Ministrado pelo Pe. Braz, CSsR .

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APOCALIPSE 1ª LIÇÃO

• 1. O Nome do Livro.

Significa: ”REVELAÇÃO”.

Como o autor faz esta “revelação”?

• Através de uma reflexão profunda apoiada na Bíblia e na observação do que estava acontecendo, naquele momento vivido pelos cristãos da Ásia Menor (no atual sudeste da Turquia) em algumas Comunidades.


Quando aconteceu isto?

• Era o final da ‘era dos Apóstolos’ e o Cristianismo já estava em quase todo o Império Romano.


• Qual a ‘forma’ usada pelo autor? É uma descrição dramática da ‘Vinda de Deus’

na história de seu povo oprimido para o consolar.

• Com que finalidade?

a) Clarear a situação aflitiva daquelas Comunidades Cristãs, divididas entre si e ameaçadas de extermínio pela perseguição por parte do Império Romano.


b) Animar e incentivar a ‘RESISTÊNCIA’ (em grego se diz Hypomoné, e que é uma palavra-chave para se entender a mensagem do Apocalipse) às ameaças internas e externas.

c) Para confortar a fé dos vacilantes, ele acena com a vitória final para “os que lavam suas roupas para terem poder sobre a “ÁRVORE DA VIDA” e para entrarem na cidade pelas portas”(22,14).

• Com isso a mensagem do Apocalipse é de todos os tempos, e continua ajudando os cristãos de hoje.


2. Livro Intrigante?

• Muitos pretendem encontrar nele confirmações para suas ‘idéias’ ou respostas para seus sonhos e ansiedades no campo religioso.

• Qual a atitude de um Cristão-Católico diante do Apocalipse?

Conhecer as conclusões a que chegaram os estudiosos no assunto.Ler sem preconceitos o próprio Livro, porque muitas questões se aclararão com o progresso do leitor na espiritualidade cristã.


3. O Conteúdo Material do Livro:

• Contém (no original grego – edição-critica de Nestle-Aland) 22 capítulos, subdivididos em 404 versículos, expressos em 10.033 palavras.

• O capítulo maior é o 2º. Consta de 29 versículos, contendo 702 palavras; e o menor é o 15º, com 8 versículos em 217 palavras.


• No Apocalipse existem 454 alusões ao Antigo Testamento e 214 ao Novo Testamento. Mas, não são citações explícitas, do tipo: “ Diz o Senhor...” porém simples inferências.

O autor é um judeu-cristão. Descobre-se isso na língua em que o Apocalipse foi escrito, isto é, no grego popular, denominado Koiné. Sob o grego se descobre o aramaico, que era a língua falada na época na Palestina, e em todo o Oriente Médio. Isto salta aos olhos pela repetição da conjunção ‘e’ (em grego’kai’): 1081 vezes.


A Estrutura do Livro em Geral:

• O Livro divide-se em 4 partes desiguais quanto á extensão e a mensagem que transmitem. Claro está que esta divisão não provém do autor do Apocalipse. O texto original era contínuo como uma carta (provavelmente várias cartas).

• Aliás, a divisão da Bíblia em Capítulos só aconteceu no ano de 1214 por obra do Professor da Universidade de Paris, depois Cardeal: Estevão Langton. E a divisão dos Capítulos em Versículos foi feita em 1528 por Sante Pagnini, para o Antigo Testamento; e, por Roberto Estevão, para o Novo testamento em 1550.


• No Apocalipse estas divisões e subdivisões têm por finalidade um melhor entendimento da mensagem. Assim temos:

• 1º Prólogo que é todo o Capítulo Primeiro (20 versículos em 588 palavras); 2º Cartas às 7 Igrejas da Ásia Menor (ocupam os Capítulos 2 e 3, num total de 51 versículos em 1234 palavras); 3º Visões Proféticas. É a parte mais extensa. Vai do Capítulo 4,1 ao Capitulo 22,5 (perfazendo um total de 328 versículos); 4º Apoteose. É um final grandioso com os últimos conselhos. São 16 versículos em 338 palavras.


• Estrutura do Livro por Partes:

• - Prólogo (1ª Parte). É a revelação a João pelo Anjo que lhe mostrou através de sinais (l, 1 ss) que o que ele ‘viu’ é Palavra de Deus pelo Testemunho de Jesus Cristo. O autor se apresenta como ‘irmão e companheiro’, encarregado de uma missão.


• - As Cartas (2ª Parte). São, na verdade, pequenos bilhetes. A mais extensa é a dirigida à Comunidade de Tiatira. São 12 versículos ou frases (na tradução da ‘Bíblia Pastoral’).

• As Igrejas são os 7 Candelabros da Visão Inicial. São Comunidades ou Grupos de Cristãos que viviam naquele tempo no sudoeste da Turquia. As Cartas são, pois, recados de Jesus Cristo a estes cristãos através de João.


• Características comuns em todas as Cartas:

• Todas têm o mesmo cabeçalho: ”Escreve ao Anjo da Igreja de...” ‘Anjo’ era o Bispo ou Coordenador da Comunidade. Todas se apresentam como: Palavra de Jesus. Todas começam com a palavra “conheço” (em grego ‘oidá’). Em todas se enumeram as qualidades positivas e negativas da Comunidade com advertências e conselhos.


• Características particulares nas Cartas:

• Em cada uma são recordados alguns detalhes da grandiosa visão inicial.Em cada uma Jesus recebe um título solene (quase todos tirados da visão inicial).

• Em duas Comunidades: Esmirna (2,8-11) e Filadélfia (3,7-13) não há nada de negativo ou censurável na vida daqueles cristãos. Recebem aprovação e conselhos para perseverarem, e aos que sofrem, consolação.


• Em outras duas: Efeso (2,1-7) e Tiatira (2,18-29) o lado positivo e verdadeiro da vivência cristã supera o lado negativo e falso. Recebem, pois, advertência, conselho e promessa se converterem.

• Em mais duas: Pérgamo (2,11-17) e Sardes (3,1-6) o balanço do viver cristão é mais negativo que positivo. Principalmente em Sardes: “ onde só há algumas pessoas que não sujaram a roupa”(3,4). Então, as advertências são em maior número: “Converte-se!” (2,16). “Se não vigiar, virei como um ladrão”(3,3).


• Enfim, na Comunidade de Laodicéia não há nada de positivo. Por isso só recebe críticas, advertências e ameaças de castigos. Há uma ironia fina: ”Você diz: Sou rico... então compre o meu ouro puro, derretido ao fogo” (3,17,18).Trata-se de uma Comunidade-Vômito. Mas, parece que o autor percebeu que foi severo demais com os Laodicenses. Por isso se justifica dizendo: ”repreendo e educo todos aqueles que amo” (3,l9).


• A todas as Comunidades é dado o mesmo conselho: ‘quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas’.

• A todas as Comunidades é feita a promessa de uma premiação ao vencedor, variando de uma Comunidade para outra.

• A linguagem das Cartas é solene e bonita, embora não seja num grego clássico.


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