Metodologia Científica

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Introdução a Metodologia Científica Ana Néri Almeida Tenório

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Introdução a Metodologia Científica

Ana Néri Almeida Tenório

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Técnicas de estudos

2 Metodologia científica

Introdução a Metodologia Científica

/ Ana Néri Almeida Tenório Maceió, 2012. 85f.; 26cm

UAB – Universidade Aberta do Brasil

1. Introdução a Metodologia Científica I Tenório, Ana Néri Almeida

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Técnicas de estudos

3 Metodologia científica

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6 1.1 A importância da leitura .............................................................................. 7 1.2 Estratégias de leitura ........................................................................................ 8 1.3 Tipos de leitores ............................................................................................... 11 1.4 Estratégias cognitivas e metacognitivas ......................................................... 12 1.5 Esquema, resumo e fichamento ..................................................................... 14 1.5.1 Esquema ....................................................................................................... 14 1.5.2 Tipos de resumo ........................................................................................... 17 1.5.3 Fichamento .................................................................................................. 21 1.6 Pesquisa bibliográfica ..................................................................................... 24 1.7 Referências ...................................................................................................... 30 2. INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTIFICA .................................................... 32 2.1 Tipos de conhecimento ................................................................................... 32 2.2 Pesquisa científica .......................................................................................... 34 2.3 Tipologia da pesquisa ..................................................................................... 37 2.4 Planejamento de pesquisa .............................................................................. 39 2.5 Referências ..................................................................................................... 50 3. ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS .......................................... 52 3.1. Tipos de trabalhos acadêmicos ...................................................................... 52 3.2 Partes que compõem o trabalho .................................................................... 54 3.3 Referências ..................................................................................................... 69 4 PROJETO DE PESQUISA ................................................................................. 70 4.1 Partes que compõem o projeto de pesquisa ................................................... 71 4.2 Normas da redação do texto .......................................................................... 82 REFERÊNCIAS.....................................................................................................85

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Técnicas de estudos

4 Metodologia científica

Introdução O objetivo deste manual é servir de apoio aos alunos do ensino a

distância, do IF-AL, em seu aprendizado na disciplina Metodologia Científica.

Trata-se de um resumo das principais noções dessa unidade curricular,

abordadas com linguagem clara, procurando se familiarizar com o alunado, na

tentativa de esclarecer suas dúvidas e dificuldades em sua nova etapa como

aluno de nível superior.

O ingresso do aluno em um curso superior, geralmente, provoca uma

série de mudanças em seu cotidiano, exigindo-se desse novato uma dedicação

mais acentuada aos estudos, normas e experiências distintas das vividas em sua

etapa anterior, como aluno do ensino médio. Até mesmo o aluno com mais

idade, que já tenha concluído o ensino médio há alguns anos, sente dificuldade

nesse processo de crescimento intelectual. Na verdade, trata-se de uma

mudança de postura como aluno, como colega de sala, agora não mais com o

“amparo” dos pais e cuidado e compreensão por parte da maioria dos

professores, e sim com a cobrança excessiva, embora discreta, da instituição da

qual ele faz parte, dos professores, da sociedade em geral. O aluno de nível

superior precisa se adaptar a essas mudanças e cobranças, construindo seu

espaço na sociedade, solidificando seus objetivos e buscando êxito em seu dia-a-

dia, com senso crítico aguçado.

Dentro desse quadro de mudanças e desafios, a disciplina Metodologia

Científica é de suma importância para o crescimento do aluno de nível superior.

Mais do que um aprendizado de normas e técnicas para o desenvolvimento de

trabalhos acadêmicos, ela se propõe a trabalhar a postura do aluno de nível

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Técnicas de estudos

5 Metodologia científica

superior, desenvolvendo o senso crítico e estimulando seu interesse pela

pesquisa científica.

Na unidade 1, discutiremos sobre as técnicas de estudo, com enfoque

nas estratégias de leitura, modelos de esquema de texto, tipos de resumo e

pesquisa bibliográfica; na unidade 2, daremos um grande passo: discutiremos

sobre como elaborar uma pesquisa científica, dando ênfase à questão da

formulação de um problema científico, hipóteses e estudo dos tipos de método;

nas unidades 3 e 4, abordaremos a questão das partes que compõem os

trabalhos científicos, especificamente, o projeto de pesquisa, apresentando as

normas técnicas da ABNT e noções básicas da redação do texto científico.

Boa leitura!

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6 Metodologia científica

UNIDADE 1

Técnicas de estudos

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Técnicas de estudos

7 Metodologia científica

1. Introdução

Neste capítulo iremos conhecer as principais orientações para a

realização de um estudo produtivo e consciente. Produtivo no sentido de ser

efetivo e trazer ganhos para o aluno; consciente pelo fato de o aluno adotar

determinadas técnicas para alcançar os objetivos desejados.

Na maioria das vezes, o aluno estuda porque precisa fazer uma prova,

porque precisa tirar nota “x” ou “y”, sem se dar contar de como está estudando e

quais os ganhos reais que ele terá com esse estudo. Alguns conseguem alcançar

a nota de que precisam, estudando muito ou pouco, lendo várias vezes o

conteúdo ou apenas “dando uma lida”, como costumam dizer. Muitas vezes, o

aluno estuda bastante, no entanto, não faz boa prova, ou não consegue fazer um

bom trabalho, ou ainda se sair bem em uma prova oral ou seminário. Há, ainda,

alguns alunos que não estudam como outros e mesmo assim conseguem obter

êxito nos exames. É importante lembrar que para compreender determinado

conteúdo, é preciso, na maioria das vezes, lançar mão de técnicas para auxiliar

esse processo de cognição. Algumas pessoas já as utilizam intuitivamente;

outras, precisam conhecê-las e praticá-las para melhorarem seu desempenho.

1.1 A importância da leitura

Nunca é demais repetir que a leitura é de fundamental importância para

o crescimento intelectual de todos nós. Seja a leitura por prazer, leitura

descompromissada em uma fila de espera, leitura rápida, leitura como estudo

obrigatório, todas elas exercitam nossa mente e promovem o conhecimento.

Muitas são as reclamações dos professores a respeito das dificuldades

sentidas pelos alunos em relação à leitura e compreensão de textos.

Comumente, muitos alunos têm dificuldade em compreender questões de

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provas e textos mais complexos. Vale ressaltar que as dicas dadas pelos manuais

não resolvem o problema se o aluno não praticar, diariamente, a leitura de

vários tipos de textos, desde os mais didáticos, esquematizados, aos mais

rebuscados. E é dessa forma que ele irá enriquecendo seu vocabulário,

descobrindo estratégias de leitura e melhorando sua maneira de escrever

também. Tudo isso vem reforçar que a prática da leitura de jornais, revistas e

livros é, sem dúvida, de suma importância para o crescimento intelectual.

