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426 ANO LX | MAI. JUN. JUL. AGO. 2016 | REVISTA QUADRIMESTRAL | 4,00€ para uma catequese renovada Jubileu dos catequistas «A catequese, na verdade, é uma obra de misericórdia, porque aproxima de Deus aqueles que não O conhecem e ajuda aqueles que já O conhecem a amá-lo e a conhecê-lo ainda mais.» “Miserando atque Eligendo” “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”

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426ANO LX | MAI. JUN. JUL. AGO. 2016 | REVISTA QUADRIMESTRAL | 4,00€

para uma catequese renovada

Jubileudos catequistas«A catequese, na verdade, é uma obra de misericórdia, porque aproxima de Deus aqueles que não O conhecem e ajuda aqueles que já O conhecem a amá-lo e a conhecê-lo ainda mais.»

“Miserando atque Eligendo” “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”

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O JUBILEU DOS CATEQUISTAS NA DIOCESE DO PORTO

3 Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (cf.)

Em sintonia de fé, de missão e de tempo, os catequistas da Diocese do Porto terão a possibilidade de viver, em simultâneo, o seu Jubileu com os catequistas de todo o mundo reunidos em Roma.

PROPOSTA DE PROGRAMAPARA O JUBILEU DOS CATEQUISTAS NA DIOCESE DO PORTO

Para que todos experimentemos a comunhão diocesana e universal propõe-se que ao longo da manhã ou da tarde do dia 25 de setembro se realize:

• peregrinação até à Porta Santa da Vigararia ou Paróquia (anexo 1);• passagem da Porta Santa;• um tempo de oração (anexo 2); • celebração da Eucaristia (anexo 3);• releitura da experiência de fé e diálogo a partir da mesma (anexo 4);• partilha duma refeição/lanche…

Supõe-se que os catequistas tenham tido a possibilidade de receber o sacramento da Reconciliação previamente.

Que este tempo de graça permita a cada um viver uma «peregrinação que serve de estímulo à conversão: [e que] ao atravessar a Por-ta Santa, [se deixe] abraçar pela misericórdia de Deus e se comprometa a ser misericordioso com os outros como o Pai o é connosco.3»

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ANEXO 1 · GUIÃO PEREGRINAÇÃO ATÉ À PORTA SANTA

COMO FAZER?

Sugere-se que, antes de iniciar a peregrinação até à Porta Santa, se entregue a cada catequista este guião e se convidem a lerem/viverem as diferentes propostas.

GuIãO: um CONVITE a fazer uma PEREGRINAÇÃO sinal daquela que é a peregri-nação da tua existência. Um caminho que se faz desde a contemplação da misericórdia do Pai respon-dendo ao convite: Sede Misericordiosos como o Pai… e sereis testemunhas!

Bem-vinda e Bem-vindo à celebração do Jubileu do catequista. Convidamos--te a percorrer uma pequena distância para atravessares a “Porta Santa” do Jubileu extraordinário da Misericórdia, guiado pelo Espírito Santo. Passo a passo experimenta-rás o caminho como sinal da peregrinação da tua própria existência. Uma existência que é chamada a contemplar a misericórdia do Pai para se tornar, ela mesma, sinal e lugar de misericórdia para os irmãos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36).

Como preparação para viveres este momento especial de encontro com o

“Deus rico em misericórdia”, és convidado, ao longo do caminho, a realiza-

res as seguintes tarefas:

1ª TAREFA: HABITAR O CORAÇÃO… (Antes de iniciar o percurso) Converter-se… voltar a vida para DEUS… misericordioso

«A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é via-tor, um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há-de servir de estímulo à conversão:

ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de

Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o

Pai o é connosco.» Papa Francisco, Misericordiai vultus, nº 14

Habitar o coração, viver a vida como uma peregrinação interior implica descobrir que «o perdão é um dos lugares de excelência, onde experimentamos aquilo que Deus é. (...) O perdão não é uma coisa que eu crio em mim. É uma coisa que eu deixo

Deus fazer em mim». Pe. Tolentino Mendonça

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Tarefa a realizar: ANTES DE PARTIRES,

