MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 ·...

51
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Samantha Evelyn Max Dezula GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT Orientadora Profª. Drª. Marcia Aparecida de Sant’Ana Barros Co-orientador Prof. Dr. Ronaldo Pierosan CUIABÁ 2016

Transcript of MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 ·...

Page 1: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Samantha Evelyn Max Dezula

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA

AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT

Orientadora

Profª. Drª. Marcia Aparecida de Sant’Ana Barros

Co-orientador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

CUIABÁ

2016

Page 2: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REITORIA

Reitora

Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder

Vice-Reitor

Prof. Dr. João Carlos de Souza Maia

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pró-Reitora

Profª. Drª. Leny Caselli Anzai

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

Diretor

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Coordenador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Vice-Coordenador

Profª. Dr. Jaime A. D. Leite

Page 3: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

III

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 72ª

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA

AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT

___________________________________________________________________________

Samantha Evelyn Max Dezula

Orientadora

Profª. Drª. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros

Co-Orientador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

CUIABÁ

2016

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Geociências do Instituto de

Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal

de Mato Grosso como requisito parcial para a

obtenção do Título de Mestre em Geociências.

Page 4: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

IV

Dezula, Samantha Evelyn Max

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO –

PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO – MT

/ Samantha Evelyn Max Dezula – 2016. 51 f.; il. color.

Orientadora: Profª. Drª. Márcia A. S. Barros

Co-Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de

Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2016.

Bibliografia: p. 36-38.

1. Suíte Intrusiva Nhandu. 2. Geoquímica. 3. Cráton Amazônico. 4. U-Pb. I. Título

CDU

Page 5: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

V

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – PROVÍNCIA

AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT

_________________________________________________________________________

Dissertação de mestrado aprovada em 05 de maio de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Profª. Drª. Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros

Orientadora (UFMT)

_________________________________________

Prof. Dr. Francisco Egidio C. Pinho

Examinador Interno (UFMT)

_________________________________________

Prof. Dr. Farid Chemale Jr

Examinador Externo (UNISINOS)

Page 6: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

VI

Dedicatória

Dedico esse trabalho aos meus familiares, em especial a minha avó/mãe Adair e meu pai

Osny, que estiveram sempre ao meu lado apoiando e dando toda a assistência em todos os momentos.

Page 7: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

VII

Agradecimentos

Agradeço a Universidade Federal do Mato Grosso, ao Programa de Pós-Graduação em

Geociências, ao GEOCIAM e a Fundação CAPES pelo apoio financeiro a esta pesquisa. As

universidades de University Western of Austrália e Curtin Univertity da Austrália pelas análises

isotópicas.

Aos meus orientadores Professora Doutora Márcia Aparecida de Sant’Ana Barros e Professor

Doutor Ronaldo Pierosan, que me orientam desde a graduação, pelo apoio, paciência e conhecimento

transmitido durante a realização deste trabalho.

Ao Professor Doutor João Orestes Schneider Santos pela contribuição cientifica na realização

deste trabalho.

Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

ajudaram e apoiaram de várias formas.

Aos meus familiares em especial minha avó/mãe Adair, meu pai Osny, minha mãe Jocinete,

minha tia Jocilene e minha bisavó Judith (in memorian) pelo carinho, atenção e apoio nos momentos

difíceis.

Page 8: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

VIII

Sumário

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................. 1

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1

1.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1.1 Problemática e Relevância ..................................................................................... 1

1.1.2 Localização e Vias de Acesso ................................................................................ 2

1.1.3 Objetivos ................................................................................................................ 3

1.1.4 Materiais e Métodos ............................................................................................... 3

1.2 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO ....................................................... 5

1.3 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL .................................................................. 8

1.3.1 Embasamento – Complexo Cuiú-Cuiú ................................................................... 9

1.3.2 Suíte Intrusiva Nhandu ........................................................................................... 9

1.3.3 Suíte Intrusiva Matupá ........................................................................................... 9

1.3.4 Suíte Intrusiva Juruena ......................................................................................... 10

1.3.5 Grupo Colíder ....................................................................................................... 10

1.3.6 Suíte Vulcano – Plutônica Teles Pires .................................................................. 11

CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 12

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 15

4 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTONICO ............................................................. 16

5 ARCABOUÇO GEOLÓGICO.......................................................................................... 17

5.1 Biotita sienogranito (BSG) ........................................................................................ 19

5.2 Monzogranito com biotita (MGB) ............................................................................ 19

6 GEOQUÍMICA ................................................................................................................. 20

7 GEOCRONOLOGIA ........................................................................................................ 27

8 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES .................................................................................... 30

9 AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... 31

Page 9: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

IX

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 31

CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 34

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ....................................................................................... 34

CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 36

Page 10: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo. .......................................... 3

Figura 1.2 Mapa do Cráton Amazônico mostrando os modelos utilizados em sua

compartimentação. (A) modelo proposto por Tassinari & Macambira (1999) em províncias

geocronológicas; (B) modelo proposto por Santos (2006) em províncias geocronológicas. .................. 7

Figura 1.3 Mapa das Províncias Metalogenéticas da porção oeste do Cráton Amazônico,

modificada de Santos et al., (2004). ........................................................................................................ 8

Figura 2.1 Mapa simplificado dos Domínios Geológicos de parte da PAAF. Extraido e

modificado de Miguel Jr. (2011). .......................................................................................................... 17

Figura 2.2 Mapa Geológico da região estudada, com pontos analisados e datados. ............... 18

Figura 2.3 (A) Diagrama R1 e R2 (De La Roche et al.,1980); (B) Diagrama de SiO2 vs K2O

(Peccerillo and Taylor, 1978); (C) Índice de peraluminosidade (Shand, 1943; Maniar and Piccoli,

1989); (D) Diagrama de SiO2 vs Fe2O3t (Frost et al., 2001). .............................................................. 24

Figura 2.4 Diagramas binarios tipo Harker (1909) de SiO2 versus elementos maiores. .......... 25

Figura 2.5 Diagrama multielementar normalizado para os condritos de Nakamura (1974). A)

BSG B) MGB. ....................................................................................................................................... 26

Figura 2.6 Diagrama para os elementos traços de Thompson (1982). A) BSG B) MGB. ....... 26

Figura 2.7 (A) Diagramas de Pearce et al. (1984). WPG, granito intraplaca; syn-COLG,

granito sincolisional; VAG, granito de arco vulcânico; ORG, granito de cadeia oceânica (B) diagramas

(Whalen et al., 1987). ............................................................................................................................ 27

Figura 2.8 Diagramas concórdia U-Pb SHRIMP para as amostras SD-03(A) e SD-05(B),

mostrando as idades de 1964 ± 11 Ma e 1967 ± 2 Ma como a idade de cristalização do BSG, SD-18(D)

com idade de 1994 ± 5 Ma para o MGB e SD-20 (C) para o embasamento com idade de 2008 ± 3 Ma.

............................................................................................................................................................... 28

Figura 2.9 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado. ................ 31

Figura 3.1 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado. ................ 35

Page 11: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

XI

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 Conteúdo de elementos maiores (%), traços (ppm) e terras raras (ppm) para onze

amostras do Granito Aragão. ................................................................................................................. 21

Tabela 2.2 (continuação) .......................................................................................................... 22

Tabela 2.3 Resultados analíticos para a datação U-Pb (SHRIMP). .......................................... 29

Page 12: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

XII

Resumo

O Granito Aragão, localizado na Província Aurífera de Alta Floresta é um biotita sienogranito

de granulação média a grossa e textura porfirítica. Microscopicamente foram observados feldspato

potássico, plagioclásio, quartzo, biotita e hornblenda em diferentes proporções. Em campo foi

observado que o biotita sienogranito mostra feições de assimilação do monzogranito com biotita e faz

contato discordante com um gnaisse de composição granodioritica. Estudos geoquímicos mostram

para o biotita sienogranito características de granitos cálcico-alcalinos de alto potássio, com padrão de

ETR enriquecidos em leves sobre pesados e anomalia negativa de Eu, sugerindo o fracionamento do

plagioclásio durante a evolução do magma. As razões de K20/Na2O>1, altos conteúdos de Zr,Nb,Ce e

Y são similares a de granitos do tipo A. O monzogranito com biotita mostra afinidade cálcico alcalina

de médio potássio, tendência metaluminosa e menor fracionamento de plagioclásio. Diagramas de

discriminação tectônica indicam ambiente de margem continental ativa, para o biotita sienogranito e

monzogranito com biotita. Idades U-Pb em SHRIMP para duas amostras da fácies biotita sienogranito

mostraram idades de 1964±11 Ma e 1967±2 Ma, semelhantes àquelas encontradas nos Granitos da

Suíte Intrusiva Nhandu no Mato Grosso e Suíte Creporizão no Pará. Uma amostra do monzogranito

com biotita revelou idade de 1994 ± 5Ma correlacionável a idade do Granito Cumaru no Pará. O

gnaisse de composição granodiorita apresentou idade do Complexo Cuiu-Cuiu: 2008 ± 4 Ma. Os

resultados demonstram que a área estudada faz parte da Província Tapajós e que as rochas evoluíram

num ambiente dominante de acresção de arcos.

PALAVRAS-CHAVE: Suíte Intrusiva Nhandu, Geoquímica, Cráton Amazônico, U-Pb.

Page 13: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

XIII

Abstract

The Granite Aragao, located in the Auriferous Province of Alta Floresta is a biotite syenogranite

medium to coarse grained and with porphyritic texture. Microscopically were observed potassic

feldspar, plagioclase, quartz, biotite and hornblende in different proportions. In Field were observed

that the biotite syenogranite shows features of assimilation of the a monozogranite with biotite and has

a discordant contact with a granodiorite gneiss rocks. Geochemical studies show for the biotite

syenogranite characteristics of high potassium calc-alkaline composition with enrichement of ligth

over heavy REE and negative Eu anomaly, suggesting the fractionation of plagioclase during the

evolution of magma. The ratio for K20 / Na2O> 1, high Zr, Nb, Ce and Y content are similar to A type

granite. The monzogranite with biotite shows medium to hight potassium calcalkaline affinities,

metaluminous to peraluminous trend and lower intensity of Eu anomaly. Tectonic discrimination

diagrams indicate active continental margin environment for the biotite syenogranite and to the

monzogranite with.biotite. U-Pb SHRIMP ages for two samples of the biotite syenogranite showed

ages of 1964 ± 11 Ma and 1967 ± 2 Ma, similar to those found in granites of Nhandu Intrusive Suite in

Mato Grosso and Creporizão Suite in Para. One sample of monzogranite with biotite, revealed aged of

1994 ± 5 Ma which can be correlated with the age of Cumarú Granite and the granodiorite gneiss

shows the same age of Cuiu-Cuiu Complex: 2008 ± 4 Ma. The results demonstrate that the studied

area is part of Tapajos Province and the rocks evolved in a dominantly accretion arcs environment.

KEYWORDS: Nhandu Intrusive Suit, Geochemistry, Amazon Craton, U-Pb

Page 14: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

A região de Peixoto de Azevedo no Mato Grosso, destaca-se no cenário mineral pelo número

significativo de depósitos de ouro associados a rochas magmáticas félsicas de médio a alto potássio,

com afinidade sub-alcalina a cálcio-alcalina, de caráter metaluminoso a peraluminoso, provenientes de

fontes crustais arqueanas e de idade proterozóica. Inúmeros trabalhos têm sido realizados nos últimos

anos buscando a compreensão da origem do ouro desta região. Entres os trabalhos já publicados

destacam-se Barros (1994); Barros (2007); Miguel Jr. (2011); Assis (2011); Moura (1998). Esses

trabalhos em geral buscaram a compreensão direta da origem das mineralizações e de seus processos,

porém a região ainda carece de mapeamentos mais detalhados, bem como de estudos geoquímicos e

geocronológicos, para que se compreendam os processos e ambientes tectônicos que levaram a

formação desta importante região mineralizada. Com o intuito de contribuir com o conhecimento

geológico dessa porção, este trabalho foca na caracterização de rochas graníticas da região do garimpo

do Aragão. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo a caracterização petrográfica,

geoquímica e geocronológica do Granito Aragão e seu entorno, com o intuito de compreender o

ambiente e posicionamento tectônico do mesmo frente aos eventos que levaram a formação do Cráton

Amazônico do qual faz parte.