1.2 Estratégias de leitura

Quando se fala sobre estratégias de leitura, observa-se que essa

expressão é usada para identificar vários mecanismos, utilizados na leitura de

textos com o objetivo de melhor compreender seu sentido. Quando se procura o

significado dessa expressão na internet, por exemplo, apresentam-se vários

tipos de estratégias provenientes de teorias diversas ou de reflexões feitas por

leitores mais dedicados. Sendo assim, que tipo de estratégias estamos falando?

Quais estratégias conhecemos e/ou utilizamos em nossas leituras e não nos

damos conta?

Segundo KATO (1985, p. 64), nos modelos teóricos de leitura o termo

“estratégia” costuma ser empregado para caracterizar “os diversos

comportamentos hipotetizados no leitor durante o processo de ler.” Nesses

modelos teóricos, formulados a partir dos estudos das ciências cognitivas do

discurso, o leitor é visto, especificamente pela psicolinguística, como um

construtor, e o “sucesso de seu entendimento vai depender de sua atividade

durante o ato de ler” (SILVEIRA, 2005, p. 66). Segundo Leffa, citada por

Silveira (2005), o uso de estratégias de leitura ajuda o leitor a adquirir maior

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consciência do ato de ler, fazendo-se, com isso, mais eficiente. Segundo a

autora, isso ocorre porque o leitor:

• estabelece um objetivo para cada tipo de leitura;

• avalia o próprio comportamento durante o ato de ler;

• aprende a detectar ambiguidades e incoerências no texto;

• aprende a resolver problemas de entendimento, selecionando as

estratégias adequadas;

• faz-se eficiente na adoção de diferentes estilos de leitura para diferentes

materiais e para conseguir diferentes objetivos;

• questiona o que lê.

Segundo Silveira (2005: 68), o modelo do teórico Goodman, intitulado

Leitura como jogo psicolingüístico de adivinhações, contemplou e promoveu a

aplicabilidade de estratégias de leitura. Segundo esse estudioso, as estratégias

para o entendimento do texto são:

• Predição – capacidade do leitor antecipar-se ao texto à medida que vai

processando seu entendimento;

• Seleção – habilidade de selecionar só os índices que são relevantes a seu

entendimento e propósito;

• Inferência – através da qual o leitor completa a informação, utilizando

sua qualificação linguística, seu conhecimento conceitual e os esquemas

que estão em sua mente;

• Confirmação – utilizada para verificar se as predições estão corretas ou

precisam ser replanejadas;

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10 Metodologia científica

• Correção – uma vez confirmada a predição, o leitor levanta outras

hipóteses e recolhe outras pistas, sempre na tentativa de achar sentido no

que lê.

Nos programas de leitura em língua estrangeira é muito utilizado o que

Silveira denomina técnica de leitura. Segundo a autora, é de uso frequente

no ensino do inglês instrumental, mas é possível ser aplicado, também, em

outras línguas. São elas:

• Skimming – leitura rápida da ideia geral de um texto, para descobrir o

assunto de que trata;

• Scanning – leitura rápida em busca de uma informação específica,

geralmente em listas e tabelas;

• Leitura detalhada – busca de informações detalhadas, incluindo a

exploração de pistas do léxico, sintáticas e discursivas;

• Levantamento das ideias principais – essa técnica facilita a

retenção das macroestruturas do texto e pode ser utilizada para recursos

e para discussões posteriores sobre as principais proposições do texto;

• Leitura crítica – questionamento do texto sobre vários pontos de vista

(público, leitor a que se destina, intenções, validade das conclusões e da

mensagem, em relação ao posicionamento do leitor, etc).

Essas técnicas trabalham com a noção de inferência lexical, dando-se

ênfase ao conhecimento prévio e a pistas sintáticas e semânticas. Muitas vezes,

inclusive o leitor comum, faz uso dessas técnicas em sua leitura, ainda que de

forma inconsciente. Nas classes de língua estrangeira, o professor tenta

trabalhar com o aluno, alertando sobre as pistas que o texto geralmente

apresenta: recursos tipográficos, ilustrações, formato do texto, etc.

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1.3 Tipos de leitores

Outro aspecto relevante para esta reflexão é a individualidade do leitor,

tema pouco discutido, segundo Varig, citado por Silveira (2005). Segundo a

autora, existem pessoas que possuem um pensamento holístico, sintético; já

outras se ocupam mais com as minúcias do texto, são mais analíticas. Sobre esse

aspecto, Kato citado por Silveira (2005) define dois tipos de leitores. Vejamos:

a) Leitores que tendem a usar o processamento descendente ou “top-down”, cujas características são as seguintes:

• aprendem facilmente as ideias gerais e principais do texto;

• são fluentes e velozes;

• fazem muitas suposições (algumas até desautorizadas);

• porque não deram muita importância à leitura ascendente, tendem a não

confirmar essas suposições com os dados do texto;

• fazem mais uso do conhecimento prévio que da informação existente no

texto.

b) Leitores que privilegiam o processamento ascendente ou “botton-up”, cujas características são:

• constroem o significado a partir dos dados do texto;

• observam detalhes, detectando até erros de ortografia;

• tendem a não tirar conclusões precipitadas;

• são lentos e pouco fluentes;

• têm dificuldade de sintetizar as ideias do texto porque não sabem separar

as ideias principais das acessórias.

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Silveira afirma que é evidente que os dois tipos são antagônicos e que a

virtude não está nos extremos, e sim, no equilíbrio. Além disso, afirma que

vários fatores podem influenciar o leitor na eleição de um mecanismo, a saber:

maturidade do leitor, natureza do texto, lugar onde o leitor se situa no texto e o

propósito da leitura (Kato apud Silveira, 2005: 74). A autora afirma que o leitor

experiente é aquele que tem consciência de seu comportamento no ato de ler, e

que pode variar suas estratégias ao longo da leitura. Posteriormente a essas

informações, a autora expõe a concepção de leitura, relacionando essa definição

à necessidade de uso de estratégias.

Tudo o que foi descrito até aqui nos permite achar que é ponto pacífico a concepção de que a leitura é uma atividade cognitiva e linguística fortemente relacionada com a questão do pensamento e da aprendizagem. E, pelo que se desenvolveu até agora, pode-se concluir também que, a estas alturas, sendo a leitura um conjunto de destrezas ou habilidades que demandam o emprego de estratégias, como acontece, em geral, com todas as atividades humanas que envolvem a solução de problemas, é necessário ter como consenso sobre a importância exercida pela cognição e sua atuação circunscrita ao ato de ler (SILVEIRA, 2005, p. 74).

Nessas linhas a autora recorda a tarefa de ler como uma atividade cujo

objetivo é conseguir o entendimento, valendo-se o leitor/construtor de

estratégias para obter sucesso nessa “batalha”, concebida, aqui, como um

exercício, sobretudo, cognitivo e linguístico.

