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S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A
/U A ss ig n a tu ra |jA n n o , 18 0 0 0 r é i s ; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. II p a rn o B r a z i l , a n n o , 2 $ 5 o o réis Imoeda for;ej.. -1»/» rtrt / ífl A O TMlkllVo^Srt •./{!» X
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yd\“ v w**-*"*! 1 i w*o (moeda foricj-,Avulso, no dia da publicação, 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloio
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[9, i.° — RUA DIREITA —A L U E G A L L K G -V
i| Publicações! i Annuncios— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,
20 réis. Annuncios 11a 4.» pagina, contracto especial. Os auto- graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados. '
I PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio
e x p e d i e n t e
Solicitamos dos cava lheiros a q u em já eaviá- m0S o recibo para pagamento- do S.° semestre do corrente aaíiio, a Ssae- Za de nos m aiíd a rem satisfazer as suas im p o r tâncias em d éb ito á ad ministração d’este J o r nal.
Rogamos aos nossos estimáveis assignantes a fiacza de nos p a r t ic ip a rem qualquer falta isa r e messa do jornal, para de prompto providenciarmos.
Aeeeitam*se com gratidão quaesquer noticias que sejam de in te re s s e publico.
M I L I T A R E SNão se fala no paiz se
não em manobras militares, tendo por fim exercitar no manejo das armas o nosso exercito. Ouvem-se nos campos e nas cidades 0 tenir das espadas, o rodar das carretas e os passos dos soldados e oíficiaes em demanda do campo da batalha. E’ um delirio in- descriptivel de festas e pra- zeres.
Vao-se adestar tantos homens na tarefa inutil da guerra, que ha muito deveria ter desapparecido do mundo, para honra do género humano. Sempre os combates, sempre as luctas, sempre as pugnas fratricidas! O tempo que se perde em estudar os aperfeiçoamentos, cada vez mais modernos da arte de matar, não poderia empregar-se em obras de mais util e proveitosa instrucção? Os homens mais intelli- gentes, os cerebros mais abalisados, os pensadores mais profundos, teem combatido a guerra, e todavia ella continua a avassal- lar 0 mundo, prendendo-o nas suas garras de ferro.
Quando será que nos Campos e nas cidades, em
vez do tinir das espadas, do rodar das peças de artilheria, do tocar dos canhões, dos gemidos dos muribundos, dos lamentos das mães e das esposas a quem a guerra arrebatou tantos entes queii- dos, a humanidade possa ouvir os cânticos jubilosos do trabalho, da paz e da fraternidade?
Quando será?JOAQUIM DOS ANJOS.
A G R I C U L T U R A .A e s tu fa
E' da maior conveniencia que em todas as estufas, mas principalmente nas quentes, haja á entrada um anteparo ou guarda-vento, que obste aos effeitos directos do ar exterior todas as vezes que se abrir a porta da estufa.
Em algumas estufas costumam substituir esses guarda-ventos por uma especie de vestibulo, o qual, além de prestar idêntico serviço, tem a dupla vantagem de poder ser aproveitado para nelle se fazerem as mudas, transplantações, limpeza e outros arranjos das plantas cultivadas nas mesmas estufas.
Pelo que toca á disposição das plantas e do mais que para o seu bom arranjo e melhor ordem se deve observar no interior das estufas, dever-se-ha atten- der ás differentes especies nellas cultivadas, e segundo ellas forem, assim deverá variar essa disposição ou arranjo.
E’ certo que a maior parte dos vegetáes cultivados em estufa se conservam ahi em vasos maiores ou menores, porém muitos outros ha que só podem vegetar .em terra franca, em razão das suas raizes.
E, não basta attender aos vegetáes, senão tambem á maior ou menor grandeza das mesmas estufas, e em harmonia com ambas dispcr as passagens ou ruas, os canteiros ou alegretes, e o mais que
evidentemente se veja que é necessário subordinar áquellas duas condições, desenvolvimento natural das plantas e vastidão das estufas.
