Micro e Macroeconomia

7
FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA MULTIVIX ENGENHARIA ECONÔMICA CLEBER DE SOUZA CUNHA MICRO E MACROECONOMIA: CARCATERÍSTICAS E DIFERENÇAS NOVA VENÉCIA 2015

description

O que vem a ser macroeconomia? E microeconomia? Quais suas características e diferenças? Sãos estas a questões a serem levantadas neste breve artigo.

Transcript of Micro e Macroeconomia

FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – MULTIVIX ENGENHARIA ECONÔMICA

CLEBER DE SOUZA CUNHA

MICRO E MACROECONOMIA: CARCATERÍSTICAS E DIFERENÇAS

NOVA VENÉCIA 2015

INTRODUÇÃO

Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo. (SMITH, Adam. A Riqueza das Nações)

A definição de economia mais conhecida é a que diz que ela é a ciência que estuda como utilizar recursos para alcançar fins alternativos. Para Adam Smith, considerado o “pai” da Economia Clássica, a economia é feita de decisões pessoais, tomadas considerando os próprios interesses pessoais. O economista austríaco Ludwig von Mises define economia como o estudo da ação humana, ou seja, as escolhas que os indivíduos fazem para satisfazer suas necessidades. Para Karl Marx é a ciência que estuda as relações sociais de produção. Enfim, é um conceito muito amplo, que possui várias vertentes de pensamento, dado que é considerada a mais jovem das ciências.

Em 1936, o economista britânico John Maynard Keynes publicou sua obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, cujos ideais serviram de influência para a macroeconomia moderna.

Mas o que vem a ser macroeconomia? E microeconomia? Quais suas características e diferenças? Sãos estas a questões a serem levantadas neste breve artigo.

ECONOMIA: ESTUDO DA AÇÃO HUMANA

O economista da Escola austríaca, Ludwig von Mises em sua obra Ação Humana: um tratado de economia, diz que objetivo final da ação humana é sempre a “satisfação do desejo do agente homem”, isto é, o homem age buscando satisfazer suas necessidades, busca substituir uma situação menos satisfatória por outra mais satisfatória – o incentivo que impele o homem à ação é sempre algum desconforto.

Nesse sentido podemos definir que a economia é a ciência que estuda a ação humana.

“Ao fazer sua escolha, o homem escolhe não apenas entre diversos bens materiais e serviços. Todos os valores humanos são oferecidos para opção. Todos os fins e todos os meios, tanto os resultados materiais como os ideais, (...) são ordenados numa sequência e submetidos a uma decisão que escolhe um e rejeita outro. Nada daquilo que os homens desejam obter ou querem evitar fica fora dessa ordenação numa escala única de gradação e de preferência.” (MISES 1966).

A economia, então, procura lidar com os fins e os meios que o homem busca para satisfazer suas necessidades da melhor forma possível.

Essa definição de economia feita por decisões é mais antiga porém. Adam Smith, considerado o “pai” da economia clássica, difundiu a noção de que os seres humanos quando deixados livres para perseguirem seus próprios objetivos, promoveriam uma ordem social que nenhum deles havia conscientemente planejado. Na sua obra Riqueza das Nações, ele diz que o homem livre age como se "guiado por uma mão invisível para promover um fim que não fazia parte de sua intenção." Podemos concluir disso que a economia é o resultado das escolhas que o agente homem toma, primeiramente buscando suprir sua própria satisfação, e em segundo lugar, inconscientemente, suprir as necessidades dos outros. Esta teoria é a forma básica do que Karl Marx, mais tarde, passou a chamar “capitalismo”.

Geralmente, quando o homem faz escolhas, ele verifica qual das alternativas lhe trará maior satisfação à suas necessidades naquele momento em que a escolha é feita. Ao fazer sua escolha, ele atribui um certo valor a cada uma das suas opções de escolha, e escolhe, certamente, a que lhe tiver mais valor. Essa valoração é subjetiva, depende da necessidade atual e dos gostos do homem. A valorização também pode ser influenciada pelo preço das alternativas.

Por exemplo: o preço de uma garrafa d’água é o mesmo para duas pessoas, porém uma delas tem sede, a outra não; portanto o valor subjetivo da garrafa d’água é maior para a pessoa que tem sede do que para a outra. Se a pessoa sedenta vai ou não comprar a garrafa d’água dependerá dos meios que ela dispões (dinheiro) e das alternativas que ela precisa fazer (se ela estiver com sede e com fome, seria melhor compra água ou comida?).

Ao fazer a escolha das alternativas, o agente homem faz uma ação. Toda escolha envolve uma ação correspondente. A economia estudando a ação humana, estuda as escolhas que os indivíduos fazem, considerando que os meios (ou recursos) de que dispõem nunca são suficientes para satisfazerem todos os fins (escassez). Os meios serão sempre escassos quando comparados

aos fins, por isso é impossível para o homem realizar todos os seus desejos, já que é limitado pelos meios que dispõe. A economia trata, então, de encontrar melhores formas de lidar com a escassez.

Karl Marx adotou que a tese central da economia é que a troca se baseava numa equivalência das quantidades de trabalho. Em sua obra O Capital, Marx foca na sua teoria do valor-trabalho e o que ele considera a exploração do trabalho pelo capital. Para ele, a exploração levaria à instabilidade social e à luta de classes. Para garantir a estabilidade econômica e social, ele teorizou que os trabalhadores deveriam possuir e controlar os meios de produção.

Para Marx, o valor não é determinado pela necessidade e as escolhas do homem; o que determina o valor é a quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir determinada mercadoria. A única coisa que gera valor é o trabalho.

Segundo Marx, não deve ser o homem o agente da economia, mas o proletariado como um todo.

