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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
DA CRECHE/UFG
Goiânia
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRJÓ-REITORIA DE ASSUNTOS DA COMUNIDADECRECHE
Janeiro/2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Edward Madureira BrasilREITOR
Eriberto Francisco Bevilaqua MarinVICE-REITOR
Sandramara Matias ChavesPRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Divina das Dores de Paula CardosoPRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Orlando Afonso Valle do AmaralPRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Anselmo Pessoa NetoPRÓ-REITOR DE EXTENSÃO E CULTURA
Jeblin Antônio AbraãoPRÓ-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E RECURSOS HUMANOS
Ernando Melo FilizzolaPRÓ-REITOR DE ASSUNTOS DA COMUNDADE UNIVERSITÁRIA
Daisy Maria Alves de QueirozDIRETORA DA CRECHE/UFG
Maria Tereza dos SantosCOORDENADORA ADMINISTRATIVA
Ione Mendes Silva FerreiraAPOIO PEDAGÓGICO
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para
o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável
para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e
buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada
projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto
educativo pode ser tomado como promessa frente a
determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos
de ação possível, comprometendo seus atores e autores”.
(Gadotti, 1994,p.579)
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
S U M Á R I O
1. Apresentação ............................................................................................ 052. O Sócio-interacionismo como perspectiva teórica do trabalho da Creche/UFG.. 053 . Identificação da instituição ................................................................................... 064. A política de estágio da Creche/UFG..................................................................... 075. O Projeto Político Pedagógico em 2011: desafios da realidade............................. 096. Educação Infantil – Aspectos Legais..................................................................... 107. Creches Universitárias no Brasil........................................................................... 138. Profissionais da Creche/UFG................................................................................ 169. Caracterização do espaço físico da Creche/UFG.................................................. 1810. Regime de Funcionamento ................................................................................ 1911. A Parceria Creche e Família............................................................................... 2012. Organização da Ação Pedagógica ..................................................................... 2313. Organização Curricular....................................................................................... 24 13.1. Área de Experiência ................................................................................. 25 13.1.1. Artes................................................................................................. 26 13.1.2. Brinquedos e Brincadeiras............................................................... 27 13.1.3. Linguagem....................................................................................... 28 13.1.4. Música.............................................................................................. 29 13.1.5. Passeio.............................................................................................. 3114. Agrupamentos.................................................................................................... 32 14.1. Berçário................................................................................................ 32 14.2. Grupo I................................................................................................. 3514.3. Grupo II........................................................................................................... 3714.4. Grupo III........................................................................................................ 3914.4. Grupo IV......................................................................................................... 4115. Processo e Instrumentos de Avaliação............................................................... 4416. Considerações Finais.......................................................................................... 4617. Referências......................................................................................................... 47
Anexos
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
1. Apresentação
O Projeto Político Pedagógico da Creche/UFG foi revisto e reavaliado pelo
coletivo de educadores da instituição durante a VII Semana de Formação do Educador
da Creche/UFG realizada em janeiro de 2011. Reconhecemos o esforço de toda a equipe
no sentido de realizar esta importante tarefa, mas também temos certo de sua
importância e significado para a organização e funcionamento deste espaço de educação
infantil. A equipe destacou alguns tópicos para serem formulados e integrados ao corpo
do documento como, por exemplo, a política de estágio assumida pela Creche/UFG e
também a perspectiva teórica na qual se apóia o trabalho junto às crianças. Este
documento se propõe a apresentar a organização do trabalho da Creche/UFG e
esperamos que seu debate e reavaliação anual contribua efetivamente, para a
consolidação de uma opção educacional comprometida com a formação humana no seu
sentido mais amplo.
2. O Sócio-interacionismo como perspectiva teórica do trabalho na
Creche/UFG
Os estudos sobre Vygotsky empreendidos pelo coletivo de educadores da
Creche/UFG sobre a perspectiva sócio-interacionista do desenvolvimento infantil torna
possível a compreensão de que a prática pedagógica desenvolvida nesta instituição, as
posturas, encaminhamentos e metodologias caracterizam-se como filiadas a esta
corrente teórica.
Coadunamos com esta perspectiva teórica que defende os saltos
qualitativos de um nível de conhecimento para outro e caracterizam a evolução
intelectual do ser humano. Esse desenvolvimento não se dá de forma gradual e
cumulativa, se processa aos saltos, havendo a cada salto um momento de ruptura ou
desequilíbrio, que cria oportunidade para uma nova organização do comportamento da
criança frente ao conhecimento. (Oliveira, 1992, p. 38)
São esses desequilíbrios que possibilitam à criança a organização e
reorganização das experiências que o meio social lhe proporciona. Em todos os
momentos o ambiente onde a criança se encontra lhe oferece elementos que lhe
possibilitarão seu desenvolvimento. A diversidade de culturas existente reflete-se numa
5
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011infinidade de recursos que culminarão nas diferentes formas que cada criança
experimentará esse contato com o mundo. O aprendizado acontece por meio da vivencia
cotidiana, tanto a relação do adulto com a criança como as características do espaço em
que esta vivência acontece, serão decisivos no processo de desenvolvimento dos
pequenos.
Nota-se, então, que o desenvolvimento da criança está diretamente
relacionado à sua experiência proporcionada em seu meio social. Para tanto o educador
se constitui como agente fundamental desse processo, desempenhando o papel de
mediador dessas experiências, o que requer ainda que ele esteja atento às necessidades e
interesses apresentados pela criança, lhes proporcionando segurança e valorizando suas
descobertas.
3. Identificação da Instituição
Pensar o Projeto Político Pedagógico de uma instituição é pensar a construção de sua identidade, o que implica numa análise coletiva tanto da história (a que lhe deu as características que apresenta no momento) quanto das direções intencionais que serão assumidas em função das decisões tomadas pelo PPP. (VEIGA, 1996).
A Creche da Universidade Federal Goiás, está localizada no Campus
Samambaia (Campus II), na cidade de Goiânia, Goiás. Foi inaugurada em 1989 com o
objetivo de atender aos filhos da comunidade universitária, integrando-se a política
social desta Universidade. Desde então, constituiu-se como um dos programas
assistenciais de reconhecida importância vinculado à PROCOM - Pró-Reitoria de
Assuntos da Comunidade Universitária. Ao longo dos últimos anos a Creche/UFG tem
buscado se consolidar como espaço educativo e, com isso, fortalecer sua identidade
universitária.
A Creche/UFG atende crianças de 0 a 4 anos de idade, filhos de
servidores técnicos administrativos, docentes e estudantes da UFG destinando um terço
das vagas para cada categoria. Oferece atendimento em período integral ou parcial
(matutino ou vespertino), conforme necessidade da família e disponibilidade interna de
vagas. Funciona ininterruptamente das 7h às 18h, de segunda à sexta-feira, fechando no
período de férias coletivas dos funcionários em julho.
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011A Creche/UFG oferece um total de 112 vagas à comunidade
universitária (56 por turno) em período integral ou parcial, distribuídas nos seguintes
agrupamentos: Berçário: 09 bebês por turno (2 meses a 01 ano), Grupo I: 15 crianças
por turno (1 a 2 anos), Grupo II: 16 crianças por turno (2 a 3 anos), Grupo III: 16
crianças por turno (3 a 4 anos). Vale ressaltar que o critério para a entrada e
permanência da criança no agrupamento não se restringe à idade, também são
observados alguns aspectos do desenvolvimento físico, social, lingüístico e afetivo das
crianças por ocasião da entrada e promoção.
4. A Política de Estágio na Creche/UFG:
A organização do trabalho na Creche/UFG prevê tanto as atividades que
incorporam o estágio curricular obrigatório, quanto o estágio curricular não obrigatório.
Nos últimos anos a instituição atendeu estagiários dos cursos de licenciatura em
Pedagogia, Educação Física, Letras, Educação Musical, Artes Visuais, Artes Cênicas e
Psicologia1 da UFG e, também, de outras universidades que mantém convênio com esta
instituição, como a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (PUC). Na modalidade obrigatória, a Creche/UFG recebe apenas os
estudantes provenientes dos cursos de Pedagogia e Educação Física. Os estudantes das
licenciaturas em Letras, Educação Musical, Artes Visuais, Artes Cênicas e Psicologia2,
que desejam se inserir no campo da educação infantil tem a possibilidade de
desenvolver o estágio na Creche/UFG, somente na modalidade curricular não
obrigatória. Nestes cursos, muitas vezes, os estagiários recebem apenas um
acompanhamento das coordenações de curso de suas respectivas unidades. Dessa
maneira, o estágio curricular não obrigatório oferecido na Creche/UFG, aos estudantes
destas licenciaturas, tem se consolidado, ao longo do tempo, como uma via importante
de formação teórico/prática para estes futuros professores para a atuação no campo da
educação infantil.
1 Estes cursos estão contemplados no documento “Perfil do Educador” elaborado pela equipe da Creche/UFG que visa implementar parâmetros para os estagiários que vão atuar diretamente com a crianças, buscando estabelecer os saberes necessários para essa atuação, visando escapar da lógica de que para trabalhar em creches “basta gostar de crianças”. Estes cursos têm em comum o estudo do desenvolvimento e aprendizagem infantil e a articulação com as áreas de conhecimento nas quais se estrutura o currículo da creche – artes, brinquedos e brincadeiras, linguagem, música e passeio.
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
A Creche/UFG [...] se insere nas atividades acadêmicas da Universidade afirmando-se, desde 2006, como efetivo campo de observação e prática pedagógica para os estágios curriculares obrigatórios dos cursos de licenciatura em Pedagogia e Educação Física. Também atua como espaço para o desenvolvimento do estágio curricular não obrigatório para algumas licenciaturas vinculadas à UFG. Nesta modalidade a Creche/UFG já acumula uma experiência de mais de 10 anos caracterizando-se como importante espaço de formação e de experimentação pedagógica para vários cursos oferecidos pela UFG. (FERREIRA, 2009. p. 70)
O estágio curricular não obrigatório oferecido pela Creche/UFG já
atendeu a dezenas de estagiários e, embora ofereça formação teórico/prática em
educação infantil para os estudantes de algumas licenciaturas da UFG sua
implementação na Creche/UFG, não se deu com esta finalidade. O estágio curricular
não obrigatório foi implementada, nesta instituição, com o objetivo de dar sustentação
às atividades de cuidado e educação das crianças devido ao quadro de pessoal efetivo
ser insuficiente. Apesar da Creche/UFG ainda conviver com problemas históricos no
que diz respeito ao quadro de profissionais, a instituição tem conseguido, ao longo de
todos esses anos de funcionamento, oferecer a seus estagiários experiências formativas
para o trabalho na educação infantil.
