MINISTÉRIO DE ORAÇÃO POR CURA E LIBERTAÇÃO

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MINISTRIO DE ORAO POR CURA E LIBERTAO RCC PARAN ORIENTAES PARA CASOS ESPECIAIS Como um dos ministrios da Ofensiva Nacional, dentro do Movimento da Renovao Carismtica Catlica do Brasil, o Ministrio de Orao por Cura e Libertao, a prestao de servio aos membros participantes do Grupo de Orao e s demais pessoas que necessitarem. Para exercer esse servio, importante que cada pessoa que recebeu este encargo do Senhor, este dom maravilhoso, se predisponha a ser formado e a ser acompanhado pela coordenao do Ministrio. Na maior parte das vezes, os erros cometidos no campo da cura e libertao so devidos unicamente falta de conhecimento e instruo. Para ajudar nessa tarefa apresentamos alguns esclarecimentos e o modo de proceder na ocorrncia de situaes especiais. Quando no Grupo de Orao ou em eventos da Renovao Carismtica Catlica algum participante manifestar um mal estar fsico ou psicolgico ou estar sob alguma forma de atuao maligna, o ministro de orao por cura e libertao deve prestar o atendimento. Caso esteja presente no local algum sacerdote ou coordenador do Ministrio de Orao por Cura e Libertao a nvel nacional, estadual ou diocesano, o atendimento deve prioritariamente ser feito por estes ou por algum por eles designado. Caso no haja servos do Ministrio de Orao por Cura e Libertao presentes no local, excepcionalmente outros servos da RCC podem ajudar a pessoa acolhendo-a e orando por ela, com equilbrio, discernimento e muito amor. De uma maneira geral, apresentaremos abaixo como identificar os casos de mal estar fsico ou psicolgico e tambm os casos de atuao maligna e como agir em cada um deles: COMO IDENTIFICAR a) As enfermidades fsicas A OMS (Organizao Mundial de Sade) define Sade como o completo bem estar fsico, psquico e espiritual. Deus, quando criou o homem, o criou em harmonia plena com relao a Ele, consigo mesmo e com toda a criao. Citando o livro de Dom Cipriano Chagas, Moradas de Deus, da Editora Louva-a-Deus, 1995, a Dra. Maria Lira nos escreve, citando o livro: A cura sempre divina pgina 42: "O Esprito de Deus governava o esprito do homem; este governava a alma e a alma governava o corpo. E o homem gozava de um dom chamado imortalidade corporal, alm da imortalidade do esprito." Sabemos que foi porque o homem saiu do plano original de Deus, que ele entrou em desequilbrio com sua prpria natureza, com o Criador e com toda criao. Com o pecado de nossos primeiros pais, entrou no mundo o sofrimento, a doena.

Ela continua nos afirmando, citando ainda o mesmo Livro pgina 43: O homem em desequilbrio (doente) precisa ser curado, restaurado, regenerado em todo o seu ser para voltar harmonia inicial. A cura isto: a restaurao do equilbrio, da harmonia do plano de Deus. Adoecemos no corpo - precisamos cura fsica. Adoece a nossa mente - e precisamos de cura psquica; Adoecem as nossas emoes - e precisamos de cura interior. Adoece o nosso esprito - e precisamos de cura espiritual. Estamos oprimidos por foras malignas e precisamos de libertao. Doena para ns, quer dizer: falta ou perturbao da sade, uma molstia, um mal, uma enfermidade. Quando ela ataca o organismo fsico, quer por uma consequncia natural de degenerao dos rgos ou dos membros, quer por um acidente ou uma contaminao por vrus ou bactria, trata-se de uma doena fsica, causando sofrimento fsico, dor fsica, quando di o corpo, podendo conduzir morte. As dores e as enfermidades marcam e afligem a vida de todos os homens e figuram entre os maiores problemas que angustiam a sua conscincia. Os progressos cientficos e tcnicos, apesar de diminurem o problema e curarem muitas doenas, no conseguem san-lo pela raiz. Para os que creem, porm, a luz da f ajuda-os a compreender de maneira mais profunda o mistrio da dor e da morte e a suport-los com mais coragem e confiana. Por disposio divina o homem deve lutar contra toda a doena e procurar com empenho o tesouro da sade, a fim de desempenhar seu papel na Igreja e na sociedade. Na verdade, aquele que adoece gravemente, necessita de assistncia especial dos irmos e da graa singular de Deus, para enfrentar a sua situao de doente. Quando a doena nos atinge, devemos aceit-la com amor e gratido, como aceitaramos qualquer outra coisa que o Pai nos d ou permite para o nosso bem (cf. Rm 8,28). A seguir, com confiana simples, conversaremos com o Mdico celestial sobre o assunto. Do mesmo modo que vamos a um mdico, ns devemos ir a Jesus, contando-lhe o nosso sofrimento. Podemos pedir a Sua ajuda, com a certeza de que pelo poder de Seu Sangue e de Suas Chagas gloriosas, Ele capaz de nos curar. Ele est sempre pronto para prestar ajuda. Mesmo quando algumas enfermidades nos provocam doenas fsicas terrveis e causam grande inconvenincia, basta confiarmos no amor do Senhor Jesus por ns, aceitarmos a Sua vontade e seguirmos o Seu caminho, que a misria da doena se transformar em bno, segundo o plano de Deus. Se um sofrimento desta natureza, por outro lado, causa no enfermo o desespero e a revolta, preciso que ele seja evangelizado e liberto de toda atuao maligna, que tenta oprimi-lo e afast-lo do Senhor; que seja renovado na f e na esperana, atravs da orao. 2 Se fizermos isto, iremos algumas vezes experimentar cura imediata, outras

vezes a cura com a interveno teraputica dos mdicos e por um tratamento, talvez at longo. Certas vezes, Ele no nos cura, mas permite que bebamos o clice do sofrimento. O Novo Testamento narra muitos milagres de cura e eles refletem cada vez mais a glria de Deus. O homem curado no s "de um salto se ps em p, saltando e louvando a Deus", como tambm lemos que: "Todo o povo o viu andar e louvar a Deus (cf. At 3,7-9), de fato, as pessoas que testemunharam a obra do Esprito na cura, voltaram-se para o Senhor. E as curas fsicas so as mais bvias. O mesmo acontece hoje. Toda vez que se processam curas fsicas, os homens so desafiados de novo por Jesus, o Grande Mdico. Sua fora concedida no apenas para reavivar a alma e o esprito, mas igualmente para curar os corpos dos doentes e despert-los para a nova vida. Porm, tambm constatamos que muitos sofredores tm sido um testemunho vivo para os outros. Deus tem por vezes recebido maior honra atravs de pessoas que suportam sua doena com uma alegria, que s pode vir de Jesus; do que por meio de um milagre de cura. possvel que um milagre maior se revele quando a pessoa, pelo poder de Jesus, vence o seu sofrimento e dor e reflete o amor, a humildade e a abnegao de Nosso Senhor, o Homem das dores. Conclumos afirmando que a doena fsica pode contribuir para as doenas psquicas (da mente-alma) e para as espirituais, como tambm podem proceder delas. Elas tambm podem ser causadas por influncias demonacas. b) As enfermidades psquicas A doena da alma-mente pode ser causada por alteraes do psiquismo, ou por traumas emocionais desde o tempo da concepo. A causa destas doenas , na maioria das vezes, o pecado pessoal ou o pecado dos outros. O tratamento mdico envolve orientao psiquitrica, com interveno de medicamentos; ou psicolgica, com aplicao de diferentes tcnicas, de acordo com o psiclogo, para se obter a cura. Em ltima instncia, a cura para o pecado est no perdo recebido de Deus. O penitente arrependido, confessa seus pecados com o firme propsito de emenda, e o Senhor de infinita misericrdia, concede-lhe o perdo, e a consequente cura e libertao dos efeitos de seu pecado. Esta foi experincia de Davi: Enquanto me conservei calado, mirraram s-me os ossos, entre contnuos gemidos. Pois, dia e noite, vossa mo pesava sobre mim; Esgotavam s-me as foras como nos ardores do vero. Ento eu vos confessei o meu pecado, e no mais dissimulei a minha culpa. Disse: 'Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniquidade '.