1.1.1 Problemática e Relevância

Entre as décadas de 1970 e 1990, a Província Aurífera Alta Floresta (PAAF) tornou-se a

principal região produtora de ouro no Brasil, com produção estimada em 200 e 300 toneladas de ouro

(Dardenne & Schobbenhaus, 2001). Tal produção de ouro foi resultado da explotação de diversos

depósitos primários de ouro de pequeno porte (<5t Au) por atividade garimpeira. Inicialmente o ouro

era extraído de depósitos secundários (aluviões e elúvios/colúvios) e após a exaustão destes depósitos

iniciou-se a exploração das mineralizações primárias filonares (Moreton & Martins, 2005).

A PAAF abrange área alongada de direção noroeste-sudeste, inserida no Cráton Amazônico

limitada a norte pelo Gráben do Cachimbo e a sul pelo Gráben dos Caiabis. Com relação as províncias

geocronológicas de Tassinari & Macambira (1999), engloba as províncias, Ventuari -Tapajós (1,95 –

1,8 Ga) e Rio Negro – Juruena (1,8 – 1,55 Ga) enquanto de acordo com o modelo proposto por Santos

Page 15: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

2

et al., (2000) abrange as províncias Tapajós – Parima (2,03 – 1,88 Ga) e Rondônia – Juruena (1,82 –

1,54 Ga). Apesar dos inúmeros trabalhos e pesquisas já realizados na PAAF, existem ainda muitas

questões não compreendidas com relação a origem dos depósitos primários.

O Granito Aragão, foco deste trabalho foi assim denominado informalmente por Vitório

(2010) que o classificou como um granito tipo A similar ao granito Teles Pires. Miguel Jr. (2011),

entretanto, obteve uma idade U-Pb de 1931±12 Ma excluindo o Aragão do Magmatismo Teles Pires e

o correlacionou com o Granito Novo Mundo de Barros (1994). O fato do Granito Aragão apresentar

mineralização aurífera disseminada em sua porção nordeste e revelar característica petrográfica similar

ao Granito Teles Pires, conhecidamente intra-placa pareceu aos autores deste trabalho um ponto

interessante a ser estudado. As perguntas que são aqui explicadas:

I: O Granito Aragão é do tipo A ou ele é de margem continental ativa com grande contribuição

crustal?

II: Podem granitos tipo A serem portadores de depósitos singenéticos de ouro?

1.1.2 Localização e Vias de Acesso

A área de estudo situa-se na porção norte do estado de Mato Grosso, na divisa com o Pará nos

arredores do município de Novo Mundo, distante 773 km da capital Cuiabá. O acesso a área de estudo

é feito por via terrestre a partir da cidade de Cuiabá, pela BR-163 até o município de Guarantã do

Norte, posteriormente pega-se rodovia estadual até a cidade de Novo Mundo e, em seguida, utiliza-se

estradas secundárias para acessar a área de pesquisa (Fig. 1.1).

Page 16: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

3

Figura 1.1.2 Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.

1.1.3 Objetivos

O objetivo geral do estudo é contribuir para a compreensão da evolução dos granitos

mineralizados da PAAF, visto que o granito a ser estudado contém mineralizações do tipo

disseminada.

Os objetivos específicos foram realizar um mapeamento geológico para definir as fácies

petrográficas presentes no granito, caracterizar em termos geoquímicos tais fácies, definir as idades de

cristalização dos diferentes tipos de granitos encontrados na área de estudo e a partir dos resultados

coletados discutir a evolução do granito em termos de fonte de magma e ambiente tectônico.

1.1.4 Materiais e Métodos

Na etapa preliminar foram realizados estudos bibliográficos da região estudada. A preparação

do campo foi realizada com auxílio de interpretação de imagens de satélite da região para a confecção

de mapas bases para a etapa de campo. A etapa de campo ocorreu abril de 2014, com duração de seis

dias, quando foi feito o mapeamento geológico da área objeto deste estudo e a coleta de amostras para

a posterior análises laboratoriais.

Page 17: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

4

Com base nos dados de campo e na descrição macroscópica das amostras coletadas, onze

amostras frescas foram selecionadas para análises petrográficas e geoquímicas, das quais quatro foram

selecionadas para analises geocronológicas.

As secções delgadas foram confeccionadas no Laboratório de Laminação do Departamento de

Recursos Minerais na UFMT (DRM-UFMT). A descrição das secções delgadas foi realizada no

Laboratório de Microscopia do DRM-UFMT, com uso de microscópio óptico binocular BX 50

(Olympus), com uma câmera acoplada para a obtenção de imagens por meio do software Infinity

Capture. De acordo com o método sugerido pela IUGS e com o auxílio do charriot foi realizada a

contagem modal das secções delgadas e aplicada a posterior nomenclatura das rochas segundo

Streckeisen (1976).

Onze amostras foram enviadas para o Acme Analytical Laboratories Ltd., em Vancouver –

Canadá. Análises de elementos maiores foram obtidas por ICP-ES (Inductively Coupled Plasma –

Emission Spectrometry) enquanto os elementos traços e terras raras foram obtidos por ICP-MS

(Inductively Coupled Plasma – Mass Spectrometry).

A separação de minerais para datação geocronológica foi realizada com aplicação de técnicas

usuais de preparação de amostras (britagem, pulverização, concentração por bateia e líquidos densos)

com posterior seleção dos grãos de zircão usando lupa binocular, realizada no laboratório do DRM-

UFMT. Depois de selecionados os grãos de zircão foram enviadas para a University Western of

Austrália para serem datadas pelo método U-Pb SHRIMP. Os grãos de zircão foram montados em

resina Epoxy e imageados usando o Microscópio Eletrônico de Varredura da marca Tescan-VEGA3

no laboratório de Microscopia e Microanalise (CMCA) na University Western of Austrália. As

datações foram realizadas no laboratório John de Laeter Center de geocronologia da Curtin Univertity

com a microssonda iônica SHIRIMP II Perth – Austrália. Tais datações seguiram os parâmetros

descritos por Willians (1998). As correções foram feitas ultilizando 204Pb. O padrão utilizado para a

correção dos cálculos foi Br-266 ( 559 Ma 206Pb/238U). E o cálculo das idades foi feito por meio do

software ISOPLOT/EX (Ludwing, 2001). Diagrams Concórdias foram calculadas com 2 σ com nível

de confiança de 95%.

Por fim, com os dados obtidos foi elaborada a presente dissertação que inclui um artigo

cientifico, com a interpretação destes.

Page 18: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

5

1.2 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTÔNICO

O Cráton Amazônico está localizado no centro-norte da América do Sul sobre dois escudos

pré-cambrianos, o Escudo das Guianas e o Escudo Brasil Central situado a sul da bacia do

Amazônico-Solimões. Nas suas porções sul e leste é limitado por cinturões orogênicos

neoproterozóicos, à norte pela margem atlântica e à oeste pela Faixa Orogênica Andina (Rosa-Costa,

2006). Dois modelos foram aplicados para explicar a evolução do Cráton Amazônico: os primeiros

foram hipóteses fixistas onde Hasui et al. (1984), Hasui & Almeida (1985) e Costa & Hasui (1997)

foram os autores que mais se destacaram, segundo esta concepção, o Cráton Amazônico é uma extensa

plataforma continental arqueana que sofreu diversos processos de retrabalhamento crustal, e um

rejuvenescimento termal durante o paleo e mesoproterozóico. Com base nessa hipótese, o Cráton

Amazônico foi definido como um mosaico composto por doze blocos tectônicos justaposto por

colisões diacrônicas durante o Arqueano e Paleoproterozóico, que foram unidos e formaram um

megacontinente (Rosa-Costa, 2006). Com o avanço dos estudos e dos métodos geocronológicos a

partir da década de 70, que substituíram os resultados obtidos pelos métodos K-Ar e Rb-Sr, por

resultados mais robustos de idades U-Pb em zircão e idades modelos Sm-Nd, o modelo fixista caiu em

desuso e assim surgiram os modelos mobilitas, que atualmente se dividem em dois principais um de

autoria de Tassinari & Macambira (1999) e outro de Santos et al. (2000). Os quais concordam que o

Cráton Amazônico é formado por um núcleo Arqueano em torno do qual, houveram sucessivas

acresções de arcos magmáticos mais jovens, durante o paleo e mesoproterozóico segundo um trend

NW-SE, originando as províncias geocronológicas encontradas atualmente (Fig. 2).

De acordo com o modelo de Tassinari & Macambira 1999 o Cráton Amazônico é um

segmento crustal compartimentado em seis províncias geocronológicas, sendo elas Amazônia Central

(>2,5 Ga), Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,9 Ga), Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), Rio Negro-Juruena (1,8-

1,55 Ga), Rondoniana-San Ignácio (1,55-1,3 Ga) e Sunsás (1,25-1,0 Ga). Nesse modelo a formação

do Cráton Amazônico iniciou com um proto-cráton arqueano (Província Amazônia Central), no qual

colisões de micro-continentes durante as orogenias paleoproterozóicas com idade entre 2,2 e 1,95 Ga

deram sua configuração geocronológica atual (Cordani et al. 1979; Teixeira et al. 1989; Tassinari,

1996; Tassinari & Macambira 1999, 2004).

No modelo proposto por Santos et al. 2000 o Cráton Amazônico é formado pelas seguintes

províncias Carajás-Imataca (3,10-2,53 Ga), TransAmazônico (2,55-2,00 Ga), Tapajós-Parima (2,10-

1,87), Amazônia Central (1,88-1,86 Ga), Rondônia-Juruena (1,75-1,47 Ga), Rio Negro (1,86-1,52),

Page 19: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

6

Sunsás (1,33-0,99 Ga) e Cinturão de Cisalhamento K’Mudku (1,20 Ga). O principal contraponto em

relação ao outro modelo é a redução da porção arqueana, restrita ao bloco Carajás, as diferenças nas

idades da Província Amazônia Central (orosiniano) e as diferenças nos limites de províncias e

denominações. A figura 1.2 mostra a comparativamente os dois modelos.

Devido à grande ocorrência de depósitos minerais na região norte de Mato Grosso, províncias

metalogenéticas foram definidas por vários autores: Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF)

definido primeiramente por Dardene & Schobbenhaus (2001); Domínio Alta Floresta (Santos et al.,

2001); Província Mineral de Alta Flores (Souza et al., 2005); Província Aurífera Juruena – Teles Pires

(Silva e Abram, 2008). O termo, mas amplamente utilizado desde Barros et al. (2007), tem sido

Província Aurífera Alta Floresta ou PAAF de Dardene & Schobbenhaus (2001). A PAAF situa-se na

porção centro-sul do Cráton Amazônico, caracterizada por ser uma área alongada com direção W-NW,

limitada a norte pelo Gráben do Cachimbo, a leste pelas nascentes do Rio Peixoto de Azevedo, a oeste

pelo Rio Aripuanã e a sul pelo Gráben Caiabis. Entretanto neste trabalho será utilizada a proposta de

Santos et al. (2001). Dessa forma na figura 1.3 é apresentado o mapa de províncias metalogenéticas de

Santos et al. (2004).

