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Minas Gerais Railways - The Best Freight Trains in Brazil 18 de junho de 2010 Minas Gerais Railways http://minasgeraisrailways.ning.com/ 1 Minas Gerais Railways The Best freight Trains in Brazil Aqui é um bom lugar! Vespasiano, MG Um pouco de História Minas Gerais possui a maior malha ferroviária do país, o que a faz concentrar o maior volume de tráfego de trens também. Três grandes ferrovias se distribuem em seu território: MRS, Vale e FCA. Essas três empresas se encontram em Belo Horizonte (BH para os íntimos) e arredores. Dentre os muitos locais onde se pode avistar trens das três ferrovias circulando em um mesmo local, vamos abordar aqui a cidade de Vespasiano, local em que fixei residência desde o ano 2000. Situada às margens do Ribeirão da Mata, a 693 metros de altitude, Vespasiano teve sua origem no prolongamento da Linha do Centro, da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil - EFCB rumo à região norte do país. O projeto original contemplava uma linha que, a partir de Santa Luzia, seguisse a margem esquerda do Rio das Velhas até sua confluência com o Rio São Francisco, nas imediações da atual localidade de Pirapora. Assim, ao atingir a localidade da Fazenda da Carreira Comprida - local assim denominado em virtude da fuga dos “emboadas” durante uma batalha travada naquela localidade contra o Exército Imperial, que pôs fim à Revolução Liberal Mineira de 1842 - as empreiteiras iniciaram a abertura do leito ferroviário no sentido de cruzar o Ribeirão da Mata em sua foz com o Rio das Velhas, e seguir este curso d’água através das localidades de Lagoa Santa, Baldim, Jequitibá, entre muitas outras. Não sabemos ainda a extensão alcançada por esse leito primitivo da Central, mas tem-se a confirmação da sua abertura pelos marcos de pedra fixados em fazendas situadas às margens do Rio das Velhas em Lagoa Santa.

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The Best freight Trains in Brazil

Aqui é um bom lugar!

Vespasiano, MG

Um pouco de História

Minas Gerais possui a maior malha ferroviária do país, o que a faz concentrar o maior volume de tráfego de trens também. Três grandes ferrovias se distribuem em seu território: MRS, Vale e FCA. Essas três empresas se encontram em Belo Horizonte (BH para os íntimos) e arredores. Dentre os muitos locais onde se pode avistar trens das três ferrovias circulando em um mesmo local, vamos abordar aqui a cidade de Vespasiano, local em que fixei residência desde o ano 2000.

Situada às margens do Ribeirão da Mata, a 693 metros de altitude, Vespasiano teve sua origem no prolongamento da Linha do Centro, da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil - EFCB rumo à região norte do país. O projeto original contemplava uma linha que, a partir de Santa Luzia, seguisse a margem esquerda do Rio das Velhas até sua confluência com o Rio São Francisco, nas imediações da atual localidade de Pirapora. Assim, ao atingir a localidade da Fazenda da Carreira Comprida - local assim denominado em virtude da fuga dos “emboadas” durante uma batalha travada naquela localidade contra o Exército Imperial, que pôs fim à Revolução Liberal Mineira de 1842 - as empreiteiras iniciaram a abertura do leito ferroviário no sentido de cruzar o Ribeirão da Mata em sua foz com o Rio das Velhas, e seguir este curso d’água através das localidades de Lagoa Santa, Baldim, Jequitibá, entre muitas outras. Não sabemos ainda a extensão alcançada por esse leito primitivo da Central, mas tem-se a confirmação da sua abertura pelos marcos de pedra fixados em fazendas situadas às margens do Rio das Velhas em Lagoa Santa.

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Busto do Cel. Vespasiano, diretor da EFCB por ocasião do prolongamento da Linha do centro em 1892 (02/Junho/2007).

Mas o projeto da linha seguindo o Rio das Velhas foi contestado por forças políticas das localidades situadas no vale do Ribeirão da Mata e seus tributário, principalmente o então Arraial de Sete Lagoas. Essas forças políticas atuaram no sentido de que a Central do Brasil mudasse seus planos e passasse a subir o vale do Ribeirão da Mata. Documentos guardados no museu ferroviário de Sete Lagoas atestam a veracidade desses fatos. Então, por volta de 1892, a Central iniciou a construção do novo leito ferroviário, que passou a subir o vale do Ribeirão da Mata, atingindo a localidade do então Arraial do Capão. O humilde arraial ganhou uma parada de trens que foi batizada de Vespasiano em homenagem ao então diretor da EFCB Cel. Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva.