E vs perdoastes a pena do meu pecado. (Sl 31,3-5) No Sermo da Montanha, ensinando aos discpulos, Jesus com firmeza lhes diz: Sede misericordiosos, como tambm vosso Pai misericordioso. No julgueis e no sereis julgados; no condeneis e no sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se vos- . Colocar-vos-o no regao medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos tambm vs". (Lc 6,36-38) A generosidade gera o receber a generosidade. As palavras destes versculos subentendem que o receber, certamente ultrapassar ao dar, j que h um Deus que v tudo e recompensa os generosos. So as leis divinas que governam essas coisas, e estas promessas servem de encorajamento no somente ao dar, mas ao dar com generosidade. Isso uma exigncia do amor, inteiramente parte de qualquer recompensa. Especialmente quando Ele diz: "perdoai e ser perdoado, o que significa que h uma condio para sermos perdoados: Perdoando. Precisamos aprender a dar o perdo a Deus, aprender a nos perdoarmos e a perdoarmos os outros, aqueles que nos ofendem ou prejudicam, gravemente ou no. Perdoar completamente, sem reservas. Gratuitamente, como Jesus nos perdoou. Isto uma graa e um dom que devemos buscar cultivar e pedir. Desta forma, a doena psquica ou da mente, decorre muitas vezes da doena espiritual, e tambm contribui para que esta surja, ou para que a doena fsica se manifeste. Afirma Dra. Maria Lira, no Livro a Cura Divina, pgina 49: "Cerca de 80% das doenas fsicas tm sua origem no eixo esprito (pneu m) e alma-mente (psique). So, portanto doenas pneu m-psicossomticas". Para a cura psquica, o primeiro passo renunciarmos a toda ansiedade que possa estar alojada na mente. medida que houver enfermidade nos pensamentos, haver enfermidades no corpo. "Vinde a Mim" est escrito, "todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei." (Mt 11,28) Somente quando nossa mente est em descanso que nosso corpo poder produzir sade. As angstias, a s matizao de problemas e das mais diversas tribulaes, so foras ativamente destruidoras. Toda ansiedade produz tenso, e este o caminho aberto para a aflio de esprito. Tambm o temor, sentimento negativo que destri o bem-estar fsico do organismo, pode tomar as pessoas escrupulosas e excessivamente exigentes consigo mesmas e com os outros. O temor a mais autocentralizada de todas as emoes. Sua essncia o egosmo, normalmente.

Dizemos: "Que acontecer comigo se tais e tais circunstncias acontecerem?" Naturalmente, tambm tememos pelos outros, que nos so prximos e a quem amamos. Perguntamos: "O que suceder com eles?. O temor consiste de olhar para longe de Deus, isto , para ns mesmos e para os outros. Jamais uma atitude espiritual, mas sempre se alicera firmemente sobre condies e circunstncias fsicas e materiais. Muitas vezes, o temor produz tormentos associados a julgamento e punio, antecipando de alguma forma, o castigo merecido. Ele tambm pode provocar muitas outras formas de ansiedade, que podem causar desorientao total ou parcial para quem teme. 3 Por isso, So Joo fala com tanta firmeza: No amor no h temor. Antes, o verdadeiro amor lana fora o temor. (I J 4,18) O Amor, que a prpria essncia, a natureza de Deus, faz nossa ateno se voltar para as realidades espirituais, que no esto sujeitas s vicissitudes da vida terrena. Por conseguinte, o amor nos inspira a confiana na eternidade, na verdadeira vida -, a eterna -, e que podemos controlar esta nossa vida fsica e temporal, com a Sua graa. O amor elimina as ameaas externas, portanto nada poder nos tocar, a menos que Deus queira ou permita; e Ele quer somente aquilo que, em ltima anlise, contribui para o nosso bem. O amor exclui a doentia autoconscincia, e a substitui pela conscincia de Deus. Quando isso acontece, o temor desaparece. Este tipo de temor nada tem a ver com o dom de santidade: Temor de Deus, pois este significa: devotarmos ao nosso Deus um amor verdadeiro, cheio de respeito, tendo no corao a inteno de tudo fazer para nunca desagradar o Senhor. Ele um instrumento de santidade, valorosssimo. O dio e o ressentimento inoculam veneno no sistema orgnico de tal modo que nenhum antibitico poder neutraliz-lo. Uma psicloga americana, Louise L. Hay, em um de seus livros (Voc pode curar sua vida Ed. Best Seller), afirma: "Todas as doenas tm origem num estado de no perdo. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir quem precisamos perdoar. Quando estamos empacados em um certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Pesar, tristeza, raiva e vingana so sentimentos de um espao onde no houve perdo. Perdoar dissolve o ressentimento. Se cremos que a misericrdia de Deus envolve nossos pecados e que Ele nos perdoa, somos bem-aventurados, nos garante a Palavra. "Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. (Sl 31,1) E ainda, se com Sua graa perdoamos, ento o canal de bnos que vm d'Ele, est aberto. H uma recomendao clara de

So Paulo: "No se ponha o sol sobre o vosso ressentimento..." (Ef 4,26b). Vale dizer que, o que realmente importa no o tamanho da ofensa que sofremos, nem quantas vezes fomos magoados, e muito menos quem nos ofendeu ou prejudicou: preciso perdoar sempre. Em ltima instncia, se nos perguntarmos: Quem deve perdoar primeiro? A resposta nos vem pelo testemunho de Jesus: Deve perdoar primeiro, aquele que mais ama! Uma das maneiras mais comuns de serem revelados os pecados ocultos atravs das doenas do corpo. Por exemplo, o artritismo causado, na maior parte dos casos, pelos ressentimentos, pela maledicncia e por crticas conservadas por longo tempo, mais do que por uma dieta errada. A asma ocasionada mais vezes por uma fria sufocada, por sentimento contido e choro reprimido, do que por outras coisas. Dra. Louise elaborou uma relao de algumas doenas e suas provveis causas. Mencionamos algumas: Amidalite = emoes reprimidas, criatividade sufocada. Anorexia = dio externo de si mesmo Bronquite = ambiente familiar inflamado com gritos, discusses. Cncer = mgoa profunda. Ressentimentos mantidos por longo tempo Diabetes = tristeza profunda Dor de cabea = autocrtica, falta de autovalorizao. Enxaqueca = medos sexuais, raiva reprimida, perfeccionismo. Gastrite = incerteza prolongada, sensao de condenao. Insnia = medo, culpa. Rinite alrgica = congesto emocional, por culpa, medo, crena em perseguio. Tumores = alimentar mgoas, acumular remorsos. lceras = medo, crena de no ser bom o bastante. Varizes = desencorajamento, sentir-se sobrecarregado. O remorso e as culpas passadas podem levar uma pessoa a ver Deus como um inimigo, sempre pronto para puni-la, e por isso toma-se desconfiada de Deus e das outras pessoas, o que a mantm afastada de todos, por arrogncia e desprezo. E, sobretudo, nunca devemos deixar que o remorso ou a autocondenao impedisse nossa busca de cura. Depois de pedir perdo e de perdoar, nunca deixemos que nossa conscincia permanea inquieta pela culpa cometida, nem deixemos que se alojem em ns sentimentos negativos de auto- reprovao, nem nos imponhamos a ns prprios

