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MFRENSA MANGELICÀ tilKIATIIUL1 ADIANTADAS Por junho õ|000 Caixa io Correio H. 254 "lãe por todo o mundo, prégae o Evangelho" JESUI ClUOsTo. ESOEIPIOSIO SA REDACÇÃO 15 Rua do Club Gymnastico 15 Antiga Travessa ia Barreira Amio XXVÍ Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 1890 Numero 37 Roma e a Bíblia Na santa Escriptura é louvado o modo de proceder dos da cidade de Berea. os quaes, quando os após- tolos Paulo e Silas annunciaram- lhes o Evangelho, "receberam a palavra com ancioso desejo, inda- gando todos os dias nas Escrípturas se estas cousas eram assim" (Actos xvii: 11).Vê-se que é notável o con- traste que a esse respeito offerece a pratica da igreja romana á dos ber- eanòs e também á das igrejas evan- gelicas entre os protestantes. Por- que é um facto confessado que a igreja romana liga muito menos valor ás Escrípturas do que as igre- jas reformadas. Ella as nâo conside- ra em si mesmas como uma regra de perfeita e perspicaz. Segundo ella, .o ensino -das_.E,siriplara5__li_e__ cisa de ser supplementado pela tra- dição; e o sentido, tanto das Escri- pturas como da tradição, i deter- minado pela igreja, como mestra inspirada e authorisada. A igreja, porém, no sentido ro- mano, é os bispos reunidos em con- ciiio; e estes, declarando no ultimo concilio que o papa, fallando ex ea- thcdra, é infallivel, declararam ipso yirc/flque a elle compete determinar o sentido das Esçripturas e tradição. . A igreja romana é, portanto, lo- gica e coherente quando liga pouca importância ao conhecimento dus Escrípturas, quer da parte do padre quer da do povo. O padre romano não é embaixador de Christo como eram os primeiros pregadores Tio Evangelho (l* Cor. v: 311). mas è embaixador d.i igreja.—que quer dizer, do papa. Oue necessidade tem elle, pois, de "indagar todos os dias nas Ks- pturas", segundo o exemplo tão louvado dos de Beréa ? Pois a sua missão nao é de ensinar o que ensi- nam as Escrípturas e sim de ensi- nar o qu ¦ ensina a igreja; e isso pôde aprender com muito mais fa- cilidade, e também com mais certe- za, deitando no correio uma carta dirigida ao seu bispo ou ao pontífice em Roma. E especialmente i este o caso quando se trata de doutrinas como a chefia de Pedro e de ter elle sue- cessores na pessoa dos papas; do sacrifício da missa ; da et]ficacia de orações pelos mortos; da in terces- sao da Virgem e dos santos; do cúlfcTdas"imagens ; "do purgatório: da confissão auricular; de haver sete sacramentos, e de outras ensinadas pela igreja e nâo ensinadas nas hs- cripturas, sendo parte dellas até em contradicção patente com o ensino dos Livros Sagrados. Isso é até confessado pelos romã- nos que conhecem tanto as Escri- pturas como o que ensina a sua igreja, e que d<1o a devida honra íi verdade. Diz. por exemplo, o Snr. St. George Mivart, um dos mais il- lustrados e hábeis entre os defen- sores leigos da dessa igreja, na Inglaterra: "A posição da Igreja Romana a respeito das Escrípturas é ditferente da de qualquer igreja protestante". Declara em seguida que "a Igreja Romana nao somente náb se firma sobre o velho Testa- mçnto, mas que nem os Evangelhos sâo o alicerce da fé". Verdade é que elle falia de "seu valor inestimável em outros sentidos", mas tem a franqueza de acerescentar: "E' um facto que a certos respeitos alguns dogmas da religião chrístã seriam menus embaraçados se elles (os Evangelhos) nunca fossem escrip tos". (Nineteentk Ccntury, Dezem- bro de 1S87). E* evidente que nesta citação as palavras "dogmas da religião chris- tá" querem dizer, dogmas da igre- ja romana: e temos assim uma con- fissão franca de serem incompati- veis o ensino dessa igreja e o das santas Esçripturas. Não é de admi- rar, pois, que essa igreja se oppo- nha á circulação da palavra de E/eus. VARIEDADES Dedicação de igreja—Nn diu 21 deste 11111/. esperam os protrstantet, tle Linha Nova, Riu (iraude ttn Sul, dedicar íi ' culto (liviim a i^nja que niii acabam Eleições:—X" din 1"> corrente tiTii lugar a eleh-ão p-ral para escolher os futuros representantes ila nat;ân. Numa rjiiiL-liii melindrosa como a que atravossiiui'1^. ilu siniuna necessidade ,'dCiillli'l' llillllCIIS iilnlll'llS O llipilZM consolidar a união dn pátria e a prospe- rítlade da família brazileira. l.'tn erro ua encolha nos causara o maior dnuuio, porque se forem escolhidos para este cargo importante, homens nem consciência e sem temor a Deita, nenhu- um confiança pudemos depositar no pri- ineiro congresso, que vai dirigir a forma do governo republicano. Iíecommcndnmos pois, a todos os elei- tores e principalmente aos eleitores creu- tes, que sejam muito escrupulosos na es- L-.ilha tle senadores e deputados e que de modo nenhum, embora tenham recebido pedido para isso, votem era pessoas que nãti estejam nos casos de desempenhar fielmente os interesses e a liberdade do povo brazileíro. Temos confiança em Deus, que tudoha de concorrer para que o seu nome seja glorifieado e os crentes em Jesus-Christo conservem a liberdade e igualdade reli- giosa que tâo justamente lhes foi confe- rída pelo governo provisório. Clericalismo La Chronique, de Bruxellas diz : "Os nossos clericaes não estão muitos satisfeitos com a fiepu- blíca brazileira. O governo desse paiz lhes hãõ"agnídà nòseu modo de proceder, porque de um lado proclama a liberdade de culto na nova Constituição e do outro expelle ao mesmo tempo a ordem dos jesuítas e prohihe a instituição de ordens novas. Nisso, porém, não ha falta de lógica ; porque não se deve confundir liberdade di- cultos eum exploração de cultos. Pes- soalmente são livres todos oa cidadãos brasileiros para adorar a Deus do modo que quizerem e pertencer a qualquer confissão que lhes agrade. Mas esta Iir herdade não se pôde estender a uma as- sociaeão reconhecida em toda a parte como um mal social por constar de 'genfe ¦FOLHETIM (Gintinunç-ãu) Dous compatriotas de Lefévre, Ar- .naldo e Geraldo Iioussel, e outros mais, augnicntnrnm o circulo de espiritua nobres e generosos. Briçonnet, apenas tinha saido dos alegres divertimentos e festas de Roma, admirou-se do que então tinha acontecido om Parisdurante sua ausência. Com sedo da vordiido, elle renovou as antigas relações com Lefévre, e passou muitas horas preciosas com o doutor de Sorbona, Fnrcl, oa dois líoussels o seus .•imjgos(l). Este illustre porem liunnldc senado qiiòrin ser instruido pelos Cliristfios mnis luiiiiilden, mus particularmente pelo pro- priq Lord. " Estou nus trovas, dizia elle*? esperando a grnçn da bondado divirin, da qunl estou banido por mous desmcrcciinentoa." Seu espirito "estava eomo quo olTtiscado peln luz do Evnn- .: goHiò.-Suns palpebras gotejavam < diante deste esplendor sem igual. " Todos os olhos Juntos, acerescenta elle, são insufti- (1) Histoíre, Ia, Révocat. de 1'tklit. ds Nanlcs, L7. cientes pam receber toilu luz desle grande Itmiíuiir." (-) Lefévre tinha reeouimeudado o bispo á Ilililiu ; elle n tinlin deaigniiilo ciuim " guia que sempre reeoitdiu os homens á verdade priuiitíva du Uhristianismo, ao que era quando eseólas,s*eitas, ordenauc,as e tradições eram desconhecidas, e como o meio poderoso pelo qual a religiãu de Jesus Cliristii ê reiiin-ndu. Ilri.oniiot liu a Bíblia. " Tal e a doçura deste alimento divino, " dizia elle, " ipie qiiuiitü mais o provamos, tanto mais o desejamos '' (-'!). A simples e poderosa verdade da sal- vução encantou-o : elle achou Christo, achou Deus mesmo. " Que navio, dizia elle, " c capaz do receber tão grande quantidade desta doçura inesgotável ? Porém a morada augmenta-se segundo o desejo que se tem de receber o bom hos- pede. A o único furriol que pôde hoape- dal-o, ou para melhor dizer, que nos faz morar nelle. Porém ao mesmo tempo, o bom bispo,ufHicto por ver ostn doutrina do vida, quo u Reforma rostituln no mundo, tão pouco considerada na corte, ria cidade e entre o povS, exclamava: "O'niudanca 12) Mnimboiirg, Hist. du Calv. p. ífi. (H) Tirou-se esta iwssnçcm-Jt: um mnifascrípto na BiMtutlieca Ural" mii Pnris, íritlüiíailó 'Lwrus Mar- puerite, reine tle Nnvarre, e marcado S.vlF. líil' Terei op|ínritmiiÍade de citar o manuscriptA-o qual acltel bem difficil de explicar. (4) Ihiá.j Miigular, inuilo digna, o conitudo pouco aeeeítavel a meus companheiros. K' assim que as opiniOcs evange- licas espalharam-se no meio da curte frí- vola, dissohita e litterariu de Francisco I. Muitos homnis que ahi se achavam, e, que gosavam de toda a confiança dt) rei, couto .loão de Bcllay, Budeus, Cop, me- dico da corte, e mesmo Petit,coufessor do rei, pareciam favoráveis aos sentimentos tle l_Viçonu<'t f Lefévre. Francisco, que amava a sciencia. tpie convidou para seus estados sábios inclinados no Luthcranis- mo, e que pensava como diz Erasmo, "em adornar e ostentar seu reino dc uma ma- unira mais niay-nilioa do quu elle poderia fazer por tropheos, pyramides, ou pelas estrueturas as mais pomposas, "foilevado por sua irmã, por iiriçonnet, e pelos lit- teratos de sua corte e universidades. Elle sempre estava presenteás discussões dos sábios, escutando com gosto sua con- versarão na meza, e chamando-os " seus filhos. " Ello preparava o caminho para. a palavra do Dous fundando cadeiras pnrn o estudo do Hebraico o Grogo. Assim diz Tbeodoro Beza, coUocnndo sou retrato á testa dos reformadores. ." Pie- doso espectndoiyião estremeça é vista des- te iiihiligo.Porveuturn uno devia ter parte nesta honra,: aquelle que expulsou o barba; risnio do mundo, e com mão firriie:sub- stítuiú-o por tres línguas e sciencia útil, íerjçomò as portas de um^noyo edifício que devia cm breve, ser construi- di,r(5). Havia porém na corte de Francisco I, uma alma em particular, que parecia pre- parada para receber a influencia evan- seliea do doutor de Etaples e do bispo de ileaux. Margarida, ainda que hesitando e vacil- lando, nomeio de uma sociedade depra- vada que a rodeava, procurou auxilio e iieliou-o no Evangelho. Ella voltou se para esse novo sopro que reanimava o mundo, e sorveu-o com gosto como uma euiiiiiin-riío do céu. Elln aprendeu de nlgn- mas senhoras da corte o que os novos dou- torea ensinavam ; clles eiiiprestavnra-llie seus eseriptos, neus livrinhos, chamados ua liiiguagen desse tempo " tratados " e lalavniii-llie du Igreja primitiva, dn pura palavra dc Deus, dn adoração em espirito o verdade, da liberdade cliristn que sa- eode o jugo da superstição o tradições dos homens paraunil-03 mais aDeus." (G) Bentro em pouco esta princesa con- versou com Lefévre, Farei e.HouBsel; seu zolo,piedade o pureza de costumes-— tudo isto a admirava; porem era o bispo de Mcaux em particular,que tendo gozado_„ por muito tempo de sua amizade, tornou- se seu guia nocaminho fê. ..• ' (5) Nraüerex.potentíssímêpudcitr..". quasi atri-- enra linius «edis ninirm. B«nc Irono-Dispurallo- nibos eonira ipse interfait. Hores. Racmundi. ^Iist. deortühaeresuni,72."..* ,." .-. ';¦_-. (6J. Maimbougj,' HUt. do Calvfttibme. 17. _J-~ mm a&m L#f#J7

