Favor

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R:......................................................................................................................................................................................................................4. Por que Faraó apontou José a tal posição em seu reino?

(vv. 37-39)

R:.............................................................................................................................................................................................................................5. Em que áreas Faraó deu autoridade a José? (v. 40)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Quais os três objetos simbolizaram o novo papel dado a

José? Como Faraó fez isso publicamente? (vv. 42,43)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. Com uma nova posição vieram oportunidades e o poder.

Que autoridade foi dada a José na côrte de Faraó? (v. 44)

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. Que mudanças aconteceram na vida pessoal de José? (v.

45)

R:.............................................................................................................................................................................................................................9. Qual a idade de José quando isso aconteceu? (vv. 46-49)

R:........................................................................................................................................................................................................10. Que nomes José deu aos dois fi lhos dele? O que isso nos

mostra sobre o caráter de José? Como seus fi lhos execu-tam um papel importante na providência de Deus? (vv. 50-52)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Jonas Sommer

Vimos na semana passada que José foi acusado, injus-tamente, de assédio sexual e, por conta disso, foi parar na prisão. Sua situação, que já não era boa – era escravo na casa de Potifar –, piorou, pois se tornou prisioneiro. Porém, o Se-nhor estava com José na prisão e o carcereiro colocou todos os outros presos debaixo dos cuidados dele (Gn 39:20-23).

Um dia o copeiro e o padeiro-chefe ofenderam o rei e foram jogados na prisão, onde se encontrava José. Ambos tiveram um sonho certa noite. O copeiro sonhou com uma videira que tinha três ramos, uvas espremidas e o copeiro dando o suco ao faraó. O padeiro-chefe sonhou que tinha três cestos cheios de pães e, no de cima, manjares que foram comidos pelos pássaros. José, então, interpretou os sonhos: o do copeiro signifi cava que em três dias o rei o chamaria, para voltar a servi-lo. O padeiro, por outro lado, seria execu-tado em três dias, a mando do rei. E assim sucedeu, confor-me a interpretação de José. Apesar de pedir ao copeiro que o mencionasse ao rei, o copeiro se esqueceu de José quando voltou para o palácio (Gn 40).

Os sonhos do Faraó

Em um recente documentário da TV, a respeito do anti-go Egito, a importância dos sonhos naquela cultura foi mui-to enfatizada. Alguns dos seus livros mais importantes são voltados para este tema. Grandes templos foram dedicados para este aspecto da vida. Líderes religiosos e homens sá-bios gastaram suas vidas interpretando sonhos.28 Talvez isto explique porque Deus escolheu este meio para falar com o Faraó.

Entendendo

V i v e n d o&

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Passaram-se dois anos, após José haver interpretado os sonhos de seus colegas de prisão. Você consegue imaginar o que é fi car preso injustamente por mais de dois anos? En-quanto dormia, o Faraó teve um sonho bizarro e perturba-dor. Sete vacas gordas e formosas subiam do rio Nilo para se alimentarem. E, depois delas, subiram sete vacas magras e feias que as devoraram. Entretanto, era chocante notar que elas não engordaram nem um pouco. Os sonhos se repeti-ram novamente, só que em vez de vacas, agora eram espigas (vv. 1-7).

Deus fez com que o Faraó fi casse impressionado com a seriedade destes sonhos (v. 8a). Nosso Senhor não tem difi -culdades para chamar a atenção do homem. Um dos homens mais poderosos da terra estava tremendo de preocupação, pois “Deus governa mesmo entre os grandes e poderosos da terra” (Pv 21:1).

Nenhum dos mágicos ou dos homens sábios do Faraó pôde interpretar o sonho (v. 8b). Era necessário que eles fa-lhassem, para provar ao Faraó que Deus estava verdadeira-mente com José. Quando a nossa ajuda terrena falha, nós estamos prontos para dar crédito a Deus. Se José tivesse sido chamado primeiro, é provável que os outros dissessem que poderiam dar a mesma interpretação.

José teve a coragem que a hora demandava. O faraó lhe disse: “Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de acla-rar” (v. 15, NVI). Que peso! Tantos tinham falhado antes dele. Porém, José não tremeu; antes, respondeu ao poderoso rei: “Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma res-posta favorável” (v. 16, NVI).

José teve uma coragem entusiasmada, vinda de sua confi ança em Deus. Não foi petulância. José teve a depen-dência que o tornava forte. Ele era forte, mas sua força vinha de Deus. Ele era sábio, mas sua sapiência procedia de Deus. Ele era paciente, mas sua paciência vinha de Deus. José tinha

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sonhos, mas os seus sonhos eram os de Deus. José tinha uma palavra a dizer, mas diria o que Deus lhe dissesse para dizer. Nossa geração precisa de homens e mulheres de Deus que lhes diga o que fazer.

De escravo a governador do Egito

A exaltação de Deus, por José, por meio de sua integri-dade e fi rmeza, foi recompensada em sua própria elevação. Na casa de Potifar, foi tão fi el, tão notável e efi ciente que foi elevado à categoria de superintendente. Lançado na prisão por falsas acusações, José logo foi considerado com respon-sabilidades de supervisão, que utilizou sabiamente para ajudar seus companheiros de encarceramento. Havendo sa-biamente interpretado os sonhos do Faraó, tornou-se gover-nador do Egito. O faraó tinha a necessidade de contar com um homem como José, que provou sua valia. Como chefe administrador, não somente guiou o Egito através dos anos cruciais da abundância e da fome, senão que, mais tarde, foi o instrumento adequado para salvar a sua própria família.29

Hernandes Dias Lopes sabiamente pondera que mui-tos conseguem permanecer fi éis no vale, mas, quando che-gam ao topo da montanha, caem; conseguem fi car fi rmes na adversidade, mas naufragam na prosperidade. José foi fi el tanto na adversidade quanto na prosperidade. Ele foi fi el quando estava com sua família, quando era objeto do ciúme e do ódio de seus irmãos. Ele foi fi el como escravo. Duran-te 13 anos, foi escravo no Egito, ou seja, dos 17 aos 30 anos (Gn 37:2; 41:46). Ele foi fi el como mordomo. Também foi fi el na cadeia (Gn 39:21-23; 41:14). Agora, é conduzido ao trono como governador do Egito e permanece fi el. Muitos lidam bem com a crise, mas não sabem lidar com o sucesso. Há mais pessoas que caem com o sucesso do que com a adver-sidade. José, porém, manteve-se de pé tanto no vale quanto no monte; tanto na adversidade quanto na prosperidade; tanto na prisão como no palácio.30

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Manassés e Efraim

Há algo que normalmente passa despercebido, mas que é de grande importância, na história de José: o nascimento de seus dois fi lhos, ou melhor, os nomes que lhes são da-dos. Os versos 51 e 52 narram a chegada da descendência de José. Ao primeiro pôs ele o nome de Manassés, que tem ori-gem na palavra hebraica menashsheh (ou men-ash-sheh’), e está ligada ao verbo esquecer. Por isso, José declarou: “Deus me fez esquecer todos os meus sofrimentos e toda a família do meu pai” (v. 51).

Charles Swindoll observa que é sabido de todos que em nosso cérebro há lugares onde as lembranças fi cam grava-das permanentemente. Todavia, José declarou: “Deus me fez esquecer”. As memórias continuavam lá, mas Deus o havia feito esquecer-se do sofrimento, da angústia, o Senhor o ha-via feito superar o aguilhão. Mesmo que aquilo lhe viesse à mente, não mais causaria tristeza ou pesar.32 Perdoar é lem-brar a ofensa como um fato consumado, sem nenhum tipo de signifi cado maior ou efeito negativo no relacionamento.

Ao segundo rebento, José nomeou de Efraim, do he-braico ef-rah’-yim, que signifi ca “duas vezes frutífero”.34 Há uma equação lógica nisso, pois, só ESQUECE quem PERDOA, e só pode FRUTIFICAR quem esqueceu e não mais vive preso ao passado. Só podemos produzir, de fato, frutos para a gló-ria de Deus após havermos perdoado e esquecido.

Sábias são as palavras de Charles Swindoll:

É tentador querer vingar-se dos Rúbens, dos Judás, dos Dãs e das Sras. Potifares do nosso passado. Dar o troco àqueles que nos ofenderam, nos despoja-ram e nos atormentaram com atos perversos e pa-lavras más. Em vez disso, devemos dar à luz um Ma-nassés. Será que não é hora de você pedir a Deus que apague os aguilhões de sua memória? Só Ele pode fazer isso! Será então o momento de gerar um Efraim, para lembrar como Deus nos abençoou

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abundantemente [...] E foi Deus quem fez tudo [...] Nunca conheci ninguém que tivesse compreen-dido e aceitado a graça divina e continuasse tam-bém a guardar ressentimento [...] Quando se trata de perdão versus graça, a graça ganha facilmente, ela remove os aguilhões e os substitui por marés de gratidão para com Deus. Foi assim com José no nascimento de seus dois fi lhos.34

Qual é a atitude certa, portanto, a ser tomada na vida?

1. Aprendamos, com José, a confi ar que Deus está escreven-do uma história conosco e, na hora certa, Ele vai agir. Ele é um Deus que age. Tudo pode parecer sem sentido, mas Deus é o sentido da história.

2. Aprendamos, com José, a viver de modo a minimizar a ocorrência de fatos perturbadores. Aprendamos a desen-volver uma atitude saudável diante daqueles que ainda assim nos alcançam.

3. Aprendamos, com José, a reconhecer a sabedoria e a soberania de Deus. O reconhecimento da grandeza de Deus não serve apenas para nos humilhar, mas também para nos capacitar a esperar; não tem sentido esperar num Deus do nosso tamanho, mas faz todo sentido es-perar num Deus sábio e soberano, magnífi co e majestoso. Busquemos sempre este recurso, pois “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; fi camos per-plexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2Co 4:8-9, NVI).

4. Aprendamos, com José, a nos conduzir de modo certo nas oportunidades que Deus nos oferece. Isto implica em coragem, competência e integridade. Que nos chamem de Zafenate-Panéia (que signifi ca “Deus fala, Ele vive”)35. Isto é, que vejam em nós pessoas por meio de quem

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Deus fala e vive, por termos o Espírito de Deus conosco; ou seja, por vivermos de acordo não com o nosso espíri-to, mas segundo o Espírito de Deus.

Uma palavra fi nal

Sua vida está difícil? Veja se não tem vivido de modo a atrair problemas; se está, peça sabedoria a Deus. Se não está, peça a proteção divina. Ele estará com você na afl ição e tam-bém na prosperidade. Você está sendo caluniado ou injusti-çado? Mantenha a sua confi ança que Deus está no controle. Você tem uma causa na justiça que nunca é julgada, embora pareça que você vai ganhar? Lembre-se que Deus vai agir, porque Ele sempre age. O Seu juízo é justo, embora pos-sa parecer tardio. Há uma grande oportunidade diante de você? Vá em frente, sabendo que tudo dependerá de Deus. Porém lembre-se do conselho das Escrituras: “faça tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31b, NTLH).

Notas

28 CRISP, Ron. Um guia de estudos para o livro de Gênesis. Kentucky: Madison Pike Baptist Church, 2002, p. 109.

29 SCHULTZ, Samuel, op. cit., p. 28-29.

30 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 105.

31 STRONG, James, op. cit., p. 986.

32 SWINDOLL, Charles R, op. cit., p. 113.

33 STRONG, James, op. cit., p. 148.

34 SWINDOLL, Charles R, op. cit., p. 113-114.

35 SWINDOLL, Charles, op. cit., p. 108.

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Domingo – Gênesis 42:1-5

Hoje temos uma notícia maravilhosa e outra nem tão boa assim. Qual você gostaria de ouvir primeiro? Vamos começar com a notícia maravilhosa: Deus sempre tem um gracioso propósito para os seus. A notícia não tão boa é que precisamos passar por adversidades para alcançar os propósi-tos de Deus. Até mesmo Canaã foi surpreendida com a fome, mas aquela fome não foi por acaso. Deus tinha um propósi-to maior, e muito embora os irmãos de José nem pudessem imaginar, estavam indo ao Egito por muito mais do que trigo.

Se você está passando por um momento de adversi-dades, se algum tipo de fome bateu à sua porta, não se aco-mode e nem tenha medo de ir até o “Egito”. Essa caminhada será muito proveitosa para sua vida.

Segunda-feira – Gênesis 42:6-17

Que terrível companheira é uma consciência cul-pada! Essa companhia se faz tão desagradável porque no fundo todos nós sabemos que por mais que tentemos

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 07 * Leitura Bíblica: Segunda Carta de Paulo a Timó-

teo * Verso Chave: “Pregue a palavra, esteja prepara-

do a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.” (2Tm 4:2)

* Propósito especial de oração: Para que Deus envie mais obreiros para sua seara.

Clarice Sommer

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ocultar nossos erros, um dia eles virão à tona, e teremos de enfrentá-los. O reencontro entre José e seus irmãos é prova viva de que o tempo passa, os anos se vão, as pes-soas podem até fi car irreconhecíveis, usar vestes egípcias, mas, em algum momento, o confronto com as pendên-cias do passado acontece. José age com caráter e prudên-cia aplicando uma série de testes.

Deus está sempre pronto a perdoar. Os testes fa-zem parte do nosso processo de cura e restauração. En-quanto não passarmos nos testes de reconhecimento do erro e quebrantamento continuaremos carregando a consciência culpada.

Terça-feira – Gênesis 42:18-25

Você está satisfeito com o seu peso? Se você for uma pessoa normal, acredito que, pelo menos, vai dizer que gostaria de fazer alguns ajustes. E quanto à balança de Deus? Chegou o momento dos irmãos de José pesa-rem por algumas atitudes bastante negativas em seu pas-sado e pagarem o preço. Em nossa vida, pagamos pelo preço de tantas coisas e normalmente fugimos ou pos-tergamos o subir na balança de Deus. Se você quer ter um peso equilibrado, deixe Deus lapidar sua vida, cortar fardos do passado que estão excedendo e limpar os seus olhos de lágrimas de sofrimento por meio da restauração de relacionamentos.

Quando estamos além do peso desejado, normal-mente, usamos roupas que nos ajudam a disfarçar os ex-cessos e entramos na farmácia pela porta que está distan-te da balança. Se você está além do peso na balança de Deus, você tem duas escolhas: disfarçar usando máscaras e carregar o peso da consciência, porque Deus vê o co-

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ração; ou ter a coragem de subir na balança de Deus e desfrutar da leveza de consciência.

Quarta-feira – Gênesis 43:1-14

Do que você sente medo hoje? Diante do medo, temos sempre duas alternativas: fugir da situação ou enfrentá-la. O problema de fugir é que podemos fi car atormentados e car-regar conosco um sentimento de fracasso, incerteza e revolta.

Os grãos haviam acabado, a fome continuava rigoro-sa em Canaã e os irmãos de José estavam com medo de vol-tar ao Egito. Nesse caso a situação era de vida ou morte. Se não voltassem ao Egito, morreriam de fome. Eles escolheram enfrentar a situação, e por sua escolha responsável, mais tar-de, tratados e restaurados, desfrutaram do cumprimento da promessa de Deus, de uma nação preciosa e de propriedade Dele. Qual seu posicionamento diante de uma situação que inspira medo? Lembre-se, é possível haver um tesouro escon-dido por detrás do objeto do seu medo.

Quinta-feira – Gênesis 44:1-13

José testou seus irmãos, para ver se eles ainda eram controlados pela inveja. Nesse episódio, o teste é para saber se eles realmente amavam Benjamim. No contexto do rela-to bíblico, qual seria o juízo do leitor acerca de José naquele momento? Ele foi cruel e malvado? Brincou com seus irmãos? Várias vezes, nas Escrituras, somos alertados a não confi ar em pessoas das quais desconhecemos o caráter. José demonstra grande força e se supera em autocontrole emocional. Acre-dito que ele estava vivendo uma mistura tremenda de senti-mentos. Mas, ele soube controlar suas emoções e não agiu no impulso do momento, porque precisava acreditar que seus irmãos eram realmente homens transformados. Aprendamos com José.

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Sexta-feira – Gênesis 44:24-34

José era o fi lho da velhice, o fi lho que Jacó teve com sua tão amada e esperada Raquel. Por conta disso, José teve privilégios que os seus irmãos não tiveram, como a túnica co-lorida, ostentosa e elegante. Esses privilégios foram aumen-tando o ódio no coração dos irmãos. Depois de muita dor no coração pela perda do seu fi lho querido, parece que a predile-ção foi transferida para Benjamim, também fi lho de Jacó com Raquel. Seria Jacó um pai superprotetor de alguns? Ou fi ca-mos com a soberania divina? Prefi ro acreditar que Deus esco-lheu essa família como um vaso para um propósito específi co.

Quando não há preferido do papai ou da mamãe, a família desfruta de muito mais harmonia. Harmonia entre o casal, harmonia entre os fi lhos, harmonia dos fi lhos para com os pais e dos pais para com os fi lhos. Sua casa desfruta des-sa harmonia, ou tem algum coração sofrendo, sentindo-se inferior ou alimentando ódio? Pense nisso, no dia de hoje, e lembre-se: nunca é tarde para consertar relacionamentos.

Sábado – Gênesis 45:3-15

Enfi m, José consegue fazer o que precisa ser feito. De-pois de quase dois anos de testes, o compreensível ressenti-mento de José é vencido pelo perdão derramado sob a forma de lágrimas e gemidos, liberando um poder curador e de li-bertação sobre sua própria vida e a de seus irmãos.

A vida de José nos ensina como perdoar os outros e viver sem frustração e amargura. Aos nossos olhos humanos, doze homens, nem um pouco mais santos do que qualquer outro ser humano. Era só um problema de família a ser resol-vido. Mas, para Deus, uma grande família, uma grande nação estava sendo tratada. O perdão é sempre um bálsamo cura-dor para a pessoa culpada e para a ressentida, mas é também o caminho a ser trilhado para alcançarmos as promessas de Deus.

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Questões para Estudo do Texto

Quando as pessoas permanecem fi eis umas as outras, elas se apoiam e se protegem mutuamente. Porque Jacó e José permaneceram fi éis a Deus, o Senhor permaneceu fi el às suas promessas a Abraão, elevando José em uma posição na qual ele salvaria toda a sua família da morte por inanição.

Núcleo da Lição

“Agora não fi quem tristes nem aborrecidos com vocês

mesmos por terem me vendido a fi m de ser trazido para

cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de

vocês. ” (Gn 45:5, NTLH)

Estudo da Semana: Gênesis 45

Verso Áureo

18 de agosto de 20120707

1. Que posição, no Egito, José havia galgado quando o tem-po de fome chegou? (vv. -57)

R:.............................................................................................................................................................................................................................2. Por que os irmãos de José não o reconheceram quando

se prostraram diante dele? (vv. 6-17)

R:.............................................................................................................................................................................................................................3. Como os irmãos de José reagiram ao saberem que ele

estava vivo que era quem lhes falava? (vv. 3,4)

Uma Bênção Para Uma Bênção Para Todas as NaçõesTodas as Nações

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R:.............................................................................................................................................................................................................................4. Como José analisou os eventos do seu passado? (v. 5)

R:.............................................................................................................5. Tendo em vista que Deus estava por trás dos eventos na

vida de José, isso signifi ca que as attitudes dos irmãos dele foram aprovadas pelo Senhor?

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Por esta ocasião, há quanto tempo a terra estava sofren-

do com a fome? Quanto tempo ainda restava de escas-sez? (v. 6)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. 7. Em sua posição de autoridade, José era como “um pai

para Faraó”. Como essa posição demonstra a providência divina? (v. 8)

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. 8. O que José pediu que seus irmãos fi zessem rapida-

mente? (vv. 9-11)

R:.............................................................................................................................................................................................................................9. Que mensagem enviou José, por intermédio de seus ir-

mãos, a seu pai? (vv. 12,13)

R:.............................................................................................................................................................................................................................10. Qual era a vontade de José para com seus irmãos? Estaria

ele disposto a perdoá-los? Que evidências temos que o perdão estaria garantido? (vv. 14,15)

R:.............................................................................................................................................................................................................................

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Jonas Sommer

A lição anterior terminou com José sendo abençoa-do, junto de seus dois fi lhos. Os sete anos de colheitas fartas estavam em progresso, e as interpretações dos sonhos do Faraó cumpriam-se.

Nada nos é dito sobre a reação dos egípcios median-te a situação. Certamente, muitos questionaram as decisões administrativas de José, e, indubitavelmente, havia céticos ridicularizando seu prognóstico quanto aos anos de sequi-dão, pois o Egito sempre fora conhecido pela pujança agrí-cola, por conta do Rio Nilo e de suas inundações anuais.36

E, então, começaram a vir os sete anos de escassez, conforme a predição de José. A fome estendeu-se à Terra de Canaã e foi severamente sentida na área do país em que Jacó habitava. Ouvindo falar da provisão abundante feita pelo rei do Egito, 10 dos fi lhos de Jacó viajaram naquela di-reção a fi m de comprar trigo.

O reencontro

O capítulo 42 de Gênesis é um dos mais dramáticos de toda a Bíblia, pois José reencontra seus irmãos, depois de 22 anos! Ele fora vendido como escravo aos 17 e, no momen-to do reencontro, contava com 39.

Os versos 6 a 8 relatam que, ao chegarem ao Egito, os irmãos prostraram-se diante da autoridade máxima do lugar. Embora José tenha os reconhecido logo, eles não o identifi caram. E existem algumas razões para isso:

1. Depois de tantos anos, pensavam que o irmão es-tava morto;

Entendendo

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2. Não o estavam procurando, e preocupavam-se apenas em comprar alimentos;

3. José estava com a barba feita, vestido com trajes egípcios e respondia por outro nome;

4. Haviam se passado 22 anos desde que o viram pela última vez (na cisterna);

5. José falava por meio de um intérprete (v.23) e logo deixou clara a suspeita de que fossem espiões.37

A virada de mesa

Aos 17 anos, José tivera sonhos que se cumpriram du-rante esse encontro. Seus irmãos reverenciaram-no por ser a autoridade egípcia da época e, sem perceberem, estavam cumprindo aqueles sonhos. Contudo, ele tratou-os de forma implacável, acusando-os de estarem a mando de um inva-sor. Os homens insistiram em sua honestidade e revelaram--se irmãos, numa tentativa de convencê-lo de que ninguém enviaria tantos espiões de uma só família.38 José, entretanto, fi ngia-se desconfi ado. Por isso, enviou-os à prisão, na qual permaneceram por três dias.