A última etapa da revolução proletária é a constituição do proletariado como classe dominante. (...) O proletariado utilizará sua supremacia para arrancar, pouco a pouco, todo o capital à burguesia, centralizando os instrumentos de produção nas mãos do Estado, ou seja, do proletariado organizado em classe dominante. (...) (MARX, Karl; ENGELS, Friederich. O Manifesto Comunista.)

Marx teorizava que após a revolução socialista, o Estado já não existiria como entidade distinta, mas a própria sociedade, isto é, o proletariado, seria o Estado. Portanto, numa economia socialista, um agente central (o partido, um comitê, o estado...) monopoliza e concentra a decisão sobre quais os fins que devem ser buscados e como devem ser utilizados os meios para alcançar tais fins. Num sistema socialista puro, a propriedade privada é abolida e todos os meios de produção pertencem ao estado.

Mises explicou, em 1922, que se todos os meios de produção são estatizados, não haveria mercado, e sem mercado, os produtos não teriam preços. Sem preços, não se poderia fazer cálculo de preços, e assim, não há planejamento econômico. Sem planejamento, não há economia estatizada, nem portanto, economia socialista de fato.

Considerado o “pai” da macroeconomia moderna, o economista britânico John Maynard Keynes, defendia uma política econômica de Estado intervencionista, através da qual os governos usariam medidas fiscais e monetárias para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos. Suas ideias são a base para o que é conhecido com Escola keynesiana.

MAS O QUE VEM A SER MACROECONOMIA?

Para entendermos o conceito, definimos primeiro o que é microeconomia: como apontado por Adam Smith, microeconomia estuda os agentes econômicos agindo individualmente, em seu próprio interesse, a ação humana individual; é o estudo das escolhas individuais, da alocação de recursos escassos em relação a uma série possível de fins. Macroeconomia, então, é o conjunto de ações microeconômicas, isto é, o comportamento da economia de forma agregada.

O termo macroeconomia surgiu na década de 1930, sendo a primeira grande obra literária macroeconômica o livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de Keynes, dando origem à chamada Revolução Keynesiana. A teoria keynesiana investiga as relações entre grandes agregados e médias numéricas em um dado país, tais como renda total, produção total, demanda total, oferta total, consumo total, poupança total, emprego total, nível de preços etc., para daí extrair conclusões analíticas e formular uma política positiva de ação. A finalidade principal é desvendar os processos que levam ao "pleno emprego", isto é, à plena utilização do fator de produção trabalho, na esfera teórica e, com base na teoria, na esfera prática.

Para os teóricos da Escola Austríaca não faz sentido a separação radical entre a micro e a macroeconomia que os economistas neoclássicos costumam fazer. Pelo contrário, para os austríacos, os problemas econômicos devem ser estudados conjuntamente e serem inter-relacionados entre si, sem distinguir a parte micro e macro dos mesmos.

CONCLUSÃO

A economia é o estudo da ação humana, trata das escolhas individuais do agente homem, de como ele administrará os escassos recursos à satisfazer suas necessidades, de como ele gerirá os meios para obter os fins esperados.

Microeconomia pode ser definida como a economia de fato, isto é, estuda o agente econômico individualmente.

Macroeconomia estuda a economia em agregado, isto é, o conjunto dos “agentes microeconômicos”; na teoria keynesiana, a macroeconomia investiga as relações entre os grandes agregados e as médias numéricas em um dado país, ou seja, estuda a economia regional e nacional como um todo.

REFERÊNCIAS

BREVE HISTÓRICO DA ECONOMIA MARXISTA. 2010. Disponível em: <http://goo.gl/ldgRKr>. Acesso em: 15 abr. 2015.

CALLAHAN, Gene. O que é a economia e por que estudá-la. 2010. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=823>. Acesso em: 15 abr. 2015.

ECONOMIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia>. Acesso em: 16 abr. 2015.

INTRODUÇÃO À ECONOMIA. Disponível em: <http://goo.gl/Q6LSqv>. Acesso em: 13 abr. 2015.

IORIO, Ubiratan Jorge. Dez lições de economia austríaca para iniciantes: Primeira lição: economia e instituições. 2012. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1399>. Acesso em: 15 abr. 2015.

IORIO, Ubiratan Jorge. Dez lições de economia austríaca para iniciantes: Segunda lição: o que é economia, escassez, escolhas e valor. 2012. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1404>. Acesso em: 15 abr. 2015.

JOHN MAYNARD KEYNES. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://goo.gl/gLUzT>. Acesso em: 16 abr. 2015.

KEYNES, John Maynard A Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda. Coleção Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

MACROECONOMIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Macroeconomia>. Acesso em: 16 abr. 2015.

MARX, Karl; ENGELS, Friederich. O Manifesto Comunista. 1. ed. São Paulo: Instituto José Luis e Rosa Sundermann, 2003. Disponível em: <http://goo.gl/4qQYcx>. Acesso em: 15 abr. 2015.

MISES, Ludwig von. Ação Humana: Um tratado de Economia. Trad. Donald Stewart Jr. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010. Disponível em: <

http://www.mises.org.br/files/literature/A%C3%A7%C3%A3o%20Humana%20-%20WEB.pdf>.

__________. Socialism: An Economic and Sociological Analysis. Indianapolis: Liberty Fund, 2008.

MICROECONOMIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Microeconomia>. Acesso em: 16 abr. 2015.

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Trad. Alexandre Amaral Rodrigues e Eunice Ostrensky, São Paulo: Martins Fontes, 1a ed., 2003.

WHAT IS ECONOMICS: A Definition of Economics. Disponível em: <http://www.whatiseconomics.org/>. Acesso em: 14 abr. 2015.