Minorias perspctiva sociológica

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MINORIAS CONSIDERADAS LÍQUIDAS NA PÓS MODERNIDADE: PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA PROJETO DE ORIGEM DIREITOS HUMANOS, GÊNERO E JUVENTUDES PLANO DE TRABALHO DE PESQUISA DO ALUNO PIBIC 2013- 2014 Curitiba Abril de 2013 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC - 2013/14

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MINORIAS CONSIDERADAS LÍQUIDAS NA PÓS MODERNIDADE:

PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

PROJETO DE ORIGEM

DIREITOS HUMANOS, GÊNERO E JUVENTUDES

PLANO DE TRABALHO DE PESQUISA DO ALUNO

PIBIC 2013- 2014

Curitiba Abril de 2013

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PIBIC - 2013/14

PIBIC 2013 -2014 – Plano de Trabalho do Aluno

SUMÁRIO

1. Introdução e contextualização ............................................................... 1

2. Objetivo .................................................. Erro! Indicador não definido.

3. Plano de atividades do aluno ................. Erro! Indicador não definido.

4. Cronograma .......................................................................................... 4

5. Bibliografia...............................................................................................4

PIBIC 2013/2014 – Plano de Trabalho do Aluno

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TRABALHO DO ALUNO

O mundo pós-moderno é marcado pela angústia das possibilidades, das

escolhas e da falta de modelos. Falar de minorias é falar sobre a dinâmica da

relação entre a maioria e a minoria que formam uma sociedade plural e

democrática. É, ainda, falar sobre reconhecimento, direitos fundamentais e direitos

humanos. Por fim, falar de minorias é também construir uma reflexão sobre a

identidade e a contextualidade.

Seguindo essa linha de conhecimento, a obra do sociólogo Zygmunt

Bauman vem de encontro às nossas necessidades porque se caracteriza pela

extrema perspicácia na análise dos problemas sociais que perpassam a

experiência cotidiana do homem contemporâneo na conjuntura valorativa que é

denominada pelo autor como “Modernidade Líquida”. A questão da especulação

sobre o medo público, o uso das disposições consumistas dos indivíduos como

suporte para a manutenção da economia e a fragmentação da experiência ética

da alteridade são temas recorrentes na trajetória intelectual deste prolífico

sociólogo de formação que, todavia, por sua riqueza de interpretação, muito

contribui para o desenvolvimento de um estudo filosófico enraizado na crítica da

ideologia da sociedade de consumo e na despersonalização de um mundo

desprovido de ampla cooperação interpessoal.

Pós-modernidade é, para Bauman, modernidade sem ilusões. Tudo está

agora sempre a ser permanentemente desmontado, mas sem perspectiva de

nenhuma permanência. É por isso que o sociólogo sugere a metáfora da "liquidez"

para caracterizar o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, se

caracteriza por uma incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros

de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham

tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades "auto-evidentes".

De acordo com Zygmunt Bauman, em Comunidade, “minoria étnica é uma

rubrica sob a qual se escondem ou são escondidas entidades sociais de tipos

diferentes, e o que as faz diferentes raramente é explicitado” (BAUMAN, 2003, p.

PIBIC 2013/2014 – Plano de Trabalho do Aluno

83). Em Amor Líquido, Bauman explora o impacto dessa situação nas relações

humanas, quando o indivíduo se vê diante de um dilema terrível: de um lado, ele

precisa dos outros como do ar que respira, mas, ao mesmo tempo, ele tem medo

de desenvolver relacionamentos mais profundos, que o imobilizem num mundo em

permanente movimento. Para o autor as minorias se tornam refugo, lixo. Assim a

sociedade encontrou no emprego a solução e resposta rápida para os problemas

que poderiam vir a assolar a identidade pessoal, e a posição social segura, para

assim manter a ordem na sociedade e nos grupos humanos.