Os canteiros destinados á cultura das plantas de maior porte deverão pre- parar-se da maneira seguinte: mover-lhes a terra até á profundidade que baste para as raizes profundarem o necessário, havendo o cuidado substituir por terra própria ou menos con- viniente para auxiliar a melhor vegetação das plantas que pretender-mos cultivar.
Convém que esses canteiros ou alegretes sejam mais altos que os passeios011 ruas, e, para que possa sustentar nelles convenientemente a terra, poderemos empregar supportes ou anteparos de granito, de lousa, de tijolo, de chapa de ferro ou de madeira, sendo comtudo os dois últimos para usar só quando faltarem quaesquer dos outros, visto que o ferre se prejudica com a humidade, oxidando-se e desfazendo- se em pouco tempo, e a m a d e i r a a p o d r e c e n d o t a m - bem rapidamente com os effeitos da mesma humidade.
Quando porém a necessidade nos forçar a larçar- mos mão de taes rnate- riaes, deveremos dar-lhes uma boa camada de tinta de oleo, como um preservativo contra os perniciosos effeitos da humanidade, e remoçal-a-hemos sempre que virmos que isso se torna necessário.
Os passeios ou ruas das estufas nunca deverão cal- car-se em demasia, por que isso poderia ser nocivo ás plantas cultivadas nos alegretes, visto que, quando ellas estendessem as suas raizes, ficarjam estas privadas de poder gosar das ne- cessarias emanações do solo. E’ por isso que devemos com mais rasão ainda condemnar qualquer gene- ro de cobertura do pavimento.
Os tubosconductores do calor, poderão ser condu
zidos ou ao longo das paredes das estufas, ou ao longo das margens dos passeios e proximo dos alegretes ou dos taboleiros supportadores dos vasos, nas estufas em que as plantas não forem cultivadas em plena terra.
As plantas de pequeno porte, mas de grandes raizes, podem sei' cultivadas em alegretes ai os construídos junto das paredes lateraes das estufas, e quasi á altura do começo das vidraças delias.
O mesmo cuidado se deverá ter com aquellas plantas para cuja vegetação seja indispensável urna quantidade mais considerável de luz.
No canto das estufas, bem como ao redor do guarda-vento. se o houver, será conveniente plantar algumas trepadeiras, as quaes, além de modificarem de certo modo a temperatura das camadas mais altas da atmosphera das estufas, são um meio gracioso e mui apreciavel de adorno, sobre-lido quando bem escolhidas pela sua folhagem, florescencia e aroma.
Se as estufas não forem destinadas á cultura de plantas de plena terra, mas á de plantas em vaso, devem os alegretes ou canteiros ser substituídos por caixas ou taboleiros altos, os quaes podem ser feitos tambem de pedra, lousa, tijolos, ferro ou madeira oleada ou alcatroada para sup- porte dos mesmos vasos
Este taboleiro 011 caixa deve situar-se no centro da estufa, devendo ter de fundo entre 10 e i 5 çenti- metros.
A começar de baixo para cima, dispor-se-ha uma :amada de estrume, que regule pouco mais ou menos por metade da altura da caixa; sobre este se estenderá uma camada de. casca de carvalho com 3o a 40 centímetros de espessura, e é nesta que devem ser enterrados os vasos, mas não completamente.
Quando for necessário um calor forte nas estufas, poderão collocar-se algu
mas travessas de ferro entre a camada de casca, e sobre ellas se assentarão tubos conductores de calor, que poderão conter ar quente ou vapor d’agua.
Continuai.
C’osEíribaufçã© P r e d ia l U rbana
A Bibliotheca P opu la r de Legislação, com séde na Rua de S. Mamede, 107 (ao Largo do Caldas) Lisboa, acaba de editar este novo regulamento, em conformidade com a ultima publicação do D ia rio do Governo. E’ a unica edição que contém a carta de lei de 29 de julho de 1899, e o regulamento do serviço das annuliações por sinistros, occoridos em prédios rústicos, de 25 de agosto de 1903, sendo o seu preço 200 réis.