Mesmo tendo libertado os irmãos, manteve Simeão preso. O plano era de que os libertos lhe trouxessem Benja-mim como prova de inocência. E por que razão José fora tão cruel com eles? Desejava vingança? O Pastor Ron Crisp pon-dera a respeito:

* José queria saber um pouco mais a respeito do ca-ráter dos irmãos, antes de se revelar. Será que per-maneciam cruéis e sem amor? Tinham, realmente, assassinado ou vendido Benjamim, seu irmão le-gítimo? Essas questões deveriam ser respondidas, antes que José pudesse defi nir sua atitude.

* As ações de José pretendiam levar à confi ssão, ao arrependimento e ao remorso. Por tais atitudes, os

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irmãos viram que Deus lembrava-lhes a respeito do antigo pecado de vender José como escravo. Os ho-mens com pecados não confessados, muitas vezes, têm suas consciências perturbadas quando enfren-tam, posteriormente, tempos difíceis. É provável que, levado por um impulso profético, José tenha achado sua atitude boa, fazendo os irmãos sofre-rem um pouco com as chicotadas da convicção. 39

Hillel Goldberg salienta, no entanto, que os sonhos ainda não estavam plenamente cumpridos. No primeiro de-les, os irmãos de José permaneciam com ele no campo e, de repente, como feixes, curvaram-se diante dele. No segundo, os 11 também se curvavam. A profecia continuava penden-te, porque só 10 apresentavam-se ali. Por essa razão, José aprisionou-os por três dias; pretendia intimidá-los, certifi -cando-se de que trariam Benjamim. Então, os 11 prostrar-se--iam, e os sonhos proféticos cumprir-se-iam.40

De volta a Canaã

Antes de permitir que seus irmãos partissem, José or-denou que levassem trigo e forragem. Defi niu que o dinheiro de cada um fosse posto, secretamente, na boca do respectivo saco de alimento.

Durante o percurso de volta, um deles abriu o saco de trigo e, obviamente, surpreendeu-se ao ver seu saquitel com o dinheiro. Revelou sua descoberta aos demais; todos fi caram perplexos. “Que é isso que Deus nos fez?” (Gn 42:28). Deve-riam eles considerar isso como um bom sinal da parte do Se-nhor? Ou permitira Ele que tal acontecesse para castigá-los de seus pecados e mergulhá-los ainda mais na afl ição? Os irmãos de José optaram por pensar que Deus vira seus pecados e, naquele momento, estava os castigando.

Jacó estava inquieto por causa da volta dos fi lhos. Quando eles reapareceram, a ansiedade espalhou-se. Os ho-

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mens contaram o ocorrido; e o espanto foi geral. O pai tentou evitar ao máximo ceder à ideia de mandar Benjamim ao Egito; todavia, com a continuidade da seca, o suprimento de trigo estava prestes a acabar. Voltar ao Egito sem ele seria em vão. Os irmãos não se sentiam seguros de convencer o pai e aguar-davam, silenciosamente, sua decisão.

A fome tornava-se mais forte; as pessoas do acampa-mento sentiam-se desesperadas. O ancião percebeu o agra-vamento do caso e, fi nalmente, consentiu a viagem de Ben-jamim com os irmãos. Contudo, ordenou que levassem ao governador egípcio um presente. Quando os fi lhos iam partir, Jacó ergueu as mãos para o Céu e proferiu esta oração: “Que o Deus Todo-poderoso lhes conceda misericórdia diante da-quele homem para que ele permita que o seu outro irmão e Benjamim voltem com vocês. Quanto a mim, se fi car sem fi lhos, sem fi lhos fi carei.” (Gn 43:14, NVI)

José revela-se

O capítulo 43 narra um novo encontro de José com os irmãos e, fi nalmente, seu reencontro com Benjamim. No 44, aborda-se a estratégia usada por ele para reter o caçu-la, submetendo os irmãos a um teste de fi delidade familiar. Assim, quis saber como, passados aqueles anos, reagiriam diante das pressões e das difi culdades da vida.

José estava satisfeito! Ouvindo o nobre oferecimento de Judá, ordenou que todos, exceto seus irmãos, se retiras-sem; então, chorando em voz alta, exclamou: “Eu sou José; vive ainda meu pai?” (Gn. 45:3).

Israel Belo de Azevedo destaca uma quádrupla ideia quanto a tal declaração de José: “Eu sou José, alguém que poderia amar ou odiar, mas que preferiu amar. Eu sou José, alguém livre do passado, mesmo que doloroso. Eu sou José, alguém amado por Deus. Eu sou José, aquele que Deus en-viou para uma missão.”41

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Os irmãos estancaram, totalmente emudecidos pelo temor e pelo espanto. O governador do Egito era o irmão deles, José, a quem invejaram, tentaram matar e, por fi m, venderam como escravo! Tudo que fi zeram de mal passou em suas mentes; e lembraram o desprezo a seus sonhos. Na verdade, agiram, o tempo todo, de forma a impedir o cum-primento daqueles vaticínios. Naquele momento, estavam em seu poder.

Essa reunião familiar não teria acontecido se não fos-se o poder do perdão, pois José havia perdoado seus irmãos antes mesmo deles haverem pedido perdão. O reconheci-mento do perdão divino é a chave para perdoarmos aos ou-tros. Pessoas que não entenderam ou não aceitaram o per-dão divino têm difi culdade em perdoar a seus semelhantes.

Os fi lhos de Jacó voltaram à presença do pai com boas novas: “José ainda vive, e ele também é regente em toda a terra do Egito.” A princípio, o ancião fi cou abismado e não conseguia crer no que ouvira; contudo, quando viu o longo séquito de carros e animais carregados, e a volta de Benjamim, convenceu-se da veracidade da história. Na plenitude de sua alegria, exclamou: “Basta! Ainda vive meu fi lho José. Eu irei e o verei antes que morra.” (Gn. 45:26 e 28)

Todavia, a humilhação aos irmãos não fora comple-tada. Eles confessaram ao pai o engano e a crueldade com que, por anos, amarguraram tanto a vida de José como a deles mesmos. Jacó não suspeitara que seus fi lhos fossem capazes de pecado tão vil, mas entendeu que, ao fi nal, tudo caminhou para o bem e, assim, perdoou e abençoou os fi -lhos erradios.

Uma missão a cumprir

José explana o porquê e como os vários eventos do passado eram usados por Deus. Havia dois propósitos; o pri-meiro era a “conservação da vida” (v. 5, do hebraico michyah, que signifi ca ‘prover sustento’), ou seja, para garantir a con-

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tinuidade da descendência de Abraão. A mudança de Jacó e dos fi lhos para o Egito é o cumprimento de uma profecia feita a Abraão quanto a seu povo ser escravizado, em uma terra distante, por 400 anos (Gn. 15:13); porém, para que a predição se cumprisse, aquela geração precisaria ser salva por um grande livramento. E isso levou 215 anos para come-çar a ocorrer.42

José planeja, assim, estabelecer os israelitas na Terra de Gósen (v.10). A região era localizada a nordeste do delta do Nilo. Embora não fosse uma área muito grande, cerca de 160 hectares, constituía-se em uma das melhores terras da região; excelente para o cultivo de certos grãos e muito boa à criação de gado (na cultura hebraica, pode ser bovino, ca-prino e ovino). Os israelitas viveram ali até o êxodo, 400 anos depois.43

Além disso, o governador cuidaria de todas as suas necessidades, especialmente nos cinco anos seguintes, perí-odo de bastante fome. Isso é o verdadeiro perdão!

Uma palavra fi nal

Diz o profeta Malaquias: “E assentar-se-á como fundi-dor e purifi cador de prata...” (Ml 3:3). Esse versículo intrigou--me por muito tempo, levando-me a elucubrar sobre o que a afi rmação signifi cava em relação ao caráter e à natureza de Deus. Entretanto, alguns dias atrás, recebi a explicação de um colega pastor cujo irmão é ourives.

No refi namento da prata, é preciso que se segure o metal bem no centro da chama, onde o calor é maior e, as-sim, as impurezas são queimadas. Durante o processo, o ar-tesão tem de fi car sentado, o tempo todo, à frente do fogo. É mister permanecer com os olhos fi tos no material, pois, se fi car um minuto a mais no fogo, torna-se imprestável. E o mais interessante é a forma como o artesão sabe que o metal atingiu o ponto certo: quando sua imagem é refl etida na peça!

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José passou pelo fogo da purifi cação, até que a ima-gem de Deus fosse refl etida nele. Isso foi notável a todos que viveram junto dele. As pessoas testemunharam que “Deus era com José.” Assim, ele nos dá um memorável exemplo de como devemos perdoar aos outros. A vida de José estava em harmonia com o que Jesus ensinara, no Sermão do Mon-te (Mt. 6:14).

Alguns, inclusive, sugerem que ele foi o mais próxi-mo tipo de Cristo na Bíblia.44 Ele foi um homem fi el a seus pais, a seus superiores e a Deus. Ele foi fi el na adversidade e na prosperidade. Ele viu Deus transformar suas tragédias em triunfo: 1) Amado pelo pai e invejado pelos irmãos; 2) Vendido por vinte moedas de prata; 3) Desceu ao Egito em tempos de prova; 4) Perseguido injustamente; 5) Abandona-do pelo amigo; 6) Exaltado depois da afl ição; 7) Salvador de seu povo.45

Se você está sentindo o calor do fogo, no momento em que estuda essa lição, lembre que os olhos de Deus es-tão sobre você; Ele cuidará de você até que veja Sua ima-gem refl etida em você.

Notas

36 NICKELSON, Ronald L. Standart lesson commentary. Cincinnati: Standart Publishing, 2011, p. 170.

37 SOUZA, Itamir Neves; MCGEE, John Vernon. Através da Bíblia: Gênesis. São Paulo: RTM, 2007, p. 338.

38 CRISP, Ron, op. cit., p. 112.39 Ibidem.40 GOLDBERG, Hillel. Joseph’s dreams, Karl’s dreams: Proactive prophecy

versus revolution and the totalitarian vocation. Disponível em:<http://www.jewishworldreview.com/121097/goldberg1.html>. Acesso em: 11 abr. 2012.

41 AZEVEDO, Israel Belo de. A vitória do equilíbrio. Disponível em: <www.pra-zerdapalavra.com.br>. Acesso em: 11 abr. 2012.

42 NICKELSON, Ronald L. op. cit., p. 172.43 COOK, David C. Bible lesson commentary. Colorado Springs: David C. Cook,

2011, p. 164.44 SOUZA, Itamir Neves, op. cit., p. 316.45 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 108-109.

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Domingo – Gênesis 46:1-7

Jacó havia sofrido muito com a suposta morte de José e, de repente, ele descobre que José está vivo e é convidado a morar no Egito. Imagino como não fi cou o coração daquele pai ao receber essa noticia. Ele creu e foi para o Egito. E, no caminho, Deus confi rmou para ele que José realmente estava vivo. O interessante é notar que Deus também confi rmou a Jacó o que havia prometido a Abraão (cf. Gn 15:13-14), lembrando-o de que o povo iria para o Egito, mas retornaria de lá. O nosso Deus é mara-vilhoso, pois como está escrito nas Escrituras, Ele não faz nada sem antes revelar a nós, os seus servos (Am 3:7).

Segunda-feira – Gênesis 46:28 – 47:6

Primeiro, Deus levou José ao Egito, para preparar a vinda de sua família para aquela terra. José teve a opor-tunidade de aprender a língua e a cultura daquela nação.

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 08 * Leitura Bíblica: 1ª Carta de Paulo aos Tessalonicenses * Verso Chave: “Finalmente, irmãos, vos rogamos e

exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebes-tes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais. (1Ts 4:1)

* Propósito especial de oração: Ore durante essa se-mana, fervorosamente, por seu pastor e por todos os pastores, para que Deus derrame sobre cada um redo-brada unção, a fi m da mensagem ser bem aceita.

Daisy Moitinho

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Assim, quando seu pai e seus irmãos foram para lá, ele soube como instalá-los da melhor maneira possível. Deus preparou tudo para o Seu povo no Egito. E assim Ele faz conosco. Muitas vezes não entendemos o porquê de tan-tas lutas e sofrimento, mas Deus tem um propósito mara-vilhoso no fi nal. Ele apenas está nos treinando, para que possamos administrar da melhor forma a bênção que Ele nos prometeu.

Terça-feira – Gênesis 48:8-16

O desejo de Jacó era encontrar seu fi lho José no-vamente, mas Deus lhe fez mais do que isso, lhe deu a oportunidade de conhecer José e sua família. E assim Jacó pôde abençoar a descendência de José. A bênção de Jacó era que em Manassés e Efraim seriam chamados os no-mes de Abraão e Isaque. E isso se concretizou, pois entre as doze tribos de Israel encontra-se a tribo de Manassés e Efraim. Deus, além de cumprir suas promessas, também nos faz essas surpresas, Ele sempre faz muito mais do que pedimos ou pensamos. Ele realizou o desejo do coração tanto de Jacó de reencontrar seu fi lho e também o de José de encontrar novamente seu pai e seus irmãos e po-der apresentá-los à sua família.

Quarta-feira – Gênesis 49:22-26

Há um ditado popular que diz: “praga de pai e mãe pega”. Embora seja uma crença popular, a verdade é que, depois de Deus, a maior autoridade que temos nesta ter-ra são os nossos pais. Por isso, muitas vezes encontramos nas Escrituras a recomendação de honrarmos pai e mãe.

Observando as bênçãos que Jacó impetrou sobre seus fi lhos, podemos ver que nem todas eram boas, mas a bên-

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ção de Jacó para José era excelente. José, mesmo estando em uma terra estrangeira, com outros costumes e sofrendo muitas injustiças, nunca deixou os ensinamentos de seu pai. Isso nos ensina que se honrarmos nossos pais, como Deus nos orienta, só temos a ganhar. Mesmo que, a princípio, a situação não pareça tão boa assim, o fi nal será excelente.

Quinta-feira – Gênesis 49:29 – 50:6

No fi lme “O Gladiador”, o último desejo do imperador Marcus Aurelius era de que Commodus não se tornasse o im-perador de Roma, pois ele conhecia o coração de seu fi lho. Como é triste para um pai não poder confi ar em seu próprio fi lho. No caso de Jacó, ele sabia que podia confi ar em José para cumprir seu último pedido, que era o de ser enterrado junto com seus pais e avós. O nosso Pai celestial também co-loca diante de nós os Seus desejos, e como seria bom que nós pudéssemos ser confi áveis, assim como José foi, pois tudo que Ele tem pedido para nós é para o nosso bem.

Sexta-feira – Gênesis 50:7-14

A última tarefa de José era enterrar seu pai na cova de Macpela, onde Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia esta-vam sepultados. Raquel foi sepultada em Padã e ela era a mãe de José. Como Jacó já estava morto, ele poderia tê-lo enterrado na cova de sua mãe, mas preferiu ser obe-diente. Eu aprendi com Norm Anderson que integridade signifi ca “fi rme lealdade a um código moral ou ético, e também a condição de ser sadio e completo”. José era um homem íntegro, pois mesmo fora do seu lar, por tantos anos sendo escravo, ele nunca deixou de ser obediente a Deus e aos ensinamentos de seu pai. Dwight L. Moody disse que “caráter é aquilo que você é no escuro”. Que nós

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possamos aprender com José a sermos fi lhos de Deus, obedientes, íntegros e de caráter.

Sábado – Gênesis 50:15-26

No fi lme “O Capitão Corelli”, que se passa na ilha grega de Cefalônia, durante a II Guerra Mundial, o Dr. Ian-nis faz a seguinte citação: “Se há uma ferida devemos ten-tar curá-la, se há alguém cuja dor podemos fazer passar, devemos tentar até conseguir”. Uma mágoa é uma ferida que precisa ser curada, e o único remédio é o perdão.

José e seus irmãos estavam feridos e José sabia que, para que a restauração de sua família acontecesse, alguém precisava tomar a iniciativa de curar a ferida. É muito difícil estar ferido e ainda assim tentar curar a ferida de outra pessoa. Mas o benefi cio do perdão é algo inex-plicável, pois ele cura tanto ao que o pede quanto ao que o concede e José sabia disso. Que nós possamos seguir o exemplo de José e tomar a iniciativa de curar as feridas e mágoas que ocorrem dentro de nossas famílias, para que os nossos lares sejam sadios e assim se tornem o melhor lugar do mundo nesta terra.

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Questões para Estudo do Texto

Mesmo que algumas pessoas cometam atos de infi de-lidade, eles podem ser superados por outros atos de fi delida-de. Quem pode perdoar os atos de infi delidade? Porque era fi el a Deus, José foi capaz de perdoar a traição de seus irmãos, ocorrida há tantos anos.

Núcleo da Lição

“É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra

mim, mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que

hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.”

(Gn 50:20, NTLH)

Estudo da Semana: Gênesis 50:15-26

Verso Áureo

25 de agosto de 20120808

1. Por que você acha que os irmãos de José estavam teme-rosos de alguma retaliação? (v. 15)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Que história eles inventaram? Por que você acha que José

chorou ao ouvir aquela história? (vv. 16,17)

R:............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O Deus que Trans-O Deus que Trans-forma o Mal em Bemforma o Mal em Bem

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3. O que os irmãos de José lhe ofereceram quando se pros-traram diante dele? Como José respondeu aos seus ir-mãos? (vv. 18,19)

R:............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................4. Como José visualizou as difi culdades de sua vida? (v. 20)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................5. Além de não punir seus irmãos, o que mais José prome-

teu-lhes? (v. 21)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................6. Quanto tempo José viveu? O que signifi ca a expressão

“tomou sobre seus joelhos”? (vv. 22,23)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................7. Como José sabia que Deus visitaria e libertaria Israel? (v.

24)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................8. Que promessa José requisitou que seus familiares fi zes-

sem quando ele morresse? (vs. 25, 26)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Jonas SommerApós José revelar-se aos seus irmãos (Gn 45), ele pro-

videnciou carros e cavalos para que eles fossem buscar suas famílias e seu velho pai. Jacó deveria estar muito afl ito e pre-ocupado durante os dias em que seus 11 fi lhos estavam dis-tantes, pensando especialmente em Benjamim. Ele deve ter fi cado maravilhado quando os 11 bateram à sua porta sãos e salvos, e ainda mais, trazendo as boas novas atinentes a José.

José preparou a terra de Gósen para seus irmãos. A família de Jacó passou dezessete anos de paz na terra do Egi-to. Engraçado que, quando eles estavam na terra prometida, não tiveram tanto tempo de remanso como o que estavam vivendo na terra do Egito. A família de 70 pessoas começou a crescer e eles passaram a viver como os egípcios: negociando propriedades, construindo suas vidas e crescendo tanto em número quanto em riqueza.

Quem havia preparado tudo aquilo fora Deus por in-termédio da vida de José. Deus separou José para no fi m sal-var toda a sua família da fome. Embora eles estivessem fora da terra prometida, ainda estavam dentro dos projetos de Deus.

Enquanto existe vida, há sempre uma perspectiva em Deus de desfrutarmos de suas bênçãos. Porém, a morte sem-pre bate à nossa porta. Não importa se ricos ou pobres, todos enfrentaremos o fenecimento. A decedura é algo totalmente estranho a todos nós. Ela é repulsiva, vai contra o propósito de Deus, que está na vida. Deus não é Deus dos mortos, disse Jesus.

Para Jacó chegou esse tempo. Para José também... Para você chegará esse dia. Qual é a sua esperança?

Entendendo

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A Morte de Jacó

Quando Jacó terminou seu discurso de bênção, cen-suras e maldições (Gn 49), falou a seus fi lhos sobre a sua mor-te iminente. Em suas instruções fi nais, orientou seus fi lhos a levarem o seu corpo a Canaã para o funeral. “Sepultai-me com meus pais, na caverna”, ele disse, “que está no campo de Efrom” (v. 29). O patriarca lembrou-lhes de que o sepulcro da família já continha os restos mortais de Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia. Raquel fora sepultada em uma sepultura abeira-da a Belém (Gn 35: 19, 20). Logo que Jacó terminou de dar suas instruções, recolheu os pés na cama e, sem luta, expirou (no hebraico, ruah: deixar de respirar, deixar o fôlego de vida)46.

José revelou o forte afeto que tinha por seu pai na pro-longada demonstração emocional. Os outros fi lhos, também, provavelmente deram vazão ao seu amor. Para se certifi ca-rem de que o corpo de Jacó seria preservado de decompo-sição na longa viagem ao Hebrom, José chamou os seus ser-vos, os médicos egípcios, para embalsamá-lo, e os médicos embalsamaram a Israel (v. 2). Os egípcios eram cuidadosos na preservação do corpo de uma pessoa morta. As múmias egípcias preservadas durante séculos dão silencioso testemu-nho da notável efi ciência desses embalsamadores. A palavra usada nesta passagem para embalsamar é ‘reiphei’ e signifi ca “remendar” por meio da cirurgia ou remédios. O Egito tinha muitos médicos, e é possível que eles realizassem a maior parte do embalsamamento. De qualquer forma, o corpo de Jacó foi mumifi cado para a viagem, e deve ter sido bem pre-servado para o dia do sepultamento. Os egípcios o choraram setenta dias (v. 3). Talvez quarenta dias fossem necessários para o embalsamamento47. Os dias adicionais foram necessá-rios para completar o período do luto, de modo que se pas-saram fi nalmente setenta dias antes que a viagem a Canaã começasse. A nação egípcia, devido ao seu respeito por José, participou do luto.

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Jacó tinha uma viva esperança na promessa de Deus! Ele cria que Deus o faria voltar ao lugar que prometera aos seus antepassados e a ele mesmo. Antes de ele ir ao Egito, Deus lhe apareceu e lhe disse: “Não tenha medo de descer ao Egito, porque lá farei de você uma grande nação. Eu mesmo descerei ao Egito com você e certamente o trarei de volta. E a mão de José fechará os teus olhos” (Gn 46:3,4). Jacó cria na promessa de Deus! O que Deus estava lhe dizendo era: “Jacó, você não pertence àquele lugar... vou lhe trazer de volta para o lugar que você deve estar... para a terra prometida. Eu vou com você ao Egito e eu o trarei de volta à Canaã”48.

O Deus que Transforma

Após o sepultamento de Jacó, imediatamente o medo tomou conta de seus fi lhos mais velhos. Achavam que agora José poderia se voltar contra eles para executar uma vingan-ça completa pelo crime de o terem vendido como escravo. Swindoll escreve que eles ainda lutavam com os pecados do passado (que José já havia perdoado), porque ainda não ha-viam conseguido se apropriar da graça, ainda não se sentiam perdoados.49 Por outro lado, José era guiado pela graça, per-doava pela graça, esqueceu pela graça, amou pela graça e, por causa da graça, quando seus irmãos temeram, ele pôde dizer: “Fiquem calmos, Deus planejou tudo para o bem!”50.

