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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1 METODOLOGIA DE INVENTÁRIOS BIOLÓGICOS DO PROJETO CORREDOR CENTRAL DA MATA ATLÂNTICA Raquel T. Moura 1 , Elena Charlotte Landau 2 , Adriano P. Paglia 3 , Paulo H.C. Cordeiro 4 , Débora L. Silvano 5 e Bruno V. S.Pimenta 6 1 - Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia, Caixa Postal 84, Ilhéus - BA, Brasil, CEP 45653-970. [email protected] 2 - Laboratório de Mastozoologia, Instituto de Ciências Biológica, Universidade Federal de Minas Gerais, A. Antônio Carlos 6627, Belo Horizonte - MG, CEP 31270-901. [email protected] 3 - Conservation International do Brasil, Av. Getúlio Vargas, 1300 7 o Andar, Belo Horizonte - MG, CEP 30112- 021, [email protected] 4 - Ornis Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rua Marquês de Abrantes, 177/704, Flamengo, 22.230-060, Rio de Janeiro, RJ. [email protected] 5 – Sete Soluções e Tecnologia Ambiental, Av. Getúlio Vargas,1420/805, Funcionários, 30112-021, Belo Horizonte-MG. [email protected], [email protected] 6 – Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Vertebrados – Setor de Herpetologia, Quinta da Boa Vista, 20940- 040, Rio de Janeiro-RJ. [email protected] INTRODUÇÃO O projeto “Abordagens Ecológicas e Instrumentos Econômicos para o Estabelecimento do Corredor Central: uma Estratégia para Reverter a Fragmentação Florestal na Mata Atlântica do Sul da Bahia" (abreviadamente, Projeto Corredor Central), foi uma pesquisa inter- institucional, desenvolvida no âmbito do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO) (Prado et al. 2003). Seu objetivo foi investigar mecanismos biológicos e econômicos que possam assegurar a conservação de maiores extensões de paisagem natural e modificada da Mata Atlântica no sul da Bahia, com o auxílio de corredores ecológicos. A pesquisa biológica incluiu inventários de campo de anfíbios, aves, mamíferos e vegetação, seguindo protocolos padronizados, e um desenho amostral comum, que são descritos neste trabalho. Sob o domínio do bioma Mata Atlântica, a vegetação do Sul da Bahia é composta em sua maior extensão pela Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Higrófila Sul-Baiana (Vinha et al., 1976). Devido à sua semelhança com a floresta Amazônica, já foi também denominada de “Floresta Perenifólia Latifoliada Higrófila Hileana Baiana”. Segundo Thomas et al.(1998) o sul da Bahia é refúgio para grande número de espécies endêmicas de plantas, incluindo três gêneros de Leguminosae (Brodriguesia, Arapatiella e Harleyodendron), quatro gêneros de graminae – Bambusoideae (Atracantha, Anomochloa, Alvimia e Sucrea), sete espécies de Inga (Leguminosae), além de uma palmeira muito importante economicamente, a piaçava Attalea funifera (Palmae). Apesar de sua importância, a Mata Atlântica, na região do Corredor Central no sul da Bahia, foi contemplada, até o presente, com poucos estudos sobre a fauna de vertebrados. Os primeiros levantamentos foram realizados para estudos epidemiológicos na década de 40 (Laemmert et al. 1946). Posteriormente, com o objetivo de proteção do mico-leão- da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), espécie endêmica e ameaçada de extinção, foi criada a Reserva Biológica de Una (REBIO-UNA) e assim, trabalhos importantes, mas escassos, enfocando ecologia e distribuição de primatas e outras espécies da fauna e flora, e espécies ameaçadas de extinção, foram realizados na região (Rylands, 1982; Santos et al., 1987; Lima, 1990; Oliver & Santos , 1991; Dietz et al. 1994; Rylands et al.1991/1992; Pinto, 1994; Gonzaga et al. 1995; Pacheco et al. 1996; Pardini 2001). O conhecimento sobre a composição florística e faunística (dos grupos de vertebrados mais conspícuos, como

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CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA DO SUL DA BAHIA 2003 Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia e Conservation International do Brasil 1