Em contraposição ao prefixo ‘des’ (que costumava indicar a noção do

afastamento da norma) surge o termo ‘redundância’ que sugere permanência e

aponta para a regularidade da condição. Na sociedade moderna: Ser “redundante”

significa ser extranumerário, desnecessário, sem uso. Não há uma razão auto-

evidente para sua existência nem qualquer justificativa óbvia para a reivindicação

de seus direitos. “Redundância” compartilha o espaço semântico de “rejeitos”,

“dejetos”, “restos”, “lixo” – com refugo. As pessoas declaradas redundantes são

um problema financeiro, necessitam ser providas (alimentadas, calçadas e

abrigadas) pelo Estado. Isso gera conflitos, sendo que outros grupos não

simpatizam com essa situação.

No Brasil atual podemos ver nitidamente esse trabalho feito pelo governo

Federal através dos muitos planos de bolsas. (família, educação saúde...) e alguns

outros na tentativa de inserção do jovem: na educação, na área social e também

na profissional. Diante desses projetos ainda estamos em uma situação líquida,

pois não conseguimos manter nossa forma estável (vida) por muito tempo. E

embora o governo tenha dado esse passo para tentar minimizar a situação da

diferença social, tudo isso não tem passado de medidas paliativas e políticas.

Alain Peyrefitte, afirma que o único recurso capaz de transformar um

deserto (modernidade) na terra de Canaã é a confiança mútua das pessoas e a

crença de todos no futuro que compartilharão. Tudo o mais que possamos querer

dizer sobre a condição melhor para o ser ficará sendo um esforço compreensível,

mas infelizmente fútil e ineficaz, pois nossas vidas estão nas mãos de pessoas

que pensam e nos mantém líquidos. (Bauman, 2001,p.152)

PIBIC 2013/2014 – Plano de Trabalho do Aluno

2. OBJETIVO

A pesquisa tem por objetivo geral refletir sobre as minorias consideradas

líquidas na pós-modernidade sob uma perspectiva sociológica.

Os objetivos específicos visam:

1. Analisar, a partir dos escritos de Zygmund Bauman, o conceito de minorias.

2. Relacionar o pensamento de Zygmund Bauman ao problema de desigualdades

sociais e minorias no Brasil.

3. Pesquisar e identificar as políticas públicas criadas como ações paliativas ou

de manutenção das desigualdades em relação às minorias brasileiras.

4. Identificar os projetos que tentam inserir as minorias num Brasil melhor.

3. PLANO DE ATIVIDADES DO ALUNO

O procedimento metodológico e o trabalho desenvolvido pelo aluno será ordenado

conforme as etapas abaixo:

1. Orientação e reuniões com o grupo de estudo.

2. Coleta de material bibliográfico de forma mais específica sobre a temática

3. Leitura, aprofundamento da temática.

4. Mapeamento da realidade a ser pesquisada.

5. Participação em eventos acadêmico-científico.

6. Elaboração do Relatório Parcial e Final.

PIBIC 2013/2014 – Plano de Trabalho do Aluno

4. CRONOGRAMA

Atividades/

Períodos

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul

1 Revisão de Literatura

X X X

2 Leitura/ aprofundamentos

X X X X X X X X X X X X

3 Relatório Parcial

X X

4 Relatório Final X X

5 Entrega do relatório.

X

6 Orientação com o professor.

X X X X X X X X X X X X

7 Reuniões com o grupo de pesquisa

X X X X

8 Participação em eventos científicos.

X X X X X X

5. BIBLIOGRAFIA

BAUMAN, Zigmunt. Comunidade: A busca por segurança no mundo atual. Rio

de Janeiro. Jorge Zahar Ed., 2003.

BAUMAN, Zigmunt. Danos Colaterais. Editora Zahar. Rio de Janeiro. 2013.

BAUMAN, Zigmunt. Globalização - As Conseqüências Humanas

BAUMAN, Zigmunt. Modernidade Líquida. Editora Zahar. Rio de Janeiro, 2001.

BAUMAN, Zigmunt. Vidas Desperdiçadas. Editora Zahar. Rio de Janeiro, 2005.