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MFRENSA MANGELICÀtilKIATIIUL1 ADIANTADAS

Por junho õ|000

Caixa io Correio H. 254 "lãe por todo o mundo, prégae o Evangelho"

JESUI ClUOsTo.

ESOEIPIOSIO SA REDACÇÃO15 Rua do Club Gymnastico 15

Antiga Travessa ia Barreira

Amio XXVÍ Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 1890 Numero 37

Roma e a BíbliaNa santa Escriptura é louvado o

modo de proceder dos da cidade deBerea. os quaes, quando os após-tolos Paulo e Silas annunciaram-lhes o Evangelho, "receberam a

palavra com ancioso desejo, inda-

gando todos os dias nas Escrípturasse estas cousas eram assim" (Actosxvii: 11).Vê-se que é notável o con-traste que a esse respeito offerece a

pratica da igreja romana á dos ber-eanòs e também á das igrejas evan-

gelicas entre os protestantes. Por-

que é um facto confessado que aigreja romana liga muito menosvalor ás Escrípturas do que as igre-

jas reformadas. Ella as nâo conside-ra em si mesmas como uma regrade fé perfeita e perspicaz. Segundoella, .o ensino -das_.E,siriplara5__li_e__cisa de ser supplementado pela tra-dição; e o sentido, tanto das Escri-

pturas como da tradição, i deter-minado pela igreja, como mestrainspirada e authorisada.

A igreja, porém, no sentido ro-mano, é os bispos reunidos em con-ciiio; e estes, declarando no ultimoconcilio que o papa, fallando ex ea-thcdra, é infallivel, declararam ipso

yirc/flque a elle compete determinaro sentido das Esçripturas e tradição.. A igreja romana é, portanto, lo-

gica e coherente quando liga poucaimportância ao conhecimento dus

Escrípturas, quer da parte do padrequer da do povo. O padre romanonão é embaixador de Christo comoeram os primeiros pregadores TioEvangelho (l* Cor. v: 311). mas èembaixador d.i igreja.—que querdizer, do papa.

Oue necessidade tem elle, pois,de "indagar todos os dias nas Ks-

pturas", segundo o exemplo tãolouvado dos de Beréa ? Pois a suamissão nao é de ensinar o que ensi-nam as Escrípturas e sim de ensi-nar o qu ¦ ensina a igreja; e isso

pôde aprender com muito mais fa-cilidade, e também com mais certe-za, deitando no correio uma cartadirigida ao seu bispo ou ao pontíficeem Roma.

E especialmente i este o caso

quando se trata de doutrinas comoa chefia de Pedro e de ter elle sue-cessores na pessoa dos papas; dosacrifício da missa ; da et]ficacia deorações pelos mortos; da in terces-sao da Virgem e dos santos; docúlfcTdas"imagens ;

"do purgatório:

da confissão auricular; de haver setesacramentos, e de outras ensinadas

pela igreja e nâo ensinadas nas hs-cripturas, sendo parte dellas até emcontradicção patente com o ensinodos Livros Sagrados.

