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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE CAATINGA ENTRE 2015 E 2019 EMANOELLE JOSEPHINE PEREIRA DA COSTA Macaíba/RN Janeiro de 2020

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS -

UAECIA

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE CAATINGA ENTRE

2015 E 2019

EMANOELLE JOSEPHINE PEREIRA DA COSTA

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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EMANOELLE JOSEPHINE PEREIRA DA COSTA

MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE CAATINGA ENTRE

2015 E 2019

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Florestais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como parte das

exigências para obtenção do título de Mestre em

Ciências Florestais (Área de Concentração em

Ciências Florestais - Linha de Pesquisa:

Biodiversidade, Conservação e Uso dos Recursos

Genéticos Florestais).

Orientador:

Prof. Dr. Alan Cauê de Holanda

Co-orientador:

Prof. Dr. Malcon do Prado Costa

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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Costa, Emanoelle Josephine Pereira da.

Mudanças na estrutura da vegetação em uma área de caatinga

entre 2015 e 2019 / Emanoelle Josephine Pereira da Costa. -

2020.

65f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade

Acadêmica em Ciências Agrárias Programa de Pós-Graduação em

Ciências Florestais, Macaíba, RN 2020.

Orientador: Dr. Alan Cauê de Holanda.

Coorientador: Dr. Malcon do Prado Costa.

1. Parâmetros Fitossociológicos - Dissertação. 2. Processos

Dinâmicos - Dissertação. 3. Unidade de Conservação - Dissertação.

I. Holanda, Alan Cauê de. II. Costa, Malcon do Prado. III.

Título.

RN/UF/BSPRH CDU 581.5

Elaborado por Valéria Maria Lima da Silva - CRB-15/451

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MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE CAATINGA ENTRE

2015 E 2019

Emanoelle Josephine Pereira da Costa

Dissertação julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área

de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Biodiversidade, Conservação

e Uso dos Recursos Genéticos Florestais) e aprovada pela banca examinadora em 30 de

Janeiro de 2020.

Banca Examinadora

________________________________________________

Prof. Dr. Alan Cauê de Holanda

DCAF/UFERSA

Presidente

________________________________________________

Prof. Dra. Juliana Lorensi do Canto

UAECIA/UFRN

Examinador externo ao programa

________________________________________________

Prof. Dr. Allyson Rocha Alves

DCAF/UFERSA

Examinador externo à instituição

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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Aos meus pais pelo exemplo de vida, dedicação, perseverança e responsabilidade. Às

minhas amadas irmãs que sempre estiveram ao meu lado

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

__________________________________________________________________________

Ao Deus supremo por me conceder a oportunidade de vida e saúde, para assim

continuar trilhando os caminhos dessa vida e a vindoura.

Aos meus queridos e amados pais, Edivan e Antonia, por me amarem

incondicionalmente. Por todo o incentivo e acima de tudo pela confiança que a mim foi dada.

Por todos os ensinamentos que desde criança me fazem uma pessoa melhor, contribuindo a

cada dia na formação dos meus valores, caráter e dos meus ideais de vida. Sou muito grata

a Deus por ter recebido a educação de vocês. São meus exemplos de vida, determinação e

coragem.

Às minhas irmãs Queite, Raiza e Priscilla (in memoriam), que amo infinitamente. Por

serem meu motivo de alegria. Pelo carinho, amizade, companheirismo e por suas

experiências de vida, que me fazem ser mais forte e mais perseverante. Também à minha

sobrinha Laura Priscilla que torna meus dias mais felizes e ao meu cunhado Maurício, pelo

carinho e apoio.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais – PPGCFL, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por todo apoio dado a mim, em especial nas

disciplinas na qual eu pude cursar, proporcionando assim um vasto conhecimento não só na

minha linha de pesquisa, mas também em outras áreas, possibilitando boas experiências na

área da pesquisa científica, consequentemente aumentando minha experiência como

engenheira florestal.

Também agradecimento muito especial aos colegas, Cirilo, Giliarde, Yasmim, Jéssica,

Vital, Amanda, Fabiana e Gleidson, por se disponibilizarem durante os dias das coletas, e

juntos construírem comigo esse projeto.

Ao professor Alan Cauê, pela orientação imprescindível e ao professor Malcon Prado,

pela co-orientação e ajuda em campo.

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RESUMO

__________________________________________________________________________

MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE CAATINGA ENTRE

2015 E 2019

Estudos sobre a composição e estrutura da caatinga são importantes para a caracterização

das diferentes faces, constituindo ferramenta para entender aspectos da ecologia regional,

fornecendo bases para a sua conservação. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a

composição florística e estrutura da vegetação lenhosa, no período entre 2015 e 2019, em

uma área de Caatinga em Assú-RN. O experimento foi realizado na floresta Nacional de

Açú, RN. No ano 2015 foram instaladas 20 unidades amostrais de 400 m2 e mensurados

todos os indivíduos lenhosos com circunferência a altura do peito (CAP) ≥ 6 cm. No ano

2019, foi realizado a remedição das parcelas, a partir das coordenas geográficas referente

as vinte parcelas do ano da primeira coleta (2015). Nas duas ocasiões (2015 e 2019) foram

mensurados todos os indivíduos arbustivo-arbóreo lenhosos com circunferência a altura do

peito (CAP) ≥ a 6 cm. Na ocasião, cada árvore recebeu uma nova placa. Entre os

respectivos anos analisou-se os dados florísticos e fitossociológicos. Em 2015 foram

inventariados 2.408 indivíduos, distribuídos em 15 famílias e 23 espécies. No ano 2019

foram amostrados 2.271 indivíduos, distribuídos em 16 famílias e 34 espécies. As espécies

com maior DoA foram C. pyramidale (4,575 e 5,503 m2ha-1) e H. impetiginosus (2,093 e

1,621 m2ha-1) para ambos os anos. A área basal em 2015 (10,85 m²) foi inferior ao calculado

para 2019 (11,31 m²), e o índice de diversidade (H’) foi de 2,19 e 2,34 nats.ind-1 para 2015 e

2019, respectivamente. A distribuição diamétrica concentrou na primeira classe um total de

1.936 (2015) e 1.767 indivíduos (2019). O incremento volumétrico foi 4,85 m3ha-1, ou seja,

um IPA de 1,21 m3ha-1ano-1. A composição florística entre os anos de 2015 e 2019 na área

de Caatinga mostra o desenvolvimento da floresta, refletido no aumento da riqueza, de 23

espécies em 2015 para 34 espécies em 2019. Handroanthus impetiginosus e Cenostigma

pyramidale são as espécies que apresentam os maiores valores de densidade, frequência,

dominância e valores de importância. E os resultados da distribuição diamétrica, volume e

incremento indicam que a floresta está sendo conservada, e os objetivos de conservação da

Flona de Açú estão sendo atingidos.

Palavras-chave: parâmetros fitossociológicos, processos dinâmicos, unidade de

conservação.

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ABSTRACT

__________________________________________________________________________

ARBUSTIVE/ARBOREAL VEGETATION DYNAMICS IN A CAATINGA AREA OF AÇÚ

NATIONAL FOREST - RN

Studies on the composition and structure of the caatinga are important for the

characterization of the different faces, constituting a tool to understand aspects of the

regional ecology, providing bases for its conservation. The objective of this work was to

characterize the floristic composition and structure of the woody vegetation, in the period

between 2015 and 2019, in an area of Caatinga in Assú-RN. The experiment was carried out

in the national forest of Açú, RN. In 2015, 20 sample units of 400 m² were installed and all

woody individuals with breast height circumference (CAP) ≥ 6 cm were measured. In 2015,

2,408 individuals were inventoried, distributed in 15 families and 23 species. In 2019, 2,271

individuals were sampled, distributed in 16 families and 34 species. The species with the

highest DoA were C. pyramidale (4,575 and 5,503 m2ha-1) and H. impetiginosus (2,093 and

1,621 m2ha-1) for both years. The basal area in 2015 (10.85 m²) was lower than that

calculated for 2019 (11.31 m²), and the diversity index (H') was 2.19 and 2.34 nats.ind-1 for

2015 and 2019, respectively. The diametric distribution concentrated a total of 1,936 (2015)

and 1,767 individuals (2019) in the first class. The volumetric increase was 4.85 m3ha-1, that

is, an IPA of 1.21 m3ha-1year-1. The floristic composition between the years 2015 and 2019 in

the Caatinga area shows the development of the forest, reflected in the increase in richness,

from 23 species in 2015 to 34 species in 2019. Handroanthus impetiginosus and Cenostigma

pyramidale are the species that present the highest values density, frequency, dominance

and importance values. And the results of the diametric distribution, volume and increment

indicate that the forest is being conserved, and the conservation objectives of Flona de Açú

are being achieved.

Keywords: Phytosociological parameters. Dynamic processes. Conservation unit

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SUMÁRIO __________________________________________________________________________

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16

2.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC) .......................................................................... 16

2.1.1 Floresta Nacional de Açú/RN ...................................................................................... 18

2.2 ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ..................................................................................... 19

2.2.1 Estrutura Horizontal .................................................................................................... 19

2.2.2 Estrutura Diamétrica ................................................................................................... 20

2.2.3 Dinâmica Florestal ...................................................................................................... 22

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 26

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................... 26

3.2 COLETA DOS DADOS ................................................................................................... 29

3.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................. 30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 35

4.1 SUFICIÊNCIA AMOSTRAL ............................................................................................ 35

4.2 FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA ............................................................................. 36

4.2.1 Diversidade florística ................................................................................................... 47

4.4 ESTRUTURA DIAMÉTRICA .......................................................................................... 48

4.5 VOLUME E INCREMENTO............................................................................................ 49

4.6 DINÂMICA ..................................................................................................................... 51

CONCLUSÕES ................................................................................................................... 53

LITERATURA CITADA ........................................................................................................ 54

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LISTA DE FIGURAS __________________________________________________________________________

Figura 1. Localização do município de Assú, Rio Grande do Norte, Brasil. Fonte: elaborado

pela autora..............................................................................................................................25

Figura 2. Precipitação média anual no município de Assú/RN entre os anos de 2015 a

setembro de 2019...................................................................................................................26

Figura 3. Área da Flona de Açú/RN no ano 2001 (A); área da Flona de Açú/RN em 2002

(B)...........................................................................................................................................27

Figura 4. Disposição das parcelas permanentes em uma área de Caatinga, Flona de Açú-

RN...........................................................................................................................................28

Figura 5. Representação gráfica da suficiência amostral (curva de acumulação de

espécies), em uma vegetação de Caatinga no Rio Grande do Norte no ano de

2015........................................................................................................................................34

Figura 6. Representação gráfica da suficiência amostral (curva de acumulação de

espécies), em uma vegetação de Caatinga no Rio Grande do Norte no ano de

2019........................................................................................................................................34

Figura 7. Dez espécies com maiores valores de importância em 2015 e a quantidade de

unidades amostrais que as espécies ocorrem.......................................................................45

Figura 8. Dez espécies com maiores valores de importância em 2019 e a quantidade de

unidades amostrais que as espécies ocorrem.......................................................................45

Figura 9. Distribuição diamétrica dos indivíduos inventariados em 2015 em área de

Caatinga da Flona de Açú......................................................................................................47

Figura 10. Distribuição diamétrica dos indivíduos inventariados em 2019 em área de

Caatinga da Flona de Açú......................................................................................................47

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Figura 11. Indivíduos arbóreos amostrados nas parcelas amostrais em 2015 e 2019 da

Flona de Açú, Assú-Rio Grande do Norte, distribuídos de acordo com a classe de altura