sentenas de condenao que o Senhor no nos impe. Isto pode representar falta de confiana na misericrdia divina, que supera tudo; pode ser cilada de satans que um acusador por excelncia, ou um excesso de escrpulo, o que no agrada a Deus, nem nos beneficia em nada, nem tampouco aos outros. No havia doenas no corpo de Jesus porque no havia pecado em sua alma. Havia o cansao como resultado natural do trabalho e do servio sacrificante em favor das multides, mas no por uma fadiga imprpria ou por uma exausto produzida por ansiedade. Dez minutos de um desenfreado temperamento ou de um descontrole nas reaes podem gastar a energia suficiente de um meio-dia de trabalho produtivo. Nossa energia fsica um dom de Deus, confiada a ns para que a empreguemos para Sua glria. um pecado tomarmos este dom e dissip-lo, fazendo-o entrar pelas armadilhas das emoes inteis do temperamento pessoal. No podemos condenar os outros por arriscarem sua sade com hbitos prejudiciais e por desperdiarem as energias em propsitos vazios, se ns mesmos arruinamos as nossas vidas com emoes sem freio, quando, numa atitude construtiva poderamos empregar nossa mente com o louvor e a f; mas, ao invs disto, no raras vezes permitimos que a auto piedade, o remorso, a murmurao e as ms conjecturas exeram sobre ns ao devastadora. No vamos correr riscos, dando rdeas soltas aos pensamentos. Eles nunca escolhem o caminho reto, se no lhes pomos freios, se no nos controlamos numa vontade disciplinada. Somos nossos prprios donos. No podemos convidar pssaros intrusos de maus pensamentos e nem permitir que eles construam ali seus ninhos sobre nossa cabea, nem que tenham ali, at filhotes! Aquilo que semearmos no secreto de nossa mente, isso ceifaremos! Semeemos, portanto caridade e perdo, e colheremos o melhor! 4 Semeemos generosidade e gratido e nunca ficaremos empobrecidos. Semeemos a esperana e teremos farta messe. Semeemos louvor, e colheremos alegria, bem-estar e uma f robusta. Semeemos liberalmente e liberalmente haveremos de colher. Semeemos! Contemplando a sementeira, nos contentaremos. "O que semeia pouco, pouco ceifar; e o que semeia em abundncia, em abundncia tambm ceifar." (IICor 9,6) c) A atuao maligna Formas de atuao: Podemos considerar como formas de atuao de satans e de seus demnios: 1- Tentao maligna So Tiago nos ensina: Ningum, quando for tentado, diga. - ' Deus quem me tenta'. Deus inaccessvel ao mal e no tenta a ningum (Tg 1,13). Ele quer, ao contrrio, dela nos livrar.

Os demnios empregam todos os meios que podem obter para nos instigar ao mal, diligentemente. Ao discorrer sobre o Pai Nosso, o Catecismo da Igreja nos esclarece: O Esprito Santo nos faz discernir entre a provao, necessria ao crescimento do homem interior em vista de uma virtude comprovada (Rm 5,3-5), e a tentao, que leva ao pecado e morte. Devemos tambm discernir entre "ser tentado" e "consentir" na tentao. Por fim, o discernimento desmascara a mentira da tentao: aparentemente, seu objeto bom, sedutor para a vista, agradvel (Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu futuro a morte. (Catec. N 2847) Sabemos que o prprio Jesus foi tentado, antes de iniciar sua misso salvfica, logo aps ser batizado por Joo Batista, no Rio Jordo: "E logo o Esprito O impeliu para o deserto. A estiveram quarenta dias. Foi tentado pelo demnio e esteve em companhia doa animais selvagens. E os Anjos o serviam. (Mc 1,12) Confirma So Lucas, em seu Evangelho: "Depois de t-lo assim tentado de todos os modos, o demnio apartou-se dele, at outra ocasio. (Lc 4,13) Desta maneira, Jesus venceu o tentador, no poder da Palavra de Deus e com autoridade. Aos servos, Satans tenta, querendo afast-los do seu ministrio. Ele tenta, ora pessoalmente, ora mediante seus agentes fsicos e psquicos. Temos alguns textos bblicos, que nos ajudam a refletir sobre isto: - cometemos faltas porque no vigiamos, e sofremos as conseqncias delas: "Irmos, se algum for surpreendido numa falta, vs, que sois animados pelo Esprito,admoestai-vos em esprito de mansido. E tem cuidado de ti mesmo, para que no caiais tambm em tentao. " (Gl 6,1) - diante de tribulaes, tendemos a enfraquecer: Estando ainda convosco, vos predizamos que havereis de padecer tribulaes. o que aconteceu e estais sabendo. este o motivo por que, no podendo mais suportar a demora. mandei colher informaes a respeito da vossa f, pois receava que o tentador vos tivesse seduzido e resultasse em nada o nosso trabalho. (I Tess 3,5) - quando somos surpreendidos por ciladas, s camos se formos orgulhosos: "Servi ao Senhor com toda humildade, com lgrimas e no meio das provaes, que me sobrevieram pelas ciladas dos judeus. (At 20,19) No vos sobreveio tentao alguma que ultrapassasse as foras humanas. Deus fiel: no permitir que sejais tentadosalm de vossas foras, mas com a tentao ele vos dar os meios de suport-la e sairdes dela. (I Cor 10,13) - o apego ao mundo representa vaidade e ingratido para com Deus: Sem dvida, grande fonte de lucro a piedade, porm quando acompanhada de desprendimento. Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo alimento e vesturio, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam

tornar-se ricos caem nas armadilhas do demnio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da runa e da perdio. Porque a raiz de todos os males o dinheiro. Acossados pela cobia, alguns se desviaram da f e se enredaram em muitas aflies". (ITm 6,6-10) - se permanecemos confiando no Senhor, mesmo enquanto sofremos provaes, somos vencedores: " porque o Senhor sabe livrar das provaes os homens piedosos e reservar os mpios para serem castigados no dia do juzo..." (IIPe 2,9) "Porque guardaste a palavra de minha pacincia, tambm eu te guardarei da hora da provao, que est para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da terra. "(Ap 3,10) Vale a pena refletir sobre a maneira como So Tiago nos exorta sobre a importncia das provaes, at como "meio" de se obter o Dom da Sabedoria: Considerai que suma alegria, meus irmos, sabendo que a prova da vossa f produz a pacincia. Mas preciso que a pacincia efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e ntegros, sem fraqueza alguma. Se algum de vs necessita de Sabedoria, pea-a a Deus - que a todos d liberalmente, com simplicidade e sem recriminao - e ser-lhe- dada. " (Tg 1,2-5) Desde que o homem existe sobre a Terra, sua existncia marcada pelo sofrimento. Ningum poupado pelo sofrimento. Cada um de ns, cedo ou tarde sente esta experincia, por si mesmo ou em torno de si. Luto, doena, traio, injustia, solido, angstia, ansiedade, depresso, incompreenses de todo tipo; quantos dramas, com frequncia secretos nos corroem! Para aquele que pensa nisso, mesmo por um instante, o sofrimento do mundo se revela infinito. O importante passarmos pelo sofrimento, com f! Porque, s Deus, nosso Pai, em Jesus Cristo pode dar sentido aos nossos sofrimentos. Assim nos leva a refletir Georges Huber (no livro O diabo, hoje - Editora Quadrante 1999, pgina 69): "Pois bem, iluminada pela Revelao e guiada por uma s filosofia, a Igreja ensina-me que o demnio tem certo poder sobre mim, um poder que - por 5minha culpa - poderia ser-me fatal. No pode atingir diretamente a minha inteligncia e a minha vontade, faculdades completamente espirituais e unicamente acessveis a Deus, mas pode, com seus poderes, afetar os meus sentidos externos, como a vista, o tato, a audio, e os meus sentidos internos, como memria, a fantasia e a imaginao. A no ser por uma interveno de Deus, nenhum poder humano pode impedir Satans de atuar, por exemplo, sobre a minha vista (no tanto diretamente, isto , sugerindo iluses ou miragens, mas dirigindo o nosso olhar para que se fixe no que no nos convm, em imagens de crueldade, sexualidade crua), ou sobre a minha imaginao."