Isso é até confessado pelos romã-nos que conhecem tanto as Escri-

pturas como o que ensina a suaigreja, e que d<1o a devida honra íiverdade. Diz. por exemplo, o Snr.St. George Mivart, um dos mais il-lustrados e hábeis entre os defen-sores leigos da fé dessa igreja, na

Inglaterra: "A posição da IgrejaRomana a respeito das Escrípturasé ditferente da de qualquer igreja

protestante". Declara em seguidaque

"a Igreja Romana nao somentenáb se firma sobre o velho Testa-mçnto, mas que nem os Evangelhossâo o alicerce da fé". Verdade é queelle falia de "seu valor inestimávelem outros sentidos", mas tem afranqueza de acerescentar: "E' umfacto que a certos respeitos algunsdogmas da religião chrístã seriammenus embaraçados se elles (osEvangelhos) nunca fossem escriptos". (Nineteentk Ccntury, Dezem-bro de 1S87).

E* evidente que nesta citação as

palavras "dogmas da religião chris-

tá" querem dizer, dogmas da igre-

ja romana: e temos assim uma con-fissão franca de serem incompati-veis o ensino dessa igreja e o dassantas Esçripturas. Não é de admi-rar, pois, que essa igreja se oppo-nha á circulação da palavra deE/eus.

VARIEDADESDedicação de igreja—Nn diu 21

deste 11111/. esperam os protrstantet, tleLinha Nova, Riu (iraude ttn Sul, dedicaríi ' culto (liviim a i^nja que niii acabam

Eleições:—X" din 1"> d» correntetiTii lugar a eleh-ão p-ral para escolheros futuros representantes ila nat;ân.

Numa rjiiiL-liii melindrosa como a queatravossiiui'1^. <¦ ilu siniuna necessidade,'dCiillli'l' llillllCIIS iilnlll'llS O llipilZM dü

consolidar a união dn pátria e a prospe-rítlade da família brazileira.

l.'tn erro ua encolha nos causara omaior dnuuio, porque se forem escolhidospara este cargo importante, homens nemconsciência e sem temor a Deita, nenhu-um confiança pudemos depositar no pri-ineiro congresso, que vai dirigir a formado governo republicano.

Iíecommcndnmos pois, a todos os elei-tores e principalmente aos eleitores creu-tes, que sejam muito escrupulosos na es-L-.ilha tle senadores e deputados e que demodo nenhum, embora tenham recebidopedido para isso, votem era pessoas quenãti estejam nos casos de desempenharfielmente os interesses e a liberdade dopovo brazileíro.

Temos confiança em Deus, que tudohade concorrer para que o seu nome sejaglorifieado e os crentes em Jesus-Christoconservem a liberdade e igualdade reli-giosa que tâo justamente lhes foi confe-rída pelo governo provisório.

Clericalismo — La Chronique,de Bruxellas diz : "Os nossos clericaesnão estão muitos satisfeitos com a fiepu-blíca brazileira. O governo desse paizlhes hãõ"agnídà nòseu modo de proceder,porque de um lado proclama a liberdadede culto na nova Constituição e do outroexpelle ao mesmo tempo a ordem dosjesuítas e prohihe a instituição de ordensnovas.

Nisso, porém, não ha falta de lógica ;porque não se deve confundir liberdadedi- cultos eum exploração de cultos. Pes-soalmente são livres todos oa cidadãosbrasileiros para adorar a Deus do modoque quizerem e pertencer a qualquerconfissão que lhes agrade. Mas esta Iirherdade não se pôde estender a uma as-sociaeão reconhecida em toda a partecomo um mal social por constar de 'genfe

¦FOLHETIM

(Gintinunç-ãu)

Dous compatriotas de Lefévre, Ar-.naldo e Geraldo Iioussel, e outros mais,augnicntnrnm o circulo de espiritua nobrese generosos. Briçonnet, apenas tinha saidodos alegres divertimentos e festas deRoma, admirou-se do que então tinhaacontecido om Parisdurante sua ausência.

Com sedo da vordiido, elle renovou asantigas relações com Lefévre, e passoumuitas horas preciosas com o doutor deSorbona, Fnrcl, oa dois líoussels o seus.•imjgos(l).

Este illustre porem liunnldc senado

qiiòrin ser instruido pelos Cliristfios mnisluiiiiilden, mus particularmente pelo pro-priq Lord. " Estou nus trovas, diziaelle*? esperando a grnçn da bondadodivirin, da qunl estou banido por mousdesmcrcciinentoa." Seu espirito "estava

eomo quo olTtiscado peln luz do Evnn-.: goHiò.-Suns palpebras gotejavam < diante

deste esplendor sem igual. " Todos osolhos Juntos, acerescenta elle, são insufti-

(1) Histoíre, dü Ia, Révocat. de 1'tklit. ds Nanlcs,L7.

cientes pam receber toilu luz desle grandeItmiíuiir." (-)

Lefévre tinha reeouimeudado o bispo áIlililiu ; elle n tinlin deaigniiilo ciuim "guia que sempre reeoitdiu os homens áverdade priuiitíva du Uhristianismo, ao

que era quando eseólas,s*eitas, ordenauc,ase tradições eram desconhecidas, e comoo meio poderoso pelo qual a religiãu deJesus Cliristii ê reiiin-ndu. Ilri.oniiot liua Bíblia. " Tal e a doçura deste alimentodivino, " dizia elle, " ipie qiiuiitü mais o

provamos, tanto mais o desejamos '' (-'!).A simples e poderosa verdade da sal-vução encantou-o : elle achou Christo,achou Deus mesmo. " Que navio, diziaelle, " c capaz do receber tão grandequantidade desta doçura inesgotável ?Porém a morada augmenta-se segundo odesejo que se tem de receber o bom hos-pede. A fé o único furriol que pôde hoape-dal-o, ou para melhor dizer, que nos fazmorar nelle. Porém ao mesmo tempo, obom bispo,ufHicto por ver ostn doutrina dovida, quo u Reforma rostituln no mundo,tão pouco considerada na corte, ria cidadee entre o povS, exclamava: "O'niudanca

12) Mnimboiirg, Hist. du Calv. p. ífi.(H) Tirou-se esta iwssnçcm-Jt: um mnifascrípto na

BiMtutlieca Ural" mii Pnris, íritlüiíailó 'Lwrus Mar-puerite, reine tle Nnvarre, e marcado S.vlF. líil'Terei op|ínritmiiÍade de citar o manuscriptA-o qualacltel bem difficil de explicar.

(4) Ihiá. j

Miigular, inuilo digna, o conitudo poucoaeeeítavel a meus companheiros.

K' assim que as opiniOcs evange-licas espalharam-se no meio da curte frí-vola, dissohita e litterariu de Francisco I.Muitos homnis que ahi se achavam, e,

que gosavam de toda a confiança dt) rei,couto .loão de Bcllay, Budeus, Cop, me-dico da corte, e mesmo Petit,coufessor dorei, pareciam favoráveis aos sentimentostle l_Viçonu<'t f Lefévre. Francisco, queamava a sciencia. tpie convidou para seusestados sábios inclinados no Luthcranis-mo, e que pensava como diz Erasmo, "emadornar e ostentar seu reino dc uma ma-unira mais niay-nilioa do quu elle poderiafazer por tropheos, pyramides, ou pelasestrueturas as mais pomposas,

"foilevado

por sua irmã, por iiriçonnet, e pelos lit-teratos de sua corte e universidades.Elle sempre estava presenteás discussõesdos sábios, escutando com gosto sua con-versarão na meza, e chamando-os " seusfilhos. " Ello preparava o caminho para.a palavra do Dous fundando cadeiraspnrn o estudo do Hebraico o Grogo.Assim diz Tbeodoro Beza, coUocnndo souretrato á testa dos reformadores. ." Pie-doso espectndoiyião estremeça é vista des-te iiihiligo.Porveuturn uno devia ter partenesta honra,: aquelle que expulsou o barba;risnio do mundo, e com mão firriie:sub-stítuiú-o por tres línguas e sciencia útil,íerjçomò as portas de um^noyo edifício

que devia cm breve, ser construi-di,r(5).