1… No silêncio do teu coração faz uma breve oração entregando ao Deus da misericórdia a tua vida a tua peregrinação (de hoje e de toda a vida)… Suplica-lhe que te conceda a graça de saberes: «contemplar a Sua misericórdia para assumi-la como próprio estilo de vida» Papa Francisco

2… Dá um abraço a 4 pessoas dizendo-lhes ao ouvido: «Contempla o Pai para seres misericordioso como Ele». Só é possível iniciar o caminho reconciliados, em comunhão de “Irmãos” e dis-postos a partilhar a vida.Caminhar na fé ao estilo de Jesus e viver a misericórdia supõe “tornar-se próximo do outro” e aceitar que o outro “se aproxime” de nós…

2ª TAREFA: HABITAR O OLHAR E O TOQUE (Ao longo do percurso)

«Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade» Misericordiae vultus, nº 15

«Eis, assim, a autêntica contemplação cristã: fixar o olhar no amor de Deus até VER, pela graça, toda a realidade com os seus olhos. Então Deus brilha nos nossos corações para fazer resplandecer «o conhecimento da sua glória que refulge no rosto de Cristo» (2 Coríntios 4, 6), e nós participamos do seu olhar sobre toda a história e sobre todas as criaturas… O nosso olhar torna-se o dos querubins, um olhar contem-

plativo, pleno de amor e de misericórdia... O orante torna-se capaz de ver

em profundidade: ele vê que tudo é graça, tudo é dom de Deus, e faz-se mise-ricórdia na misericórdia de Deus, mesmo diante do mal e do pecado que contradizem a comunhão.» Enzo Bianchi

«A compaixão não é um pensamento abstrato mas algo de concreto que

induz a não fingir que não se vê.» Pe. Ermes Ronchi

«Todas as vezes que Jesus se comove, toca. Toca o filho da viúva de Naim… “viola a lei, faz aquilo que não se pode: pega num menino morto, levanta-o e entrega-o à sua mãe. A misericórdia não é um documento mas um toque, uma carícia.» Pe. Ermes Ronchi

Tarefa a realizar: AO LONGO DO CAMINhO és convidado a olhar para

as pessoas que te rodeiam, para os catequistas que contigo caminham,

para as pessoas que passam na rua ou estão na janela… ao jeito do

OLhAR do Pai misericordioso (a tocar cada um com o teu olhar).

Como fazer? Olha, sorri e diz, no silêncio do teu interior: «Que expe-rimentes a bênção e a misericórdia do Pai… és sua/seu filha/o muito amada/o»

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3ª TAREFA: HABITAR O SILÊNCIO… (ao chegar diante da porta) para me dar conta que sou habitado pelo Deus da misericórdia

«Sede misericordiosa, como o vosso Pai é misericordiosa» (Lc 6, 36)… O imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz (cf. Lc 6, 27). Portanto, para sermos capa-

zes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus.

Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo, é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida. Papa Francisco, Misericordiae vultus, nº 13

Tarefa a realizar: AO ChEGAR, a cerca de quinhentos metros, da POR-

TA SANTA, como preparação interior para a ATRAVERSAR e ENTRAR, a fim de «contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio

estilo de vida» (Papa Francisco) sugerimos que tente concentrar-se sobre o movi-mento dos seus pés, tocando o chão, e a cada passo, repita: Pai, és «misericordioso e clemente, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6) ou…«És um Pai misericordioso, ajuda-me a acolher a tua misericórdia…» ou…Podes escolher uma expressão que seja mais significativa para a tua vida.

PEDIMOS que FAÇAS SILÊNCIO ao entrar na PORTA SANTA…

4ª TAREFA: ATRAVESSAR A PORTA SANTA

«Será uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experi-mentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança.» Papa Francisco

«Atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação.» Papa Francisco

«E que haja também a porta do nosso coração para receber o perdão de Deus ou dar o nosso perdão e acolher todos os que batem à nossa porta.” Papa Francisco