Por conta disso, vieram ter com seu irmão José. Alguns comentaristas advogam, baseados no verso 16, “então man-daram dizer a José...”, que o temor era tanto que eles enviaram um emissário, provavelmente Benjamim, para falar com José. Somente após saberem da reação dele os demais compare-ceram e se prostraram diante dele (v. 18)51. José, com todo o amor, lembrou-lhes de que a mão de Deus estivera em tudo o que acontecera, e que o Senhor operara naquele sentido para o bem de todos. Asseverou-lhes seu continuado amor e comprometeu-se a cuidar de suas necessidades durante o restante dos anos da fome.

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José tinha todos os motivos para se vingar dos seus irmãos que tentaram contra a vida dele. Por causa da atitude deles, ele sofreu como escravo e como prisioneiro no Egito e ainda foi privado do convívio com a sua família, com os seus pais. José, no entanto, escolheu perdoar. Ao invés de olhar para o que seus irmãos haviam feito, ele escolheu olhar para o que Deus estava fazendo por ele e por meio dele. Em lugar de olhar para mazelas da vida, ele escolheu olhar para o Deus que transforma o mal em bem, a maldição em bênção. O que

você tem escolhido?

Nosso Deus ainda continua transformando vales em mananciais, desertos em pomares, noites escuras em manhãs cheias de luz, vidas esmagadas pelo sofrimento em troféus de Sua generosa graça52.

A Intervenção de Deus por Nós

De acordo com Hernandes Dias Lopes,53 podemos ve-rifi car a ação de Deus na vida de José de quatro formas:1. Deus o livrou nas suas afl ições. Vida cristã não é ausência

de afl ição, mas livramento nas afl ições. Depois da tem-pestade, vem a bonança. Depois do choro, vem a alegria. Depois do vale, vem o monte. Depois do deserto, vem a terra prometida. Assim como Deus livrou José de todas as suas afl ições, Ele é poderoso para enxugar suas lágrimas, para aliviar seu fardo, para acalmar as tempestades de seu coração, para trazer bonança para sua vida e lhe dar um tempo de refrigério.

2. Deus lhe deu graça e sabedoria. Para entender o que nin-guém entendia. Para ver o que ninguém via. Para discer-nir o que ninguém compreendia. Para trazer soluções a problemas que ninguém previa. O futuro do Egito e do mundo foi revelado a José por meio do sonho do faraó. Em José, havia o Espírito de Deus.

3. Deus o galardoou e fez dele um instrumento de bênção para os outros. Deus usou seus irmãos para colocá-lo no

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caminho da providência e usou José para salvar a vida de seus irmãos. Todas as coisas cooperam para bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28).

4. Seu pai, Jacó, profetizou uma bênção sobre ele confi r-mando-lhe a bênção de Deus (Gn 49:22). Jacó sintetizou a bênção de Deus sobre José, dizendo: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto a uma fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro”. José tornou-se frutífero. Sua vida foi uma bênção. Ele fez diferença em seu tempo. Ele marcou a História. Muitos reis e potentados têm seus no-mes cobertos pela poeira do esquecimento, mas o nome de José é celebrado ainda hoje. Ele foi frutífero, porque foi um ramo junto à fonte. O segredo de seu sucesso foi sua intimidade com Deus. Foi Deus Quem o fez prospe-rar. Foi a mão da providência divina que o conduziu em triunfo. José foi ramo que se estendeu sobre os muros. Ele esparramou as infl uências abençoadoras de sua vida para outros povos. Ele infl uenciou os que estavam por perto e os que estavam longe. Foi bênção em casa e fora de casa.

Os infortúnios humanos não frustram os planos divi-nos. Portanto, devemos aprender as seguintes lições:* Estejamos preparados para mudanças circunstanciais na

vida.* Não transijamos com os valores absolutos, mesmo quan-

do as provas forem terrivelmente opressoras.* Confi emos em Deus quando as coisas estiverem em seu

pior estágio, esperemos e confi emos. A tempestade pas-sará. O sol voltará a brilhar.

* Saiba que Deus tem grandes propósitos para a nossa vida e por intermédio de nossa vida. Deus ainda está escreven-do a sua história e a minha, e o último capítulo ainda não lhe foi revelado. Coisas melhores estão por vir. O melhor está por vir!54

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A Morte de José

Se há alguém que viveu uma vida plena, esse alguém foi José! Ele aproveitou bem a vida que Deus o concedeu. Desde a mais terrível tribulação, até os seus momentos de glória... Desde a mais profunda tristeza e decepção, até a mais intensa alegria. Mas a morte chegou. Antes de morrer, José juntou os seus irmãos e lhes disse: “Deus levará de volta à ter-ra prometida a todos nós”. (Gn 50:24). José não tinha dúvidas de que aquele não era o lugar onde Deus queria que eles esti-vessem por muito tempo. Em o Novo Testamento, o autor de Hebreus fala de José assim: “Pela fé, José no fi m de sua vida fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos” (Hb 11:22). José também cria na promessa de Deus. Da mesma forma que Jacó, ele cria que o Egito não era o lugar deles. O Egito era apenas um lugar transitório, de passagem. Ele confi ava que a promessa feita a seu pai Jacó, a seu avô Isaque e a seu bisavô Abraão era real e verdadeira!

Depois de viver uma longa e frutífera vida, de ver e brincar com seus netos e bisnetos “morreu José com a idade de cento e dez anos. E, depois de embalsamado, foi colocado num sarcófago no Egito” (v. 26). Seu corpo foi mumifi cado e colocado em um ataúde (eiron) à espera da longa jornada de quarenta anos para Siquém. Por ocasião do Êxodo, o caixão com a múmia foi mantido no acampamento como lembrete da mão de Deus que tudo controla e opera a vontade divina em todas as lutas da vida (Ex. 13:19).

É mister que nós também enfrentemos a morte com segurança, a salvo do “abismo negro do inferno”. Sem Cris-to, quando o ocaso chegar, não haverá nada senão o inferno e seus horrores. Em Cristo Jesus, nosso Salvador, não haverá nada senão a eternidade com Deus e todas as suas alegrias. Com Deus é tudo “preto no branco”, não há meio termo. Quando aceitamos a morte do Salvador em nosso lugar, nos-

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so crepúsculo e meia-noite se transformam em manhã jubilo-sa e eterna55 .

Um Chamado a Todos os Cristãos

José foi um homem tão incomum, que sua preparação, por Deus, para a liderança, pode ajudar pessoas que aspiram a qualquer ministério que infl uencie outras pessoas. A seguir, veremos algumas de suas grandes qualidades, necessárias a líderes bem sucedidos.

Destaca-se um senso de vocação indestrutível. Desde sua infância, José acalentou um senso de destino. A atenção especial do seu pai, intensifi cada pelos sonhos que José en-tendera serem dados por Deus, lançou os alicerces da res-ponsabilidade e da maturidade. A vocação, para um cristão, é algo sério, porque ele sabe que a vida não é sem propósito. Ele sabe, como José sabia, que Deus marcou a sua vida com um valor distinto. O “chamado” bíblico não concede mera-mente a uma pessoa o direito de regozijar-se na liberdade de escolha e no auto-desenvolvimento, mas obriga-a a benefi -ciar outras pessoas. Através do curso da sua vida, José nunca perdeu aquela certeza. Ele pôde confi antemente falar a seus irmãos bajuladores, que temiam por suas vidas após a mor-te de Jacó: “Não tenham medo! Por acaso estou no lugar de Deus? É bem verdade que vocês planejaram o mal para mim. Mas Deus transformou o mal em bem, para fazer aquilo que agora vocês estão vendo. Porque por este meio Deus está sal-vando a vida de muita gente” (Gn 50:19-20, BV). Um profundo senso do chamado de Deus para servir outros deve marcar a vida dos cristãos.

O Personagem Principal

Chegamos ao fi nal de nosso estudo sobre a vida de José e eu espero que você tenha percebido quem é o perso-

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nagem principal dos capítulos 37-50 de Gênesis. Uma leitura desatenta pode dar a entender que seria o próprio José; en-tretanto, o autor bíblico não cansa de mostrar que Deus é o personagem principal56. Foi Deus que deu sonhos a José (cap. 37); Deus o fez prosperar na casa de Potifar (cap. 39); Deus fez com que ele achasse mercê diante do carcereiro (cap 39); Deus deu-lhe a interpretação dos sonhos do copeiro e do padeiro do Faraó (cap. 40); Deus revelou-lhe a interpretação dos sonhos do Faraó (cap 41); o próprio Faraó reconheceu que Deus estava com José (cap. 41); Deus lhe deu dois fi lhos (cap. 41); Deus o enviou à frente de seus irmãos para preservar a vida de toda a sua família (cap. 45); Deus transformou o mal em bênção (cap 50).

E na sua vida, quem é o personagem principal? Quem está escrevendo a sua história?

Notas

46 PFEIFFER C.F.; HARRISON, E.F., Comentário Bíblico Moody: Genêsis a Deute-ronômio. Rio de Janeiro: IBR. 1962, p 114.

47 Ibidem, p 115.

48 WON, Paulo Sung Ho. Série Gênesis – Passos tortos pelo Caminho reto – Mensagem 45. Disponível em <http://www.sunghojd.blogspot.com>. Acesso em 16 abr. 2012.

49 SWINDOLL, Charles, op. cit., p. 258.

50 Ibidem, p. 262.

51 LIOOY, David. David C. Cook Bible Lesson Commentary. Colorado Springs: David C. Cook, 2011, p. 172.

52 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 108.

53 Ibidem, p. 114-17.

54 Ibidem, p. 119.

55 SWINDOLL, Charles, op. cit., p. 265.

56 GUSSO, Antonio Renato, op. cit., p. 35

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Domingo – Romanos 3:21-26

Quando um culpado é perdoado não tem de sofrer nenhum castigo. Caso se trate de um perdão humano, passa--se por cima da falta e ninguém tem de responder por ela. Se o perdão é divino, a falta é expiada, pois Cristo suportou o castigo que ela merecia (Is 53:5). Em certo sentido, o perdão é o lado negativo: o pecado é esquecido e não há castigo para o culpado. Ser justifi cado é o lado positivo: o acusado é decla-rado justo e não carrega a culpa. Como isso é possível? Deus colocou Cristo como “propiciação” para nossos pecados. As-sim, “... a pessoa que não põe a sua esperança nas coisas que faz, mas simplesmente crê em Deus, é a fé dessa pessoa que faz com que ela seja aceita por Deus, o Deus que trata o cul-pado como se ele fosse inocente” (Rm 4:5, NTLH).

Segunda-feira – Romanos 4:23-25

A história de Abraão e de sua justifi cação foi escrita para servir de ensino aos homens de todas as épocas poste-riores, especialmente aos que, então, conheceriam o evange-lho do Senhor Jesus. É claro que não somos justifi cados pelo

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 09 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo a Filemom* Verso Chave: “Peço a Deus que a fé que une você a

nós faça com que compreendamos mais profunda-mente todas as bênçãos que temos recebido na nossa vida, por estarmos unidos com Cristo.”(Fm 1:16, NTLH)Propósito especial de oração: Para que os batistas do sétimo dia sejam mais unidos em prol da abertura de novos campos missionários.

Daniel Miranda Gomes

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mérito de nossas próprias obras, senão pela fé em Jesus Cristo e em sua justiça; sendo esta a verdade enfatizada neste capí-tulo e no anterior. Cristo operou com mérito nossa justifi cação e salvação por sua morte e paixão, mas o poder e a perfeição desses atos, a respeito de nós, dependem de sua ressurreição. Por sua morte pagou toda a nossa dívida, e em sua ressurrei-ção recebeu nossa absolvição (Is 53:8). Quando Ele foi absolvi-do, nós nEle e junto com Ele recebemos o descargo da culpa e do castigo de todos os nossos pecados.

Terça-feira – Romanos 5:1-11

Como uma pessoa atormentada pela culpa do seu pecado pode obter paz com seu Criador? De acordo com a Escritura só há um remédio: justifi cação pela fé em Cristo Je-sus. Se você está tentando encontrar a paz de outra maneira, esqueça: o caminho é Jesus. Nada de sacrifícios, nada de peni-tências, nem de fazer boas obras para essa conquista. Apenas crer. Essa é a graça de Deus para nós. Justifi cação é o pronun-ciamento favorável de um juiz, declarando que o acusado é justo e inocente! É isso que Deus fez por nós por meio da vida de Jesus Cristo: livrou-nos de toda punição e de toda culpa.

Quarta-feira – Romanos 6:12-26

É inútil professar uma boa doutrina evangélica a me-nos que venha acompanhada de uma vida santa. Nenhum cristão bem instruído negará que a fé em Cristo é o princípio de toda santidade. Enquanto não creiamos Nele, não temos nenhuma santidade absolutamente. De acordo com a Escri-tura, há uma diferença entre como a fé nos justifi ca e como ela nos santifi ca. A fé que justifi ca é uma graça que simples-mente confi a, repousa, e se apoia em Cristo (Rm 4:5). Todos os que simplesmente creem são justifi cados. A fé santifi cadora é uma graça que, como a mola de um relógio, move o crente

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até a santidade. Porém, a Escritura também nos ensina que o fi el necessita aplicar um esforço nessa matéria, junto com sua fé. O mesmo apóstolo que escreveu: “a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus” (Gl 2:20) também escreveu: “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão” (1Co 9:27).

Quinta – Romanos 7:7-25

Vão é procurar a justifi cação pelas obras da lei. Todos devem declarar-se culpados. A culpa ante Deus é palavra te-mível, mas nenhum homem pode ser justifi cado por uma lei que o condena por transgredi-la. A corrupção de nossa natureza sempre impedirá toda justifi cação por nossas pró-prias obras. Então, qual é o papel da lei? Ora, não há forma de chegar ao conhecimento do pecado, que é necessário para o arrependimento e, portanto, para a paz e o perdão, senão tratando nosso coração e vida com a lei. Quanto mais puro e santo seja o coração, será mais sensível ao pecado que per-manece nele. O crente vê mais da beleza da santidade e da excelência da lei. Seus desejos fervorosos de obedecer au-mentam à medida que cresce na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.

Sexta-feira – Romanos 8:1-4

Condenação é algo triste. Ela nos faz lembrar de uma sala de julgamento onde se relatam acusações e se faz a defe-sa. Todavia, o capítulo oito de Romanos nos fala da seguran-ça eterna que temos em Cristo. Ele começa com “nenhuma condenação” e termina com “nenhuma separação”. Não há condenação em Cristo nem separação de Cristo; portanto, o crente é salvo e seguro para todo o sempre. Observe que Pau-lo fala com certeza matemática: se Jesus foi condenado em meu lugar, não pode haver condenação para mim. Se Jesus

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recebeu o castigo por meus pecados em Seu próprio corpo, então é certo que não terei que recebê-lo outra vez no meu.

Sábado – Romanos 4:1-22

Em uma noite estrelada, Abraão, por convite divino, saiu de sua tenda, e Deus lhe disse: “Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente”. Abraão não tinha fi lhos e humanamente falan-do não havia nenhuma chance de tê-los. Mas, mesmo assim, “creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15:5-6). Abraão acreditou no testemunho de Deus e esperou o cumprimento de Sua promessa, com uma fi rme esperan-ça quando o caso parecia sem esperanças. É fraqueza da fé o que faz com que o homem se canse pelas difi culdades do caminho rumo à promessa. Abraão não a considerou como tema que admitisse discussão nem debate. A incredulidade está no fundo de todas nossas dúvidas acerca das promessas de Deus. O poder da fé se demonstra em sua vitória sobre os temores. Deus honra a fé e a grande fé honra a Deus.

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Questões para Estudo do Texto

As pessoas de bom caráter procuram ser o mais justas possíveis em suas relações. É possível alguém, por seus pró-prios méritos ser declarado justo diante de Deus? A justifi ca-ção é o ato de Deus pelo qual declara o pecador que crê como sendo justo em Cristo com base na obra consumada de Cristo na cruz.

Núcleo da Lição

“ Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe

foi imputado para justiça.” (Rm 4:3)

Estudo da Semana: Romanos 4:1-25

Verso Áureo

01 de setembro de 20120909

1. Por que Paulo usa um “estudo de caso” para mostrar a justifi cação pela fé? Por que os exemplos escolhidos por ele (Abraão e Davi) poderiam persuadir os judeus?

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. O que Paulo nos ensina sobre a justifi cação pela fé em

Abraão? (vv. 1-5)

R:.............................................................................................................................................................................................................................

Abraão - Um Homem Abraão - Um Homem Justificado pela FéJustificado pela Fé

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................................................................................................................3. Qual o signifi cado da declaração “isso lhe foi imputado

por justiça”? (v. 3)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................4. Como o ensinamento de Paulo sobre a justifi cação pela

fé pôde ser confi rmado nas Escrituras? (vv. 6-8)

R:............................................................................................................................................................................................................................5. Quando Abraão foi justifi cado pela sua fé? O que isso nos

ensina sobre o tipo de fé que os justifi cados possuem? (v. 10)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................6. Quem deve ser justifi cado? Como sabemos que a justifi -

cação não é apenas para os judeus (v. 9-12)?

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................7. Em que momento da vida de Abraão, o apóstolo Paulo

alude para ilustrar o que signifi ca ser “justifi cado pela graça mediante a fé”? (vv. 13-21)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................8. Que declarações específi cas ilustram a fé de Abraão?

Qual foi o resultado de tudo isso (v. 22)?

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Jonas Sommer

Durante nossa jornada cristã aprendemos que “graça”, por defi nição, é algo que não podemos ganhar, não merece-mos, não é considerada mérito e que é a nossa única esperan-ça de salvação. Algo muito importante é que a razão de nossa confi ança é a graça de Deus.

A graça divina é um dos termos mais preciosos e signi-fi cativos da Bíblia. Ela fala da misericórdia de Deus para com os miseráveis, de Seu perdão para os culpados, de Seu favor para os perdidos, de Seu amor livre e sem limites para os po-bres pecadores.

Há uma expressão caída em desuso hodiernamente. Tempos atrás, em certos lugares, para se indagar o nome de alguém, perguntava-se: “Qual a sua graça?”. Certa ocasião, ouvi um pastor responder “minha graça é Cristo”. E é exata-mente isso! O nosso Senhor Jesus, o dom inefável de Deus, é o depositário da graça. O nosso mediador perfeito é a Cabeça e a Fonte de toda a graça aos seus santos.

A justiça de Deus ilustrada em Abraão

O capítulo 4 de Romanos é uma continuação da ar-gumentação paulina sobre a justifi cação pela fé, iniciada nos capítulos anteriores. Nesse capítulo, Paulo vai responder à sua diatribe57 do fi nal do capítulo 3.

Segundo John Stott, há pelo menos duas boas razões para estudarmos essa passagem da Escritura: 1) Paulo des-linda ainda mais o signifi cado da justifi cação pela fé. Usando dois personagens memoráveis do Antigo Testamento (Abraão e Davi), ele discorre sobre a signifi cância das palavras “justifi -

Entendendo

V i v e n d o&

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cação” em termos de concessão de justiça ao injusto e “fé” concernente à confi ança no Deus da criação e da ressurreição; 2) Ele quer que os cristãos judeus entendam que a justifi cação pela fé, por ele propagada, não é nenhuma novidade, pois encontra-se no Antigo Testamento. Ademais, deseja que os cristãos gentios apreciem a rica herança espiritual que obtive-ram mediante a fé em Jesus Cristo.58

Vejamos, então, as quatro afi rmações que o apóstolo Paulo faz acerca da justifi cação de Abraão, levando-se em conta que as três primeiras são respostas à discussão do fi nal do capítulo 3.

Abraão não foi justifi cado pelas obras

A primeira razão para o apóstolo rejeitar veemente-mente que Abraão tenha sido justifi cado pelas obras é pelo fato de que, se assim o fosse, o patriarca teria uma razão para gloriar-se (vv. 1,2). Paulo descarta qualquer possibilidade dos seres humanos se gloriarem diante de Deus. A inferência é que uma pessoa até pode se gloriar em suas obras, mas jamais diante de Deus. O resultado quase universal de se confi ar em seus próprios esforços para a justifi cação é que ele gloria a si mesmo e rouba a glória devida a Deus.

A salvação sempre foi um assunto exclusivamente de Deus. A razão pela qual ninguém pode ser justifi cado pelas obras humanas é que elas sempre são pecaminosas e com defeito, e por isso aquele que confi a em suas próprias obras está debaixo da maldição (Gl 3:10). Ninguém (exceto Cristo) jamais chegou perto de cumprir todas as demandas tão ele-vadas da lei. Os homens podem se justifi car perante os ho-mens pelas suas obras (cf. Tg 2:14-26), mas isso é totalmente diferente de se gloriar perante Deus, que é o assunto com o qual Paulo está lidando.

A segunda razão pela qual Paulo nega que Abraão te-nha sido justifi cado pelas obras é a própria Escritura (v. 3). A

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Bíblia deve ser sempre a palavra fi nal em qualquer questão de fé e vida cristã, e o pronunciamento da Escritura deve ser sufi ciente para resolver todas as questões envolvidas. Infeliz-mente, muitas vezes o homem não está disposto a ter suas dúvidas resolvidas nesta base, e muitos olham para a razão (a sua própria em geral), ou para alguma vantagem pessoal e outras bases egoístas, para determinar se algo é certo ou errado. Todavia, se alguém se rebela contra a Santa Palavra de Deus, o faz para sua própria condenação. Em resposta ao que diz a Escritura, Paulo afi rma que “Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado por justiça” (Gn 15:6).

Nos versos 4 e 5, o apóstolo Paulo passa a trabalhar com o signifi cado do termo “creditar” (do grego logizomai). Esse termo será repetido cinco vezes nos próximos seis ver-sos, aparecendo onze vezes neste capítulo e 41 vezes em todo o Novo Testamento (sendo 35 vezes nos escritos pauli-nos).59 O seu signifi cado é “creditar” ou “computar”; e, quan-do empregado em um contexto fi nanceiro, tem o sentido de “colocar alguma coisa na conta de alguém” (cf. Fm 1:18). No entendimento de Paulo, existem duas formas de creditarem dinheiro em nossa conta: como salário, que ganhamos por havermos merecido, ou como presente, que é de graça, ou seja, ganhamos ser ter trabalhado. As duas formas são incom-patíveis entre si.