(m)...........................................................................................................................................51

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LISTA DE TABELAS __________________________________________________________________________

Tabela 1. Florística referente aos anos de 2015 e 2019 da Floresta Nacional de Açú no

município de Assú/ RN...........................................................................................................36

Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos referentes a Densidade absoluta (DA), Frequência

absoluta (FA), Dominância absoluta (DoA) e valor de importância (VI) das espécies lenhosas

amostradas nos anos de 2015 e 2019 da Floresta Nacional de Açú/

RN...........................................................................................................................................39

Tabela 3. Distribuição por classe de diâmetro, da dominância absoluta (DoA), do Volume e

do Incremento periódico anual (IPA) do inventário florestal de uma área de caatinga na

Floresta Nacional de Açú, Assú-

RN...........................................................................................................................................48

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LISTA DE ABREVIATURAS __________________________________________________________________________

CAP – Circunferência a Altura do Peito

cm – Centímetro

DAi - Densidade absoluta

DAP – Diâmetro a Altura do Peito

DOAi - Dominância absoluta

DORi – Dominância relativa

DRi - Densidade relativa

EFLEX - Estação Florestal de Experimentação de Assú

EMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte

FAi – Frequência absoluta

FLONA - Floresta Nacional

FRi - Frequência relativa

ha - Hectares

ICMBIO - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

m2 - Metro quadrado

MMA - Ministério do Meio Ambiente

nº - Número

ºC – Grau Celsius

RN – Rio Grande do Norte

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

UC - Unidade de Conservação

VI – Valor de importância

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1. INTRODUÇÃO

__________________________________________________________________________

O bioma Caatinga corresponde a 11% do território nacional - área que abrange cerca

de 27 milhões de pessoas, a maioria carente e dependente dos recursos extraídos do bioma

para sobreviver. Boa parte de seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em outro

lugar do mundo, o que torna este bioma tão importante para o país. Tal importância, no

entanto, não impede que 46% de seu território, um total de 844.453km², seja hoje

desmatado e explorado de forma ilegal (BRASIL, 2019).

Frente a esse cenário, o governo ao longo dos últimos anos tem buscado solucionar

esse problema do desmatamento por meio da iniciativa de criação de mais unidades de

conservação, como por exemplo, a criação do Parque Nacional da Furna Feia em 2012, nos

Municípios de Baraúna e Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, com cerca de 8.494

ha. Com estas novas unidades, a área protegida por unidades de conservação no bioma

aumentou para cerca de 7,5%. Ainda assim, o bioma continuará como um dos menos

protegidos do país, já que pouco mais de 1% destas unidades são de proteção integral

(BRASIL, 2018).

Dentro dessa realidade está inserida a Floresta Nacional de Açú, área ocupada pelo

bioma Caatinga no estado do Rio Grande do Norte. Esta FLONA, que consiste em uma das

categorias denominadas de unidade de conservação de uso sustentável, tem como objetivo

compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando a

presença humana nesta área protegida (BRASIL, 2018).

Assim, para que os objetivos de conservação dessas áreas sejam atingidos, se faz

necessário que se tenha uma gama de conhecimentos a respeito dos processos dinâmicos

que nelas ocorrem. Porém, a conservação da biodiversidade representa um dos maiores

desafios deste século, em função do elevado nível de perturbações antrópicas dos

ecossistemas naturais. Desta forma, se faz necessária a realização de estudos em florestas

com a finalidade de propiciar o conhecimento e a manutenção da biodiversidade, além de

viabilizar a exploração de seus produtos, bens e/ou serviços de forma planejada e racional,

garantindo o fluxo contínuo desses recursos que vêm sendo explorados intensamente em

todo o mundo.

No entanto, não se pode pensar em um aproveitamento racional destas florestas

enquanto forem desconhecidas suas características estruturais (quantitativamente), tais

como estrutura diamétrica e estrutura horizontal. Para Longhi (1980), o padrão estrutural

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diamétrico exponencial decrescente (“J”- invertido) é característica das florestas nativas e

consiste na garantia da continuidade da comunidade vegetal devido sua capacidade

autoregenerativa. Segundo Meyer et al. (1961), a estrutura diamétrica reflete a história de

uma comunidade vegetal e pode ser um indicativo de equilíbrio ou desequilíbrio e de sua

adaptação às modificações do ecossistema.

Para Feeley et al. (2011) estudar as mudanças na composição melhora não só a

compreensão sobre a ecologia das florestas tropicais e sua resposta a perturbações locais e

regionais, como também à capacidade de prever como futuras mudanças globais pode

influenciar alguns serviços vitais fornecidos por esses ecossistemas. Também, a

compreensão do estudo da dinâmica da floresta em áreas protegidas possibilita previsões

futuras quanto ao desenvolvimento da comunidade vegetal (SHEIL e MAY, 1996).

Diante do exposto e da necessidade de se conhecer a composição florística e o

comportamento da floresta, em resposta às alterações antrópicas e às perturbações

naturais, a Floresta Nacional de Açú se apresenta como um recurso importante para o

estudo desses elementos fitossociológicos e estruturais, já que é uma área protegida por lei

e está em uma região onde, nas mediações da unidade, há a presença da comunidade

local, além da presença das indústrias ceramistas, que estão situadas nas proximidades da

FLONA. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a composição florística e

estrutura da vegetação lenhosa, no período entre 2015 e 2019, em uma área de Caatinga

em Assú-RN.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

__________________________________________________________________________

2.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC)

Dados referente ao painel corporativo do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBIO, 2019) mostram que atualmente o Brasil conta com 334 unidades

de conservação federais (UC), perfazendo assim um total de 787.633 km² de área

continental protegida. Da quantidade total dessas unidades federais, foram criadas até 2018,

150 unidades de Proteção Integral e 183 de Uso Sustentável. Outro dado levantado pelo

ICMBIO, indica que são 185 unidades de conservação com Plano de Manejo, ou seja, do

total de unidades já criadas, somente 55,56% possuem plano de manejo onde, conforme o

órgão gestor dessas unidades (ICMBIO) determina, após a criação de uma UC, o plano de

manejo deve ser elaborado em um prazo máximo de cinco anos, no qual todas as UCs

devem elaborar este plano, em função dos objetivos gerais pelos quais ela foi criada.

O plano de manejo é um documento consistente, elaborado a partir de diversos

estudos, incluindo diagnósticos do meio físico, biológico e social. Ele estabelece as normas,

restrições para o uso, ações a serem desenvolvidas, o manejo dos recursos naturais da UC,

seu entorno e, quando for o caso, os corredores ecológicos a ela associados, podendo

também incluir a implantação de estruturas físicas dentro da UC, visando minimizar os

impactos negativos sobre a UC, garantir a manutenção dos processos ecológicos e prevenir

a simplificação dos sistemas naturais (ICMBIO, 2018).

Para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, criou-se a Lei nº

9.985, de 18 de Julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação

da Natureza – SNUC, estabelecendo-se assim critérios e normas para que se tenha uma

boa administração das unidades de conservação. Esta mesma Lei define as unidades de

conservação em seu inciso I do artigo 2º, como sendo o espaço territorial e seus recursos

ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,

legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos,

sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção

(BRASIL, 2000).

No entanto, relatos mostram que as primeiras unidades de conservação brasileiras

foram criadas sem muitos critérios técnicos, tendo como objetivo preservar suas belezas

aparentes. Desde então, regras próprias de uso e manejo foram sendo desenvolvidas para

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melhorar a implantação e conservação das unidades de conservação (MORETTO; NODARI;

ROSSI, 2010).

A Lei nº 9.985, 18/07/2000 classifica as unidades de conservação em dois grupos: as

“Unidades de Proteção Integral e as Unidades de Uso Sustentável”. O primeiro grupo

abrange a “Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e

Refúgio de Vida Silvestre”. O segundo grupo abrange a “Área de Proteção Ambiental, Área

de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de

Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio

Natural”.

Nas unidades de Proteção Integral, a prioridade é a conservação da natureza e,

geralmente, a visitação pública não é permitida ou é realizada com restrições, conforme a

proposta que se encontra nos planos de manejos das unidades. O uso dos recursos naturais

também é bastante restrito. Já nas unidades de Uso Sustentável, conforme § 2o do art. 7º,

o objetivo básico das Unidades que compõe esse grupo é compatibilizar a conservação da

natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais (BRASIL, 2000).

Para Vasconcelos e Nery (2013), as unidades de conservação de uso sustentável, ou

de uso direto, são aquelas nas quais haverá conservação dos atributos naturais, admitida a

exploração de parte dos recursos disponíveis em regime de manejo sustentável. Nestas,

procura-se conciliar a preservação da diversidade biológica e dos recursos naturais com o

uso sustentado de parte destes. Atualmente o ICMBio (2018), verificou que 52.104 famílias

são beneficiárias de UCs de uso sustentável, ou seja, a criação de UC classificadas nesse

grupo pode proporcionar à comunidade inserida nesses ambientes uma melhora na

qualidade de vida social e econômica, atrelada ao uso de forma sustentável da floresta.

Dentro do grupo das UC de Uso Sustentável está inserida a categoria Floresta

Nacional (FLONA), que segundo art.17º da Lei do SNUC, é uma área com cobertura

florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo

sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para

exploração sustentável de florestas nativas. O 1º e 2º parágrafos do artigo 17º definem

respectivamente que a Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as

áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que

dispõe a lei. E também nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações

tradicionais que a habitem quando de sua criação, em conformidade com o disposto em

regulamento e no Plano de Manejo da unidade.

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Em sequência o artigo 17º, parágrafo 3º, afirma ainda que a visitação pública é

permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão

responsável por sua administração. E o paragrafo 4º determina que a pesquisa é permitida e

incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da

unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em

regulamento (BRASIL, 2000).

2.1.1 Floresta Nacional de Açú/RN

A Floresta Nacional do Açú/RN situa-se a sudoeste da sede do município de

Assú/RN, localizado na parte oriental da mesorregião Oeste Potiguar, mais especificamente

na região do Vale do Açú. Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) esta é a

primeira FLONA do Rio Grande do Norte e a terceira da região Nordeste, criada a partir de

um movimento da sociedade, que se iniciou através da criação do Horto Florestal de Açú,

criado pela Lei nº 1.975, de 10 de agosto de 1950, sendo que sua implantação apenas se

deu após a criação das leis municipais nº 04/52 e nº 07/52 e do Decreto que regulamentou o

funcionamento na forma de Estação Florestal de Experimentação de Assú (EFLEX) (LEITE

e SANTOS, 2015).

Em 2001, o Horto Florestal de Açú, criado pela Lei nº 1.975 em 1950, teve destinação

de Floresta Nacional, passando a denominar-se Floresta Nacional de Açú, onde o diploma

legal de criação se deu por meio da Portaria nº 245, de 18 de julho de 2001, com área total

de 218,46 ha, no entanto hoje já está em processo de ampliação para 432 hectares

(ICMBIO, 2018).

Ainda conforme Relatório parametrizado do MMA (2018), a FLONA tem como

objetivos o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com

ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. O único corpo d’água

da FLONA de Açú encontra-se na porção distal da Unidade. Trata-se do Lago do Piató, uma

lagoa de aproximadamente 18 km de comprimento e profundidade máxima de 10 m, a qual

era abastecida pelas cheias máximas do rio Piranhas-Açú. Nos últimos anos o lago não tem

tido contato com o rio devido aos efeitos da construção de um grande reservatório. Isto

poderá ocasionar profundas alterações dos parâmetros limnológicos do lago, que possui

grande importância econômica e cultural para o município de Assú.