METODOLOGIA DE INVENTÁRIOS BIOLÓGICOS DO PROJETO CORREDOR CENTRAL DA MATA ATLÂNTICA

Raquel T. Moura1, Elena Charlotte Landau2, Adriano P. Paglia3, Paulo H.C. Cordeiro4, Débora L. Silvano5 e Bruno V. S.Pimenta6

1 - Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia, Caixa Postal 84, Ilhéus - BA, Brasil, CEP 45653-970. [email protected] 2 - Laboratório de Mastozoologia, Instituto de Ciências Biológica, Universidade Federal de Minas Gerais, A. Antônio Carlos 6627, Belo Horizonte - MG, CEP 31270-901. [email protected] 3 - Conservation International do Brasil, Av. Getúlio Vargas, 1300 7o Andar, Belo Horizonte - MG, CEP 30112-021, [email protected] 4 - Ornis Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rua Marquês de Abrantes, 177/704, Flamengo, 22.230-060, Rio de Janeiro, RJ. [email protected] 5 – Sete Soluções e Tecnologia Ambiental, Av. Getúlio Vargas,1420/805, Funcionários, 30112-021, Belo Horizonte-MG. [email protected], [email protected] 6 – Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Vertebrados – Setor de Herpetologia, Quinta da Boa Vista, 20940-040, Rio de Janeiro-RJ. [email protected] INTRODUÇÃO

O projeto “Abordagens Ecológicas e Instrumentos Econômicos para o Estabelecimento do Corredor Central: uma Estratégia para Reverter a Fragmentação Florestal na Mata Atlântica do Sul da Bahia" (abreviadamente, Projeto Corredor Central), foi uma pesquisa inter-institucional, desenvolvida no âmbito do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO) (Prado et al. 2003). Seu objetivo foi investigar mecanismos biológicos e econômicos que possam assegurar a conservação de maiores extensões de paisagem natural e modificada da Mata Atlântica no sul da Bahia, com o auxílio de corredores ecológicos. A pesquisa biológica incluiu inventários de campo de anfíbios, aves, mamíferos e vegetação, seguindo protocolos padronizados, e um desenho amostral comum, que são descritos neste trabalho.

Sob o domínio do bioma Mata Atlântica, a vegetação do Sul da Bahia é composta em sua maior extensão pela Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Higrófila Sul-Baiana (Vinha et al., 1976). Devido à sua semelhança com a floresta Amazônica, já foi também denominada de “Floresta Perenifólia Latifoliada Higrófila Hileana Baiana”.

Segundo Thomas et al.(1998) o sul da Bahia é refúgio para grande número de

espécies endêmicas de plantas, incluindo três gêneros de Leguminosae (Brodriguesia, Arapatiella e Harleyodendron), quatro gêneros de graminae – Bambusoideae (Atracantha, Anomochloa, Alvimia e Sucrea), sete espécies de Inga (Leguminosae), além de uma palmeira muito importante economicamente, a piaçava Attalea funifera (Palmae).

Apesar de sua importância, a Mata Atlântica, na região do Corredor Central no sul da Bahia, foi contemplada, até o presente, com poucos estudos sobre a fauna de vertebrados. Os primeiros levantamentos foram realizados para estudos epidemiológicos na década de 40 (Laemmert et al. 1946). Posteriormente, com o objetivo de proteção do mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), espécie endêmica e ameaçada de extinção, foi criada a Reserva Biológica de Una (REBIO-UNA) e assim, trabalhos importantes, mas escassos, enfocando ecologia e distribuição de primatas e outras espécies da fauna e flora, e espécies ameaçadas de extinção, foram realizados na região (Rylands, 1982; Santos et al., 1987; Lima, 1990; Oliver & Santos , 1991; Dietz et al. 1994; Rylands et al.1991/1992; Pinto, 1994; Gonzaga et al. 1995; Pacheco et al. 1996; Pardini 2001).

O conhecimento sobre a composição florística e faunística (dos grupos de vertebrados mais conspícuos, como

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anfíbios, aves e mamíferos), é fator de importância primordial para qualquer trabalho em biologia da conservação.