Um tempo de oração após a passagem da Porta Santa

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ANEXO 2 · GUIÃO

SEDE MISERICORDIOSOS COMO O PAI…E SEREIS TESTEMUNHAS

Um convite a adentrar-se nas entranhas da misericórdia a VER… SABOREAR… CONTEMPLAR… EXTASIAR-SE…ESPANTAR-SE… DAR GRAÇAS… para VIVER e SER TESTEMUNHA

1º PASSO: ARRANJAR O CORAÇÃO, PREPARÁ-LO PARA O “ENCONTRO”

Agora que atravessaste a PORTA da misericórdia e que recebeste o ABRAÇO

da PAZ e do PERDãO… o Abraço do Pai…

em SILÊNCIO… SILÊNCIO… SILÊNCIO, senta-te… e… se assim o desejares… inicia uma viagem interior com o teu Mestre…

Não te esqueças que o Pai da misericórdia e Jesus aguardam que lhe fales e os escutes como alguém esperando o seu amado!

Não converses com os catequistas, os irmãos que estão junto de ti, pois poderás pertur-bar o seu encontro com o Senhor. Propomos que sigas as indicações:

Para te preparares para a oração, para te tornares disponível ao encontro com o Deus da misericórdia, fecha os olhos, respira profundamente (várias vezes), tenta não pensar em nada… Procura estar sereno, presente no aqui e agora, longe das preocupações. Ao longo de alguns minutos repete, ao ritmo da respiração a seguinte expressão (ou outra que seja para ti

significativa): Pai, és «misericordioso e clemente, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6) ou… é eterna e constante a tua misericórdia para comigo...

2º PASSO: ACOLHER UMA PALAVRA DE MISERICÓRDIA – O ABRAÇO INTERIOR

Seguidamente acolhe a Palavra do Pai, para ti, neste dia especial:

“Tu és o Meu eleito! Eu te busquei dos confins do mundo, Eu te chamei e te disse: Tu és Meu, Eu te escolhi, não te rejeitarei. Por isso, nada temas, pois Eu estou contigo! Não te angusties, pois Eu sou o teu Deus: eu te fortaleço e te auxilio, Eu te sustento com a minha mão vitoriosa!” (cf. Is 41, 8-10)

“Olha… nas palmas das minhas mãos tenho gravada a tua imagem, tu estás sempre diante dos meus olhos!” (cf. Is 49, 14-16)

EU sou para ti… um Pai, um «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6)

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3º PASSO: ADENTRAR-SE ÀS ENTRANHAS DA MISERICÓRDIA PARA SER TESTEMUNHA

Agora, depois de pedires ao Espírito Santo a capacidade para compreenderes e experimen-tares a desmesura do amor, da misericórdia do Pai… suplica-O para que te faça crescer no de-sejo de te deixares tocar e curar, de seres perdoado e amado… pelo Pai. Só quem experiência o AMOR do PAI é capaz de ajudar os irmãos a saborearem por gestos e Palavras a misericór-dia do Abba4. Só quem VIVE pode falar da SUA EXPERIÊNCIA! Convidamos-te a rezar:

Senhor Jesus, dou-te graças, porque neste tempo que é o nosso, tornaste visível em gestos e palavras,o Pai de quem Moisés dizia que era um «Deus misericordioso e clemente,vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6)

A tua «missão, recebida do ABBA, paizinho, foi a de revelar, de tornar visível e palpávelo mistério do amor divino na sua plenitude. Em toda a tua vida, a tua pessoa não foi senão amor,um amor que se dá gratuitamente.»

«Jesus, a forma como te relacionavas com as pessoas, manifestava algo de único e irrepetível. Os sinais que realizaste, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorreram sob o signo da misericórdia. Tudo em ti fala de misericórdia.Em ti nada há que seja desprovido de compaixão.»