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Mapa 01 – Estuário do Ribeirão da Mata com o Rio das Velhas e localização da linha da FCA

O traçado original da EFCB na linha do sertão que se iniciava a partir de Santa Luzia, sempre foi muito deficiente. Na pressa de se chegar ao rio São Francisco, as empreiteiras construíram uma linha de curvas muito acentuadas, rampas fortes e aterros frágeis. As pontes eram construídas em madeira de lei, abundantemente encontradas na região naquela época. Muitas evidências dessas pontes podem ser encontradas ainda hoje situadas ao lado das pontes atuais. Bases de pedra de cantaria e vestígios de hastes de braúna jazem no leito de diversos córregos d’água ao longo da linha.

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Mapa 02 – Localização dos Km 621 e 622 a partir do Rio das Velhas

Por volta da primeira metade dos anos de 1930, a Central deu início a um plano de remodelação da linha, substituindo as pontes provisórias de madeira por outras de estrutura de aço. Na ocasião, pequenas variantes foram feitas no leito original, em sua maioria apenas para alinhar as novas pontes ao leito da linha em uso. Isso perdurou até a primeira metade dos anos 50, quando a Central iniciou um projeto de alargar a Linha do Centro até Pirapora. O “Alargamento”, assim apelidado, iniciou-se a partir da estação de Belo Horizonte, indo até General Carneiro. Dali seguiu margeando o Rio das Velhas até Santa Luzia, atingindo a região de Vespasiano por volta de 1955, conforme atestam documentos de autoria do então engenheiro residente Wilson Lobato.

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Mapa 03 – Localização dos Km 622 ao 624

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Mapa 04 -

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Obras das variantes dos Km 630 e 631, em Vespasiano

De Santa Luzia a Sete Lagoas, o novo leito ferroviário para receber a bitola larga foi aberto e não utilizado de imediato, o que acabou por deixa-lo exposto à ação das intempéries por mais de três anos. Num relatório emitido pelo Engenheiro Wilson Lobato por volta de 1956, o jovem engenheiro critica o abandono do projeto do alargamento pelas altas autoridades da Central e procura sensibilizá-los de que em um ou dois anos todo o

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leito e retificações de traçados executados visando ao alargamento da Linha do Centro estariam perdidos, tamanho eram os estragos provocados pela chuva e pelo mato que invadia o local. O relatório surtiu efeito. E já em 1957 as obras foram retomadas e os trilhos começaram a ser assentados, mas manteve-se a bitola métrica intercalada na larga. Não sabemos ainda a razão de se manter o terceiro trilho naquela linha, mas o fato se consumou e persiste até os dias atuais.

Vespasiano, por volta de 1945

Por volta de 1999 - época em que a então SR-2, divisão administrativa da extinta RFFSA, foi privatizada – a recém criada Ferrovia Centro Atlântica impediu o tráfego de trens da bitola larga no trecho acima de Matozinhos. Para isso, ela removeu cerca de 100 metros do trilho da bitola larga naquele pátio. O razão desse ato não foi de todo esclarecido, mas pode ter sido atribuído a uma reação à retirada do terceiro trilho efetuada pela MRS entre Miguel Burnier e Conselheiro Lafaiete. No caso da linha entre Matozinhos e Sete Lagoas, a MRS conseguiu reaver seu “direito de passagem” e a ligação dos trilhos da bitola larga foi restabelecida por no fim de 2008. Já com relação ao terceiro trilho entre Miguel Burnier e Conselheiro Lafaiete, a situação continuou como estava, pois a FCA abandonou a ligação Sabará a Miguel Burnier por volta de 1999 e, desta forma, não teria mais como acessar aquela linha.

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Vespasiano por volta de 1975, época da construção da fábrica de cimento Soicon / Liz (ao fundo).