Para a identificação de parâmetros biológicos concorrentes para a formulação da estratégia de seleção dos fragmentos prioritários para a formação do Corredor Central da Mata Atlântica, no sul da Bahia, consideraremos os resultados de pesquisa de campo com quatro grupos biológicos complementares (vegetação, anfíbios anuros, aves e mamíferos), além de informações científicas já existentes (banco de dados), e análise de viabilidade populacional (vortex) de algumas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.

Objetivos Os objetivos dos inventários biológicos do Projeto Corredor Central são: 1. Fazer uma caracterização parcial da

vegetação na Região Sul da Bahia; 2. Investigar a diversidade de espécies,

riqueza e composição das comunidades de anfíbios, aves e mamíferos não voadores, em remanescentes florestais ao longo do Corredor Central da Mata Atlântica, no sul da Bahia;

3. Verificar o grau de substituição de espécies nos fragmentos florestais ao longo do gradiente latitudinal e longitudinal (norte-sul; leste-oeste);

METODOLOGIA Desenho amostral da pesquisa de campo

Na área total do projeto estabelecemos 6

transectos transversais imaginários no sentido leste (L)- oeste (W), descritos a seguir: a. Região Norte, dois transectos entre o Rio Jequiriçá e o Rio de Contas Transecto 1 – Wenceslau Guimarães (W); Transecto 2 - Maraú (M); b. Região Central, dois transectos entre os Rios de Contas e Jequitinhonha Transecto 3 – Ecoparque (E), incluindo o ponto do Parque Estadual do Conduru (CO); Transecto 4 – Canavieiras (C); c. Região Sul, dois transectos sul do Rio Jequitinhonha

Transecto 5 – Porto Seguro (P); Transecto 6 – Descobrimento (D).

Em cada transecto foram definidas três áreas de amostragens, somando um total de 19 áreas, incluindo o ponto extra do Parque Estadual do Conduru (CO). Pela relevância biológica, foram incluídos também o Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro (PNPB), e a Reserva Biológica de Una (RBU) em Una, somando 21 áreas amostradas. Em cada transecto foram estabelecidos três blocos de amostragem, representados por quadrados definidos cartograficamente, com 15 km de lado e distantes pelo menos 15 km entre si no sentido leste-oeste. O comprimento médio dos transectos foi de aproximadamente 80 km para o interior (Figura 1). Em cada bloco amostral foi selecionado um fragmento de Floresta Ombrófila, preferencialmente aquele de maior tamanho e melhor conservado (Tabela 1). Em cada fragmento foram realizadas coletas dos quatro grupos biológicos (vegetação, anfíbios, aves e mamíferos). Foi utilizado um esforço amostral constante em todos os fragmentos, independente do tamanho da área.

Além destes 21 fragmentos selecionados, algumas restingas na região foram amostradas para o grupo de aves (Cordeiro 2003); e, em alguns casos mais de um ponto foi amostrado por quadrado, como no caso de CO1 e RBU1 (Moura 2003, Silvano & Pimenta 2003).

Metodologia de amostragem dos grupos biológicos Vegetação

As 21 áreas pré-selecionadas pelo projeto, foram visitadas durante os meses de outubro e novembro de 2001. Em cada área a vegetação foi amostrada pelo método de transecção (Pires-O´Brien et al. 1995). Foi estabelecido um transecto de 50 m de comprimento utilizando-se balizas, de 10 em 10 m, para marcação da linha mestra, a partir da qual se delimitou 2 m para cada lado do transecto, perfazendo uma área de 100 m2 . Nesta área foram identificadas as espécies presentes.

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Figura 1: Desenho amostral da pesquisa de campo em biodiversidade.

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Os espécimes arbóreos e epífitos foram reconhecidos com o auxílio de um binóculo. As informações coletadas foram anotadas em planilhas de campo.