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19

Também importante relatar que a zona sul da Unidade de Conservação limita-se com

a área urbana da cidade de Assú, ou seja, além da FLONA está situada a uma área vizinha

urbana da cidade, também ao longo da BR- 304 existem algumas indústrias ceramistas, que

podem acabar interferindo em uma exploração predatória da vegetação e de animais de

forma ilegal (BANDEIRA et al., 2016). Essas interferências antrópicas ocorrentes na área

podem estar relacionadas às diversas atividades de cunho econômico já existentes antes da

criação da FLONA, pois segundo afirmação do IAP (2005), as muitas Unidades de

Conservação (UC) possuem passivos ambientais oriundos das atividades desenvolvidas

anteriormente a sua criação, geralmente por empreendimentos que atuam ou atuavam em

seu entorno ou na própria área da UC.

A vegetação da FLONA é composta por árvores de pequeno porte com galhos

retorcidos que, no período chuvoso, apresentam-se verdejantes e na estiagem perdem suas

folhas para reduzir a evapotranspiração. Há o domínio de plantas que apresentam “folhas

pequenas que reduzem a transpiração, caules suculentos para armazenar água e raízes

espalhadas para capturar o máximo de água durante as chuvas. Além das cactáceas,

destacam-se espécies arbóreas, herbáceas e arbustivas” (SILVA, 2006).

Assim, as espécies lenhosas que se destacam na vegetação da Floresta Nacional de

Açú são: Croton blanchetianus, Anadenanthera colubrina, Piptadenia stipulacea, C.

pyramidale, H. impetiginosus, Amburana cearenses e Commiphora leptophloeos. Nesta

paisagem, sobressaem-se ainda, pelo porte e beleza, a palmeira carnaúba e o cacto

facheiro (MMA, 2018).

2.2 ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO

2.2.1 Estrutura Horizontal

De acordo com Lamprecht (1990), a estrutura horizontal de uma floresta é resultante

das características e combinações entre as quantidades em que cada espécie ocorre por

unidade de área (densidade), da maneira como estas espécies se distribuem na área

(frequência) e do espaço que cada uma ocupa no terreno (dominância).

Na análise da estrutura horizontal são calculados os seguintes parâmetros

populacionais por espécie: abundância, que é o número de indivíduos de cada espécie na

composição florística do povoamento; densidade absoluta, que é o número de indivíduos por

hectare; dominância, que expressa o grau de ocupação da área da floresta por cada

espécie; frequência, que mede a distribuição de cada espécie, em termos percentuais, sobre

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a área; valor de cobertura, que é a soma das estimativas de densidade e dominância

relativas; e valor de importância, que é a combinação, em uma única expressão, dos valores

relativos de densidade, dominância e frequência (SOUZA e SOARES, 2013).

Para Souza e Soares (2013) a densidade, também chamada de abundância, é o

número de indivíduos de cada espécie na composição do povoamento, ou seja, é um

parâmetro ecológico que revela a ocupação do espaço pelo indivíduo. Esse parâmetro é

estimado em densidade absoluta e densidade relativa. Onde a densidade absoluta,

representa o número total de indivíduos de uma determinada espécie por hectare (há), já a

densidade relativa é a relação entre a densidade total de uma determinada espécie na

amostra e a densidade total da amostra.

A frequência que normalmente é expressa em forma de porcentagem indica a

dispersão média de cada espécie, medida pelo número de parcelas da área amostrada.

Sendo assim, a frequência mede a regularidade da distribuição horizontal de cada espécie,

ou seja, sua dispersão média. Para determiná-la, divide-se a amostra em um número

conveniente de parcelas de igual tamanho entre si, onde se controla a presença ou ausência

das espécies (LAMPRECHT, 1964).

Tratando-se do parâmetro de dominância absoluta (DoA), esta é a estimativa da área

basal da espécie e do povoamento florestal, por hectare. Também a dominância permite

medir a potencialidade produtiva da floresta e constitui um parâmetro útil para determinação

da qualidade de sítio, além de ser um bom indicador do estádio de sucessão florestal,

dependendo da região fitogeográfica em que estará sendo estudado (SOUZA, 1997).

A importância ecológica da espécie na comunidade vegetal é expressa por meio do

valor de importância. Esse parâmetro fitossociológico é estimado, por espécie, pela soma

dos valores relativos da densidade, da dominância e da frequência, ou seja, o estudo desse

parâmetro tem a finalidade de atribuir um valor para as espécies dentro da comunidade

vegetal na qual estão inseridas (SOUZA e SOARES, 2013).

A importância de se estudar a estrutura da vegetação por meio dos parâmetros

fitossociológicos, permite visualizar de forma ampla o desempenho das espécies na

comunidade (MARTINS, 1991).

2.2.2 Estrutura Diamétrica

A distribuição de diâmetros em povoamentos inequiâneos (árvores de diferentes

idades), segue uma tendência decrescente com o aumento dos diâmetros (exponencial

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negativa). Essa tendência, todavia, pode não ser muito evidente em áreas pequenas, devido

a irregularidades naturais na distribuição espacial das árvores. Também, em povoamentos

naturais mistos, ocorre regeneração contínua das várias espécies de árvores, o que leva à

ocorrência de árvores de diferentes idades e tamanhos (CAMPOS e LEITE 2013).

Para Souza e Soares (2013), a estrutura diamétrica é também denominada

distribuição diamétrica ou distribuição dos diâmetros. Assim, conceitua-se distribuição

diamétrica de uma floresta a distribuição do número total de árvores por hectare (n.ha-1) ou

densidade absoluta (DA) por classe de diâmetro (DAP). Ou seja, através do agrupamento

dos diâmetros das árvores (DAPs) em suas respectivas classes de diâmetro.

Assim, o conhecimento da distribuição de diâmetros por classe é necessário em

manejo florestal, tanto em povoamento de estrutura equiânea quanto naquele de estrutura

inequiânea. Nos povoamentos inequiâneos, a distribuição de frequência segue uma

tendência decrescente com o aumento dos diâmetros (CAMPOS e LEITE 2013).

No tocante à estrutura de uma floresta, Pires-O’brien e O’brien (1995), relataram que

esta pode ser explicada pela distribuição diamétrica, a qual é definida pela caracterização do

número de árvores por unidade de área e por intervalo de classe de diâmetro. Segundo

Lana et al. (2013), inúmeros são os benefícios à área florestal que esse estudo pode

agregar, principalmente informações sobre amplitude diamétrica, as dimensões em que

ocorre o maior número de árvores e a elaboração de tabelas de produção.

A distribuição diamétrica também é utilizada para caracterizar tipologias vegetais

(formações florestais, formações campestres etc), estágios serais ou sucessionais (pioneiro,

secundário, clímax), estados de conservação, regimes de manejo, processos de dinâmicas

de crescimento e produção, grupos de usos (comercial, potencial, outros) e, enfim, é

empregada como guia de corte e, sobretudo, como verificador de sustentabilidade ambiental

de manejo (SOUZA e SOARES, 2013).

Em florestas nativas a distribuição diamétrica é importante, pois mostra a amplitude

dos diâmetros, onde acontece maior concentração do número de árvores, servindo para

distinguir diferentes tipos florestais, grau de ocupação dos indivíduos e elaboração de

tabelas de produção que consideram a dinâmica da população florestal (SCOLFORO,

2006). Fornece ainda base para identificar a intensidade da regeneração natural em nível de

espécie e da floresta como um todo, sendo também uma importante medida de estoque.

Para Souza e Soares (2013), as distribuições diamétricas de florestas e de espécies

podem ser dos tipos: unimodal (única moda), multimodal (mais de uma moda), normal

(média =̃ moda =̃ mediana), q invertido (crescente, decrescente e balanceada), contínua

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(indivíduos em todas as classes de diâmetros) e descontínua ou errática (ausência de

indivíduos em uma ou mais classes de diâmetro). Desta forma, Scolforo (2006), classifica as

distribuições diamétricas em 3 tipos principais: unimodal, decrescente e multimodal.

Conforme Santos (2013) a distribuição unimodal é característica de povoamentos

jovens e equiâneos. Eventualmente, espécies de floresta nativa considerada de forma

isolada podem apresentar este tipo de distribuição. Ainda de acordo com o autor a

distribuição multimodal apresenta mais de um ponto de maior frequência, não sendo

biologicamente importante, pois normalmente é uma distribuição forçada. E a função

decrescente é característica de tipos florestais onde há regeneração contínua. É o caso da

maioria das florestas nativas de composição variada em espécie e idade.

2.2.3 Dinâmica Florestal

Os estudos de dinâmica tem por objetivo compreender o processo evolutivo das

espécies, na escala ecológica e temporal. Também pode determinar os fatores abióticos e

bióticos que influenciam as alterações nas taxas de natalidade, mortalidade e recrutamento

das espécies. E avaliando como as interações com fatores ambientais e bióticos influenciam

nos aspectos demográficos das comunidades, é possível obter suporte para o

estabelecimento de estratégias de conservação e manejo dos ecossistemas naturais. Desta

maneira, os estudos de dinâmica pretendem demonstrar como a floresta está e como estará

no futuro, analisando-se inclusive as ações antrópicas (BOTEZELLI et al., 2007).

De acordo com Lieberman et al. (1995) a dinâmica da floresta pode ser entendida

como os processos de mudanças na composição florística, na fitossociologia, na estrutura

diamétrica e na função das florestas, baseados no crescimento, no ingresso, na mortalidade

e na regeneração. Esses processos e consequências ecológicas decorrentes produzem

estruturas de grande heterogeneidade ao longo do tempo e espaço. Ou seja, os estudos de

dinâmica demonstram como a floresta está e como estará no futuro, e também podem ser

analisadas as ações antrópicas para assim inferir o porquê a área em estudo está sofrendo

um desequilíbrio em sua comunidade vegetal.

Lamprecht (1990) em seu trabalho descreveu que a dinâmica é uma característica

fundamental dos ecossistemas, onde através dessa análise é possível demostrar o estado

de equilíbrio da floresta, bem como verificar se a estrutura e composição da floresta está

conseguindo se manter ao longo do tempo. Este mesmo autor citou ainda que o estado

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atual de um povoamento florestal é resultado da interação de vários processos, em

particular o crescimento, a mortalidade e a regeneração.

Portanto, a dinâmica de uma floresta corresponde a compreensão do comportamento

das espécies, sob condições naturais ou em forma manejada. Essas informações podem

contribuir na adoção de técnicas adequadas que visem minimizar os impactos ambientais

negativos, possibilitando a conservação e manutenção da floresta (SANTOS et al., 2012 ).

2.2.3.1 Ingresso (Ingrowth)

O ingresso que também é conhecido como recrutamento é o número de árvores que

atinge o diâmetro mínimo considerado no monitoramento da floresta. A obtenção do

recrutamento se dá por meio do uso de parcelas permanentes e sua dinâmica está

relacionada à densidade do povoamento, mortalidade de árvores, histórico da exploração,

tipo de floresta, presença de árvores porta-sementes, dinâmica de clareiras, e outros fatores

que são determinados de forma empírica na parcela (TSUCHIYA et al., 2006; PINTO, 2008).

Souza e Soares (2013), afirmaram que as estimativas de ingresso, em números de

árvores, em área basal e em volume, respectivamente, por classe de diâmetro, por espécie,

por grupo de espécies e por período de monitoramento, considera-se como ingresso a

árvore viva que apresenta DAP menor que o nível de inclusão na j-ésima ocasião de

monitoramento e que, na ocasião seguinte (j+1), apresenta DAP superior ou igual ao nível

de inclusão. Para Campos e Leite (2006), o ingresso refere-se às árvores medidas numa

idade qualquer e que não foram medidas numa idade anterior por não terem alcançado um

diâmetro mínimo pré-determinado.