Algumas destas experiências passam pelo exercício sistemático de pensar
o planejamento, articular o desenvolvimento de atividades pedagógicas de cuidado e
educação junto às crianças, produção de relatos avaliativos destes processos,
desenvolvimento de projetos e participação em conselhos e comissões internas. Muitas
vezes, estas experiências, tem se constituído em uma importante oportunidade destes
estagiários se apropriarem de saberes e fazeres específicos exigidos pela docência na
educação infantil. As atividades realizadas pelos estagiários são orientadas e
acompanhadas pelos professores efetivos e substitutos desta instituição.
Assim, a Creche/UFG tem se constituído como efetivo campo de
estágio na educação infantil, na perspectiva defendida por Guimarães (2008), na qual
compreende a escola como “lócus” de formação profissional do professor. Assim
enquanto locus de formação docente, a Creche/UFG articula saberes relativos ao trato
com a infância e a educação infantil propiciando importantes experiências formativas
teórico/práticas aos seus estagiários.
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 20115. O Projeto Político Pedagógico da Creche/UFG em 2011: desafios da
atualidade:
Após a reforma do espaço físico da Creche/UFG, seus profissionais têm
agora novos desafios a serem vencidos. Neste momento histórico, nos parece que o
maior deles seja a constituição de um quadro de profissionais efetivos que possa
garantir tanto o atendimento aos filhos da comunidade universitária como também
realizar o acompanhamento adequado dos estagiários tanto na modalidade obrigatória
quanto na não obrigatória. Para discutir a problemática de pessoal da Creche/UFG foi
criada uma comissão que reúne professores da Faculdade de Educação: Profª Ivone
Garcia Barbosa e Anderson Rodrigues, representantes da PROCOM: Pró-Reitor
Ernando Melo Filizzola e o coordenador do serviço social da PROCOM Amadeus
Alves e também representantes da Creche/UFG: Professoras Daisy Maria Alves de
Queiroz e Ione Mendes Silva Ferreira. A comissão se reuniu durante todo o ano de 2010
para buscar possíveis soluções para a problemática de pessoal da Creche e outros
assuntos relativos ao seu funcionamento.
Desde 2008 vêm acontecendo muitas mudanças na conjuntura da
Universidade que tiveram impacto profundo na UFG, e conseqüentemente, na Creche.
Dentre as mais explicitas podemos citar: a nova legislação de contratação de professores
substitutos que segundo a PRODIRH ( Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional e
Recursos Humanos), a partir deste ano só se contratará substitutos para as situações
amparadas na lei como licença maternidade, licença para tratamento de saúde e licença
para qualificação. Isso poderá acarretar mudanças no quadro de trabalhadores da
Creche, já que temos sete professores substitutos atuando na Creche sem amparo legal.
No entanto, em fevereiro de 2011, de acordo com a medida provisória n.
525, relacionada à contratação de professores, tendo em vista a expansão das
Instituições Federais de Educação poderemos continuar com a contratação de
professores substitutos até a contratação de professores efetivos por meio de concursos.
Compondo esse cenário, além da ampliação das vagas nos cursos de graduação e ainda
a criação de novos cursos na UFG a partir do REUNI e também a consolidação da
política de cotas, o aumento da demanda por vagas na Creche tanto pelos estudantes
como também pelos docentes e técnico-administrativos recém contratados têm nos
desafiado a cada dia uma vez que o quadro de profissionais contratados e de estagiários
são muito voláteis.
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Outro fator desafiante é a proximidade da terceirização do setor de
nutrição. A aposentadoria de dois funcionários do setor de nutrição, com os cargos de
auxiliar de cozinha e cozinheiro respectivamente, cargos extintos nas universidades
Federais, impossibilitam a contratação de outros funcionários o que nos leva a optar
pela contratação de empresas terceirizadas para atuarem neste setor.
Diante desse quadro, a equipe de educadores da Creche/UFG decidiu
revisitar o Projeto Político Pedagógico da instituição buscando sintonizá-lo com o
momento atual. Este documento, além de ser uma forma de organizar o trabalho
pedagógico a partir de nossas concepções e de nosso cotidiano, também busca
aprofundar a cada edição os conceitos que identificam as práticas pedagógicas
desenvolvidas neste espaço. O estudo e a sistematização dos temas foram realizados
coletivamente e para tanto os educadores foram divididos em equipes de trabalho. Cada
equipe se debruçou sobre determinada temática do documento para avaliação e
possíveis alterações. Todos os tópicos do PPP passaram pela apreciação final de toda a
equipe de educadores da Creche/UFG.
A redação final do PPP da Creche/UFG, versão 2011, foi realizada por
uma equipe responsável que posteriormente submeteu o documento a apreciação do
grupo de trabalhadores da Creche.
6. Educação Infantil: Aspectos Legais
No Brasil, o marco inicial da trajetória histórica da constituição da
educação infantil é o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 que aprova a
Consolidação das Leis do Trabalho. Esse documento sugeria que os estabelecimentos
em que trabalhar pelo menos trinta mulheres, com mais de 16 anos, deveria oferecer
local apropriado onde as empregadas pudessem guardar, sob vigilância e assistência, os
seus filhos no período de amamentação. Porém o aumento da demanda pelo
atendimento na educação infantil se deu principalmente a partir da década de 70 e foi
mais acelerado até 1993. Tal expansão se deve, dentre outras coisas, a fatores como a
entrada da mulher no mercado de trabalho, sobretudo, nas últimas décadas do século
XX e, ainda, o aumento da consciência social sobre o direito, bem como o
reconhecimento da importância e da necessidade da educação na infância, defendido
10
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011pelas inúmeras pesquisas sobre o tema, exercendo influência decisiva na
implementação de políticas publicas para a infância.
O tema Educação Infantil ganha na primeira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (Lei nº 4024/61) uma discreta referência. Esta Lei sugeria às
empresas que tivessem em seus quadros de funcionários mães trabalhadoras, a
incumbência de organizar instituições pré-primárias para o atendimento às crianças.
Com as reformas na LDB em 1971 (Lei nº 5692/71), nada de novo foi acrescentado a
esse quadro.
Apesar da omissão da Lei em relação à necessidade de atendimento
educacional para a infância, ocorre, entretanto, um crescimento acentuado da demanda
pelo atendimento de crianças menores de seis anos em creches e pré-escolas. Muitos
estudiosos do assunto atribuem o fenômeno, por um lado, à crescente participação da
mulher no mercado de trabalho e, por outro, ao também reconhecimento da importância
da educação nos primeiros anos de vida.
Essa compreensão da especificidade do caráter educativo das instituições de educação infantil não é natural, mas historicamente construída, uma vez que ocorreu a partir de vários movimentos em torno da mulher, da criança (...) por parte de diferentes segmentos da sociedade civil organizada e dos educadores e pesquisadores da área em razão das grandes transformações sofridas pela sociedade em geral e pela família em especial, nos centros urbanos, com a entrada da mulher no mercado de trabalho (CERISARA, 1999 p. 14).
11
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
A luta pelo reconhecimento do direito à educação infantil insere-se, ainda, num
movimento popular mais amplo de defesa dos direitos da criança, tendo participação
ativa nesse processo diversos segmentos sociais. As conquistas advindas dessas lutas
foram sendo legitimadas por documentos históricos como a Declaração Universal dos
Direitos da Criança de 1959 e a Convenção Mundial dos Direitos da Criança de 1989. No Brasil foi somente nas últimas três décadas que a discussão sobre o atendimento
institucional de crianças menores de sete anos em espaços educativos, fora da família,
ganhou, de fato, contornos um pouco mais definidos. O intenso debate sobre a infância
e a educação infantil desenvolvido nas décadas de 70 e 80 foi fundamental para que
fossem introduzidas mudanças significativas no âmbito legal, cuja consumação se deu
na própria Constituição Federal, promulgada em 1988. No seu artigo 208 fica firmado o
dever do Estado com a educação infantil mediante a garantia de atendimento (não
obrigatório) em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade,
provocando mudanças qualitativas no discurso oficial sobre a criança e sua educação,
refletido, ademais, nas propostas educativas subseqüentes para esse nível de ensino.
Não obstante, com o reconhecimento pela nova Lei de Diretrizes e Bases
da Educação – LDB (Lei nº 9394/96) da educação infantil como a primeira etapa da
educação básica, esse nível de ensino conquistou um respaldo legal inédito. Sua
finalidade, definida no texto legal, é o desenvolvimento integral da criança em seus
vários aspectos da vida social e afetiva, numa ação articulada à família e à
comunidade (Art. 29).
A incorporação da educação infantil à educação básica representa um
avanço importante em relação à tradição assistencialista historicamente presente nessa
modalidade de atendimento feita, até então, por órgãos ligados à assistência social. No
entanto, é preciso enfatizar que, embora seja considerado um grande passo do ponto de
vista legal, o fato da Educação Infantil ser oferecida em caráter não obrigatório reafirma
o descompromisso do Estado para com esse nível de ensino, acarretando, com isso, a
não priorização de recursos e reforçando o papel secundário que historicamente a
educação de crianças pequenas no Brasil tem assumido.
Contudo, o reconhecimento legal do direito a esse atendimento expressa,
até certo ponto, a concepção atual em relação à criança construída ao longo do processo
histórico, exigindo, ainda, um profundo debate acerca de quais seriam os modelos de
12
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011qualidade para a educação de crianças pequenas. Agora, trata-se de uma criança
com necessidades e características próprias distintas das dos adultos, um sujeito real e
não mais um “vir a ser”, um cidadão com direitos dentre os quais, a educação em
creches e pré-escolas.
Uma das ações concretas implementadas no âmbito das reformas no
sistema educacional brasileiro diz respeito ao documento Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI 1998). Este documento apresenta-se como
um conjunto de referências e orientações pedagógicas que visam contribuir com a
implementação de práticas educativas de qualidade para a educação infantil. Ele está
organizado de forma instrumental e didática, apresentando eixos de trabalho com os
respectivos objetivos, conteúdos e orientações didáticas diferenciadas para as faixas
etárias de zero a seis anos. Sua versão final foi divulgada em outubro de 1998.
Ainda no processo de legitimação da educação infantil, em dezembro de
1998 a CEB – Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação - institui
as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil a serem complementadas
pelas normas dos sistemas de ensino dos Estados e Municípios. As Diretrizes, de caráter
mandatário, estabelecem os marcos para a elaboração de propostas pedagógicas para as
crianças de 0 a 6 anos, definindo os princípios fundamentais e procedimentos para a
educação básica que orientariam as instituições de educação infantil na organização de
suas propostas pedagógicas.