2. Infestao ou contaminao maligna Contaminar o ato de corromper, contagiar e de causar infestao, o que vale dizer, grandes estragos, srios danos. Em muitos trechos bblicos vemos patriarcas, profetas e reis, exortando quanto ao perigo das contaminaes dos israelitas, se estiverem em contato com os povos pagos, com dolos, com adivinhos, espritas. (cf. Lv 19,31 ; Ez 22,38, etc.) O prprio Catecismo da Igreja nos confirma que pode haver necessidade de exorcismos em objetos: "Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influncia do maligno e subtrados a seu domnio, fala-se exorcismo." (Catec. N 1673) Assim podemos dizer que, como as pessoas, tambm os objetos, as casas e os animais podem estar sob a influncia maligna de maus espritos, e at mesmo sob seu domnio. Porm, preciso muito discernimento nestes casos, e que se evitem os exageros, pois pode haver grande parte de sugesto psicolgica, pois muitas vezes o medo d forma s sombras, ou podem estar ocorrendo fenmenos de origem paranormal. A anlise cuidadosa e o conhecimento destas possibilidades so indispensveis para se evitar toda ambigidade. Na maioria dos casos, as oraes contnuas, a recitao do Tero, os Sacramentos, entre eles a Eucaristia -, os Jejuns, so meios para alcanarmos as graas necessrias para a libertao. muito importante termos em nossos lares e usarmos em ns mesmos, abenoados, o Crucifixo ou as imagens de Nossa Senhora e de Santos de nossa devoo, representando nossa f e a proteo que invocamos. 3. Opresso ou Obsesso maligna A opresso ou obsesso uma forma de sujeio demonaca, e ocorre muito freqentemente nos dias atuais. Ao analisarmos as consequncias do pecado, podemos perceber que uma pessoa pode estar escravizada e sujeita ao poder dos demnios. Assim nos confirma a Doutrina da Igreja: A liberdade do homem finita e falvel. De fato, o homem falhou. Pecou livremente. Recusando o projeto do amor de Deus, enganou-se a si mesmo, tornou-se escravo do pecado. Esta primeira alienao gerou outras em grande nmero. Desde suas origens, a histria comprova os infortnios e opresses nascidos do corao do homem por causa do mau uso da liberdade. " (Catec. N 1739) Alguns exemplos podem ajudar nossa compreenso: - "Durante a ceia - quando o demnio j tinha lanado no corao de Judas, filho de Simo Iscariotes, o propsito de tra-lo... " (Jo 13,2)

- Disse Jesus aos que o ouviam na sinagoga: "Esta filha de Abrao, que Satans paralisava h dezoito anos, no devia ser livre desta priso, em dia de sbado? (Lc 13,16) - So Paulo escreve a respeito de alguns homens, conhecidos de Timteo: "E com brandura que se devem corrigir os adversrios, na esperana de que Deus lhes conceda o arrependimento e o conhecimento da verdade, e voltem a si, uma vez livres dos laos do demnio, que os mantm cativos e submetidos aos seus caprichos. (IITm 2,25-26) A opresso ou obsesso o ato do demnio atacar exteriormente o corpo ou atormentar a alma, - o psiquismo, com tentaes graves, sobremaneira noite, influenciando at mesmo em sonhos, com ataques de improviso, muitas vezes de forma permanente, e o oprimido no tem condies de se libertar sozinho. Ele pode ficar em contnuo estado de prostrao, de desespero, de tentao ao suicdio. Frequentemente o oprimido apresenta atitudes de completa indiferena a qualquer influncia espiritual e de rejeio a Deus. A Sagrada Escritura e as promessas nela contidas perdem seu significado, e a pessoa s consegue abrigar pensamentos maus e ideias opostas Deus e religio. Normalmente tomada de uma paixo por mentiras e pensamentos impuros, atormentada por um medo terrvel e com sentimentos de perseguio, de dia e de noite. Assim, esta pessoa est sujeita a ter, repentinamente, acessos de fria e a provocar outras pessoas, demonstrando ressentimento, inimizade, comportamento violento e irritabilidade. Ela se recusa a obedecer a Deus, e peca abertamente, sabendo muito bem que suas aes esto erradas. Pode ser completamente dominada por urna nsia sexual, por uma paixo de atividades sexuais anormais, ou por uma nsia pelo lcool, pela nicotina, pelas drogas. Satans, o prncipe das trevas, luta para que o pecado fique oculto, pois teme que ele seja trazido luz, confessado e perdoado. O demnio pode assustar uma pessoa, perturb-la profundamente, apresentar-lhe imagens e excitar as fantasias, - pelos caminhos da imaginao -, tent-la a ponto de faz-la cometer pecados que se repetem, e at mesmo fazendo-a cometer crimes. Se uma pessoa vive uma vida obstinada de pecado e, persistentemente, resiste ao Esprito Santo, permanecendo completamente impenitente; ou se leva na conscincia um pecado de assassinato ou de aborto, ou se cometeu perjrio ou incesto; se ela amaldioou algum ou blasfemou contra a cruz, contra Cristo Jesus, contra o Esprito Santo ou contra Deus, ento ela ter "aberto uma porta" aos ataques do inimigo. A opresso pode tambm surgir na vida de urna pessoa que foi amaldioada por algum que j est sob o poder do demnio. ainda muito fcil, para aqueles que se engajaram em prticas ocultistas ou cujos pais ou antepassados praticaram a feitiaria, tomaremse vtimas oprimidas. A opresso se manifesta em vrios graus, mas no podemos nos precipitar num diagnstico desta natureza, pois pode se 6 apresentar um quadro psiquitrico que exija tratamentos mdicos adequados.

Se comprovada a opresso, um longo perodo de orao de pessoas que queiram realmente ajudar o oprimido, especialmente seus familiares, pode ser necessrio, para se ver a libertao. O processo se completa quando a prpria pessoa comea a orar. A buscar os Sacramentos e persevera no Grupo de Orao e na Comunidade. 4. Possesso maligna No s possvel a Satans sujeitar pessoas a si, mas tambm possu-las. A possesso um passo alm da opresso. Transcrevemos a definio que Dom Jos Evangelista Martins Terra nos fez, - no Encontro Nacional de Demonologia, realizado pela RCC do Brasil, em 1998, na cidade de Barbacena, MG: "A possesso o fenmeno em que o demnio se apodera do corpo humano usando-o como prprio - o que no se verifica na opresso ou obsesso diablica." Por exemplo, j vimos como o diabo colocou no corao de Judas Iscariotes trair Jesus (cf Jo 13-22); porm mais adiante, durante a ltima Ceia, no mesmo captulo 13 de So Joo, lemos: "Logo que ele o engoliu, Satans entrou nele... ", em Judas Iscariotes. (cf. Jo 13,27) Ele cita alguns exemplos: - Jesus Cristo cura possessos distinguindo do poder de curar doentes: "Assim que saram da barca, um homem possesso do esprito imundo saiu do cemitrio." (Mc 5,2 ; ler at o versculo 20). "No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demnios saram do cemitrio e vieram-lhe ao encontro. Eram to furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali". (Mt 8,28 ; ler at o versculo 8) - Este poder serve para provar a Sua misso messinica: "Ora, naquele momento Jesus havia curado muitas pessoas de enfermidades, de doenas e de espritos malignos, e dados vista a muitos cegos. Respondeu-lhes ele. 'lde anunciar a Joo o que tendes visto e ouvido...; mesmo quando acusado de expulslos em nome de Belzebu: "Mas, se expulso os demnios pelo dedo de Deus, certamente chegado a vs o Reino de Deus. .. (Lc 7,21 ; 11,20) - Poder por Ele outorgado aos Seus Apstolos: "Estes so os Doze que Jesus enviou em misso, aps ter lhes dado as seguintes instrues... "; e aos discpulos: "Voltaram alegres os setenta e dois, dizendo: 'Senhor, at os demnios se nos submetem em teu nome! " - Por fim, Sua Igreja: "Ide... estes milagres acompanharo os que crerem... "(Mc 16,17) confirmado na vida dos Apstolos: "Assim Filipe... pois os espritos imundos de muitos possessos saam, levantando grandes brados..."; "Paulo voltou-se para ela e disse ao esprito: 'Ordeno-te em Nome de Jesus Cristo que saias dela. 'E na mesma hora ele saiu" ; "Deus fazia milagres extraordinrios por intermdio de Paulo, de modo que lenos e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e