Page 20: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

7

Figura 1.2 Mapa do Cráton Amazônico mostrando os modelos utilizados em sua compartimentação. (A) modelo proposto por Tassinari & Macambira

(1999) em províncias geocronológicas; (B) modelo proposto por Santos (2006) em províncias geocronológicas.

Page 21: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

8

Figura 1.3 Mapa das Províncias Metalogenéticas da porção oeste do Cráton Amazônico,

modificada de Santos et al., (2004).

1.3 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

No setor leste da PAAF o arcabouço geológico é composto por um embasamento

representado por ortognaisses, do Complexo Cuiú-Cuiú (1,99 Ga; Souza et do al., 2005).

Granitos da Suite Intrusiva Nhandu (Barros et al., 2015), Suite Intrusiva Matupá (Moura et al.,

1998), Suite Intrusiva Juruena (Souza et al 2005), Grupo Colider (Souza et al., 2005; Moreton

& Martins, 2005) e o Magmatismo Teles Pires (Barros et al., 2013)

Page 22: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

9

1.3.1 Embasamento – Complexo Cuiú-Cuiú

Representado por ortognaisses compostos por monzogranito, tonalito e granito,

parcialmente migmatizados, podendo ocorrer rochas anfiboliticas (Souza et al., 2005. Datações

U-Pb em zircão feitas por Souza et al. (2005) no ortognáisse granítico mostram idades de 1.992

±7 Ma compatíveis com as idades U-Pb SHRIMP (2.005 ±7 Ma) obtidas por Santos et al., 1997

em rochas desta unidade que afloram na Província Tapajós.

1.3.2 Suíte Intrusiva Nhandu

Souza et al. (1979) propõe a denominação Granito Nhandu para granitoides porfíríticos,

de matriz fanerítica, composição variando de granodiorito a tonalito, coloração cinza claro,

textura pseudo-rapakivi, isotrópico, subcircular e distribuídos no médio curso do Rio Nhandu.

Souza et al. (2005) inclui nesta unidade vários outros granitos similares aos descritos

anteriormente sendo estes intrusões rasas, cálcio-alcalinas, de alto potássio, composição

shoshonítica, com aspectos subvulcânicos ocorrendo na forma de diques, soleiras e batólitos.

Segundo Barros et al. (2015.

Barros et al. (2015) realizou datações U-Pb (SHRIMP) em duas fácies do Granito

Nhandu, no curso médio do Rio Nhandu. Destas fácies uma é um monzogranito porfirítico de

granulação grossa e cor rosa claro, a outra fácies é um granito de granulação fina e cor cinza. As

idades obtidas foram 1953±6 Ma e 1962±7 Ma. Com base em trabalhos anteriores, nas regiões

do Trairão (Barros et al., 2014), Peixoto de Azevedo (Silva et al., 2013), Aragão (Miguel Jr.

2011) e Novo Mundo (Barros, 2007), tal autor propõe que as rochas que compõe o Granito

Nhandu anteriormente fazem parte de uma grande suíte intrusiva, denominada Suíte Intrusiva

Nhandu.

1.3.3 Suíte Intrusiva Matupá

Esta denominação foi usada inicialmente por Moura (1998) para classificar um corpo

que ocorre a sul da cidade homônima, que posteriormente foi subdividido em quatro fácies por

Moreton & Martins (2003) com base em assinaturas gamaespéctométricas, características

petrográficas e dados geocronológicos.

Fácies 1 é constituída de biotita granitos e biotita monzogranitos, equigranular a

porfirítico, a fácies 2 composta por hornblenda monzogranitos, hornblenda monzodioritos,

biotita-hornblenda monzonitos. Na fácies 3 contém clinopiroxênio-hornblenda monzogranitos e

clinopiroxênio-hornblenda monzodioritos magnéticos, os quais dão origem a solos vermelhos

Page 23: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

10

ricos em magnetita. E a fácies 4 corresponde a granito, biotita granitos e monzogranitos, com

microgranitos e granófiros subordinados.

Segundo Barros (2007) esta suíte intrusiva, é alojada na forma de pequenos corpos

subordinados a sistemas transcorrentes, marcados por zonas discretas de deformação dúctil-

ruptil de direção E-W com potencial metalogenético devido as mineralizações auríferas.

Na fácies 1 foi obtida a idade de cristalização de 1872±12 Ma, pelo método Pb-Pb em

zircão, e idades-modelo Sm-Nd (TDM) entre 2,34 e 2,47 Ga., com valores de εNd (t=1.87Ga)

negativos, variando entre -2,7 e -4,3 (Moura 1998). Silva & Abram (2008) obtiveram idade

modelo TDM de 2,15 Ga com εNd (1.87Ga) de -0,98.

Datações realizadas por Silva et al. (2014) em biotita monzogranito que ocorre na

região de Peixoto de Azevedo pelo método U-Pb (SHRIMP) em zircão mostram idade de

1869±10 Ma, para a Suíte Intrusiva Matupá.

1.3.4 Suíte Intrusiva Juruena

Silva et al. (1979) propõe a denominação Granito Juruena para corpos graníticos

porfíróides biotíticos e moscovíticos, muitas vezes gnaissificados. Silva Neto et al. (1980)

relaciona os granitos, granodioríticos e trondjemitos a sul e sudeste de Paranaíta a esta unidade.

No trabalho de Oliveira & Albuquerque et al. (2003) designa de Suíte Juruena, rochas graníticas

calcioalcalinas de médio a alto potássio, compostas essencialmente por biotita granitos e

monzogranitos porfiríticos a equigranulares, isotrópicos cinza a rosados, desprovidos de

enclaves.

Datações do JICA/MMAJ (2000) pelo método U/Pb no biotita monzogranito

forneceram idades de cristalização de 1817 Ma a 1823±35 Ma.

1.3.5 Grupo Colíder

O Grupo Colíder é formado por rochas vulcânicas, subvulcanicas, piroclásticas e

epiclásticas, as quais afloram nos arredores da cidade de Colíder, no leste da PAAF e

bordejando a região sul da Serra do Cachimbo com contatos tectônicos com a Suíte Intrusiva

Matupá e Suíte Intrusiva Nhandu (Souza et al., 2005).

As rochas vulcânicas têm natureza cálcio-alcalina, de composição ácida a

intermediária com uma distribuição mais restrita. As sub-vulcânicas formam cúpulas de

intrusões graníticas hipoabissais formando um pacote maciço com texturas de

microporfiritica a finamente cristalina compostas por micro-quartzo monzonito,

Page 24: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

11

microgranito, micromonzonito, micromonzogranito e granófiro, associados a riolitos,

dacitos porfiriticos e andesitos localmente porfíritico (Moreton & Martins, 2005). Já as

epiclásticas e piroclásticas ocorrem intercaladas com lavas andesiticas e rioliticas. Datações

em riolito porfirítico da Suíte Colíder pelo método U-Pb em zircão revelam idades de 1.786

±17 Ma (JICA/MMAJ, 2000) e de 1.781 ±8 Ma (Pimentel & Botelho, 2001). Silva &

Abram (2008) obtiveram idade LA-ICP-MS em zircão de 1.785 ±6,3. Souza et al. (2005)

por sua vez, obtiveram idades modelo (TDM) de 2,34 Ga, com εNd(t) de -3,75.

1.3.6 Suíte Vulcano – Plutônica Teles Pires

Associação de rochas plutônicas na forma de batólitos e stocks que intrudem em todas

as unidades anteriormente descritas presentes na PAAF, com composição modal fica entre

biotita granitos, álcali-feldspato granito e sienogranito, e raramente monzogranito. Estes

possuem coloração avermelhada, granulação de fina a grossa, de equigranulares a porfiriticos,

por vezes granofíricos, com rapakivi e anti-rapakivi e com tendências alasquítica (Souza et al.,

1979; Silva et al., 1980; Souza et al., 2005; Barros 2007).

Os dados geoquímicos mostram para granitos tipo A com afinidade cálcio-alcalina de

médio a alto potássio, com caráter metaluminoso a peraluminoso, formadas em um ambiente

pós-colisional e idades U-Pb em zircão de 1776 ± 30 Ma (Barros et al., 2013).

Page 25: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

12

CAPÍTULO 2

ARTIGO SUBMETIDO

Titulo:

Granito Aragão – Suíte Intrusiva Nhandu – Domínio Alta Floresta, Cráton Amazônico –

MT – Um granito de margem continental ativa com características químicas de granito do tipo

A.

Título em Inglês:

Aragão Granite – Nhandu Intrusive Suit – Alta Floresta Domain- Amazon Craton – MT

– An active continental arc granite with chemistry charcteristics of A type granite.

Título Curto:

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO – DOMÍNIO

ALTA FLORESTA, CRÁTON AMAZÔNICO - MT

Samantha Evelyn Max Dezula; Profª. Drª. Marcia Aparecida Sant’Ana Barros; Profº. Drº.

Ronaldo Pierosan. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT; Drº. João Orestes Schneider

Santos – University of Western Austrália - UWA

Rua Osvaldo da Silva Correa, n°2248, Despraiado, Cuiabá-MT, CEP 78048-005, Brasil.

[email protected], [email protected], ronaldo.pierosan.yahoo.com.br,

[email protected]

Números e palavras: 5469 Total de figuras: 9

Page 26: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

13

RESUMO:

O Granito Aragão, localizado na Província Aurífera de Alta Floresta é um biotita

sienogranito de granulação média a grossa e textura porfirítica. Microscopicamente foram

observados feldspato potássico, plagioclásio, quartzo, biotita e hornblenda em diferentes

proporções. Em campo foi observado que o biotita sienogranito mostra feições de assimilação

do monzogranito com biotita e faz contato discordante com um gnaisse de composição

granodioritica. Estudos geoquímicos mostram para o biotita sienogranito características de

granitos cálcico-alcalinos de alto potássio, com padrão de ETR enriquecidos em leves sobre

pesados e anomalia negativa de Eu, sugerindo o fracionamento do plagioclásio durante a

evolução do magma. As razões de K20/Na2O>1, altos conteúdos de Zr,Nb,Ce e Y são similares

a de granitos do tipo A. O monzogranito com biotita mostra afinidade cálcico alcalina de médio

potássio, tendência metaluminosa e menor fracionamento de plagioclásio. Diagramas de

discriminação tectônica indicam ambiente de margem continental ativa, para o biotita

sienogranito e monzogranito com biotita. Idades U-Pb em SHRIMP para duas amostras da

fácies biotita sienogranito mostraram idades de 1964±11 Ma e 1967±2 Ma, semelhantes àquelas

encontradas nos Granitos da Suíte Intrusiva Nhandu no Mato Grosso e Suíte Creporizão no

Pará. Uma amostra do monzogranito com biotita revelou idade de 1994 ± 5Ma correlacionável a

idade do Granito Cumaru no Pará. O gnaisse de composição granodiorita apresentou idade do

Complexo Cuiu-Cuiu: 2008 ± 4 Ma. Os resultados demonstram que a área estudada faz parte da

Província Tapajós e que as rochas evoluíram num ambiente dominante de acresção de arcos.

PALAVRAS-CHAVE: Suíte Intrusiva Nhandu, Geoquimíca, Cráton Amazônico, U-Pb.