1.4 Estratégias cognitivas e metacognitivas

Segundo Silveira (2005), as estratégias de leitura podem ser

classificadas em estratégias cognitivas e estratégias metacognitivas. Para

Vigotsky, citado pela autora, é possível distinguir duas fases no processo de

desenvolvimento do conhecimento humano: fase de desenvolvimento

automático e inconsciente (cognição) e uma fase de controle desse

conhecimento (metacognição). Logo, as estratégias cognitivas “são relacionadas

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aos princípios que regem o comportamento automático e inconsciente do leitor.

Já as estratégias metacognitivas são relacionadas aos princípios que regulam a

desautomatização consciente do processo” (SILVEIRA, 2005, p. 75).

As noções apresentadas, anteriormente, servem para dar uma ideia

geral das técnicas conscientes e inconscientes que utilizamos durante a leitura.

Sem dúvida, ter conhecimento desse processo ajudará o aluno na compreensão

e formulação de textos. Vejamos algumas dicas para se iniciar uma leitura:

• Ao iniciar a leitura de um livro, é importante que o leitor observe-o em

linhas gerais, ou seja, verifique cuidadosamente o todo e suas partes.

Leitura detalhada do sumário, os capítulos e referências. Ler

cuidadosamente o prefácio, a fim de tirar suas próprias conclusões a

respeito da obra, após a leitura;

• É importante, também, que o leitor sublinhe ou anote em um papel à

parte, as palavras novas e as definições do autor. Sinalizar ao lado dos

parágrafos com exclamações, interrogações ou colchetes, ou seja, facilitar

o trabalho de um posterior fichamento do livro ou texto;

• Dependendo do tipo de texto (didático ou complexo), o leitor poderá

ajustar a velocidade da leitura, a fim de economizar tempo. Ou seja,

dedicar mais tempo aos textos mais complexos;

• Uma estratégia importante é não se deter em um parágrafo apenas,

repetindo-o, caso o leitor tenha tido dificuldade em compreendê-lo. É

interessante sinalizá-lo e seguir adiante na leitura do capítulo ou final do

texto, para depois retornar ao trecho complexo. Muitas vezes, um trecho

mais à frente esclarece a dúvida anterior.

Vale salientar que essas dicas poderão ser bastante úteis para alguns

leitores, e para outros, não funcionem. Isso porque o uso das estratégias de

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leitura, assim como outros usos, variam de pessoa para pessoa. Muitos leitores

desenvolvem suas próprias estratégias, embora pareçam estranhas ou

ineficientes para outros. O importante é que cada leitor encontre as que mais se

adaptem ao seu ritmo.

1.5 Esquema, resumo e fichamento

1.5.1 Esquema

O esquema é uma das técnicas que ajudam a sintetizar as ideias

principais de um texto ou conteúdo em geral. Costumamos chamá-lo de

“esqueleto” no sentido de que ele não deverá ser extenso, cheio de detalhes, e

sim, conter, principalmente, as palavras-chave. Geralmente, utiliza-se o

esquema para uma preparação de um resumo, com o objetivo de organizar o

pensamento em relação às informações adquiridas.

Na elaboração de um esquema, geralmente, são utilizados símbolos

como setas, colchetes, chaves e marcadores para ajudarem na organização da

síntese do conteúdo, dependendo da preferência de quem o formula.

Salomon (1977, p. 85), um dos principais nomes no estudo da

metodologia científica, ressalta as características de um bom esquema. Vejamos:

Um esquema, para que seja realmente útil, deve ter as seguintes

características:

1. Fidelidade ao texto original: deve conter as idéias do autor, sem

alteração, mesmo quando se usarem as próprias palavras para

reproduzir as do autor. Por isso, em alguns momentos, é preciso

transcrever e citar a página.

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2. Estrutura lógica do assunto: de posse da idéia principal, dos

detalhes importantes, é possível elaborar uma organização dessas

idéias a partir das mais importantes para as conseqüentes. No

esquema, haverá lugar para os devidos destaques.

3. Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema útil é

flexível. Adapta-se ao tipo de matéria que se estuda. Assunto mais

profundo, mais rico de informações e detalhes importantes

possibilitará uma forma de esquema com maiores indicações. Assunto

menos profundo, mais simples, terá no esquema apenas indicações-

chave. É diferente de um esquema em função de revisão para exame e

outro em função de uma aula a ser dada!

4. Utilidade de seu emprego: consequência da característica anterior: o

esquema deve ajudar e não atrapalhar. Tratando-se de esquema em

função do estudo, deve ser feito de tal modo que facilite a revisão. É

instrumento de trabalho. Deve facilitar a consulta no texto, quando

necessário. Daí explicitar páginas, relacionamento de partes do texto

etc.

5. Cunho pessoal: cada um faz o esquema de acordo com suas

tendências, hábitos, recursos e experiências pessoais. Por isso é que

um esquema de uma pessoa raramente é útil para outra. Uns preferem

o esquema rigidamente lógico, outros o cronológico, ou o psicológico,

na disposição das ideias. Alguns usam recursos gráficos, de

visualização da imagem mental (tinta de cor, desenhos, símbolos etc);

já outros preferem empregar só palavras.

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16 Metodologia científica

Exemplo de esquema 1:

Salomon (1977, p. 88), após dar as características de um bom esquema,

apresenta os itens anteriores, em forma esquemática:

ESQUEMA CARACTERÍSTICAS DE UM ESQUEMA ÚTIL

1. Flexibilidade: o esquema é que deve adaptar-se à realidade e não esta

ao esquema.

2. Fidelidade ao original: esquematizar não é deturpar, mas sintetizar.

3. Estrutura lógica do assunto: organiza-se pelo esquema a relação da

idéia importante e seu desenvolvimento.

4. Adequação ao assunto estudado: mesmo que funcionalidade.

5. Utilidade de emprego: o esquema tem por objetivo auxiliar a captação

do conjunto e servir para comunicar algo.

6. Cunho pessoal: o esquema traduz atitudes e modo de agir de cada um

– varia de pessoa para pessoa.”

Exemplo de esquema 2:

Outro exemplo de esquema, sobre o mesmo texto, utilizando-se a

numeração progressiva:

1. Esquema útil

1.1 Características

1.1.1 Flexibilidade – adaptação à realidade

1.1.2 Fidelidade ao original – síntese e não alteração da ideia

1.1.3 Estrutura lógica – relação da ideia importante e seu

desenvolvimento

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Técnicas de estudos

17 Metodologia científica

1.1.4 Adequação ao assunto - funcionalidade

1.1.5 Utilidade de emprego – sintetizar e comunicar algo

1.1.6 Cunho pessoal – varia de pessoa para pessoa

Podemos observar, nesse último exemplo de esquema, além de sua

estrutura de numeração progressiva, que houve alteração de algumas palavras,

mas não da ideia. O autor do esquema pode escrever com suas palavras o que

entendeu de um texto ou capítulo, mantendo o cuidado para não deturpar a

idéia, como diz Salomon. Se utilizar as mesmas palavras do autor do livro, estas

deverão vir entre aspas. Nesse último exemplo, foram utilizados a numeração

progressiva e hifens, mas poderiam ser utilizados colchetes e setas, para auxiliar

na organização e compreensão. O importante é sintetizar as ideias principais,

com clareza e fidelidade ao sentido do texto original.