Havia porém na corte de Francisco I,uma alma em particular, que parecia pre-parada para receber a influencia evan-seliea do doutor de Etaples e do bispo deileaux.

Margarida, ainda que hesitando e vacil-lando, nomeio de uma sociedade depra-vada que a rodeava, procurou auxilio eiieliou-o no Evangelho. Ella voltou se

para esse novo sopro que reanimava omundo, e sorveu-o com gosto como umaeuiiiiiin-riío do céu. Elln aprendeu de nlgn-mas senhoras da corte o que os novos dou-torea ensinavam ; clles eiiiprestavnra-llieseus eseriptos, neus livrinhos, chamadosua liiiguagen desse tempo " tratados " elalavniii-llie du Igreja primitiva, dn purapalavra dc Deus, dn adoração em espiritoo verdade, da liberdade cliristn que sa-eode o jugo da superstição o tradições doshomens paraunil-03 mais só aDeus." (G)

Bentro em pouco esta princesa con-versou com Lefévre, Farei e.HouBsel;seu zolo,piedade o pureza de costumes-—tudo isto a admirava; porem era o bispode Mcaux em particular,que tendo gozado_„por muito tempo de sua amizade, tornou-se seu guia nocaminho dá fê. ..•

' (5) Nraüerex.potentíssímêpudcitr..". quasi atri--

enra linius «edis ninirm. B«nc Irono-Dispurallo-nibos eonira ipse interfait. Hores. Racmundi. ^Iist.deortühaeresuni,72.". .* ,." .-. ';¦_-.

(6J. Maimbougj,' HUt. do Calvfttibme. 17. _J-~

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IMPRENSA EVANGÉLICA

que faz da religião uma industria e se explicada, íbi ouvida com religiosa at-torna assim rica por conta de outros.

Os conventos são um estorvo para oprogresso e- a ulvilisaçâo, e isto basta paraprohibir o seu estabelecimento.

Quando chegará a vez a nossa Bélgicade imitar o exemplo luzente do Brazil?"

Como vemos não tem muito má famaentre os homens progressivos da Europaa nossa joven República brasileira.

(Germimia)

Os negros nos Estados Unidos—Segundo estatísticas recentes, ha hojeno sul doa Estados Unidos do Norte16,000 professores de cor e um milhão dòdiscípulos nas escolas primarias, e tresmilhões de gente de cor que aos domingosafflue ás suas igrejas. Ha para us negrosseis escolas normaes, cincoentá estabele-chnentos de instrucção secundaria, e di-versos-seminários theolngicos.-Os negrospagam impostos sobro mais de 4,000contos do bens dc rtdz. Isso ó um pro-gresso assombroso para uma ra<ya que tem200 annos de captiveiro e 4000 annos debnrbarismo atraz de si, e todo esse pro-gresso foi feito om 25 annos de emanei-paçâo. Vê-se, pois, que a generosidedeamericana, íi qual, sob a benção de Deus,é devida a maior parte da instrucção quetêm recebido os emancipados foz nes-ses vinte e cinco annos o que que osestadistas tinlmin em vão procurado al-cançar durante nm século. Ã populaçãonegra nos Estados Unidos é hoje de mais'de sete milhões.

O Evangelho, em Veneza—''-L- Na antiga e veneravel cidade de Ve-neza.o protestantismo acha-se repreSon-tado por quatro congregações:— a vai-densiana, a livre italiana, a mcthodistaamericana e a baptista americana.Chega a sete centos o nuinevo dos queassistem aos cultos nessas igrejas.

A guarda do coração—O meu' coração, diz um cliristão experimentado,¦é como o passeio no meu jardim; todos osdias;' para guardal-o limpo, tenho de'passar

por elle com enchada e vassoura.'E tenho de trabalhar também para con-¦ servár limo o meu coração.

Bom legado-—Ao papa deixou mimfranceza .rica, fallecida ba pouco, umlegado dp cinco milhões de francos e umpalácio na cidade de Paris.

Bella Vista—Escrevem-nos:Foi or-tgonisnda no dia 27 de Julho a igreja de.Bella Vista (Rio Feio, São Paulo),' com

. 51,membròs,sendo 22 menores baptisados

. e 29 professos.Foram eleitose consagrados dois diaco-

nos. Os. actos de culto foram muito con-

tenção.A congregação trata de edlficar, com

a maior brevidade possivel, uma capeilaassaz espaçosa para acconunodar o crês-cido numero do ouvintes que concorremás reumiões.

Obra prima clerical—A 12 doJulbo o padre JoãoEboli, vigário do Mo-gy-Mirhn, do São Paulo,

'publicou-o se-

guinte decreto de cinco artigos: —Art. 1?.0 casamento civil, de catho-

licos, sem o religioso, a igreja consideracomo um puro concubinato ou verdadeiraprostituição.,

Art. 29 Alem dc outras conseqüências,não podem ser baptisados como legítimosos filhos .'de catholicos somente casadoscivilmento.

An. 3" Os catholicos casados civil-mente e quo recusem o hucramontti daniíitiiii.oiito, são considerados como pno-cadore» públicos o não poderão recebernenhum sacramento emqimnto não lizc-rem penitencia e se casarem religiosa-mento.

Art. 4" Como pocendores públicos, nãopodem ser padrinhos mis ceremonias dobaptismo.

Art. 5"V Os qne só forem casados civil-mente, se morrerem neste estado, nâoterão direito ás prec-s publicas dt igreja,não poderão ser encoininendados e não sedirão missas por elles nem se farão paraelles preces publicas.

Mogy-Mirim, 12 do Julho do 1890.João Eboli, vigário.

Comparando-se estes artigos com apratica seguida pola igreja romana entronós, chega-se á conclusão de que é maiorpeccado casar-se de conformidade com alei do paiz do que é o viver amancebadodnrnnte a vida inteira. E os padres, quenão so casaram nom civihuente, e noentretanto têm mulheres c filhos, ellestambém não poderão ser suffragados de-pois da morte f

Cartas de Doellinger—S.il.imm .1luz as cartas deixadas pelo fallecido Doei-Iinger, sendo seu editor o professor Ra-usch, de Bona, Prússia rhonann. Por ellasse vê que se fizeram grandes esforçospara iuduzir a Doellinger a retractar-see voltar para o grêmio da igreja catholicaorthodoxa. A nin pedido feito neste sen-tido por uma "senhora altamente colloca-da" (diz-se que foi a mãi do rei) elle res-pondeu, entre outras cousas, u^síni, noanno de 1880: "E que teria eu alcançadose o fizesse ¥ Em primeiro lugar, que,durante toda a vida que ainda me resta,

.corridos, e a jialavra de Deus, lida e | cu nao teria mais uma hora de paz: b.

em segundo lugar, que teria de ir para omundo além como um mentiroso, e car-regado cora o terrível peso de uin perju-rio." A uma carta que lhe escrevera oarcebispo do Munich com o fim dc o con-verter, elle respondeu. "Para mim 6 cia-(o e certo que o edificio inteiro da omiti-potência e infallibilidnde papal tem porfundamento muitas formais de autue iu efraude, de constrangimento e violência,e qiie_ as pedras com que foi construídoesse edificio foram tiradas dc uma seriedc falsificações e fiecões, c dc conclusõese conseqüências baseadas sobre elíus, aqual serie se estende por todos os séculos,a principiar pelo quinto."

