METRIFICAÇAO - UM BEIJO

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Fos - te o - bei - jo - me - lhor - da - min - ha - vi - da, ou - tal - vez - o - pi - or - Gló - ria e - tor - men - to, con - ti - go à - luz - su - bi - do - fir - ma - men - to, con - ti - go - fui - pe - la in - fer - nal - des - ci - da! Mo - rres - te e o - meu - de - se - jo - não - te ol - vi - da: quei - mas - me o - san - gueen - ches - me o - pen - sa - men - to, e - do - teu - gos - to a - mar - go - me a - li - men - to, e - ro - lo - te - na - bo - ca - mal - fe - ri - da. Bei - jo ex - tre - mo - meu - prê - mio e - meu - cas - ti - go, ba - tis - mo e ex - tre - ma un - ção - na - que - le ins - tan -te por - que - fe - liz - eu - não - mo - rri - con - ti - go? Sin - to - me o ar - dor - e o - cre - pi - tar - te es - cu - to, bei - jo - di - vi - no e an - sei - o - de - li - ran - te, na - per - pé - tua - sau - da - de - de um - mi - nu -to...

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Fos - te o - bei - jo - me - lhor - da - min - ha - vi - da,ou - tal - vez - o - pi - or - Gló - ria e - tor - men - to,con - ti - go à - luz - su - bi - do - fir - ma - men - to,con - ti - go - fui - pe - la in - fer - nal - des - ci - da!

Mo - rres - te e o - meu - de - se - jo - não - te ol - vi - da:quei - mas - me o - san - gueen - ches - me o - pen - sa - men - to,e - do - teu - gos - to a - mar - go - me a - li - men - to,e - ro - lo - te - na - bo - ca - mal - fe - ri - da.

Bei - jo ex - tre - mo - meu - prê - mio e - meu - cas - ti - go,ba - tis - mo e ex - tre - ma un - ção - na - que - le ins - tan -tepor - que - fe - liz - eu - não - mo - rri - con - ti - go?

Sin - to - me o ar - dor - e o - cre - pi - tar - te es - cu - to,bei - jo - di - vi - no e an - sei - o - de - li - ran - te,na - per - pé - tua - sau - da - de - de um - mi -nu -to...

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Rima: Rimas externas (aparecem ao final do verso), interpoladas ou intercaladas (primero verso rima com o quarto e o segundo com o terceiro), perfeitas (quanto à sonoridade), métrica: versos decassílabos (de 10 sílabas poéticas)ritmo: decassílabo heróico (Apresenta sílabas tônicas nas posições 6 e 10, obrigatoriamente, tendo mais uma ou duas sílabas tônicas complementares)tipo do poema: Soneto (poema com estrofes de dois quartetos seguidos por dois tercetos)recursos sonoros e visuais: algumas aliterações . . . do que trata o poema: da intensidade existencial de um simples beijo

contexto histórico do poema: O soneto pode ter relação com o envolvimento amoroso do poeta com Amélia de Oliveira, a irmão do seu colega parnasiano Alberto de Oliveira. Os dois não conseguiram consumar seu noivado, segundo consta em várias biografias de Olavo Bilac.

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DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO

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É o resumo de um ensaio e de um relatório, ambos sobre metrificação, de autoria de Luiz

Otávio com a colaboração de 53 trovadores de diversas seções da UBT (União Brasileira dos

Trovadores) e também de Portugal.

1) – As sílabas são contadas até a última tônica do verso.

2) – As pontuações não impedem as junções de sílabas.

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3) – Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos,

(ou seja: não usar “suarabacti”). Exemplo: “ig-no-ro” e não “i-gue-no-ro”

4) – Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte.

§ único – Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e

desagradáveis. Exemplo: Ventura única – venturúnica.

5) – Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no

entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.

§ único – Nos casos em que se prefira a junção “forte + fraca”, deve-se ter sempre o cuidado

de evitar sons desagradáveis: “mais que tu/ardo” ou formar novas palavras: vi/a moça.

6) – Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.

§- Não deve haver mais de uma vogal forte.

§- No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3*

lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por

elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:

“é a ambição que nos prende”, e não se pode unir as três vogais de “e a / intima palavra”.

§- Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de

quatro e até de cinco vogais.

7) – Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas: “E eu”.

As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis): “a

distância infinita”, e são repelidas nos ditongos decrescentes: “Eu sou/a que no mundo …

§ Único – Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais fortes aos ditongos, quando

essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.