Caríssimo Catequista, chegado aqui, interrompe esta oração, fecha os olhos e… recorda os encontros, sinais e gestos de Jesus… as suas palavras… as suas parábolas…Lembra-te da forma como Jesus olhou, tocou, falou... Pensa no que fez a Zaqueu, à Madalena, à viúva que perdeu o filho, à pecadora que queriam apedrejar, ao cego, ao leproso, a Pedro – que depois de o trair ouviu dizer: “A paz esteja convosco…”…Agradece-Lhe… conversa com Ele… conta-lhe todas as vezes em que na tua vida experimentaste os mesmos gestos e sinais a acontecer contigo… Quando te tocou? Quando te disse uma palavra amiga? Quando te sentiste olha-do? Quando vivenciaste a paz depois de orares ou de celebrares a eucaristia, ou de leres a Palavra? Quando experimentaste pequenos milagres que Ele te fez, muita vezes através dos irmãos?... Fecha os olhos e entra dentro de ti… recorda, fala-lhe… Escuta-O… Agradece--Lhe…. Obrigado, Pai de misericórdia…

4 Abbá é uma palavra aramaica, língua falada por Jesus. É um termo da intimidade com que a criança se dirige ao pai; pode traduzir-se por “paizinho”, “pai”. Um judeu nunca o utilizava na sua oração a Deus. Jesus usou-o no Getsémani.

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Após um tempo de silêncio retoma a oração:

Senhor, faz que eu considere como dirigidas a mim as palavras: Se conhecesses o dom de Deus!Vinde a mim vós que… Não temais…Amai-vos como eu vos amei… Perdoai setenta vezes sete…Ide e anunciai… Sede misericordiosos… Vou preparar-vos uma morada…

Dá-me a graça de compreender o quanto é bom estar diante de Ti, na intimidade,deixar-me olhar por Ti, aceitar permanecer ligado ao teu amor, ser sensível ao teu toquee contemplar-Te… Contemplar-Te… Contemplar-Te…longamente como quem se expõe ao sol, à misericórdia, à ternura…

Concede-me a graça de me pôr a jeito,de deixar que me laves os pés… como o fizeste a Pedro. Deixar-me ser acolhido, perdoado e transformadopela tua proximidade, pela tua misericórdia, pela Palavra!Eu sei que quem se liga a Ti ultrapassa os problemas,vê luz ao fundo dos túneis, experimenta a paz…sabe que é bom escolher o bem e perdoar…reconhece que se é feliz quando se ama… sobretudo quando se olha com o Teu olhar, ao teu jeito o suposto inimigo!

Caríssimo Catequista, chegado aqui, interrompe esta oração, fecha os olhos e…

Conversa com o Senhor, diz-lhe o quanto desejas estabelecer um trato íntimo com Ele… Diz-lhe as tuas dificuldades em acreditar… rezar… ser-lhe fiel… e diz-lhe o quanto gostarias de compreender e viver segundo a lógica da misericórdia, ao jeito do Evangelho… Pergunta-lhe como viver ligado a Ele? Como deixar-se tocar e ser perdoado no mais íntimo do SER… ? Como ganhar forças para perdoar… Como «fixar o olhar na Tua misericórdia, para me tornar sinal eficaz do Teu agir»?

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Após um tempo de silêncio continua a oração:

Senhor, ajuda-me a descobrir, nas nervuras do ser,que só quem se deixa por Ti abraçar, tocar, perdoar…permite que outros, Te reconheçam presenteno seus olhos, nos seus gestos e palavras...Ajuda-me a experienciar que só, quem aceita viverpreso à tua mão, se torna testemunha!

Cura-me… para que eu me disponibilizea ser, cada manhã, chamado e enviado. Aceite ser instrumento, nas tuas mãos, para dar a VER, a TOCAR e a OUVIR a Boa Nova do Pai aos irmãos...Para dar a experimentar o Reino a acontecer. Tu que escolheste discípulos Tu que chamaste a Mateus, o pecador a ser pescador de homens, hoje, pela mão da tua Igreja, volta a chamar-me como catequista,como aquele que faz ecoar a Tua Palavra e os teus Gestos,a vida que revela a misericórdia do Pai.

Caríssimo Catequista, chegado aqui, interrompe esta oração, fecha os olhos e…

Recorda que és chamado por Deus, na Igreja, a SER testemunha do Reino. Põe nas mãos do Pai a tua missão de “educador para a vida na fé”. Conta-lhe os peque-nos milagres que acontecem nas tuas crianças, jovens e adultos… Conta-lhe as tuas dificuldades…

Pergunta-lhe o que fazer para ajudar os catequizandos a encontrarem-se com o Pai e a viverem como cristãos, felizes por SEREM filhos do Deus misericordio-so… Como acompanhar a descoberta de que a conversão, o voltar a vida para ti é fonte de alegria e de recriação de laços de amizade com todos os seres humanos?