1.5.2 Tipos de resumo

O resumo de um texto constitui uma síntese das principais ideias

abordadas. Geralmente, um resumo é sempre precedido de um esquema, no

sentido de que quando precisamos resumir determinado conteúdo, de antemão,

procuramos organizar as informações principais em forma de tópicos.

Existem vários tipos de resumo, dependendo de cada necessidade.

Vejamos os principais tipos, de acordo com Andrade (2007, p. 15-16):

a) Resumo descritivo ou indicativo: nesse tipo de resumo

descrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicam-se

sucintamente seus conteúdos. Portanto, não dispensa a leitura do texto

original para a compreensão do assunto. Quanto à extensão, não deve

ultrapassar quinze ou vinte linhas; utilizam-se frases curtas que,

geralmente, correspondem a cada elemento fundamental do texto;

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Técnicas de estudos

18 Metodologia científica

porém, o resumo descritivo não deve limitar-se à enumeração pura e

simples das partes do trabalho.

b) Resumo informativo ou analítico: é o tipo de resumo que reduz

o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos, citações,

exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, as idéias principais.

Não são permitidas as opiniões pessoais do autor do resumo. O resumo

informativo, que é o mais solicitado nos cursos de graduação, deve

dispensar a leitura do texto original para o conhecimento do assunto.

c) Resumo crítico: Consiste na condensação do texto original a 1/3 ou

1/4 de sua extensão, mantendo as idéias fundamentais, mas permite

opiniões e comentários do autor do resumo. Tal como o resumo

informativo, dispensa a leitura do original para a compreensão do

assunto.

d) Resenha: é um tipo de resumo crítico; contudo, mais abrangente.

Além de reduzir o texto, permite opiniões e comentários, inclui

julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras da

mesma área do conhecimento, a relevância da obra em relação às

outras do mesmo gênero etc.

e) Sinopse (em inglês, synopsis ou summary, em francês, résumé

d'auteur): neste tipo de resumo indicam-se o tema ou assunto da obra e

suas partes principais. Trata-se de um resumo bem curto, elaborado

apenas pelo autor da obra ou por seus editores.

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Técnicas de estudos

19 Metodologia científica

Podemos observar, a partir das características de cada resumo, acima

elucidadas, que podemos dividir os resumos em textos breves ou longos,

completos ou sucintos, críticos ou apenas informativos. Interessante é a

distinção discreta entre o resumo crítico e a resenha: no primeiro, é permitido

dar opiniões a respeito da obra, seja a respeito do conteúdo em si ou do tipo de

linguagem utilizada, perfil do autor, dentre outras características; já no

segundo, não bastam somente opiniões, mas um conhecimento prévio a respeito

do assunto tratado, para que se possa, verdadeiramente, falar com propriedade

a respeito do tema, fazer comparações com outras obras, abordagens e teorias,

ou seja, fazer uma crítica produtiva.

Muitas vezes, os professores solicitam resenhas de obras a alunos

iniciantes no curso superior, sem atentarem para o fato de que o aluno iniciante

precisará de um longo caminho até adquirir a maturidade e tempo de leitura

para produzir uma resenha. Cabe ao aluno aplicado, ciente das características de

um resumo e uma resenha, perguntar com detalhes ao professor, que tipo de

resumo ele está solicitando.

No que diz respeito à elaboração de um resumo, há algumas orientações

que, certamente, serão de grande importância na hora de escrever. Após a

leitura cuidadosa do texto ou capítulo, faz-se necessário reler e sublinhar as

frases ou palavras mais importantes do texto. Com base no que foi sublinhado, é

possível se fazer um bom resumo, garantindo fidelidade ao texto. No entanto,

essa não é uma técnica obrigatória e rígida, já que existem bons resumos,

independentemente das palavras sublinhadas.

Exemplo de resumo com base nas palavras grifadas (ANDRADE, 2007, p. 18):

“Vivemos num ambiente formado e, em grande proporção, criado

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Técnicas de estudos

20 Metodologia científica

por influências semânticas sem paralelo no passado: circulação em

massa, de jornais e revistas que só fazem refletir, num espantoso

número de casos, os preconceitos e as obsessões de seus redatores e

proprietários; programas de rádio, tanto locais como em cadeia,

quase inteiramente dominados por motivos comerciais; conselheiros

de relações públicas, que não são mais que artífices, regiamente

pagos, para manipular e remodelar o nosso ambiente semântico de

um modo favorável a seu cliente. É um ambiente excitante, mas cheio

de perigos, sendo apenas um pequeno exagero dizer que foi pelo rádio

que Hitler conquistou a Áustria. Os cidadãos de uma sociedade

moderna precisam, em conseqüência, de algo mais do que simples

'senso comum', recentemente definido por Stuart Chase como 'aquilo

que nos diz que o mundo é plano'. Precisam, esses cidadãos, de ficar

cientificamente conscientes do poder e das limitações dos símbolos,

especialmente das palavras, se é que desejam evitar ser levados à mais

completa confusão, mediante a complexidade do seu ambiente

semântico. Assim, pois, o primeiro dos princípios que governam os

símbolos é este: O símbolo não é a coisa simbolizada; a palavra não é

a coisa; o mapa não é o território que ele representa.” (HAYAKAWA

apud ANDRADE, 2007, p. 18)

Resumo: “Vivemos num ambiente formado por influências semânticas:

circulação em massa de jornais que refletem os preconceitos e

obsessões de seus redatores e proprietários; o rádio, dominado por

motivos comerciais; os relações públicas, pagos para manipular o

ambiente a favor de seus clientes. É um ambiente excitante, mas cheio

de perigos. Os cidadãos de uma sociedade moderna precisam ficar

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Técnicas de estudos

21 Metodologia científica

conscientes do poder e das limitações dos símbolos, a fim de evitar

confusão ante a complexidade de seu ambiente semântico. O primeiro

princípio que governa os símbolos é este: o símbolo não é a coisa

simbolizada; a palavra não é a coisa; o mapa não é o território que

representa.”

Salientamos que, além do resumo com base nas palavras sublinhadas,

visto no exemplo anterior, é viável, também, fazê-lo apenas com a idéia central

do texto, tomando o cuidado para não deturpar o que foi dito no texto original.

Como palavra final, a respeito de resumo, é importante que o aluno

adote a prática de sublinhar os textos lidos, para facilitar a compreensão e

elaboração.