Atualmente, as três empresas circulam na região de Vespasiano, como mostrado na seção seguinte. A linha pertence à FCA, mas Vale e MRS utilizam a linha para acessar seus clientes estabelecidos na região do vale do Ribeirão da Mata. A Vale, na verdade, entra na região apenas para apanhar as cargas que FCA lhe entregaria em pátios como Capitão Eduardo e Costa Lacerda. Uma vez que os trens da Vale são maiores mais potentes, eles fazem os chamados “tiro-direto”, saindo completos da região rumo aos clientes da Vale. Já MRS, esta herdou antigos clientes que possuem frota de vagões de bitola larga na região, como as fábricas de cimento Soicon / Liz, Holcim e Lafarge. Nos últimos anos, a MRS também passou a coletar ferro gusa diretamente no pátio de Calsete, em Sete Lagoas. Antes, o ferro gusa era embarcado no pátio de Joaquim Murtinho, a quase 200 km de distância. A ida da MRS até Calsete significou a retirada de centenas de carretas da BR-04O.

Um guia para Railfans

- Código de Estações: EVP

- Cidades mais próximas: Lagoa Santa (10 km), São José da Lapa (5 km), Belo Horizonte (18 km).

- Direções: Saindo de Belo Horizonte, siga pela MG-010 “Linha Verde” até a Saída 26A.

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- Tipo de operação:

A localidade situa-se na linha tronco da FCA em direção à Bahia. Trata-se de trecho da antiga “Linha do Centro”, da Estrada de Ferro Central do Brasil – EFCB. Por aqui circulam um par de trens expressos “E” de containeres diariamente, que não têm hora precisa para aparecer. Antes eram comuns os trens se cruzarem no pátio ao entardecer, mas atualmente tenho percebido uma manobra diferente. Os containeres vazios oriundos da Bahia são deixados no pátio e anexados na cauda dos pesados trens de calcário e soja, ao final do dia. Desta forma, temos um trem misto bem grande. Ao que parece, os trens “E” estão suspenso temporariamente.

Locomotiva U20C 2563 liderando um trem de containeres no pátio de Vespasiano, seguindo no sentido da Bahia, em 30/Novembro/2005.

Os trens de carvão e escória de siderúrgica também são diários, já que a região é sede de grandes empresas cimenteiras. A fábrica de cimento SOICON / Liz recebe carvão e escória pela bitola larga e pela estreita, conforme seja oriunda do porto de Sepetiba e CSN, ou Tubarão e Acesita. Quando provenientes da região da Vale, são usadas gôndolas GFD e GFE, tanto para carvão quanto para escória. Quando a carga é proveniente da MRS, chega por meio de gôndolas e hoppers diversos. Até mesmo os vagões da Cosipa são avistados no pátio de vez em quando.

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A MRS roda diariamente um par de trens cimenteiros na região. De manhã, esse trem chega trazendo vagões vazios no início da composição e gôndolas e hoppers com carvão ou escória no final. São geralmente seis locomotivas na tração, sendo que na volta ao entardecer, as locomotivas se distribuem em dois lotes de três, caracterizando a tração distribuída. As locomotivas comandantes sempre são GE, do modelo C30-7, C36-7, sendo mais comum ver C26-7MP ou U23C. O segundo grupo pode conter SD40-2 e SD40-3, desde que acoplados a uma GE. Isso se dá em razão de somente as GE possuírem o sistema Locotrol, de controle da tração distribuída.

Locomotivas U23C 3254, SD38M 5118 e 5112, U23C 3260 e SD38M 5103 chegando ao pátio da estação com um trem de vagões da Holcim. A 3254, 5118 e 5112 serão destacadas do trem e irão acoplar na composição de hoppers vazios visto ao lado. Desta forma, a 3260 e a 5103 ficarão no segundo bloco do locotrol que seguirá para o pátio do Barreiro, em Belo Horizonte (11/Março/2006).

A FCA roda diversos tipos de trens na região. Temos os trens de produtos químicos oriundos de Camaçari (BA); derivados de petróleo circulando entre Contagem e Montes Claros; magnesita circulando entre a Bahia e Contagem; produtos siderúrgicos oriundos da Usiminas ou Belgo Mineira destinados à Bahia; containeres circulando entre Contagem e a Bahia; cimento a granel entre a fábrica da Holcim em Pedro Leopoldo e o interior de São Paulo; carvão e escória oriundos das linhas da Vale; trem de solda de trilhos; trens de calcário e cal; e os trens de soja e outros grãos oriundos do ramal de Pirapora. Os

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trens FCA são comumente tracionados por locomotivas da Vale, especialmente os grandes. Por um período de quase um ano, entre junho de 2009 e maio de 2010, as locomotivas da Vale deixaram de vir nessa região. Isso se deu em virtude da crise financeira internacional, que fez tanto a FCA quanto a Vale economizarem recursos com combustível e aluguel de locomotivas cedidos uma à outra. Com o fim da crise e o aumento do tráfego dos trens de soja na região, as locomotivas da Vale voltaram a circular por aqui, o que é uma ótima notícia para os apreciadores de trens.