Pode-se definir também ingresso como o processo pelo qual as árvores "aparecem"

nas classes diamétricas mensuráveis por crescerem acima do diâmetro mínimo

considerado. O ingresso está diretamente ligado à regeneração, mas não são sinônimos,

pois a regeneração é processo pelo qual novas árvores são adicionadas à população

através da germinação das sementes (ALDER e YNNOTT 1992).

As estimativas de recrutamento é um descritor fundamental das populações de

árvores em florestas. Comparações entre estudos são importantes tanto para entender a

dinâmica das florestas quanto para fazer generalizações sobre o padrão no tempo e espaço

e para inferir sobre as causas fundamentais da dinâmica (LEWIS et al., 2004).

Silva (1989), mostra em seu trabalho que as pequenas perturbações ocasionadas na

floresta, tais como aquelas resultantes da queda de uma árvore ou galho, não levam ao

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aparecimento de grande número de novos indivíduos do recrutamento. Se a clareira for de

pequeno tamanho, o ingresso não é abundante porque normalmente espécies de

crescimento lento e tolerante à sombra ocupam a clareira. E também ao contrário disso,

perturbações de alta intensidade tais como aquelas causadas pela exploração, geralmente

resultam em germinação e crescimento de grande número de espécies pioneiras de rápido

crescimento, que logo crescem até o mínimo tamanho de medição.

Assim, o estudo dos ingressos, em florestas tropicais, determina em termos

qualitativos e quantitativos, o quanto o sistema está sendo “alimentado” com a entrada, na

população monitorada, de novos indivíduos das espécies alvo do manejo (SILVA, 1989).

2.2.3.2 Incremento

O crescimento da árvore é um processo caracterizado por mudanças na forma e no

tamanho do tronco, com adição contínua de novas camadas de lenho ao longo de todo

material lenhoso existente. A produção expressa à quantidade total do volume ou outra

variável acumulada num determinado tempo (CAMPOS e LEITE, 2006).

Husch et al. (1982) também definiram que o crescimento das árvores consiste da

elongação e aumento da espessura das raízes, troncos e galhos, provocando mudanças em

termos de tamanho e forma. O crescimento linear (elongação) de todas as partes da árvore

resulta da atividade do meristema primário, já o crescimento em diâmetro (aumento da

espessura) da atividade do meristema secundário ou câmbio.

Sendo assim, de acordo com Schneider (2009), o incremento que se verifica em um

povoamento é a reação à ação das leis naturais, condicionadas ao clima, solo, espécie,

composição florística e idade. O incremento que se verifica é o resultado do aumento da

dimensão individual, expresso por unidade de área e tempo.

O acompanhamento do crescimento das árvores nas fases de estabelecimento e

maturidade revela um padrão básico. Esse padrão se inicia com uma etapa em que o

crescimento das árvores é maior a cada ano até atingir a idade de crescimento máximo. Na

segunda etapa, após o ponto de crescimento máximo, as árvores passam por um período

em que o crescimento é decrescente, mas de modo lento e gradual no início (BATISTA;

COUTO; SILVA FILHO, 2014).

2.2.3.3 Mortalidade

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A mortalidade pode ser compreendida como o número de árvores que foram

mensuradas inicialmente, e morreram durante um período de crescimento determinado

(SANQUETTA et al., 2003). Ou seja, conforme Souza e Soares (2013), para a obtenção das

estimativas de mortalidade, em número de árvores, em área basal e em volume,

respectivamente, por classe de diâmetro, por espécie, por grupo de espécies e por período

de monitoramento, consideram-se morta a árvore viva na j-ésima ocasião de monitoramento

e que estiver morta na ocasião seguinte (j+1).

Os autores Lieberman e Lieberman (1987), afirmaram que a causa mais comum da

morte de árvores em florestas tropicais não perturbadas é o vento, mas frequentemente as

árvores morrem em pé, como resultado de várias causas possíveis como; fungos

patogênicos, herbívoros, senescência, déficit hídrico ou supressão, ou a combinação destes

fatores. E para Luo e Chen (2011), a competição assimétrica é um dos principais fatores que

influenciam na mortalidade.

Importante ressaltar que a mortalidade em povoamentos inequiâneos é largamente

dependente da estrutura do povoamento. Povoamentos com grande número de árvores

pequenas e com proporcionalmente menor número de árvores de grandes dimensões, terão

taxas de mortalidade mais altas do que povoamentos com poucas árvores e com uma

pequena razão numérica entre número de árvores nas sucessivas classes de diâmetro

(MOSER, 1972).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

__________________________________________________________________________

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo está inserida no município de Assú, Rio Grande do Norte (Figura 1).

Distante 210 km de Natal, com localização geográfica entre 5º 34’ 20’’ de latitude sul e a 36º

54’ 33’’ de longitude oeste. Está inserido na Mesorregião Mossoroense, Micro-região Vale do

Assú. Limita-se com os municípios de: Jucurutu/RN, São Rafael/RN, Itajá/RN,

Ipanguaçu/RN, Afonso Bezerra/RN, Alto do Rodrigues/RN, Carnaubais/RN, Serra do

Mel/RN, Mossoró/RN, Upanema/RN e Parau/RN.

Figura 1. Localização do município de Assú, Rio Grande do Norte, Brasil. Fonte: elaborado

pela autora.

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Segundo o IBGE (2010) o município de Assú/RN possui 1.303,442 km² e uma

população estimada de 53.227 habitantes. O clima segundo classificação de Köppen-Geiger

é caracterizado como BSh, muito quente e semiárido, com temperatura média do mês

quente podendo ser superior a 29ºC, registrando-se as temperaturas médias anuais em

torno de 33,0°C (máxima), 28,1 °C (média) e 21,0 °C (mínima). Tem uma pluviosidade

média anual de 646 mm (IDEMA, 2008). Entre janeiro de 2015 e setembro de 2019 choveu

no município um acumulado de 2980,6 mm, como demonstrado na figura 2 (EMPARN,

2019).

Figura 2. Precipitação média anual no município de Assú/RN entre os anos de 2015 a

setembro de 2019. Fonte: http://189.124.130.5:8181/monitoramento/monitoramento.php.

Nascimento e Silva (2016) relataram que a estação chuvosa da cidade de Assú ocorre

geralmente entre os meses de janeiro a maio, período em que há precipitações e os

moradores do lugar chamam a estação de “inverno”. A ocorrência de secas compromete

diretamente a recarga dos reservatórios superficiais que abastece o município, provocando

em alguns casos o desabastecimento de populações inteiras, inclusive, de cidades.

A área inventariada é a Floresta Nacional de Açú (Flona), unidade de conservação

localizada no município de Assú/RN. Com área total de 432,518 ha. Segundo Brasil (2019),

a vegetação da FLONA é predominantemente arbustivo-arbórea, com mais de 60 espécies

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2015 2016 2017 2018 2019

Pre

cip

itação

méd

ia (

mm

)

Anos

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lenhosas. E de acordo com o manual técnico da vegetação brasileira, IBGE (2012),

considera-se a vegetação da área de estudo como savana estépica arborizada, pois foi

observado dois estratos: um arbustivo-arbóreo superior, esparso, e outro inferior gramíneo-

lenhoso, com presença de algumas espécies endêmicas que caracterizam essa vegetação,

como a Commiphora leptophloeos, além do aparecimento do xique-xique (Pilosocereus

gounellei).

O relevo é caracterizado como suavemente ondulado, apresentando solos litóico,

argiloso e arenoso. O solo predominante na região é o latossolo. Sendo eles profundos,

demonstram um estágio desenvolvido de intemperização e com forte remoção de sílica e

bases do solo. E o Chernossolo, que possui um bom grau de fertilidade, proporciona um

desenvolvimento maior das culturas (BANDEIRA et al., 2016).

3.1.1 Histórico da área

Como pode ser observado na figura 3, no ano de 2002, a Flona de Açú sofreu

modificações em relação ao tamanho de seus limites territoriais a partir da aquisição de uma

área observada na figura B (na qual delimita a área total atual). Esta área anteriormente era

utilizada para pecuária, no entanto ainda florestada. Atualmente essa área de pastagem

possui tamanho de 5.954 ha. Quando esta última área foi adquirida, parte da área

desmatada para pecuária foi recuperada com espécies nativas da Flona, um total de

dezesseis espécies, dentre elas: Piptadenia stipulacea e Mimosa tenuiflora; Cenostigma

pyramidale; Combretum leprosum e entre outras.

Figura 3. Área da Flona de Açú/RN no ano 2001 (A); área da Flona de Açú/RN em 2002

(B). Fonte: Bandeira et al., (2016).

Fonte: Bandeira et al. (2016).

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Desde 1950 até 2001, quando a área era horto florestal, eram realizadas atividades de

produção de mudas. Elas eram distribuídas e levadas até mesmo para outros estados.

Assim, como a Flona serviu por muitos anos de estação experimental, foram implantadas

duas áreas de experimento florestal com nativas, como o Auxemma oncocalyx,

Myracrodruon urundeuva, Aspidosperma pyrifolium e Mimosa caesalpiniifolia, com área de

2,02 ha, além de uma área de 3,12 ha designada para experimento com Eucalipto.

Atualmente não são realizadas nenhuma atividade de manutenção dessas áreas

experimentais, ou seja, hoje são áreas abandonadas.

3.2 COLETA DOS DADOS

3.2.1 Inventário Florestal

Na área amostral foram instaladas, no ano de 2015, vinte parcelas permanentes de 20

x 20m (400 m²), uma área amostral de 8.000m² (0,8 ha). (Figura 4). As parcelas foram

distribuídas aleatoriamente, de forma que os pontos da área da Flona pudessem ser bem

amostrados no mapa de localização.

Figura 4. Disposição das parcelas permanentes em uma área de Caatinga, Flona de Açú-

RN. Fonte: elaborado pela autora.

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No ano 2019, foi realizado a remedição das parcelas, a partir das coordenas

geográficas referente as vinte parcelas do ano da primeira coleta (2015). Nas duas ocasiões

(2015 e 2019) foram mensurados todos os indivíduos arbustivo-arbóreo lenhosos com

circunferência a altura do peito (CAP) ≥ a 6 cm. A altura dos indivíduos foi estimada

utilizando-se um podão de 6 metros de comprimento. Na ocasião, cada árvore recebeu uma

nova placa.

Inicialmente, o reconhecimento das espécies foi realizado pelo nome popular e,

posteriormente, realizou-se a identificação. Os indivíduos não identificados tiveram seu

material botânico coletado, registrando-se o número da planta para posterior identificação.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

3.3.1 Suficiência Amostral

Para analisar a suficiência amostral dos anos 2015 e 2019, foi realizada a curva do

coletor (Mueller-Dumbois e Ellenberg 1974), chamada também de curva de acumulação de

espécies, na qual mostra a quantidade de novas espécies que vão surgindo, no decorrer do

levantamento dos dados nas unidades de amostra. Desta forma a curva do coletor é uma

técnica que surgiu da relação espécie-área, considerada de grande importância na

caracterização de comunidades vegetais, e que vem sendo extensivamente utilizada em

estudos de fitossociologia, particularmente no Brasil para indicar a suficiência amostral

(SCHILLING e BATISTA, 2008). Para a realização dessa curva, utilizou-se o Sistema e

análise estatística e genética (SAEG).