1.5.3 Fichamento

O fichamento é o ato de fichar (transcrever) anotações sobre capítulos,

obras, livros, na maioria das vezes, para um estudo posterior ou para melhor

organizar as ideias que o texto ou obra quis passar. A maior vantagem em

praticar o fichamento, após a leitura de livros, é garantir um registro sucinto das

informações principais de determinada obra, para que não sejam esquecidas,

podendo ser utilizadas a qualquer tempo. Tempos atrás, eram utilizadas,

apenas, fichas de papel; hoje, podemos falar de fichas no computador.

Atualmente, orientamos os alunos a organizarem pastas no computador, sob o

título fichário. Nesse espaço, o aluno pesquisador irá organizar várias fichas dos

livros e capítulos lido por ele, durante sua vida ou apenas durante o curso.

Comumente, no ensino superior, os professores costumam solicitar fichamentos

de capítulos ou livros. Existem, na verdade, vários tipos de fichas, com

diferentes objetivos. Vamos conhecer as mais comuns?

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Técnicas de estudos

22 Metodologia científica

Seguindo os passos de Andrade (2007, p. 48-56), resumiremos os

principais tipos de fichas, com exemplos utilizados pela autora:

a) Fichas de indicações bibliográficas – consistem no conjunto de

elementos que constam na bibliografia: autor, título, número da edição, local da

publicação, editora e data da publicação. Geralmente, encontramos esse tipo de

ficha em fichários de bibliotecas, para identificar as obras que constam na

mesma.

a. 1) Exemplo de ficha de indicação bibliográfica: autor1 b) Fichas de transcrições – é constituída de trechos da obra, que poderão

ser utilizados como citações no trabalho que o pesquisador irá realizar, ou

apenas registrar as principais idéias do autor do livro.

b. 1) Exemplo de ficha de transcrição

c) Fichas de esquemas – são constituídas de esquemas de capítulos, livros ou planos de trabalho. 1 Os exemplos apresentados no item Fichamento foram extraídos da obra: ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 51-55.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina: contos. 4. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1981.

FOLCLORE/ Artesanato LIMA, Rossini T. de. A ciência do folclore: segundo diretrizes da Escola de folclore. São Paulo: Ricordi, 1978. p. 15-16. “A indumentária também é artesanato, enquanto foi produzida para a venda, e é indumentária propriamente dita ao ser usada. A imagem do santo pode ser arte na casa do artista ou de alguém que a tem nas suas características decorativas; é manifestação de religião ao integrar um contexto religioso.”

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Técnicas de estudos

23 Metodologia científica

c. 1) Exemplo de ficha de esquema d) Fichas de resumos - constituídas de resumos descritivos ou informativos. d. 1) Exemplo de ficha de resumo descritivo

Além desses tipos de fichas, registramos, ainda, o tipo de trabalho

solicitado por professores no curso superior, na maioria das vezes, para

conduzir o aluno à leitura, destacando as informações principais da obra e

tecendo comentários a respeito da mesma. Vejamos os itens necessários para

esse tipo de ficha, de acordo com HUHNE (2000, p. 64-65):

METODOLOGIA CIENTÍFICA I Pesquisa bibliográfica – fases: 1. Escolha e delimitação do tema 2. Identificação das fontes (consulta a catálogos, fichários, abstracts) 3. Localização das informações: Leituras (prévias, seletiva, analítica, interpretativa) 4. Documentação – Fichamentos (resumos, transcrições, apreciações, indicações) 5. Seleção de material levantado 6. Planejamento do trabalho 7. Redação das partes 8. Revisão e redação final 9. Organização da bibliografia

O dicionário, com cinco volumes e mais de 5.000 páginas, contém 85. 486 palavras, dispostas em ordem alfabética. Inclui minucioso estudo da palavra, desde as origens, raiz e formação, sempre agrupadas em famílias. Os vocábulos são segmentados por traços; raiz, sufixo, prefixo, elementos de ligação. Ao indicar a origem da palavra, comprova que muitas vieram do sânscrito e outras línguas antigas, como o nórdico e o frísio, embora a maioria se tenha originado do latim. Entre as 36 línguas que contribuíram para a formação do vocabulário português incluem-se o grego e o tupi. Trata-se de um trabalho inédito no mundo e destina-se aos estudiosos da língua e professores de português.

Page 24: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

24 Metodologia científica

1.6 Pesquisa bibliográfica

Após o ingresso do aluno em um curso superior, a pesquisa bibliográfica

torna-se uma prática constante em sua vida acadêmica, nas diversas etapas do

curso. Para todo e qualquer trabalho a ser realizado, será necessário recorrer às

fontes bibliográficas para se saber o que foi feito até o momento sobre

determinado assunto, as teorias formuladas, os inúmeros trabalhos realizados

por outros alunos. As aulas, em sua maioria, são constituídas de momentos de

discussão, o que exige do aluno estar atualizado com as leituras das obras que

constam na bibliografia dada. Sendo assim, a prática da pesquisa bibliográfica é

indispensável nos cursos superiores para o amadurecimento do aluno, seja nas

atividades relacionadas à pesquisa científica ou apenas nos trabalhos do curso.

1.6.1 Pesquisa na biblioteca

O ambiente da biblioteca é, sem dúvida, o melhor refúgio para os

alunos, sejam eles iniciantes ou veteranos. Há uma mescla de curiosidade e

ansiedade em conhecer o que há naquelas obras. A prática de visitar as

Indicação bibliográfica (conforme as normas da ABNT) 1ª parte: apresentação objetiva das idéias do autor 1 – Resumo (baseado no esquema) 2 – Pequenas citações (entre aspas e páginas) 2ª parte: elaboração pessoal sobre a leitura 1 – Comentários (parecer e crítica) 2 – Ideação (novas perspectivas)

Page 25: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

25 Metodologia científica

bibliotecas, seja da cidade, do bairro ou da Instituição, trabalha no aluno o

prazer em pesquisar, familiarizando-o com o saber científico.

Segundo Andrade (2007, p. 26-27), comumente, há três fichários

básicos na biblioteca: fichário de autores, de títulos e de assuntos. Nas fichas de

autores constam os sobrenomes destes em ordem alfabética; nos títulos das

obras, são disponibilizadas apenas o título dos livros, sem considerar o artigo

inicial; no fichário de assuntos, há referência, primeiramente, ao tema tratado

na obra.

Além de ficar atento ao tipo de fichário para realizar a pesquisa, o aluno

deverá, também, ter em mente o tipo de fonte que melhor atenderá às suas

necessidades. Gil citado por Andrade (2007, p. 28) apresenta os tipos de fontes

da seguinte maneira:

Classificação das fontes:

• livros de leitura corrente: obras de literatura, em seus diversos gêneros

(romance, poesia, teatro etc.); obras de divulgação, que podem ser

científicas, técnicas e de vulgarização. As científicas e técnicas utilizam

linguagem própria da Ciência e destinam-se aos especialistas de cada

área. As de vulgarização destinam-se ao público não especializado na

matéria;

• livros de referência: dicionários, enciclopédias e anuários são as

principais obras de referência informativa. Os de referência remissiva são

os catálogos das grandes bibliotecas e editoras, os boletins e jornais

especializados;

• periódicos: as principais publicações periódicas são os jornais e revistas,

de grande utilidade para a atualização das informações. As revistas

Page 26: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

26 Metodologia científica

costumam publicar resenhas, que representam uma forma de estar em

dia com publicações recentes de cada área do conhecimento;

• impressos diversos: além de livros, jornais e revistas, encontram-se nas

bibliotecas publicações do governo, boletins informativos de empresas ou

de institutos de pesquisa, estatutos de entidades diversas etc.