Como ajudar crianças… jovens e adultos… a terem gosto em celebrar a eucaristia e a fazerem da sua vida uma oração… um contínuo louvor e gratidão?

Pergunta-lhe como proclamar o Evangelho para que ele seja recebido como BOA NOTÍCIA… com um anúncio FELIZ!

Como dar a VER, OUVIR e VIVER os Evangelhos para que ele seja sentido como um caminho de paz, de reconciliação, de felicidade e de amor/fraternidade que torna a pessoa mais humana… Conversa com Jesus… Ele bem sabe como fazer…

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Após um tempo de silêncio continua a oração:

Toma a minha vida e ajuda-me a ser um só contigoa sair ao encontro dos catequizandos e famílias…ao encontro de quem não se senta à Tua Mesa.Dá-me a capacidade de me tornar próximo e atencioso capaz de ver desde o teu olhar, de tocar, enfaixar feridas,com o azeite que cura e dá força, reconhece o outro como Teu Filhocom o vinho da mesa paterna, o vinho da alegria…Dá-me a capacidade de abraçar para regenerar a vida, para que os meus irmãos e euexperimentemos a ternura e a misericórdia do NOSSO Pai…

Dá-me a capacidade de VIVER ao teu jeito, Jesuspara que a MINHA vida seja sinal, TESTEMUNHAda felicidade que experimento em saber-me AMADO por TI.

Renova com o Teu Espírito o nosso jeito de SER em MISSÃO – de TESTEMUNHARpara que, em comunhão com todos os catequistas e comunidadesa nossa Igreja do Porto possa «traçar novas estradaspara o anúncio do Evangelho».Ámen

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ANEXO 3 · PROPOSTAS

CELEBRAÇÃO DO JUBILEUDOS CATEQUISTAS - EUCARISTIA

Sugerem-se alguns textos significativos que poderão ser utilizados na celebração da Eucaristia (ou celebração da Palavra) sabendo que, cada comu-nidade os adaptará (realçar apenas os momentos que parecerem adequados).

PÓS HOMILIA – EXPRESSÃO DE FÉ / CONSAGRAÇÃO DOS CATEQUISTAS

Propõe-se que se estabeleça um diálogo entre o presidente da celebração

e os catequistas:

Senhor nosso Deus, que Vos revelaste a Moisés como o «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade» (Ex 34, 6), damos-vos graças, porque, neste tempo que é o nosso, tornaste visível por gestos e palavras, em Jesus de Nazaré, o vosso rosto misericordioso.

Neste Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em que somos convidados a descobrir que a «Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado», consagramos-vos os nossos catequistas.

Eles fazem parte daqueles que, impelidos pelo Vosso Espírito, são chamados a dar a Ver, Tocar e Ouvir a vossa misericórdia. Hoje, como testemunhas, diante de Vós, renovam a sua disponibilidade à ação da Graça, nas suas vidas e um SIM à missão que lhes confiaste.

Dizei pois, caríssimos catequistas:

– Credes e experimentais nas vossas vidas que «a misericórdia revela o mistério da Santíssima Trindade, que ela é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro»?

Sim, creio.

– Credes e experimentais nas vossas vidas que «a misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado»?

Sim, creio.

– Credes e experimentais nas vossas vidas que a misericórdia «é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida»?

Sim, creio.

– Estais dispostos a, «de maneira ainda mais intensa, fixares o olhar na misericórdia, para vos tornardes, vós mesmos, sinal eficaz do agir do Pai» junto dos catequizandos, suas famílias e da comunidade, assim como de todos os que, pelos caminhos, aguardam a Boa Notícia do Pai misericordioso?

Sim, estou disposto SER testemunha.

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– Estais dispostos a anunciar que a misericórdia é compaixão, é «a força que tudo ven-ce, enche o coração de amor e consola com o perdão»; a empenhar-vos em convidar, a todos, a abeirarem-se do sacramento da reconciliação e a “perdoarem” como Jesus?