Em 2006, a COEDI (Coordenadoria de Educação Infantil) apresentou o
documento Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Este
documento apresenta referências de qualidade para a educação infantil a serem
utilizadas pelos sistemas educacionais, por creches, pré-escolas e centros de educação
infantil, no sentido de contribuir para a promoção da igualdade de oportunidades
educacionais, levando em conta as diferenças, diversidades e desigualdades presentes
em nosso país. O intuito da COEDI é que este documento contribua efetivamente para a
construção de um processo democrático de implementação das políticas públicas para
crianças de 0 a 6 anos.
O processo histórico de reconhecimento do direito e da especificidade
educacional da infância, legitimado nos textos legais, muito tem contribuído na defesa
de práticas educacionais cada vez mais críticas e criativas. É, pois, nosso compromisso,
enquanto espaço de educação infantil situado no interior de uma universidade,
13
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011contribuir com o debate nacional acerca das políticas públicas inerentes à
Educação Infantil.
7. Creches Universitárias no Brasil
A década de 70 foi um período de criação de muitas creches
universitárias pelo país e, conforme pontua RAUPP (2002), as creches passaram a ser
uma luta de comunidades universitárias como direito de assistência à criança na
ausência da mãe no horário de trabalho.
Segundo ROSEMBERG (1989) apud RAUPP (2002), configura-se nesse
contexto uma nova forma de luta por creches, uma vez que a instalação desse tipo de
instituição se dá por meio da organização de seus servidores, por meio do estudo da
demanda existente e da avaliação dos custos e elaboração de projetos, por exemplo.
É no período de 1980 a 1992 que ocorre uma grande expansão das
creches universitárias brasileiras. Também nesse período, precisamente em 1989, os
servidores das universidades, homens e mulheres, passam a ter o direito à creche no
local de trabalho, a partir do decreto nº 93.408 de 10/10/1989. Nesse contexto, a creche
no local de trabalho passa a ser um direito trabalhista para os filhos de servidores dos
órgãos e entidades da administração federal direta e indireta e não apenas da mulher
trabalhadora em período de amamentação.
Embora esse importante avanço tenha favorecido à expansão de unidades
de educação infantil nas universidades, contudo, não foi possível atender totalmente a
demanda dos trabalhadores com filhos de 0 a 6 anos destas instituições.
Nessa perspectiva, RAUPP (2002), considera que o Decreto 93.408 seja
apenas uma aparente conquista para o servidor publico federal, devido a impossibilidade
das creches universitárias comportarem toda a demanda por vagas. O objetivo básico
desses espaços de Educação Infantil é atender aos filhos da comunidade universitária.
Em dezembro de 1993 foi anexado o Decreto de lei nº 977 pela então
Secretaria da Administração Federal da Presidência da República. Este dispositivo
impõe a assistência pré-escolar (institui o auxílio pré-escolar) para os dependentes dos
servidores da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Este
decreto, segundo RAUPP (2002), “vem na contra mão da expansão das unidades de
educação infantil nos órgãos federais” já que a partir dele foi proibido a criação de
14
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011novas unidades de atendimento à criança pequena, tendo no auxílio pré-escolar o
substituto do direito à creche em local de trabalho.
Os debates sobre o papel das unidades de educação infantil nas
universidades federais foram intensificados a partir das medidas legais da Constituição
Federal de 1988, que direcionava o direito à Educação infantil como sendo de todas as
crianças.
Para RAUPP (2002), esse conjunto de fatores impulsionou as Unidades
de Educação Infantil no decorrer de suas trajetórias a reverem suas funções no âmbito
da Universidade, levando algumas a ampliarem seu campo de atuação para além do
cuidado e educação das crianças, incluindo outras possibilidades, tais como: campo de
estágio, de pesquisa e de observação. Neste movimento, até 2002, algumas unidades de
educação infantil investiram também na pesquisa e nas atividades de extensão, que,
segundo esta autora, seria o caminho para a constituição de uma identidade universitária
que influenciaria na pertinência das Unidades de Educação infantil nas universidades.
Na pesquisa realizada em 2002, RAUPP levantou alguns dados
importantes que caracterizavam de forma ampla as Unidades de Educação infantil nas
Universidades Federais. Nessa investigação, ao analisar a situação de vinculação das
unidades o resultado percebido foi que a maioria delas, cerca de 83%, estava vinculada
a órgãos diversos dentro das universidades e não a Centros/Faculdades de Educação.
Este fato contradiz a importância dada ao vínculo da Educação Infantil com a área da
Educação, assim como, localiza essas unidades como direito trabalhista e de assistência
de acordo com os objetivos de criação. Os órgãos onde foram localizadas as unidades
foram: Pró-reitorias, recursos humanos, assuntos comunitários, entre outros.
As unidades também incluem os objetivos, além do atendimento aos
filhos da comunidade universitária (docentes, técnicos-administrativos e discentes),
outras funções, tais como: campo de pesquisa, observação e estágio e ainda objetivos de
produção e socialização de conhecimentos como norteadores de uma atividade em
sintonia com o princípio acadêmico universitário de ensino, pesquisa e extensão, dando
um entendimento mais amplo sobre o papel de Unidade de Educação Infantil dentro da
lógica de ação do universo acadêmico.
Com base na carta de Florianópolis extraída do II Encontro Nacional das
Unidades Universitárias Federais de Educação Infantil, realizado em Santa Catarina em
2002, foram levantadas várias ações pelos representantes de 18 Unidades de Educação
15
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Infantil presentes naquele encontro, ações que, conforme o documento, poderiam
garantir a qualidade do trabalho das unidades de Educação Infantil, tais como:
• Garantir as Unidades de Educação Infantil como direito da criança;
• Reconhecer as Unidades de Educação Infantil nas Universidades Federais
como espaço de ensino, pesquisa e extensão, estabelecendo relações de
parceria com os Centros/Faculdades de Educação no âmbito universitário e
com as demais instituições voltadas para o atendimento à infância;
• Alocar recursos materiais e humanos para a manutenção dessas Unidades de
Educação Infantil;
• Assegurar um quadro de profissionais compatível com as necessidades
dessas unidades;
• Criar condições para a socialização dos conhecimentos sobre Educação
Infantil gerados nas unidades universitárias, contribuindo assim, para o
processo de formação continuada dos professores da rede pública;
• Legitimar as unidades universitárias federais de Educação Infantil como
campo de observação e estágio dos alunos regularmente matriculados nas
Universidades públicas;
• Fortalecer e incentivar a realização de pesquisas relacionadas com o
desenvolvimento e com a educação das crianças inseridas em seus contextos
sócio econômico e cultural específicos;
• Promover a articulação das Unidades Universitárias Federais de Educação
Infantil com os movimentos sociais através da participação em fóruns,
conselhos, encontros, entre outros. (in: anais do II encontro Nacional das
Unidades Universitárias Federais de Educação Infantil - Florianópolis –
2002).
Atualmente a ANUUFEI - Associação Nacional das Unidades
Universitárias Federais de Educação Infantil - concentra esforços no sentido de buscar o
fortalecimento das Unidades de Educação Infantil das Universidades e, para tanto,
assumiu dois grandes encaminhamentos: articular nacionalmente as unidades e abrir
canais de interlocução com o MEC. Como resultado parcial desta luta, foi aprovado
pelo Conselho Nacional de Educação no dia 08 de dezembro de 2010 o Parecer
16
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011CNE/CEB n° 17/2010 cujo assunto são as Normas de funcionamento das unidades
de Educação Infantil ligadas à Administração Pública direta, suas autarquias e
fundações. O relator da matéria é o Prof. César Callegari e o processo encontra-se
registrado na CEB sob o n° 23001.000098/2010-71. Este Parecer se encontra anexo ao
PPP.
8. Profissionais da Creche/UFG
O grupo de profissionais da Creche da UFG é composto por servidores
técnico-administrativos, professores efetivos da carreira de Educação Básica Técnica e
tecnológica e professores substitutos. Além destes profissionais, a equipe pedagógica
conta com estagiários do estágio curricular não obrigatório (30 h) dos cursos de Artes
Cênicas e Visuais, Educação Física, Letras, Pedagogia e Psicologia e estudantes com
bolsa permanência(20h), oriundos dos mesmos cursos.
Todos os educadores que trabalham na Creche/UFG desempenham as
várias tarefas inerentes ao fazer pedagógico na Educação Infantil, compreendidas na
relação entre o cuidar e o educar. O documento Organização Coletiva do Trabalho
Pedagógico explicita a postura esperada do educador da Creche/UFG e encontra-se
anexo a este documento.
A presença dos estagiários, bolsistas e professores substitutos é essencial
para o desenvolvimento do trabalho junto às crianças uma vez que o quadro de
profissionais efetivos é insuficiente. Por um lado, contratação destes educadores
temporários resolve os problemas mais imediatos de falta de pessoal, por outro, tem a
limitação do tempo de duração dos estágios, bolsas e contratos, que permite a
permanência destes educadores na Creche/UFG por um tempo máximo de dois anos.
Todavia, o fato da instituição trabalhar com estagiários e bolsistas, possibilita a inserção
destes estudantes em processos pedagógicos específicos da Educação Infantil
contribuindo para a sua formação profissional.
Concordamos com Raupp (2000), que aponta que a instabilidade do
quadro de pessoal é um dos elementos que dificulta a consolidação do Projeto
Pedagógico da instituição. Vivemos este dilema cotidianamente.
Os trabalhadores da Creche/UFG estão organizados em cinco equipes
que desempenham suas atividades de modo articulado, a saber:
17
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
• Equipe administrativa: Diretor, secretária e auxiliar de secretaria.
• Equipe pedagógica: Apoio pedagógico professores efetivos, substitutos,
estagiários e bolsistas.
• Equipe de nutrição: cozinheiro, auxiliares de cozinha, estoquista e
lactarista.
• Equipe de higiene e segurança: higienistas e porteiro.
• Equipe de apoio 3: nutricionista, assistente social e odontóloga.
O quadro de profissionais e suas respectivas atribuições encontram-se anexo
a este documento.
9. Caracterização do espaço físico da Creche/UFG
A Creche/UFG conta com um amplo espaço físico e pode ser dividida em
quatro áreas:
Área administrativa: conta com sala da secretaria, sala da coordenação, sala de
reuniões, utilizada para os planejamentos, estudos individuais e coletivos e, também,
para orientação de estagiários. Esta área possui um sanitário para visitantes.
Área de apoio: são os ambientes da cozinha, a despensa, sala da nutrição e lactário,
lavanderia, rouparia, almoxarifado, sanitários feminino e masculino que funcionam
também como vestiário e o refeitório dos adultos. A área externa da Creche conta com o
hall de entrada e 1 sala de rede de controle de telefone e internet.
Área pedagógica: é o ambiente especificamente destinado ao trabalho com as crianças.