Spina (1974, p. 12) acrescenta a essa classificação:

• obras de estudo: tratados, manuais, textos, compêndios, monografias,

teses, ensaios, conferências, antologias, seleções, dissertações etc.

Esse último tipo de fonte, acrescentada por Spina (1974), constitui um

material de suma importância para o aluno iniciante. Com base na leitura de

monografias, teses e ensaios de outros alunos e professores e/ou teóricos, o

aluno terá contato com a linguagem utilizada, temas já abordados, organização

do trabalho, dificuldades relatadas, enfim, tudo de grande valia para seus

trabalhos futuros.

1.6.2 Pesquisa na internet

Além do ambiente físico das bibliotecas, hoje, temos a comodidade e

rapidez do ambiente virtual da internet. No entanto, requer algumas ressalvas

básicas para melhor fazer uso desse meio, sem perder tempo ou ser prejudicado.

Vejamos algumas orientações:

• Utilizar palavras-chave do assunto a ser pesquisado – ter um foco na hora

de pesquisar, para não se perder, desperdiçando tempo;

• Pesquisar em sites confiáveis e específicos, quando necessário – escolher

buscadores mais conhecidos, indicados por professores, sites do governo

Page 27: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

27 Metodologia científica

e de instituições respeitadas. Não confiar totalmente em sites individuais,

caseiros, blogs (exceto os de renome);

• Atenção redobrada ao copiar e colar algum texto - ter o cuidado para

limpar a formatação do texto original e reformatá-lo. Não esquecer de

fazer a referência do autor e do site, mesmo em citações indiretas.

Seguem, abaixo, três tabelas com alguns endereços eletrônicos,

apresentados por Andrade (2007, p. 31-39):

Tabela 1 - Lista de endereços de alguns sites de busca genérica, em língua portuguesa

Site Endereço (URL) Tipo

Alta Vista http://br.altavista.com Genérico, dividido por áreas

Brasil Online http://www.miner.com.br Metabuscador

Guby Network http://www.achei.com.br Genérico, dividido por áreas

Lycos http://www.lycos.com.br Genérico, dividido por áreas

Microsoft http://www.msn.com.br Genérico, no Internet Explorer

Netscape Brasil http://home.br.netscape.com/pt Genérico, botão do Netscape

StarMedia http://www.cade.com.br Genérico, dividido por áreas

UOL http://www.radaruol.com.br Genérico

Vem Cá Serviços http://www.jarbas.com.br Metabuscador

Yahoo! Brasil http://www.yahoo.com.br Genérico

Page 28: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

28 Metodologia científica

Tabela 2 - Sites que podem auxiliar em trabalhos e pesquisa, com mecanismo de busca, mais voltados para o primeiro e segundo graus até o vestibular:

Site Endereço (URL) Descrição

BARSA http://www.barsa.com Atualidades, pesquisas, dicionário

Enciclopédia Digital Master

http://pediab.zip.net Busca por seções; com Atlas e várias áreas

globo.com http://www.10emtudo.com.br Todas as matérias, simulados, cadastro grátis

[email protected] http://www.biomania.com.br Dividida em áreas, biografias, exercícios

IBGE http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/default.htm

Brasil em números, para jovens

Scite.Pro http://www.scite.pro.br Biblioteca d eciências, textos, livros, multimídia

Terra http://www.terra.com.br/matematica Dividida por temas, com exercícios resolvidos

UOL http://www2.uol.com.br/almanaque Versão on line do Almanaque Abril, retrospectiva anual

USP – Escola do Futuro

http://www.bibvirt.futuro.usp.br Extensa e variada, literatura e vestibular

ZipNet http://www.historianet.com.br História Geral, do Brasil e das Artes

Page 29: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

29 Metodologia científica

Tabela 3 - Relação de alguns sites, em áreas específicas, com informações acadêmicas e pesquisas, com mecanismo de busca:

Site Endereço (URL) Descrição

Base Peri http://dibd.esalq.usp.hr/peri.htm Mais de 30.000 artigos na área de Ciências Agrárias

Base PERIE http://www.eco.unicamp.br Artigos, monografias, pesquisas em Economia

Univ. Columbia Internacional Affairs

http://www.ciaonet.org Negócios Internacionais, user = biblio;senha = udesc

US National Science Foundation

http://xxx.lanl.gov EUA – Textos na área de Física, Matemática e Computação

Edubase http://www.bibli.fae.unicamp.br Dados em Educação, artigos, monografias, pesquisas

Sibradid http://www.eef.ufmg.br Educação Física e Desporto, centro esportivo virtual

Base de Dados Infobila

http://cuib.unam.mx Informação e Biblioteconomia na América Latina

MEDlars online http://igm.nlm.nih.gov Base de dados em Ciências Médicas, Saúde Pública - EUA

Biblioteca pública na Internet - EUA

http://www.ipl.org/ref/ Enciclopédias, dicionários, atlas, em todas as áreas

Web of Science http://webofscience.fapesp.br Produção científica indexada, desde 1974, todas as áreas - BR”

Page 30: Metodologia Científica

Técnicas de estudos

30 Metodologia científica

1.7 Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. pp.64-65.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do trabalho científico. 5. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.

SILVEIRA, Maria Inez M. Modelos teóricos e estratégias de leitura: suas implicações para o ensino. Maceió: EDUFAL, 2005.

Page 31: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

31 Metodologia científica

Unidade 2

Introdução à pesquisa científica

Page 32: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

32 Metodologia científica

2. Introdução à pesquisa cientifica

Para falarmos sobre o conhecimento científico, sem dúvida faz-se

necessário fazer referência aos outros tipos de conhecimentos, com o objetivo de

sabermos diferenciar um de outro e identificá-los em nosso dia-a-dia. Podemos

falar em quatro tipos de conhecimentos, a saber: conhecimento científico,

conhecimento do senso comum (popular), conhecimento filosófico e

conhecimento teológico. Vejamos as principais características e alguns

exemplos para melhor compreendê-los.

2.1 Tipos de conhecimento

a) Conhecimento científico – é o conhecimento racional, exato e

que faz uso de teoria e método.

Exemplo: A descoberta de uma vacina para determinado vírus.