Tambem iá está exposto á venda o regulamento relativo ao imposto sobre Especialidades Phai •maceu- ticas. O seu custo é de 200 réis.
No prélo: Tabella das Taxas do Sello de Licença, que devem ser cobradas juntamente com a contribuição industrial.— Preço 100 réis.
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Passatesraspo..
Acabamos de receber o n.° 65 desta elegante revista que, como sempre, vem primorosa.
Insere 20 illustrações de primeira ordem, algumas de subido interesse, como as de questão Humbert e manobras da esquadra in- gleza em Lagos.
No texto, versos de João Penha e D. Anna de Paiva, e a continuação dos «Al- bigenses», trabalho littera- rio de grande valor para todos que desejam conhecer o que é Roma e o Vaticano.
Dedica tambem uma pagina ao fallecido jornalista e nosso collega Baptista Borges.
O Passatempo assigna- se por i$ooo réis annuaes nos Grandes Armazéns
2 O D O M I N G O
Grandella, (da Capital) ficando todos os assignantes com direito a entrar n'um sorteio cujos brindes teem o valor real de 400$000 réis...
A s Y lisd lim as
. J.â commeçaram nestas regiões as vindimas; As uvas, comqnanto sejam poucas, sao boas e estão bem creadas, esperando- se, portanto, que o vinho seja magnifico.
As uvas, neste concelho, já alcançaram o preço de 65o réis a arroba.
O 4íglofoe-trotte»\, «Ir.V asile CSeorg-eseo
Na tarde de 12 do corrente chegou a esta villa, vindo de Vendas Novas, o «globe-trotter» dr. Vasile George^co, que se propoz dar a volta ao mundo a pé e sem dinheiro, mediante a aposta de 40 contos, retirando no dia im- mediato para Lisboa no vapor das 7 horas da tarde.
O dr. Georgesco foi recebido em casa do nosso amigo, sr. Emygdio Gonçalves d’Azevedo, onde foi muito bem tratado, o que é de suppor, em vista das boas qualidades q ie exornam o coração d aquelle nosso amigo.
F e s te jo s easi A lcochete
Começaram hontem, nesta villa, e terminarão ámanhã com extraordinária pompa, os festejos á Senhora da Vida, que alli são de uso fazerem-se todos os annos.
A commissão promotora dos festejos não se tem poupado para que este anno tenham o maior brilhantismo, havendo festa de egreja a grande instrumental, kermesse, arraial e á noite vistosa illumina- ção. Abrilhantará hoje estes festejos a banda da guarda municipal.
As F e s ta s da M oita
Comforme noticiámos effectuaram-se na aprazível villa da Moita os festejos á Senhora da Boa Viagem, nos dias 12, 13, 14 e i 5 do corrente com uma concorrência enorme de forasteiros. E’ digna dos mais "rasgados elogios a commissão promotora d’a- quelles festejos, pois foram este anno revestidos de todo o brilhantismo, não se poupando ella a despezas nem a trabalho. Estamos certos de que se.houves.se na villa dVMoita uma Praça Serpa Pinto e um Largo da Caldeira, que os seus festejos não seriam muito inferiores aos de Al- 'degailega.
í|íseiK.&s
Queixou-se na administração do concelho, Caetano José Sequdra, moço de padeiro, de que pelas9 horas da nohe de 17 do corrente, fora cobard emente aggredido á paulada por Domingos Barreira e Domingos Branco, tambem moços de padeiro, de que resultou ficar bastante ferido na cabeca e no braco » >esquerdo.