John Stott, em seu comentário, afi rma que:

Se há algo que está claro na antítese empregada nes-tes versos é que o “creditar a fé como justiça” é um dádiva gratuita, sem merecimentos, e não um salário pelo qual se trabalhou, e que ela é dada, não a quem trabalha, mas a quem confi a – ou melhor, para aque-les que confi am em Deus que, longe de justifi car as pessoas por serem piedosas, na verdade justifi ca-as apesar de ímpias.60

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Em algumas versões, logizomai é vertido não como “creditar”, mas como “imputar”. A ideia de “creditar” é fi nan-ceira, enquanto a da imputação é forense. Charles Hodge de-fi ne desta forma: “Imputar justiça é lançar justiça na conta de alguém, e daí tratá-lo de conformidade com isso”61. Abraão não era naturalmente justo, nem tampouco sua fé mereceu ou produziu justiça. Mas, quando ele creu na promessa de Deus, seu ato de fé foi colocado em sua conta como justiça, “não foi um ato de recompensa do mérito, mas uma decisão livre e imerecida da graça de Deus”62.

Abraão não foi justifi cado pela circuncisão

A primeira questão no tocante à justifi cação de Abraão foi concernente às obras. A segunda é se a bem-aventurança da justifi cação é destinada apenas aos da circuncisão (judeus) ou também aos incircuncisos (gentios). Tal pergunta remete--nos à outra: Abraão foi justifi cado antes ou depois da circun-cisão? A resposta do apóstolo Paulo à sua própria indagação é simples e direta: “Foi antes e não depois!” (v.10, NTLH). Os dois eventos estão separados por pelo menos 14 anos.63

Aqui está um grande dilema para os judeus: Abraão foi declarado justo antes de haver sido circuncidado (vv. 11-13). Ora, “se a justiça foi imputada ao patriarca Abraão antes da circuncisão, então não há necessidade dela para a justi-fi cação. Sendo assim ela pode vir sobre gentios também”64. Paulo, portanto, põe por terra o orgulho e as pretensões dos judeus. Este mesmo raciocínio se aplica a uma série de coisas diferentes, que as pessoas em nossos dias creem contribuir para a sua justifi cação. Qualquer confi ança em alguma ativi-dade humana para a salvação é uma negação de que a sal-vação seja pela graça, e é, portanto, uma forma de legalismo.

Abraão não foi justifi cado pela lei

Caso a justifi cação fosse pela lei, então não haveria lu-gar para a fé, pois a lei lida estritamente com o mérito, e pela

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lei ninguém recebe nada além do que mereceu; por conse-guinte, a fé não tem espaço num sistema onde a lei é o ele-mento dominante.

A lei e a fé são elementos incompatíveis nesta matéria, e o pior é que muitos insistem em tentar misturar estes dois princípios na salvação. Fazer isso é anular a promessa, e, en-tão, perdê-la! As expressões “logo a fé é vã” e “a promessa é aniquilada” (v. 14) estão construídas num tempo verbal que signifi ca um ato passado, com resultados constantemente atuais.65 Se a lei tivesse entrado na questão, a fé se tornaria defi nitivamente inoperante, e o futuro seria sempre incerto. A lei trata apenas da obediência no presente, pois ninguém pode ter certeza de que obedecerá no futuro, mas a promes-sa olha para o futuro e assim afi rma o que fora prometido. A lei exige obediência absoluta e perfeita e não deixa espa-ço para falhas. Lei e promessa fazem parte de categorias de pensamento divergentes e incompatíveis. A linguagem da lei requer obediência enquanto que a linguagem da promessa pede que tenhamos fé. John Stott declara que “o que Deus disse a Abraão não foi ‘obedeça essa lei e eu o abençoarei’, mas ‘eu o abençoarei; creia em minha promessa’”66. Promessa é uma graciosa segurança de que Deus realizará Sua vontade e ela não está condicionada a atos humanos. Por isso, pode-mos tê-la por garantida.

A antítese apresentada pelo apóstolo nos versos 13 a 16 é análoga às antíteses referentes a trabalhar-confi ar e salário-dívida dos versos 4 e 5, podendo ser resumida desta forma: a lei faz exigências que nós transgredimos e, por isso, incorremos na ira (v. 15); a graça de Deus faz promessas nas quais confi amos, e assim recebemos bênção (vv.14, 16).67

Abraão foi justifi cado pela fé

Muito do que foi visto até aqui sobre Romanos 4 é negativo. Paulo precisava demonstrar que o patriarca não

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foi justifi cado pelas obras, nem tampouco pela circuncisão e muito menos pela lei. Em cada um desses casos, o apósto-lo afi rma a prioridade da fé de Abraão. Sua fé veio primeiro; obras, circuncisão e lei vieram posteriormente.

O verso 22 é uma conclusão e uma aplicação prática do que foi dito até aqui sobre a fé de Abraão. Cerca de 25% das aparições da imputação da justiça de Deus em todo o Novo Testamento aparece neste capítulo. Este versículo não ensina que a fé é um substituto para a justiça, nem que ela faça justiça por si mesma. O texto grego diz “que lhe é impu-tado para a justiça”, pois a fé é simplesmente o meio que Deus ordenou-nos a receber a justifi cação proveniente dele, dada graciosamente aos pecados indignos. A fé é a mão vazia que

recebe o gracioso presente de Deus.

O ponto a ser destacado é que Deus é gracioso e a salvação origina-se única e exclusivamente na graça divina. Porém, para que isso aconteça, nossa resposta, como seres humanos, somente pode ser pela fé, pois a graça dá e a fé recebe.68

A fé de um verdadeiro cristão é substancialmente a mesma de Abraão. A única diferença está na direção desta fé: Abraão creu num Cristo ainda por vir, enquanto nós cremos num Cristo que já veio.

Por fi m, o verso 25 explica a base da nossa justifi cação que é a morte e a ressurreição do Senhor Jesus. A morte de Jesus prova que nós somos pecadores e a Sua ressurreição prova que agora todo aquele que nEle crê é salvo. Esse ver-so explica porque a ressurreição é uma parte tão importante para a fé cristã, e porque o Diabo trabalha arduamente para fazer com que ela seja negada ou ignorada. A ressurreição é necessária para: 1) Fundamentar a afi rmação da divindade de Cristo; 2) Para que a obra de Cristo seja completa; 3) Para pro-var que o Pai aceitou o sacrifício expiatório por Ele oferecido; 4) Para garantir que aqueles que creem também ressuscita-rão à Sua semelhança; 5) Para assegurar aos incrédulos que

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eles também ressuscitarão, mas para o julgamento (cf. Atos 17:31).69 O plano da redenção oferecido por nosso Senhor é maravilhosamente completo! É por isso que nós devemos gratamente viver uma vida comprometida com a santidade. Uma vida que glorifi que em todo o tempo ao nosso Senhor e Salvador.

Notas

57 Termo de origem grega que signifi ca “discurso ou conversação fi losófi -ca”.

58 STOTT, John R. W. A mensagem de Romanos. São Paulo: ABU, 2000, p. 140.

59 HUCKABEE, Davis. Studies on Romans 4. Disponível em: <http://www.pbmi-nistries.org/Landmark_Baptist/Seminary/Bible_Study_Courses/Romans/DH_romans_chap04.htm>. Acesso em: 10 maio 2012.

60 STOTT, John R. W, op, cit., p. 145.

61 HODGE, Charles. A Commentary on Romans. Truth Trust, 1972, p. 115.

62 CRANFIELD, Charles. A critical and exegetical commentary on the epistle to the Romans. Vol 1. T. Clark, 1975, p. 231.

63 STOTT, John R. W, op. cit., p 148.

64 HUCKABEE, Davis, op. cit.

65 Ibidem.

66 STOTT, John R. W, op. cit., p. 151.

67 Idem, p.152.

68 Ibidem.

69 HUCKABEE, Davis, op. cit.

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Domingo – Isaías 45:20-25

Neste texto de hoje, lemos sobre o chamado de Deus para que Seu povo não olhasse para os ídolos, para os deu-ses das nações, que não podiam salvar, mas que olhasse para Ele: “Olhai para mim e sede salvos, vós todos os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro” (v. 22). As nações que depositaram e infelizmente continuam depositando sua confi ança nos ídolos foram e serão envergonhadas; porque só em Deus há justiça e força, só nEle é justifi cado Seu povo. E, no fi nal, todas as nações que viveram indiferentes a Deus, indiferentes à Sua vontade, reconhecerão que Ele é a única fonte de justiça, que só Ele pode salvar, justifi car Seu povo e todos se dobrarão diante dEle e toda língua confessará que Ele é o Senhor!

Segunda-feira – Romanos 3:21-26

Um dos maiores exemplos de justifi cação pela fé é encontrado na crucifi cação, quando um ladrão, condenado

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 10 * Leitura Bíblica: 2ª Carta de Paulo aos Tessalonicenses

* Verso Chave: “Finalmente, irmãos, orem por nós para que a mensagem do Senhor continue a se espalhar rapidamente e seja bem aceita, como aconteceu en-tre vocês. Orem também para que Deus nos livre das pessoas más e perversas, pois nem todos crêem na mensagem.” (2Ts 3:1-2, NTLH)

* Propósito especial de oração: Oremos por libertação e salvação daqueles que estão aprisionados a algum vício.

Lucineide Miranda

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à morte, encontra a salvação de sua alma. Nos últimos mo-mentos de sua vida, já sem esperança alguma, tem a chance de estar ao lado de Jesus. E, ao reconhecer sua terrível con-dição, creu que aquele homem, pendurado na cruz ao lado, era capaz de levá-lo ao paraíso. E, no mesmo instante, recebe a promessa maravilhosa de salvação e de vida eterna. Aque-le homem, afastado da glória de Deus e condenado à morte pela lei, é justifi cado por Cristo por meio de sua fé. Ele creu e foi salvo (Lc 23:39-43). Ninguém chegará diante de Deus justi-fi cado, purifi cado, perdoado por si mesmo, por seus próprios méritos ou pelos méritos de outra pessoa, mas somente pelos méritos de Cristo.

Terça-feira – Lucas 18:9-14

Dois homens subiram ao templo com um objetivo: orar. Porém, na verdade o fariseu foi para exaltar-se diante do Senhor. Ele foi para se justifi car diante de Deus. Ele foi dizer ao Senhor o quanto ele era maravilhoso e melhor que aquele publicano. Ele estava se comparando com o publicano. To-davia, não muito distante, mas cheio de humildade, estava o publicano que não ousava nem levantar seus olhos ao céu, e clamava por misericórdia. O que saiu justifi cado foi o publica-no que, reconhecendo seus pecados, buscou misericórdia. O fariseu, todavia, saiu como entrou, cheio de si mesmo, con-fi ando em si mesmo. Quando vamos à igreja, qual o nosso objetivo? Compararmo-nos com os outros? Se quisermos sair justifi cados, devemos olhar para Deus, que é santo, e buscar-mos a Sua misericórdia.

Quarta-feira – Gálatas 1:1-10

Paulo estava admirado porque os gálatas estavam passando tão depressa daquele que os chamou na graça de Cristo para outro evangelho. Surgiram pessoas que estavam

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perturbando e querendo perverter o evangelho de Cristo. Devemos ser fi rmes, porque sempre aparecerão pessoas de-sejando perturbar nossa fé; pessoas estas que deturpam a Pa-lavra de Deus. E o desejo de Paulo era agradar a Deus e não às pessoas. E esse também deve ser o nosso desejo: agradar acima de tudo ao nosso Deus. Muitos estão atrás de novida-des, mas devemos nos fi rmar na Palavra de Deus. Só existe um evangelho verdadeiro, as boas-novas de grande salvação, por meio de Cristo Jesus, mediante sua maravilhosa graça.

Quinta-feira – Gálatas 1:11-24

Paulo era um perseguidor da igreja de Cristo e, no ver-so 23, lemos: “Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que outrora procurava destruir”. Como é maravilhoso sa-ber que somos chamados pela graça de Deus. Quantos que viviam afastados da glória de Deus, ao receberem Jesus, a salvação, são transformados em instrumentos nas mãos de Deus? E os irmãos louvavam a Deus por causa da transforma-ção de Paulo. Fomos chamados pela graça de Deus para ser-vi-Lo. Que sejamos servos fi éis e dedicados na obra do Senhor e que a nossa vida seja motivo de louvor a Deus, por parte dos nossos irmãos.

Sexta-feira – Gálatas 2:6-10

Não foi fácil para Paulo ser enviado aos gentios. Hou-ve resistência por parte dos líderes, que não aceitavam que o evangelho fosse pregado também entre os não judeus (os incircuncisos). Porém, Paulo e Barnabé foram enviados aos gentios, graças ao poder de Deus e também por causa do apoio que receberam de Tiago, Pedro e João. O que seria dos gentios se não fosse pregado no meio deles o evangelho, as boas novas da salvação? (Rm 10:13-15). Milhares ainda preci-sam ouvir o evangelho. Que haja em nós o desejo de anunciar

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as boas novas, e se você não pode ir, ajude aqueles que estão disponíveis para a obra de Deus.

Sábado – Gálatas 2:15-21

Somente Cristo pode nos justifi car por meio da fé. Ele morreu a nossa morte para que possamos viver a sua vida. O papel da lei é mostrar o pecado, é condenar o transgressor. O papel de Cristo é salvar o pecador. Pecado é a transgressão da lei. Pela lei todos estão condenados, porque todos pecaram, mas Cristo é o único que pode nos justifi car por meio da fé. E, agora que estamos justifi cados, precisamos viver uma nova vida, não aquela que vivíamos antes de conhecermos a Cristo, porque agora já morremos com Ele, e já não somos nós que vivemos, mas é Cristo quem vive em nós. E a vida que vive-mos, vivemos pela fé no fi lho de Deus. É uma nova vida em Cristo Jesus.

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Questões para Estudo do Texto

Ter fé em alguém é o maior presente que se pode fazer para outro. Por que a fé é maior do que qualquer outro pre-sente? Paulo afi rmou que Jesus morreu em vão se colocamos nossa fé em qualquer coisa que não Ele.

Núcleo da Lição

“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;

e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no

Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou

por mim.” (Gl 2:20)

Estudo da Semana: Gálatas 2:15-21

Verso Áureo

08 de setembro 20121010

1. Por que os judeus consideram todos os gentios como pe-cadores, e como Paulo relaciona isto com a palavra “jus-tifi car” (vs.15,16)?

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Será que a doutrina da justifi cação pela fé promove uma

vida pecaminosa? (v. 17)

R:.............................................................................................................

Justificado pela Fé Justificado pela Fé em Cristoem Cristo

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3. Paulo disse que “se reconstruo o que destruí, provo que

sou transgressor”. O que ele quis dizer com isso? (v. 18)

R:.............................................................................................................

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4. O que Paulo quer dizer com “eu, pela lei, estou morto

para a lei” (v. 19)?

R:.............................................................................................................

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5. Como foi Paulo crucifi cado com Cristo (v. 20)?

R:.............................................................................................................

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6. O que Paulo quer dizer com não querer “anular a graça

de Deus”? De que maneira podemos fazer isso? (v. 21)

R:.............................................................................................................

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7. Eu fui salvo pela graça de Deus (resposta pessoal)?

R:.............................................................................................................

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Daniel Miranda Gomes

O texto que estamos estudando nesta semana é parte de uma epístola que Paulo enviou às Igrejas da Galácia (Gl 1:2). Este termo indica várias comunidades da região da Galácia, as quais se intercomunicavam passando de uma a outra a carta de Paulo.70

Todavia, na metade do primeiro século cristão o termo “Galácia” tinha mais de um signifi cado. Poderia tanto indicar a área ao centro-norte da Ásia Menor, bem como, também, indicar a província romana da Galácia, estabelecida pelos ro-manos em 25 a.C., que acrescentaram à Galácia do Norte um território do Sul. Esta última incluía as cidades de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe, que foram evangelizadas por Paulo e Barnabé, na primeira viagem missionária, antes do Concílio de Jerusalém (At 13:13–14:24). Posteriormente, junta-mente com Silas, Paulo revisitou-os em sua segunda viagem missionária (At 15:36–16:1,2).71

A datação de Gálatas é incerta. Se a teoria da Galácia do Norte for verdadeira, então esta carta foi escrita após o Concílio de Jerusalém de 51 d.C. (At 15). Assim, o período de 55 a 60 d.C. é uma suposição razoável para a escrita da carta. Entretanto, se a teoria da Galácia do Sul estiver certa, essa car-ta deve ter sido escrita por volta do ano 49 d.C., provavelmen-te logo após o retorno dos missionários à igreja de Antioquia da Síria (At 14:26,27).72

Nesta lição, Paulo aborda um grave perigo para as igrejas da Galácia: a ideia de que observar os preceitos da lei mosaica era obrigatório para um cristão. Apesar de escrita há quase dois mil anos, e em circunstâncias muito diferentes, esta ameaça ainda é bastante visível naquelas igrejas que en-

Entendendo

V i v e n d o&

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sinam que a observância da lei é condição essencial para a salvação.

Salvação versus Obras da Lei

No início da Carta de Paulo aos Gálatas, fi ca evidente a realidade em que ele estava vivendo: em cada cidade onde pregava o evangelho e, posteriormente, fundava uma igreja, era seguido por judaizantes.

De fato, logo depois da conversão dos gálatas e a sub-sequente partida de Paulo (Gl 1:6), membros do “Partido da Circuncisão” (judaizantes) se infi ltraram naquelas novas con-gregações. Para eles, Jesus era o Messias das esperanças de Israel, mas a circuncisão e a submissão à lei judaica permane-ciam compulsórias para todos: tanto gentios quanto judeus. Eles não se conformavam com a ideia de gentios, pessoas li-gadas a uma vida outrora pagã, sendo salvos sem passar por uma série de rituais judaicos. Para eles, além de crer em Cristo, os gentios precisavam ser circuncidados e cumprir toda a lei mosaica, a fi m de se obter a salvação (cf. At 15:1).73

Por causa disso é que, nos quatro primeiros capítulos da carta, o apóstolo Paulo esclarece que a única maneira de se chegar até Deus é por meio do Senhor Jesus Cristo, que morreu na cruz pagando todos os nossos pecados, por bon-dade e graça divina. Ao homem resta, unicamente, crer.

Atualmente, a circuncisão por motivos religiosos pa-rece ser um problema remoto para nós, mas foi um assunto polêmico, muito debatido nos dias de Paulo. A questão subja-cente era o papel da lei judaica na salvação. A questão pode ser resumida assim: Deve um gentio se tornar um judeu antes de se tornar um cristão? Houve quem dissesse: Sim!

Esta questão veio à tona quando alguns dos judaizan-tes foram de Jerusalém para Antioquia e ensinaram aos no-vos irmãos: “Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (At 15:1). Paulo e Barnabé discordaram disso e foram para Jerusalém, a fi m de obterem

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um consenso teológico sobre esta questão. Em Atos 15 e Gálatas 2, somos informados de que os líderes da Igreja con-cordaram em não exigir a circuncisão dos gentios. Este foi um grande dia para a igreja, pois libertou o evangelho de Cristo das amarras da lei judaica, permitindo que a igreja crescesse rapidamente entre os gentios.

Justifi cados pela Fé

Nos versículos 15 a 21, encontramos cinco vezes a raiz da palavra justiça, já que o assunto que o apóstolo passa a abordar neste trecho é a justifi cação. Warren Wiersbe destaca que é a primeira vez que o termo “justifi cação” aparece nesta epístola e, provavelmente, nos escritos de Paulo, uma vez que Gálatas deve ter sido a primeira carta de Paulo.74

Justifi cação é o termo forense oposto de condena-ção. Signifi ca declarar alguém sem culpa, inocente ou justo. A grande pergunta é: “Como pode o homem ser justo para com Deus?” (Jó 9:2). Trata-se de uma pergunta vital, pois a resposta tem consequências eternas. Em Salmos 143:2, nos é dito: “Mas não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de ti” (NVI). Assim, Paulo passa a tratar, nessa porção das Escrituras, de como alguém pode ser declarado justo e inocente diante de Deus. Na verdade, ao longo do livro podemos perceber que Deus justifi ca o pecador condenável diante de Si, isentando-o de culpa, aceitando-o e tratando-o como justo.75

A “justifi cação pela fé” foi o lema da Reforma Protes-tante e é importante compreender essa doutrina. Esse é um assunto de extrema importância nas Escrituras. Mas o que é justifi cação? Justifi cação é o ato pelo qual Deus declara justo em Jesus Cristo o pecador que nele crê. É a reversão de Sua atitude para com o pecador, por causa do sacrifício de Cristo Jesus. Deus condenou o pecador, agora Ele o absolve. O pa-drão estabelecido pela lei era tão alto que ninguém (exceto Cristo) poderia observá-lo, e então a quebra da lei poderia

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somente condenar (Rm 3:19-20). Jesus teve que pagar tudo por nós; e, por isso, somos devedores de nossa nova posição diante de Deus, por causa do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário.

Nos dias de Paulo, uma designação bastante comum entre os judeus, para os gentios (não judeus), era “pecadores”: “Nós, judeus de nascimento e não ‘gentios pecadores’...” (v. 15, NVI). Muito embora fosse uma qualifi cação depreciativa, Paulo usa este adjetivo para defi nir o seu próximo ponto: “sabemos que ninguém {judeus ou gentios} é justifi cado pela prática da lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo” (v. 16a, NVI). O que ele está ensinando é que se um judeu, altamente privilegiado por fazer parte da nação escolhida por Deus, e não um pecador comum de descendência gentílica, depois de ter convertido a Cristo, compreendeu que a estrita obediência às exigências legais, divinas ou humanas, não conduziram nem ele mesmo ao reino de Deus; então por que impor semelhante legalismo aos gentios? O esforço em colocar esse jugo sobre eles seria algo indesculpável!76

Paulo insiste aqui e em outros lugares que não existem dois caminhos de salvação, um para judeus e outro para os gentios (cf. Rm 3:9). Os judeus podem decidir manter a obser-vância da lei, por várias razões válidas, mas a observância da lei como meio de salvação é totalmente inútil, pois a justifi ca-ção não se dá mediante os preceitos da lei, mas por intermé-dio da fé: “Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justifi cados pela fé em Cristo, e não pela prática da lei, porque pela prática da lei ninguém será justifi cado” (v. 16b, NVI). Não somos salvos por observar a circuncisão ou absti-nência de certos alimentos ou outros preceitos da lei. Não so-mos justifi cados por aquilo que fazemos para Deus.77

Paulo agora se volta para um argumento falacioso utilizado pelos judaizantes: “Se, porém, procurando ser jus-tifi cados em Cristo descobrimos que nós mesmos somos pecadores {como os não judeus}, será Cristo então ministro

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do pecado?” (v. 17, NVI). Alguém que havia apresentado uma objeção usando de uma premissa verdadeira, porém com uma conclusão distorcida, o que Paulo rejeita inteiramente. A premissa verdadeira é: “Visto que nós, judeus, não podemos ser justifi cados pelas obras da lei, somos, então, colocados no mesmo nível dos gentios, diante de Deus”. A conclusão fal-sa assume a forma de uma pergunta retórica: “É, porventura, Cristo ministro do pecado?” (v. 17b, ARC). A resposta de Paulo é contundente: “De modo algum!”, que é a tradução de mē genoito (lit., “que isso não aconteça!”), uma expressão forte de revolta que Paulo usava, costumeiramente, em resposta a distorções da verdade como esta. Na verdade, eles já eram pecadores, apesar de serem judeus e observarem à lei. Cristo simplesmente havia revelado a eles a realidade de seu peca-do e a impossibilidade de alguém ser salvo mediante a obser-vância da lei.