Page 27: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

14

ABSTRACT:

The Granite Aragao, located in the Auriferous Province of Alta Floresta is a biotite syenogranite

medium to coarse grained and with porphyritic texture. Microscopically were observed potassic

feldspar, plagioclase, quartz, biotite and hornblende in different proportions. In Field were

observed that the biotite syenogranite shows features of assimilation of the a monozogranite

with biotite and has a discordant contact with a granodiorite gneiss rocks. Geochemical studies

show for the biotite syenogranite characteristics of high potassium calc-alkaline composition

with enrichement of ligth over heavy REE and negative Eu anomaly, suggesting the

fractionation of plagioclase during the evolution of magma. The ratio for K20 / Na2O> 1, high

Zr, Nb, Ce and Y content are similar to A type granite. The monzogranite with biotite shows

medium to hight potassium calcalkaline affinities, metaluminous to peraluminous trend and

lower intensity of Eu anomaly. Tectonic discrimination diagrams indicate active continental

margin environment for the biotite syenogranite and to the monzogranite with.biotite. U-Pb

SHRIMP ages for two samples of the biotite syenogranite showed ages of 1964 ± 11 Ma and

1967 ± 2 Ma, similar to those found in granites of Nhandu Intrusive Suite in Mato Grosso and

Creporizão Suite in Para. One sample of monzogranite with biotite, revealed aged of 1994 ± 5m

which can be correlated with the age of Cumarú Granite and the granodiorite gneiss shows the

same age of Cuiu-Cuiu Complex: 2008 ± 4 Ma. The results demonstrate that the studied area is

part of Tapajos Province and the rocks evolved in a dominantly accretion arcs environment.

KEYWORDS: Nhandu Intrusive Suit, Geochemistry, Amazon Craton, U-Pb

Page 28: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

15

2 INTRODUÇÃO

O orógeno Tapajós-Parima (Santos et al, 2000) é um dos maiores e bem preservados

orógenos orosirianos do mundo. No Brasil ele estende-se por cerca de 2000 km no Cráton do

Amazônico. Ainda que muitas vezes esteja afetado por um overprint estateriano das províncias

vizinhas (Rio Negro e Rondônia-Juruena) (Santos et al, 2000; Hartmann e Delgado, 2001,

Santos et al, 2004). Diversos depósitos de ouro estão hospedados em rochas com idades entre

1965-1992 Ma que são associadas com as suítes intrusivas Creporizão no Pará, Domínio

Tapajós (Santos et al., 2004). No Mato Grosso a Suíte Intrusiva Nhandu começa a ser

interpretada como continuidade do arco Creporizão no Domínio Alta Floresta (Barros et al.,

2015).

A Suíte Intrusiva Nhandu foi assunto controverso durante muitos anos (Souza et al.,

2005, Miguel Jr.,2011, Barros, 2007). A definição da idade U-Pb em zircão usando um método

robusto (U-Pb SHRIMP) ocorreu com o trabalho de Barros et al. (2015), demonstrando que a

seção tipo do Granito Nhandu, conforme indicada por Souza et al. (1979), apresenta a mesma

idade dos granitos da Suíte Intrusiva Creporizão no Pará (~1967Ma).

O Granito Aragão, situado no Domínio Alta Floresta, é neste estudo, pela primeira vez

correlacionado com a Suíte Intrusiva Nhandu. Trata-se de um granito localizado numa área

extensivamente lavrada por mineiros artesanais (“garimpeiros”) onde uma das principais

características do minério é a sua ocorrência disseminada na rocha sugerindo evento

metalogenético singenético. A compreensão de toda a província metalogenética em questão

depende do conhecimento petrográfico, químico e geocronológico dos granitos associados às

ocorrências de ouro. Dessa forma o foco deste estudo é a caracterização petrográfica,

geoquímica e geocronológica do Granito Aragão.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Onze amostras de rocha foram descritas petrograficamente e posteriormente enviadas

para o Acme Analytical Laboratories Ltd., em Vancouver, Canadá. Análises de elementos

maiores foram obtidas por ICP-ES (Inductively Coupled Plasma – Emission Spectrometry).

ICP-MS (Inductively Coupled Plasma – Mass Spectrometry) foi usado para elementos-traço,

incluindo terras raras. Quatro amostras foram enviadas para University Western of Austrália

para serem datadas pelo método U-Pb SHRIMP. A preparação das amostras envolveu técnicas

Page 29: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

16

usuais de britagem, pulverização, concentração por bateia, líquidos densos e catação por lupa

binocular. Previamente às datações, os zircões foram montados em resina epoxy e imageados

usando um microscópio Eletrônico de Varredura de Marca Tescan-VEGA3 (UWA). As idades

foram realizadas utilizando microssonda iônica SHRIMP II no laboratório de geocronologia da

Curtin University – Perth-Austrália. A metodologia seguiu os parâmetros descritos por Williams

(1998), as correções de chumbo comum foram feitas utilizando contagens de 204Pb. O padrão

internacional usado para a correção dos cálculos foi o BR-266 cuja idade 206Pb/238U é 559 Ma. O

cálculo das idades foi feito por meio do software ISOPLOT/EX (Ludwing, 2001). Diagramas de

concórdias foram calculados com 2σ com nível de confiança de 95%.

4 CONTEXTO GEOLÓGICO GEOTECTONICO

O modelo de Tassinari e Macambira (1999) consideram que o Cráton Amazônico é um

segmento crustal compartimentado em seis províncias geocronológicas, sendo elas Amazônia

Central (>2,5 Ga), Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,9 Ga), Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), Rio Negro-

Juruena (1,8-1,55 Ga), Rondoniana-San Ignácio (1,55-1,3 Ga). Santos et al., (2000)

reinterpretou a compartimentação de Tassinari e Macambira baseando-se em dados U-Pb por

SHRIMP e Sm-Nd em rocha total e identificou oito províncias tectônicas 1-Carajás-Imataca

(3.10–2.53 Ga) 2- Transamazônico (2.25–2.00 Ga) 3- Tapajós-Parima (2.10–1.87 Ga) e 4-

Rondônia-Juruena (1.75–1.47 Ga). 5- Rio Negro (1.86–1.52 Ga) 6- Sunsas (1.33–0.99 Ga) 7-

Faixa de Cizalhamento K'Mudku 8- Amazônia Central.

Devido à grande ocorrência de depósitos minerais na região norte de Mato Grosso,

províncias metalogenéticas foram definidas por vários autores: Província Mineral de Alta

Floresta (Souza et al. 2005); Domínio Alta Floresta (Santos et al. 2001) nomenclatura que será

adotada neste trabalho. Província Aurífera Juruena-Teles Pires (Silva e Abram, 2008) e

Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) definido primeiramente por Dardene e

Schobbenhaus (2001). O termo PAAF têm sido amplamente utilizado desde Barros (2007), e

refere-se ao Domínio Alta Floresta de Santos et al., (2004). A PAAF situa-se na porção centro-

sul do Cráton do Amazônico sendo uma área alongada com direção W-NW, limitada a norte

pelo Gráben Cachimbo, a leste pelas nascentes do Rio Peixoto de Azevedo, a oeste pelo Rio

Aripuanã e a sul pelo Gráben Caiabis, englobalndo as províncias geocronológicas Tapajós-

Parima e Rondônia-Juruena de Santos et al., (2000).

A geologia da porção leste do Domínio Alta Floresta engloba da base para o topo rochas

de 2100 Ma (Cuiú-Cuiú) formado por tonalitos e ortognaisses; granitos sem denominação

Page 30: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

17

específica de idade 1990 Ma, granitos da Suíte Intrusiva Nhandu (1960 Ma), Suíte Intrusiva

Matupá formada por granitos cálcialcalinos de alto potássio com idade de 1870 Ma e um

extenso vulcanismo predominantemente félsico (Grupo Colíder) com idade de 1780-1770 Ma.

Diques máficos estão presentes em todas as áreas mineralizadas e que permanecem com idade

desconhecida. Coberturas sedimentares estão representadas pelos grupos Caiabis e Beneficiente.

A figura 2.1 mostra um mapa esquemático da geologia regional da Província Aurífera Alta

Floresta de Miguel Jr (2011) e localizando o Granito Aragão e todas os corpos intrusivos

relacionados à Suíte Intrusiva Nhandu.

Figura 2.1 Mapa simplificado dos Domínios Geológicos de parte da PAAF. Extraido e

modificado de Miguel Jr. (2011).

5 ARCABOUÇO GEOLÓGICO

O Granito Aragão foi descrito por Vitório (2010), como um batólito alongado de

direção NE-SW com aproximadamente 115 km2 de área, aflorando na porção sul do município

de Novo Mundo, sendo cortado por veios pegmatíticos tardios, diques de aplito e contendo

enclaves máficos. Feições de campo associadas a estudos petrográficos, permitiram separar três

diferentes granitos na região do Aragão. O mapa geológico abaixo mostra os pontos descritos e

amostrados e a localização das amostras datadas (Fig. 2.2).

Page 31: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

18

Figura 2.2 Mapa Geológico da região estudada, com pontos analisados e datados.

Page 32: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

19

5.1 Biotita sienogranito (BSG)

O BSG ocupa uma área de cerca de 60 km2, ocorre no campo na forma de morros e

lajedos com blocos in situ. A granulometria varia de média a grossa sendo porfirítica, com

fenocristais de microclíneo. É possível identificar um contato do BSG com o MGB revelando

feição de assimilação magmática. Destaca-se em campo como critérios de discriminação dos

corpos, a coloração rosa avermelhada do sienogranito e a coloração esbranquiçada do

monzogranito. Diques de aplitos e veios de quartzo são encontrados em ambos granitos, sendo

as espessuras variadas (de 1cm a 20cm). No BSG é encontrado diques pegmatíticos com textura

gráfica que ocorrem na região como manifestações magmáticas e hidrotermais tardias.

Microscopicamente o BSG exibe textura hipidiomórfica a xenomórfica, que varia de

porfirítica grossa a equigranular média. O BSG é constituído essencialmente por feldspato

potássico 44%, plagioclásio 25%, quartzo 23%, biotita 5%, localmente hornblenda 2% e titanita

1%. O feldspato alcalino é representado principalmente pelo microclinio subédrico (2,5mm)

muitas vezes fraturado e com geminação em grade e pertititas em chamas. Ortoclásio com

geminação Carlsbad também ocorre em menor proporção. O quartzo ocorre de duas formas:

como cristais subédricos (1,5mm), que apresentam extinção ondulante, ou ocorre como

aglomerados tardios (recristalizados) que mostram a formação e subgrãos. Os máficos são

representados principalmente por biotita, entretanto restos de horblenda são observados

associados a biotita e opacos. Como minerais acessórios destacam-se titanita, magnetita e como

minerais de alteração ocorre epídoto e muscovita.

5.2 Monzogranito com biotita (MGB)

O MBG aflora em uma extensão aproximada de 30 km2. Ocorre também em blocos,

colinas e lajedos e mostra feições de interação com o BSG (assimilação). Petrograficamente é

constituído basicamente por plagioclásio 44%, quartzo 23%, feldspato potássico 20%, biotita

10% e titanita 3%. O plagioclásio ocorre como fenocristais tabulares, subedricos (até 2mm),

com geminação segundo a lei-albita e intercrescimento mesopertitico. Processos de alteração

hidrotermal fraca forma sausuritização. O quartzo ocorre como cristais subédricos ou como

agregados recristalizados. A biotita de cor verde mostra pleocroismo para verde amarelado e

ocorre com hábito lamelar (até 1mm) associada aos minerais acessórios. A hornblenda ocorre

apenas localmente e está associada com biotita e magnetita. O hábito lembra processos de

desestabilização que pode representar restitos da rocha fonte (micro-enclaves) ou processos de

Page 33: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

20

mistura e/ou assimilação. Como mineral, acessório ocorrem titanita com hábito losangular e cor

marrom avermelhada e zircão com habito prismático e euédrico. Minerais secundários estão

associados à alteração hidrotermal do plagioclásio que formam mica branca (sericita) e epídoto.