Esta área possui os seguintes ambientes: berçário, sala de livros, sala de brinquedos, sala
de música e vídeo, sala de artes e brinquedos pedagógicos, sala de sono, refeitório das
crianças e 3 banheiros para as crianças do grupo I, II e III. Possui, ainda, dois pátios,
sendo que o pátio I conta com pneus, um tanque de areia, duas árvores, um quiosque,
um tanque de água com aproximadamente 30 cm de profundidade por 2m de diâmetro.
Este tanque é utilizado somente quando se trabalha atividades aquáticas. No pátio II
temos uma árvore, um quiosque (garagem para as motocas).3 Os profissionais das áreas de odontologia, serviço social e nutrição são lotados na PROCOM e prestam assessoria a Creche sempre que necessário.
18
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
Área externa: Conta com varanda de entrada, o parquinho e o pomar.
Podemos dizer que a circulação nas áreas administrativas e de apoio são restritas aos
profissionais da Creche e, em determinados casos, o ambiente da nutrição, apenas aos
profissionais desta área.
A área pedagógica e a externa é utilizada livremente tanto pelos trabalhadores da
creche como também pelas crianças, pais e visitantes.
10. Regime de Funcionamento
A Creche/UFG retoma suas atividades no mês de janeiro após o recesso
natalino e 15 dias de férias dos professores. Simultaneamente ao início das atividades
pedagógicas acontece o processo de inscrição e seleção das crianças filhas de
professores e técnico-administrativos que ingressam na Creche/UFG geralmente no mês
de fevereiro. A primeira semana de atividades é reservada para planejamento e
organização do espaço. Assim que inicia o período de matrícula dos estudantes da UFG
acontecem as inscrições para seleção das crianças filhas de estudantes, com o ingresso
ocorrendo ainda no mesmo mês.
O atendimento diário da Creche/UFG acontece de modo ininterrupto e
tem início às 7 h e estende-se até as 18 h, de segunda à sexta-feira. Há crianças que
ficam na creche em período parcial e outras que ficam em período integral. O
atendimento é interrompido no mês de julho, paralelo ao recesso acadêmico, período no
qual acontecem as férias coletivas dos funcionários da Creche. Restabelece-se o
atendimento em agosto e estende até o mês de dezembro, sendo novamente
interrompido para o recesso das festas de final de ano (Natal e Ano Novo).
Algumas atividades pedagógicas/culturais estão previstas no calendário
anual:
• Parada Pedagógica: acontece na segunda sexta-feira de cada mês.
• Mostra Literária: ocorre uma vez ao ano.
• Feira do Brinquedo Pedagógico: acontece na última semana de setembro.
• Dia do Brinquedo: previsto para a última sexta-feira de cada mês
• Família na Creche: acontece nos meses de maio, agosto.
• Festa Junina: tradicional festa da Creche que se realiza em junho.
19
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Oficina com os Pais: acontece uma vez a cada semestre.
• Feira de Miudezas: acontece no mês de outubro e configura-se como mais
um espaço de interação entre a Creche e as famílias.
• Semana da Criança: comemoração especial durante uma semana no mês de
outubro.
• Reuniões com Pais e ou responsáveis: duas vezes por semestre.
• Festa da Família: acontece no final do ano
• Conselho de Creche: avaliação da aprendizagem e do desenvolvimento das
crianças, culminando numa posterior reunião com os pais e acontece duas
vezes por ano.
• Avaliação e Confraternização: atividade semestral de avaliação do trabalho
realizado e confraternização interna.
11. A Parceria Creche/UFG e Família
“A creche é um dos contextos de desenvolvimento da criança. Além de prestar cuidados físicos, ela cria condições para o desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. O importante é que a creche seja pensada não como instituição substituta da família, mas como ambiente de socialização diferente do familiar. Nela se dá o cuidado e a educação de crianças que aí vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si mesmas, constituindo-se como Sujeitos” (OLIVEIRA, 1992).
A Creche/UFG parte de uma concepção ampliada de estrutura familiar,
em que considera e valoriza as diferentes formas de arranjos familiares: “nenhuma
configuração familiar é melhor que a outra, no sentido que a família é o que tem sido
possível ser, em função de seu contexto, de sua herança, da fase de vida em que está, da
capacidade de mudança que tem.” (Macedo, 1994, p.200).
A família é concebida como parte de um contexto mais amplo dentro do
sistema social, no qual se faz necessário sua função de transmissora de valores, de
suporte físico, afetivo e social e fica implícita a contribuição de seus membros para o
desenvolvimento da criança favorecendo a construção de sua identidade. A família é o
primeiro grupo com o qual a criança convive, neste sentido Oliveira (2002), nos alerta
que, em nosso contexto social as novas relações de trabalho e as conseqüentes
transformações ocorridas modificaram o papel da família. Aliadas a estas mudanças
20
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011instauram-se novas formas de conceber as funções e as responsabilidades e
compromissos das Instituições de Educação Infantil na formação humana dos sujeitos.
A Creche e a Família, nesse sentido, apresentam-se como instituições
historicamente construídas e, portanto, são mantidas sob fortes pilares de crenças e
ideais, sustentando suas funções e relações produzidas em seu interior, mas cada uma
com suas particularidades.
A cada momento histórico, em determinado espaço com os sujeitos ali
atuantes, são estabelecidas diferentes formas de relações. Essas relações caracterizam e
são caracterizadas pela maneira como uma dada sociedade se organiza e constrói sua
existência. Assim, percebemos que a família, primeiro meio de inserção da criança no
contexto sócio-histórico de sua cultura, reestrutura-se re-significando as relações por ela
empreendidas, ao trazer em si características do grupo no qual ela está inserida.
Por isso, uma necessidade que hoje está colocada para a Creche é que,
além de organizar e viabilizar meios para efetivar a proposta pedagógica no seu espaço
interno, é necessário conhecer e considerar esse ambiente primeiro que media a relação
criança/cultura. É indispensável que os profissionais da Educação Infantil conheçam a
família da criança, condições de vida e as relações por ela estabelecidas para que possa
compreender como o educando se relaciona e age em seu meio social. A este respeito
nos informa Dias (2007):
Temos como pressuposto que as crianças nascem imersas num mundo já estruturado, numa cultura em que vários conhecimentos e valores foram construídos, diversos instrumentos e procedimentos foram elaborados. As pessoas, os objetos, as coisas e fenômenos do mundo natural e social já têm um nome, uma função, vários significados, construídos historicamente pelos sujeitos dessa cultura (p.50).
Sendo assim, um dos papéis da instituição é criar meios e possibilidades
de participação efetiva da família, transmitindo segurança e credibilidade sobre a
proposta trabalhada, sanando as curiosidades e dúvidas apresentadas; compartilhando os
sucessos e as dificuldades que o trabalho apresenta, fazendo desta parceria uma
colaboração mútua em que a família também possa interagir e intervir neste processo.
É compreendendo esses elementos que norteiam a relação família-
criança-sociedade que a instituição tem a oportunidade de dialogar com a família a
proposta educacional. Para isso, faz-se necessária a articulação de meios que
proporcionem a contribuição mútua da família e da creche para o desenvolvimento do
21
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011educando, objetivando pensar formas de complementarem-se como instâncias de
vivências da infância.
Nessas condições, o momento de ambientação é considerado de extrema
importância na relação família-creche. É justo, nesse contexto, que as famílias
ingressantes na Creche/UFG, tenham, por meio de reuniões de pais, a primeira
oportunidade formal de expor suas expectativas em relação a este espaço ao mesmo
tempo em que tomam conhecimento da proposta pedagógica que fundamenta as práticas
aqui realizadas.
Além da fase de ambientação, são oferecidas outras situações que visam
o envolvimento e participação da família na proposta pedagógica da Creche:
• Conselho de Creche - é o momento em que os educadores socializam com a
família as observações realizadas em relação às crianças no decorrer do
semestre. Entendemos que a participação dos pais e outros familiares nos
conselhos serve para agregar experiências e saberes e para aproximar os
contextos de desenvolvimentos das crianças.
• Atividades de confraternização – são atividades previstas no calendário
anual, tais como festa da família, família na Creche, festa junina e
confraternização de final de ano;
• Oficinas com os pais – oportunidade dos familiares vivenciarem as
atividades oferecidas na Creche com o objetivo de socialização e
aproximação dos pais das atividades aí desenvolvidas.
• Reuniões coletivas e individuais com a família - são discutidos temas
como calendário, rotina/jornada, gestão, projetos, etc. Entendemos que os
pais precisam conhecer e discutir os objetivos da proposta pedagógica e os
meios organizados para atingi-los, além de trocar opiniões sobre como o
cotidiano familiar se liga a esse plano.
• Diálogos – momentos de troca de informações que podem ocorrer na
chegada e/ou saída das crianças na Instituição.
Há abertura para a participação da família em todos os processos
constitutivos da proposta pedagógica, caracterizada pela constante disponibilidade para
o diálogo por parte dos profissionais da Creche. Assim, é por meio desses momentos
22
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011que a Creche/UFG visa contribuir para que família e educadores se percebam
como aliados na educação e cuidado das crianças. É, portanto, essa parceria que vai
possibilitar o salto qualitativo na relação família-creche, o que, conseqüentemente, tem
influência direta no processo de educação da própria criança.
12. Organização da ação pedagógica/rotina
“Segundo a concepção de educação em que se acredite, a rotina poderá ser instrumento de libertação, autonomia ou de heteronomia, dependência. Mas sempre será constitutiva e mantenedora do processo educativo.” (Freire, 1998, pág 46)
Na Educação Infantil utilizamos o termo “rotina” para designar a
organização do tempo. Rosa Batista (2001) em sua pesquisa “A rotina no dia-a-dia da
creche: entre o proposto e o vivido”, objetivou identificar elementos que pudessem
contribuir para elucidar a lógica organizacional da rotina da creche a partir das ações e
reações das crianças frente ao que lhes é proposto pelo adulto no espaço educacional. A
pesquisa foi feita com registro em vídeo, pois assim foi possível filmar a dinâmica
vivida por um determinado grupo de crianças e adultos, no dia-a-dia da creche.
A autora concluiu que entre o que era proposto pelos adultos e o que as
crianças realizavam havia um desencontro, porque nessa instituição a rotina era criada
para suprir as necessidades do adulto, sem flexibilidade entre um horário e outro. Os
adultos dessa instituição viviam o dilema entre respeitar e partilhar a individualidade da
criança ou seguir a rotina estabelecida, seguindo uma tendência de homogeneidade e
rigidez.
Quando pensamos na palavra “rotina” logo nos vem à mente sensações
de tédio, porém na Creche/UFG tentamos seguir os horários da rotina como um curso
natural do dia. A rotina deve ser flexível no sentido de atender às necessidades das
crianças.