afastavam-se deles as doenas e retiravam-se os espritos malignos. " (At 8,6 ; 18,18 ; 19,11-12) flagrante a diferena entre a cura do surdo-mudo, aquele a quem Jesus tomou parte: "ps-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a lngua com saliva. E levantou os olhos ao cu, deu um suspiro e disse. - 'feta!, que quer dizer. abre-te! , (Mc 7,31-37) ; com o exorcismo do surdo-mudo possesso, aquele a quem os discpulos no conseguiram libertar: "Vendo Jesus que o povo aflua, intimou o esprito imundo e disse-lhe: 'Esprito mudo e surdo, eu te ordeno: sai deste menino e no tornes a entrar nele '. E, gritando e maltratando-o extremamente, saiu. " Nas vtimas da possesso, Jesus dirige-se ao demnio como autor do estado patolgico da vtima, ameaa-o e o expulsa. A realidade da possesso , pois, inegvel. Quanto sua natureza, sabe-se que na possesso se aniquila completamente a autonomia e responsabilidade pessoal. O possesso ou energmeno, alm disso, no consciente, regra geral segundo alguns autores -, do seu estado. As causas fundamentais de uma possesso diferem muito, e frequentemente nos perguntamos como uma pessoa pode cair no poder de Satans. H vrias respostas, mas acima de tudo, quando uma pessoa oprimida, numa demonstrao de completo descaso pela sua conscincia, acumula ainda mais culpa sobre si mesma, acaba por fazer uma auto entrega consciente ao diabo, e se, particularmente, o faz na forma de um pacto de sangue, resultar numa terrvel forma de sujeio demonaca, que poder causar a possesso. Contratos formais desta natureza no se apresentam com tanta frequncia, mas o medo que elas adquirem as impede de confessarem o que fizeram. O motivo desta entrega da vida e da alma a Satans comumente a nsia de ver algum desejo realizado, - seja a riqueza ou alguma forma de sorte no mundo -, e por isso, sabendo ou no, ele se coloca s ordens do diabo para servi-lo. Acontece mesmo de feiticeiros e mdiuns poderosos, antes de morrerem, procurarem transferir seus poderes ocultos a algum parente ou amigo, seja ele adulto ou criana. Mais tarde, a pessoa a quem os poderes foram transferidos, repentinamente, toma-se conscincia de sua estranha herana, e podendo se agradar dela, pratic-la ainda mais e sujeitar sua vida a um controle total dos demnios. Mas, seja o que for Satans est sempre interessado em aceitar o acordo e o resultado final sempre desastroso. O estado de possesso pode resultar tambm de transferncia; por ocasio da morte de uma pessoa possessa, o mau esprito sai desta e entra num descendente seu, descrente. Nesse caso, a possesso no necessariamente, precedida de uma opresso demonaca, mas pode ser instantnea. Os sintomas da possesso tm muito em comum com os da opresso, embora ocorram numa forma mais intensa. Por isso, algumas vezes muito difcil fazer distino entre os dois estados. Contudo, ela frequentemente acompanhada de sintomas adicionais, tais como gritos, palavres, delrio, ranger de dentes e muita violncia. O possesso pode causar estragos a objetos que o cercam, ou prejudicar-se numa tentativa de tirar a prpria vida.

Outro fenmeno associado possesso um estado de xtase, na qual a pessoa possessa pode cair, quando ento uma voz estranha, no a sua, manifesta-se nela. Ao recuperar a conscincia, ela no se lembra de nada do que aconteceu. Outro sintoma uma fora fsica extraordinria, comumente no controlvel, ou ainda a demonstrao de poderes de 7clarividncia, que a capacitam a fazer declaraes acerca de coisas que, humanamente falando, nunca poderia ter sabido, como por exemplo, ao observar algum ela pode descrever seus pecados, mencionar situaes do passado totalmente desconhecidas, ou at mesmo prever o futuro. Estes sintomas so diferentes de outros meramente psicolgicos ou parapsicolgicos. Outra caracterstica que ocorre frequentemente so os barulhos estranhos, pisadas e batidas fortes na vizinhana da pessoa possessa, o que leva muitos crendice de assombraes e fantasmas. H ainda certos sintomas fsicos que ocorrem em conexo com a possesso. O diabo pode atormentar sua vtima levando-a a sofrer dores em diversas partes do corpo, e at mesmo feri-la. Estas dores e machucaduras aparecem repentinamente, e em nada se relaciona com um tipo de enfermidade. Manifestam-se particularmente noite, e em consequncia, a pessoa possessa dorme muito pouco. Contudo, os prprios demnios raramente se expressam na pessoa possessa, pois o desejo deles permanecer no anonimato por tanto tempo quanto for possvel. Somente quando esto prestes a serem expulsos, que se desfazem de seus disfarces, e comeam a manifestar seu medo e terror frente expulso. A certeza da verificao desse fenmeno muito difcil de obter. preciso destacar que a possesso propriamente dita, pelos menos entre homens civilizados, um fenmeno muito mais raro, e para o qual no h explicao psiquitrica nem psicolgica realmente satisfatria. E por isso, os exorcismos somente devem ser ministrados aps maduro exame, e depois de esgotados todos os recursos da Cincia quanto explicao e teraputica apropriada a fenmenos naturais similares. Do livro de Pe. Gabrielle Amorth (Editora Paulina 1996 pgina 49), queremos destacar alguns pontos que nos esclarecem e confirmam: 1. Existe uma gama de possessos apresentando grandes diferenas quanto sua gravidade e aos seus sintomas. 2. A designao de exorcista s se aplica aos sacerdotes autorizados e aos bispos exorcistas. 3. H muitas pessoas que afirmam fazer exorcismos, embora s faam oraes por libertao. 4. S exorcismo o sacramental institudo pela Igreja. O exorcista deve-se orientar pelas oraes do Ritual Romano. Queremos fazer aqui uma observao importante: no atual Rito de Exorcismo do Ritual Romano, resultado de dez anos de trabalho de uma comisso especial, e que foi divulgado em janeiro de 1999, pelo Papa Joo Paulo II, com o nome de Exorcismis et