— José Gomes Cabral, por alcunha 0 Queijinho, érea do--de servir, res-identi nesta viila, queixou-se de que no dia 14 do corrente, pelas 9 horas da noite, na estrada que d’esta villa conduz ao Samouco, foi aggredido á paulada por Manuel Gago, trabalhador, residente no sitio do Casal, pertencente a este concelho, de que resultou ficar bastante ferido na cabeça.
vêr se é possivel saber-se quem são esses graciosos e applicar-lhes 0 devido correctivo. Parece-nos que a idéa dos phantasmas está approvada para o roubo de gallinhas?
6*hȣta8ffigas
Consta-nos que na Bò- ca da Samouqueira, costumam apparecer uns phantasmas. Lembramos, para que estes phantasmas não continuem a incommodar os moradores daquelle sitio, ao sr. administrador do concelho a conveniencia de
Aggressã© a t i ro
Pelas 6 horas da tarde de 14 do corrente, estando João Soares Vespeira na sua adega no sitio denominado a «Hortinha», freguezia de Sarilhos Grandes d este concelho, a pisar uvas em companhia de tres homens, Joaquim Pedro, Me- litão Ferreira e Julio Ferrei re, lhes offereceu vinho, e como entrasse nessa occasião Joaquim Quinteiro, guarda de vinhas, foi este tambem convidado a beber uma pinga. Pouco depois o Quinteiro, munido de uma espingarda de dois canos começava por provocar e desafiar para a rua o Vespeira, descarregando sobre elle um tiro, indo 0 chumbo alojar-se-lhe na perna esquerda. Este, ao sentir-se ferido, poude por qualquer fórma tirar a arma ao Quinteiro, e dando- lhe com ella na cabeça, a partiu. O Quinteiro, vendo-se desarmado fugiu, e o Vespeira veiu conduzido para casa d’um amigo nes- ta villa, onde está recebendo curativo. &’ seu medico assistente o ex.mo sr. dr Cesar Fernandes Ventura.
O caso já foi entregue em juizo.
corporaes; condemnados, o primeiro em 8 dias de prisão correccional e em5 dias de muita a 100 réis; o segundo em 10 dias de prisão e 5 de multa a 100 réis, custas e sellos do processo. •
1!
M aria } imitia dO livei- ra , M aria Em itia Marques Dias e M anuel L u i\ Dias, agradecem p o r esle meio, p o r 0 não poderem fa^er pessoalmente, a todas as pessoas que se dignaram acompanhar d ultima morada, sua querida irm ã e tia Candida Umbelina d O li veira, e bem assim a todas as pessoas que se interessa ram durante a sua doença, mdo ou mandando sabei do seu estado.
A todos, emfim, protestam a sua inolvidável gratidão.
Aldegallega, ig de setembro de ig o 3 .
€> tenspo
Hontem, de tarde, uma forte lufada de vento arrancou a cupla do kiosque do sr. Caminha Figueira. Foi um dia de verdadeiro temporal. Começou a chover pelas 8 horas da manhã e á hora em q :;e o nosso jornal entrava na machina ainda chovia. Se assim continuar deve causar um grande atraso nas vindimas.
i$ 5oo réis cada carrada Aldegallega do Ribate
jo, i 5 de setembro de igo30 Secretario da Camara
Antonio Tavares da Silva
ANNUNCIO
Foram julgados no dia17 do corrente em audiência de policia correccional no tribunal judicial d’esta comarca sob a presidencia do ex.1110 sr. Anlonio Tavares da Silva, i.°-substituto do ju z de direito desta comarca, José Alegria, trabalhador e José Durão, barbeiro, de Sarilhos Grandes, pertencente a este concelho, accusados pelo M. P. do crime de offensas
DITAIA Camara Municipal do
concelho de Aldegallega do Pdbatejo manda annun- ciar que tem para vender uma porção de carradas de estrume, procedente da limpeza publica d’esta villa. curtido com os dejectos que sobre elle teem sido lançados, pelo preço de
RIBATEJO(4 .a Publicação)
No dia 4 de outubro proximo, pelo meio dia, á porta do tribunal judicial de esta villa de Aldegallega, nos autos de inventario orphanologico a que se procede por obito de Ma- rianna Maria Carromeu, moradora que foi no logar de Sarilhos Grandes, no qual é cabeça de cazal 0 seu viuvo Manuel Ribeiro Dias, se ha de arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer sobre o valor da sua avaliação, as bemfeitorias consistentes em uma morada de casas com divisões para dois inquilinos, com quintal, existente em uma porção de terreno chamado o «Coureila», situado no logar de Sarilhos Grandes, cuja porção de terreno se acha arrendado pelo tempo de 99 annos, que hão de findar em 1 de maio de 1995, pela renda annual de 7^200 réis ao actual senhorio José dos Santos Mingates, avaliadas em 376^000 réis.