Com o objetivo de descrever o perfil fisionômico-estrutural da comunidade vegetal amostrada, foi elaborado um esboço de campo de um diagrama de perfil, baseado na metodologia de Melo (1997). Para isso, usou-se parte do transecto estabelecido (30 m de extensão e 5 m de largura), abrangendo um bloco 150 m2 da vegetação local. O diagrama foi esboçado sempre em uma mesma posição em relação ao início do transecto, ou seja, na perpendicular direita. O perfil foi esboçado à mão livre, em folhas de papel milimetrado, buscando uma descrição o mais próxima possível da realidade, buscando representar o espaçamento entre os indivíduos como uma propriedade tridimensional.

Para a caracterização da área, em relação à composição das comunidades vegetais, as espécies identificadas foram checadas através das coleções do herbário CEPEC/CEPLAC e UESC ou com o uso de bibliografia específica. Não houve coleta de material botânico; as espécies foram identificadas com base no conhecimento do especialista no campo, ou no laboratório (herbário) através de anotações prévias.

Foi preparada uma lista de espécies, já identificadas e cadastradas no Banco de Dados do Herbário do CEPEC/CEPLAC, para cada município onde as áreas de

amostragem estão inseridas. Desta forma, pretendeu-se complementar os resultados produzidos por esta pesquisa, com informações já existentes para a região. Anfíbios anuros (anurofauna)

Os inventários de anfíbios anuros nos fragmentos foram executados em onze viagens ou campanhas de campo, realizadas nos meses de janeiro, março, maio, junho, julho, agosto/setembro e dezembro de 2000; e janeiro, maio, julho/agosto e setembro de 2001. As campanhas foram estruturadas em quatro dias de observações para cada área. Os inventários priorizaram a investigação no interior dos fragmentos e conseqüentemente a aquisição de dados acerca da composição das comunidades de anfíbios florestais. No entanto, foram também recolhidas informações sobre a ocorrência das espécies de borda de mata e de áreas abertas, para facilitar a compreensão da dinâmica das comunidades desses ambientes e sua relação ao processo de fragmentação.

O estudo da anurofauna foi realizado em visitas noturnas e diurnas aos locais de amostragem. Os fragmentos eram visitados durante o dia, antes do início das amostragens, para a escolha dos pontos ou transectos a serem investigados. Procurava-se abranger, durante os estudos em uma dada área, todas as tipologias representadas no fragmento (mata primária, muçununga, baixadas, etc.).

Tabela 1: Localização das áreas amostradas, municípios, coordenadas, altitude e área aproximada do fragmento.

TRANS QUADR ÁREAS

MUNICÍPIO (UTM) ALTITUDE*

* (m) ÁREA (Ha)

T1 W 1 Faz. Subaúma Cairu 0496175 8504779 70 3446 T1 W 2 Faz. São João Nilo Peçanha 0474842 8485328 190 914 T1 W 3 Estação Ecológica Nova Esperança Wenceslau Guimarães 0423542 8498739 470 2210 T2 M 1 Projeto assentamento Zumbi dos Palmares Camamu 0484524 8450278 120 7530 T2 M 2 Faz. Pedra Formosa Ibirapitanga 0451267 8457445 270 1897 T2 M 3 Faz. São Roque Itamari 0427314 8467113 720 2025 CO Faz. Caititu Uruçuca 0493484 8405362 140 10224 CO1 Faz. Rio Capitão Itacaré 0490625 8414273 60 89 T3 E 1 RPPN Ecoparque de Una Una 0493577 8323262 60 20128 T3 E 2 Faz. Orion - Serra das Lontras Arataca 0457990 8319822 520 3135 T3 E 3 RPPN Serra do Teimoso Jussari 0443385 8324438 250 2228 RBU Reserva Biológica de Una Una 0493430 8322652 30 20128 T4 C 1 Faz. Monte Cristo Canavieiras 0482710 8273103 20 220 T4 C 2 Faz. Taquara Belmonte 0460010 8233946 170 2324 T4 C 3 Faz. Palmeiras Itapebi 0431940 8239045 290 3215 T5 P 1 RPPN Estação Veracruz Porto Seguro 0487071 8195182 82 8090 T5 P 2 Mata da Cara Branca – Veracel Celulose S. Cruz de Cabrália 0454688 8199342 110 230 T5 P 3 Faz. Vista Bela Guaratinga 0402501 8164550 320 465 T6 D 1 Parque Nacional do Descobrimento Prado 0463852 8108609 70 18126 T6 D 2 Faz. Alcoprado Teixeira de Freitas 0428467 8088016 110 574 T6 D 3 Faz. Princesa do Pajaú Itamaraju 0410473 8101529 150 1450 PNPB Parque Nacional do Pau Brasil Porto Seguro 0467596 8174380 80 17629