Suppicationibus quibusdam ("A propsito de todo tipo de exorcismos e splicas", e que substitui o texto elaborado em 1614), se encontra o Rito do Exorcismo. Este Rito, at o presente momento, no est traduzido para a lngua portuguesa, pela CNBB. O exorcismo propriamente dito, feito sobre possessos, s permitido para os Bispos, ou para os sacerdotes por eles designados. As oraes que podemos recitar quando discernimos que h presena demonaca nos lugares, objetos ou pessoas, so oraes denominadas "por libertao ". Existe uma srie delas, e os fiis podem rez-las particularmente ou com outros, quando suspeitam que esto submetidos a influncias diablicas. Em nosso livro: "Oraes selecionadas de Cura, Libertao e Intercesso ", podemos encontrar algumas delas. ( A Orao do Exorcismo, N 72 deste livro, no a Orao do Ritual Romano d Exorcismo feita pelos sacerdotes exorcistas sobre os possessos, mas uma orao escrita pelo Papa Leo XIII, assim denominada no sculo passado. Uma orao por libertao, muito bonita, e que pode ser rezada por todos os fiis. Esta orientao nos foi dada por Dom Evangelista Terra, em 1998, no Encontro Nacional j especificado acima. COMO AGIR H aspectos importantssimos na maneira agir nos casos especiais propostos neste escrito. Assim como o Senhor nos orienta a usarmos armas defensivas, completadas pela f na proteo de nosso Deus e Pai durante o combate pela orao, assim tambm o Senhor nos conclama tambm a empunharmos armas ofensivas. Quais so essas armas? Como manej-las? Onde encontr-las? Sempre que o Senhor nos usa como instrumento em Suas mos para amar, curar e libertar pessoas em Seu Nome deve ser motivo de grande alegria para ns. Qualquer pessoa que realmente compreenda este assunto vive num estado constante de real dependncia do Esprito Santo. No h motivo de alarde por qualquer sucesso obtido. Toda glria pertence somente a Ele, porm o fato de sabermos que o Senhor, que mora dentro de ns, infinitamente maior do que todo o poder do inimigo sem dvida um motivo de constante louvor. Em qualquer situao pessoal de mal estar fsico ou psicolgico ou contra qualquer tipo de manifestao maligna, somos mais do que vencedores, por intermdio d'Ele. Fatores Essenciais de como agir Antes de tudo, o Amor... Se aproximar ou receber a pessoa com muito amor... Acolhela com todo amor para que se sinta amada por ns e por Deus.. 1. Orar no Nome de Jesus Em Filipos, quando Paulo foi molestado por uma menina escrava, possessa de um esprito adivinhador, ele disse: "Eu te ordeno, em Nome de Jesus Cristo, sai desta moa; e o esprito saiu no mesmo instante". (At 16,18)

A razo pela qual tal autoridade de So Paulo se apoia em o Nome de Jesus encontra-se na profecia de Isaas: "porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa nos seus ombros, e Ele se chama: Conselheiro Admirvel, Deus Forte, Pai Eterno, Prncipe da Paz o seu imprio ser grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmar e o manter pelo direito e pela justia, desde agora e para sempre. O amor apaixonado do Senhor dos exrcitos pelo seu povo. E que h de fazer tudo isso. (Is 9,56) Deus deu a mesma autoridade ao Nome de Jesus que Ele a deu no cu e na terra: "toda autoridade me foi dada no cu e na terra. " (Mt 28,18) 8 Quando falamos em o Nome de Jesus, falamos com a mesma autoridade de Jesus. So Joo nos diz: "aquele que peca do demnio, porque o demnio peca desde o principio, eis porque o filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demnio." (IJo 3,8) Quando oramos por libertao em o Nome de Jesus, o inimigo incapaz de resistir Sua autoridade. Nosso Senhor, por sua morte e ressurreio, quebrou o poder de Satans em todas as reas em que o Nome de Jesus declarado. Os espritos demonacos reconheciam o Senhor Jesus quando Ele ministrava aqui na terra. Conheciam-no e temiam-no. Esses espritos conhecem e reconhecem ainda hoje a autoridade do Seu Nome. Por isso, so impotentes para resistirem ao poder de Deus que acompanha o uso deste Nome Maravilhoso. Quando Jesus Cristo nos convida a fazer coisas poderosas em Seu nome, no est nos dando uma frmula e sim uma. Autoridade. uma questo de agir com o poder de Deus e no o de recitar palavras mgicas. O sucesso do uso do Nome de Jesus Depende inteiramente de quem o usa, ou seja, de ser o seu usurio um cristo de f verdadeira, pois assim prometeu o Senhor: Estes sinais acompanharo os que crerem: em meu nome expulsaro os demnios... Imporo as mos aos enfermos, e eles ficaro Curados. (Mc 16,17) 2- Orar no Poder do Sangue de Jesus Nunca nos esqueamos de que o Sangue de Cristo foi o preo do nosso resgate. Seu Sangue Preciosssimo smbolo da Nova e Eterna Aliana; a Vida. Com a Sua morte Cristo destruiu o pecado, e pela Sua ressurreio deu-nos a Vida Eterna. Desta forma, o Sangue de Cristo Jesus o que o inimigo sabe o que : o crivo da sua condenao e derrota eterna.

Vem a ns, atravs de So Joo, esta revelao: "Eles, porm, o venceram pelo Sangue do Cordeiro e pela Palavra que testemunharam, pois desprezaram a vida at a morte. (Ap 12,11) Invocar a proteo do Sangue do Cordeiro colocar-se em uma posio em que a morte no pode nos tocar, da mesma forma como o dia expulsa as trevas da noite, na luz no existem trevas, e em no existindo, morrem os inimigos como peixes fora d' gua. O Sangue de Jesus rompe todas as cadeias, todas as barreiras, pois venceu e quebrou para todo o sempre, o poder da morte. Louvado seja o Sangue de Jesus! Ao orarmos por qualquer pessoa, especialmente pelos doentes, devemos nos apropriar da poderosa revelao feita pelo. Profeta: ... o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graas s suas chagas. ((Is 53,5b) Sim, pelos imensos sofrimentos que Jesus recebeu durante a flagelao, golpes violentos que cobriram Seu corpo de chagas h uma promessa de cura. N'Ele, temos a plenitude de vida, ou seja, a vitria sobre todas as enfermidades, pois Ele sofreu por mim, por voc, por ns, as consequncias de nossos pecados. 3- Orar com Discernimento bom sabermos, que para orarmos por cura e por libertao, um fator essencial o discernimento dos espritos. Sem este dom sobrenatural, no se poder orar especialmente por um problema, pois nenhum sintoma ou combinao de sintomas garantia para sabermos que tipo de orao uma pessoa precisa receber. Deus Esprito Santo o doador de todos os dons, e a cada dia precisamos ser repletos por Ele, no amor. 4- Orar com F Aps determinarmos, pelo dom do discernimento dos espritos, pelo que orar, tudo o que necessrio uma f simples em Jesus, Salvador e Senhor. Ele quer somente nossa participao como intercessores cheios de f e perseverantes, para que possa agir em favor de todos os que O buscam atravs de nosso ministrio. 5- Orar com a Palavra de Deus Precisamos nos utilizar cada vez mais da Palavra de Deus quando orarmos, pois ela arma terrvel; o efeito de seu golpe mortal para o inimigo, pois ela vem diretamente da "boca de Deus". a voz do Senhor Todo Poderoso que ele ouve, e por terra caem os mortos como mortos e todos os poderes do Mau satans, o vencido desde toda a eternidade, treme e uiva impotente ante a proclamao da Palavra do Senhor, que viva e eficaz. Eis que ele fala, sua voz potente: reconhecer o poder de Deus! Sua majestade se estende sobre Israel, sua potncia aparece nas nuvens. De seu santurio, temvel o Deus de Israel; ele que d ao seu povo a fora e o poder. Bendito seja Deus! ."(Sl 67,34-36)