Pelo presente são citados os crédores incertos para assistirem á dita arrematação, e ahi uzarem dos seus direitos sob pena de revelia.
Aldegallega do Ribatejo,11 de setembro de 1903.
o E S C R IV Á O
Antonio Augusto da Silva Coelho.
Verifiquei a exactidão.
O JU IZ D E D IR E IT O
i.° Substituto
Antonio Tavares da Silva.
4d FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
D E P O I S f f PE C M 0L iv ro p r im e i ro
I V
A Magdaiena fechou a janelia de repente e co.no batiam com mais força á porta, disse, tentando dissimular a sua perturbação:
— Entre.A porta abriu-se e a Magdaiena,
que esperava vêr entrar o Adriano, achou se na presença de uma senhora edosa. de cabello grisalhi^ e a cara coberta 'de rugas; o olhar naturalmente severo e frio ainda mni.; lhe sombrea va o vestuário preto. Aquella mulher
ficou á porta, examinando tudo em redor com ar desconf ado e depois de ter olhado fixamente para a rapariga, disse-lhe:
— Peço-lhe desculpa, menina; vejo que me enganei. A pessoa a quem procuro chama-se Magdaiena Malzon.
— Sou eu, ranha senhora.— A menina! Então o Adriano dis-
sé-me que era uma camponeza?— E teve rasão, minha senhora, res
pondeu a Magdaiena. muito surpre- hendda por ouvir o nome do Adriano na bóca d’aquel!a desconhecida. Sou effcctivamente uma camponeza.
— Mas esse traje. . .— Ha uma hora que o vesti p la p ri
meira vez e devoro á generosidade do Adriano. Qurndo cheguei estava de metter medo, muito mal vè.ui a. Naturalmente todos’ na rua se voltavam para me ver, e a sr .a Hervey, a qu ?m
espero ser hoje apresentada pelo filho. com certeza não havia de gostar de me vêr assim.
— A sr.a Hervey não pode ficar of- fendida senão por uma garridice deslocada! respondeu a desconhecida com dureza.
— Então conhece a? perguntou a Magdaiena, Jevantan-do para ella os olhos que exprimiam o receio e a timidez.
— Sou eu mesma, accrescentou a sr.a Hervey, sem mudar de tom.
— A senhora, a mãe do Adriano! Então descul e-nie se. sem querer, sem saber, lhe desagradei. Oh! bem vejo que veiu aqui zangada, irritada contra mim! Náo lhe pareço digna de entrar na sua familia!
Proferindo estas palavras, a Magdaiena inclinava a cabeça suppliçante e p-:nha as mios.
— Levante-se, disse a sr.a Hervey n'um tom mais brando; não estou z; ngada nem erritada, porque o ver
dadeiro culpado foi o meu filho! Mas quando aqui vim, esperava encontrar uma menina mais simjdes, menos se- cia.
— Bem sei que tenho os meus defeitos, minha senhora, respondeu a Magdaiena; mas se me encontra assim vestida é porque me quero mostrar docil á vontade do seu filho.