Em seguida, Paulo delicadamente toma o que se refe-re a Pedro e o aplica a si mesmo: “Se reconstruo o que destruí, provo que sou transgressor” (v. 18, NVI). Em outras palavras, Paulo argumenta a partir da própria experiência de Pedro quanto à graça de Deus. Voltar à lei de Moisés era o mesmo que negar o que Deus havia feito por ele e por meio dele. O verdadeiro transgressor não é Cristo, mas aquele que edifi ca novamente uma distinção que já foi de fato destruída. Pedro fazia exatamente isso, fugindo à comunhão com os gentios, como se os crentes judeus fossem uma raça superior.78 No Concílio de Jerusalém, Pedro havia comparado a Lei mosaica a um jugo pesado (At 15:10). Agora, ele mesmo se coloca de-baixo desse jugo impossível.

O Evangelho da Graça

Por meio da atuação da lei, Paulo relata sua própria ex-periência: “Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei...” (v. 19, NTLH). A lei mosaica é impotente para dar vida, pois ela condena o culpado. Paulo diz que por meio da lei (ou

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seja, suas tentativas de manter a lei judaica), ele percebeu que estava morto (o que signifi ca que manter a lei leva à morte, não à vida).

Reforçando a ideia do versículo 19 de nossa passagem de estudo, vejamos o que Paulo diz em sua carta aos Roma-nos: “Portanto, ninguém será declarado justo diante dele ba-seando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm 3:20). A Lei não aperfeiçoa ninguém. Pelo contrário, ela é uma opor-tunidade de nos tornar conscientes de que estamos fora do padrão de Deus, de que somos culpados e de que precisamos desesperadamente ser salvos.

Ora, em tudo isso o sábio propósito de Deus estava se concretizando. Mas, qual é o propósito? Paulo responde: “a fi m de viver para Deus”. E o que signifi ca viver para Deus? Negativamente, signifi ca não viver mais para si mesmo. Posi-tivamente, indica viver como Deus quer que alguém viva, em conformidade com a Sua vontade revelada, nas Escrituras.79

Paulo continua dizendo: “Fui crucifi cado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no fi lho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (v. 20, NVI). A lei con-denou Paulo à morte, mas Cristo, seu substituto, morreu por ele. Paulo morreu em Cristo e agora está unido com Ele em sua ressurreição. A sentença de morte de Paulo foi executada na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Uma vez que a lei foi exe-cutada, a pena de morte não tem mais jurisdição sobre o exe-cutado, pois a lei só tem domínio sobre o homem enquanto ele viver (Rm 7:1). Tendo morrido com Cristo, Paulo está morto para a lei, e isto também é verossímil para todo aquele que crer. Quando Cristo morreu, nós morremos e, portanto, assim devemos “viver para Deus” (v. 19).80

Somos salvos pela fé em Cristo (Ele morreu por nós) e vivemos pela fé em Cristo (Ele vive em nós). Quando che-gamos a este ponto, as questões judaizantes sobre a lei e o

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pecado começam a parecer triviais. A vida cristã não é uma questão de quão bem nós observamos as regras. É uma ques-tão de submissão permanente à vontade de Deus, de servi-Lo com tudo o que fazemos e dizemos.

Paulo resume dramaticamente a sua argumentação: “Eu me recuso a rejeitar a graça de Deus. Pois, se é por meio da lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte de Cristo não adiantou nada!” (v. 21, NTLH). Os judaizantes dese-javam combinar a Lei com a graça, mas Paulo declara que isso é impossível. Voltar às obras legalistas, como sendo, de qual-quer forma, componentes da consecução ou manutenção de um relacionamento correto com Deus, é fazer nula a graça de Deus.

Se uma pessoa é justifi cada pelas obras da lei, então por que Jesus Cristo morreu? Caso as reivindicações dos ju-daizantes estejam corretas, de que podemos obter um favor diante de Deus mediante a prática das obras da lei, então não havia nenhuma razão para Jesus Cristo morrer. Se os judai-zantes estão certos, então a mensagem central do evangelho é de fato inefi caz, e todas as reivindicações cristãs devem vol-tar ao legalismo do judaísmo.

Paulo não concorda com isso. Para ele, ceder à heresia judaizante seria o mesmo que frustrar a graça de Deus, signifi -ca rejeitar a oferta graciosa de salvação que Deus nos oferece por meio de Jesus Cristo. Se desejamos ser salvos por boas obras, por nossos esforços e tentativas de autojustiça, então temos de perceber que ainda estamos em nossos pecados e não temos mais esperança de vida eterna. O único evangelho que salva é o evangelho da graça de Deus revelado em Jesus Cristo. Qualquer outro evangelho é falso e maldito (Gl 1:6-9).

Confi amos em nós mesmos - em nossa moralidade, em nossas boas obras ou em nossa religião? Se esse é o caso, então não somos cristãos, pois o verdadeiro cristão é aquele que crê somente em Cristo, “porque pela graça sois salvos,

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mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8, 9).

Notas

70 FERREIRA, Joel Antônio. Gálatas: a epístola da abertura de fronteiras. São Paulo: Loyola, 2005, p. 14.

71 HARRISON, Everett F. Gálatas. In.: PFEIFFER, Charles F.; HARRISON, Everett F. (Eds.). Comentário bíblico Moody, v. 5: Romanos a Apocalipse. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1988, p. 139.

72 LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da liberdade cristã. São Paulo: Hag-nos, 2011, p. 16.

73 MACGORMAN, John William. Gálatas. In. ALLEN, Clifton J. Comentário bí-blico Broadman: Novo Testamento, v. 11. Rio de Janeiro: JUERP, 1985, p. 105.

74 WIERSBE, Warren. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, v. 1. Santo André, SP: Geográfi ca Editora, 2006, p. 908.

75 STOTT, John R. W. A mensagem de Gálatas: somente um caminho. São Pau-lo: ABU, 2003, p. 58.

76 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Gálatas. São Pau-lo: Cultura Cristã, 2009, p. 118.

77 LOPES, Hernandes Dias., op. cit., p. 120.

78 HARRISON, Everett F., op. cit., p. 148.

79 HENDRIKSEN, William, op. cit., p. 125.

80 HINDSON, Edward E. The KJV Parallel Bible Commentary. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1994, p. 1739.

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Domingo – 2 Coríntios 1:18-22

Quando estava na faculdade, o professor da maté-ria de Cálculo I nos explicou o conceito de reta: ela é infi ni-ta e nunca muda o seu ângulo de inclinação; ou seja, não tem começo nem fi m. O mais interessante é que o profes-sor nos disse que não é possível conhecer a reta toda, mas apenas segmentos dela. Isso me fez pensar no nosso Deus, que é eterno, insondável e não muda. Ele é fi el. Não oscila como nós, seres humanos. Hoje nós habitamos neste cor-po corruptível e não podemos compreender totalmente o nosso Deus, assim como o segmento de reta. Mas, mesmo não podendo entendê-lo como um todo, temos a certeza de que Ele cumpre todas as Suas promessas. Jesus Cristo é a maior prova da fi delidade de Deus. Quantos anos se passaram desde Adão até Jesus? Mas Deus não se esque-

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 11 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo aos Efésios* Verso Chave: “Orem no Espírito em todas as ocasiões,

com toda oração e súplica; tendo isso em mente, es-tejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fi m de que, deste-midamente, torne conhecido o mistério do evange-lho.” (Ef. 6:18-19)

* Propósito especial de oração: Oremos por portas abertas à pregação do Evangelho. Pelas nossas novas igrejas/congregações: Arcos/MG, Capim Grosso/BA, Arroio dos Ratos/RS, Guaíba/RS, Rio de Janeiro/RJ e outras.

Daisy Moitinho e Lucineide Miranda

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ceu da Sua promessa feita a Abraão. Assim, não importa quanto tempo demore, se Deus prometeu algo para você, Ele é fi el para cumprir.

Segunda-feira – Hebreus 11:8-19

Deus chamou a Abrão, pois viu nele um coração fi el. Abraão reconheceu Deus como Senhor Todo Pode-roso e se tornou um exemplo para nós, pois nós também fomos chamados por Deus. Se formos herdeiros da fé de Abraão, devemos obedecer e seguir adiante, embora não saibamos o que nos acontecerá; e seremos achados no ca-minho do dever buscando o cumprimento das promessas de Deus. A prova da fé de Abraão era que ele simplesmen-te obedecesse com plenitude o chamado de Deus. Nosso dever é eliminar nossas dúvidas e temores olhando, como fez Abraão, o poder onipotente de Deus. Olhemos até que ponto nossa fé tem causado uma obediência semelhante, quando fomos chamados a atos menores de abnegação ou a fazer sacrifícios menores em nosso dever. Temos en-tregue o que nos foi pedido, acreditando plenamente que o Senhor compensará todas as nossas perdas?

Terça-feira – Gálatas 3:1-5

Havia vários agravantes da situação dos cristãos gálatas. A eles tinha sido pregada a doutrina da cruz. Pau-lo havia lhes exposto plena e claramente o Cristo crucifi -cado e a natureza de seus sofrimentos. Entretanto, eles, que haviam começado a vida cristã pelo poder do Espírito de Deus, agora queriam prosseguir até o fi m por suas pró-prias forças. Ai dos homens que se desviam da doutrina do Cristo crucifi cado para seguir leis inúteis, pura prega-ção moral ou loucas imaginações! O deus deste mundo tem cegado o entendimento dos homens para que apren-dam a não confi ar tão somente no Salvador crucifi cado. Podemos perguntar diretamente onde se dá mais eviden-

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temente o fruto do Espírito Santo: nos que pregam a jus-tifi cação pelas obras da lei, ou nos que pregam a doutrina da fé? Com toda certeza, nestes últimos.

Quarta-feira – Gálatas 3:6-12

Quando Deus disse a Eva que da sua descendência nasceria um que esmagaria a cabeça da serpente, a vontade de Deus era para todos os seres humanos, independente-mente da nação, raça, tribo ou cor pudessem ser salvos. Mas para isso Ele escolheu um povo, a descendência de Abraão, para que eles fossem o canal para abençoar todas as nações, por isso Jesus, em João 4:22, disse “porque a salvação vem dos judeus”. Abraão provavelmente não entendeu a exten-são da bênção de Deus, quando Ele disse: “Em ti serão aben-çoados todos os povos”. Assim o nosso Deus estava pensando em nós quando fez a promessa a Eva e a Abraão. Nós somos a descendência deles e a bênção que Deus prometeu a Abraão se estende a nós hoje. Que maravilhoso saber que Deus sem-pre se importou conosco antes mesmo de nós nascermos!

Quinta-feira – Gálatas 3:13-18

O povo judeu esperava ansiosamente pelo Messias prometido para salvá-los do domínio romano. Eles não entendiam a profundidade de salvação que Deus estava lhes proporcionando, não apenas a eles, mas a nós tam-bém. A bênção prometida a Abraão era para todos os po-vos, mas, para que isso se concretizasse, Jesus precisava se tornar carne, habitar entre nós e morrer numa cruz. Deus ama a toda a humanidade e por intermédio de seu Filho, Jesus Cristo, abriu a todos que quiserem a oportunidade de serem feitos fi lhos de Deus e se tornarem herdeiros da bênção prometida a Abraão.

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Sexta-feira – Gálatas 3:19-22

Se esta promessa foi sufi ciente para a salvação, então de que serviu a lei? Os israelitas, embora escolhidos para ser o povo peculiar de Deus, eram pecadores como os outros. A lei não foi concebida para descobrir uma maneira de justifi -car, diferente da dada a conhecer pela promessa, senão por conduzir os homens a ver sua necessidade da promessa, mos-trando-lhes a devassidão do pecado, e para indicar a Cristo só, por meio do qual podiam ser perdoados e justifi cados. A grande intenção da lei era que a promessa por fé em Jesus Cristo fosse entregue aos que acreditassem; aos que, sendo convencidos de sua culpa, e da insufi ciência da lei para efetu-ar justiça por eles, pudessem ser persuadidos a crer em Cristo e assim alcançar o benefício da promessa. Não é possível que a santa, justa e boa lei de Deus, a norma do dever para todos, seja contrária ao evangelho de Cristo. Pelo contrário, tenta toda forma de promovê-lo.

Sábado – Gálatas 3:1-14

A bênção é para todos os que creem em Cristo. Porque Cristo, ao morrer na cruz, “levou sobre si todas as nossas ini-quidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e por suas feridas fomos curados” (Is 53). Abraão creu em Deus e foi considerado justo diante dEle. Todos os que creem em Deus são fi lhos de Abraão e são benditos diante de Deus. “E é evi-dente que pela lei ninguém será justifi cado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”. A lei condena, mostra o pecado; mostra que estamos doentes, sujos, mortos, e todos que acei-tam isto e creem que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pe-cado do mundo e o recebem como salvador, e que depois de lavados e remidos por seu sangue, o seguem, estão salvos, es-tão livres da condenação eterna, e esta bênção é para todos.

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Questões para Estudo do Texto

Núcleo da Lição

“Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito

pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gl 3:2)

Estudo da Semana: Gálatas 3:1-14

Verso Áureo

15 de setembro de 20121111

1. Por que Paulo retrata os gálatas como “insensatos” e “en-feitiçados”? Por que é insensatez acrescentar obras ao evangelho de Cristo? (v. 1)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Por que um retorno à lei pode ser visto como deixar o Es-

pírito Santo de lado ou fazer das experiências com Deus algo inútil? (vv. 2-4)

R:.............................................................................................................................................................................................................................3. Como Paulo demonstra que os milagres resultaram de

“pregação da fé” em vez de “obras da lei”? (v. 5)

Libertos da LeiLibertos da Lei

Conhecer e aceitar o objeto ultimo da fé signifi ca subordinar tudo a isso. Em que devemos depositar esta fé suprema? Segundo Paulo, a fé no sacrifício de Jesus Cristo por nós faz da adesão à Lei uma loucura.

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R:.............................................................................................................................................................................................................................4. Por que a fé de Abraão constituía um exemplo excelente

para refutar os ensinamentos dos judaizantes? (v. 6)

R:.............................................................................................................................................................................................................................5. Explique o argumento de Paulo de que a aliança de Deus

com Abraão foi um prenúncio da mensagem do evange-lho. (vv. 7-9)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Por é que aqueles que buscam a justifi cação pelas obras

da lei estão debaixo de maldição? (v. 10)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. Ao citar o profeta Habacuque, como Paulo demonstra

que a justifi cação pela fé era um conceito conhecido no Antigo Testamento? (v. 11)

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. O que signifi ca dizer que “a lei não é da fé”? O que seria

necessário para sermos plenamente justifi cados pela lei? (v. 12)

R:.............................................................................................................................................................................................................................9. De que maneira Jesus Cristo fez-se maldição, para nos re-

dimir da lei? (vv. 13,14)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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Daniel Miranda GomesNa semana passada vimos que as igrejas da Galácia es-

tavam enfrentando uma grave ameaça: o falso ensino de que os cristãos deveriam observar a lei judaica, a fi m de serem sal-vos. O argumento de Paulo contra esta heresia judaizante en-volvia a exposição das Escrituras veterotestamentárias. Entre-tanto, alguns cristãos fi cam surpresos ao saber que a doutrina da justifi cação pela fé está alicerçada no Antigo Testamento. Como veremos hoje, a história de Abraão tem um papel vital para compreendermos a carta de Paulo aos Gálatas.

Fascinados e Perturbados

A perspectiva paulina sobre os Gálatas é que eles eram “insensatos” ou estavam “enfeitiçados”. A linguagem usada pelo apóstolo é dura. De forma bastante contundente, ele questiona seus leitores chamando a atenção para o fato de que a desconsideração deles para com seus ensinamentos levou-os à desobediência. Eles estavam se desviando da ver-dade do Evangelho, e isso só estava acontecendo porque eles não tinham conhecimento (eram tolos) ou porque estavam sob o efeito de alguma magia (feitiçaria). Assim, logo de início, Paulo faz duas advertências:

1. Abandonar o Evangelho da graça é insensatez. “Ó gálatas insensatos!” (v. 1a). As igrejas da Galácia es-tavam perdendo o juízo, agindo sem discernimento, desprovidas da capacidade de racionar com clareza.81 A palavra grega traduzida como “insensato”, signifi ca tolo, espiritualmente néscio e descreve uma ação sem sabedoria.82 Ela é usada apenas seis vezes em o Novo Testamento (Lc 24:25; Rm 1:14; Gl 3:1,3; 1Tm 6:9; Tt 3:3). Essa palavra sugere não só incapacidade de pensar

Entendendo

V i v e n d o&

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quanto falha em fazer uso da capacidade mental. Ou seja, de acordo com João Calvino, o apóstolo Paulo in-sinua que o retrocesso deles era mais uma questão de demência do que de ingenuidade.83 Aqueles crentes haviam crido em Cristo e sido salvos pela graça e, ago-ra, estavam retornando e colocando-se novamente debaixo do jugo da lei. Esse retrocesso é uma consu-mada insensatez.84 2. Dar ouvidos a falsos ensinos é se deixar iludir

pela mentira. “Quem os enfeitiçou?” (v. 1b, NVI). O ver-bo grego “fascinar” só é encontrado neste versículo, em todo o Novo Testamento. Ele carrega a ideia de en-feitiçar ou enganar alguém. O questionamento feito por Paulo é uma pergunta retórica, pois, na verdade, ele sabia muito bem quem é que estava iludindo os irmãos da Galácia: eram os judaizantes. Para eles, os gentios não poderiam tornar-se povo de Deus sim-plesmente pela fé. Eles deveriam circuncidar-se e cum-prir os preceitos da lei judaica. Os gálatas, fascinados com todos os rituais judaicos, estavam considerando ser aquela a vontade de Deus.Adolf Pohl diz que os ensinamentos dos falsos mestres

praticamente hipnotizaram os crentes da Galácia de tal for-ma que eles não ofereceram nenhuma resistência a essa falsa doutrina.85 De fato, os crentes da Galácia estavam fascinados, enfeitiçados, completamente cegos, pois estavam deixando--se levar pelas emoções e sentimentos, em vez de emprega-rem a razão espiritual para, com clareza, discernir o que era, de fato, a verdade. Por conta disso é que Paulo os chama de insensatos, tolos e incapazes de resistir às armadilhas que lhes estavam sendo impostas.

Questões sobre a Fé

Nos versículos que se seguem, Paulo apresenta cinco perguntas retóricas aos seus leitores, para mostrar que, desde

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o início até o fi m da vida cristã, eles haviam sido salvos pela fé, e não pelas obras da lei. Elas são retóricas porque ele, na verdade, não está procurando respostas, porque não são ne-cessárias. Pelo contrário, está fazendo fortes afi rmações em forma de interrogações. Senão, vejamos:

1. Eles haviam contemplado a morte de Cristo pela

fé. Paulo pergunta a seus leitores: “Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como cruci-fi cado?” (v. 1c, NVI). O evangelho pregado por Paulo aos gálatas tinha como centro a mensagem da cruz. Ele anunciara “Jesus Cristo, e este crucifi cado” (cf. 1Co 1:23; 2:2), e o fez de maneira tão vívida, eloquente e poderosa que o povo quase pôde ver Jesus pendura-do na cruz diante dos seus olhos.86 Warren Wiersbe afi rma que Paulo apresentou Cristo abertamente aos gálatas, com grande ênfase em sua morte na cruz pe-los pecadores. Eles ouviram essa verdade, creram nela e o obedeceram; como resultado, nasceram de novo e passaram a fazer parte da família de Deus. Porém, mesmo assim, desviaram dele os olhos.87 2. Eles haviam começado a vida cristã pela fé. Paulo continua sua discussão, perguntando sem rodeios: “Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela prega-ção da fé?” (v. 2). É evidente que só poderia haver uma resposta: o Espírito Santo entrou na vida deles quan-do creram em Jesus Cristo.É importante compreender a obra do Espírito Santo na salvação e na vida cristã. Nenhuma pessoa pode tornar-se cristã sem uma inter-venção do Espírito Santo, pois se alguém não tem o Es-pírito de Cristo, esse tal não é dele (Rm 8:9). O Espírito Santo convence a pessoa do pecado e lhe revela Cristo (Jo 16:7-11). O crente é nascido do Espírito (Jo 3:5), re-generado pelo Espírito (Tt 3:5), selado pelo Espírito (Ef 1:13,14), habitado pelo Espírito (1Co 3:17) e batizado no corpo de Cristo pelo Espírito (1 Co 12:12-14). Deve, ain-

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da, andar no Espírito (Gl 5:16) e ser cheio do Espírito (Ef 5:18). Assim, em sua experiência de conversão, os cris-tãos da Galácia haviam recebido o Espírito Santo pela fé, não pelas obras da Lei.3. Eles são aperfeiçoados na vida cristã pela fé. Pau-lo faz outra pergunta: “Como é que vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem ir até o fi m pelas suas próprias forças?” (v. 3, NTLH). Em outras palavras: “Se começaram com o Espírito Santo, é possível prosseguir e amadurecer sem o Espírito, dependendo da carne?”. É óbvio que não! Paulo não estava lhes per-guntando se o conteúdo da lei tinha valor ou não. O seu questionamento era em função do esforço que estava sendo feito por eles, na busca em servir a Deus. Afi nal, em vez de confi ar no poder do Espírito Santo, eles estavam agindo por esforço próprio e tentando cumprir a Lei. Ora, uma vez que fomos salvos por meio do Espírito, não pela carne; pela fé, não pela Lei, nada mais justo do que continuar no Espírito.88 4. Eles haviam tido grandes experiências pela fé.