Devemos sempre orar citando textos bblicos, para que haja verdadeira reflexo e amadurecimento diante do que o Senhor nos fala. Talvez alguns de ns estejamos nos utilizando ainda muito pouco desta Santa Palavra em nosso ministrio, e ela que tem poder de manifestar a glria do Deus vivo entre ns, agindo sempre! 6- Orar em total dependncia do Senhor Nenhuma outra atividade ministerial nos tornar mais humildes perante Deus, do que orar por cura ou por libertao. Esta uma rea totalmente destituda de defesa humana. Muitas vezes nos encontramos diante de vidas que esto sendo destrudas, diante de seus parentes aterrorizados, sabendo que toda terapia humana exauriu-se ns nos vemos face a face com a enfermidade, diante do mal fsico, diante de obsesses malignas, de situaes de opresso diablica. No este o momento de se discorrer a respeito de sucessos passados. Nenhum mal se impressiona com as nossas Experincias. 9 at possvel pregar sem qualquer uno especial, vivel ensinar valendo-nos das lies aprendidas no passado, porm, ningum ora por cura ou por libertao sem se tornar consciente de sua prpria incapacidade e total dependncia do poder de Deus. Assim deve ser conosco. Portanto, para exercermos nosso ministrio, devemos viver segundo a Palavra de Deus, conhecendo-a em profundidade, estudando-a, meditando-a e orando com ela, acima de tudo pondo-a em prtica, vivendo-a. COMO DEVE SER NOSSA ORAO? Devemos orar: a) Com autoridade, que no significa, necessariamente, gritaria, rudeza, aspereza no falar. Cada um tem seu jeito de ser, de agir, mas o Senhor quer nos dar autoridade na Palavra. Autoridade na ordenao de que o Senhor traz salvao e cura, portanto, podemos dizer: "S curado, em Nome de Jesus!" ; "S curado pelas Chagas Gloriosas de Jesus!"; "S liberto pelo poder do Nome de Jesus, Nome que est acima de todo nome!" b) Com calma. Muitas vezes nos precipitamos, nos afligimos, ficamos ansiosos, queremos logo que a pessoa sare que a pessoa reaja nossa orao, reaja ao do Esprito Santo na sua vida. Nunca esquecer que o tempo de Deus. Que tudo est debaixo dos Seus olhos de Pai amoroso, e no precisamos nos angustiar, pois se no virmos a interveno divina acontecer na hora em que esperamos, no devemos nos precipitar e muito menos ficarmos angustiados, mas devemos passar calma e confiana para a pessoa por quem oramos, pois a calma vem da confiana no Senhor e da nossa entrega pessoal, e da entrega daqueles por quem oramos. c) Sabendo pelo que orar! Se a pessoa precisa de uma cura fsica, se o mal realmente fsico, congnito, orgnico, problema de sade em consequncia da nossa fraqueza humana; ou se falta de confisso, de arrependimento dos pecados, de converso; se um problema emocional, afetivo, psicolgico, por decepes, mgoas, ressentimentos, coisas guardadas do passado que a traumatizaram, experincias negativas e dolorosas. Se a pessoa est sob um jugo, uma influncia maligna proveniente de seus

antepassados, ou at mesmo se ela est, no momento, vivendo experincias de opresso ou tentao fortssima do inimigo, ou se est vivendo em ambiente de contaminao ou infestao maligna. d) Sabendo o que orar e como orar! Normalmente ao orarmos por libertao, devemos escolher um lugar. Caso a pessoa esteja participando de um evento da RCC, e ocorreu qualquer mal estar, devemos nos aproximar da pessoa com muito amor, e orar por ela no silncio. Caso ela comece a melhorar, apenas devemos fazer com que ela continue a participar das pregaes, ensinos e oraes. Caso tenhamos marcado uma hora para atend-la, se possvel, lev-la diante do Santssimo Sacramento. Sempre atend-la com mais uma pessoa no mnimo. Podemos tambm atend-la nos locais determinados para isto, nunca nas casas, conforme orientao do ministrio. Nunca fazer uma Orao por Libertao ou Cura nas casas, a no ser que a pessoa, por motivo de total impossibilidade, no possa vir Igreja, ao Grupo de Orao, ao local preparado para atend-la. Se vamos orar pelas pessoas, que seja num local, e num horrio determinado, e respeitemos esse discernimento e orientao, e faamos com que as pessoas entendam que s desejamos oferecer a elas o melhor. Sempre devemos orar pelo local de Atendimento e por todos os que participam dele, com Orao de Revestimento, principalmente invocando o Sangue Preciosssimo do Senhor Jesus. Ordenemos sempre em Nome de Jesus, para que em primeiro lugar, as foras espirituais do mal no se manifestem nem molestem as pessoas. e) Com a intercesso de Maria! De ajuda valorosssima no momento da Orao a intercesso da Imaculada Virgem Maria, de seus Santos Anjos, especialmente os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, dos Santos - em especial os de nossa devoo particular ou os da pessoa por quem oramos. f) Deixando-se conduzir pelo Esprito! Devemos nos deixar conduzir pelo Esprito Santo, que nos unge com Carismas, como por exemplo: a Orao em Lnguas que nos pe em sintonia e intimidade com o Senhor durante o perodo de orao; ou outros dons carismticos, como a Palavra de Cincia para nos revelar a raiz dos problemas a causa ou origem destas dificuldades; a Palavra de Sabedoria inspirada por Deus, para sabermos como prosseguir no processo do acompanhamento; a Profecia diretiva, para que a pessoa sinta que o prprio Senhor fala com ela naquele momento. g) Sabendo at quando orar! Oramos com a pessoa at que ela seja capaz de rezar livremente conosco, usando o Nome de Jesus e clamando espontaneamente que Ele seu Senhor e Salvador. E depois, que ele prossiga com vida de orao pessoal comunitria e litrgica. h) Sabendo quando orar! Orientamos que, na maioria das vezes, devemos orar quando a prpria pessoa solicita! Ou quando a solicitao vem de uma pessoa da famlia ou muita amiga, que se responsabilizar por continuar a interceder por ela, acompanh-la neste processo. Podemos eventualmente pedir para orar por uma pessoa, se temos esta moo interior do Senhor. Podemos at sugerir a um ou a outro irmo, se percebermos que ele "no

est bem", propondo assim: "Voc gostaria que ns orssemos por voc?" Aproveitando at momentos que nos paream propcios. Mas, normalmente, devemos esperar ser solicitados para orar, pois podemos ficar tambm em intercesso distncia, at que o Senhor atue no corao desta mesma pessoa, e ela mesma venha pedir a nossa orao. i) Mantendo absoluto sigilo! mesmo imprescindvel para ns, servos deste ministrio (ou qualquer pessoa que se disps a orar pelo seu irmo ou irm), ao acolhermos e escutarmos a pessoa, darmos a ela oportunidade de se abrir, de contar os seus problemas. 10 Sejamos sempre discretos, guardando em nossos coraes tudo o que ela nos conta, com fidelidade, no contando para ningum nada daquilo que ela nos confia. Quando resumimos numa Ficha de Acompanhamento, alguns dados e fatos mencionados pela pessoa, devemos relatar daquilo que ela nos contou, apenas o que for importante para ajudar quem da Equipe da Secretaria, possa, em outro momento, continuar orando por ela e orientando-a. Devemos escrever tambm de forma abreviada, o discernimento que tivemos quando oramos por ela, como deveremos continuar seu acompanhamento, as Palavras de Cincia e de Sabedoria que o Esprito tenha nos inspirado, e a orientarmos a fazer o que preciso para que ela d continuidade ao acompanhamento. Ao falar, ao desabafar, a pessoa j vai se sentindo melhor. Podemos ajud-la a discernir qual a raiz dos seus prprios problemas, semear f e esperana em seu corao, fazla perceber que no s ela quem sofre, e que o seu problema no maior do que o dos outros. j) Orientando sobre a maneira como ela deve orar! Devemos, com muito carinho e amor, encaminhar a pessoa para que Jesus a ajude a alcanar o que deseja, a encontrar as solues que est buscando. Tomemos, cuidado de nunca emitirmos a nossa opinio ao escutarmos os problemas dos nossos irmos. Dizendo, por exemplo: Eu acho que voc deveria fazer isso. Ali! Eu acho que voc deveria fazer aquilo. Se eu tivesse esse problema faria assim... Podemos at, s vezes, partilhar um pouco da nossa experincia, darmos o nosso testemunho, sempre positivo, sempre a respeito da vitria de Jesus em nossas vidas, ou at mesmo de que estamos lutando com a fora de Jesus, confiantes na Sua vitria. Mas no emitirmos nossa opinio. Tomemos muito cuidado com isso! E peamos ao Esprito Santo que nos capacite com o dom da Palavra de Sabedoria. k) Sabendo quanto tempo devemos orar! Ns muitas vezes nos questionamos por quanto tempo devemos orar por uma pessoa. S Deus sabe. s vezes h uma cura imediata e a pessoa no precisa tanto tempo de acompanhamento. H processos mais lentos e a pessoa precisa vir repetidas vezes receber orao. Devemos, acima de tudo, mostrar que levamos essas pessoas a Jesus e no a ns mesmos. s vezes, as pessoas podem se apegar nossa pessoa. Precisamos tomar muito cuidado e ter muito equilbrio com relao a isso. Na verdade, todo o momento essa pessoa deve saber que ns estamos ali para lev-la para os braos de Jesus, onde queremos realmente deixla.