Vejamos as principais características desse tipo de conhecimento nas

palavras de Pizam, citado por Schlüter (2003, p. 24-25):

• - É objetivo porque é independente da opinião pessoal do pesquisador a

respeito do tema que estuda.

• - É reproduzível porque é um processo que permite que outros

pesquisadores cheguem ao mesmo resultado.

• - É sistemático porque trata de conhecimentos organizados logicamente,

utilizando procedimentos técnicos.

Page 33: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

33 Metodologia científica

b) Conhecimento do senso comum – conhecido também como

conhecimento popular, é o conhecimento obtido na experiência de

vida, através da simples observação e prática de ações não planejadas.

Esse tipo de conhecimento, comumente, é passado de uma geração à

outra, ou seja, de pai para filho ou entre pessoas de uma mesma

comunidade.

Exemplo: Orientações como não misturar leite com determinadas

frutas.

Segundo Ander-Egg, citado por Schlüter (2003, p. 23-24), o

conhecimento do senso-comum é caracterizado, normalmente, como

superficial, sensitivo, subjetivo e acrítico.

- É superficial, na medida em que se resigna com o aparente, com o que comprova com o simples passar pelas coisas; o conhecimento expresso em frases como “porque falaram”, “porque eu vi”, “porque li”, “porque todo mundo diz”.

- É sensitivo uma vez que faz referência a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.

- Subjetivo, porque o próprio indivíduo organiza as experiências e os conhecimentos de um modo não sistemático, tanto na forma de adquiri-los como na de validá-los. Podem ser verdadeiros ou não, o certo é que não se coloca a pretensão de sê-lo de forma crítica ou reflexiva (Ander-Egg, apud Schlüter, 2003).

Vale salientar que embora não tenha valor científico, o conhecimento

popular é de grande valor para a sociedade, para a cultura de determinada

comunidade e funciona, muitas vezes, como ponto de partida para reflexões em

nosso dia-a-dia.

c) Conhecimento filosófico - é o conhecimento adquirido através

do raciocínio e reflexão a respeito dos fenômenos gerais do universo,

buscando-se conceituá-los de forma subjetiva.

Page 34: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

34 Metodologia científica

Exemplo: "O homem é a ponte entre o animal e o além-homem." (Friedrich Nietzsche)

d) Conhecimento teológico - conhecimento adquirido através da fé

ou crença religiosa.

Exemplo: Acreditar em milagres ou verdades incontestáveis

(dogmas) de uma religião.

2.2 Pesquisa científica

A pesquisa científica pode ser definida como um “procedimento racional

e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que

são propostos” (GIL, 2002, p. 17). Quando não há respostas suficientes para

algum problema ou quando há desordem nas respostas disponíveis, a pesquisa

científica se faz necessária2.

Para desenvolver uma pesquisa científica, é necessário que se faça uso

de métodos e técnicas específicas, além dos conhecimentos prévios em relação

ao problema. Gil (2002, p. 20) destaca as principais qualidades intelectuais e

sociais do pesquisador, para obter êxito nas várias etapas desse processo:

Qualidades pessoais do pesquisador:

a) conhecimento do assunto a ser pesquisado;

b) curiosidade;

c) criatividade;

d) integridade intelectual;

e) atitude autocorretiva;

2 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 17.

Page 35: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

35 Metodologia científica

f) sensibilidade social;

g) imaginação disciplinada;

h) perseverança e paciência;

i) confiança na experiência.

Todas essas qualidades, bem pontuadas pelo autor, são necessárias para

se percorrer o caminho da pesquisa científica, obtendo êxito nos resultados, seja

em uma pesquisa “pura” ou “aplicada”3. Dentre as qualidades, acima

apresentadas, a perseverança e paciência são de extrema importância, posto

que, comumente, são inúmeras as dificuldades que surgem durante o processo.

Vejamos alguns dos principais problemas sentidos pelos alunos:

a) dificuldades para elaborar o projeto de pesquisa;

b) adequação à teoria ou linha de pesquisa;

c) dificuldade no acesso às fontes bibliográficas;

d) custos;

e) problemas com o(a) orientador(a);

f) dificuldade na redação do texto;

g) problemas quanto ao tempo disponível

No que diz respeito ao primeiro item, geralmente, os alunos iniciantes

demoram a se adaptar ao ritmo de um curso superior ou trazem consigo

problemas de uma formação deficiente. Muitos alunos ingressam em um curso

superior com sérios problemas na elaboração de textos ou organização de um

raciocínio lógico, e por isso, sentem dificuldades na elaboração de um projeto de

pesquisa, na formulação de um problema e hipóteses. Sem esquecer, é claro, que

3 As pesquisas consideradas “puras” são as que surgem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer; as “aplicadas”, decorrem do desejo de conhecer e fazer algo de maneira eficiente (Ibidem, p. 17).

Page 36: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

36 Metodologia científica

se trata de uma prática nova para os iniciantes. Quando falamos de ritmo,

estamos nos referindo à prática da pesquisa bibliográfica, leitura diária e

linguagem formal na elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos, dentre

outras exigências. O aluno do ensino médio, comumente, está habituado a

pesquisar ou ler apenas quando é cobrado pelo professor ou para fazer

determinado trabalho. Na universidade ou faculdade, para o aluno obter êxito

no curso, e mais ainda, para fazer pesquisa, precisa habituar-se

constantemente a pesquisar e ler, sem esperar ser cobrado. É um voo solitário;

um voo de águia e não mais de pardais, diríamos na linguagem metafórica. O

aluno precisa cultivar suas aptidões e aprimorá-las, com leitura, assiduidade às

aulas (presenciais) e compromisso com as aulas a distância, se for o caso.

Ainda sobre as dificuldades em realizar uma pesquisa científica, os

problemas relacionados à teoria, acesso às fontes, custos e tempo disponível,

precisam ser sanados o quanto antes, para que a pesquisa se concretize e seja

produtiva. Muitas vezes, os alunos querem dar conta de um problema muito

abrangente, ambicioso, ou que não se enquadra nas linhas de pesquisa dos

orientadores disponíveis. Há, ainda, estudos que demandam custos altos, que

não poderão ser realizados sem o auxílio de uma bolsa ou programa do

Governo, e outros, que requerem bastante tempo na coleta de dados. Esse alerta

não quer dizer que o aluno não possa ser criativo e ousado, no bom sentido, mas

que ele precisa ter consciência de suas limitações, para que não venha ter sérios

problemas na execução da pesquisa, bem como na vida acadêmica como um

todo.

No que diz respeito aos problemas com o orientador, vale apostar na

sabedoria e humildade. É interessante escolher um professor que além de se

enquadrar na linha de pesquisa escolhida, tenha estabelecido alguma afinidade

em relação à turma e/ou aluno, para que haja tranquilidade na relação

Page 37: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

37 Metodologia científica

orientador versus orientando. Se isso não for possível, será preciso usar mais da

responsabilidade e humildade, para obter credibilidade por parte do orientador.