Paulo prossegue: “Será que as coisas pelas quais vo-cês passaram não serviram para nada? Não é possível!” (v. 4, NTLH). A Bíblia de Jerusalém traz: “Foi em vão que experimentastes tão grandes coisas?”. Ou seja, se não começaram com a Lei, por que incluí-la agora em sua experiência? Aqueles irmãos haviam tido toda forma de experiências, boas e ruins, por causa do evangelho de Cristo. Os gálatas, juntamente com todos os outros que se converteram a Cristo, haviam padecido nas mãos dos pagãos e também nas mãos dos judeus ra-dicais (At 13:45,50; 14:2-6,19,22). Entretanto, Paulo não está referindo-se apenas a sofrimentos, mas a tudo aquilo que aquelas pessoas já haviam provado da ação de Deus na vida deles.89 Agora, se há um retorno à lei

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por cristãos judeus ou mesmo cristãos gentios, essas experiências terão sido em vão, tanto para os Gálatas quanto para Paulo.5. Eles haviam recebido intervenções milagrosas de

Deus pela fé. Paulo faz outra pergunta incisiva: “Aque-le, pois, que vos concede o Espírito e que opera mila-gres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (v. 5). Tanto a dádiva do Espírito como a operação de milagres chegaram à igreja da Galácia pela pregação da fé, e não pelas obras da lei (cf. At 14:3). A expressão “entre vós” também pode ser traduzida por “dentro de vós”. Esses milagres incluem, portanto, transformações extraordinárias dentro da vida dos cristãos, bem como maravilhas no meio da igreja.

O Exemplo de Abraão e de Cristo

Paulo passa das experiências subjetivas para evidên-cias objetivas da Palavra de Deus. Na primeira seção, Paulo fez seis perguntas; nesta, ele cita seis passagens do Antigo Testamento para provar que a salvação é pela fé em Cristo, não pelas obras da Lei. Uma vez que os judaizantes deseja-vam levar os cristãos de volta à Lei, Paulo cita a Lei! Uma vez que engrandeciam a fi gura de Abraão em sua religião, Paulo usa Abraão como uma das testemunhas!

Vamos destacar quatro pontos para a nossa refl exão:1. Abraão foi justifi cado pela fé. Paulo começa citan-do o livro de Moisés para mostrar que a justiça de Deus foi “depositada na conta” de Abraão somente porque creu na promessa de Deus: “Considerem o exemplo de Abraão: Ele creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça” (v. 6, NVI). O termo “imputado”, em Gálatas 3:6 e Gênesis 15:6, tem o mesmo signifi cado que em Ro-manos 4:11, 22-24. A palavra grega signifi ca “creditar na conta de alguém”. Quando um pecador crê em Cris-

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to, a justiça de Deus é creditada em sua conta. Mais do que isso, os pecados dessa pessoa deixam de ser registrados nessa conta (cf. Rm 4:1-8). Assim, diante de Deus o histórico está sempre limpo e, portanto, o que creu não pode jamais ser julgado por seus pecados.90 Ainda, para Paulo, “... os que são da fé, estes é que são fi lhos de Abraão” (v. 7, NVI). O povo judeu orgulhava--se imensamente de seu parentesco com Abraão (v. 7). O problema é que eles consideravam esse parentesco como uma garantia de salvação eterna. João Batista avisou-os de que sua descendência física não lhes ga-rantia sua vida espiritual (Mt 3:9). Jesus deixa clara a distinção entre “descendência de Abraão” em termos físicos, e os “fi lhos de Abraão” em termos espirituais (Jo 8:33-47). A salvação não pode ser herdada. Alguém expressou bem essa ideia quando disse que “Deus não tem netos”.2. Os gentios são justifi cados pela fé. Paulo pros-segue, dizendo: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justifi caria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão” (vv. 8,9). Em algumas versões, a palavra “gentios” é traduzido por “pagãos”, mas o signifi ca-do é o mesmo. Paulo cita Moisés (Gn 12:3) para pro-var que, desde o início do relacionamento de Abraão com Deus, a bênção da salvação foi prometida a todas as nações do mundo. Deus pregou as “boas-novas” a Abraão, séculos antes, e Paulo levou essas mesmas boas-novas aos gálatas. A lógica de sua argumentação é evidente: se Deus prometeu salvar os gentios pela fé, os judaizantes estavam errados em querer levar os cristãos gentios de volta para a Lei. Os verdadeiros “fi -lhos de Abraão” não são os judeus por descendência física, mas os judeus e gentios que creram em Jesus

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Cristo. Todos “os da fé” (cristãos) são abençoados “com o crente Abraão”.3. A justifi cação é pela fé, não pelas obras da Lei.

Tendo mostrado que a justiça nos vem pelo caminho da fé, Paulo agora expressa essa mesma verdade de forma negativa: “Todos quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição; porque está escri-to: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (v. 9). Esta é uma citação modifi cada de Deuteronômio 27:26. William Hendriksen nos lembra que essas pala-vras fazem parte da conclusão do capítulo que con-tém as maldições que seriam pronunciadas do monte Ebal, depois que os fi lhos de Israel tivessem atravessa-do o Jordão.91 A salvação jamais pode ser decorrente da obediência à Lei, pois ela não traz bênção, apenas maldição. A Lei exige obediência, e isto signifi ca obe-diência perfeita e absoluta em cada ponto. De acordo com João Calvino, a lógica de Paulo é irre-sistível: quem transgride o menor dos mandamentos da lei é maldito. Todos são culpados dessa transgres-são. Logo todos são malditos. Uma vez que somen-te aqueles que obedecem perfeitamente podem ser justifi cados pela lei, todos os que buscam justifi cação por meio da lei vivem sob a maldição da lei. Isto por-que ninguém é perfeito. Todos nós somos pecadores (Rm 3:23), não podendo alegar a justifi cação pela lei. Como diz Tiago: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tg 2:10).Na sequência, Paulo conclui seu argumento: “E é evi-dente que, pela lei, ninguém é justifi cado diante de Deus...” (v. 10). E, cita Habacuque, que ensina a justifi -cação pela fé: “mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4).

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Habacuque ministrou numa época que um homem mal e egoísta controlava a nação israelita, e a desones-tidade dele parecia fi car impune. Quando o profeta re-clamou sobre isso, Deus lhe respondeu que Ele estava enviando os babilônios para limpar a nação de Judá de sua maldade. Habacuque objetou a isso com ter-mos fortes. Ele não achava justo Deus usar uma nação “mais malvada” como a Babilônia para punir seu pró-prio povo “menos malvado”.A resposta de Deus para Habacuque foi que não lhe competia entender todos os procedimentos divinos. A função do profeta era a de confi ar em Deus e na sa-bedoria Dele. No fi nal, a fé do profeta salvá-lo-ia, pois, o justo viverá da fé. O argumento de Paulo era que, assim como a antiga nação de Judá fora incapaz de se salvar da poderosa Babilônia, os homens e mulhe-res pecadores também não podem salvar-se por seus próprios esforços. A salvação humana somente pode vir de Deus, e é baseada na fé, não nas obras da lei.Paulo também diz que ninguém jamais pode viver “pela Lei”, pois a Lei mostra ao pecador que ele é cul-pado diante de Deus e o conduz à morte (Rm 3:20; 7:7-11). No entanto, alguém poderia argumentar que é preciso ter fé até mesmo para obedecer à Lei; assim, Paulo cita Levítico para provar que Deus requer a prá-tica da Lei, e não a fé na Lei (Lv 18:5). A Lei diz: “Faça, e você viverá!”. O problema é que somos pecadores e não conseguimos cumprir as demandas da Lei (cf. Tg 2:10). Mas, a graça diz: “Creia, e você viverá!”. Warren Wiersbe diz que os judaizantes desejavam atrair os gálatas para as obras da Lei, mas Paulo desejava que desfrutassem uma relação de amor e vida pela fé em Cristo.93 4. A justifi cação é por intermédio de Cristo. Se nós somos amaldiçoados e condenados por não obede-

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cermos perfeitamente a Lei, como é que podemos vencer essa maldição? Por isso, depois de mostrar a to-tal impossibilidade de sermos justifi cados pelas obras da Lei, Paulo apresenta o remédio, mostrando que Cristo nos resgatou e nos abriu o caminho da salva-ção. Jesus fez-se pecado e maldição por nós. Morreu em nosso lugar e em nosso favor.94 A Lei coloca os pe-cadores sob maldição? Cristo nos redime dessa mal-dição! Desejamos a bênção de Abraão? Ela é recebida por meio de Cristo! Desejamos o dom do Espírito, mas somos gentios? Por meio de Cristo, esse dom é conce-dido aos gentios! Tudo de que precisamos encontra-se em Cristo! Não há motivo algum para voltar a Moisés. Paulo cita novamente Deuteronômio: “porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21:23). Os criminosos judeus não eram crucifi cados; o costume era apedrejá-los. Mas, em casos de transgres-sões vergonhosas da Lei, o corpo era pendurado em uma árvore e exposto publicamente. Era uma grande humilhação, pois os judeus faziam questão de tratar o corpo de uma pessoa falecida com todo respeito. Depois de exposto, o corpo era removido da árvore e sepultado (cf. Is 8:29; 10:26; 2Sm 4:12).É evidente que a referência de Paulo ao “madeiro” diz respeito à cruz na qual Jesus morreu (At 5:30; 1Pe 2:24). Ele não foi apedrejado nem teve o corpo exposto pu-blicamente depois da execução; foi pregado vivo no madeiro, onde morreu. Mas, ao morrer na cruz, Jesus Cristo tomou sobre si a maldição da lei que recairia so-bre nós; agora, os que creem não estão mais debaixo do jugo da lei e dessa terrível maldição. Agora, a “bên-ção de Abraão” (a justifi cação pela fé e o dom do Es-pírito Santo) também é nossa, pela fé em Jesus Cristo.O termo “resgatar”, em Gálatas 3:13, signifi ca comprar um escravo com o propósito de libertá-lo. Ao derra-

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Notas

* LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 130.

* RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave linguística do Novo Testamento

grego. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 375.

* CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Edições Paracletos, 1998, p. 81.

* LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 130.

* PHOL, Adolf. Carta aos Gálatas. Curitiba: Editora Evangélica Esperança,

1999, p. 98.

* A expressão “ante cujos olhos” (v. 1) é a tradução de um termo grego que

signifi ca “retratado publicamente ou anunciado em um cartaz”.

* WIERSBE, Warren, op. cit., p. 913.

* Ibidem.

* O verbo usado no original, e traduzido como “padecer” (gr. pashō ) pela

maioria das versões, é neutro e tem o signifi cado básico de “experimentar”.

O verbo em si não indica se as coisas que se experimentam são boas ou

ruins, favoráveis ou desfavoráveis. O contexto é que vai defi nir o seu sen-

tido.

* WIERSBE, Warren, op. cit., p. 914.

* HENDRIKSEN, William. , op. cit., p. 152.

* CALVINO, João, op. cit., p. 81.

* WIERSBE, Warren, op. Cit., p. 915.

* LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 143.

mar seu sangue na cruz, comprou-nos para que pu-déssemos ter a liberdade. Os judaizantes desejavam conduzir os cristãos de volta à escravidão, mas Cristo morreu para libertá-los. Ser salvo não é trocar um tipo de escravidão por outro. Ser salvo é ser liberto da es-cravidão do pecado e da lei para a liberdade da graça de Deus por meio de Cristo Jesus.

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Domingo – Gênesis 17:1-8

No encontro relatado no texto de hoje, podemos ver o Senhor propondo uma aliança com Abrão, a qual lhe daria a condição de Pai de muitas nações, com reis saindo de sua descendência, cuja extensão seria comparada a das estre-las no céu. Certamente Abraão, que também recebeu novo nome, sentiu-se grandemente honrado com a proposta divi-na na medida em que desejava constituir família de manei-ra simples e provavelmente não imaginava ser contemplado com tão grande dádiva. Contudo, é necessário atentar para a palavra inicial de Deus a ele, quando disse “anda comigo...”. Esta é a base de toda a história. Tudo que Abraão foi está li-gado ao fato de que ele disse “sim” ao chamado de Deus e de fato andou com Ele, e isto fez toda a diferença em sua vida.

Segunda-feira – Atos 2:32-39

No período da Antiga Aliança, Deus escolhia homens e mulheres para sobre eles derramar Seu Espírito, sempre com propósitos coletivos, a fi m de agir no meio do Seu povo. As-

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 12 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo aos Filipenses * Verso Chave: “Em todas as minhas orações em fa-

vor de vocês, sempre oro com alegria por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora.” (Fl 1:4-5)

* Propósito especial de oração: Oremos para que cada batista do sétimo comprometa-se a ser um bom cooperador do Evangelho. Que cada um de nós desempenhe com esmero o seu talento.

Bernardo Inácio Junior

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sim, temos exemplos como: Noé, Moisés, José, Davi, Sansão, dentre outros, cujas vidas o Senhor usou como instrumento em Suas mãos. Porém, em certo tempo, Joel profetizou que este Espírito estaria disponível a toda carne e isto de fato aconteceu no dia de Pentecostes, quando foi derramado so-bre os 120 discípulos que estavam no cenáculo. Não houve mais uma distinção especial. Os apóstolos estavam ali, mas não foi somente a eles que foi dado o Espírito de Deus, e isto nos mostra que todos quantos O buscam, encontram esta dá-diva do Pai (Lc 9:13). Portanto, peça para ser cheio da plenitu-de do Espírito Santo, pois a promessa também é para você!

Terça-feira – Romanos 4:1-8

A criação foi manchada ou desajustada pelo pecado, a queda desorganizou aquilo que o Senhor houvera dito que era muito bom. Ocorre que, antes da fundação do mundo, o Cordeiro já havia sido imolado e o preço pela iniquidade fora pago, tendo isto se consumado em plenitude no calvá-rio. Ora, se a justiça que o homem perdeu e precisa reaver já foi comprada e paga na cruz, resta a este mesmo homem crer, para que o benefício lhe seja imputado, assim como foi com Abraão, que creu e isto lhe foi imputado como justiça. Vê-se, portanto, que a justiça é precedida tão somente pela fé, que é a convicção de fatos que não se viram, como é o caso do sacrifício de Cristo, que não presenciamos, mas se cremos somos alcançados pela graça que ali foi oferecida, para que recebamos, pois, o dom da justiça.

Quarta-feira – Gálatas 3:19-29

Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Jesus, o verbo vivo que trouxe a graça e a verdade, e por meio da fé podemos ser ligados a ele e ao seu sacrifício substitutivo que nos traz a paz, livrando-nos de toda e qualquer condenação. Assim, não é a lei que nos purifi ca, visto que esta é compa-

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rável a um exame médico que revela a enfermidade existen-te, mas que em si mesmo não tem poder algum para tratar e curar. Desse modo, a lei teve como função mostrar o pecado, a fi m de que fôssemos conduzidos ao médico, que tem todo poder para curar, a saber, Jesus Cristo. Por essa razão, não há lógica em retornar ao pensamento que tem a lei como justifi -cadora do homem, mas sim renovarmos nossa fé no Cordeiro de Deus, que se deu por nós, cumpriu toda a lei e pagou o preço exigido na cruz. Portanto, ande de fé em fé, recebendo a cada dia mais da graça do Senhor!

Quinta-feira – Gálatas 4:12-20

Muito se fala em propósito de Deus para a vida do ho-mem; mas, quando se menciona isso, infelizmente associa-se prioritariamente a conquistas materiais, escaladas sociais do tipo “deixar de ser empregado e virar patrão”. Paulo está, de certo modo, angustiado por conta do descuido dos gálatas que estavam sendo, por assim dizer, seduzidos por homens que não estavam apresentando o real propósito de Deus na vida deles. É assim que Paulo faz a afi rmação sobre sua dor interior, semelhante ao sofrimento de uma parturiente em fortes contrações, buscando a realização do objetivo primeiro do Senhor na vida humana, que não é outro senão que Cristo seja gerado em nós, para que sejamos semelhantes a Ele.

Sexta-feira – Gálatas 4:28 – 5:1

O homem tem entre suas características a de sentir prazer, por ter conquistado algo com seus próprios méritos. Até aí, parece não haver problema algum, na medida em que aprendemos que precisamos nos esforçar, estudar, trabalhar, enfi m, fazer por merecer aquilo que precisamos ou deseja-mos. Ocorre que no evangelho do Reino as coisas não são bem assim, já que o mérito humano é simplesmente impos-sível no que diz respeito à salvação, visto que esta, conforme

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as Escrituras, só é possível ser realizada por Deus. Se for as-sim, e assim é, não tenhamos a ilusão de que nossos supostos atos de justiça serão a causa de nossa salvação ou do amor de Deus por nós. Na verdade, Ele nos amou primeiro, sendo nós ainda pecadores, e nos concede pela graça o dom da Vida Eterna em Cristo Jesus!

Sábado – Gálatas 3:15-18; 4:1-7

É maravilhosa a compreensão de Paulo quanto à ques-tão da lei, que é comparada a um tutor ou um pedagogo, que era um escravo grego responsável pela condução da criança até que esta chegasse à maturidade. Ora, o tempo da maturi-dade chegou por meio de Cristo, que nos leva a um nível de relação com Deus, marcado pela intimidade de fi lhos; ou seja, já não estamos mais debaixo da condução do “pedagogo”, mas do Pai, pois Jesus nos levou a esta posição. E se somos fi lhos, somos também herdeiros da promessa feita a Abraão, com respeito a Jesus, a quem Paulo identifi ca como sendo “sua descendência”. Assim, não em Abraão, mas em Cristo, te-mos direito à herança outorgada por Deus, o nosso Pai!

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Questões para Estudo do Texto

Às vezes as pessoas abraçam um sistema de valores sem investigar, pessoalmente, a validade de tais valores. Por que é importante entendermos, ao invés de meramente abra-çarmos, os valores pelos quais vivemos? Paulo declara que os gentios receberam as bênção de Deus como herdeiros de Abraão, mas tiveram que aceitar a promessa por si mesmos ao depositarem sua fé no sacrifício de Cristo Jesus.

Núcleo da Lição

“E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão

e herdeiros segundo a promessa. ” (Gl 3:29)

Estudo da Semana: Gálatas 3:1-29

Verso Áureo

22 de setembro de 20121212

1. Por que Paulo usou o exemplo de uma aliança para expli-car porque as promessas feitas a Abraão não poderiam ser mudadas? (v. 15)

R:.............................................................................................................................................................................................................................2. Para quem mais a promessa feita por Deus a Abraão foi

feita? Como Cristo foi predito na promessa de Deus a Abraão? (v. 16)

R:.............................................................................................................

Herdeiros da Herdeiros da PromessaPromessa

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................................................................................................................3. O que Paulo quis dizer ao ensinar que é impossível à lei

desfazer a promessa de Deus feita a Abraão em uma aliança previamente estabelecida? (vv. 17,18)

R:.............................................................................................................................................................................................................................4. Se a lei não pode salvar ninguém, por que então ela foi

dada à humanidade? (vv. 19,20)

R:.............................................................................................................................................................................................................................5. De que modo a lei nos conduz a Cristo? (vv. 21,22)

R:.............................................................................................................................................................................................................................6. Comente a comparação de Paulo entre estar na prisão e

tentar conseguir o favor de Deus obedecendo à lei. (v. 23)

R:.............................................................................................................................................................................................................................7. Paulo compara a lei como sendo um “tutor”. Qual era

o seu propósito então? Se ainda estamos “debaixo” do comando da lei, qual é a nossa condição espiritual? (vv. 24,25)

R:.............................................................................................................................................................................................................................8. Quais são alguns dos benefícios usufruídos por aqueles

que já estão libertos das obras da lei? (vv. 26-29)

R:.............................................................................................................................................................................................................................

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Daniel Miranda Gomes

A chave para entender a carta de Paulo aos Gálatas é compreender a posição de Abraão na história de Israel. Quan-do o Senhor o chamou, fez-lhe promessas de bênçãos. A mais importante delas era a de que os seus descendentes tornar--se-iam, um dia, uma “grande nação” (Gn 12:2).

O Novo Testamento confere um papel ainda maior para Abraão: ele é mais do que o pai de Israel, é o pai de to-dos os que têm fé no Deus verdadeiro. Tudo isso serviu como um cenário importante para a discussão de Paulo em Gálatas. Em sua batalha doutrinal contra os judaizantes heréticos, ele citou as promessas feitas a Abraão. A história de Abraão era o meio que Paulo usou para mostrar a prioridade da fé em vez de obras como o caminho para sermos justifi cados diante de Deus.

Em nosso estudo da semana passada, vimos que o apóstolo Paulo provou que o plano da salvação que Deus oferece não deixa espaço para as obras da lei. Entretanto, o fato de Paulo ter citado seis passagens do Antigo Testamen-to criou-lhe um problema sério: se a salvação não inclui a lei, então por que Deus deu a lei? Se a lei foi revogada, os argu-mentos do apóstolo não têm valor algum, pois são derivados da Lei.95 Como ele resolveu isso? Vamos, portanto, analisar al-gumas verdades essenciais no texto em tela.

A Lei não pode mudar a PromessaAbraão foi justifi cado pela fé, diante de Deus, não pe-

las obras da lei, mas pela fé na promessa. Essa promessa lhe foi dada antes da lei e antes mesmo de sua circuncisão. A lei não somente veio depois da promessa, como também não

Entendendo

V i v e n d o&

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poderia revogar a promessa. Destacamos aqui quatro pontos importantes.

1. Deus honra o Seu pacto com Abraão. Era evidente que a promessa feita a Abraão (e, por meio de Cristo, também a nós), cerca de dois mil anos antes de Cristo, antecedeu em séculos a lei de Moisés (dada a Israel por volta de 1.450 a.C.). Todavia, o discurso dos judaizantes deixava implícito que a lei, por ser posterior, havia alte-rado essa promessa da aliança.Paulo argumenta o contrário. Para tanto, o apóstolo extrai sua ilustração da vida humana, para que os gála-tas pudessem entender ainda melhor que aqueles a quem estavam dando ouvidos eram falsos guias. Nes-te caso, Paulo usa o exemplo de uma aliança: “Irmãos, humanamente falando, ninguém pode anular um testamento depois de ratifi cado, nem acrescentar-lhe algo” (v. 15, NVI). Um pacto é um acordo feito entre duas pessoas que, uma vez fi rmado, os obriga a cum-prir suas palavras e suas promessas.96 Portanto, uma vez que ambas as partes celebram um acordo, este não pode ser mudado por terceiro, mesmo vários anos depois. As únicas pessoas que podem alterar o acor-do original são as mesmas pessoas que o fi rmaram. Acrescentar ou remover qualquer coisa do “contrato” seria ilegal. Se essa regra vale para acordos feitos entre pecadores, então se aplica ainda mais ao Deus santo.97 Ou, como diz João Calvino: “Se os contratos humanos são tidos como obrigatórios, quanto mais obrigatória é a aliança que Deus estabeleceu”.98

Note que não foi Abraão quem fez uma aliança com Deus; antes, foi Deus quem fez uma aliança com Abraão! Deus não impôs quaisquer condições a serem cumpridas por Abraão (cf. Gn 15). Foi uma aliança da graça: Deus fez promessas a Abraão; o patriarca, por sua vez, não prometeu coisa alguma a Deus.