(Dcitlsche Post).

Invenções religiosas—Em segui-da damos as datas cm que foram introdu-zidas no culto divino as cousas seguintes,ignoradas pelos apóstolos e primeirosehristãos ;—Água benta, no anuo dc 120;o monachismo, cm 348; a missa em la-tin, em 304 ; a extrema uneção, em iííit);a doutrina do purgatório, em 5!)3 ;* a iu-vocação de liaria c dos santos, em 71ü;o beijar-se o pé do papa, em 800 ; a hca-tifieação e canonização de defuntos, emí)í)3; o baptismo dos sinos, em 1000; ocelíbato clerical, em 1015; as indulgen-cias, em 1119; a elevação da hóstia, cm1200 ; a inquisição, em 1204 ; a confissãoíiurieular, em 1215; o dogma da iinuiii-culada conceiçáu de Maria, em 18ã4; oda infullibilidado papal, om 1870. (iuemsabe que mais se ha dc inventar !

(Sonutaf/sblatt),Manejos clericaes—O chofo de

policia da Bahia recebeu participação of-ficial de que o padre Benevenuto Simõesde Oliveira, vigário da villa de CampoFormoso, em uma serie de praticas quecostuma fazer depois da missa, havia tra-tado do Governo Provisório em termosinconvenientes e incitado o povo n reagircontra as leis decretadas. Os republica-nos, dia o padre, são os verdadeiros ini-migos da religião catholiea; querem as-saltar as igrejas, destruir as imagens eacabar com tudo o que é santo. Em pro-va cita o casamento civil, que, diz elle,mio ]..iss.i do cauoubinato. O ei.elo depolicia enviou copia da accusaçâo ao go-vernador do bispado e pedio-llie provi-dencías.

(.Vmlsclic Post.)" Só sei balbuciar "—Um

pobrehomem não muito intelUgente mas ver-dadeiro christão, procurando explicaro Evangelho a outrem, lhe disse: " Emminhas orações sú sei balbuciar, e a esterespeito sou como uma criança: ni.-is umamãi entende o balbuciar de bbu filhinho,

e Deus ainda melhor entende o de seus«11.03. "

Uma caridade nobre—<. .lulms-Hopkitis Hospital, uu cidade de Jíalti-more, Estados Unidos, foi ha pouco abertoformalmente para a recepção de doentes.Consta que este hospital, de toiInH os queforam fundados pela caridade particularno mundo inteiro, é o qne é mais rica-mente dotado. Deve sua existência a umsó homem, Johns-ílopfcins. Suas portasllbrcill-so igualmente aos pobres como n..nricos.

Os prédios, em numero de dezesete,são quasi todos unidos entre si por corre-dores abertos, o custaram 4000 contos deréis. O primeiro doente recobido foi umhomem dc cor.

Significativo—Uma companhia doseguros sobro a vida, na America doNorte, resolveu não acecitar mais appli,-rUçniíH da parte de fahriiruntes de cei'vij«-por ser averiguado que o costumo debeber muita cerveja abreviu a vida.

Digno de nota—Mais .Io 2.000,011(1moços na índia está» hoje recebendo iu-strtu-cão na língua ingleza.

Horrível—Un. viajante africano, ..cuuuiiandante Cameron diz que naquellecontinente cerca de 500,000 negros sãotodos »s annos arrostados de suas terrace vendidos como escravos.

os ApóstolosE' digno de reparo que nem nos

Actos dos Apóstolos, nem em Epis-tola alguma do novo Testamento,achamos a mínima aílusâo ou refe-rencia á vergonhosa cobardia quePedro manifestou ou ao peccado quecoiiimetteu quando negou publica-mente ao seu divino Mestre. Mesmoquando Paulo se vio.obrigado a es-creveraos gaiatas qu-, em certa oc-casulo resistira a Cephas, isto é,Pedro, na cara, porque era repre-hensivel (Ga!. ii: 11), nem por umapalavra faz alluslo a esse triste epi-soclio na vida de Pedro.

Isso nos mostra que os compa-nheiros de Pedro no trabalho após-tolico nao só eram homens com sen-timentos honrados, que nâo queriammagoar o seu companheiro, masque tinham também chegado á con-clusao de que deviam perdoar aquem o Mestre havia perdoado. Porisso nunca se referiram a esse facto,

FOLHETIM

Maria, a quem esta entoaçâo havia ge-lado, -olhou ,para Leão e tomando-lhe amão balbuciou:

Talvez! Leão sentio-se vencido peloolhar de Maria:

—Perdoa-me, disse, após alguns mo-meutos de silencio. Perdoa-me e sê forte,vendo as cousas como realmente são...crê.sobretudo, era mim, que te asseguroupróxima vinda dos mais bellos dias,

Mas como? perguntou Maria, emcujos lábios esta* affirmação _ puzera nmleve sorriso.')¦. — Gomo? Pois não ves que, se em lu-gãr*de 60 francos, nos restassem ainda

." 16Õ ou" 200, continnariamo'8 na indo-alenciá em que temos vivido, no entanto

fjne agora nos achamos suffícientemente.instruídos! Amanhã mesmo te apresenta-- rás á madamu-Palmyra,em quanto euinè

.' fâr entender com o men amigo Lemierre:iremos, ene elle, procurar ps personagenseminentes com quem o chefe delle se dá eadpois (Tamanha estaremos arranjados.

Então? ainda te sentes desanimada I Nãoestás contente?

Completamente, não; respondeoMaria inteiramente risonha.

Não!... Mentes !...Pois bem; empunição da tua falta, escreverás a tua mãiagora mesmo. Não lhe digas nada das nos-sas'loncnras,pani não affligil-a nemjfazel-adirigir-nos alguma reprehensão,' consainteiramente inútil, vistas as boas dispo-sições queactnalmente nutrimos.Dize-lhe,apenas, em duas palavras, que temos'visto Paris, que conseguimos um arranjoesplendido, que chegámos a realisarasnossas esperanças,. que lhe temos muitoamor...e...nada mais.

Será preciso fallar da carta que osenhor Dubois nos remetteu, recommen-dando-nosaos seus amigos? Aquella quenão quizeste entregar. >

Fallas daquella qne me iria sujeitai-a algum desses1 sermões que o senhor Du-bois costumava pregar?.,. Não, de nenhummodo... deixa-a dormir socegada.. .escrevesomente o que jã te disse.

Depois que a carta foi concluída, osesposos conversaram, ainda um momento,fizeram bellos planos de economia, forma-ram a resolução de trabalharem sem des-canço, calcularam, para mais tranquillosficarem, a valor de toda a sna roupa, dámobilia, das pequenas jóias e adormece-ram repletos'desta consoladora certeza:ninguém morre de fome em Paris.

CAPITULO UI

A PROCURA

Leão e Maria começaram a procurarseriamente trabalho, desde o dia seguiu-te.

Leão, que alimentava a pretenção deentrar paru o serviço de algum duque onpar, na qualidade de seu secretario ou deser nomeado para algum Io^ar em qualquerrepartição ministerial, foi apresentadopor seu amigo Lemierre a duas ou trespessoas da alta sociedade.

Uma semana, porém, uão era aindapassada, quando Paulo Lemierre, cançadode acompanhar e reeommendar o senhorFirmino, declarou-lhe qne não podia pres-tnr-lhe mais tal serviço, vistas as suasoceupações, e deixou-o voar sobre suaspróprias nzas, depois de lhe haver indi-cado algumas pessoas influentes.