Locomotivas BB40-9W 1261 e 1266 com um trem carvão e containeres manobrando km 628. Após quase um anos afastadas da região, as Dash da Vale retornan ao sertão (28/Maio/2010).

Resumo: # FCA – 12 a 15 trens diários Locomotivas: U20C, MX620, G12, G8, GT26CU-2, GT26CUM-2 # MRS – 02 trens diários Locomotivas: C26-7MP, C30-7, C36-7, U23C. Raramente pode se avistar SD40-2, SD40-3 # Vale – 03 a 04 trens diários

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Locomotivas: BB40-9W, BB40-9, BB40-8, DDM45, DDM45MP. As BB36-7 não têm vindo mais na região desde que foram transferidas para rota dos grãos da FCA na região de Divinópolis. Contudo, podem aparecer esporadicamente. Total Geral: 15 a 21 trens Dicas: 1 – Visita ao Pátio da Estação: Vindo de BH pela Linha verde (MG-010), use a saída 26A. Ao sair da estrada, estará de frente à linha férrea. Vire à esquerda, cruzando sob a MG-010 e entre a esquerda na primeira rotatória que encontrar, subindo a Avenida Thales Chagas por um leve aclive inicialmente. A linha da FCA estará à sua direita. Logo que subir o aclive, poderá ver o viaduto do Km 626, sobre a Rua Afonso Pena. No topo da subida, pode-se estacionar à direita da via se desejar fotografar o viaduto. No percurso da subida do aclive é proibido estacionar. Seguindo adiante, após o segundo quebra-molas, vire à direita na rotatória e desça o morro no sentido Centro. Ao iniciar a descida, poderá avistar a passagem de nível do km 627 lá embaixo, hoje fechada para veículos. Há duas possibilidades de estacionamento seguro e fácil nas proximidades da linha férrea:

I. A primeira é descer a ladeira até o fim e virar à direita, entrando na Rua Alberto Lázaro e estacionando logo após fazer a curva. Este é meu local favorito para estacionar quando quero ir ao centro da cidade sem precisar cruzar com o carro para o outro lado da linha férrea, pois a PN está bem ao lado e através dela pode-se caminhar até a estação, ou cruzar a linha e pegar a passarela do outro lado. Na parte da manhã o sol fica sempre do outro lado, assim, é melhor cruzar a PN e fazer fotos daquele lado.

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Locomotivas BB40-9W 1249 e DDM45 859 entrando pela linha 02 do pátio de Vespasiano com um trem de escória destinada às indústrias cimenteiras da região (02/Janeiro/2007).

II. A segunda opção é entrar na segunda rua à sua esquerda, na praça da igreja matriz. Contorne a praça e vire à esquerda, seguindo paralelo à linha férrea. Você estará na Rua Dr. Emílio Vasconcelos da Costa, em nível mais elevado que a ferrovia cerca de dez metros. A passarela sobre a via férrea desemboca logo de frente para a igreja matriz, e é um excelente local para fotos. Dali pode-se ter uma visão de quase todo o pátio ferroviário. Seguindo adiante, pode-se chegar ao final do pátio, sempre beirando a linha em nível superior.

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A estação de Vespasiano vista da Rua Dr. Emílio Vasconcelos da Costa (02/Junho/2007).

Para os railfans, recomendo a segunda opção, pois da Rua Dr. Emílio Vasconcelos da Costa pode-se ter uma visão geral do pátio e decidir sobre o melhor local para fotos, caso haja algum trem no pátio. Também se pode fazer fotos da passarela, de onde se obtém uma excelente visão do pátio nos dois sentidos. Recomendo, ainda, um passeio ao logo do pátio, seguindo a Rua Dr. Emílio Vasconcelos da Costa. Mais adiante, nas proximidades da fábrica de cimento Liz, há um grupo de casas humildes entre a rua e a linha férrea, mas é de pequena extensão. Logo adiante, há um campo de futebol de várzea e a continuidade da rua se faz em terra batida. De fato, esse prolongamento da rua Dr. Emílio Vasconcelos da Costa foi aberto ano passado, em terreno antes pertencente à RFFSA. Ali vemos duas casas da antiga “Turma de Conserva” da Estrada de Ferro Central do Brasil – EFCB, que ficaram ilhadas entre a via férrea e a nova estrada. Ao final da estrada de terra, vire à direita e cruze a PN. Pode-se estacionar em qualquer direção. A rua é sem em ambas direções, mas à direita termina bem perto da PN. Se seguir para a esquerda vai acompanhar a linha até o Km 630. Nesse trecho, a linha segue em nível superior à estrada de terra. A paisagem é bucólica e o local meio isolado após o Km 629. Não recomendo ficar ali sozinho, a menos que fique perto do carro e pronto para partir caso desconfie de algum estranho no local.