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2. Deus fez um pacto com Abraão e seu descen-

dente. Paulo revela, ainda, outra verdade maravilho-sa: Deus fez essa promessa não apenas a Abraão, mas também a Cristo. “E ao teu descendente, que é Cristo” (v. 16). Em última análise, Paulo observa que Deus fez sua promessa pactual com Abraão por meio de Cris-to, de modo que as únicas partes que podem alterar qualquer coisa nesse acordo são Deus o Pai e Deus o Filho. Nem Moisés pode mudar essa aliança! Não pode acrescentar coisa alguma a ela; não pode retirar coisa alguma dela. Os judaizantes desejavam acrescentar outros elementos à graça de Deus (como se fosse pos-sível acrescentar algo à graça!) e subtrair das promes-sas de Deus. Eles não tinham direito algum de fazê-lo, pois não haviam fi rmado a aliança original.99 3. Deus fez o pacto da fé antes de dar a lei. Paulo no-vamente usa o conhecimento que tinha das Escrituras para citar um dado cronológico a ser observado: “Que-ro dizer isto: A lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a aliança previamente estabelecida por Deus, de modo que venha a invalidar a promessa” (v.17, NVI). A lei foi outorgada a Moisés 430 anos depois da promessa feita por Deus a Abraão. Este factoide é retirado de Êxodo 12:40-41, onde nos é dito que o tempo de servidão israelita no Egito foi de 430 anos. Na verdade, Paulo está contando o tempo desde que Jacó foi para o Egito, quando Deus lhe apareceu e re-afi rmou a aliança (Gn 46:1-4). Os 430 anos são, portan-to, o período desde a ocasião em que Deus confi rmou sua promessa a Jacó até a entrega da Lei no Sinal. Seja como for, a argumentação de Paulo é clara: uma Lei dada séculos depois não pode invalidar a promessa feita a Abraão.4. Deus deu a herança pela promessa e não pela

lei. Paulo chega a uma conclusão muito simples: “Se

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a herança depende da lei, já não depende de promes-sa. Deus, porém, concedeu-a gratuitamente a Abraão mediante promessa” (v. 18, NVI). Os judaizantes con-cebiam que a lei e a promessa eram termos comple-mentares. Paulo contradiz este ponto. Ele argumenta que a Lei e a promessa são termos antitéticos. Tentar conjugá-los é entender mal o papel da Lei. Pelo con-trário, são herança e promessa que se conjugam. Isto é confi rmado pelo fato de que Deus, pela promessa, a deu gratuitamente (a herança, objeto implícito do verbo) a Abraão.100 A herança concedida a Abraão foi a justifi cação, e ele não foi justifi cado pela lei, mas pela fé, e isso gratuitamente.

A Lei não é Maior do que a Promessa

O apóstolo Paulo enfatiza agora a superioridade da promessa em relação à lei, destacando três pontos importan-tes.

1. A lei foi dada para revelar o pecado, não para re-

movê-lo. Fazendo uso da diatribe, Paulo assim escre-ve: “Qual era então o propósito da lei? Foi acrescenta-da por causa das transgressões...” (v. 19a, NVI). O papel da lei não é justifi car, mas condenar. Não é remover o pecado, mas revelá-lo. Não é declarar o homem justo, mas torná-lo consciente de sua culpa. O propósito da lei é revelar o pecado em vez de removê-lo. William Barclay diz que vemos aqui, ao mesmo tempo, a força e a fraqueza da Lei. Sua força está em que ela defi ne o pecado; sua fraqueza em que ela nada pode fazer por remediá-lo.101 Como diz John Stott, a função da lei não é conceder a salvação, mas convencer os homens de sua necessidade.102

2. A lei foi temporária, e não permanente. Paulo diz que a lei “foi adicionada [...] até que viesse o des-cendente” (v. 19a). É evidente que uma lei temporária

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não pode ser maior do que uma aliança permanente. Quando lemos o relato da aliança de Deus com Abraão, não encontramos quaisquer termos condicionais. Foi um pacto realizado inteiramente pela graça de Deus. As bênçãos da lei, entretanto, dependiam do cumpri-mento de certas condições. Além disso, a lei tinha um término defi nido: “até que viesse o descendente [Cris-to]”. Com a morte e ressurreição de Cristo, as ordenan-ças da lei judaica foram totalmente revogadas.103 3. A lei foi dada por meio de um mediador, e não

diretamente de Deus. De acordo com Paulo, a lei “... foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador” (v. 19b, NVI). Quando Deus deu a lei a Israel, o fez por meio de um anjo e pela mediação de Moi-sés. Em seu discurso fi nal, Estevão afi rmou que Israel “[recebeu] a lei por ministério de anjos” (At 7:53). Isso signifi ca que a nação recebeu a lei de terceira mão: foi passada de Deus para os anjos, destes para Moisés e, por fi m, de Moisés para o povo. Mas quando Deus fi r-mou sua aliança com Abraão, Ele o fez pessoalmente, sem qualquer mediador. Um mediador é alguém que se coloca entre as duas partes e as ajuda a entrar em um acordo. No caso de Abraão, porém, não houve necessidade de um media-dor, pois era Deus quem estava entrando em aliança com o patriarca, e não vice-versa. Deus mesmo deu Sua promessa de graça e justiça. “Deus, porém, é um” (v. 20, NVI). Portanto, não havia necessidade de um in-termediário. Abraão recebeu a promessa diretamente de Deus. Consequentemente, a promessa é superior à lei.Em suma, a lei foi temporária e exigiu um mediador.

A aliança era permanente e não exigiu nenhum mediador. A conclusão só poderia ser uma: a aliança de Deus com Abraão era maior que a lei.

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A Lei não é Contrária à Promessa

Podemos quase ouvir os judaizantes fazendo uma nova pergunta: “É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus?” (v. 21). Ao responder a essa pergunta, o argumento de Paulo é que a Lei não contradiz a promessa; antes, coopera com ela, a fi m de cumprir os propósitos de Deus. Apesar de a Lei e a graça serem opostas, se as analisarmos com a devida profundidade, veremos que, na verdade, elas se complemen-tam.

Então, por que a lei foi dada? Destacamos quatro pon-tos importantes aqui.

1. A Lei não foi dada para oferecer vida. Paulo assim explica: “Pois, se tivesse sido dada uma lei que pu-desse conceder vida, certamente a justiça viria da lei” (v. 21b, NVI). Note que, em sua argumentação, Paulo procura mostrar o absurdo da distorção do propósito da lei, mostrando o falso pressuposto e depois desfa-zendo as conclusões erradas. A premissa falsa é: a lei que foi dada é capaz de vivifi car. A conclusão errônea é: desta forma, a justiça é pela lei. Indubitavelmente, a premissa e a conclusão verdadeiras são: Não foi dada nenhuma lei que possa vivifi car; desta forma, a justiça não pode ser dada por meio da lei – ela vem da fé.104

Sem dúvida, a lei de Moisés governava a vida do povo de Israel, mas não tinha o poder de prover vida espi-ritual para as pessoas. Se fosse possível obter vida e justiça pela Lei, não teria sido necessário Jesus Cristo morrer na cruz (Gl 2:21). Mas Jesus morreu, compro-vando que a Lei jamais seria capaz de dar vida e justi-fi car o pecador.2. A Lei foi dada a fi m de preparar o caminho para

Cristo. Paulo prossegue: “Porém as Escrituras Sagradas afi rmam que o mundo inteiro está dominado pelo pe-cado, e isso para que as pessoas que creem recebam o que Deus promete aos que têm fé em Jesus Cristo”

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(v. 22, NTLH). As Escrituras revelam de forma irrefutá-vel que o homem é transgressor da lei (Rm 3:9-23), e que somente pela graça é que podemos ser salvos (Ef 2:8,9). Vemos aqui a maneira como a lei e a graça coo-peram para levar o pecador a Jesus Cristo. A Lei mostra ao pecador seu pecado, a graça lhe mostra o perdão que ele pode ter em Cristo. A lei não nos torna peca-dores; ela nos revela que somos pecadores (Rm 3:20). O propósito da lei é revelar o pecado e levar os ho-mens a perceberem sua necessidade de um Salvador.É impossível obter a salvação pela observância da lei. Quando as pessoas afi rmam que são salvas porque “guardam os dez mandamentos”, revelam sua igno-rância acerca do verdadeiro signifi cado da lei. Todos os homens estão sob o pecado, tanto judeus quanto gentios. Mas, uma vez que todos estão sob o peca-do, todos podem ser salvos pela graça! Deus não tem duas formas de salvar os homens; ele oferece somente uma salvação - pela fé em Jesus Cristo.3. A Lei mantém o homem como prisioneiro, até

que a salvação pela fé lhe seja revelada. Segundo Paulo: “Mas, antes que chegasse o tempo da fé, nós éramos prisioneiros da lei, até que fosse revelada a fé que devia vir” (v. 23, NTLH). Paulo diz que a lei era uma prisão para o homem. Portanto, antes de a fé vir, ou seja, antes de Cristo morrer pelos nossos pecados, os homens eram prisioneiros sob a lei.105

Os falsos mestres estavam induzindo os crentes da Ga-lácia a se voltarem da fé para as obras da lei. Isso era um retrocesso, uma vez que o propósito da lei era manter o homem sob tutela, na prisão, para a liberdade da fé em Cristo Jesus. A lei não tem nenhum poder para tirar esse homem da prisão nem para lhe dar vida. A única esperança do pecador é surgir alguém para libertá-lo da prisão. Foi isso que Jesus Cristo fez!

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4. A lei é o guardião do homem até conduzi-lo a Cris-

to. Paulo apela para uma segunda metáfora, dizendo que: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fi m de que fôssemos justifi cados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (vv. 24,25). Aqui, Paulo usa uma ilustração que, provavelmente, era conhecida para to-dos os seus leitores - o aio. A palavra grega traduzida como “aio”, “tutor” ou “preceptor”, é paidagō gos. Sig-nifi ca literalmente “tutor, guia de meninos, guardião de crianças”. A transliteração do grego dá origem ao termo “pedagogo”, muito embora o paidagō gos não tivesse exclusivamente a função de ensino.Em várias famílias romanas e gregas, os escravos mais bem-educados levavam e buscavam as crianças na es-cola e cuidavam delas durante o dia. Alguns também participavam da educação das crianças, protegendo, proibindo e, por vezes, disciplinando. Esse é o aio ao qual Paulo se refere.Assim, ao usar essa ilustração, Paulo está dizendo vá-rias coisas sobre os judeus e sua Lei. Em primeiro lugar, afi rma que os judeus não nasceram da Lei. O escravo não era o pai da criança; era seu guardião disciplinador. Assim, a Lei não dava vida a Israel; governava a vida do povo. Os judaizantes ensinavam que a Lei era necessá-ria para obter vida e justifi cação, mas a argumentação de Paulo mostra o erro desses falsos mestres. Mas o segundo ensino de Paulo é ainda mais importante: o trabalho do aio era uma preparação para a maturidade da criança. Quando a criança atingisse a maioridade, a função do aio deixaria de ser necessária. Da mesma forma, a Lei foi uma preparação para Israel até a vin-da do descendente prometido, Jesus Cristo.Em suma, a lei não pode mudar a promessa, e a lei não é maior do que a promessa. Mas a lei também não é contrária

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à promessa: as duas trabalham juntas para levar os pe-cadores ao Salvador.

A Lei não Pode Fazer o que a Promessa FazO apóstolo Paulo conclui seu argumento da superiori-

dade da promessa sobre a lei mostrando três itens que a pro-messa nos dá e que a lei não pode nos dar.

1. A fé em Cristo nos faz fi lhos de Deus. Paulo assim afi rma: “Pois todos vós sois fi lhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, porque todos quantos fostes bati-zados em Cristo de Cristo vos revestistes” (vv. 26,27). Pela lei temos consciência de que somos pecadores culpados; pela promessa somos justifi cados pela fé em Jesus Cristo e é pela fé que somos feitos fi lhos de Deus. Paulo diz ainda que a fé em Jesus nos batiza “em Cristo” (v. 27). Esse batismo do Espírito identifi ca o cris-tão com Cristo e o torna parte do corpo de Cristo (1Co 12:12-14). Pela fé, o cristão remove as vestes imundas do pecado e, pela fé, recebe vestes de justiça em Cristo (cf. CI 3:8-15).2. A fé em Cristo elimina todas as distinções e pre-

conceitos. “Destarte, não pode haver judeu nem gre-go; nem escravo nem liberto; nem homem nem mu-lher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (v. 28). Que declaração maravilhosa! A Lei criava diferenças e distinções, não apenas entre indivíduos e nações, mas também entre os diversos tipos de alimentos e ani-mais.Jesus Cristo não veio para dividir, mas para unir. Para os cristãos da Galácia, essa deve ter sido uma notícia gloriosa, pois, em sua sociedade, os escravos eram considerados apenas uma propriedade; as mulheres viviam confi nadas e não eram respeitadas; e os gen-tios eram desprezados pelos judeus. O fariseu orava todas as manhãs, dizendo: “Agradeço-te, ó Deus, pois

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Notas

95 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 917.

96 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 148-149.

97 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 917.

98 CALVINO, João, op. cit., p. 85.

99 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 918.

100 MACGORMAN, John William, op. cit., p. 128.

101 BARCLAY, William. Gálatas y Efesios. Buenos Aires: La Aurora, 1973, p. 39.

102 STOTT, John, op. cit., p. 83.

103 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 918.

104 MACGORMAN, John William, op. cit., p. 130.

105 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 157.

106 STOTT, John R. W., op. cit., p. 90.

107 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 921.

sou um judeu, e não um gentio; sou um homem, e não uma mulher; sou um homem livre, e não um escravo”. No entanto, todas essas distinções foram removidas “em Cristo”. A Lei conservava essas distinções, mas em sua graça, Deus declarou que todos se encontram no mesmo nível, para que, assim, concedesse Sua miseri-córdia a todos (Rm 11:25-32).107 3. A fé em Cristo nos faz herdeiros da promessa. Paulo conclui, por fi m: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (v. 29). A Lei jamais poderia nos transformar em herdeiros de Deus. Deus fez sua promessa à “des-cendência de Abraão”, e esse descendente é Cristo. Se estamos “em Cristo” pela fé, então, em termos espiri-tuais, também somos “descendência de Abraão”. Isso signifi ca que somos herdeiros das bênçãos espirituais que Deus prometeu a Abraão. Essa promessa fala da herança da justifi cação, da salvação e da bem-aventu-rança eterna (Rm 8:5-17).

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RELATÓRIO DE VISITA MISSIONÁRIAA Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira, por meio

de seu Departamento de Missões & Evangelismo, enviou para Santiago do Chile e Concepción, no dia 25 de abril, próximo pas-sado, o Pr. Daniel Miranda Gomes, que representou a Igreja Ba-tista do Sétimo Dia do Brasil naquele país, durante um encontro com dois pastores chilenos, Pr. Marco Antonio Saavedra Oñate, de Santiago do Chile, e Pr. Pedro Aguilera Castillo, de Concep-ción.

Durante sua visita, o Pastor Daniel contou com o auxílio do Presbítero Manuel Marambio, natural do Chile, e que man-tém a sua residência neste país. Todavia, ele também mantém uma segunda residência no Brasil, sendo membro da Igreja Ba-tista do Sétimo Dia de Campinas. O irmão Manuel já se encon-trava no Chile, a trabalho, desde o dia 12 de abril. Nestes dias, ele aproveitou para fazer os primeiros contatos com o Pr. Marco Antonio, e com Pr. Pedro Aguilera, a quem já conhecia de longas datas. Também aproveitou para levantar informações de outros grupos interessados em nossa fé, em cidades vizinhas.

O Pr. Marco Antonio após contatos com a Conferência Ba-tista do Sétimo Dia dos Estados Unidos e Canadá, em 2008, ini-ciou ofi cialmente, em Santiago do Chile, a organização da Igreja Batista do Sétimo Dia “Missão União Chilena”, há mais de dois anos, solicitando às autoridades legais daquele país a aprovação do Estatuto da Igreja. O processo de registro é bastante moroso e ele ainda está trabalhando para aprovar a constituição da pes-soa jurídica da Igreja. Por não terem autorização do Governo, os nossos irmãos chilenos ainda não podem se reunir publicamen-te, para adorar ao Senhor Jesus. Segundo informações, isso está

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para acontecer o mais breve possível, talvez ainda no mês de maio.O Pr. Daniel foi recebido no dia 25 de Abril pelo Pr. Marco

Antonio.Durante o período da tarde, eles puderam conversar sobre a obra missionária naquele país e o Pr. Marco relatou como se deu os primeiros contatos com a Igreja Batista do Sétimo Dia nos EUA.

No dia 26 de Abril, o Pr. Daniel voou para a cidade de Concep-ción, sendo recebido, ainda no aeroporto, pelo Pr. Pedro Aguilera, que o levou para sua residência. Lá ele reencontrou o Presbítero Manuel Marambio, e passaram algumas horas conversando sobre a fé batista do sétimo dia. Próximo a uma lareira, para que pudesse se aquecer do frio que é bastante intenso naquela região, o Pr. Daniel foi sabatinado pelo Pr. Pedro Aguilera e por sua fi lha.

No dia 28 de abril, pela manhã, foi discutido questões de or-dem administrativa a ser adotada pela nova Igreja naquele país. Ficou acertado, entre outras coisas, que os mesmos irão adotar o mesmo sis-tema de gestão administrativa da Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira, e que na próxima Assembléia Geral, será promovida uma reforma no Estatuto já aprovado, inclusive pelo Governo Federal do Chile, passando a receber o nome de Convenção Batista do Sétimo Dia do Chile.

Na noite seguinte, o Pr. Daniel ministrou a Palavra do Senhor àqueles irmãos, baseado no Salmo 103. Foi um momento de muita un-ção do Espírito Santo e de emoção, pois a pala-vra ministrada foi como que um bálsamo ao co-ração dos irmãos que ali estavam presentes. O Pr. Juan Miguel, durante a despedida, colocou-se à disposição para ajudar nesta nova empreitada.

Finalmente, no dia 30 de Abril, o Pr. Daniel regressou ao Bra-sil, com o coração repleto de alegria e esperança, na certeza de que o Senhor Deus o havia conduzido até ali e que Ele está realizando uma grande obra naquela nação tão carente da Palavra do Senhor Jesus.

REUNIÃO ADMINISTRATIVADa direita para a esquerda: Pr. Pedro Aguilera Castillo, Pb. Manuel Marambio, Pr. Marco A. Saavedra

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É com uma alegria enorme no coração que noticiamos que dentre muito em breve teremos ofi cialmente a primeira Igreja Ba-tista do Sétimo Dia de Luanda, na Angola.

Este trabalho missionário, no continente africano, começou em novembro de 2011, quando a irmã Lucia Paulo Cuzunguluca, ao realizar uma pesquisa na internet, sobre igrejas que observavam o sábado, descobriu a “Igreja Batista do Sétimo Dia” no Portal Batista do 7º Dia, e assim fez o primeiro contato com a igreja brasileira.

O irmão Fabrício Luís Lovato, de Rio Grande do Sul, um gran-de defensor da fé batista do sétimo dia, foi quem orientou a irmã Lucia para que ela pudesse se comunicar conosco, o que ela fez de

imediato, escrevendo um e-mail, o qual foi encaminhado pelo ad-ministrador do Portal ao Pr. Daniel Miranda Gomes, que começou a comunicar-se com aqueles irmãos por meio de e-mails e pro-gramas de conversas, que permitem o uso

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de imagem e voz (Skype e Messenger), o que aproximou ainda mais estes irmãos de nós, possibilitando, inclusive, manter horas de diálogos, para explicar diversos textos bíblicos e pontos doutri-nários a eles.

Este grupo de irmãos, que somam mais de dez pessoas, entre adultos e crian-ças, tem a sua origem religiosa na Igreja de Jesus Cristo sobre a Terra (movimento Kimbanguista), fundada pelo Profeta Si-mon Kimbangu na localidade Nkamba, em 6 de Abril de 1921. Ao romperem com esta denominação, nossos irmãos angola-nos praticamente romperam suas relações com o resto de seus familiares adeptos a essa igreja, demonstrando claramente que estão dispostos a trilharem o verdadeiro caminho do discipulado proposto por Je-sus Cristo.

O Departamento de Missões e Evan-gelismo da Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira, por meio de seu diretor Pr. Wesley Batista de Albuquerque, está em-penhado em levantar ofertas, para poder enviar o Pr. Daniel Miranda àquele país, entre os meses de Julho e Agosto, para que ele possa promover o recebimento destes irmãos, batizá-los nas águas e cele-brar a Ceia do Senhor, em cumprimento à ordem do Mestre.

Temos consciência do amor de Deus por nossos irmãos de Luanda e sabemos que Sua gloriosa vontade se cumprirá fi elmente naquele país! Quanto a nós, podemos fazer muitas coisas para colabo-rar neste projeto missionário e você pode também fazer a sua parte, depositando na

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BRADESCOAgência 2037

Conta Corrente 36573-4

conta abaixo uma oferta específi ca para o Departamento de Mis-sões.

Caso Deus tenha tocado seu coração e você queira fazer uma doação para essa missão, faça sua oferta de amor no Bradesco - Ag 2037 - Conta Corrente 37693-0, em seguida mande um email para [email protected] informando o valor e dizendo que se des-tina a Angola.

Se preferir doar via pagseguro, acesse o site www.ib7.org

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“Semear a Palavra de Deus nos pequenos cora-ções, regar, cuidar e deixar fl orescer para que dê fru-tos; frutos da Salvação”; essa é a nossa missão.

O Departamento Infanto-Juvenil Batista do Sétimo Dia tem como objetivo auxiliar os professores do Depar-tamento Infantil de todas as igrejas brasileiras, fornecen-do materiais didático-pedagógicos e compartilhando ideias.

Não vamos desprezar nossas crianças, pois são membros do corpo de Cristo. É tempo de investir no Ministério Infantil, em obediência à Palavra de Deus: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Marcos 16:15). Toda a criatura inclui as crianças. A Bíblia mostra claramente como Jesus as ama e como se importa com elas; por isso nos desperta para esse chamado.

Valorizemos os líderes de crianças e procuremos dar supor-te a eles. Somente assim poderemos ver esse importante ministério crescer. Muitas pessoas dizem que as crianças são o futuro da Igreja; muito pelo contrário! Elas são o presente. Se plantarmos, hoje, a se-mentinha de amor no coração delas, veremos, amanhã, o caminho que seguirão. A educadora cristã Sherron K. George diz: “A Educação Cristã facilita, promove, gera, guia, acompanha e estimula o desen-volvimento das pessoas, do nascimento até a maturidade e à morte.”.