Aceita-se: “será auspiciosa”, e é inaceitável: “terá/auto”.

8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas), a

sinérese é de uso facultativo. Exemplo: “ci/ú/me” ou “ciú/me”; “po/e/ta” ou “poe/ta”.

§ Único – Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese.

Geralmente, são formados pela vogal “a” seguida das vogais “a”, “e” ou “o”. Exemplo: Sa/ara,

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a/éreo, a/orta, ou, em alguns casos, da mesma vogal “a” seguida das semi-vogais “i” ou “u”

tônicas, como em: “para/íso, “ba/ú”.

9) – Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas)

seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese (“tua”, “lua”, “frio”, “rio”

etc., e sim, “tu/a”, “su/a”,”fri/o”, “ri/o”, etc.)

§ Único – Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com

base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da

uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.

10) – 0 uso da aférese (“inda”, etc), síncope (“pra”, etc), apócope (“mui”, etc) e de ectilípse

(com a, com o, com as, com os) é facultativo.

§ 1º – A junção de “com” mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco

usada. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada. Exemplo:

“com amor”.

§ 2º – A junção de “com” mais palavras iniciadas com vogais tônicas não será aceita.

Exemplo: “com esta”.

§ 3º – A junção de fonemas anasalados “am”, “em”, “im”, etc., com vogais átonas ou tônicas

não será aceita. Exemplo: “formaram” / idéias”, “cantaram / hinos” etc.

§ 4º – É preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em

desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade dos leitores

e dos ouvintes.

GLOSSÁRIO -

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Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.

AFÉRESE – Supressão de sílabas ou fonema inicial (“/inda”)

APÓCOPE – Supressão de sílaba ou fonema final (“mui/“).

CRASE – Fusão de duas vogais numa só (“a alma”) (“e este”).

DIÉRESE – Transformação de um ditongo num hiato (“sa/u-da-de”).

DITONGO – Fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba. (“sai”) (“falei”)

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(“Niterói”)

DITONGO CRESCENTE – Semivogal + vogal (“pátria”) (“gênio”) (“diabo”).

DITONGO DECRESCENTE – Vogal + semivogal (“pão”) (“meu”) (“dourado”)

ECTLIPSE – Supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação

(sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. (“com o”) (“com amor”)

ELISÃO – supressão da vogal átona no final de uma palavra. (“Ela estava” = “Elestava”).

ENCONTROS CONSONANTAIS – Duas consoantes unidas:

A. inseparáveis – (“bl – bloco”) (“fl – “flor”) ou “grupos consonantais”.

B. separáveis (“gn – ignóbil”) (“bs – observar”) ou “encontros consonantais disjuntos”.

HIATO – uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-

base. (“re/eleger”) (“ca/olho”) (“a/éreo) (Rocha Lima);

Encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes.

(“Sa/ara”) (“podi/a”) (“sa/úde”) (Cegalla).

ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES – “designação de Luiz Otávio” – Encontro de

duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda

forte. (“di/a”) (“tu/a”) (“ri/o”) (“fri/o”).

JUNÇÃO – “designação de Luiz Otávio” – No sentido generalizado para traduzir a união de

sílabas métricas. Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas,

comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão. Ver no Glossário,

os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a

junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, aférese, síncope, apócope e ectilipse.

POSTJUNÇÃO – “designação de Luiz Otávio” – Junção posterior a uma sílaba ou palavra.

PREJUNÇÃO – “designação de Luiz Otávio” – Junção anterior a uma sílaba ou palavra.

SEMIVOGAIS – São os fonemas “i” e “u”, quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba

com ela. Assim em “pai” e em “mau”, o “i” e o “u” funcionam com valor de consoante; em “lu/ta”

e em vi/da”, funcionam com função de vogal.

SÍLABA OU MÉTRICA ou SÍLABA POÉTICA – São sílabas usadas nos versos, têm contagem

diferente das sílabas gramaticais.

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SINALEFA – Fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo

(“Este amor = Esteamor”).

SÍNCOPE – Supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra (“p/ra”).

SINÉRESE – Transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. (“ci/ú/me em

ciú/me”).

SUARABACTI – Aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos

encontros consonantais disjuntos” (“i/gui/no/rar”) – Luiz Otávio.

TÔNICA – Sílaba forte, acentuada.

VOGAIS – Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se

distinguem entre si por seu timbre característico” – Rocha Lima.

VOGAL FORTE ou FRACA – A vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou do verso.