(*) Projeção cartográfica: UTM – Zona 24 Sul Datum Vertical: Imbituba/SC Datum horizontal: Córrego Alegre/MG (**) altitudes estimadas pelas cartas topográficas

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Locais com poças, lagoas, riachos e outros corpos d’água eram prioritários, devido à preferência dos anuros a ambientes úmidos. Porções de mata melhores conservadas também tiveram preferência sobre porções perturbadas.

Durante as visitas noturnas, além do inventariamento das espécies, através de visualização e zoofonia, foram observados padrões de comportamento, uma vez que grande parte dos anuros apresenta maior atividade neste período. Já as visitas diurnas visavam a caracterização dos ambientes ocupados, a visualização de girinos, desovas e adultos abrigados ou que apresentassem atividade neste período.

As espécies foram identificadas visualmente e através do reconhecimento das vocalizações. Os espécimes cuja identificação não pôde ser feita em campo foram levados para o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas e para o Museu Nacional/UFRJ, para análise por especialistas. Parte destes exemplares foi identificada pela Profª Luciana Barreto Nascimento (MCN/PUC-Minas), Drs. Ulisses Caramaschi, José Perez Pombal Júnior, Carlos Alberto Gonçalves da Cruz (MN/UFRJ) e Célio F. Batista Haddad (UNESP-Rio Claro). Grande parte das espécies visualizadas foi fotografada e tiveram suas vocalizações gravadas. A zoofonia é uma importante ferramenta taxonômica, auxiliando na identificação das espécies desconhecidas.

Para cada espécie foram feitas observações relativas à distribuição na área de estudos, habitats utilizados, sítios de vocalização, abundância relativa e, quando possível, registros comportamentais (atividade reprodutiva, deslocamentos, interações inter e intra-específicas, etc.), além do "status" de conservação.

Uma caracterização simplificada dos diversos locais de amostragem foi realizada durante o dia. Essa caracterização visava o conhecimento dos micro-ambientes disponíveis para ocupação pelos anfíbios anuros. Foram relacionados os tipos de corpos d’água, tipologias vegetacionais, estratificação vertical, etc. Desta forma, foi possível identificar a associação das espécies a características estruturais dos habitats,

através da análise dos parâmetros pesquisados e de informações sobre a biologia e ecologia das espécies, existentes na literatura.

Foi realizado um levantamento das espécies de anfíbios anuros coletadas no estado da Bahia, depositadas em coleções seriadas, para a confecção de um banco de dados e a aquisição de informações complementares sobre a anurofauna da região. As coleções visitadas foram as do Museu Nacional/UFRJ (MNRJ), Museu de Zoologia da USP (MZUSP), Museu de Zoologia da UNICAMP (ZUEC), Coleção Adolpho Lutz (AL - depositada no Museu Nacional/UFRJ) e Coleção Werner C.A. Bokermann (WCAB – depositada no Museu de Zoologia da USP). As coleções citadas estão entre as mais importantes do país, com representativo número de espécimes de anuros oriundos de várias regiões do Brasil.

Aves

As aves de 30 localidades do sul da Bahia foram inventariadas entre março de 1999 e novembro de 2001 (Cordeiro 2003). Uma única campanha, contando com quatro dias consecutivos foi realizada em cada uma. Durante os levantamentos foi dada ênfase ao registro de espécies endêmicas, raras e ameaçadas que poderão auxiliar na identificação e caracterização de áreas prioritárias para conservação.

Os levantamentos ornitológicos foram conduzidos nos principais tipos de cobertura vegetal. Os fragmentos de mata primária (ou em estágio final de regeneração), e fragmentos de mata secundária (ou em estágio intermediário de regeneração) foram inventariados com prioridade. Contudo, outros aspectos fitogeográficos, tais como matas de restinga, mangues, campos naturais (“mussunungas”), em diversos estágios sucessionais contidos nas áreas estudadas ou no seu entorno tiveram sua avifauna levantada.