3.3.2 Levantamento Florístico

A identificação florística dos indivíduos foi feita utilizando o sistema Angiosperm

Phylogeny Group IV (2016). Esse procedimento foi realizado no período de abertura das

parcelas quando o material botânico foi coletado e por meio das exsicatas os indivíduos

foram identificados utilizando o sistema APG IV. Assim, a partir da identificação realizada

previamente, os indivíduos foram contabilizados quanto a família, gênero, espécie e número

de indivíduos por espécie.

3.3.3 Estrutura horizontal e Diversidade Florística

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Os parâmetros da estrutura horizontal e diversidade florística da vegetação foram

verificados conforme Felfili e Rezende (2003), e os cálculos foram realizados com o auxílio

do Software Mata Nativa© versão 2.0. Assim, os parâmetros fitossociológicos calculados

foram:

Densidade absoluta: que é o número total de indivíduos de uma espécie por unidade

de área.

DAi =ni

A

Em que: DAi= densidade absoluta da i-ésima espécie; ni= número de indivíduos amostrados

da i-ésima espécie; A = Área amostrada em ha.

Densidade relativa: Expressa o número de indivíduos de uma espécie em relação ao

número total de indivíduos de todas as espécies identificadas.

DRi =ni

N. 100

Em que: DRi= densidade relativa da i-ésima espécieem porcentagem (%); N = número total

de indivíduos amostrados de todas as espécies; ni= número de indivíduos amostrados dai-

ésima espécie.

Dominância absoluta: É a estimativa da área basal da espécie e do povoamento florestal

por hectare.

DoAi =ABi

A

Em que: DoAi= dominância absoluta, em m²/ha; ABi= área basal da i-ésima espécie (m²); A

= área amostrada em ha.

Dominância relativa: é a porcentagem de área basal de cada espécie em relação a área

basal total de todas as espécies, por unidade de área.

DoRi =ABi

∑ ABisi=i

. 100

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32

Em que: DoRi= dominância relativa da i-ésima espécie (%); ABi= área basal da i-ésima

espécie, em metros quadrados por hectare; s = número de espécies amostrado (i = 1, ..., s).

Ou seja, a dominância evidencia a projeção da copa dos indivíduos de cada espécie

sobre o solo, em termos de grau de ocupação no terreno. E mediante a dificuldade de se

obter essa medida, ela é substituída pela área basal.

Frequência absoluta: Demonstra a porcentagem de parcelas em que cada espécie ocorre.

FAi =Ui

UT. 100

Em que: Ui= número de unidades amostrais com a ocorrência da i-ésima espécie; UT=

número total de unidades amostradas.

Frequência relativa: É a porcentagem de ocorrência de uma espécie em relação à soma

das frequências absolutas de todas as espécies levantadas na área de estudo.

FRi =FAi

∑ FAisi=i

. 100

Em que: FRi= frequência relativa da i-ésima espécie; FAi= frequência absoluta da i-ésima

espécie; s = número de espécies amostrado (i = 1, ..., s).

Valor de Importância: É a combinação, em uma única expressão, dos valores relativos de

densidade, dominância e frequência, com o objetivo de atribuir um valor específico para

cada espécie da comunidade vegetal em estudo, possibilitando a visualização da ocupação

de cada espécie em relação as demais, dando uma valoração a sua importância na área de

estudo.

VIi =DRi + FRi + DoRi

3

Em que: VIi= valor de importância da i-ésima espécie (%); DRi= densidade relativa i-ésima

espécie; FRi= frequência relativa i-ésima espécie; DoRi= dominância relativa i-ésima

espécie.

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33

3.3.4 Estrutura Diamétrica

Para a determinação da distribuição diamétrica, fórmulas com base no Método de

Sturges foram utilizadas para obtenção do número de classes de diâmetro. O diâmetro

utilizado para a definição das classes foi o diâmetro equivalente, pois as parcelas

apresentam árvores com mais de um fuste. Sendo assim o diâmetro equivalente foi

calculado de acordo com Batista; Couto; Silva Filho (2014), o mesmo pode ser obtido

diretamente pela raiz da soma dos quadrados dos DAP dos troncos da árvore perfilhada

(Deq = √∑ DAP²).

Assim, para a determinação da distribuição diamétrica, os dados de DAP foram

agrupados em quatorze classes de diâmetro com amplitude de 5 cm. De acordo com

Soares; Neto; Souza (2012), a amplitude das classes diamétricas, assim como o número de

classes, varia de acordo com a magnitude dos diâmetros. No Brasil, a maioria dos trabalhos

utiliza amplitude de classe entre 5,0 e 10,0 cm para florestas inequiâneas (naturais).

Trabalhos realizados em fragmentos de floresta nativa, como o de Encinas et al. (2013),

também utilizaram classes com 5 cm de amplitude.

A partir da obtenção desses valores, foi possível criar a tabela de frequência e

respectivo histograma. A partir da análise de frequências, foi realizada uma análise visual da

distribuição dos diâmetros para verificar se as comunidades obedecem ao padrão “J” -

invertido típico.

3.3.5 Volume e Incremento

Os cálculos de volume e incremento foram realizados segundo Pnud; Fao; Ibama,

(1993). Desta forma, as árvores ou arbustos com bifurcação acima de 30 cm de altura do

nível do solo foram considerados como um só indivíduo, e os diversos CAPs dos fustes

medidos foram homogeneizados pela fórmula das circunferências equivalentes: CAPi =

√∑ CAPn2. A volumetria foi calculada considerando o CAP com casca das árvores e arbustos

com a aplicação das expressões:

VCc/c =π. (DAP)2. HT

40000

VR = VCc/c . ff

Onde:

VCc/c = volume cilíndrico da árvore com casca; π = “pi” (3,1416...); DAP2 = diâmetro a

altura do peito, ao quadrado (em centímetros); HT = altura total da árvore (em metros);

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40.000 = fator de conversão quadrática de centímetros para metros (do DAP); VR = volume

real (em metros cúbicos – m3); ff = fator de forma (0,7 adimensional) (PNUD; FAO; IBAMA

1993).

VE = VR * fe

VE = volume empilhado (em estéreos); VR = volume real (em m³); fe = fator de

empilhamento (3,14 adimensional).

E para a análise do incremento, foi considerado o incremento periódico anual em

volume para todos os indivíduos distribuídos em classes diamétricas. De acordo com a

fórmula a baixo:

IPA =Vol 2019 − Vol 2015

P

Em que: IPA= Incremento periódico anual em volume. Vol 2015 =Vol cil em 2015 (m³.ha-1.a-

1), Vol 2019 =Vol cil em 2019 (m³.ha-1.a-1), P= intervalo de medição de 4 anos.

3.3.6 Dinâmica florestal

A análise da dinâmica foi feita com base nas áreas amostradas para os dois anos de

coleta (2015 e 2019). Desta forma, foi possível relacionar os dados de área basal com o

número de indivíduos das unidades amostrais. Também, foi feito uma análise dos dados de

diâmetro e altura dos dois inventários.

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35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

__________________________________________________________________________

4.1 SUFICIÊNCIA AMOSTRAL

A suficiência amostral para o ano de 2015 mostra que a área amostrada de 8000 m²

foi o suficiente para a caracterização florística do remanescente de Caatinga estudado, pois

a intersecção da parte linear com a parte em forma de plateau foi obtida nos 4200 m²

(Figura 5). Portanto, o número amostral levantado foi bem representado florísticamente.

Figura 5. Representação gráfica da suficiência amostral (curva de acumulação de espécies),

em uma vegetação de Caatinga no Rio Grande do Norte no ano de 2015.

Analisando a curva do coletor para o ano de 2019, na riqueza observada verifica-se o

acúmulo de novas espécies à medida que foi sendo feito o levantamento dos dados em

cada parcela. A partir da parcela dezessete (6800 m² da área amostral) a curva começa a se

estabilizar em sua forma horizontal, permanecendo estável até a última unidade de amostra

(20), concentrando um total de trinta e quatro espécies (Figura 6).

0

5

10

15

20

25

30

400

800

120

0

160

0

200

0

240

0

280

0

320

0

360

0

400

0

440

0

480

0

520

0

560

0

600

0

640

0

680

0

720

0

760

0

800

0

Núm

ero

de

Esp

écie

s

Área (m2)

Observado

Plateau

Estimado

N= 14,933 + 0,0022x

N = 24,3 (Plateau)

R2= 90,2%

2015

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Figura 6. Representação gráfica da suficiência amostral (curva de acumulação de espécies),

em uma vegetação de Caatinga no Rio Grande do Norte no ano de 2019.

Quando os valores da riqueza foram estimados (Plateau), observa-se que esses

valores não sofreram alterações bruscas, ou seja, a medida que foi sendo feita a coleta dos

dados a riqueza não foi modificada. Pode-se então observar que tanto os valores

observados e estimados nos 8000m² se estabilizaram, não havendo incremento de novas

espécies, demostrando assim que a área amostral foi satisfatória para a comunidade

estudada. Ou seja, para as vinte unidades de amostras levantadas nos anos de 2015 e 2019

a curva se estabiliza determinando assim o “Número mínimo” de espécies para essa área.

Em trabalho desenvolvido por Santana e Souto (2006), em uma área de Caatinga, no

Seridó do Rio Grande do Norte, puderam verificar que houve um processo de estabilização

da curva à medida que aumentou o número de parcelas. Podendo inferir que essa tendência

à estabilização pode ser considerada suficiente para indicar o número mínimo de parcelas a

ser utilizado.

4.2 FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA

Em 2015 foram inventariados 2.408 indivíduos pertencentes 15 famílias botânicas e

distribuídos em 23 espécies. No ano de 2019 foram amostrados 2.271 indivíduos

pertencentes a 16 famílias e distribuídas em 34 espécies, sendo 31 identificadas em nível de

espécie e três não identificadas (Tabela 1). Em 2015 o maior número de indivíduos, foi

0

5

10

15

20

25

30

35

40

400

800

120

0

160

0

200

0

240

0

280

0

320

0

360

0

400

0

440

0

480

0

520

0

560

0

600

0

640

0

680

0

720

0

760

0

800

0

mer

o d

e es

péc

ies

Área amostral (m2)

Observado

Plateau

Estimado

2019

N = 10,8333 + 0,004756x

R2

= 90,68%

N = 32 (plateau)

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encontrado para a família Fabacaeae (892), Bignoniaceae (877) e Euphorbiaceae (60). As

famílias mais representatividades para o ano 2019 em número de indivíduos foram:

Bignoniaceae (788), Fabaceae (758) e Euphorbiaceae (195). Essas famílias juntas,

responderam por 76,66% do total de indivíduos.

Tabela 1. Florística referente aos anos de 2015 e 2019 da Floresta Nacional de Açú no

município de Assú/ RN.