Se, em sua igreja, há crianças entre zero a doze anos, não im-portando o número (uma, duas, ou mais), o Departamento Infan-til tem de fazer parte das atividades e dos trabalhos da comuni-

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dade. Consequentemente, precisa haver um líder com um perfi l e cônscio da missão que Deus concedeu, com características próprias para a liderança. Que ele tenha sido capacitado por Nosso Deus.

Por um versículo muito conhecido por nós, cristãos, - “Instrui a criança no caminho que deve andar, e até quando envelhecer não desviará dele. (Provérbios 22: 6) -, entendemos que não cabe somente aos pais, que têm o dever de levar os pequeninos ao caminho da sal-vação, mas também àqueles que percebem habilidades e buscam co-nhecimento à infância, fase tão importante que refl etirá, no futuro, um trabalho de dedicação, reconhecendo o passo necessário e esperado de uma criança que se tornará um “homem feito”. (I Coríntios 13:11)É competência do Departamento Infantil oferecer subsídios aos lí-deres para que se cumpra a formação doutrinária e a espiritual das crianças, de forma a também preservar a identidade da Igreja Batis-ta do Sétimo Dia. No desenvolvimento de crianças é importante se levar em conta o desenvolvimento físico, o cognitivo (inteligência) e o emocional, considerando também a importância da interação familiar. Assim, cada etapa é efetivada somente com a capacitação e com a vitória em Deus, e podemos realizar isso com sabedoria, ha-bilidade e criatividade, preservando a saúde emocional da família.Esse campo parece ser muito amplo, e não devemos nos deter somen-te no trabalho realizado na Escola Bíblica Sabatina, naqueles poucos minutos passados com nossos alunos, mas também envolver as crian-ças com outras ações e com momentos diferentes, proporcionando envolvimento com atividades que lhes pareçam interessantes e atra-tivas, como cultos, passeios, tardes recreativas, “acampadentros”, etc.O Departamento Infanto-Juvenil também auxilia quanto à escolha de lições bíblicas, bem como de materiais didáticos. Para isso, foi en-viado, há alguns meses, uma carta e uma fi cha cadastral a cada igreja. Caso a sua não tenha recebido, ou seu líder não a tenha nos reenviado, pedimos a gentileza do retorno. Só assim teremos como obter infor-mações, ou responder a dúvidas e a necessidades de cada congregação.Visitas, orientações, suporte pedagógico e atividades infantis já são realizadas em algumas igrejas. Nosso último trabalho assim foi uma bênção de Deus, contribuindo com a Federação de Jovens, no retiro que aconteceu nos dias 06, 07 e 08 de abril. Para que os pais de pouca idade pudessem participar das programações, o Departamento In-

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fanto-Juvenil programou dias divertidos com as crianças, havendo re-almente crescimento espiritual. Assim, todas aprenderam um pouco mais da história bíblica de Jonas e do grande peixe, louvaram a Deus, participaram de gincanas e de brincadeiras. Guardaram no coração o versículo de Salmos 119: 2. Para a graça de Deus, com certeza, jamais esquecerão esses momentos, pois foram tocadas pelo Espírito Santo!Pedimos que todos os irmãos lembrem-se deste departa-mento em suas orações a fi m de que Deus esteja, a cada dia, abençoando e capacitando-nos ao maravilhoso traba-lho de Semear a sua Palavra no coração dos pequeninos.Acesse nosso blog: sementinhadeamor.blogspot.com. Lá, exis-tem mensagens, atividades para realizar na Escola Bíblica Sa-batina ou em datas extras, como Dia das Mães ou dos Pais, da Criança, na Páscoa, etc. Há fotos de atividades de algumas igre-jas. Quem é professor dessa área pode nos encaminhar imagens ou suas programações, solicitando materiais, pelo e-mail: [email protected]. Estamos esperando seu contato.

Com carinho, na Paz do Nosso Senhor Jesus, Irmãs Giselle e PriscillaIrmrmãssssssssssss GGGG

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Domingo – Tito 3:1-7

Deus nos gerou, a queda nos degenerou e o Espírito Santo nos regenerou por sua ação poderosa. Paulo comuni-ca a Tito seu cuidado com a igreja, a fi m de que tenham a consciência de que o novo homem em Cristo é alguém que não é dado à infâmia, contendas, porém é modesto e man-so. A carta relembra-os de como antes andavam seguindo os impulsos da carne, deleitando-se naquilo que desejavam até que foram alcançados pela benignidade divina que, pela obra do Espírito Santo, operou uma transformação profunda no ser para que então fossem feitos herdeiros da promessa pela Graça derramada. Louvemos ao Senhor por tão magní-fi ca salvação.

Segunda-feira – 1 Pedro 1:1-5

A redenção é obra do Senhor em nossa vida. Ele nos elegeu e enviou seu Espírito que nos santifi ca, nos ajustando à sua vontade, ou seja, nos tornando obedientes em amor de maneira que naturalmente andemos em seus caminhos. É im-

Meditações Bíblicas Diárias Meditações Bíblicas Diárias

Semana 13 * Leitura Bíblica: Carta de Paulo aos Colossenses

* Verso Chave: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fi m de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado” (Cl 4:2-3).

* Propósito especial de oração: Oremos durante essa semana para que Deus nos conceda um Sábado aben-çoado, um Sábado de Salvação.

Bernardo Inácio Junior

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portante saber que isto não se trata de obra humana, advinda de esforço ou habilidade própria, mas é um ato da soberania e acima de tudo do amor de Deus que decidiu nos alcançar e nos oferecer de sua virtude que nos guarda em meio a este sistema perverso e nos enche de paz e segurança mesmo diante das adversidades, além de nos garantir uma herança que não se esvai, mas que permanece para sempre e nos pre-enche de modo pleno e eterno. A nós então cabe rendermo--nos a esse amor e deixar a luz do céu entrar!

Terça-feira – 2 Pedro 1:3-8

Os servos que o Senhor inspirou para que nos trans-mitissem sua verdade estão sempre nos lembrando daquilo que Deus fez e entregou a cada um daqueles que escolhe-ram andar com Ele. Aqui, Pedro nos diz que nos foi concedido “tudo o que diz respeito à vida e piedade”, afi rmando ainda que suas grandiosas promessas nos fazem participar da na-tureza divina. Olhando para tão grandiosas dádivas, torna-se mais fácil o suportar as dores e perigos desta vida, quando se tem uma fé à qual se acrescenta a virtude, a sabedoria, o domínio próprio, a paciência, a piedade e o amor. É assim que podemos frutifi car constantemente no Senhor, vencendo o estado de apatia e ociosidade que frequentemente nos alcan-ça e aumentando progressivamente a nossa intimidade com Cristo.

Quarta-feira – Gálatas 5:2-6

O redimido é alguém que um dia ouviu a palavra da verdade e, tendo nele sido gerada a fé por esta mesma pa-lavra, alcançou nova vida em Cristo, de maneira que a obra está consumada. Portanto, não há necessidade de obra na carne, um rito específi co que tenha o poder de gerar satisfa-ção no coração de Deus, visto que o que é realizado em nós atua no nosso interior, circuncidando o coração e o enchendo

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de amor, o que é a marca distintiva do discípulo de Jesus. É assim, portanto, que Paulo afi rma que este amor é o motor de toda ação daquele que nasceu de novo, e inclusive de sua fé, que não pode estar ligada a desejos e caprichos pessoais, mas ao grande amor que em nós foi abundantemente derramado, isto sim tem valor!

Quinta-feira – Gálatas 5:7-15

Paulo continua alertando os gálatas quanto ao que realmente importa. Eles estavam sendo ludibriados por falsos argumentos que traziam de volta a canga da servidão sobre a vida deles, e o que é pior: estavam passando a este “outro evangelho”, talvez pelo desejo de perceber que estavam fa-zendo algo para conquistar o favor de Deus. Ora, este autoen-gano acontece frequentemente e tem o poder de aprisionar o que nele se engoda. Porém, foi para liberdade que Cristo nos chamou, Ele nos libertou de nós mesmos, de nossa velha natureza, dando-nos a capacidade de amar ao próximo e nos fazendo entender que toda a lei se cumpre nesta atitude, por-tanto somos livres, não para pecar, mas para amar. Louvemos ao Senhor por isto!

Sexta-feira – Gálatas 5:16-21

Nesta passagem, o contexto nos mostra que os gála-tas desejavam evitar a concupiscência da carne, mas estavam enganados quanto ao modo de alcançar este objetivo. Eles, que dantes viviam entregues às suas paixões humanas cita-das no texto, obviamente não desejavam voltar a tais práti-cas. A questão é que pensavam que atos como a circuncisão poderiam protegê-los do pecado, e é aí que Paulo traz a ver-dade de como não cumprir as cobiças da carne, “Andai em espírito...”. É assim que vencemos as obras carnais, andando com Deus, conectados a Ele, segurando sua mão e indo pelo

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caminho com a certeza de que estamos ao lado do nosso Pai, que nos escolheu para sermos herdeiros do seu Reino!

Sábado – Gálatas 5:22 – 6:10

Viver pelo Espírito é a atitude gerada em nós pela re-denção. Andávamos na carne, ligados exclusivamente ao que era carnal, até que fomos alcançados pelo sangue de Cristo e passamos a andar pelo seu Espírito, que produz em nós amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansi-dão, temperança.

Tudo isto em nós operando, gera as práticas citadas no capítulo 6, a saber, compreender e encaminhar aquele que errou; levar as cargas uns dos outros e não se cansar de fa-zer o bem, dando em tudo a glória devida a Deus, de quem procede todo dom perfeito e toda boa dádiva, de maneira que somos instrumentos em suas mãos, portanto a Ele, pois a glória eternamente, Amém!

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Questões para Estudo do Texto

“Pai, eu prefi ro ser seu escravo a ser o seu fi lho”. Quem de nós diria um absurdo como esse para seu pai? Hoje, vere-mos que, na condição de fi lhos, uma grandiosa herança nos foi prometida por Deus por meio de Cristo Jesus.

Núcleo da Lição

“De sorte que já não és escravo, porém fi lho; e, sendo fi -

lho, também herdeiro por Deus” (Gl 4:7)

Estudo da Semana: Gálatas 4:1-7

Verso Áureo

29 de setembro de 20121313

1. O que Paulo quis dizer quando afi rmou que uma criança não é diferente de um escravo? Legalmente, o que signi-fi ca ser um herdeiro menor de idade? (vv. 1,2)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................2. Paulo compara a escravidão da lei a um tutor temporário.

De que modo isso é um paralelo da relação fi lial entre você e Deus? (v. 3)

R:.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Nossa Herança Nossa Herança em Cristoem Cristo

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3. O que significa a expressão “a plenitude dos tempos”?

(v. 4)?

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

................................................................................................................

4. Se Jesus nasceu sob a lei, como então, Ele poderia nos

redimir? (v. 5)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

................................................................................................................

5. Como fi lhos e herdeiros, qual é a primeira bênção que

recebemos de Deus? De que modo isto afeta a nossa re-

lação com Deus? (v. 6)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

................................................................................................................

...............................................................................................................

6. O que mais podemos aguardar como herdeiros de Deus

por meio de Cristo? (v. 7)

R:.............................................................................................................

................................................................................................................

................................................................................................................

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Daniel Miranda Gomes

Em nosso estudo da semana passada vimos que o apóstolo Paulo disse que a lei nos serviu de paidagō gos, ou seja, de “aio” que nos conduz a Cristo; mas tendo cumprido sua missão, não devemos mais viver subordinados à lei. Paulo explica aos gálatas que a lei é como um tutor e um curador para um fi lho menor. Quando esse fi lho chega à idade adulta, não precisa mais fi car sujeito a tutores e curadores; ou seja, quando Cristo vem, e recebemos a graça, tomamos posse da promessa.

Em nosso estudo de hoje veremos que Paulo faz um contraste entre a condição do homem sob a lei e a sua nova condição em Cristo.

Servidão sob o Domínio da Lei

Uma das tragédias do legalismo é que ele dá a aparên-cia de maturidade espiritual, quando, na realidade, ela leva o crente de volta para uma “segunda infância” da experiência cristã.

Warren Wiersbe afi rma que os cristãos da Galácia, como a maioria dos convertidos, queriam crescer e progredir, mas estavam fazendo isto de maneira errada. Sua experiên-cia não é muito diferente daquela de muito cristãos de hoje, que se envolvem em diferentes movimentos legalistas na es-perança de se tornarem melhores cristãos. Suas motivações podem ser corretas, mas seus métodos são errados.108

Esta é a verdade que Paulo procura transmitir aos ir-mãos da Galácia. Os judaizantes os haviam enfeitiçado, levan-

Entendendo

V i v e n d o&

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do-os a pensar que a Lei os transformaria em cristãos melho-res. Sua velha natureza sentia-se atraída pela Lei, pois esta lhes permitia fazer coisas e medir os resultados exteriores. Ao avaliar a si mesmos e às suas obras, sentiam-se realizados e, sem dúvida, um tanto orgulhosos. Pensavam estar avançan-do quando, na verdade, regrediam.

Para melhor compreendermos o assunto em tela, des-tacamos alguns pontos.

1. Servidão sob a lei romana. Paulo procurou conven-cer os gálatas de que eles não precisavam de legalis-mo, a fi m de viver a vida cristã. Eles tinham tudo o que precisavam em Jesus Cristo. E, para isto, ele usa uma ilustração da vida cotidiana de seus leitores: “Digo, po-rém, que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está sujeito a guardiães e administra-dores até o tempo determinado por seu pai” (vv. 1-2).Paulo usa a palavra “menor” (do grego nē pios), que signifi ca criança ou alguém sem entendimento, em contraste com “adulto” (do grego teleios). Ele está ilus-trando a imaturidade espiritual daqueles que ainda vivem sob a lei e que estão sendo preparados para a nova fé em Cristo.Nos dias de Paulo, uma criança e um servo eram tratados da mesma forma. Não importava quem era o pai, o fi lho continuava sendo uma criança, sujeita à supervisão de um servo. O servo estava su-jeito às ordens do senhor da casa, e a criança estava sujeita ao servo. Ele não podia, ainda, assumir o con-trole da herança nem dela dispor. Até chegar à idade adulta, estaria sob o cuidado e o controle de tutores e curadores.2. Servidão sob a lei judaica. O propósito de Paulo, ao fazer uso de uma metáfora com base na lei romana, é bastante claro: “Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios ele-

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mentares do mundo” (v. 3, NVI). Paulo está afi rmando que os judeus eram como criancinhas pequenas, su-jeitas aos “rudimentos do mundo”. O termo “rudimen-tos” signifi ca “princípios fundamentais” ou, em uma linguagem bem simples, o “á-bê-cê”. Essa era a situa-ção espiritual do povo de Israel na era da Lei. Assim, ao levar os gálatas de volta ao legalismo, os judaizantes os conduziam não apenas à servidão religiosa, mas tam-bém a uma infância e imaturidade moral e espiritual. O legalismo, então, não é um passo rumo à maturida-de; é um passo de volta à infância. A Lei não era a reve-lação fi nal de Deus; era apenas a preparação para essa revelação fi nal em Cristo.

A Redenção na Adoção

Atingimos a idade adulta quando Cristo veio, quando a Lei nos deixou aos pés de Cristo, para então tomarmos pos-se da herança sem a necessidade de tutores ou curadores. O papel da Lei nunca foi salvar-nos, mas sim conduzir-nos a Cris-to. Buscar a salvação pela lei é anular a graça e escarnecer da cruz.109 Alguns pontos devem ser aqui destacados.

1. Quando veio o Filho de Deus? Paulo diz que “quan-do chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho” (v. 4a, NTLH). A expressão “plenitude do tempo” refere-se ao tempo em que o mundo se encontrava providencialmente preparado para o nascimento do Salvador. O nascimento de Cristo em Belém não foi um mero acidente; foi um compromisso marcado por Deus: Jesus veio na “plenitude do tempo”. A vinda de Cristo ao mundo não foi casual. Ele veio na plenitude do tempo, o tempo predeterminado pelo Pai. Tudo foi planejado desde a eternidade. No tempo certo, Deus enviou sua resposta para o mundo.

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2. Quem é o Filho de Deus? Paulo afi rma que “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (v. 4b). Paulo faz questão de ressaltar a natureza dupla de Jesus Cris-to, mostrando que ele é tanto Deus quanto homem. Como Deus, Jesus “entrou no mundo” (Jo 16:28); mas, como homem, foi “nascido de mulher”. Isso revela a pré-existência de Cristo, sua divindade e sua autori-dade. Sua chegada ao reino humano era diferente de qualquer coisa, religião ou mitos pagãos. Este Filho era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Ele é tão divino quanto humano. Ele se tornou um co-nosco em nossa humanidade.3. Como veio o Filho de Deus? Jesus não só teve um nascimento como a de um ser humano comum, como também nasceu sujeito a todas as ordenanças da Lei: “nascido sob a lei” (v. 4c). E isso não só no sentido de estar sob a obrigação pessoal de cumprir a Lei, mas também de estar obrigado (com uma obrigação à qual voluntariamente se sujeitou!) a sofrer vicariamente a penalidade da lei e satisfazer sua exigência de perfeita obediência. Como qualquer judeu, Jesus estava sob a lei, mas não era um escravo da lei, pois Ele não tinha pecado (Hb 4:15; 9:18). Ele não precisou ser liberto da lei ou do pecado, e por isso mesmo foi capaz de servir como nosso Redentor.4. Por que veio o Filho de Deus? Paulo agora explica porque Jesus Cristo veio: “para resgatar os que esta-vam sob a lei” (v. 5a). Jesus veio para nos libertar da escravidão do pecado (Rm 6:17,20). Para resgatar um escravo é preciso comprar a sua liberdade. Assim, uma volta à lei era o mesmo que desfazer a obra de Cris-to na cruz. Ele não nos comprou para nos manter es-cravos, mas para nos tornar fi lhos! Sob a lei, os judeus não passavam de “fi lhos pequenos”, mas sob a graça, o cristão é um fi lho adulto de Deus.

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5. Que resultados produziu a vinda do Filho de

Deus? A vinda do Filho do Deus produziu três glorio-sos resultados.Primeiro, fomos adotados como fi lhos de Deus. Paulo diz que Jesus nos resgatou “... a fi m de que recebêsse-mos a adoção de fi lhos” (v. 5b). Os redimidos não são apenas escravos libertos, eles são adotados como fi -lhos na família de Deus. A adoção é uma das bênçãos da experiência cristã (Ef 1:5). Warren Wiersbe explica que a palavra “adoção”, em o Novo Testamento, sig-nifi ca “colocar na posição de fi lho adulto”. É ligada à nossa posição dentro da família de Deus; não somos crianças pequenas, mas sim fi lhos adultos com todos os privilégios correspondentes a essa posição.110 Ago-ra podemos tomar posse imediatamente da liberdade de fi lhos.Segundo, recebemos o Espírito Santo de Deus. Como fi -lhos adotivos, os cristãos também recebem o mais im-portante dos benefícios: “E, porque vocês são fi lhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: ‘Aba, Pai’” (v. 6, NVI). Deus enviou o Espíri-to não como enviou a lei, gravada em tábuas de pedra, fora de nós; mas enviou-o ao nosso coração, para ter-mos uma experiência profunda e real de transforma-ção espiritual. A missão do Filho foi a de expiar os nos-sos pecados. Ao resolver o problema do pecado dos crentes, o Espírito Santo pode vir e habitar em nosso coração. Depois disso, é que nós realmente começa-mos a agir como fi lhos de Deus. Podemos orar: Abba, Pai! A palavra Abba é um termo da infância de Paulo, um termo carinhoso como “papai”. Chamar Deus de Pai é reivindicar a condição de fi lho.Terceiro, nos tornamos herdeiros de Deus. Agora, diz Paulo, “... você já não é mais escravo, mas fi lho; e, por ser fi lho, Deus também o tornou herdeiro” (v. 7, NVI).

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A progressão é clara para os leitores. Todos começam como escravos, servindo à lei e ao pecado, sem qual-quer esperança de liberdade. Em Cristo somos ado-tados como fi lhos e fi lhas, e passamos a fazer parte da família de Deus (cf. Ef 2:19). Fomos comprados por Cristo, e nosso estado é alterado de escravo para fi lho. Uma vez que somos verdadeiros fi lhos, nós nos torna-mos herdeiros de Deus, e a primeira parcela da nossa herança já nos foi entregue: o Espírito Santo (Ef 1:13,14). Estamos aguardando o segundo estágio: a declaração pública na volta de Cristo, quando “seremos seme-lhantes a ele” (1Jo 3:1-3). Somos “fi lhos e herdeiros”, e a melhor parte da nossa herança ainda está por vir (cf. 1Pe 1:1-5).

Notas

108 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 921.

109 LOPES, Hernandes Dias, op. cit., p. 169.

110 WIERSBE, Warren, op. cit., p. 922.

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192 | Estudos Bíblicos - 3° Trimestre de 2012

Página do TesoureiroPágina do TesoureiroPrezados irmãos e irmãs em Cristo Jesus,A Tesouraria da Conferência Batista do Sétimo Dia Bra-

sileira tem como objetivo melhorar cada vez mais o desem-penho de suas atribuições e prestação de serviços. Mas, para tanto, a colaboração de cada um de vocês é indispensável, neste processo.

Solicitamos, portanto, que os valores referentes à remessa mensal sejam depositados impreterivelmente até 5º dia útil de cada mês, nas seguintes agências e contas bancári-as, abaixo descritas, em nome da Conferência Batista do Sé-timo Dia Brasileira:

1. Banco do Brasil: Agência 1458-3 / Conta Corrente n.

19941-9

2. Banco Bradesco: Agência 2037 / Conta Corrente n.

37693-0

3. Banco Itaú: Agência 3703 / Conta Corrente n. 06312-7

Por favor, não mandem o recibo original do depósito, pelo correio. Tirem uma fotocópia, se forem enviar pelo cor-reio. Aqueles que puderem, usem o Scanner para copiar tanto o recibo de depósito quanto o recibo do talão de remessa, e enviem por e-mail para o seguinte endereço eletrônico: [email protected].

As cópias dos recibos de depósito bancário e o recibo do talão de remessa deverão ser enviados para o endereço da sede geral da CBSDB, no máximo até o dia 15 de cada mês. O tesoureiro que enviar os comprovantes de depósito e recibo de remessa por e-mail não precisará mandar pelo correio as cópias dos mesmos.

Muito Obrigado!