A rotina na educação infantil não pode ser maçante ou tediosa. Devemos
compreender a rotina como uma seqüência de atividades, com um determinado ritmo.
Assim, a rotina propicia às crianças e aos adultos envolvidos localizarem-se no tempo,
no espaço e nas atividades desenvolvidas na Creche. A rotina deve oferecer referência,
segurança e organização, sem se contrapor ao pulsar, aos movimentos e ao prazer.
Uma rotina é necessária até mesmo para que uma surpresa possa acontecer. No
23
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011meio de uma rotina costumeira um personagem fantástico aparecer é um exemplo
disso, assim como chegar e encontrar os brinquedos arrumados de uma maneira
diferente também pode gerar surpresas. Enfim, surpresas só são possíveis com uma
rotina estabelecida. O documento Um dia na Creche retrata a rotina da Creche/UFG e se
encontra no anexo deste documento.
Outro documento que se encarrega da organização do atendimento na
Creche diz respeito às Normas de Funcionamento Interno da Creche/UFG que se
encontra em anexo.
13. Organização curricular
Nesses 20 anos de existência, a Creche/UFG organizou sua proposta
pedagógica com base nas discussões do coletivo de profissionais que por aqui passaram
e nas várias assessorias que teve durante sua trajetória.
Atualmente a instituição organiza suas atividades pedagógicas sob a
forma de projetos que são desenvolvidos semestralmente, tendo como eixo norteador
uma temática escolhida coletivamente. Tal temática busca considerar tanto as
necessidades de aprendizagem e desenvolvimento da criança da faixa etária atendida
pela Creche/UFG quanto seus interesses pautando-se no tripé brincar/cuidar/educar.
Dessa forma, por meio dos projetos de área e dos planos de ação dos agrupamentos, a
temática escolhida é organizada e implementada no cotidiano pedagógico da
Creche/UFG por meio de atividades oferecidas pelas cinco áreas de experiência
assumidas na organização curricular da instituição: artes, brinquedos e brincadeiras,
música, linguagem e passeio.
O cotidiano pedagógico conta com três propostas de atividades assim
organizadas:
• Atividade de acolhida: geralmente acontece no início de cada turno que
pode ou não introduzir a atividade de área planejada pela equipe
responsável;
• Atividade por área de experiência: cada área oferece uma atividade por
semana que acontece, aproximadamente, no meio do turno de
atendimento (manhã 09h30min e tarde 15h30min). Estas atividades são
24
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011planejadas e desenvolvidas pelas equipes responsáveis pela área e
busca envolver as crianças dos quatro agrupamentos da Creche/UFG
(berçário, Grupo I, Grupo II e Grupo III)
• Atividade do plano de ação dos grupos: específica de cada
agrupamento que pode contar ou não com a participação de crianças de
outros grupos. Estas atividades podem estar relacionadas ao projeto
semestral ou podem abarcar outras especificidades do agrupamento
observadas pelos educadores do grupo.
13. 1 - Áreas de Experiência
O currículo atual da Creche/UFG está estruturado dentro de cinco áreas
de experiência: artes, brinquedos e brincadeiras, linguagem, música e passeio. Cada área
é trabalhada em momentos específicos, nos quais são propostas às crianças atividades
estruturadas, relacionadas com a temática do projeto semestral e articuladas entre si
As áreas são coordenadas por dois ou três educadores, os quais assumem
a responsabilidade de pesquisar, planejar e desenvolver as atividades relacionadas com a
temática. Geralmente, a escolha da área em que o educador trabalha se dá de forma
voluntária, pela escolha pessoal ou por afinidade com a sua formação, sendo feito o
possível para contemplar a todos.
As atividades das áreas se desenvolvem de modo articulado e se
organizam em torno de temáticas decididas nos planejamentos da equipe, conciliando os
conteúdos necessários para a formação das crianças e a observação sistemática de seus
interesses e necessidades que são percebidos pelos educadores.
O espaço de intervenção no qual se realizam as atividades pedagógicas é
concebido no viés da proposta sócio-interacionista do desenvolvimento humano
explicitada na apresentação deste documento. As atividades são desenvolvidas em
espaços coletivos nos quais reúnem as crianças de todos os agrupamentos, prevalecendo
as trocas de experiências entre elas, o que favorece a interação entre criança/criança,
criança/educador e criança/ambiente.
Para melhor compreensão das cinco áreas de experiências trabalhadas na
Creche/UFG especificaremos de forma mais detalhada cada uma delas.
25
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
13. 1.1 - Artes
“A ação de criar é como brincar, uma ação investigadora que procura o tempo todo alargar os limites da percepção que a criança tem do mundo e de si mesma”.
Ferreira, 2003
Para Vygotsky (1982) o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a
perspectiva, a intuição e a cognição devem ser trabalhadas de modo integrado visando o
desenvolvimento das habilidades criativas das crianças que não são inatas, pois a
criatividade humana não é exceção, privilegio de poucos gênios, como somos levados a
crer.
Partindo dessa compreensão, as atividades de arte realizadas na
Creche/UFG orientam-se segundo a perspectiva de Barbosa (1996), que propõe o
modelo triangular para o trabalho pedagógico: contextualizar, apreciar e fazer. Nesse
sentido, as atividades se desenvolvem a partir das referencias culturais trazidas pelas
crianças que são contextualizadas e ampliadas pelos educadores. Fomentamos a
apreciação a partir de visitas a galerias de arte, idas ao teatro, dramatizações de histórias
infantis e brinquedos cantados, apresentações de dança, contato com reproduções de
obras de arte. Possibilitamos a experiência do fazer da criança em atividades que
compreendem a releitura de obras artísticas, dramatizações, danças, e proporcionamos a
sua livre expressão através de desenhos, colagem, modelagem, pintura e outros.
Objetivos da Área de Artes:
• Manipular diferentes objetos e materiais artísticos explorando suas caracterís-
ticas, propriedades e possibilidades de manuseio e uso;
• Ampliar as possibilidades de expressão e comunicação;
• Ampliar o conhecimento de mundo que a criança já possui;
• Estabelecer contado com as várias linguagens artísticas;
• Garantir o espaço da expressão individual;
• Proporcionar sensações de autoconfiança e estimular o gosto, o cuidado e o
respeito pelo processo de criação;
• Desenvolver o trabalho em grupo;
26
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Desenvolver o gosto pelo trabalho, respeitando a própria produção e a
produção do colega.
13.1.2 - Brinquedos e brincadeiras
Para Vygotsky (1989), a brincadeira é entendida como atividade social da
criança, cuja natureza e origem específicas são elementos fundamentais para construção
de sua personalidade e sua compreensão da realidade da qual se insere. Nela, estão
presentes três características: a imaginação, a imitação e a regra. Essas características
podem aparecer de forma mais evidente em um tipo ou outro de brincadeira, tendo em
vista a idade e a função específica que desempenham junto à criança.
A área de brinquedos e brincadeiras compreende não somente as
atividades dirigidas, mas também o planejamento do espaço que forneça a interação da
criança com seus pares, da criança com o adulto e da criança com o brinquedo. O
espaço, muitas vezes, é repensado buscando favorecer determinado tipo de brincadeira.
Ao privilegiar áreas como brinquedos e brincadeiras no cotidiano da
creche, partimos da concepção de que o brincar é algo que se destaca como essencial
para o desenvolvimento, o aprendizado e a socialização da criança. Brincar é uma
prática social, onde a criança se apropria de elementos da cultura e os modifica. Pela
brincadeira, a criança tem a possibilidade de expressar seus sentimentos, motivações e
desejos, além de ter a oportunidade de experimentar diversos papeis.
Objetivos da Área de Brinquedos e Brincadeiras:
• Valorizar a brincadeira como forma de expressão de modo que traduza a
construção de conhecimentos pela criança, individual e coletivamente;
• Expressar-se por meios de diversas linguagens;
• Favorecer a interação entre as crianças e das crianças com os adultos pelas
brincadeiras e jogos;
• Possibilitar à criança oportunidades para se apropriar das formas historica-
mente construídas da cultura corporal de movimentos;
• Proporcionar a criação de situações imaginárias que favoreçam o faz- de-
conta;
27
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Possibilitar tempo/espaço para a exploração do corpo, objetos e ambien-
tes;
• Incentivar a criação e interpretação das brincadeiras.
13.1.3 - Linguagem
A linguagem é um fenômeno social na medida em que exprime a relação
que uma sociedade estabelece com o mundo e a civilização, a linguagem é antecedente
ao individuo e impõe-se a ele próprio (LIONS, 1987). Esta dimensão social não impede,
contudo, que a linguagem seja um meio de expressão do pensamento individual na
medida em que o individuo pode recompor, recriar vocábulos, atribuir-lhes novos
significados, trazer possibilidades de atribuir sentido/significado às experiências e
também noções e pensamentos de cada um (DEL RÉ, 2006).
Na educação Infantil a linguagem se constitui como um dos eixos básicos
de trabalho, dada a sua importância para a formação do sujeito, para a interação com
outras pessoas, na orientação das ações das crianças rumo à construção de vários
conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. Desse modo, a educação infantil,
ao promover experiências significativas por meio do trabalho com a linguagem legitima
o reconhecimento desta como um dos espaços privilegiados de ampliação das
habilidades de comunicação, expressão e de acesso ao mundo pelas crianças,
desenvolvendo, com isso, seu universo imaginativo, fundamental nesse período da vida.
(ROCHA, 2004).
Neste sentido, a área de linguagem da Creche/UFG busca valorizar o
contato com um acervo diversificado e estimulante que compreende elementos orais,
não-orais e escritos, que envolvem a literatura infantil, contos, parlendas, contos
folclóricos, contação de histórias, rodas de conversas, fábulas, mímicas, dramatizações,
gestos, dentre outros.
Vale ressaltar que o trabalho com a linguagem desenvolvido na
Creche/UFG visa à inserção da criança no mundo do código escrito, buscando situações
significativas em que ela seja introduzida na compreensão sobre a função social da
escrita.
Objetivos da Área de Linguagem:
28
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
• Ampliar o vocabulário das crianças;
• Apresentar a literatura para as crianças;
• Tornar o espaço e ambiente de relação com a literatura atrativo e interessante;
• Favorecer à criança a possibilidade de expressão nas rodas de conversa;
• Propiciar o acesso da criança a produções escritas como livros, jornais, revis-
tas, gibis, etc;
• Incentivar à criança ouvir e contar histórias;
• Proporcionar atividades que favoreçam a linguagem não verbal e verbal;
• Possibilitar a inserção da criança em contextos significativos de linguagem
escrita;
• Mediar a relação da criança com outras linguagens como a visual, corporal,
musical e gestual-visual.