6 GEOQUÍMICA

As tabelas 2.1 e 2.2 contém os dados geoquímicos de onze amostras analisadas das

quais três o são do monzogranito com biotita e oito do biotita sienogranito. Os teores de SiO2 na

fácies BSG variam de 68,74 a 76,83% enquanto no MGB variam de 66,52 a 69,68. Os teores de

Al2O3 variam de 11,49% a 14,04% no BSG enquanto são mais elevados nos MGB (15,17 a

15,80%). As razões K2O/Na2O são baixas nos MGB (<1) e variam de 1,08 a 2,03 nos BSG. O

CaO nos MGB varia de 2,18 a 2,59 enquanto no BSG está abaixo de 1%.

Page 34: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

21

Tabela 2.1 Conteúdo de elementos maiores (%), traços (ppm) e terras raras (ppm) para onze amostras do Granito Aragão.

Biotita Sienogranito

Monzogranito com Biotita

SD-02 SD-03 SD-04 SD-08 SD-11B SD-15 SD-17 SD-19 SD-06 SD-07 SD-18

SiO2 76,83 68,74 75,26 70,16 74,98 75,33 75,27 75,89 69,68 68,47 66,52

Al2O3 11,49 14,63 12,34 14,04 12,55 12,32 13,19 11,84 15,17 15,86 15,8

FeO 2,02 3,07 2,24 2,78 1,48 1,79 1,42 1,76 3,06 2,76 3,29

Fe2O3 2,24 3,41 2,49 3,09 1,64 1,99 1,58 1,96 3,4 3,07 3,65

MgO 0,11 0,41 0,05 0,41 0,19 0,09 0,12 0,13 0,68 0,79 0,9

CaO 0,46 1,05 0,08 0,79 0,34 0,47 0,48 0,32 2,18 2,59 2,53

Na2O 2,77 4,18 4,37 3,99 2,99 3,15 4,25 3,17 4,67 4,22 4,63

K2O 5,42 6,04 4,51 6,06 6,07 5,59 4,6 5,58 2,79 3,5 4,08

TiO2 0,19 0,58 0,17 0,51 0,33 0,19 0,13 0,29 0,27 0,31 0,39

P2O5 0,02 0,08 0,01 0,09 0,03 0,02 <0.01 0,03 0,09 0,11 0,12

MnO 0,04 0,11 0,04 0,1 0,06 0,04 0,03 0,06 0,08 0,05 0,09

Sc 4 10 4 9 3 4 2 6 4 3 4

LOI 0,3 0,5 0,6 0,5 0,7 0,7 0,3 0,6 0,8 0,7 1

Total 99,86 99,72 99,92 99,74 99,9 99,91 99,93 99,89 99,8 99,69 99,72

Ba 302 845 58 626 361 275 316 181 771 1685 1407

Co 0,8 1,9 <0.2 1,5 0,4 0,6 0,7 0,4 4 4,5 5

Page 35: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

22

(continua...)

Tabela 2.2 (continuação)

Biotita Sienogranito

Monzogranito com Biotita

SD-02 SD-03 SD-04 SD-08 SD-11B SD-15 SD-17 SD-19 SD-06 SD-07 SD-18

Zr 267,3 656 388,2 598,6 323,3 228,1 143,9 311,8 178,9 162,5 205,5

Y 21,3 35,5 19,3 38,7 12,1 20,6 20,9 50,4 17 11,5 12,6

La 122,7 157 52,2 150 30,8 63,3 30,4 82,6 54 27,6 45,3

Ce 235,7 292,6 69,3 259,7 52,4 113,7 63,4 161,9 99,8 61,2 88,8

Pr 24,57 30,46 13,3 29,01 5,95 12,48 6,39 19,04 9,17 5,36 9,45

Nd 86,3 106,7 49,7 101,4 20,6 44,1 22,2 66,8 30 19 33,4

Sm 11,1 15,14 9,78 14,03 2,99 6,83 4,33 11,19 4,34 3,42 5,2

Eu 0,62 2,14 0,62 2,04 0,47 0,55 0,37 1 0,83 0,88 1,12

Gd 7,04 10,44 7,41 10,89 2,22 5,46 3,77 9,18 3,53 2,62 3,81

CS 1,1 0,7 0,1 1 0,4 1,3 0,8 1,1 3,6 3,9 2,2

Ga 13,7 18,5 18,3 17,1 14,3 14,4 14,6 13,6 20,8 15,2 17,4

Hf 7,1 14,9 8,4 13,8 8 5,9 4,6 7,5 5,4 4,1 5

Nb 7 12,9 6,8 13,1 11,8 7,6 9,9 17,6 10,2 6,1 5,8

Rb 109,3 104,4 67,1 129,4 128,7 109 88,9 149,2 108 93,6 132,1

Sr 35,8 107,2 11,8 78,6 60,1 35,8 53,2 17,8 427,6 651,3 493,7

Ta 0,4 0,6 0,4 0,7 0,7 0,4 0,9 1,6 0,9 0,8 0,4

Th 20,1 11,7 4,8 13,5 5,5 9,1 13 8,7 14,2 9,2 7,5

U 1,2 0,9 0,2 1,2 0,6 1,3 2 1,3 4,3 1,7 3,2

Page 36: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

23

Tb 0,82 1,31 1,1 1,32 0,28 0,73 0,64 1,6 0,5 0,4 0,5

Dy 3,83 6,91 5,66 6,62 1,56 3,94 3,62 9,46 2,72 2,05 2,57

Ho 0,69 1,26 0,96 1,32 0,32 0,74 0,71 1,87 0,55 0,4 0,45

Er 1,84 3,42 2,41 3,58 1,11 2 2,16 5,21 1,62 1,12 1,24

Tm 0,27 0,55 0,33 0,53 0,19 0,3 0,32 0,77 0,27 0,18 0,17

Yb 1,6 3,56 1,9 3,52 1,2 1,94 2,05 4,46 1,58 1,15 1,1

Lu 0,27 0,61 0,28 0,6 0,24 0,29 0,3 0,61 0,27 0,17 0,17

Mo 1,1 0,3 0,1 0,3 0,2 0,5 0,2 0,2 0,3 0,2 0,9

Cu 8 2,7 1,3 2,6 7,8 1,6 1,7 1,9 10,2 2,9 25,7

Pb 23,2 21,9 6,5 21,9 10,9 18,4 15 17,4 15,5 8,8 11,8

Zn 55 82 50 76 24 39 19 41 68 49 66

Ni 4,6 1,2 0,8 1,4 0,7 0,9 0,7 0,5 3,4 3,3 3,3

Au 2,8 1,5 2 1,5 2,5 <0.5 <0.5 <0.5 1,8 1,2 1,7

K2O/Na2O 1,96 1,44 1,03 1,52 2,03 1,77 1,08 1,76 0,6 0,83 0,88

Na2O+K2O 8,19 10,22 8,88 10,05 9,06 8,74 8,85 8,75 7,46 7,72 8,71

Fe2 O3 t /( Fe2 O3

t +MgO) 0,95 0,89 0,98 0,88 0,9 0,96 0,93 0,94 0,83 0,8 0,8

Al2 O3 /(Na2 O+K2 O 1,4 1,43 1,39 1,4 1,39 1,41 1,49 1,35 2,03 2,05 1,81

Al2 O3 / (Na2 O+K2 O+CaO)

1,33 1,3 1,38 1,3 1,34 1,34 1,41 1,31 1,57 1,54 1,41

Na2 O+K2 O-CaO 7,73 9,17 8,8 9,26 8,72 8,27 8,37 8,43 5,28 5,13 6,18

Zr+Nb+Ce+Y 531,3 997 483,6 910,1 399,6 370 238,1 541,7 305,9 241,3 312,7

Page 37: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

24

Em diagrama de classificação do tipo R1 versus R2 (De La Roche et al.1980) as

amostras do BSG plotam no campo de álcali- granitos a quartzo-sienitos enquanto os MGB

plotam entre granitos, granodioritos e quartzo monzonito (Fig. 2.3). A diferença do quimismo

entre os dois granitos fica evidente no diagrama SiO2 vs K2O de Peccerillo e Taylor (1976)

onde o BSG plota no campo de rochas calcico-alcalinas a alto potássio a shoshoniticas

enquanto o MGB é de alto a médio potássio. Entretanto com relação ao índice de saturação em

alumina (Shand, 1943; Maniar & Piccoli, 1989) os dois granitos mostram um carater

metaluminoso à fracamente peraluminoso como esperado em magmatismo calcialcalino.

Aplicando o diagrama proposto por Frost et al.2001 as rochas plotam no campo ferroso com o

BSG mais rico em ferro que o MGB.

Figura 2.3 (A) Diagrama R1 e R2 (De La Roche et al.,1980); (B) Diagrama de SiO2 vs K2O

(Peccerillo and Taylor, 1978); (C) Índice de peraluminosidade (Shand, 1943; Maniar and Piccoli,

1989); (D) Diagrama de SiO2 vs Fe2O3t (Frost et al., 2001).

Diagrmas binários usando SiO2 com indice de diferenciação versus elementos maiores e

traços (Fig. 2.4), mostra uma evolução magmática por fracionamento mineral destacada pela

correlação negativa de SiO2 vs Al2O3, FeOt e TiO2 interpretada como fracionamento de

Page 38: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

25

plagioclásio, titano-magnetita e/ou titanita. O pequeno número de amostras do MGB não

permite considerações com relação ao comportamento dos elementos maiores em diagramas

binários.

Figura 2.4 Diagramas binarios tipo Harker (1909) de SiO2 versus elementos maiores.

Diagramas multielementares (Fig. 2.6) normalizados para o condrito mostram

anomalias negativas de Ta e Nb, Sr, P e Ti para ambas os granitos, variando apenas na

intensidade dos picos. O padrão de elementos terras raras mostra enriquecimento de ETR leves

sobre ETR pesados com anomalia negativa de Eu sendo que existe uma diferença no conteúdo

de ETR total refletido no padrão exibido quando normalizado para os conditros (Nakamura,

1974) (Fig. 2.5). A anomalia negativa de Eu reforça a interpretação da participação de

plagioclásio no processo de fracionamento dos cristais durante a evolução do magma, sendo

mais pronunciada no BSG do que no MGB. O empobrecimento dos ETR pesados associada ao

empobrecimento de magnésio durante a evolução do líquido para os dois granitos sugere uma

fonte rica em hornblenda ou clinopiroxenio que ficam como restito durante a fusão.

Page 39: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

26

Figura 2.5 Diagrama multielementar normalizado para os condritos de Nakamura (1974).

A) BSG B) MGB.

Figura 2.6 Diagrama para os elementos traços de Thompson (1982). A) BSG B) MGB.

Com relação ao ambiente tectonico ambas os granitos da região do Aragão plotam no

campo de granitos de arco, chegando ao campo de granitos intra-placa continental (Fig. 2.7 A).

Quando utiliza-se os diagramas de Whalen para que discriminam os granitos de ambientes de

arco dos de granitos intra placa tipo A, estes caem em diferentes campos devido ao elevado teor

de Zr (Fig. 2.7 B) Esses resultados demonstram que os granitos ocorrentes na região foram

formandos em ambiente de margem continental ativa e tiveram como fonte provável, gabros e

ou dioritos formados num ambiente de arco precoce.

Page 40: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

27

Figura 2.7 (A) Diagramas de Pearce et al. (1984). WPG, granito intraplaca; syn-COLG, granito

sincolisional; VAG, granito de arco vulcânico; ORG, granito de cadeia oceânica (B) diagramas (Whalen

et al., 1987).