— Bem, não faiemos mais n'isso; mas saiba, minha filha, que a modéstia é o mais bello adorno de uma mu
lher. 0 fato que traz não é certamente muito rico, mas a maneira por que o veste não é conveniente. Esse cha- péo, posto em cima dos cabellos es-
guedelhados, dá lhe.o ar de uma crea- t-ira leviana e frivoln que pede as ho
menagens dos homens. E ’ preciso reformar isso.
— Estou prompta a ouvir os seus seus conselhos e a seguil-os, minha senhora.
— Assim o espero; agora sente-se e conversemos.
A Magdaiena obedeceu e sentou se na borda de uma cadeira, com os olhos baixos e as mãos cruzadas nos joelhos, em frente da sr.a Hervey, que estava num a poltrona,
Depois de uma noite sem dormir, em que encarara nos seus diversos aspectos as consequencias do erro do filho, a mãe do Adriano resolvera-se a ir surprehender a Magdaiena, para a vêr e apreciar.
(Continua).
O DOMINGO 3IC? S £S 9 *
A IN e o a i i e o a 0 0 attendendo ao grande numero
de vehiculos existentes n este concelho, cujo numero vae augmentando progressivamente e usando da faculdade que lhe confere alei, deliberou organisar uma postura em substituição das anteriores, para regularisar o transito de vehiculos, nos termos seguintes: '
Artigo i.°— Todas as pessoas que quizerem ter carros, trens, carroças, carretas ou outros vehiculos de qualquer especie, para conducção de passageiros ou para carga, ficam obrigados a matriculal-os annualmente na Secretaria da Camara, mediante o pagamento da taxa de 5oo_ réis, excepto os trens para usos particulares, unicos a que a Camara concederá licença gratuita e com isenção de pagamento da respectiva taxa.
§ 1°— Todos os carros matriculados a que se refere este artigo, terão uma chapa com o numero do registo, fornecida gratuitamente pela Camara, a fim de ser collocada no lado esquerdo do competente vehiculo e em sitio bem visivel.
§ 2 o-— Esta chapa será renovada pelo dono do vehiculo, sempre que se não ache intelligivel.§ 3 .°— Passando qualquer dos vehiculos matriculados a novo possuidor, será feita decclaração na secretaria da Camara,§ 4.0— Os vehiculos pertencen.es a outro concelho não poderão transitar por dentro deste com falta de chapa ou que não es
teja bem legivel, sendo por isso obrigados ao cumprimento das disposições cíeste artigo.§ 5 .°— A transgressão de qualquer das disposições deste artigo e seus £§ será sempre punida com a multa de 2$>ooo réis.Art. 2.0— Nenhum vehiculo q u :r de particulares, quer de passageiros ou de carga, pode ser dirigido por pessoa que tenha menos de
i5,annos de edade.Art. 3 .°— Nenhum dos conductores pode guiar vehiculo, sem ir assentado na almofada ou banco, se o vehiculo for movido por ani
maes enfreados, aliás será guiado á mão, indo o conductor adeante das cavalgaduras ou bois e nunca á distancia de mais de um metro.Art. 4.0— Ninguém poderá no estado de embriaguez, guiar ou governar vehiculo algum seja de que especie for, sob pena de ser en
tregue immediatamente ao empregado de policia municipal e o vehiculo removido para deposito, ficando o delinquente obrigado ao pagamento de toda a despeza feita com a arrecadação e guarda do mesmo vehiculo. '
Art. 5.°— E’ expressamente prohibido empregar animaes extenuados, doentes òu famintos no serviço de vehiculos.Art. 6.°— Os vehiculos de condueção de passageiros e particulares, dentro das povoações andarão a meio trote e os de carga a passo.Art. 7.0— Os vehiculos não poderão andar a par e quando caminharem em linha, guardarão a distancia de 4 metros uns aos outros.Art. 8.°— Tambem não poderão parar os vehiculos nas vias publicas, por mais tempo que o preciso para receber ou largar passagei
ros e os de carga para carregar ou descarregar, salvo motivo de grande precisão.Art. 9°— Não poderão caminhar por cima de vailetas, canos ou passeios lateraes, salvo a necessidade de dar passagem a outros vehi
culos, assim como não poderão passar pelas praças e logares vedados.I unico.— A transgressão das disposições dos artigos 2 a 9 será punida com a multa de 2$ooo réis.Art. io.°— Os trens e vehiculos de carga ou conducção de pessoas que transitarem de noite, deverão trazer pelo menos uma lanterna
accesa, sob pena de i$ooo réis de multa.§ unico.— Nos carros de bois as lanternas poderão ser substituídas por campainhas qúe constantemente toquem.Art. i i .°-— O s conductores dos vehiculos não poderão desamparal-os ou afastar-se delles, sem os deixar a cargo de pessoa competen
te, sob pena de i$ooo réis de muita.Art. 12.0— Todo o indivíduo que estabelecer carreiras de quaesquer vehiculos, para conducção de passageiros entre pontos certos e
determinados, será obrigado a submetter á approvação da Camara uma tabella de preços, que, depois de approvada, deverá estar patente no mesmo vehiculo sob pena de 3$ooo réis de multa.
