Minha neta diz que meu quintal parece um jardim botânico

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“Minha neta diz que meu quintal parece um jardim botânico” Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1866 Novembrol/2014 Cubati A família de Maria José Barros (Dona Dé) e Clovis Galdino mora na comunidade Aliança, município de Cubati, na Paraíba. O casal sempre viveu do trabalho na agricultura e está junto desde 1976. Moraram por 2 anos em terras de vizinhos no sitio Lagoa de Pedra, quando se mudaram para a propriedade que hoje moram (terra que pertenceu ao pai de Dona Dé) foi que construíram a primeira casa (de barro). Depois de algum tempo juntando dinheiro com o trabalho na agricultura e criações, construíram a casa de alvenaria. Da união do casal nasceram cinco filhos, 3 mulheres e 2 homens, Valdilene, Valdete, Valdênia, Clovis Jr e Pedro Carlos, hoje, todos são casados. Seu Clovis diz que trabalhava alugado numa fazenda (Campo da Lagoa) a 7 km da propriedade para ganhar o dinheiro da feira, enquanto isso Dona Dé trabalhava com os filhos na terra da família. “Eu fui criada já trabalhando no roçado com meu pai e aprendi muito da agricultura, com ele”, explica a agricultora. O acesso água era difícil, como não tinha água na propriedade, eles iam pegar num poço a 6km da propriedade, o transporte era feita em uma carroça de boi. Nessa época, criavam uma vaca de leite, um boi, um burro, galinhas e porcos. Chegaram a possuir de 10 a 20 cabeças de bovinos. A renda da família vinha do trabalho alugado, das criações e da produção do roçado (milho, feijão, fava, algodão, jerimum, melancia, etc.) tudo para o consumo, no ano que sobrava, vendiam o excedente. O casal que ainda trabalha na agricultura, já conseguiu se aposentar. Continuam cultivando várias culturas, e no quintal é possível encontrar pinha, manga, goiaba, graviola, acerola, maracujá, limão, laranja tangerina, mamão, abacaxi, seriguela, graviola, maçã, uva, romã, maracujá, goiaba, limão, e na extensão da propriedade existe mais de 35 pés de umbu.

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A família de Maria José Barros (Dona Dé) e Clovis Galdino mora na comunidade Aliança, município de Cubati, na Paraíba. O casal sempre viveu do trabalho na agricultura e está junto desde 1976. Trabalham no quintal de casa com uma grande variedades de hortaliças e fruteiras.

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“Minha neta diz que meu quintal

parece um jardim botânico”

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1866

Novembrol/2014

Cubati

A família de Maria José Barros (Dona Dé) e Clovis Galdino mora na comunidade Aliança, município de Cubati, na Paraíba. O casal sempre viveu do trabalho na agricultura e está junto desde 1976. Moraram por 2 anos em terras de vizinhos no sitio Lagoa de Pedra, quando se mudaram para a propriedade que hoje moram (terra que pertenceu ao pai de Dona Dé) foi que construíram a primeira casa (de barro). Depois de algum tempo juntando dinheiro com o trabalho na agricultura e criações, construíram a casa de alvenaria.

Da união do casal nasceram cinco filhos, 3 mulheres e 2 homens, Valdilene, Valdete, Valdênia, Clovis Jr e Pedro Carlos, hoje, todos são casados. Seu Clovis diz que trabalhava alugado numa fazenda (Campo da Lagoa) a 7 km da propriedade para ganhar o dinheiro da feira, enquanto isso Dona Dé trabalhava com os filhos na terra da família. “Eu fui criada já trabalhando no roçado com meu pai e aprendi muito da agricultura, com ele”, explica a agricultora.

O acesso água era difícil, como não tinha água na propriedade, eles iam pegar num poço a 6km da propriedade, o transporte era feita em uma carroça de boi. Nessa época, criavam uma vaca de leite, um boi, um burro, galinhas e porcos. Chegaram a possuir de 10 a 20 cabeças de bovinos. A renda da família vinha do trabalho alugado, das criações e da produção do roçado (milho, feijão, fava, algodão, jerimum, melancia, etc.) tudo para o consumo, no ano que sobrava, vendiam o excedente.

O casal que ainda trabalha na agricultura, já conseguiu se aposentar. Continuam cultivando várias culturas, e no quintal é possível encontrar pinha, manga, goiaba, graviola, acerola, maracujá, limão, laranja tangerina, mamão, abacaxi, seriguela, graviola, maçã, uva, romã, maracujá, goiaba, limão, e na extensão da propriedade existe mais de 35 pés de umbu.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

Conservam uma variedade de plantas: medicinais (erva doce, hortelã miúda, capim santo, erva cidreira, babosa, louro, hortelã do maranhão, endro, etc.), hortaliças (cebola, coentro, alface, couve, pimentão, quiabo, jerimum, alface, tomate cereja e tomate) e algumas espécies forrageiras (capim, macambira, cardeiro, sisal, palma, palmatória, maniçoba, capim braquiária, feijão guandu, agave e facheiro). “Minha neta diz que meu quintal parece um jardim botânico”, explica Dona Dé.

As hortaliças estão plantadas em tinas e são regadas com água servida, assim também são as fruteiras. Dona Dé diz que lava roupas no tanquinho por que assim fica mais fácil controlar o aproveitamento e lava a louça em bacias. “Só nos coentros que uso água da cisterna”, diz a agricultora.

Para conservar a umidade no solo, ela coloca folhas secas nos pés das plantas (cama morta). Como ainda não filtram a água servida, explicam que não usam água com gordura, por que além de queimar, também provoca a degradação do solo.

Na propriedade tem duas cisternas de água de beber, uma feita por iniciativa da família e outra que veio pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Na propriedade também têm um poço que gera 250 l por hora, mas está sem bomba. A família está sendo apoiada com uma Cisterna-Calçadão.

Atualmente criam 20 galinhas, todas de capoeira, um boi para o trabalho no roçado e três garrotes. Os animais bebem do barreiro que existe na propriedade, “reservatório que o próprio Clóvis fez”, diz a agricultora. No período de estiagem, alimentam os animais com palma, facheiro, resíduo e cardeiro, ainda não usaram a estratégia de ensilagem para armazenar forragem, apenas guardam num galpão a palha do milho em paió. Continuam plantando milho, feijão, fava e nos últimos anos não venderam porque lucraram pouco. Guardam sementes de milho, feijão (macassa), fava, jerimum, melancia, coentro, alface, etc.

Com a chegada da Cisterna-Calçadão pretendem intensificar o trabalho no arredor de casa com hortas e pomar.

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