Os métodos de censos visuais e bioacústicos foram utilizados em conjunto para inventariar a avifauna das localidades (Bibby et al. 1992). As espécies foram observadas e identificadas com auxílio de binóculos - Pentax 7x20 ou Zeiss 10x25. As vozes das aves, sempre que possível, foram registradas com auxílio de um

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gravador (analógico) Sony TCM 5000 EV ou gravadas digitalmente em minidisc com um aparelho Sony MZ-R37. Todas as gravações foram realizadas com microfone ultra-direcional Sennheiser ME 66 (40-20.000 Hz) associado a uma cápsula Power Module Sennheiser K6. Os takes foram digitalizados e estão disponíveis em arquivos sonoros digitais (*.wav).

Uma pesquisa inicial foi realizada para auxiliar na identificação das aves em campo, bem como para levantar informações relativas à distribuição geográfica das espécies assinaladas para a região. Assim uma base de dados foi elaborada, contando com coleta de dados relativos às espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica que tiveram seus pontos de ocorrência coletados nas etiquetas dos espécimes de museu, da literatura ou foram diretamente registradas no campo (Cordeiro 1999, 2001).

Os pontos de ocorrência tiveram sua posição geográfica (latitude e longitude) e altitude determinadas segundo os Índices Geonímicos Ornitológicos (Paynter 1985, Paynter 1989, Paynter & Traylor 1991, Vanzolini 1992). Os dados complementares, ou não encontrados foram retirados diretamente das etiquetas dos exemplares examinados nos museus, das publicações consultadas ou das anotações de campo.

As instituições de pesquisa visitadas entre 1996 e 2001 foram o Museu Nacional (MN), Rio de Janeiro/RJ; Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), São Paulo/SP; Museu de História Natural Capão da Imbuia (MHNCI), Curitiba/PR; Museu de Biologia Mello Leitão (MBML), Santa Teresa/ES; coleção ornitológica do Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte/MG; coleção ornitológica do Departamento de Zoologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB; coleção ornitológica do Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife/PE; coleção ornitológica do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ; American Museum of Natural History (AMNH), New York/USA; National Museum of Natural History & Smithsonian Institution (NMNH), Washington/USA;

Academy of Natural Sciences of Philadelphia (ANSP), Philadelphia/USA; Museum of Zoology of Louisiana State University (MZLSU), Baton Rouge/USA; Natural History Museum of University of Kansas (NHMUK), Lawrence/USA; e Field Museum of Natural History (FMNH), Chicago/USA. Os pontos de ocorrência levantados na literatura foram compilados das principais autoridades no assunto.

Esse conjunto de dados foi analisado com auxílio de um Sistema Geográfico de Informações (ESRI 1998). Esse programa de computador foi utilizado para mapear e analisar a distribuição da riqueza das aves (dados coletados em campo) e por fim, indicar áreas mais adequadas à implementação de programas de conservação.

A riqueza total de espécies, a riqueza de espécies endêmicas da Mata Atlântica e a riqueza de aves ameaçadas dos remanescentes florestais foram comparadas entre os fragmentos de tamanhos diferentes. Com isso foi estimado o tamanho mínimo de fragmento necessário para a conservação das espécies. As localidades também são analisadas pela composição, indicando prioridades em cada sub-região.

Mamíferos

Para a captura de pequenos mamíferos foram utilizadas 200 armadilhas do tipo “live trap”- Sherman e Tomahawk, estabelecidas em transectos em cada um dos fragmentos amostrados. Em cada transecto foram definidos pontos de captura, distanciados 20 m, onde foram instaladas duas armadilhas, uma no chão e outra a uma altura de aproximadamente 2 m, alternadas em pontos consecutivos. Em cada armadilha foram utilizadas como isca bacon, abacaxi e pasta de amendoim. As coletas foram realizadas durante cinco noites consecutivas em cada fragmento, perfazendo um esforço amostral de 1000 armadilhas-noite. Para cada indivíduo capturado foram registradas as seguintes informações: identificação da espécie, sexo e condição reprodutiva, idade estimada, peso, medidas padrão (comprimento: cabeça-corpo, cauda, pata e orelha). Após o levantamento destas informações os animais eram marcados com anilhas numeradas, e soltos. O trabalho de campo