Art. i 3 .°— Os trens e mais vehiculos só poderão estacionar nos locaes destinados pela Camara, que são: Lado do Norte da Ponte dos Vapores, na occasião de-embarque ou desembarque, no Largo, ao sul da Praça Serpa Pinto, junto ao Quartel na Rua da Graça e Largo do Mercado, (pena de i$ooo réis).
Art. 14.0— Na insolvência do conductor fica responsável ao pagamento da multa o dono do vehiculo, que/poderá ser apprehendido para caução da mesma multa.
Art. i 5 .°— Todas as multas impostas nesta postura serão o duplo nas reincidencias, até o maximo da multa legal, e os vehiculos respectivos serão garantia dos pagamentos das mesmas.
Art. 16.0— O transgressor pode pagar voluntariamente a multa que lhe for impposta, dentro do praso de cinco dias, contados da data do aviso que lhe foi'feito pelo zelador ou policia municipal e só passado este praso seguirá o processo em juizo para julgamento da transgressão.
Art. 17.0— Esta postura, pela qual ficam revogadas todas as disposições municipaes em contrario, começará a vigorar tres dias depois da sua publicação, nos termos do § i.° do art. 448 do Codigo Administrativo e para que possa sortir os devidos effeitos vae ser, depois de competentemente authenticada, submettida á approvação superior. E- eu, Antonio Tavares da Silva, Secretario da Camara a subscrevi.
Aldegallega do Ribatejo em sessão de 24 de agosto de 1903.
« Presidente da CamaraDom ingos Tavares.
Os VereadoresFrancisco da Silva M arciano Augusto da Silva Antonio P ere ira Duarte Antonio dos Anjos Bello.
Copia. Aecordam ós da-Com missão Districtal em appfovar a presente postura para os effeitos legaes.Lisboa, 10 de sêtêmbro de igo3 . — (Assignados).
M A . P ereira e Cunha, Antonio Eduardo Simões B a iã o , Eduardo dc Castro e Almeida e José Ventura da Cam ara.
Está conforme. Lisboa, ti de setembro de t(}o3 ,«0 Secretario da Commissão
Manuel Lourenço .
SALCHICHARIA MERCANTILDE
J O A Q U I M P E D R O J f l S U S R E L O G I OCarne de porco, azeite de Castello Branco e mais
qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’Ancora e queijos de differentes qualidades.
Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.
(STêi 0
- -5*f a 56, L a rg o cia P raca Serpa P in lo . 5 4 a 56
48g ALDEGALLEGA a *
ESTEVÃO JO SE DOS REIS— » CO M .»—
OFFICINA DE CALDEIREIRO DE COBREi l l l l i l l l l l t l I I I l l l i l X M I l I f i l I t i l i S i l i l l I I f i l I I
Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.