7 GEOCRONOLOGIA

Os estudos geocronológicos neste trabalho foram realizados em quatro amostras: duas

do biotita sienogranito (SD-03 e SD-05), uma amostra do monzogranito com biotita (SD-18) e

uma amostra (SD-20) que representa o gnaisse grandioritico, As datações foram realizadas

segundo o método U-Pb SHRIMP em zircão, já descrito no item materiais e métodos. A tabela

2.3 apresenta os resultados isotópicos para tais amostras e a figura 2.8 mostra os diagramas

concórdia U-Pb.

Os melhores grãos de zircões encontrados nas amostras foram separados e

posteriormente montados numa secção em epoxy. Antes de serem analisados no SHRIMP, os

grãos foram analisados em microscópio eletrônico de varredura (MEV), onde foram realizadas

imagens pelo método de elétrons retroespalhados. Nas imagens obtidas pelo MEV pode-se

observar que os zircões encontrados nas amostras, possuem um formato bipiramidal, sendo as

bordas quebradas e corroída comuns. Possuem também fraturas e zonas com metamitização. As

imagens MEV foram utilizadas durante a realização das análises de SHRIMP, para se evitar

zonas com alto Pb comum ou com fraturas; quando necessário diminui-se o spot do SHRIMP de

25µm para 10µm.

Page 41: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

28

Os resultados da datação das quatro amostras, mostra que o biotita sienogranito possui

idade de cristalização entre 1967-1962 Ma, o monzogranito com biotita possui idade de 1994 ±

5 Ma e que o gnaisse granodiorito possui idade de cristalização de 2008 ± 4 Ma. A idade obtida

para o biotita sienogranito é similar a idades já descritas para os granitos da região (Novo

Mundo, Maciço Trairão, Pé Quente) onde segundo Barros et. al (2015) representam a idade da

Suíte Intrusiva Nhandu na região de Mato Grosso, e ou Suíte Intrusiva Creporizão no Tapajós.

Já a idade do monzogranito com biotita é similar as idades obtidas para a Suíte Intrusiva

Cumaru no Pará enquanto o ortognaisse granodiorita mostra a mesma idade do Complexo Cuiú-

Cuiú.

Figura 2.8 Diagramas concórdia U-Pb SHRIMP para as amostras SD-03(A) e SD-05(B),

mostrando as idades de 1964 ± 11 Ma e 1967 ± 2 Ma como a idade de cristalização do BSG, SD-

18(D) com idade de 1994 ± 5 Ma para o MGB e SD-20 (C) para o embasamento com idade de 2008

± 3 Ma.

Page 42: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

29

Tabela 2.3 Resultados analíticos para a datação U-Pb (SHRIMP).

common lead corrected isotopic ratios Ages (Ma)

Spot U Th

232Th /238U

206Pb

comm 206Pb

207Pb/ 206Pb

err

207Pb /235U

err

206Pb /238U

err

err corr

208Pb /232Th

err

206Pb /238U

1s err

207Pb /206Pb

1s err Disc.

ppm ppm ppm % % % % % %

SD-05, biotita sienogranito, Granito Nhandu

e.1-1 1338 1529 1.18 390 0.015 0.12070 0.38 5.6434 0.86 0.3391 0.77 0.899 0.0943 0.89 1882 13 1967 7 4.9

e.1-2 560 567 1.05 159 0.000 0.12024 0.61 5.4825 1.14 0.3307 0.96 0.843 0.0906 1.56 1842 15 1960 11 6.9

e.2-1 1644 2396 1.51 518 0.00 0.12055 0.25 6.0928 0.47 0.3666 0.40 0.842 0.1012 0.47 2013 7 1964 5 -2.5

e.5-1 920 1043 1.17 277 0.01 0.12087 0.33 5.8383 0.56 0.3503 0.45 0.805 0.0971 0.57 1936 8 1969 6 1.7

e.5-2 1190 1102 0.96 368 0.06 0.12104 0.33 6.0031 0.54 0.3597 0.43 0.798 0.1030 0.94 1981 7 1972 6 -0.4

e.6-1 1195 1319 1.14 365 0.00 0.12079 0.29 5.9258 0.53 0.3558 0.44 0.831 0.0963 0.54 1962 7 1968 5 0.3

e.6-2 74 53 0.74 22 -0.15 0.12369 1.48 5.8922 1.92 0.3456 1.23 0.643 0.0988 2.40 1913 20 2010 26 4.8

SD-20, granodiorito, Complexo Cuiú-Cuiú

h.2-1 3730 481 0.13 1195 0.00 0.12371 0.28 6.3609 0.59 0.3729 0.52 0.882 0.1042 0.92 2043 9 2010 5 -1.6

h.2-2 4852 855 0.18 1552 0.01 0.12352 0.26 6.3402 0.57 0.3723 0.51 0.894 0.1027 0.85 2040 9 2008 5 -1.6

h.2-3 5592 593 0.11 1899 0.00 0.12302 0.29 6.7062 0.58 0.3954 0.50 0.867 0.1104 0.80 2148 9 2000 5 -7.4

h.2-4 68 21 0.31 21 0.322 0.12277 1.25 5.9825 1.92 0.3534 1.46 0.757 0.0946 3.77 1951 24 1997 22 2.7

h.4-1 150 57 0.39 44 0.055 0.12241 0.72 5.8090 1.35 0.3442 1.15 0.848 0.0955 2.80 1907 19 1992 13 4.9

h.4-2 4861 442 0.09 1408 0.000 0.12401 0.28 5.7659 0.74 0.3372 0.68 0.926 0.0939 1.27 1873 11 2015 5 8.1

h.6-1 315 174 0.57 99 0.00 0.12236 0.92 6.1744 1.49 0.3660 1.17 0.787 0.1027 1.76 2010 20 1991 16 -1.0

h.6-2 267 203 0.79 83 0.03 0.12145 1.25 6.0590 1.75 0.3618 1.24 0.708 0.1005 2.04 1991 21 1978 22 -0.7

h.6-3 362 105 0.30 108 0.09 0.12643 0.88 6.0620 1.30 0.3477 0.96 0.741 0.0967 2.23 1924 16 2049 15 6.1

h.6-4 183 205 1.16 50 0.07 0.12248 1.30 5.4053 1.82 0.3200 1.28 0.702 0.0923 1.83 1790 20 1993 23 10.2

h.8-1 87 23 0.27 26 -0.09 0.12472 1.00 5.8537 1.64 0.3404 1.30 0.795 0.0998 2.84 1889 21 2025 18 7.8

SD-03, biotita sienogranito, Granito Nhandu

f.1-1 676 25 0.04 196 0.05 0.12084 0.68 5.6337 1.04 0.3381 0.79 0.760 0.0894 8.84 1877 13 1969 12 4.6

f.1-2 119 108 0.94 35 0.000 0.12338 0.83 5.9241 1.44 0.3482 1.18 0.817 0.0985 1.56 1926 20 2006 15 4.6

f.1-3 97 108 1.15 28 0.000 0.12032 0.94 5.6719 1.60 0.3419 1.30 0.811 0.0941 1.69 1896 21 1961 17 3.8

f.2-1 368 45 0.13 108 0.11 0.11935 0.92 5.6114 1.31 0.3409 0.93 0.716 0.0894 4.64 1891 15 1947 16 2.9

f.3-1 38 50 1.36 11 0.00 0.12231 1.72 5.7158 2.48 0.3389 1.80 0.722 0.0953 2.54 1881 29 1990 31 5.5

f.3-2 137 189 1.43 41 -0.09 0.12335 0.98 5.8676 1.55 0.3450 1.21 0.778 0.0961 2.33 1911 20 2005 17 5.5

f.4-1 54 42 0.79 16 0.00 0.12475 1.47 5.8426 2.12 0.3397 1.53 0.722 0.1020 2.33 1885 25 2025 26 6.9

f.7-1 933 1234 1.37 285 0.06 0.12044 0.39 5.9052 0.60 0.3556 0.46 0.769 0.0973 0.59 1961 8 1963 7 0.1

f.7-2 205 198 0.99 61 0.00 0.12143 0.70 5.8147 1.47 0.3473 1.30 0.880 0.0970 1.51 1922 22 1977 12 2.8

SD-18, monzogranito com biotita, Complexo Cuiú-Cuiú c.4-1 270 376 1,43 81 0,067 0,12183 0,82 5,859 1,50 0,3488 1,26 0,839 0,0996 1,52 1929 21 1983 15 3,2

c.4-2 331 548 1,71 102 0,109 0,12228 1,22 6,019 1,60 0,3570 1,04 0,651 0,1013 1,27 1968 18 1990 22 1,3

c.5-1 251 87 0,36 75 0,077 0,12176 0,76 5,862 1,34 0,3492 1,11 0,823 0,0945 2,25 1931 18 1982 14 3,0

c.5-2 555 143 0,27 164 0,060 0,12240 0,67 5,817 1,23 0,3447 1,04 0,842 0,0962 1,92 1909 17 1991 12 4,8

c.5-3 563 174 0,32 169 0,028 0,12137 0,63 5,836 1,20 0,3487 1,02 0,853 0,0949 1,66 1929 17 1976 11 2,8

c.7-1 2886 3977 1,42 902 0,007 0,12268 0,25 6,153 0,75 0,3637 0,71 0,941 0,0997 1,05 2000 12 1996 5 -0,3

c.8-1 542 465 0,89 161 0,111 0,12161 0,64 5,809 1,20 0,3465 1,01 0,846 0,0979 1,30 1918 17 1980 11 3,6

c.9-1 349 363 1,07 105 0,185 0,12241 1,05 5,921 1,75 0,3508 1,41 0,803 0,0960 1,87 1939 24 1992 19 3,1

c.6-1 338 268 0,82 97 0,062 0,12109 0,96 5,593 1,70 0,3350 1,41 0,827 0,0932 1,90 1862 23 1972 17 6,4

Page 43: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

30

8 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

- O Granito Aragão faz parte da Suíte Intrusiva Nhandu e deve ser restringido a uma área de 60 km2. Sua

composição é predominantemente sienogranitica equigranular média a porfirítica grossa.

Microscopicamente mostra importantes feições de feldspato pertitíco. Em termos geoquímicos apresenta

composições cálcico-alcalina de alto potássio, variam de metaluminosos a fracamente peraluminosos e

mostram a razões de K2O/Na2O >1%, altos teores de Zr+Nb+Ce+Y (230 a 910 ppm). Padrões de Elementos

Terras raras são enriquecidos em ETR leves sobre ETR pesados e mostram anomalia negativa de

plagioclásio. Ainda que possuam algumas características de granitos tipo A, plotam no campo de granitos de

margem continental ativa. As idades U-Pb em zircão mostram idades de cristalização entre 1967-1953,

similares as encontradas por Barros et al (2015) para a Suite Intrusiva Nhandú, correlacionável a Suite

Intrusiva Creporizão na Provincia Tapajós.

- O Granito Aragão, mostra evidências de assimilação de um monzogranito com biotita, de feições

geoquímicas similares ao BSG, porém com menor conteúdo de sílica, álcalis, teores mais elevados de Al2O3

e CaO e menor conteúdo de Zr e de elementos terras raras. Idade U-Pb em zircão igual a 1994±5Ma. O MGB

pode ser correlacionado ao Granito Cumarú, Provincia Tapajós.