Quem poderia contar os aborrecimentosde Leão ou exprimir as humilhações queentão soffreu ? O seu amor próprio sen-tio-se mais ferido pela recepção altiva deuns, a protecção desdeuhosa de outros;pela indifferença destes e as recusas da-quelles, do que nunca fora pela médio-cridade ..dependência de sua posição emSauvaterre. Mas nada disso lhe abrio osolhai. NãS restava sempre esse futuro tãoriecí do promessas ?0 dia ou o mez seguiu-

te não se encarregaria de trazèr-lhe àrealização de todos os seus desejos?

Só o recebiam raramente e mal. Taldeputado lhe assegurava uão gozar maisde influencia perante o governo, obser-vando-lhe depois qne se disposesse de ai-guina, en.pragal-a-l.ia na protecção dealgueir. mais digno on para a consecuçãode cousas mais serias do que as p.-etençõesde uni ambicioso. O marquez de..., de-pois de haver deixado o senhor Firminoa maldizer da sorte ua sua sala dé espe-ra quatro dias consecutivos, escutava,sem attenção e lendo o seu jornal, o pe-dido que lhe era dirigido e tomando naspontas dos dedos a petição apresentada,murmurava: "Bem; havemos de ver isso".Depois, olliando-o apeniis, significava-lhecom um gesto o fim da audiência*. Dmoutro, rude, mas sincero, depois de lhehaver perguntado que direitos tinha' parapretender e que o distinguissem de tantosoutros, medíocres como elle, declarava-lhesingellamente que as suas preterições nãopassavam de loucuras, que jamais o pro-tegeria e que sú tinha um conselho adar-lhe: voltar quanto antes para suaaldeia. .

{Continua).

SEIS»

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e nunca procuraram marear a boafama de Pedro ou deprimil-o diantede seus semelhantes, proclamandoa sua falta.

Nós muitas vezes nao fazemosassim. Acontece nao raras vezesque, quando alguém, a cujo respeitosabemos alguma cousa má, se con-verte e se torna activo no serviçode Christo, nós lhe fazemos lem-brar a elle e aos outros que elle foium grande peccador e que nao con-vém que um homem assim se façatao conspicuo. Isso nao é, porém, oque fizeram os apóstolos.

IMPRENSA EVANGÉLICA

tica de Santanáz dizei lo™- "Ti-ra-te de diante de Vol

UÉixo deliuTodos os christãos deviam sem-

pre viver na luz do rosto do Salva-dor. No entretanto ha muitos quevivem grande parte do tempo de-baixo de uma nuvem. Talvez o leitordestas linhas seja um desses; e pôdebem ser que nâo saiba que é suaprópria culpa se não goza mais paz,se sua esperança nâo é mais firme,e se não tem em si maior experien-cia dos gozos promettidos aos ver-dadeiros crentes. Mas esta depres-são espiritual de que tantos crentesse queixam nao è o resultado deafflições providenciaes ou de pecca-dos alheios; é simplesmente o re-sultado de seus próprios peccãdos,commettidos tanto contra si comocontra seu "Salvador. Este nosmanda crer nelle, _confiar nelie, evós lhe desobedeceis. Este nos man-da olhar para elle, e vós fechais osolhos ou olhaes para outra parte.Elle nos convida a apoiar-nos noseu fcíàço omnipotertte; e vós éstáésà procura de um apoio em outreparte, quiçá em vós mesmos. Ellapromette que, se lhe pedirmos agraça que nos è necessária, dar-no-la-ha; e vós o insultaes com duvidis.Em vez de abrir vossa alma inteirapara dar entrada a suas muitas pro-messas e ao gozo da sua presença,tendes o costume de fechar-lhe avossa alma e de queixar-vos entãoque nâo gozaes da sua presença!Se analizardes de boa fé os vossossentimentos tereis de confessar queé vossa a culpa de andardes assimtão triste. Se lerdes o oitavo capi-tulo da epístola aos romanos per-cebereis onde é que Paulo achou asua paz" e certeza, sua esperançaradiante e grande gozo; vós, porém,nutris no coração a triste vaidade epretenção de nao ser bastante claro,forte e efficaz para vós aquillo queserviò para ó apóstolo! E além destemodo perverso de encarardes á vosmesmo ha também uma obstina-Ção perversa.no modo por que tra-taes todas as promessas e convi-

, tes de Christo. Em vez de vos ape-gar com este, vos apegaes com asvossas duvidas. Mas, seja algumavez procurastes expellir da sala ummorcego, sabeis que é muito maisfácil impedir que entrem numa salado que o é expelil-os depois de en-trados. Assim é o caso tambémcom as duvidas. Quando duvidas ve-xativas e atormentadoras vêm bateraporta do vosso coração, vós, emvez de lhes fechardes a porta, lliesdais entrada e hospedagem. Mas oduvidar de Christo é peceado; e umpensamento semelhante se devetratar como José tratou os pen—satnentos impuros suggeridos pelamulher de Putifar: fugio e fechoua porta. A toda a suggestâo scep-

tai-vos das suggestões do diabopara as declarações claras e termi-nantes de Christo. Pedi a este quevos ajude; estendei-llie os braços eapegai-vos com as suas promessas,como Pedro lhe estendeu os braçosquando estava prestes a submergir.Lste costume mão de se duvidar uudescrer do Senhor é preciso tratarco mesmo modo porque um beba-do deve tratar o vicio de embria-guez—parar de uma vez. Recorrei ápalavra de Deus e dizei: "Se eucontinuar aceder a este costume deduvidar, acabarei por tornar-meincrédulo. Hei de sacudir de mima primeira vibora de duvida que mequizer accommetter e olharei paraChristo. Senhor, confio em ti : ajti-da me a vencer as minhas duvidas!

Li algures que o eminente es-cnptor suisso, Dr. Merlc D'Aubig-né, autor da Historia da Reforma,foi, quando ainda moço e estudante,incommodado muito com duvidasquanto á sua salvação. Foi. pois, tercom um velho e experimentadolente em theologia e pedio que oajudasse. O veterano, porém, recu-spu-se a discutir sobre o assumptoe lhe respondeu: "Se eu lhe resol-vesse essas duvidas, surgiriam ou-trás. Ha caminho mais seguro emodo mais certo de as destruir.Aceite de veras a Jesus-Christopara ser para si o Filho de Deus eSalvador omnipotente, e sua luz dis-sipará as trevas em que se acha, eseu Espirito guial-o-ha á toda averdade." E o velho lente tinharazão. Elle vio que o moço estavaéntregandõ-se a um costume pecea-minoso de duvidar que se nào fossecortado pela raiz,tornar-se-hia cadavez peior. No mundo physico seriauma loucura se procurássemos alu-gentar com nossas mãos as nuvensque nos tiram a luz do sol. Assimtambém é no mundo espiritual.Quando estamos nas trevas o quetemos que fazer é collocar-nos naluz de Jesus-Christo e permanecernella. "Tu, Jesus, ó meu Salvador,és o sol da minha alma" é lingua-gem de que o christao deve servir-setodos os dias da sua vida.