1- Quando oramos pela primeira vez por uma pessoa, pode ser apenas um primeiro contato. Depois marcamos uma orao por cura ou por libertao, conforme o Esprito nos inspirar. Ou uma cura interior, ou uma cura fsica ou uma orao pela libertao de vcios, de pecados, de maldio. Em cada caso o Senhor nos inspirar "o que" e "quantas vezes" orar. m) A orao, com imposio de mos no obrigatria, no fundamental, nem necessria. uma caracterstica nossa, enquanto RCC, manifestando nossa solidariedade e amor com simplicidade. Colocamos as nossas mos nos ombros ou na cabea da pessoa, bem de leve, sem ficarmos alisando os cabelos ou acariciando-a, para que ela apenas sinta, atravs de nossas mos, o amor de Deus e o calor do Esprito Santo. No nada mstico, nem tampouco a uno ministerial do Sacerdote, cuja autoridade ele recebe da Igreja, no Sacramento da Ordem, para impor as mos. Na citao bblica que encontramos na carta de So Tiago: Imporo as mos sobre os enfermos e eles sero curados (Tg 5,14) a Igreja fundamenta a importncia do Sacramento da Uno dos Enfermos, que s o sacerdote ministra. Ns, quando "impomos as mos" ou fazemos o Sinal da Cruz na testa da pessoa, no faamos de um modo que ela se distraia. Temos que ser discretos, sempre num tom de voz que ela escute a nossa orao e orient-la para que ela oua principalmente o que o Senhor est dizendo a ela, atravs de ns, enquanto oramos. Os que intercedem devem orar num tom bem mais baixo, para no atrapalhar quem est conduzindo a orao. O intercessor, conforme se sentir inspirado pelo Senhor, tambm poder orar mais alto e conduzir determinado momento de orao. n) A pessoa que vai receber a orao deve ser orientada a se abandonar nos braos de Deus. Ela pode fazer uma orao espontnea de entrega de si mesma antes de comear a receber a nossa orao. Depois disto ela silencia o seu corao, todo o seu ser, no ora nem "em lnguas". Ela, agora, s vai receber a orao numa posio cmoda; se preferir com a Bblia ou o Tero na mo, - mas isto, no necessariamente; ou visualizando a imagem de Jesus ou de Nossa Senhora. o) Destacamos que, nunca devemos desistir deixar de orar ou de acompanhar algum num processo de orao por cura ou por libertao. Se uma pessoa nos pede orao e j no incio percebemos que no vamos poder acompanh-la ou sentimos que no poderemos cuidar desta pessoa, no iniciemos o processo de cura e libertao, porque isto ser prejudicial ela. Aps receber orao, mesmo estando ela exausta pela luta travada, necessrio que no deixemos de anunciar a ela a pessoa de Jesus como seu Salvador pessoal e Senhor. Ela precisar ser acompanhada com pacincia. p) Obtida a cura ou a libertao, indispensvel uma grande vigilncia, pois se inicia o que podemos chamar de um perodo de convalescena, no qual tentaes, dvidas, angstia, ou at manifestaes ainda mais serias so susceptveis de ocorrer, alm do risco da "reinfestao", numa gravidade maior que a inicial. Consideramos normal o fato da fragilidade "ps-libertao". Para resistir a isto, a pessoa deve beneficiar-se,

sempre que possvel, de atmosfera orante, frequentando com assiduidade o Grupo de Orao e o Sacramento da Eucaristia. Assim Jesus nos ensinou: Quando o Esprito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares ridos procura de um repouso que no acha. Diz ele ento: 'Voltarei para a casa donde sa'. E, voltando, encontrada vazia, limpa e enfeitada. Vai ento buscar sete outros espritos piores que ele, e entram nessa casa e se estabelecem a, - e o ltimo estado daquele homem torna-se pior que o primeiro. (Mt 12,45) Se ela no perseverar em vigilncia ela no ter foras e o inimigo poder atingi-la novamente, tentando enfraquec-la sempre mais, pois ele no desiste nunca, e travamos este combate at o ltimo momento desta vida. Algumas vezes, at uma vigilncia mdica ser necessria, devido ao enfraquecimento fsico ou psicolgico ocasionado por esta provao. 11 CONCLUSO Esperamos que estas reflexes sejam uma contribuio para cada um de ns, especialmente no sentido de desenvolvermos o Carisma do Discernimento, tornandonos instrumentos dceis ao do Esprito Santo. Existem pessoas que costumam atribuir todos os problemas ao demnio. No devemos ver demnios em toda parte, se acreditamos no poder de Deus e na fora do amor. Lgico que tambm no devemos ignor-los, pois eles so uma realidade que no se pode negar, Contudo, o ministrio de orao por cura e libertao, bem como qualquer pessoa que seja chamada a orar por algum, requer um cuidadoso trabalho de discernimento antes de expulsar demnios, pois seria uma grande imprudncia e precipitao expulsar demnios inexistentes de uma pessoa. Sempre necessrio ter em mente que a maioria das pessoas que pedem exorcismos, ou oraes de libertao ou ainda passam por algum mal estar, na verdade esto necessitando de uma verdadeira converso a Deus, de passar a ter uma verdadeira intimidade e fidelidade para com Deus, de buscar obedecer aos seus mandamentos. Imaginemos ento ns, que em determinado momento Deus nos chama para orar por alguma pessoa, atender algum que est sofrendo, como ento deve estar nossa vida em relao a Deus e aos irmos. Nossa vida sacramental (eucaristia e confisso), nossa orao pessoal, nossa intimidade com Deus atravs de Sua Palavra, nossos momentos de adorao ao Senhor no Santssimo Sacramento, nosso amor Maria atravs da orao do Tero ou Rosrio, nossa vida de sacrifcios e penitncias atravs do Jejum. Por isso libertao o resultado de um estilo de vida, o resultado do seguimento de Jesus Cristo. o resultado de ir configurando a nossa vida e daquelas pessoas que estamos ajudando, com o Evangelho. E finalizando foi o prprio Jesus quem nos disse: No vos alegreis porque os espritos se vos submetem; alegrai-vos, antes, porque vossos nomes esto escritos nos cus (Lc 10,20). Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

A Igreja cuidadosa com seus filhos e recomenda que tudo seja feito com dignidade e ordem (1Cor 14, 40). Curitiba, 15 de novembro de 2010. Elenita Ftima dos Santos Coordenadora Estadual do Ministrio de Orao por Cura e Libertao RCC/PR Referncias: - At 19, 13-16 - ICor 14, 40 - IIPd 1, 5-7 - Livro - Diretrizes para Oraes de Cura - ICCRS - Manual de Orientao - Ministrio de Orao por Cura e Libertao - RCC Brasil - Apostila N 3 - A Batalha do Senhor - Mdulo de Servio - Ministrio de Orao por Cura e Libertao RCC Brasil - Apostila N 2 - Deixar-se renovar e ser testemunha - Mdulo de Servio - Ministrio de Orao por Cura e Libertao RCC Brasil - RCC Responde N 3 RCC Brasil