O ortognaisse mostra idade de 2009 ± 4 Ma e apresenta características similares aos granitos do

Complexo Cuiú-Cuiú. A presença de zircões herdados de idade similar a este último tanto MGB quanto no

BSG, indica que o Complexo Cuiú-Cuiú, deve ser uma das fontes crustais envolvidas na geração dos

magmas granitos do Cumaru e Nhandu.

A figura 2.9 mostra uma sugestão para a evolução tectônica dos Granitos da região do Aragão.

Page 44: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

31

Figura 2.9 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado.

9 AGRADECIMENTOS

A autora agradece ao PROCAD UFMT-UNICAMP, ao programa de Pós-Graduação em Geociências

da UFMT, ao GEOCIAM, aos professores UFMT e colegas que auxiliaram no desenvolvimento deste

trabalho.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Barros A.J.P. 2007. Granitos da região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo e mineralizações

auríferas relacionadas – Província Aurífera Alta Floresta (MT). Tese de Doutorado. Instituto de Geociências,

Universidade Estadual de Campinas. 154p.

Barros, M.A.S., Barros, A.J.P., Santos J.O.S., Rocha, M.L.B.P. 2015. Extension Of The Tapajós

Domains To The Alta Floresta Gold Province: Evidence From U-Pb SHRIMP Ages Of The Nhandu

Intrusive Suíte At 1962 And 1967 Ma. 14° Simpósio de Geologia da Amazônia.

Dall’Agnol R. & Oliveira D.C. 2007. Oxidized, magnetite-series, rapakivi-type granites of Carajás,

Brazil: implications for classification and petrogenesis of A-type granites. Lithos, 93(3-4):215-233.

Dardene. M.A; Schobbenhaus, C. 2001. Metalogênese do Brasil. Brasília, Ed Universidade de

Brasília, 392p.

Page 45: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

32

De La Roche H., Leterrier J., Grandclaud P., Marchal M. 1980. A classification of volcanic and

plutonic rocks using R1-R2 diagrams and major elements analysis - its relationships with current

nomenclature. Chemical Geology, 29: 183-210.

Eby G.N. 1992. Chemical subdivision of the A-type granitoids: Petrogenetic and tectonic

implications. Geology, 20:641-644.

Frost B.R., Barnes C.G., Collins W.J., Arculus R.J., Ellis D.J., Frost C.D. 2001. A geochemical

classification for granitic rocks. Journal of Petrology, 42(11):2033-2048.

Harker A. (ed.). 1909. The natural history of the igneous rocks. NewYork, Macmillan, 384 p.

Hartmann, L.A., Delgado, I.M., 2001. Cratons and orogenic belts of the Brazilian Shield and their

contained gold deposits. Min. Deposita 36, 207–217.

Ludwig, K.R., 2001, SQUID 1.02, A User’s Manual; Berkeley Geochronology Center Special

Publication, vol. 2, Berkeley Geochronology Center Special Publication, 2455 Ridge Road, Berkeley, CA

94709, USA.

Maniar, P.D., Piccoli, P.M. 1989. Tectonic discrimination of granitoids. Geol. Soc. Am. Bull., 101

(5): 635-643.

Miguel Junior, Emilio_M. 2011. Mineralizações auríferas do lineamento Peru-Trairão Província

Auríifera de Alta Floresta-MT : controle estrutural e idade U-Pb das rochas hospedeiras. Dissertação de

Mestado, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas.

Nakamura, N. 1974. Determination of REE, Ba, Fe, Mg, Na and K in carbonaceous and ordinary

chondrites. Geochemica et Cosmochimica Acta, 38(5):757-775.

Nardi L.V.S. & Bitencourt M.F. 2009. A-type granitoids in post-collisional settings from

southernmost Brazil: their classification and relationship with magmatic series. Canadian Mineralogist,

47:1493-1504.

Pearce J.A., Harris N.B.W., Tindle A.G. 1984. Trace elements discrimination diagrams for the

tectonics interpretation of granitic rocks. Journal of Petrology, 25(4):956-983.

Peccerillo A. & Taylor S.R. 1976. Geochemistry of Eocene calcalkaline volcanic rocks from the

Kastamonu area, Northern Turkey.Contributions to Mineralogy and Petrology, 58:63-81.

Santos, J.O.S. 2000. Os terrenos Paleoproterozóicos da Província do Tapajós e as mineralizações de

ouro associadas. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.1, 208p.

Page 46: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

33

Santos J.O.S., Hartmann L.A., Gaudette H.E., Groves D.I., Mcnaughton N.J., Fletcher I.R.A. 2000.

A New Understanding of the Provinces of the Amazon Cráton based on Integration of Field Mapping and U-

Pb and Sm-Nd Geochronology. Gondwana Research, 3 (4):453-488.

Santos J.O.S., Groves D.I., Hartmann A., Moura M.A., McNaughton N.J. 2001. Gold deposits of the

Tapajós and Alta Floresta domains, Tapajós-Parima orogenic belt, Amazon Craton, Brazil. Mineralium

Deposita, 36:278-299.

Santos J.O.S, Van Breemen O.B., Groves D.I., Hartmann L.A., Almeida M.E., McNaughton N.J.,

Fletcher I.R. 2004. Timing and evolution of multiple Paleoproterozoic magmatic arcs in the Tapajós

Domain, Amazon Craton: constraints from SHRIMP and TIMS zircon, baddeleyite and titanite U-Pb

geochronology. Precambrian Research, 131:73-109.

Shand S.J. 1943. Eruptive Rocks.Their Genesis, Composition, Classification, and Their Relation to

Ore-Deposits with a Chapter on Meteorite. New York, John Wiley & Sons. 444 p.

Silva M.G. & Abram M.B. 2008. Projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena-TelesPires,

Mato Grosso. Goiânia, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM, 212 p.

Souza, A.M.M., Faria, C.A.S., Landin, J.P.P., Leal, José, W.L. 1979. Reconhecimento geológico no

limite Mato Grosso – Pará, Projeto São Manuel. Brasília, DNPM/CPRM, 27p.Il.

Souza J.P., Frasca A.A.S., Oliveira C.C. 2005. Geologia e Recursos Minerais da Província Mineral

de Alta Floresta. Relatório Integrado. Brasília, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM,164 p.

STRECKEISEN, A. 1976. To each plutonic rock its proper name. Earth Sei. Rev., 12: 1-16. SOUZA,

A.M.M. et al. 1979. Projeto São Manuel, Reconhecimento geológico do limite Pará - Mato Grosso. Brasília.

DNPM. 27 p.

Tassinari, C.C.G. & Macambira, M.J.B. 1999. Geological provinces of the Amazonian Craton.

Episodes, v. 22, p. 173-182.

Thompson R.N. 1982. Magmatism of British Tertiary volcanic province. Scottish Journal of

Geology, 18:49-107.

Vitório, J.A. 2010. A Suíte Granítica Teles Pires da Província Aurífera Alta Floresta: Características

Petrográficas, Geoquímicas e Implicações Metalogenéticas. Iniciação Científica, Instituto de Geociências,

Universidade Estadual de Campinas, 21p

Whalen J.B., Currie K.L., Chappell B.W. 1987. A-type granites: geochemical characteristics,

discrimination and petrogenesis. Contributions to Mineralogy and Petrology, 95:407-419.

Page 47: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

34

Williams I.S. (1998) U-Th-Pb geochronology by ion microprobe. In: McKibben, M.A. Shanks, W.C.

and Ridley W.I. (eds) Applications of Microanalytical Techniques to Understanding Mineralizing Processes.

Rev. Econ. Geol., 7: 1-35.

CAPÍTULO 3

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

- O Granito Aragão faz parte da Suíte Intrusiva Nhandu e deve ser restringido a uma área de 60 km2. Sua

composição é predominantemente sienogranitica equigranular média a porfirítica grossa.

Microscopicamente mostra importantes feições de feldspato pertitíco. Em termos geoquímicos apresenta

composições cálcico-alcalina de alto potássio, variam de metaluminosos a fracamente peraluminosos e

mostram a razões de K2O/Na2O >1%, altos teores de Zr+Nb+Ce+Y (230 a 910 ppm). Padrões de Elementos

Terras raras são enriquecidos em ETR leves sobre ETR pesados e mostram anomalia negativa de

plagioclásio. Ainda que possuam algumas características de granitos tipo A, plotam no campo de granitos de

margem continental ativa. As idades U-Pb em zircão mostram idades de cristalização entre 1967-1953,

similares as encontradas por Barros et al (2015) para a Suite Intrusiva Nhandú, correlacionável a Suite

Intrusiva Creporizão na Provincia Tapajós.

- O Granito Aragão, mostra evidências de assimilação de um monzogranito com biotita, de feições

geoquímicas similares ao BSG, porém com menor conteúdo de sílica, álcalis, teores mais elevados de Al2O3

e CaO e menor conteúdo de Zr e de elementos terras raras. Idade U-Pb em zircão igual a 1994±5Ma. O MGB

pode ser correlacionado ao Granito Cumarú, Provincia Tapajós.

O ortognaisse mostra idade de 2009 ± 4 Ma e apresenta características similares aos granitos do

Complexo Cuiú-Cuiú. A presença de zircões herdados de idade similar a este último tanto MGB quanto no

BSG, indica que o Complexo Cuiú-Cuiú, deve ser uma das fontes crustais envolvidas na geração dos

magmas granitos do Cumaru e Nhandu.

A figura 3.1 mostra uma sugestão para a evolução tectônica dos Granitos da região do Aragão.

Page 48: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

35

Figura 3.1 Secção esquemática para o ambiente de formação do granito estudado.

Page 49: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

36

CAPÍTULO 4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Assis, R. R. 2011. Depósitos auríferos associados ao magmatismo granítico do setor leste da Província de Alta Floresta

(MT), Craton Amazônico: tipologia das mineralizações, modelos genéticos e implicações prospectivas. Instituto de

Geociências, Universidade Estadual de Campinas; Dissertação de Mestrado; 456p.

Barros, A.J.P. 1994. Contribuição a geologia e controle das mineralizações auríferas de Peixoto de Azevedo - MT.

Dissertação de Mestrado, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. 145 p.

Barros A.J.P. 2007. Granitos da região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo e mineralizações auríferas relacionadas –

Província Aurífera Alta Floresta (MT). Tese de Doutorado. Instituto de Geociências, Universidade Estadual de

Campinas. 154p.

Barros, M. A. S. Dezula, S. E. M. Pierosan, R. Prado, E. S. Silva, F. R. 2013 Idade U-Pb SHRIMP do Granito Terra Nova,

Suite Intrusiva Teles Pires – Provincia Aurifera de Alta Floresta, Cráton Amazônico. In: 13° Simpósio de Geologia da

Amazônia. CD-ROM.

Barros, M.A.S., Barros, A.J.P., Santos J.O.S., Rocha, M.L.B.P. 2015. Extension Of The Tapajós Domains To The Alta

Floresta Gold Province: Evidence From U-Pb SHRIMP Ages Of The Nhandu Intrusive Suíte At 1962 And 1967 Ma.

14° Simpósio de Geologia da Amazônia.

Cordani U.G., Tassinari C.C.G., Teixeira W., Basei M.A.S., Kawashita K. 1979. Evolução Tectônica da Amazônia com

base nos dados geocronológicos. In: II Congresso Geológico Chileno. Arica. Chile, Actas, p. 137-48.

Costa, J.B.S. & Hasui, Y. 1997. Evolução Geológica Da Amazônia. In: Costa, M.L.C. & Angélica, R.S. (Coords.)

Contribuição à Geologia da Amazônia. Belém, SBG-NO, p.15-90.

Dall’Agnol R. & Oliveira D.C. 2007. Oxidized, magnetite-series, rapakivi-type granites of Carajás, Brazil: implications for

classification and petrogenesis of A-type granites. Lithos, 93(3-4):215-233.