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Locomotiva G16U 634 passando escoteira pelo km 629+600 a caminho do pátio de Nova Granja (05/Dezembro/2005).

Se estacionar á direita logo após a PN, caminhe até o portão ferroviário norte da fábrica de cimento Liz. Ali é comum se avistarem vagões de escória ou carvão sendo descarregados por meio de escavadeiras. A locomotiva manobreira da Liz também é facilmente avistada no pátio da empresa, e num pequeno trecho fora deste, entre a PN e o portão. O portão ferroviário sul fica junto do agrupamento de casas humildes entre a linha e a rua, a que me referi anteriormente. Ali também se situa a estrada de terra que conduz ao pátio ferroviário. Caso se deseje seguir de carro até a estação, utilize aquela rua, tendo cuidado aos cruzar a PN dentro do pátio. O lado ruim de se ir de carro até a estação é que se corre o risco de ter o veículo bloqueado ali caso algum trem ocupe a PN dentro do pátio, e isso não é difícil de acontecer.

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Um road-railer da empresa Terragama prestando serviços à fábrica de cimentos Soicon / Liz. Notem a gôndola da CSN sendo descarregada por meio de escavadeiras (18/Março/2007).

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Locomotivas BB36-7 8523 e U20C 2689 e 2572 manobrando na PN do km 628 (04/Dezembro/2006).

2 – Trecho do Km 626 aos 621: Uma vez visitado o pátio da estação, sugiro que se volte na entrada da cidade (km 626) e siga a linha até o km 621. Para isso, faz-se necessário cruzar a linha férrea, o que pode ser feito de três maneiras: 1) Siga pela rua Alberto Lázaro até o colégio Machado de Assis. Esta rua margeia a

linha férrea num local muito bom para fotos. De frente para o referido colégio, há uma passagem inferior que permite cruzar para o outro lado da linha com o carro. Uma vez transposto a linha, basta seguir adiante e, quando chegar na esquina da rua Afonso Pena, cruze-a e continue margeando a linha pela esquerda. Não siga pela Rua Afonso Pena, que logo à frente cruza sob o viaduto do Km 626. Só faça isso se desejar sair da cidade.

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Locomotivas U23C 3260 e SD38M 5103 sobre a passagem inferior do Km 626+500, em frente ao colégio Machado de Assis (17/Março/2006)

2) Retorne pela Avenida Thales Chagas até a final do aclive na entrada da cidade, de

onde se avista o viaduto do km 626. No final da descida, há uma rotatória. Gire 180 graus ali e siga pela Rua Afonso pena, passando sob o referido viaduto. Em seguida, entre na primeira rua à direita e siga paralelo à linha dali até o Km 621.

3) A outra opção é cruzar sob a linha por uma pequena e estreita passagem inferior situada pouco depois da tal rotatória a que me referi no item anterior. Ela fica situada na bifurcação da estrada situada de frente aos dois postos de combustível ali situados. Para entrar na passagem inferior, é preciso chegar o carro para a esquerda da via e sinalizar a entrada. Cuidado para não entrar na contra-mão, bloqueando a saída de algum veículo que porventura esteja dentro da passagem inferior. Use a segunda via de acesso, em forma de triângulo. Esse segundo acesso é mais rápido, mas somente pode ser usado por quem estiver conduzindo veículos baixos. Caminhonetes e vans não possuem gabarito para passar por ali.

Uma vez cruzado para o outro lado, basta seguir margeando a linha até o Km 623. O trecho entre os Km 626 e 625 é muito bom para se fazer fotos dos trens. A linha segue no canteiro central entre duas ruas, sem cerca de proteção. No caminho pode-se avista o transbordo da Unimetal no Km 624. Mais adiante, no km 623, temos o transbordo de LAB da antiga Gessy Lever. A fábrica da Gessy está fechada a alguns anos, mas o transbordo de LAB continua a atender as indústrias químicas da grande Belo Horizonte.