Família/espécie Nome Vernacular Hábito 2015 2019

ANACARDIACEAE

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Árvore X X

APOCYNACEAE

Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. Pereiro Árvore X X

BIGNONIACEAE

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.). Mattos Ipê Roxo Árvore X X

Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Peroba Árvore X

BIXACEAE

Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. Pacoté Árvore/ Arbusto X X

BORAGINACEAE

Auxemma oncocalyx (Allemão) Taub. Pau Branco Árvore X X

Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Freijó/Freijorge Árvore X X

BURSERACEAE

Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Imburana Árvore X X

CAPPARACEAE

Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl Feijão Bravo Arbusto X X

COMBRETACEAE

Combretum leprosum Mart. Mofumbo

Arbusto, Árvore,

Liana X X

Combretum glaucocarpum Mart. Sipaúba Árvore/ Arbusto X X

EUPHORBIACEAE

Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro Árvore/ Arbusto X X

Jatropha mollissima

(Pohl) Baill. Pinhão Bravo Árvore/ Arbusto X

Sapium glandulosum

(L.) Morong Burra Leiteira Árvore/ Arbusto X

Sebastiania macrocarpa Müll.Arg. Ramim de Leite Árvore/ Arbusto X

FABACEAE

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Cenostigma pyramidale

(Tul.) E. Gagnon & G.P. Lewis Catingueira Árvore/ Arbusto X X

Libidibia ferrea (Mart. ex Tull.) L.P. Queiroz Pau Ferro/Jucá Árvore X

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó Árvore/ Arbusto X X

Amburana cearensis (Allemão.) A.C.Sm. Cumaru Árvore X X

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Árvore/ Arbusto X X

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema Branca Arbusto X X

Lachesiodendron viridiflorum (Kunth) P.G.Ribeiro et

al. Surucucu Árvore X

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema Preta

Árvore/

Arbusto/Subarbusto X X

Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. Jurema de Embira Arbusto/Subarbusto X

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow &

R.W.Jobson Catanduva Árvore/ Arbusto X

MALVACEAE

Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil.) A. Robyns Imbiratanha Árvore X X

NYCTAGINACEAE

Guapira laxa (Netto) Furlan João Mole Árvore/ Arbusto X X

OLACACEAE

Ximenia americana L. Ameixa Árvore/ Arbusto X X

RUBIACEAE

Genipa americana L. Jenipapo Árvore/ Arbusto X

Guettarda angelica Mart. ex Müll.Arg. Angélica Árvore/ Arbusto X

RHAMNACEAE

Ziziphus joazeiro Juazeiro Árvore/ Arbusto X

SAPOTACEAE

Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn Quixabeira Árvore/ Arbusto X

SOLANACEAE

Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don Manacá Arbusto X X

Conforme observado acima, para 2015 existe uma menor riqueza de espécies (23

espécies) em comparação com o ano de 2019 (34 espécies), podendo assim inferir que no

intervalo entre os inventários, a vegetação se expressa de forma positiva, demonstrando o

incremento na florística, como o aumento da riqueza das espécies amostradas.

Este aumento na florística pode estar associado ao aumento dos índices

pluviométricos registrados entre os anos de 2015 e 2019. No ano da primeira coleta o

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regime de chuvas médio foi 449,7 mm, a segunda menor média entre os anos em que foi

realizado o estudo. Em contrapartida, até setembro de 2019 a precipitação média foi 716,4

mm, um aumento de 24,03% de chuvas em relação ao ano de 2015. Esta questão também

foi relatada por Silva (2017), em um fragmento de Caatinga de 50 ha na cidade de

Floresta/PE, área particular onde foi realizado um corte raso no ano de 1986 e, deste ano

até 2017 não houve nenhuma intervenção na área. A pesquisa mostra uma diminuição na

florística e no número de indivíduos, devido aos baixos índices pluviométricos registrados

entre os anos de 2011 e 2015.

Importante destacar que o grande número de indivíduos encontrados na família

Bignoniaceae deve-se, principalmente, à espécie H. impetiginosus, que detém 34,52% do

total de indivíduos da área. Pode-se atribuir esse resultado aos mecanismos reprodutivos da

espécie, que a mantém na floresta, como constatado por Souza et al. (2014) em trabalho

realizado sobre a fenologia de espécies com maior densidade na Flona de Açú, onde

relatam que mesmo na estação seca, o período de frutificação do H. impetiginosus estende-

se entre quatro a cinco meses, demostrando assim, a resistência da espécie em períodos de

seca. Esse maior período de frutificação da espécie na área, pode estar facilitando a

dispersão das sementes e consequentemente refletindo em uma maior densidade da

espécie.

Além disso, é importante destacar que a manutenção dessa espécie na unidade de

conservação poderá ajudar com a sua conservação, visto que a mesma foi intensamente

explorada nas regiões de ocorrência natural, restando poucas árvores isoladas, o que

justifica a sua inclusão em trabalhos de restauração de ecossistemas florestais e de

paisagismo. Também, esta é uma espécie muito apreciada para fabricação de móveis e

assoalhos finos, além de apresentar propriedades farmacológicas com ação anti-

inflamatória, analgésica, antibiótica e antineoplásica (GEMAQUE; DAVIDE; FARIA, 2002).

A família Fabaceae foi a que obteve maior expressividade em riqueza para os dois

anos de coleta, com 7 espécies em 2015 e 9 espécies em 2019. Outros levantamentos em

áreas de Caatinga mostram também uma maior representatividade da família Fabaceae,

como em trabalho desenvolvido por Marangon et al. (2013) no sertão Pernambucano, onde

verificaram 7 espécies; Santana e Souto (2006) no Rio Grande do Norte constataram um

total de 9 espécies. Estudo realizado por Holanda et al. (2015), em duas áreas com

diferentes históricos de perturbação causados por fatores antrópicos, em uma área de

Caatinga no município de Cajazeirinhas (PB), identificaram também a família Fabaceae com

maior número de espécies nos dois ambientes.

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40

Esse resultado está relacionado ao fato da família Fabaceae aparecer como a

principal família botânica em diversos levantamentos florísticos e fitossociológicos realizados

no território brasileiro, especialmente pela mesma constituir a maior família botânica do país

(3200 espécies), com ocorrência em todos os biomas, apresentando grandes taxas de

endemismo e ampla diversidade de espécies (GIULIETTI et al., 2005, SOUZA e LORENZI

2012). Também para Banda et al. (2016) e Alves, (2014) esta família botânica está adaptada

tanto em áreas de embasamento cristalino como em áreas sedimentares, possuindo

conjuntos florísticos distintos em cada uma destas condições

No levantamento realizado em 2019 as famílias Bignoniaceae, Boraginaceae,

Euphorbiaceae e Rubiaceae apresentaram cada uma um total de duas espécies. E com

apenas uma espécie as famílias Anacardiaceae, Apocynaceae, Bixaceae, Burseraceae,

Capparaceae, Combretaceae, Malvaceae, Nyctaginaceae, Olacaceae, Sapotaceae e

Solanaceae. A concentração de um maior número de espécies em poucas famílias e a

presença de famílias com apenas uma espécie é um fato comum em área de Caatinga e

evidencia a baixa riqueza de espécies destas áreas (MARANGON et al., 2013).

Os parâmetros fitossociológicos para os dois anos (2015 – 2019) de coleta estão

apresentados na Tabela 2. Assim pode-se observar que para o ano de 2015 foi registrado

um total de vinte e três (23) espécies, e trinta e quatro (34) espécies no ano de 2019. Para

ambos os anos as espécies com maior densidade absoluta se repetiram representadas

pelas espécies H. impetiginosus e C. pyramidale. No levantamento de 2015 e 2019 essas

espécies representam 53,94% e 54,20% respectivamente, em relação à densidade total da

área.

Tabela 2. Parâmetros fitossociológicos referentes a Densidade absoluta (DA), Frequência

absoluta (FA), Dominância absoluta (DoA) e valor de importância (VI) das espécies lenhosas

amostradas nos anos de 2015 e 2019 da Floresta Nacional de Açú/ RN.

Espécie

Ano

2015 2019

DA FA DoA VI DA FA DoA VI

Cenostigma pyramidale 526,25 100 4,575 22,63 558,75 100 5,303 24,88

Handroanthus impetiginosus 1097,5 90 2,093 21,06 980,00 85 1,621 18,57

Bauhinia cheilantha 248,75 100 0,174 6,05 162,50 75 0,151 4,37

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Combretum glaucocarpum 235 85 0,342 5,99 82,50 55 0,113 2,78

Aspidosperma pyrifolium 72,5 90 0,685 5,39 45,00 65

0,428 3,54

Piptadenia stipulacea 175 95 0,244 5,3 143,75 80 0,322 4,79

Ximenia americana 151,25 70 0,257 4,39 20,00 20 0,041 0,89

Commiphora leptophloeos 35 60 0,539 3,7 30,00 70

0,506 3,72

Combretum leprosum 100 60 0,189 3,34 3,75 5

0,002 0,18

Myracrodruon urundeuva 28,75 60 0,394 3,18 22,50 55

0,605 3,53

Amburana cearensis 35 35 0,516 2,94 13,75

30 0,092 1,24

Cynophalla flexuosa 48,75 65 0,12 2,7 31,25 50 0,085 1,96

Croton blanchetianus 75 55 0,06 2,53 32,50 50 0,05 1,87

Pseudobombax marginatum 27,5 50 0,154 2,15 42,50 50 0,42 3,08

Auxemma oncocalyx 58,75 25 0,195 1,94 175,00 40 0,594 4,88

Anadenanthera colubrina 27,5 40 0,07 1,62 46,25 45 0,191 2,32

Cochlospermum vitifolium 20 30 0,076 1,28 35,00 45 0,099 1,91

Cordia trichotoma 13,75 35 0,029 1,21 16,25 30 0,025 1,07

Guapira laxa 13,75 30 0,023 1,05 7,50 5 0,023 0,29

Mimosa tenuiflora 10 5 0,107 0,58 8,75 5 0,079 0,47

Lachesiodendron

viridiflorum 6,25 15 0,013 0,52 - - - -

Brunfelsia uniflora 2,5 10 0,002 0,31 16,25 25 0,014 0,90

Ziziphus joazeiro 1,25 5 0,00 0,15 - - - -

Sapium glandulosum - - - - 193,75 70 0,217 4,79

Sideroxylon obtusifolium - - - - 82,50 40 0,081 2,28

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Indeterminada III - - - - 13,75 25 0,035 0,94

Genipa americana - - - - 15,00 25 0,008 0,87

Indeterminada I - - - - 10,00 25 0,012 0,82

Indeterminada II - - - - 11,25 15 0,052 0,69

Libidibia ferrea - - - - 5,00 15 0,021 0,52

Mimosa ophthalmocentra - - - - 5,00 10 0,052 0,48

Sebastiania macrocarpa - - - - 12,50 5 0,04 0,40

Tabebuia roseoalba - - - - 5,00 10 0,008 0,35

Pityrocarpa moniliformis - - - - 3,75 5 0,012 0,21

Jatropha mollissima - - - - 5,00 5 0,007 0,21

Guettarda angelica - - - - 2,50 5 0,003 0,17

Total 3010 1210 10,85 100 2838,75 1240 11,31 100

As espécies com maiores valores de frequência, se repetiram para os dois anos

analisados, sendo representadas pelas espécies Cenostigma pyramidale, Piptadenia

stipulacea e Handroanthus impetiginosus. Além dessas espécies, no ano de 2015

Aspidosperma pyrifolium, Ximenia americana e Cynophalla flexuosa também apareceram

em todas as parcelas em maior frequência. E para o ano de 2019 as espécies seguidas de

maiores frequências foram o Bauhinia cheilantha, Aspidosperma pyrifolium, Commiphora

leptophloeos e Sapium glandulosum.

Os valores de dominância e valor de importância mostram que a espécie Cenostigma

pyramidale apresentou a maior dominância absoluta nos dois anos respectivamente, 2015

(4,57) e 2019 (5,30). E na sequência com maior dominância a espécie Handroanthus

impetiginosus se repetiu para os dois anos estudados, obtedendo um total de 2,09 em 2015

e 1,62 para o ano de 2019. Ou seja, nos inventários realizados para os dois anos, notou-se

a grande dominância das espécies Cenostigma pyramidale e Handroanthus impetiginosus,

logo são as espécies que ocupam maior espaço na área.