Ha gente muito boa que por in-dole natural anda sempre desani-inada. Semelhantes pessoas preci-sam de uma porção dobradade graçae a devem pedir. No mesmo casoestão aquelles cujo apparelho diges-tivo está desarranjado e cujos nervossão muito sensitivos. Os trabalhose desgostos que lhes advem de seusnegócios, os cuidados domésticos,a perda de somno, ou incommodosphysicos fazem que semelhantegente christã esteja muitas vezesdebaixo de nuvens. Um dia can-tam como pássaros, regosijando-seem Christo como seu Salvador; nodia seguinte andam tristes e des-consolados. Mas isso quasi sempreé devido a causas physicas. Chris-tãoscomo esses devem tratar dasua saúde como dever espiritual. Ealém disso devem conservar a suale christã onde não festeja expostaa todo vento mão ou seja afogadaem toda a chuvaque cae. Que te-nham á mão uma boa porção detextos tônicos da palavra de Deus efaçam uso delles no proxinu paro-xysmo de duvidas que lhes sobre-venha. '

Ha,-porém, outra classe de chris-tãos què andam em trevas porque

quebram scienlemente a lei deDeus. e por seus peccãdos destróemas suas esperanças. As trevas que oscobrem são d.i sua própria factura.Suas transgressões interpõem-secomo nuvem densa entre Deus esuas almas, e o rosto de Christolhes é escondido como em eclipseescuro. Talvez este seja o vossocaso, meu leitor desanimado. Tal-vez sejam os vossos peccãdos aquilloque vos levou da luz para a sombrada morte. Pois bem; não ha membroprofesso da igreja de Christo oqual, se fizer pouco caso da leiturada santa Escriptura e da oraçãoparticular; se deixar de santiricaro domingo ou de assistir com re-gularidade ao culto divino e ãadministração da santa Ceia: sese deixar arrastar á pratica de actosdeshonestos nos seus negócios; ouse ceder ás tentações carnaes ouviver na pratica de qualquer outropeceado, deva esperar poder rego-sijar-se em Christo como seu Sal-vador ou possa ter claras e bemfundadas esperanças de salvar-se.Para os que têm voltado para trazassim não ha nenhuma esperança,se nâo fizerem como fez Pedro de-pois da sua queda:—arrependen-do-se logo e voltando-se de novopara o Salvador. Sc foram os vossos peccãdos que vosmetteram debaixo de uma nuvem, voltai-vospara o Senhor que é de muitabondade para perdoar; e estai cer-tode que é só quando vos voltardespara Christo que estareis outra vezna luz.

TlIElIlMlUE L. ClVLÉU.

Se o corpo é de um santo, a hu-milda.le, a paciência, a temperança,a caridade, o zelo, a cmiti-mplaça»altíssima das cousas divinas, os ex-tusis, os raptos, sabido o mesmopeso do corpo suspenso no ar. quemaravilha ! Mas isto c a alma.

Hnalincnti;, os mesmos víciosnossos nos dizem o que ella é. Umacobiça que nunca st: farta, uma so-berba que sempre sobe. umaambi-çãoquesemprtaspira.umdestjo quenunc i aquieta, uma capacidade quetodo o mundo a não enche, comoa de Alexandre, uma altiveza comoa de Adão, que nâo se contentamenos que com ser Deus.

Tudo isto que vemos com osnossos olhos é aquelle espirito su-blime, ardente, grande, immenso,—-a alma. Até a mesma formosura,r|ue parece dote próprio do corpo,: tanto arrebata e captiva os sen-tidos humanos ; áquella proporção'áquella suavidade de côr, aquellear.e brio, áquella vida, aquillo tudo;

que é senão a alma ?E senão, vede o corpo sem ella.Aquillo que amáveis e admiráveis

nao era corpo, era alma : apartou-seo que se nào via. e ficou o que senão pôde ver.

A alma levou tudo o que havia,le belleza. como de sciencia, déarte, de valor, de magestade, devirtude ; porque tudo, ainda que aalma se não via, era a alma.Pauke Antônio Vieira.

Teáé 11 iiosi sei

A AlmaOuereis vt*-r o que é uma alma ?

Olhae para um corpo sem alma.Se aquelle corpo era de uni sábio,

onde estão as seiencias ? Foram-secom a alma. porque eram suas. Arhetorica. a poesia, a philosophia,as mathematicas, a theologia, aju-isprudencia, aquellas razões tão

fortes, aquelles discursos tão dedu-zidos, aquellas sentenças tao vivas,aquelles pensamentos tão sublimes,aquelles escriptus humanos e divi-nos, que admiramos, e excedem aadmiração, tudo isto era a alma.

Se o corpo é de um artífice, quemfazia viver as taboas e os mármores ?Quem aiuollecia o ferro, quem der-retia os bronzes, quem dava novafôrma c novo ser ã mesma natureza ?Quem ensinou naquelle corpo re-jrasao fogo, fecundidade á terra,aminhos ao mar, obediência aos'entos, e a unir as distanciai do

universo, e metter todo o mundovenal em uma praça ? A alma.

Se o corpo morto é de um sol-dado, a ordem dos exércitos, a dis-posição dos arraiaes, a fabrica dosmuros, os engenhos e machinas bel-licas, o valor, a bizarria, a audácia,a constância, a honra, a victoria, olevar na lamina de uma espada avida própria e à morte alheia : quemfazia tudo isto ? A alma.

Se o corpo è de um príncipe, amagestade, o dominio, a soberania,a moderação, na prosperidade, aserenidade na adversidade,, a vi<ri-laiicia, á prudência, a justiça, todasas outras, virtudes políticas,- comque o mundo se governa, derquemeram governadas, e de quem eram ?Dr. alma.

Forque será que quasi todos osque tratam das tentações de Christoparecem ver-se obrigados a fazerum parallelo entre as tentações porque elle passou no deserto e as quenós soffremos na vida? Será verda-de que realmente exista semelhanteparallelo? Se existe é só de ummodo muito geral. A mim sempreme tem parecido como se as tenta-tivas de estabelecer semelhança en-tre o caso de Jesus e o nosso fossempouco satisfactorias. e tivessem porbase a imaginação ou, quando mui-to, argumentos um tanto forçados.E que motivos pôde haver paraque procuremos traçar semelhanteparallelo? Segundo a narração dosEvangelistas, as tres tentações es-pecialmente mencionadas tiveramlugar no fim dos quarenta dias queJesus passou no deserto (Luc. iv: 2).Mas os Evangelistas nos dizemtambém que Christo foi tentado du-rante todos os quarenta dias. Ma-theus diz-nos que "Jesus foi levadopelo Espirito ao deserto, para sertentado pelo diabo. E tendo jejua-do quarenta dias e quarenta noites,depois teve fome. E chegando-se a.elle o tentador, lhe disse : Se ésfilho de Deus," etc. (Matt. iv: 1-3).Marcos- nos diz que Jesus "esteve

I rio deserto quarentadias e quarentaI noites; e ali foi tentado por Satanaz"Çi: 13): e Lucas diz-nos que Jesus"esteve no deserto quarenta dias, efoi tentado pelo diabo. E não comeunada nesfes dias. E passados elles"(isto é, passados os quarenta diasdé fentações e jejum), "teve fome"(Lüc. iv.-2 j. Foi depois de passa-dos quarenta dias de tentações nãomencionadas que.segundo os Evanfgelhos de'Matheus. e Lucas Jesuspassou pelas ires tentações espe- 'cialmente mencionadas por elles. E

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IMPRENSA EVANGÉLICA

por que não seriam as tentaçõesdesses quarenta dias aquellas emque Jesus foi tentado em todas ascousas á nossa semelhança, segun-do diz o escriptor da epistola r.oshebreus? (Heb. iv: 15).

Mas nem nos limitem de modoalgum as Escripturas á experiênciade Jesus no deserto para acharmosconfirmação do facto de haverem'sido semelhantes ás nossas, e a todoo respeito, as tentações por quèelle passou. Se podia ser tentadoverdadeiramente durante esses qua-renta dias, podia ser tentado ver-dadeiramente durante toda a ;suav da, desde a sua infância até á sua;morte. Parece-me que é na suavida inteira que está o verdadeiroparallelo entre as suas tentações éas nossas. Foi durante os trinta etres annos que Jesus viveu no mun-do que elle soffrcu as tentações cujoresultado foi o poder elle compa*decer-se das nossas infirmidades,í^âo énecessario que entremos empormenores quanto ao modo ..'porque lhe sobrevíeram essas téhta-ções, nem quanto á sua natureza. E'sufficiente que saibamos que elletinha uma verdadeira natureza hu-mana e que."foi tentado em todasas cousas á nossa semelhança, ex,-cepto o peceado."