Dardene. M.A; Schobbenhaus, C. 2001. Metalogênese do Brasil. Brasília, Ed Universidade de Brasília, 392p.

De La Roche H., Leterrier J., Grandclaud P., Marchal M. 1980. A classification of volcanic and plutonic rocks using R1-R2

diagrams and major elements analysis - its relationships with current nomenclature. Chemical Geology, 29: 183-210.

Eby G.N. 1992. Chemical subdivision of the A-type granitoids: Petrogenetic and tectonic implications. Geology, 20:641-

644.

Frost B.R., Barnes C.G., Collins W.J., Arculus R.J., Ellis D.J., Frost C.D. 2001. A geochemical classification for granitic

rocks. Journal of Petrology, 42(11):2033-2048.

Harker A. (ed.). 1909. The natural history of the igneous rocks. NewYork, Macmillan, 384 p.

Hartmann, L.A., Delgado, I.M., 2001. Cratons and orogenic belts of the Brazilian Shield and their contained gold deposits.

Min. Deposita 36, 207–217.

Hasui, Y.; Haraly, N.L.E.; Schobbenhaus, C. 1984. Elementos Geofísicos E Geológicos Da Região Amazônica: Subsídios

Para O Modelo Geotectônico. In: Simpósio De Geologia Da Amazônia, 2, Manaus. Anais, Sbg-No, P.129-148.

Hasui, Y. & Almeida, F.F.M. 1985. The Brazil Central Shield reviewed. Episodes, 8(1): 29-37.

Japan International Cooperation Agency. Metal Mining Agency Of Japan JICA/MMAJ. Final Report. Report on the mineral

exploration in the Alta Floresta area, Federative Republic of Brazil. 2000. 137p.

Lacerda Filho J.V., Abreu Filho W., Valente C.R., Oliveira C.C, Albuquerque M.C. 2004. Geologia e Recursos Minerais do

Estado de Mato Grosso. Escala 1:1.000.000. Goiânia. CPRM. CD-ROM.

Page 50: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

37

Leite, J.A.D. & Saes, G.S. 2003. Geocronologia Pb/Pb de zircões detríticos e análise estratigráfica das coberturas

sedimentares proterozóicas do Sudoeste do Cráton Amazônico. Geologia USP: Série Científica, v. 3, n. 1, p. 113-127.

Ludwig, K.R., 2001, SQUID 1.02, A User’s Manual; Berkeley Geochronology Center Special Publication, Vol. 2, Berkeley

Geochronology Center Special Publication, 2455 Ridge Road, Berkeley, CA 94709, USA.

Maniar, P.D., Piccoli, P.M. 1989. Tectonic Discrimination Of Granitoids. Geol. Soc. Am. Bull., 101 (5): 635-643.

Miguel Júnior, M. 2011. Mineralizações auríferas do lineamento Peru-Trairão Província Auríifera de Alta Floresta-MT:

controle estrutural e idade U-Pb das rochas hospedeiras. Dissertação de Mestado, Instituto de Geociências,

Universidade Estadual de Campinas.

Moreton, L.C. & Martins, E.G. 2003. Geologia e Recursos Minerais da Folha Vila Guarita - Folha SC.21-Z-B. Estado de

Mato Grosso.Escala 1:250.000. Brasília: CPRM.

Moreton L.C. & Martins E.G. 2005. Geologia e Recursos Minerais de Alta Floresta. Vila Guarita. Escala 1:250.000.

Brasília, Serviço Geológico do Brasil, CPRM, 68 p.

Moura M.A. 1998. O maçiço granítico Matupá no depósito de ouro Serrinha (MT): petrologia, alteração hidrometal e

metalogenia. Tese de Doutorado, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília. 238 p.

Nakamura, N. 1974. Determination of REE, Ba, Fe, Mg, Na and K in carbonaceous and ordinary chondrites. Geochemica et

Cosmochimica Acta, 38(5):757-775.

Nardi L.V.S. & Bitencourt M.F. 2009. A-type granitoids in post-collisional settings from southernmost Brazil: their

classification and relationship with magmatic series. Canadian Mineralogist, 47:1493-1504.

Oliveira, C.C., Albuquerque, M.C. 2003. Projeto Província Mineral De Alta Floresta (Promin Alta Floresta). Geologia E

Recursos Minerais Da Folha Alta Floresta-Sc. 21-Z-Xc. Brasília: Cprm.

Pearce J.A., Harris N.B.W., Tindle A.G. 1984. Trace elements discrimination diagrams for the tectonics interpretation of

granitic rocks. Journal of Petrology, 25(4):956-983.

Peccerillo A. & Taylor S.R. 1976. Geochemistry of Eocene calcalkaline volcanic rocks from the Kastamonu area, Northern

Turkey.Contributions to Mineralogy and Petrology, 58:63-81.

Pimentel, M.M. & Botelho, N.F. 2001. Geologia e Evolução Tectônica da Região Norte do Mato Grosso (Projeto Promin-

Alta Floresta). In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 7, 2001, Belém. Resumos Expandidos... Belém:

SBG – Núcleo Norte. Cd-Rom.

Pinho, M.A.S.B. 2002. Proposta de nova terminologia estratigráfica para rochas vulcano-plutônicas Paleoproterozóicas do

norte do Estado de Mato Grosso, porção ocidental sul do cráton amazônico. Revista Brasileira de Geociências. 32

(1):153-156.

Rosa-Costa, L. T. da Geocronologia 207Pb/206Pb, Sm-Nd, U-Th-Pb e 40Ar-39Ar do Segmento Sudeste do Escudo das

Guianas: Evolução Crustal e Termocronologia do Evento TransAmazônico. 2006. Tese (Doutorado em Geoquímica e

Petrologia) – Universidade Federal do Pará, CG, Curso de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Belém, 2006, p.

9-13.

Santos J.O.S., Hartmann L.A., Gaudette H.E. 1997. Reconnaissance U-Pb in zircon, Pb-Pb in sulfides, and review of Rb-Sr

geochronology in the Tapajós gold Province, Pará/Amazonianas States, Brazil. In: proceedings of the south American

Symposium on Isotope Geology, Ext. Abstracts, pp. 280-282.

Santos, J.O.S. 2000. Os terrenos Paleoproterozóicos da Província do Tapajós e as mineralizações de ouro associadas. Tese

de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.1, 208p.

Santos J.O.S., Groves D.I., Hartmann A., Moura M.A., McNaughton N.J. 2001. Gold deposits of the Tapajós and Alta

Floresta domains, Tapajós-Parima orogenic belt, Amazon Craton, Brazil. Mineralium Deposita, 36:278-299.

Santos J.O.S, Van Breemen O.B., Groves D.I., Hartmann L.A., Almeida M.E., McNaughton N.J., Fletcher I.R. 2004.

Timing and evolution of multiple Paleoproterozoic magmatic arcs in the Tapajós Domain, Amazon Craton: constraints

from SHRIMP and TIMS zircon, baddeleyite and titanite U-Pb geochronology. Precambrian Research, 131:73-109.

Page 51: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ... · 2016-08-18 · Aos meus amigos e colegas Jessica, Daiane, Guilherme, Ana Carolina e Jussara que me

Dezula, S. E. M. 2016. Geoquímica e geocronologia do Granito Aragão – Província Aurífera de Alta Floresta, Cráton Amazônico-MT.

38

Santos J.O.S. 2006. A compartimentação do Cráton Amazônico em províncias: avanços ocorridos no período 2000-2006.

In: SBG, Simpósio de Geologia da Amazônia, 9, 1 CD-Rom.

Shand S.J. 1943. Eruptive Rocks.Their Genesis, Composition, Classification, and Their Relation to Ore-Deposits with a

Chapter on Meteorite. New York, John Wiley & Sons. 444 p.

Silva, F. R., Barros, M. A. S., Pierosan. R., Pinho, F. E. C., Rocha, M. L. B. P., Vasconcelos, B. R., Dezula S. E. M.,

Tavares, C., Rocha, J., 2014 Geoquímica e geocronologia U-Pb (SHRIMP) de granitos da região de Peixoto de

Azevedo: Província Aurífera Alta Floresta, Mato Grosso. Brazilian Journal of Geology. 44 (3): 433-455p.

Silva M.G. & Abram M.B. 2008. Projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena-TelesPires, Mato Grosso. Goiânia,

Serviço Geológico Brasileiro, CPRM, 212 p.

Silva Neto, C. S.; Santos, C. A.; Pereira, E. R.; Guimarães, L. R. Projeto Apiacás. Relatório De Progresso Ii. Belém:

Convênio Dnpm/Cprm, 1980. 2v.

SILVA, G.H. Et Al. Esboço Geológico De Parte Da Folha SC.21. Juruena. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

GEOLOGIA, 28, 1974, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SBG,1974, V.4, P.309-320.

Silva, G.H. 1980. Geologia In: DNPM - Projeto RADAMBRASIL. Folha SC.21 Juruena. Levantamento de Recursos

Naturais, Rio de Janeiro, 20: 21–116.

Souza, A.M.M., Faria, C.A.S., Landin, J.P.P., Leal, José, W.L. 1979. Reconhecimento geológico no limite Mato Grosso –

Pará, Projeto São Manuel. Brasília, DNPM/CPRM, 27p.Il.

Souza J.P., Frasca A.A.S., Oliveira C.C. 2005. Geologia e Recursos Minerais da Província Mineral de Alta Floresta.

Relatório Integrado. Brasília, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM,164 p.

Streckeisen, A. 1976. To Each Plutonic Rock Its Proper Name. Earth Sei. Rev., 12: 1-16. Souza, A.M.M. Et Al. 1979.

Projeto São Manuel, Reconhecimento geológico do limite Pará - Mato Grosso. Brasília. DNPM. 27 p.

Tassinari, C.C.G. 1996. O Mapa Geocronológico Do Cráton amazônico no Brasil: revisão dos dados isotópicos. 139p.

Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, São Paulo. (Tese de Livre-docência).

Tassinari, C.C.G. & Macambira, M.J.B. 1999. Geological provinces of the Amazonian Craton. Episodes, v. 22, p. 173-182.

Tassinari, C.C.G. & Macambira, M.J.B. 2004. A Evolução Tectônica Do Cráton Amazônico. In: Mantesso-Neto, V.;

Bartorelli, A.; Carneiro, C.D.R.; Brito Neves, B.B. (Eds.) Geologia Do Continente Sul-Americano: Evolução Da Obra

De Fernando Flávio Marques De Almeida. São Paulo, P. 471-485.

Teixeira, W.; Tassinari, C.C.G.; Cordani, U.G.; Kawashita, K. 1989. A Review Of The Geochronology Of The Amazonian

Craton: Tectonic Implications. Precambrian Res., 42: 213-227.

Thompson R.N. 1982. Magmatism of British Tertiary volcanic province. Scottish Journal of Geology, 18:49-107.

Vitório, J.A. 2010. A Suíte Granítica Teles Pires da Província Aurífera Alta Floresta: Características Petrográficas,

Geoquímicas e Implicações Metalogenéticas. Iniciação Científica, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de

Campinas, 21p

Whalen J.B., Currie K.L., Chappell B.W. 1987. A-type granites: geochemical characteristics, discrimination and

petrogenesis. Contributions to Mineralogy and Petrology, 95:407-419.

Williams I.S. (1998) U-Th-Pb geochronology by ion microprobe. In: McKibben, M.A. Shanks, W.C. and Ridley W.I. (eds)

Applications of Microanalytical Techniques to Understanding Mineralizing Processes. Rev. Econ. Geol., 7: 1-35.