13.1.4 - Música“os processos cognitivos só podem acontecer quando passam pela questão afetiva. Qualquer aprendizagem musical nos bebês e nas crianças pequenas vai passar necessariamente pela relação entre música e o adulto que com ela convive, sendo esta relação observada atentamente e percebida pelas crianças que ainda se encontram em um momento de comunicação preponderantemente não verbal”.
Esther Beyer, 2003
De acordo com Vygotsky, 1989, O crescimento e o desenvolvimento da
criança estão intimamente articulados aos processos de apropriação do conhecimento
disponível em sua cultura. Neste sentido, concordamos com NOGUEIRA, 2004 que diz
que a música está profundamente relacionada ao desenvolvimento da criança em seus
aspectos afetivos, sociais e cognitivos. Nessa perspectiva, o trabalho com a linguagem
musical no contexto da Educação Infantil possibilita inúmeras abordagens junto às
crianças, mesmo aquelas bem pequenas no sentido de fomentar esse desenvolvimento.
A música, enquanto área de experiência, mais do que uma exigência
legislativa (Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, art.26- “A música deverá ser
conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular...”), deve ser
trabalhada no universo infantil como área que favorecerá a aprendizagem e o
desenvolvimento da criança em todos os aspectos.
29
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Entendemos a música como uma linguagem feita de ritmos e sons,
capaz de despertar e exprimir sentimentos. Seus elementos básicos são: som, ritmo,
melodia e harmonia. (Weigel, 1988). Está presente em todas as regiões do globo, em
todas as culturas e em todas as épocas, ou seja, a música é uma linguagem universal,
que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço.
A área de música desenvolvida pela Creche/UFG está claramente
articulada com as outras áreas trabalhadas e especificamente com a área de brinquedos e
brincadeiras por meio das atividades de brinquedos cantados. Estes desempenham um
papel crucial por favorecer a aprendizagem e apresentar desafios que incentivam a
busca de soluções e envolve raciocínios ágeis, manifestação dos sentimentos, emoções e
pensamentos além de ampliar as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas
corporais.
Nesta perspectiva esta área compreende, ouvir músicas, aprender
canções, brincar de roda, realizar brincadeiras com música (brinquedos cantados), jogos
de mão e manusear instrumentos. Estas atividades despertam, estimulam e desenvolvem
o gosto pela atividade musical além de atender à necessidade de expressão e
comunicação.
Por todas essas razões, a música é considerada como uma das áreas de
experiência mais importantes a serem trabalhadas na educação infantil, pois trabalha
com todas as potencialidades da criança seja proporcionando avanços significativos no
âmbito das relações interpessoais, seja na ampliação da capacidade de aprendizagem.
Objetivos da Área de Música:
• Favorecer a vivência com as brincadeiras infantis acompanhadas de ativida-
des musicais;
• Favorecer o processo de transmissão oral das atividades musicais populares;
• Favorecer a capacidade de percepção dos aspectos da música: ritmo, melodia,
forma, texto e estilo;
• Aproximar as crianças das manifestações musicais e culturais de sua região
do Brasil e do mundo;
• Oportunizar a participação em apresentações musicais;
30
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais e
instrumentos;
• Possibilitar o acesso e manuseio de instrumentos musicais;
• Estimular a expressão corporal;
• Proporcionar o conhecimento sobre ritmos, estilos, forma, texto e melodias
das músicas;
• Propiciar o entendimento sobre a história das músicas selecionadas, sua ori-
gem e significado;
• Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos,
13.1.5 - Passeio
Tendo em vista as áreas de experiências citadas anteriormente, optou-se
por inserir no currículo da Creche/UFG o passeio como a quinta área dado a sua
importância para a formação sócio-cultural da criança tendo em vista a ampliação do
conhecimento do meio no qual ela está inserida. Nessa perspectiva, o passeio busca
ampliar a vivência das crianças tanto em ambientes internos quanto externos à UFG.
A localização da Creche no Campus II favorece a diversidade de
possibilidades desta área. As crianças têm a oportunidade de visitar várias unidades
acadêmicas como a Faculdade de Educação Física, usufruindo da pista de atletismo, do
ginásio de lutas, das salas de dança, das piscinas, etc. Na Faculdade de Artes Visuais e
na Escola de Música e Artes Cênicas elas podem assistir recitais e visitar exposições e
na Faculdade de Letras usufruem de uma ampla sala de cinema. Nestes momentos as
crianças tem a oportunidade de estabelecerem relações significativas com outras
pessoas, animais, objetos e o meio ambiente.
Os passeios para espaços externos ao Campus são restritos devido a
exigência de transporte adequado para crianças pequenas. Entretanto, diversas
atividades são desenvolvidas junto com as crianças em passeios imaginários nos quais
também se podem sentir emoções importantes como a alegria, o medo, a tristeza, a
confiança, muitas vezes sem sair do espaço da Creche.
.
Objetivos da Área de Passeio:
31
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Favorecer a integração com diferentes espaços/ambientes/contextos;
• Ampliar as vivências culturais;
• Incentivar a apreciação de obras de arte;
• Promover a convivência;
• Favorecer a construção de uma relação de respeito e preservação do meio
ambiente;
• Favorecer a criança perceber-se como integrante do meio;
• Trabalhar a importância da organização individual e coletiva em situações de
interação;
• Possibilitar a manifestação do diálogo, idéias, necessidades, emoções e
curiosidades vivenciadas no passeio;
• Incentivar a criatividade e a imaginação;
• Trabalhar a percepção de espaço-tempo da criança.
14. Agrupamentos
Um anseio coletivo da Creche é re-abrir a turma de quatro anos que foi
fechada diante das condições adversas que a universidade atravessou no ano de 2002.
Entretanto, com a reforma do prédio da Creche, esse anseio toma novos contornos. Para
tanto, será necessário a contratação de pessoal efetivo e a elaboração de um currículo
que responda as necessidades dessa faixa etária. Diante esse quadro, o coletivo atual de
educadores da Creche/UFG decidiu reavaliar o currículo dos grupos desde o berçário até
o Grupo III e rever a proposta de currículo apresentada em 2009 para o Grupo IV.
14.1 Berçário:
Segundo a perspectiva sócio-interacionista do desenvolvimento humano,
a criança e sua construção enquanto sujeito ocorre em determinados contextos
historicamente determinados. A interação da criança com estes contextos que são
mediados pela cultura favorece a apropriação de um saber construído pelo seu grupo e
ainda modificá-lo, modificando com isso a si mesmo.
Nesse sentido, o trabalho realizado no berçário da Creche/UFG defende
alguns princípios sintonizados com a proposta pedagógica da instituição, que priorizam
32
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011aspectos como a afetividade, a interação, o movimento, a organização do tempo e
do espaço e ainda as várias linguagens visando os seguintes objetivos:
Objetivos do Berçário:
• Incentivar o desenvolvimento social e afetivo dos bebês;
• Promover a familiarização, exploração e descoberta do espaço da Creche;
• Propiciar a socialização com outros adultos e com crianças de idades
diferentes, promovendo interações entre: criança/crianças; crianças/objetos;
crianças/adultos e adultos/objetos.
• Incentivar o desenvolvimento de habilidades físico/motoras como: sentar,
engatinhar rolar, arrastar e andar;
• Incentivar o desenvolvimento de diferentes percepções sonoras, visuais, táteis,
olfativas e gustativas;
• Proporcionar a familiarização com elementos da cultura por meio da música
dança, jogos, brinquedos e brincadeiras populares;
• Propiciar a socialização com outros adultos e com as crianças de idades
diferentes;
• Incentivar o desenvolvimento da autonomia no manuseio de diferentes objetos
como talheres, copos, mamadeiras, brinquedos, etc.;
• Incentivar o desenvolvimento da linguagem oral, gestual, musical e plástica;
• Proporcionar o reconhecimento de si e dos outros;
• Oportunizar a ampliação dos significados sociais já construídos pelos bebês;
• Promover a progressiva segurança física e emocional do bebê;
Para alcançarmos estes objetivos utilizamos uma metodologia específica para o
berçário.
Metodologia
33
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Organização do ambiente do berçário com almofadas, tapetes e brinquedos
de modo que favoreça a interação;
• Promoção de passeios fora da Creche;
• Roda de músicas;
• Presença das crianças do berçário no pátio, parque, etc;
• Roda de brinquedos de montar;
• Atividades com banheiras e bolinhas coloridas;
• Quando ainda não se deslocar sozinho utilizar o colo do educador, carrinho ou
bebê conforto para se aproximar dos diferentes espaços do próprio berçário
como: espelhos, mesa, varal de livros, caixa de brinquedos, cadeirinhas, porti-
nhola, armários, etc.;
• Mudanças de posições dos bebês que ainda não se deslocam, colocando-os às
vezes, no carrinho, pneu, colchonete, bebê conforto de modo que interaja com os
outros bebês e crianças.
• Acomodar almofadas nas costas e laterais do bebê colocando-o sentado no
colchonete.
• Colocar o bebê dentro do pneu com auxilio de encosto;
• Colocar um brinquedo/objeto a certa distancia incentivando o bebê a buscá-lo,
esticando os braços, arrastando, engatinhando, etc;
• Distribuir livros, brinquedos, bolas sobre as mesas ou bancos para que se apóie
ficando de pé para pega-los;
• Manipular objetos, segurar, morder, bater, amassar, afastar, puxar, etc
• Empurrar cadeirinhas, carrinhos de bebê;
• Cantigas de roda
• Atividades que envolvam percepções sonoras como sons de carro, avião, sons
graves e agudos;
• Atividades com diferentes instrumentos musicais como pandeiros, caxixi,
chocalho latinhas ou garrafas bem lacrados com pedrinhas, arroz feijão etc;
• Atividade que ofereçam a apreciação de diferentes estilos musicais;
• Atividades que envolvam percepções visuais como contação de histórias com
fantoches, dedoches e livros com gravuras maiores; cinema, coleções Baby
Vídeo e outros; clips musicais, desenhos; móbiles coloridos; pintar e fantasiar os
34
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011bebês para que se olhem no espelho; ficar de frente para o espelho e caixa
colorida com surpresa;
• Atividades que envolvam percepções táteis como brincar com gelatina colorida,
fria; brincar com mingau colorido de maisena ou sagu; brinquedos de borracha,
pano, plástico; brincar na areia com embalagens; pintar a cartolina e o corpo
com tinta guache; segurar os brinquedos, copos, mamadeiras, colheres;
• Atividades que envolvam percepções olfativas com cheiro dos alimentos, cheiro
das flores, cheiro das roupas e cheiro da cocô;
• Atividades que envolvam percepções gustativas como convidar os bebês a
saborear e diferenciar o sabor das frutas, dos sucos etc.; identificar pelo sabor o
alimento que estão comendo, brincar com embalagens, brinquedos,
familiarização com os elementos da cultura;
• Desenvolver atividades que estimulem o desenvolvimento de sensações por
meio da massagem;
• Atividades que incentivem o sentar, rolar, engatinhar, arrastar e andar, utilizando
bolas, pneus,colchonetes, almofadas, andador, etc;
• Apreciação de músicas, brinquedos cantados, teatro, etc;
• Diálogo tônico para os momentos de higiene, limpeza, alimentação e descanso;
• Jogos de esconder, empilhar, derrubar e arremessar, além de brinquedos
cantados, cantigas de ninar;
• Atividades de interação com pais, educadores e outros bebês;
• Experimentação e exploração de brincadeiras diversas;
14.2 Grupo I
As crianças deste agrupamento tem a idade entre 1 e 2 anos, necessitando
de um trabalho voltado para o desenvolvimento da autonomia, o aprimoramento da
marcha, o desenvolvimento da fala e da coordenação motora, da interação entre criança
e criança/ adulto, percepção de si e do outro e também do espaço, etc. Para tanto,
desenvolvemos atividades que contemplem os seguintes objetivos:
35
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Objetivos:
• Incentivar a fala;
• Incentivar a autonomia nas brincadeiras;
• Aprimorar a marcha;
• Vivenciar diferentes ambientes na própria Creche;
• Incentivar o controle dos esfíncteres;
• Estimular brincadeiras de construção;
• Inserir a criança na roda de conversa e de escovação;
• Incentivar a exploração de ambientes fora da Creche;
• Proporcionar o manuseio de diferentes texturas.