Que faremos, porém,, com suaexperiência no deserto ? Parece-meque nada temos que fa»-.r com ella.

Mas'se, por acaso, tratarmos deliaem qualquer oceasião, não procu-remos traçar» um parallelo imagi-

.nario entre ella e a nossa. Tome-^mol-a antes como o primeiro actona grande luta travada entre o diabo,o princepe deste mundo e o Salvadorque tinha vindo para arrancar aodiabo o seu dominio sobre o mundo." Cheio pois do Espirito Santovoltou Jesus do Jordão (onde forabaptisado), e foi levado pelo Espi-

, rito ao deserto, onde esteve qua—renta dias e foi tentado pelo diabo. "Eis a narração simples que nosdeixou o Evangelista Lucas. Pareceser a descripçâo de "um encontroofficial entre Christo e o principedeste mundo, quando Jesus ia prin-çípiar o seu ministério publico.• Nesse encontro o- diabo procurou

íimpedir, por meio de diversas ten-'^taçi^es, que o Filho de Deus cum-

Ppnssètcóm - a. divina missão que: tinha vindo desempenhar no mundo,;è,rdesssàs tentações as tres pricipaes

l. achamos .narradas.-í-t:Não";pròcurarei agora dar uma^exposição dessas tres ten tações. De--sèjo simplesmente chamar aatten cão

dos que/sé interessam pela palavra.de Deus, para o facto de não havernecessidade algumade acharmos umparallelo* etiti»e ellas.e anossaexperi-^encia ; ê qüe Christo, como nossogrande Pontífice, pôde compade-cer-se das nossas infirmidades pelomotivo de haver elle,a todo passo dásua vida humana, desde a infância atéá morte, encontrado e vencido àstentações que todos os homens enT.:contram neste.mundo. Quando ellèera criança, encontrou as tentações

aproprias de uma criança-; quatidòn moço, encontrou as tentações de;üm

moço ; e quando homen feito,'; en*; controu as de um homem feito.:1 E

. todas as vezes que as encontrou,*: resistip-lhes é as venceu. Que con-sòlação a de termos semelhante Sal-vador! - ._. ¦

"».;',;;-"' Dr. A. B. Riggs.

';":'¦;

0 jogoNenhum jogador pode desejar

felicidade ao seu comparsa; isto estána natureza do jogo, e é tambémconsentaneo a cada um jogadorconseguintemente esforça-se elle.nointuito - de'--. prejudicar a terceiro; oque èdamnoso, immbral, portanto,

• O jogo subjuga; a razão, amor-tece o cérebro/*.relaxao 'coração efaz borbulHaf todas ás ipás -paixõesqúe estavanvVçomprimíclas.pelo bomsensoreseducaçâó.'; 77'' " , •' »

Não é. f aro- vé*rmoá~úm •homem,aliás; bêiíi». educado, 7 íntelligente eaté generoso, mas d. que, .obcecadopela,paixão"dojjogo;„dá tristes. co:piascle si,";'.;.'.,.7-, "id.-

d-"'<''-¦ Um ' homem honrado, tle senti-mentosmèlíndrõsosi qúe' sacrifica-riaa própria jvida em desafírontadeseus-briosi entorpecido pela pai-xâo,*não sente no jogo a facecons-pürcadà: humilhado como se foraúmente abjecto, aceita do seu ad-versaríotoda sorte de injurias.

Que degradação!E'bastante attender pura o des-

arranjo das famílias e desordens so-cíaés:. nada mais triste, nada maislamentável! Ojogadoréum homem'ciuel

para sua familia e morto paraa sociedade.

Uma paixão tão desordenada eabsoluta o inutilisa, torna-o insus-ceptivel de progresso, de amor epatriotismo ; como que o transportapara um mundo de" abstração es,onde, escravisado, é elle tudo parao jogo, nada para a sociedade, nadapara a familia.

Recolhido ao antro de azares,qual morto, exonerado do dever,abandona, esquece esposa, filhos epatria.

Quantas vezes não invade a mi-seria a casa do jogador, e os filhosrodeando a pobre mãi lhe pedempão, e a virtuosa esposa, abraçadacom elles, também chora a fome ?

Um jogador, ainda mesmo ornaisafortunado, só deve contar com adesgraça de seus filhos.

O jogo não pode garantir a for-tuna, e é natural seguirem us filhosos exemplos de seus pães.

Grandes -riquezas desapparecemem um momento dado, como o re-lampago que adeja e some-se.Quantas casas submergidas, quan-tas .famílias afogadas no pelagod^esta desgraça ? E ainda ha quemdiga:

— " Melhor é jogar que fallar dayida alheia."

Nem uma, nem outra cousa: Amaledicencia é um mal, e o jogo éops^o aitidi niaiòr. ":

, E nãüppdèremos evitar um crime,seni parajisso commetter outro ?-A bqajrsazaòí detesta semelhante

lógica." .;',•'.« ~l t-> J •^^'rdâile^qúçsoijóigoré-^uhia pai-

Àq.fãràl^.éViPf^ps^i^slosJiispíraçon&nt^f^n^e&ijg^ó^a^iiè-umeiupFegaâóTpúbljcoi jorifqf me a suacáthegoViaíalienado-por, este vicio,pódé-jpôr^m risco,iúm^goyerno oumesmo aínaçaòi*í»,Um empregado»páftieülar^guarda-livrõs, por exem-plo/.que passa as noites no jogo ecom o cerèbfo amortecido, escrevesemi-dormindo, pode sem duvida;gerar desordens, desacreditar uma

casa, e compromettel-a mesmo atéá fallençia.

O jogador, emfim, baralha tudo,baralha até a própria vida, baralhaas conveniências da sociedade e dafamilia. »_

O jogo é condeinnado pela lei,reprovado,pelo bom senso ; menosdigno, portanto, de homem que sepresa! . "'- ¦¦_---..

7 7.;:;,.;;-.7:(Exr.),'

Erésfoyténo de MinasA'ss7 horas da noite de 28 do

p. p. na cidade de S^ João do RioClaro,: Estado de S. Paulo, reü^niu-se o Presbyterio de Minas. Osermâo-da abertura, pregado peloRev. Moderador''Miguel Torres,versou sobre o verso íí do cap. 1-ido Apocalypse. Foi eleito Modera-dor o Rev. Caetano Nogueir-i Junior e Secretario temporário, o Rev.Álvaro dos Reis. Acharam-se pre-sentes oito ministros e doze pres-byleros regentes Chamamos aattençâo para o ultimo facto, poisé a primeira vez que em um pres-byterio conta-se um numero tãoglorioso de presbyteros regentes.No dia 2 do corrente foram licen-ciados para.pregarem o Evangelhoos candidatos Bento Dias Ferrazde Arrudai, Herculano ErnestoGbuvea é João Vieira.—O Presby-terio recebera sob os seus, cuidadosos candidatos—Luiz Antônio Diase Bellarmino Ferraz, Desejamos aoslicenciados assim como aos candidatos recebidos' todas as bênçãosespirituaes dos. lugares celestia.es.O Presbyterio dè Minas encerrousua 3" reunião a 2 do corrente.

VISOS

.esAviso, em tempo, aos membros

desta commissão qre sua reuniãoannual effectuar-se-haal8 do proxi-mo mez de setembro (não a 22como foi publicado) ás 7 1/2 da noitena cidade de S. Paulo.

Agosto 21, 1890.—E. Carlos Pcreira. Presidente.

Prájicrio ile So PiáOs membros deste Presbyterio

são, pelo presente, convidados a sereunirem na Igreja Presbyterianade Botucatú, no dia 29 de Outubrodeste anno, às 7 lioras da tarde.-J. R. Carvalho Braga, Moderador.

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