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foi realizado de março de 1999 a dezembro de 2001. Para o grupo de mamíferos foram amostrados dois pontos dentro do quadrado do Parque Estadual do Conduru, sendo CO1 um ponto extra. Foram listados também os resultados referentes a um trabalho realizado na Reserva Biológica de Una durante 8 meses (RBU 1). O registro de algumas espécies de pequenos mamíferos também foi feito à partir de entrevistas com moradores vizinhos das áreas amostradas.

Os mamíferos de médio e grande porte foram identificados através de visualização, play-back, entrevistas e identificação indireta (fezes e pegadas). As identificações foram realizadas durante todo o período de estudo, com um total de 55 entrevistas.

A identificação das espécies segue Emmons & Feer (1990), Wilson & Reeder (1993), Fonseca et al. (1996), Musser et al. (1998), Percequillo (1998), Pessôa et. al., (1998), Lara & Patton (2000) e Gonçalves (2001). Para um maior entendimento sobre a distribuição e ocorrência das espécies de mamíferos na região, foram visitadas as coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro/UFRJ (MNRJ), Coleção de Mamíferos do Departamento de Zoologia da UFMG, Museu de Zoologia da USP (MZUSP), Coleção de Mamíferos do CEPEC/CEPLAC e Coleção de Mamíferos da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), onde estão depositados espécimes de mamíferos proveniente do sul da Bahia.

AGRADECIMENTOS O Projeto "Abordagens ecológicas e instrumentos econômicos para o estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica:uma estratégia para reverter a fragmentação florestal na Mata Atlântica do sul da Bahia" foi executado pelo Instituto de Estudos Sócio Ambientais do Sul da Bahia, pela Conservation International do Brasil, e pelo Grupo de Pesquisa de Desenvolvimento do Banco Mundial (DECRG), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Estadual de Campinas. Este projeto foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO);

pelo Centro para Pesquisa Aplicada à Biodiversidade (CABS) da CI, e pelo DECRG. Nossos agradecimentos a estas instituições, e também à Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Fundação Ford, ao Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais, à Ford Motor Company, ao Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação da Bahia (SFC), à Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, ao Centro de Pesquisas do Cacau (CEPLAC), ao Jardim Botânico de Nova Iorque, e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo generoso apoio dado à pesquisa do Corredor Central da Mata Atlântica. Agradecemos especialmente aos proprietários das fazendas, e aos gerentes de unidades de conservação por disponibilizarem sua infra-estrutura, apoio ao trabalho durante sua execução e colaboração dispensada ao projeto, e também pela confiança nos profissionais e crédito ao projeto. Nossos agradecimentos aos estagiários Paulo Guedes, Julia Nüschler e Camila Calheira, e ao ajudante de campo e amigo Rubens Vieira Lopes ‘ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bibby, C. J., N. D. Burgess e D. A. Hill.,

1992. Bird Census Techniques. British Trust for Ornithology and The Royal Society for the Protection of Birds. Academic Press, London.

Cordeiro, P. H. C., 1999. Padrões de Distribuição Geográfica dos Passeriformes Endêmicos da Mata Atlântica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais.

Cordeiro, P.H.C., 2001. Aves ameaçadas da Mata Atlântica. Relatório não publicado. CEPF, Conservation International.

Cordeiro, P.H.C. 2003. Padrões de distribuição geográfica da avifauna, com ênfase nas espécies endêmicas e ameaçadas, nos remanescentes de Mata Atlântica no sul da Bahia. In: Prado P.I., Landau E.C., Moura R.T., Pinto L.P.S., Fonseca G.A.B., Alger K. (orgs.)

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Corredor de Biodiversidade na Mata Atlântica do Sul da Bahia. Publicação em CD-ROM, Ilhéus, IESB / CI / CABS / UFMG / UNICAMP.

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