• Reconhecimento do próprio corpo;
• Reconhecimento das sensações corporais (sede, cansaço, frio calor, etc.);
• Estimular a expressão de sentimentos e emoções;
• Familiarizar a criança com momentos de higienização;
• Tornar os momentos de refeição atrativos e construir autonomia no manuseio de
instrumentos utilizados durante a alimentação;
• Incentivar a interação entre criança/criança e criança/adulto.
Com o intuito de alcançarmos estes objetivos utilizaremos uma metodologia
específica para este grupo.
Metodologia:
• Roda de conversa, música, brincadeiras cantadas, contação de história, etc;
• Incentivo da autonomia nas brincadeiras explorando os brinquedos e as diversas
formas de brincar;
• Exploração de espaço, promovendo situações desafiadoras e significativas, como
circuito de obstáculos, trilhas, saltos, etc;
• Vivências em diferentes ambientes;
• Apoio ao controle dos esfíncteres por meio do uso da calcinha e da cueca, do
convite para criança usar o pinico, da observação e da conversa;
36
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Brincadeiras de construção por meio de jogos de quebra cabeça, empilhar,
massinha, argila, e outros;
• Incentivo à exploração do ambiente fora da Creche, por meio de passeios;
• Manuseio de diferentes texturas por meio de massinhas, argilas, areia, gelatina,
provocando o conhecimento de aspectos como espero, liso, macio, duro, etc);
• Reconhecimento do próprio corpo por meio da exploração da imagem no
espelho, música, toque, desenho e massagem;
• Reconhecimento das sensações corporais como frio, calor, choro, fome, etc. e
emoções por meio da conversa, convites, histórias e dramatizações;
• Momentos de higienização do próprio corpo com objetos, músicas, histórias,
fantoches, etc.;
• Momentos de refeição atrativos;
• Manuseio mediado de instrumentos como talheres, utilizados durante a
alimentação favorecendo um ambiente seguro e tranqüilo;
• Incentivo da interação entre criança/criança e criança/adulto por meio de
brincadeiras e da cooperação.
14.3 Grupo II:
O grupo II é constituído por crianças da faixa etária entre dois e três anos
de idade que apresentam processos de aprendizagem em níveis diferenciados, o que
torna a interação entre elas ainda mais rica, exigindo do educador constantes
intervenções no sentido de ampliar os conhecimentos existentes e incentivar novas
aprendizagens e apresenta-se com os objetivos a seguir.
Objetivos:
• Favorecer ações que auxiliem a criança na construção da identidade (sensações,
percepções, sentimentos, necessidades e emoções);
• Ampliar o conceito de identidade;
• Incentivar a autonomia;
• Incentivar a cooperação entre as crianças;
• Oportunizar o desenvolvimento e ampliação da linguagem verbal;
37
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Desenvolver habilidades por meio do jogo e do movimento;
• Promover noções de cuidados consigo mesmo com noções de higiene, limpeza,
alimentação e descanso;
• Incentivar a criança a interagir com os ambientes internos e externos da Creche;
• Incentivar a criança a aprender a compartilhar, cooperar, esperar a vez, seguir as
normas, respeitar os combinados, etc.
• Proporcionar o desenvolvimento da intercomunicação e linguagem oral
ampliando a compreensão que a criança possui;
• Proporcionar o desenvolvimento da linguagem plástica estimulando a
experimentação de diversos materiais;
• Proporcionar o desenvolvimento da linguagem musical e a expressão corporal
estimulando a reprodução de gestos e movimentos e propiciando a criança a
autonomia para a criação de novos movimentos;
• Proporcionar o desenvolvimento da linguagem matemática estimulando a
apreensão de conceitos.
Dentre inúmeras metodologias que poderiam nos auxiliar na tentativa de
alcançar os objetivos traçados destacamos as seguintes:
Metodologia:
• Jogos de motricidade, habilidades manuais, caminhada, deslocamento, equilíbrio
e postura etc.;
• Rodas de conversa e momentos específicos na hora da higienização dos dentes
(escovação);
• Rodas de histórias;
• Proposição de acordos de regras junto com as crianças;
• Brincadeiras de roda;
• Rodas de música;
• Massinha;
• Brincadeiras e cantigas em que sejam citados os nomes das crianças e dos
educadores;
38
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Jogos de movimento, jogos de motricidade que envolvam habilidades
manuais, caminhada, deslocamento, equilíbrio e postura etc.
• Passeios internos e externos á creche, além da realização de atividades em
diferentes espaços da Creche;
• Brincadeiras de faz-de-conta;
• Incentivo ao uso do vaso sanitário, da pia e do chuveiro de forma autônoma,
assim como a troca de roupa;
• Atividades utilizando vários materiais artísticos como instrumentos musicais,
livros, tintas, etc.;
• Atividades que envolvam recorte e colagem;
• Massagem.
14.4 Grupo III:
O Grupo III é formado por dezesseis crianças por turno e conta com dois
educadores referência no agrupamento. Este grupo se constitui de crianças com idades
entre três e quatro anos e os objetivos específicos estão elencados abaixo.
Objetivos:
• Favorecer o conhecimento de si mesmo e do próprio corpo possibilitando a
percepção de seus sentimentos e emoções;
• Propiciar a construção da identidade e autonomia;
• Oferecer oportunidade para que a criança construa a sua aceitação e a confiança
em si mesmo;
• Possibilitar às crianças o conhecimento de jogos, brinquedos e brincadeiras em
que possam pesquisar reproduzindo e criando movimentos diversos;
• Propiciar que as crianças se expressem corporalmente e explorem espaços
amplos e variados;
• Incentivar os cuidados de si mesmo e do ambiente;
• Possibilitar a realização de jogos que envolvam movimento;
• Possibilitar a reprodução e a criação de movimentos corporais;
39
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Promover atividades que favoreçam as habilidades manuais;
• Promover ambientação no espaço de educação;
• Favorecer interações e relações com outras crianças, com adultos e o ambiente
(espaço);
• Favorecer a construção das noções de espaço e de tempo;
• Favorecer a construção de regras de convivência social;
• Promover situações desafiadoras e significativas;
• Promover situações que favoreçam a aquisição e ampliação da linguagem verbal
e não verbal;
• Favorecer o diálogo;
• Favorecer a ampliação do repertório cultural e vocabulário;
• Promover situações que favoreçam o conhecer, apreciar e o fazer artístico;
• Desenvolver o potencial de comunicação, expressão e memorização;
• Favorecer a vivência de brincadeiras infantis acompanhadas de atividades
musicais;
• Favorecer o processo de transmissão oral das atividades musicais populares;
• Favorecer a capacidade de percepção dos aspectos da música como ritmo,
melodia, forma, texto e estilo;
• Ampliar as vivências que favoreçam o contato com as manifestações musicais e
culturais de sua região;
• Possibilitar o acesso aos instrumentos musicais;
• Estimular a percepção de conceitos matemáticos.
De acordo com os objetivos traçados a metodologia mais coerente será a
de proporcionar atividades que promovam a interação. Será realizado um trabalho de
estimulação de cuidado com o próprio corpo, com os objetos pessoais incentivando a
autonomia (despir-se e vestir-se) e a cooperação ( ajudar o colega nessas ações). Para
tanto utilizaremos as atividades elencadas a seguir.
Metodologia:
40
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
Por meio de jogos e atividades que possibilitem o movimento e
expressões corporais, incentivaremos as crianças do grupo III a construírem a identidade
do seu próprio grupo, criando assim possibilidades de criação de jogos que ao mesmo
tempo proporcionarão a interação e o desenvolvimento físico/motor.
Pretendemos também promover atividades que desenvolvam habilidades
manuais, através de diferentes texturas, técnicas, formas e expressões artísticas (argila,
recorte, desenho, etc). Utilizaremos a mesma proposta para estimular a percepção
musical através de ritmos e sonoridades variadas, ampliando o universo cultural da
criança.
Incentivaremos do movimento e a expressão corporal das crianças
através de jogo motriz, caminhada, deslocamento, equilíbrio e postura, expressão
corporal e habilidade manual, etc. e estimularemos a criatividade e a curiosidade através
de atividades/jogos/brincadeiras.
14.5 Grupo IV:
O agrupamento IV ainda não está constituído, mas prevê o atendimento
inicial de crianças com idades entre quatro e cinco anos de idade. O quantitativo de
crianças e a razão adulto/criança ainda será debatida pelo coletivo de educadores por
ocasião de sua implementação. Na tentativa de anteciparmos este debate propomos os
seguintes objetivos para o Grupo IV.
Objetivos:
• Favorecer a construção da identidade e autonomia
• Incentivar os cuidados com os materiais de uso coletivo e individual;
• Incentivar o desenvolvimento social para que a criança se perceba como ser hu-
mano e parte de um todo (social);
• Reconhecer-se como membro de um grupo, respeitando direitos, deveres e opi-
niões divergentes;
• Incentivar a construção e utilização de regras no convívio social;
41
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Ampliar o conhecimento de mundo das crianças, por meio do contato com
objetos e materiais artísticos;
• Favorecer o diálogo para que as crianças possam expressar-se por meio da lin-
guagem verbal suas opiniões, sentimentos, situações cotidianas etc;
• Estabelecer aproximações às noções matemáticas presentes no seu cotidiano;
• Favorecer a construção do conhecimento lógico matemático;
• Contar e recontar história;
• Ampliar o repertório literário das crianças por meio dos diversos portadores tex-
tuais;
• Incentivar a formação de leitores/escritores;
• Incentivar registros por meio da escrita individual ou coletiva de forma espontâ-
nea e/ou mediada;
• Incentivar registros por meio do desenho;
• Explorar as diversas formas de expressão artística regional e nacional como mú-
sica, teatro, pintura, esculturas entre outras.