Sim, estou disposto SER testemunha.

– Estais dispostos a «testemunhares, com entusiasmo e convicção, a vossa fé sendo sinal vivo do amor do Pai» e indo ao «encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus»?

Sim, estou disposto SER testemunha.

Confirmai, Senhor, com a vossa bênção paterna estes vossos servos chamados ao ser-viço da catequese. Por Nosso Senhor. R. Amen.

ORAÇÃO UNIVERSAL

«O Deus misericordioso e clemente, cheio de bondade e fidelidade» quer chamar a Ele todo o ser humano. Invoquemo-l’O com toda a confiança, dizendo: Fazei de nós teste-munhas da vossa misericórdia.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, o Papa Francisco e o nosso Bispo Dom António Francisco a quem confiaste a missão de conduzir a Igreja, a fim de que esta «anuncie e testemunhe a vossa misericórdia». Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, as nossas comunidades para que, contemplando o mistério da misericórdia, tomem a iniciativa de irem «ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a Vossa bondade e ternura, para que todos, crentes e afastados, possam chegar o bálsamo da misericórdia.» Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, os sacerdotes, primeiros catequistas da comuni-dade, para que disponíveis à misericórdia, possam, pela «sua linguagem e gestos, tocar o coração das pessoas e desafiá-las a percorrerem, novamente, o caminho de regresso à casa paterna». Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, os educadores para a vida na fé a fim de que sejam «capa-zes de se porem à escuta da Palavra, de a meditarem e de recuperarem o valor do silêncio para que, contemplando a Vossa misericórdia, a assumam como estilo de vida». Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, os catequistas, para que, em comunhão com a comunidade, se tornem sinal eficaz do Vosso agir, dispondo-se a serem testemunhas e a fazerem ecoar a Palavra na vida dos catequizandos. Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, os adultos, jovens e crianças que decidem fazer um percurso catequético, para que experimentem a presença de Jesus Cristo nas suas vidas e sejam fiéis ao convite de serem misericordiosos como o Pai. Oremos ao Senhor.

Colocamos nas vossas mãos de Pai, «quantos são prisioneiros das novas escravidões da sociedade contemporânea» para que a partir da misericórdia vivida e testemunhada na Igreja «experimentem gestos de consolação, ouçam o anúncio da libertação e recuperem a vista e a dignidade». Oremos ao Senhor.

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OFERTÓRIO

Sugere-se que apenas se leve ao altar o pão e o vinho. O refrão poderá ser rezado ou cantado por toda a assembleia.

Pai de ternura e misericórdia, que pelo perdão libertas o ser humano, sobre o altar colocamos o pão e os bagos do vinho novo, frutos do trabalho da terra e das fadigas humanasque pela força do Vosso amor, no Espírito se vão tornar o Corpo do Vosso Filho Jesusentregue para nos fazer um n’Ele.

Assembleia: Bendito seja Deus rico em misericórdia

Sobre a Mesa do Banquete do Reino, nos grãos do pão, é toda a comunidadeas alegrias, dores e suor das longas jornadas,é toda a nossa história amada e salva pela Vossa misericórdia que entregamos e elevamos ao vosso regaço.

Assembleia: Bendito seja Deus rico em misericórdia

Sobre a Mesa do pão partido e repartido, são entregues as vidas de todos os educadores na féque hoje, em comunidade,celebram o Jubileu e renovam o compromissode serem testemunhas da Vossa misericórdia.

Assembleia: Bendito seja Deus rico em misericórdia

Bendito sejais pelo apelo à misericórdia que se derrama neste altarpela beleza do amor que nos fascinae a urgência do Reino que interpela e chama.Bendito sejais, porque sois Pai, Filho e Espírito Santo, Um Deus Trindade, clemente e compassivo!

Assembleia: Bendito seja Deus rico em misericórdia

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RITO DE ENVIO

Caríssimos catequistas, impelidos pelo Espírito, elevai a vossa oração ao Senhor, colo-cando nas suas mãos a missão evangelizadora:

Senhor Jesus Cristo que neste Jubileu Extraordinário da Misericórdianos «chamas, de maneira mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos sinal eficaz do agir do Pai»fazei-nos, sempre mais dóceis ao Espírito e «consagrai-nos com a sua unção».