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L O J A DO BAR AT— IDE —126
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S ao fa^euòas reccbiUas òe fresco, e não reíaròaòas. Ycnòe-se íuòo por menos
2 0 RÉÍS EM C A D A METRO
(lo qixe em quaíquer ca^a, e (tão-se importantes brinbes aos fregueses.@ proprietário péiDe a toòos os íreguejes que aníes òe procurarem 0 seu estabeleci
mento, palpitem as preços nos oxtíros para assim poderem vfo quem venòe mais barato. íranhar pouco para venòer muiío.
PRECO FIXO E IN E G U A L A V E L -
Cassas desde 120 réis o metro.
Casimiras desde 400 réis o metro.
Lãs e semi-lãs desde 36o réis o metro.
desde i 5o réis o
desde 700 réis o
Cotins, riscados, chitas e tudo quanto diz respeito a fazendas.
Neste estabelecimento só se annuncia o que ha e pelo minimo preço por que se póde vender; não se annuncia 0 que não ha por que não é loja mista, unicamente tem fazendas, e não como outras
Phantasias metro.
Lã e seda metro.
que apenas teem umas amostras para illudir o publico.Quando, por qualquer eventualidade, haja alguma casa que se queira pôr a
par desta egualando-lhe os preços, o proprietário do Grande Arm arem do Commercio, péde que confrontem as qualidades.
Nesta casa não se fazem milagres; limita-se o seu proprietário a ganhar muito pouco para assim dar grande desenvolvimento ao seu
commercio.crco cvnd cç*? <*\r cwi w qTj jvy: ^ csíd 030 cwr< tqo ccvd wo cor c \r
C H A P E L A R I A R I B E I R OTem lido esta casa um desenvolvimento extraordinario devido d solide\
com que teem sido feitos todos os trabalhos concernentes a chapelaria. Todos os trabalhos são executados nesta casa com a maxima perfeição, rapide% e modicidade cie preços, tanto nos de encommenda como nos concertos, para o que tem pèssoal habilitado.
f n o Serpa Finta - A M f i g à i l E S à 10 ÍMATÍSfi
C O M P A N H I A F A B R I L S I N G E RP o r Soo réis semanaes se adquirem as cele
bres machinas S I N G E R para coser.
Pedidos a AURÉLIO JO Á O DA CRUZ, cobrador da casa o c o f K á CV e concessionário em P ortu gal para a venda das ditas machinas.
Envia catalogvs a quem os desejar, yo, rua do Rato, yo — Alcochete.
AO G0MMEP.020 0 0 FOVOEstabelecimento com m aior sortido, que mais van
tagens offerece, e que tem p o r norm a vender a todos os seus fregueses peio mesmo preço sem illu d ir C O M M I L A G R E S ! . . .
Nã-o se dão brindes; pois para tal era preciso vender M A I S C A R O
Todas as transacções se fazem com seriedade. Visitem o C O M M E R C IO DO P O V O .
JOAO BENTO & N. SE CATOittO— - -
AidegsSIeg;* dóf t í l é Q C -E S Q U IN A iv \ RUA DO CONDE
OS D R A M A SD A COHTE
(Chronica do reinado de Luiz XV)Romance historico por
E. LADOUCETTEOs amores trágicos de Manon Les-
raut com o celebre cavallèiro í-s Grieux. formam o entrecho d’e;te romance, rigorosamente historico,a que Ladoucette imprimiu um cunhode originalidade devéras encantador.
A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta m; gistrr.lmente pelo a u c t o r d 0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi recebido em FJ' ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.
A edição portugueza do popular ■commovente romance, será feita e;" fasciculos semanaes de t6 pagin<15! efe grande formato,1 illústraaos cos soberbas gravuras de pagina, e conotará apenas de 2 volumes.
g íí r é is o fasc ícu lo 1©4> ré is ©
2 valiosos brindes a todosos assignantes
Pedidos á BibliothecaPopular,E ; 'presa Editora, 162, Rua da Rosa, 1— Lishoa.