MGF.net Talks 2012

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A pós a criação do portal MGFamiliar.net, Carlos Martins sentiu a necessidade de “passar da plataforma digital” para “o encontro pessoal” e discutir no terreno, sobretudo com os médicos de família, a informação que ia partilhando online. Assim nasceu, em 2010, o evento MGF.net Talks, cuja terceira edição decorreu entre 9 e 10 de Dezembro no Centro de Cultura e Congressos da SRNOM. Para o mentor e organizador deste evento, a impor- tância de debater temas ligados às novas tecnolo- gias da informação e comunicação (TIC) é cada vez maior. “Não só sentimos o impacto que as TIC têm MGF.net talks 2012 O MGF.net Talks teve lugar, pela terceira vez consecutiva, na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) e voltou a primar pela diferença. Softwares, aplicações, interfaces ou redes sociais foram alguns dos tópicos que preencheram um programa diversificado em que o organizador, Carlos Martins, procurou reflectir todas as va- riantes da crescente relação entre os médicos e as novas tecnologias da informação. Notícias 62 Texto Nelson Soares › Fotografia António Pinto MEDICINA NA ERA DA INFORMAçãO

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Artigo sobre o MGF.net Talks 2012 publicado na edição de Outubro - Dezembro 2012 da revista Nortemédico.

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Após a criação do portal MGFamiliar.net, Carlos Martins sentiu a necessidade de “passar da plataforma digital” para “o encontro pessoal” e discutir no terreno,

sobretudo com os médicos de família, a informação que ia partilhando online. Assim nasceu, em 2010, o evento MGF.net Talks, cuja terceira edição decorreu entre 9 e 10 de Dezembro no Centro de Cultura e Congressos da SRNOM.Para o mentor e organizador deste evento, a impor-tância de debater temas ligados às novas tecnolo-gias da informação e comunicação (TIC) é cada vez maior. “Não só sentimos o impacto que as TIC têm

mgf.net talks 2012

O MGF.net Talks teve lugar, pela terceira vez consecutiva, na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) e voltou a primar pela diferença. Softwares, aplicações, interfaces ou redes sociais foram alguns dos tópicos que preencheram um programa diversificado em que o organizador, Carlos Martins, procurou reflectir todas as va-riantes da crescente relação entre os médicos e as novas tecnologias da informação.

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textoNelson Soares›FotografiaAntónio Pinto

medicina na era da infOrmaçãO

no exercício da Medicina, como junto dos nossos pacientes. Hoje, têm um acesso à informa-ção sobre saúde completamente diferente e a própria chegada do computador à consulta veio modificar a forma como nós lidamos com os pacientes”, acrescenta. Da teoria à prática, Carlos Mar-tins promoveu várias sessões formativas onde procurou do-tar os participantes de conhe-cimentos concretos sobre dife-rentes aplicações informáticas que hoje têm ao seu dispor. “Os workshops vão desde a infor-mática básica, para colegas que ainda sentem dificuldades no domínio de ferramentas básicas do computador, às ferramentas que os médicos têm que usar na sua prática clínica, muitas vezes sem terem formação ade-quada para as utilizar”, escla-

receu. No outro lado do programa, a formação é substituída pelas palestras em modo “Talks”, ou seja apresentações em estilo mais informal “que tentam motivar, inspirar e reflectir sobre temas relaciona-dos com a ciência, a Medicina, a prática clínica e a interface com a tecnologia”.

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Carlos Martins acredita que estas MGF.net Talks contribuem para um olhar diferente sobre o futuro da Medicina. “Os temas que abordamos são impor-tantes para perceberemos de que forma a evidência científica vai evoluir e qual o impacto que vai ter na Medicina”, acentuou. Para o organizador, a classe médica tem hoje o privilégio de ter acesso a uma grande variedade de ferramentas que “são apoios valiosos à consulta”. “Hoje, os colegas estão mais atentos a esta realidade e se ainda se mantém al-guma info-exclusão ela deve-se, pela minha experi-ência, mais à falta de oportunidades de formação do que à falta de receptividade”, observou. n

Redes Sociais“Existem problemas éticos”Um dos temas emergentes ao nível da utilização da Internet na prática clínica é a interacção entre mé-dico e doente ao nível das redes sociais. Esta matéria foi objecto de reflexão específica nas MGF.net Talks e, segundo Carlos Martins, “claramente levanta pro-blemas éticos”. “Os profissionais devem ter alguma atenção na sua presença nas redes sociais. Sou um utilizador activo, contudo raramente uso para con-tacto com os meus pacientes”, sublinhou.

O fundador do portal MGFamiliar.net esclarece que em Portugal ainda não existe regulamentação es-pecífica sobre esta relação, no entanto, o exemplo retirado das normas de orientação da Associação Médica Americana é claro: “o profissional de saúde não está na rede social como um indivíduo parti-cular mas como um rosto do grupo profissional a que pertence e que tem uma responsabilidade ética importante”. Esta cautela que deve caracterizar a re-lação médico-doente nos canais online não impede, segundo Carlos Martins, que se tire proveito das qualidades da Internet. “As redes sociais têm enor-mes potencialidades para a Medicina, nomeada-mente em matéria de educação para a saúde e pro-moção de hábitos de vida saudáveis”, considerou.