Fazei que experimentemosque a «Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado».

Fazei que descubramos, desde as entranhas, que a misericórdia é «um amor «visceral »feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão».

Fazei-nos instrumentos desse amor, capazes de dar a VER, a TOCAR e a OUVIR, com o testemunho da nossa vida,com gestos e palavras o Pai «rico em misericórdia» (Ef 2, 4).

Que seja esta a BOA NOTÍCIAexperimentada, testemunhada e anunciadaaos nossos catequizandos, às suas famílias e a todos os que passam nos nossos caminhos,aos que sobrevivem nas nossas periferias.

Que seja esta a força que nos dá a «audácia de traçar novas estradas para o anúncio do Evangelho».

Com o auxílio da vossa GraçaRenovamos o nosso SIM à missão.Eis-nos disponíveis podeis enviar-nos.

Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Ámen

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P A R A C E L E B R A R

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ENTREGA DO SÍMBOLO DO JUBILEU

Propõe-se que cada paróquia ou vigararia escolha um símbolo significativo, de acordo com a sua realidade, para o apresentar e/ou entregar aos catequistas.

BÊNÇÃO FINAL

S – O Senhor Esteja Convosco.

T – Ele está no meio de nós (Inclinai-vos para receber a bênção)

S – Deus, que em Cristo tornou viva e visível a sua misericórdia, vos capacite para ouvir e contemplar a Palavra e vos faça mensageiros do Evangelho da Alegria. R. Amen.

S – O Senhor Jesus Cristo, que prometeu estar presente na sua Igreja até o fim dos tempos, torne as vossas vidas sinais eficazes do agir do Pai. R. Amen.

S – O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja o vosso guia, para que possais assumir a missão de educar para a vida na fé os irmãos. R. Amen.

E a vós todos aqui presentes, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. R. Amen.

Confirmai, Senhor, com a vossa bênção paterna, neste dia especial dedicado ao Jubi-leu da Misericórdia, estes vossos servos chamados ao serviço da catequese, para que, dis-poníveis à vossa Graça, aprendam na contemplação da vossa misericórdia, na meditação da vossa Palavra e no estudo da doutrina da Igreja, a iniciar à vida na fé os seus irmãos e, juntamente com eles, Vos sirvam com alegria. Por Nosso Senhor. R. Amen.

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ANEXO 4 · GUIÃO

RELEITURA DAEXPERIÊNCIA DE FÉE PARTILHA FESTIVA

Sugere-se que, em algum momento da caminhada, os catequistas se reúnam em pe-quenos grupos para relerem e partilharem a experiência vivida a partir do olhar da misericórdia.

É na partilha da fé, no dizer da experiência que se experimenta a força de SER CO-MUNIDADE DE IRMÃOS à mesa do Reino, solidários na existência e movidos pela misericórdia/compaixão.

A experiência é o “vivido” quando esta deixa marcas duradoiras no plano afetivo e/ou cognitivo. É mais do que a sensação do momento, é o que é integrado e deixa rastos na forma de ser, pensar e fazer. A experiência é a ressonância, as marcas, as pegadas que o vivido deixa no sujeito.

Sugerimos algumas perguntas para facilitar

o dar-se conta… e tomar conta…

• Que experimentei ao longo do itinerário: sentimento de gratidão, dúvidas, inquieta-ções, desejo de conversão/transformação…?

• Foi-me possível olhar a vida já vivida e VER nela as pegadas do Deus com entranhas de misericórdia?

• Em que aspetos esta experiência permitiu-me reler com os olhos da fé e da misericór-dia a minha vida e missão?

• Em que é que esta releitura me ajuda a crescer como PESSOA de fé, me aproxima do Deus da misericórdia e dos irmãos, me permite descobrir o quanto a fé me humaniza, dá sentido à vida e me faz mais feliz… e mais irmão?

• Em que aspetos esta experiência me permite melhorar o acompanhamento da vida dos que me são confiados?