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Locomotivas DDM45MP 1828, BB36-7 706, BB40-9W 1121 e 1208 passando pelo km 624+550 com um trem de calcário, seguindo no sentido do pátio de Capitão Eduardo (18/Junho/2007).

Continuando a seguir pela estrada, depara-se com uma praça e uma rotatória, logo após a fábrica da Belgo Mineira. Seguindo o asfalto, cruza-se sobre a linha por um viaduto que dá acesso ao distrito industrial. O viaduto é um local muito bom para se fazer fotos dos trens, em ambos os sentidos. Uma vez visitado o local, é preciso retornar até a rotatória e seguir á direita por uma estrada de terra que acompanha a linha até o povoado de Ribeirão da Mata, no Km 621. No Km 622, temos um trecho de reta situado entre dois cortes apertados. O local é de paisagem bucólica, com muito verde. As fotos de trens saindo dos cortes no terreno de tons amarelados produzem ótimos resultados, principalmente quando se tem a sorte de flagrar uma locomotiva com a pintura laranja da FCA na frente do trem.

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Passagem de Nível do Km 622 (10/Janeiro/2006)

Depois de cruzar a PN do Km 622, siga subindo o morro até encontrar uma bifurcação. Se seguir adiante, subindo sempre, vai chegar ao pátio de Carreira Comprida. Virando a esquerda e descendo na direção da linha, chega-se ao povoado de Ribeirão da Mata. Já não estamos mais em Vespasiano. Trata-se de um humilde distrito de Santa Luzia. Inclui-o nesse roteiro porque é um local bom para fotos e que não poderia ser incluído separadamente em outro roteiro, uma vez que os trens que circulam ali são os mesmo que passam por Vespasiano. No local temos um antigo pátio ferroviário da EFCB que hoje é utilizado apenas para cruzamentos. Bem perto da PN pode-se avistar a antiga caixa de água da estação (já demolida) e o abrigo dos transformadores do sistema CTC da RFFSA. Uma plataforma mais moderna, dos tempos da RFFSA é vista bem junto da PN, do lado oposto. Se puder estacionar nas imediações da igreja e descer a pé até a PN é melhor, pois o local não possui muito espaço para manobras lá em baixo.

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Passagem de Nível do Km 621, em Ribeirão da Mata (10/Janeiro/2006) 3 – Segurança

Vale lembrar que sempre que estiver nas proximidades de uma linha férrea, alguns cuidados básicos devem ser tomados:

I. Primeiro, nunca caminhe sobre os trilhos, nem atravesse a linha sobre as chaves de desvio. Muitas chaves são automáticas e podem prender seu pé quando acionadas pelo computador do CTC. Assim, evite se arriscar a cruzar sobre elas. Vale a pena caminhar mais um pouco para atravessar a linha em segurança.

II. Segundo, sempre que chegar a um pátio ferroviário para fazer fotos e filmagens, peça autorização ao pessoal de serviço ali sediado. Explique a razão de seu trabalho. Na maioria dos caso os funcionários das operadoras ferroviárias não vão se incomodar, mas em determinados locais eles vão te negar acesso ao local por ser área de segurança e de acesso restrito por normas da empresa. Nesses casos, respeite as regras e se afaste. Na maioria das vezes, eles permitem que sejam feitas fotos de locais mais afastados, fora da área de jurisdição da empresa.

III. Terceiro, seja cauteloso também com a sua segurança pessoal quando estiver portando equipamento fotográfico. Em muitos locais pode ser perigoso exibir câmeras fotográficas. Assim, não arrisque ser assaltado apenas porque tem um trem

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que deseja fotografar numa região perigosa. Todos os locais que indicarei nessa série são de reduzido risco, mas bem sabemos que a violência pode ser encontrada em qualquer lugar atualmente. Portanto, seja cauteloso e acostume-se a sondar a área antes de iniciar suas fotos. Andar acompanhado é uma boa pedida ao se fazer fotos ferroviárias. Estar sozinho em certos locais é por demais perigoso.

Locomotiva SD38M 5132 atuando em tração distribuída em um trem cimenteiro no Km 623, a caminho do pátio do barreiro, em Belo Horizonte (07/Fevereiro/2006)