42
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Metodologia:
Na tentativa de alcançar os objetivos traçados serão desenvolvidas na ro-
tina do agrupamento IV atividades significativas e contextualizadas com o interesse do
grupo.
Desse modo, visando favorecer a interação criança/criança, criança/adul-
to e o desenvolvimento social, cognitivo, afetivo e motor serão proposta as seguintes
atividades:
• Brincadeiras de Faz-de-conta;
• Brincadeiras de papéis sociais;
• Contação de histórias;
• Rodas de conversa;
• Rodas de músicas;
• Momento do conto e reconto;
• Desenho livre;
• Desenho mediado;
• Escrita mediada e escrita espontânea;
• Jogos numéricos (trilhas, bingo, dominó);
• Cantigas populares que envolvam números como; indiozinhos, o foguete, a gali-
nha do vizinho, a lata de biscoito;
• Musicas que falam de nomes: Todos os nomes, Tatê, calanquê, quixilanquê de
Bia Bedran;
• Realizar brincadeiras e cantigas em que sejam citados os nomes das crianças e
dos educadores;
• Atividades com jogos pedagógicos envolvendo letras, números e outros símbo-
los;
• Atividades envolvendo dança, imitação e mímica;
• Atividades que envolvam o movimento enquanto linguagem;
• Atividades que desenvolvam a atenção, concentração e memória.
43
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 201115. Processos e Instrumentos de Avaliação
Na Creche/UFG a concepção sobre os processos e os instrumentos
avaliativos da Educação Infantil não são concebidos de forma dissociada de outros
elementos, como os conceitos de infância, educação infantil, aprendizagem e
desenvolvimento, além dos fins e objetivos que constam na proposta pedagógica. Neste
contexto a avaliação está presente nos diferentes momentos vivenciados no espaço de
Educação Infantil, que atua como dinâmica que acompanha e influencia
qualitativamente a construção do conhecimento pela criança. Esta forma de conceber a
avaliação centra-se nos processos e não na individuação de cada criança, evidenciando
as concepções e fundamentações da proposta, destinando-se principalmente à
reorientação do fazer pedagógico.
A prática pedagógica nesta instituição organiza-se numa lógica que
valoriza tanto as necessidades da criança, observando seus passos, avanços e
dificuldades, como os processos e as interações vivenciadas no cotidiano da Educação
Infantil. Neste sentido, concorda-se com a perspectiva de avaliação na Educação Infantil
que sirva como ferramenta para o arranjo de boas condições para o desenvolvimento
infantil, conforme destaca Oliveira (2002). A autora diz ainda que avaliar promove o
redimensionamento do contexto educacional, ou seja, repensa o preparo dos
profissionais, suas condições de trabalho, os recursos disponíveis e as diretrizes
defendidas. Envolve, também, conhecer os diversos contextos de desenvolvimento de
cada criança, que pontua uma história coletivamente vivida, aponta possibilidades de
ação educativa e avalia as práticas existentes.
Sobre esta perspectiva, pensar a avaliação implica repensar o papel social
da Creche e do profissional da educação, levando em consideração alguns princípios
que norteiam a prática pedagógica desenvolvida nesta instituição de Educação Infantil,
tais como:
• Valorização dos processos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças;
• Valorização das experiências culturais das crianças;
• Valorização da conquista da autonomia e da liberdade de expressão;
44
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Valorização da inclusão e do diálogo;
• Valorização do trabalho coletivo;
• Valorização da organização do tempo e do espaço pedagógicos (rotina);
• Valorização do educador como mediador no processo de aprendizagem.
Dessa forma, no entendimento da avaliação como ato que traz o caráter
da coletividade e de reconhecimento do contexto e dos vários atores que estão
envolvidos na Educação Infantil, busca-se conceber a avaliação em seu sentido social,
envolvendo conceitos, valores e procedimentos que perpassam todo o projeto
pedagógico.
Sobre como avaliar as vivências e aprendizagens construídas com as
crianças na Creche/UFG são utilizados instrumentos e processos, tais como:
• Relatos semanais: consiste em registrar a observação semanal da dinâmica
interativa entre as crianças do agrupamento e da Creche, em que se busca
registrar freqüentemente suas vivências pela necessidade de pensar e,
portanto avaliar as condições nas quais ocorrem determinadas interações.
• Conselho de Creche: produção de relatórios descritivos, semestral
contemplando aspectos individuais e do grupo sobre os processos de
aprendizagem e de desenvolvimento das crianças
• Socialização do Conselho de Creche com a Família: reunião semestral nas
quais os educadores socializam e discutem com a família as observações
sistematizadas no relatório do Conselho de Creche. Estes momentos podem
ser organizados de modo coletivo ou individualmente com cada família;
• Produções das Crianças: valorização dos registros e produções das
crianças, com o intuito de socializar com a família e com a comunidade o
material produzido pelas próprias crianças de modo que expressam os
diversos momentos e atividades vivenciadas no grupo;
• Avaliação da Instituição feita pelas Famílias e Profissionais da Creche-
UFG: realizada de acordo com a necessidade institucional e familiar;
45
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011• Avaliação realizada pelas Crianças: consiste na participação das
crianças de alguns agrupamentos, as quais são convidadas a refletirem e
expressarem suas impressões sobre as atividades realizadas e suas ações no
grupo.
• Avaliação do trabalho realizado pelos educadores e a auto-avaliação:
Esta avaliação se realiza no final de cada semestre, na qual os educadores
reavaliam suas práticas.
Estes processos e instrumentos avaliativos são justificados dentro deste
espaço educacional que valoriza as interações pedagógicas adulto/criança,
criança/criança e criança/ambiente. Nessa perspectiva, a intencionalidade assume um
caráter de premeditação – planejamento prévio, acompanhamento e avaliação. Partindo
desse pressuposto, o Conselho de Creche é um dos principais instrumentos de avaliação
realizado na Creche/UFG, previsto no calendário interno para acontecer duas vezes ao
ano. Nesse momento, os educadores sistematizam a avaliação do processo educativo
desta instituição e se reúnem para construir a ficha avaliativa de cada criança, baseando-
se em seus processos individuais e coletivos de aprendizagem e desenvolvimento em
situações de trocas e interações.
A compreensão dos sentidos e dos significados sociais envolvidos nos
processos de avaliação faz com que o coletivo de educadores da Creche/UFG se
debruce na construção de instrumentos avaliativos com objetivo de integrá-los aos fins e
propósitos da Educação Infantil.
Enfim, avaliar envolve compreender a criança, o educador, a realidade e
as relações que se estabelecem. Isso se faz possível pela consciência por parte dos
educadores da dialeticidade desse processo e dessa relação educador/meio/criança.
16. Considerações Finais
Durante a VII Semana de Formação do Educador da Creche/UFG
realizada em janeiro de 2011 procedemos a avaliação anual do nosso Projeto Político
Pedagógico que foi devidamente concluída. Todos os tópicos receberam um olhar
especial das equipes responsáveis, entretanto, outros tópicos ainda necessitam ser
formalizados, como: a relação da Creche com as Unidades Acadêmicas, o modelo de
46
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011gestão assumido por esse coletivo de educadores, a articulação da Creche/UFG
com as redes municipais e estaduais, a política de inclusão desta instituição e de sua
formação continuada, dentre outros. Embora a tarefa futura seja igualmente desafiadora
como esta aqui apresentada, estamos certos de que com a competência demonstrada
pelo grupo e uma dose ainda maior de compromisso coletivo com essa instituição
atingiremos nosso objetivo, qual seja, apresentar a comunidade interna e externa da
Creche a sistematização da sua proposta pedagógica em sua totalidade. É, pois, o
desafio colocado aos sujeitos históricos que agora participam do contexto da
Creche/UFG.
Faz-se necessário lembrar que o processo de sistematização de um PPP
bem como sua avaliação anual, traz como princípio a construção e debate coletivos de
todas as suas etapas envolvendo o maior número possível de participantes. Nesse
sentido é preciso que reconheçamos o esforço da equipe em 2011 em pensar, discutir e,
por conseguinte reavaliar o documento em sua íntegra. Observamos no grupo o cuidado
em garantir a maior autenticidade e coerência possível entre a realidade e sua síntese
atual, parcialmente, apresentada sob a forma do Projeto Político Pedagógico da
Creche/UFG/2011.
17. Referências
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Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
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49
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011
Projeto Político Pedagógico da Creche/UFG - 2011
Equipe responsável pela reelaboração:
Diretora
Daisy Maria Alves de Queiroz
Coordenação Administrativa
Maria Tereza dos Santos
Apoio Pedagógico
Ione Mendes Silva Ferreira
Equipe Pedagógica:
André Luis Moura Siqueira
Daiane Ferreira de Araujo
Daisy Mª Alves de Queiroz
Elza Ferreira Campolino
Fabrícia Ribeiro Marques
Ione Mendes Silva Ferreira
João Paulo S. Carvalho
Luana Brígida C. Pelas
Luciana Ferreira da Silva
Kátia Pinheiro Araújo Amaral
Kely Araújo Melo
Mayra Gabriela Hernández Leodéssimo
Marcos Antônio de Abreu Rodrigues
Maria Tereza dos Santos
Mariana Jonas Damião
Rafaela de Morais Ramos
Sabrina Fernandes
Sarah Caetano de Melgaço
Silas Cézar Santana dos Santos
Talita Gabrielle dos S. Santos
50
Projeto Político Pedagógico - Creche/UFG - 2011Tânia Maria Nunes Sampaio
Werley Lucas Martins
Equipe Administrativa
Daisy Maria Alves de Queiroz
Edson Borges de Araújo
Lucy de Fátima Lourenço
Maria Tereza dos Santos
Equipe de Nutrição:
Ivaltuir José da Rocha
João Agostinho Neto
Luciana Ferreira de Oliveira
Vandeleide Barbosa de Araújo
Equipe de apoio (Higienização e Portaria):
Sirley Rodrigues dos Santos
Joana da Silva Barbosa
Lourivany Lucena da Silva
Maria de Lourdes da Silva
Núbia Silva dos Santos Gomes
Rita Rocha Araújo Rodrigues
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