MOMENTO DE PARTILHA FESTIVO

Sugere-se que no fim do encontro se realize a partilha dum lanche ou refeição.

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NOTA: PARA REFLETIR… COMO CATEQUISTA, COMO FORMADOR

O catequista está SEMPRE em formação… Vive uma ascese diária… Relê na vida, de forma agradecida, os passos e a ação do Deus com entranhas de misericórdia.

Partilha a experiência com outros irmãos na fé para assegurar a sua maturidade… o seu processo de maturação humana/cristã.

“Transmiti-vos em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras...” 1 Cor 15,3

“O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se escuta os mestre, é porque eles são testemunhas.” Evangelii Nuntiandi nº 41

O anúncio de Jesus Cristo, desde sempre se fez por narrativas e relatos porque “o

Cristianismo é uma comunidade que narra” e a “fé necessita de ser narrada para ser acreditada.” J.B.Metz

“A que chamamos nós santidade, se não a esta transformação de seres, de todos estes cristãos que o são de verdade, de tal forma que se tornam luminosos para os outros.” Jean Pierre Jossua

O catequista que experimenta os passos de Deus na sua vida, não pode silenciar o dom de se sentir salvo... de se sentir amado... de se sentir em presença de Deus.

Quando o crente narra é consciente de que ele foi salvo pela história que narra. A sua comunicação é vivencial e implicativa, pois “o anúncio cristão é experiência de vida que se faz mensagem”. R. Tonelli

“Quem fez ou teve uma experiência sente a necessidade de a comunicar: a si mesmo e aos outros.” R. Tonelli

“Quem realiza uma experiência sente um forte desejo de a narrar, como se a sua ex-pressão fora uma espécie de atestação da realidade experimentada.” L. Duch

Em virtude da narração a experiência vai tornando-se mais clara e credível para o próprio sujeito e para aqueles que o escutam.

Os espaços educativos e de iniciação cristã devem favorecer a narração e comuni-cação de experiências. Não é em vão que a narração tem essa maravilhosa virtude de servir de auto- clarificação e de profunda “sedução” comunicativa.

O testemunho de como os educadores e agentes de pastoral foram alcançando a sua própria identidade através das sucessivas e progressivas experiências pode servir de refe-rência aos educandos, catequizandos…

Mais do que consumir experiências, trata-se de integrá-las na própria personalidade. Só o que passa pelas minhas mãos, coração e mente será da ordem do vivido e do testemunho.

“Formar-se é refletir, é pensar uma experiência já vivida.” Hess R. Authier M.

«Tomar consciência do próprio processo de formação permite assumir uma postura de responsabilidade e de autogestão da própria aprendizagem. Torna a pessoa mais livre e mais competente.» André Fossion

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«A formação é mais do que uma informação é uma transformação do sujeito.» André Fossion

«A catequese é a atividade pela qual se ajuda os crentes a conhecerem e a apropriarem-se, de forma refletida e articulada a herança cristã para alimentar e suster o crescimento e a maturação da fé.» Office de Catéchèse du Québec

«A formação exige uma personalização, obriga a um espaço de palavra em que se diz, ou se contam os processos de transformação – salvaguardando a liberdade de cada um. (Partilha não só das transforma-ções mas também das dúvidas, das resistências e das dificuldades).» André Fossion

RECRIAR PERCURSOS FORMATIVOS

NOTA

O esquema proposto para a celebração do Jubileu dos catequistas tem potenciali-dades para inspirar momentos significativos em processos formativos. Para realizar:

• uma caminhada com várias etapas; • um retiro; • um tempo de oração;• o estudo de um tema de forma a que este seja experienciado como um

encontro de fé e de oração (por exemplo: sobre a Eucaristia);• uma catequese/formação de adultos…

Destinado a:• catequizandos;• catequizandos e famílias (intergeracional);• grupo de catequistas;• outros grupos paroquiais…

Recriando e adaptando: • o tema;• a linguagem; • o tempo; • o esquema, o itinerário…

ELE “toca-te”, “agarra-te”, “perdoa-te”, “cura-te”, “humaniza-te”“Faz-te TESTEMUNHA” pela força da SUA misericórdia.