A partir desses resultados evidencia-se que as espécies Handroanthus impetiginosus

e Cenostigma pyramidale se apresentam em maior destaque na floresta em valores de

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43

densidade, frequência e dominância, ou seja, essas são as espécies de maior importância

que tem contribuído para a formação florestal da Flona. Assim, a frequência absoluta alta

indica que essas espécies não são só abundantes, mas possuem boa distribuição na área.

No entanto, é importante destacar que nenhum parâmetro fitossociológico isolado fornece

uma ideia ecológica clara da comunidade ou das populações vegetais. Em conjunto, podem

caracterizar formações (e suas subdivisões) e suprir informações sobre estágios de

desenvolvimento da comunidade e das populações, distribuição de recursos ambientais

entre populações, possibilidades de utilização dos recursos vegetais, dentre outros

(SAMPAIO; SALCEDO; KAUFFMAN, 1993).

Além disso, compreende-se que essas são as espécies mais adaptadas ao

componente florestal, principalmente em relação às condições de sítio, como textura do

solo, a maturidade da regeneração, o desnível e relevo do solo. Essas foram características

qualitativas avaliadas que mostram uma melhor adaptabilidade do H. impetiginosus e da C.

pyramidale em uma área com textura do solo pedregosa, com relevo levemente inclinado e

uma regeneração em estágio médio a avançado, indicando que essas são as características

qualitativas intrínsecas da área, que favorece o estabelecimento e a sobrevivência dessas

espécies.

Quanto ao tipo do solo, a espécie C. pyramidale adapta-se muito bem aos diferentes

tipos, incluindo os mais pobres, especialmente os solos pedregosos presente em alta

densidade em diferentes locais de Caatinga (MAIA, 2012). Sua distribuição não está ligada a

unidades de paisagem (SILVA et al., 2013), sendo ela encontrada tanto sobre solos do

embasamento cristalino como sobre os das superfícies arenosas sedimentares (CARDOSO

e QUEIROZ 2008).

Também importante destacar que a espécie é endêmica do bioma Caatinga, e possui

ampla distribuição geográfica no Nordeste brasileiro, onde é encontrada em diversos

ambientes, ocorrendo desde várzeas úmidas (MATIAS; SILVA; DANTAS, 2017). Como

demonstrado em um fragmento de Caatinga antropizada no estado da Paraíba, em que a

espécie pôde indicar que a mesma não tem exigência ou preferência por hábitat (SABINO;

CUNHA; SANTANA, 2016).

C. pyramidale é a espécie que aparece com maior frequência no topo da maior parte

das listas de estudos sobre a vegetação de Caatinga (SAMPAIO, 1996), isto é, a espécie de

mais ampla diversidade nesse tipo de vegetação. Possui grande relevância não só no

ambiente em que ocorre, mas também para a sociedade, através do potencial terapêutico e

medicinal que elas possuem (SILVA et al., 2015).

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44

No entanto, mesmo a espécie C. pyramidale apresentando-se em maior frequência e

dominância na área da Flona nos anos de 2015 e 2019, a espécie H. impetiginosus resultou

em maior número de indivíduos amostrados, ou seja possui maior densidade. Esta é uma

espécie com grande potencial paisagístico e madeireiro, além de possuir importância

ecológica, na qual apresenta plasticidade à variação de água e luz, o que favorece a

sobrevivência ou, mesmo, o estabelecimento da espécie em ambientes sem potencial para

o máximo crescimento das plântulas e eficiência instantânea e intrínseca na utilização da

água sob estresse hídrico (DOMBROSKI et al., 2014).

Assim, a ocorrência do maior número de indivíduos dessa espécie para os anos de

2015 e 2019, demostra a importância das unidades de conservação, pois as mesmas

podem garantir a manutenção ou até mesmo a preservação de espécies (H. impetiginosus)

que acaba sendo alvo da ação antrópica, devido suas características vegetativas com

importância cultural, econômica e ecológica. Portanto, pode-se afirmar que a Flona de Açú

está contribuindo para que esta e as demais espécies presentes na floresta sejam capazes

de se reproduzir e contribuir com a conservação da área, trazendo benefícios para o meio

ambiente em que estão inseridas.

Como exemplo da importância e a necessidade de criação de unidades de

conservação que possam auxiliar na conservação e manutenção da espécie H.

impetiginosus, trabalho realizado por Cordeiro; Souza; Felix, (2017) em uma área de

Caatinga arbórea-arbustiva (Mata Seca), no estado da Paraíba, área com cerca de 30 anos

de regeneração natural, proporcionado pelo abandono da cultura do sisal e de produções

agrícolas anteriormente praticadas na região. Mostram que o H. impetiginosus apresentou

valores baixo de densidade, frequência e dominância (DA:1; DR: 0,06%; FA: 2; FR: 0,16%;

DOA: 0,02; DOR 0,24%). Os autores relatam que devido a área apresentar baixos valores

de importância (VI) de espécies de madeira mais resistentes, como M. urundeuva e H.

impetiginosus, justifica-se a necessidade da criação de uma unidade de conservação

ambiental na região pesquisada.

Quanto ao valor de importância entre os anos de 2015 e 2019, verificou-se valores de

importância abaixo de 1%, registrando-se para 2015 quatro espécies, sendo representadas

por: M. Tenuiflora (0,58%), L. viridiflorum (0,52%), B. uniflora (0,31%) e Z. Joazeiro (0,15%).

Juntas representam 17,39% do total de espécies das unidades amostrais. Já para 2019,

esse valor foi superior, onde foram registradas 47,05% de espécies com valor de

importância inferior a um por cento, ou seja, um registro de dezesseis espécies sendo elas:

G. angélica (0,17%), G. laxa (0,29%), L. ferrea (0,52%), Indeterminada I (0,82%),

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45

Indeterminada II (0,69%), Indeterminada III (0,94%), S. macrocarpa (0,40%), T.

roseoalba (0,35%), X. Americana (0,89%), C. Leprosum (0,18%), M. Tenuiflora (0,47%), B.

Uniflora (0,90%), G. Americana (0,87%), M. Ophthalmocentra (0,48%), P. Monifilormis

(0,21%) e J. Mollissima (0,21%)

É possível inferir que depois de quatro anos, houve um aumento significativo no

percentual de espécies com valores de importância abaixo de um por cento, de 17,39% em

2015 para 48,38% em 2019. Justificado principalmente pelo aumento do número de

espécies na coleta realizada em 2019. Santana e Souto (2006); Fabricante e Andrade

(2007) afirmaram que a presença de um número elevado de espécies com valores de

importância inferior a um por cento, não é comum em áreas de Caatinga. Desta forma,

pode-se destacar que os plantios realizados na área com espécies nativas da Flona, estão

refletindo no aumento da diversidade no ambiente. Apresentando assim um maior número

de espécies em relação ao ano da primeira coleta.

Em contrapartida, dentro das áreas amostradas, verificou-se que a espécie C.

pyramidale apresenta o maior valor de importância em 2015 (22,63%) e em 2019 (24,88%).

Esta é uma das espécies de mais ampla dispersão no nordeste semiárido, rebrotando com

intensidade quando cortada, daí sua dominância em certas comunidades (ANDRADE-LIMA,

1989). Seguida da espécie H. impetiginosus, com 21,06% para o ano de 2015 e 18,57%

para o ano de 2019.

As dez primeiras espécies com maior valor de importância, para o ano de 2015 foram:

C. pyramidale, H. impetiginosus, B. cheilantha, C. glaucocarpum, A. pyrifolium, P. stipulacea,

X. americana, C. leptophloeos, C. leprosum e M. urundeuva, juntas respondem por 81,03%

do valor de importância. Para 2019 as dez espécies com maior valor de importância se

repetiram, a exceção das espécies: A. Oncocalyx, S. glandulosum e P. marginatum,

somando-se 76,15% em relação ao valor total do valor de importância.

As figuras 7 e 8 mostram as dez espécies com maior valor de importância e o número

de parcelas em que essas espécies ocorrem, para os anos de 2015 e 2019. Na figura 7

mostra que em 2015 as espécies C. pyramidale e B. cheilantha ocorreu nas 20 unidades de

amostras. E em 2019 (figura 8) a espécie C. pyramidale também apareceu em todas as

unidades amostrais.

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46

Figura 7. Dez espécies com maiores valores de importância

em 2015 e a quantidade de unidades amostrais que as

espécies ocorrem.

Figura 8. Dez espécies com maiores valores de importância

em 2019 e a quantidade de unidades amostrais que as

espécies ocorrem.

0

5

10

15

20

25

UI

Espécies

UI

0

5

10

15

20

25

UI

Espécies

UI

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Dentre essas espécies com maior valor de importância pode-se destacar a C.

leptophloeos como a espécie indicadora de um ambiente protegido, pois segundo Andrade

et al. (2005) a C. leptophloeos é comumente encontrada em áreas mais protegidas, ou em

formações vegetais bem conservadas e, raramente é encontrada em áreas fortemente

antropizada. Os autores citaram também para essas mesmas condições a espécie M.

urundeuva, e na área da Flona esta espécie também se destaca entre as dez primeiras com

maior valor de importância.

4.2.1 Diversidade florística

Para a diversidade florística, os índices de diversidade Shannon-Weaver (H’) para

2015 e 2019 tiveram os seguintes valores: 2,19 nats.ind-1 e 2,34 nats.ind-1 respectivamente.

Assim, o índice de diversidade de Shannon em áreas de Caatinga costuma estar num

intervalo de 0,23 e 3,74, indicando que os resultados obtidos estão dentro dos limites

citados (SILVA, 2017). No entanto, como observado o valor do índice de H’, em 2019 teve

acréscimo, e esse aumento provavelmente tenha sido proveniente do aumento diversidade

já observada nos dados da florística, e esse aumento da riqueza foi de 25,80% em relação

ao ano de 2015.

Alguns autores calcularam valores inferiores em relação ao encontrado na Flona de

Açú, como apresenta Pessoa et al. (2008), em área de Caatinga no Rio Grande do Norte

valor de 1,10 nats.ind-1 e Andrade et al. (2005), no cariri paraibano relatam índices de 1,51 e

1,43 nats.ind-1 para duas áreas, Holanda et al. (2015), encontrou valores de diversidade para

o ambiente I e II de 0,8 e 1,21 nats.ind-1, respectivamente.

Já em trabalhos realizados em vegetações de Caatinga no estado de Minas Gerais,

como os de Apgaua et al. (2014) e Menino et al. (2015), são encontrados valores de H’

maiores que três, no entanto, essas são áreas de transição com o Cerrado, onde a Caatinga

possui porte mais arbóreo. Andrade et al. (2005), constataram que quanto maior for o valor

do índice de diversidade, mais uniformemente é a distribuição dos indivíduos entre as

espécies. Observaram também, que o índice de Shannon possui correlação positiva com o

número de espécies.

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48

4.4 ESTRUTURA DIAMÉTRICA

A distribuição diamétrica da área para os dois períodos de inventário segue o formato “J”-

invertido, comum em florestas inequiâneas, reunindo a maior parte dos indivíduos nas

classes de menor diâmetro (Figura 9 e 10). Assim, os maiores valores foram observados em

2015 para a primeira (1936) e a segunda (258) classes, correspondem a 80,39% e 10,71%

do total de indivíduos, respectivamente, perfazendo um total 2194 indivíduos nas menores

classes, isto é, 90,10% dos indivíduos amostrados no componente arbustivo-arbóreo

observados nas duas primeiras classes. Também em 2019, houve uma maior concentração

de indivíduos nas duas primeiras classes, somando-se para essas classes um total de

90,48% do total de indivíduos na área.

Sendo assim, para ambos os anos a maioria dos indivíduos encontra-se nas classes

inferiores, com progressiva diminuição da frequência dos mesmos à medida que ocorre o

aumento do diâmetro, inferindo que a curva representa a capacidade auto- regenerativa da

floresta (equilíbrio dinâmico). Em diversos trabalhos (MARANGON et al., 2013; PEREIRA

JUNIOR et al., 2012; DANTAS et al., 2010) realizados em área de Caatinga, a distribuição

diamétrica se apresentou no formato “J”- invertido, a exemplo do trabalho desenvolvido na

região do Curimataú na Paraíba, no qual inventariaram 2690 indivíduos, sendo que do total

1936

258 147

51 13 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0

500

1000

1500

2000

2500

4,4

9,4

14,4

19,4

24,4

29,4

34,4

39,4

44,4

49,4

54,4

59,4

64,4

69,4

de

ind

ivíd

uo

s (h

a)

Centro de classe diâmetrica (cm)

Figura 9. Distribuição diamétrica dos indivíduos

inventariados em 2015 em área de Caatinga da

Flona de Açú.

1767

288 134

63 16 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

4,4

9,4

14,4

19,4

24,4

29,4

34,4

39,4

44,4

49,4

54,4

59,4

64,4

69,4

de

ind

ivíd

uo

s (h

a)

Centro de classe diâmetrica (cm)

Figura 10. Distribuição diamétrica dos

indivíduos inventariados em 2019 em área de

Caatinga da Flona de Açú.

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desses indivíduos 73,4% se encontram no primeiro centro de classe e 21% no segundo

centro de classe (ALMEIDA NETO et al., 2009).

Resultados semelhantes foram encontrados por Hoffmann (2013); Araujo et al. (2004);

Lima et al. (2013); Júnior (2004), em florestas multiâneas heterogêneas. Souza et al. (2006),

afirmam que a estrutura diamétrica da floresta, caracteriza-se por maior frequência de

árvores de pequeno porte nas menores classes de diâmetro.

Para Menino et al. (2015), o grande número de indivíduos jovens aponta um bom

desenvolvimento da regeneração e as diferenças na estrutura diamétrica indicam o uso de

estratégias distintas pela vegetação. Enquanto que, em ambientes com menos recursos, as

plantas tendem a adotar estratégias conservativas, em condições mais favoráveis

predominam estratégias aquisitivas com maior investimento em reprodução e crescimento

rápido (LOHBECK et al., 2015).

4.5 VOLUME E INCREMENTO

A tabela 3 apresenta as estimativas de dominância, volume e incremento periódico anual,

em nível de classe de diâmetro, para a área de Caatinga. O volume empilhado estimado foi

de 139,74 st.ha-1 e 154,97 st.ha-1 para os anos de 2015 e 2019 respectivamente.

Tabela 3. Distribuição por classe de diâmetro, da dominância absoluta (DoA), do Volume e

do Incremento periódico anual (IPA) do inventário florestal de uma área de caatinga na

Floresta Nacional de Açú, Assú-RN.

Classe de

diâmetro

DoA (m2.ha

-1) Vol Cil (m

3.ha

-1)

IPA m3.ha

-

1.a

-1

Vol (st.ha-1

) IPA

st.ha-1

a-1

2015 2019 2015 2019 2015 2019

4,4 2,56 2,45 7,37 7,68 0,08 23,15 24,10 0,24

9,4 2,12 2,22 8,17 9,33 0,29 25,65 29,28 0,91

14,4 2,94 2,60

12,73 12,02 0,18 39,96 37,73

0,56

19,4 1,81 2,17 8,98 11,10 0,53 28,21 34,84 1,66

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24,4 0,75 0,89 3,94 4,93 0,25 12,38 15,48 0,77

29,4 0,09 0,16 0,64 0,88 0,06 2,00 2,77 0,19

34,4 0,10 0,00 0,63 0,00 0,16 1,99 0,00 0,50

39,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

44,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

49,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

54,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

59,4 0,00 0,33 0,00 1,52 0,38 0,00 4,76 1,19

64,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

69,4 0,49 0,49 2,04 1,91 0,03 6,41 6,01 0,10

Total 10,85 11,31 44,50 49,35 1,21 139,74 154,97 3,80

Estudos conduzidos por Riegelhaupt; Pareyn; Bacalini, (2010) em áreas de Caatinga,

como o inventário realizado na Fazenda Recanto III, no município de Lagoa Salgada/RN,

mostram que o volume estimado variou entre 70 e 170 st.ha-1, já na Floresta Nacional de

Sobral, no município de Sobral/CE, esses mesmos autores relatam que na área o volume

empilhado variou de 119 a 149 st.ha-1.

Utilizando-se um fator de forma de 0,7 (PNUD; FAO; IBAMA 1993), foi obtido em 2015,

um volume cilíndrico de 44,50 m3.ha-1 e 49,35 m3.ha-1para o ano de 2019. Observando

assim em quatro anos, um incremento volumétrico de 4,85 m3.ha-1, este aumento pode está

associado ao aumento dos índices pluviométricos registrados entre os anos de 2015 e 2019

um aumento de 24,03% de chuvas em relação ao ano de 2015 (EMPARN, 2019).

Fato também confirmado por Barreto (2013), em uma pesquisa sobre a dinâmica de

espécies lenhosas em área de Caatinga, no município de Floresta-PE, no qual verificou um

aumento no IPA, que pode está associado às características adaptativas das espécies

lenhosas e aos anos de 2009 e 2010 que forneceram maiores valores de precipitação.

Em estudo sobre os estoques de volume, biomassa e carbono na madeira de espécies

da Caatinga em Caicó, RN, realizado por Santos et al. (2016), obtiveram uma estimativa de

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volume de 15,5 m³ ha-1, os autores consideram um volume baixo, com relação as demais

florestas dos outros biomas do Brasil. Justificando este resultado devido o bioma Caatinga

ser formado por árvores de pequeno porte e espaçadas. Sendo assim, Meira Junior et al.

(2016), evidenciam que o volume está intimamente atrelado com a diversidade funcional e

que a partir desta relação é possível se inferir sobre os serviços ecossistêmicos gerados.

Além disso, observa-se que as árvores da classe de diâmetro 14,4 cm obtiveram os

maiores valores de dominância absoluta para os dois anos, e consequentemente os

indivíduos pertencentes a essa classe diamétrica obtiveram também nos dois anos, maiores

volumes (12,73 e 12,02 m³.ha-1). No entanto, analisando o incremento periódico anual (IPA)

no intervalo entre os dois inventários, as árvores desta classe atingiram um incremento 0,17

m³.ha-1, enquanto que para os indivíduos da classe 19,4cm foi estimado um maior

incremento (0,52 m³.ha-1 ).

Assim, para o volume cilíndrico entre os dois anos de inventário, o IPA foi de 1,21 m3.ha-

1.a-1, equivalente a 3,80 st.ha-1.a-1. Trabalho desenvolvido por Araújo e Silva (2010), na

Fazenda Belo Horizonte em Mossoró/RN, em um período de três anos de inventário,

obtiveram um resultado superior ao encontrado neste trabalho, um IPA de 1,83 m3.ha-1.a-1,

já experimento realizado na fazenda Dominga, no município de Caicó/ RN, por Santos et al.

(2016), o incremento anual em volume, foi de 0,77 m3.ha-1.a-1, considerado pelos autores

muito baixo.

Dessa maneira, os resultados obtidos (Tabela 3) evidenciam um aumento progressivo

das variáveis dendrométricas durante os dois anos de mensuração, o que influenciou no

acréscimo do estoque volumétrico. Portanto, a importâncias dos incrementos demonstra o

crescimento positivo da Flona de Açú no período de quatro anos (2015-2019), considerando

os fatores genéticos das espécies na área, e ambientais locais (qualidade do sítio).

4.6 DINÂMICA

A área basal observada no levantamento foi de 10,85 m²1 para o inventário de 2015 e

11,31 m² para 2019. Este aumento entre a primeira e a segunda coleta, explica um

desenvolvimento satisfatório da comunidade florestal. Em contrapartida, segundo Cordeiro,

Souza e Felix (2017) em uma área de Caatinga na Paraíba, considerada ainda em processo

de regeneração natural, com tendência de perturbação antrópica para exploração

madeireira, apresentou baixo valor de área basal (7,82 m²).

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Por meio do resultado de área basal para a Flona de Açú, pode-se afirmar que a

mesma se encontra com sua cobertura vegetal estabelecida com tendência a conservação,

e mesmo sabendo-se que as florestas passam por constantes mudanças e o seu

desenvolvimento possa ser alterado, é possível constatar através do resultado de área basal

se essas mudanças estão sendo benéficas ou não, visto que a área basal pode ser um

indicador do estado de conservação da floresta (CORDEIRO; SOUZA; FELIX 2017).

Além disso, vale destacar que essa tendência à conservação da floresta se deve

também pelo fato da área ser uma unidade de conservação, e nelas seus recursos podem

ser melhores monitorados. Como constatado em trabalho desenvolvido por Lima et., (2007),

em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

Em 2015 no estrato arbustivo e arbóreo a floresta variou em altura, de 2,0 a 11,0 m,

onde a maioria dos indivíduos predominou entre as classes: 1,70 a 3,70 m e 3,71 a 5,70

(Figura 11), indicando maior concentração de indivíduos de 88,58%. A média foi de 4,41 m.

Para o ano de 2019 esses valores foram semelhantes, apresentando uma altura média de

4,74m, variando de 1,70 a 14 m, com maior parte dos indivíduos concentrados nas classes

de altura entre 1,70 a 3,70 m. A maior altura, 14m, foi estimada para um indivíduo de C.

pyramidale Os resultados do diâmetro da floresta para os dois anos também não sofreram

alterações bruscas, obtendo para os anos de 2015 e 2019 um diâmetro médio de 4,36 e

4,56 respectivamente.

Figura 11. Indivíduos arbóreos amostrados nas parcelas amostrais em 2015 e 2019 da

Flona de Açú, Assú-Rio Grande do Norte, distribuídos de acordo com a classe de altura (m).

1131

1002

218

37 20 0 0

855 875

455

73 10 2 1

0

200

400

600

800

1000

1200

mero

de in

div

ídu

os

Classe de altura (m)

2015

2019

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CONCLUSÕES

A composição florística entre os anos de 2015 e 2019 na área de Caatinga mostra o

desenvolvimento da floresta, refletido no aumento da riqueza, de 23 espécies em 2015 para

34 espécies em 2019. Conferido pelo maior índice de diversidade (H’) (2,34 nats.ind-1) em

relação ao ano de 2015 (2,19 nats.ind-1).

As espécies Handroanthus impetiginosus e Cenostigma pyramidale representa de forma

mais expressiva a estrutura horizontal da área, apresentando maiores valores de densidade,

frequência, dominância e valor de importância, contribuindo assim para a formação florestal

da Floresta Nacional de Açú.

O destaque dado a espécie H. impetiginosus, expressa a importância de continuar

preservando a espécie no local, para assim garantir a sobrevivência e permanência desta na

comunidade vegetal.

Além disso, os resultados da distribuição diamétrica, volume e incremento mostram o

desenvolvimento da floresta, indicando que a mesma está sendo conservada, e os objetivos

de conservação da Flona de Açú estão sendo atingidos.

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LITERATURA CITADA

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