Essas ressalvas não tem como objetivo assustar o iniciante na pesquisa,

e sim, prepará-lo para as eventuais dificuldades que poderão ocorrer no

processo.

2.3 Tipologia da pesquisa

Veremos neste item, de forma esquemática, a classificação da pesquisa

quanto à natureza, aos objetivos, aos procedimentos e ao objeto, conforme

Andrade (2007, p. 113):

Quanto à natureza – pode ser um trabalho científico original ou resumo de

assunto. O trabalho original diz respeito às pesquisas feitas pela primeira vez,

geralmente, realizadas por teóricos e cientistas. Já os resumos de assunto,

partem de pesquisas já realizadas por autoridades em determinado assunto,

com o objetivo, não de fazer uma simples cópia, mas de interpretar as idéias

com base em fatos reais e metodologia adequada.

Quanto aos objetivos – pode ser exploratória, descritiva e explicativa

Exploratória – procura proporcionar maiores informações sobre determinado

tema. Ex. Pesquisa bibliográfica.

Descritiva – tem como objetivo principal descrever traços de determinada

população ou fenômeno, sem a interferência do pesquisador. Ex: Pesquisas

desenvolvidas nas Ciências Humanas e Sociais (mercadológicas, pesquisas de

opinião, levantamentos socioeconômicos).

Page 38: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

38 Metodologia científica

Explicativa – além do objetivo de estudar os fenômenos, procura descobrir os

fatores determinantes.

Quanto aos procedimentos - maneira pela qual os dados necessários são

adquiridos.

Pesquisas de campo – tem como objetivo a observação dos fatos tal como

ocorrem na realidade. O pesquisador coleta os dados no local onde ocorre

determinado fenômeno;

Pesquisas de fontes (pesquisa bibliográfica e pesquisa documental) – a

diferença principal entre a bibliográfica e a documental é a de que a primeira faz

uso de fontes secundárias, enquanto a segunda, faz uso de documentos

originais.

Quanto ao objeto – podem ser de três formas: bibliográfica, de laboratório e

de campo:

Bibliográfica - pode constituir-se de um trabalho independente ou como ponto

de partida de outra investigação.

De laboratório – em sua grande maioria, constitui-se de uma pesquisa

experimental, embora isso não seja uma regra. No laboratório, o pesquisador

provoca, produz e reproduz fenômenos, em condições de controle (RUIZ apud

ANDRADE, 2007, p. 116).

De campo – nessa pesquisa, como foi dito anteriormente, a coleta de dados é

realizada no ambiente onde ocorre o fenômeno, sem interferência do

pesquisador. Desenvolvida, principalmente, nas Ciências Sociais (política,

economia, sociologia e Antropologia).

Page 39: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

39 Metodologia científica

2.4 Planejamento de pesquisa

Essa é considerada a primeira fase da pesquisa, envolvendo a

formulação do problema, objetivos, construção das hipóteses, operacionalização

dos conceitos etc (GIL, 2002, p. 19). Tudo isso será concretizado através da

elaboração de um projeto de pesquisa que servirá como um roteiro a ser

seguido e deverá mostrar com clareza o quê (problema), por quê

(justificativa), para quê (objetivo) e como (metodologia) se pretende

realizar esse estudo.

Sabendo da importância de esquematizar para melhor compreender um

conteúdo ou trabalho a ser realizado, muitos pesquisadores elaboram a

diagramação da pesquisa. Vale salientar que essas etapas não são rígidas, pois

muitas vezes é preciso simplificar ou alterar alguma das fases. Vejamos um

exemplo desse diagrama, apresentado por Gil (2002, p. 21):

Quadro - Diagramação da pesquisa

Formulação do problema

Construção de hipóteses

Determinação do plano

Operacionalização das variáveis

Elaboração dos instrumentos de coleta de dados

Pré-teste dos instrumentos

Seleção da amostra

Coleta de

dados

Análise e interpretação

dos dados

Redação do relatório

da pesquisa

Page 40: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

40 Metodologia científica

2.4.1 Problema de pesquisa

Já vimos, até agora, que a pesquisa científica é um procedimento

racional para dar respostas a problemas propostos, que pode ser pura ou

aplicada e que deverá ser planejada através da elaboração de um projeto. Para a

elaboração deste, o aluno deverá formular um problema a ser estudado. Mas o

que é um problema de pesquisa? Para ficar mais claro, faremos a distinção entre

problema comum e problema científico:

Muitos alunos sentem dificuldades em formular um problema científico

por não saberem, ao certo, do que se trata exatamente. Primeiramente, vale

dizer que problema científico não é a mesma coisa que todo e qualquer

problema. Para ser científico, ele precisa envolver “variáveis que podem ser

tidas como testáveis” (GIL, 2002, p. 24). Vejamos como isso funciona,

utilizando exemplos deste último autor:

1. “Em que medida a escolaridade determina a preferência político-

partidária?”

2. “A desnutrição determina o rebaixamento intelectual?”

As variáveis dos exemplos anteriores são, respectivamente,

preferência político-partidária e nível de escolaridade. Essas variáveis

são suscetíveis de observação e manipulação, pelo fato de ser possível verificar

tanto uma como outra. Sendo assim, os problemas dos exemplos (1) e (2) são de

natureza científica (GIL, 2002, p. 24).

Segundo Kerlinger apud Gil (2002, p. 24), podemos classificar

determinados problemas não científicos como problemas de engenharia.

Exemplos:

Page 41: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

41 Metodologia científica

3.“Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”

4.“O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda?”

5.“Como aumentar a produtividade no trabalho?”

Segundo GIL (2002), a ciência não pode responder diretamente a

problemas como esses, nos exemplos (3), (4) e (5), pois “eles não indagam como

são as coisas, suas causas e consequências, mas indagam acerca de como fazer

as coisas”. Outro tipo de problema classificado pelo autor como não científicos

são os problemas de valor:

6. “Qual a melhor técnica psicoterápica?”

7. “É bom adotar jogos e simulações como técnicas didáticas?”

8. “Os pais devem dar palmadas nos filhos?”

Nos três últimos exemplos, (6), (7) e (8), é indagado se algo é bom ou

ruim, se se deve ou não fazer determinada coisa. Ou seja, são problemas de

valor e não problemas científicos. “Embora não se possa afirmar que o cientista

nada tenha a ver com esses problemas, o certo é que a pesquisa científica não

pode dar respostas a questões de 'engenharia' e de 'valor', porque sua correção

ou incorreção não é passível de verificação empírica ” (GIL, 2002, p. 24).

Ainda de acordo com esse último autor, “o problema de pesquisa pode

ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual”. As

de ordem prática caracterizam as pesquisas aplicadas, interessadas em

conhecer e fazer algo mais eficiente; já as de ordem intelectual, caracterizam as

pesquisas puras, interessadas, apenas, em conhecer. Vejamos alguns exemplos,

conforme Gil, (2002):

Razões de ordem prática

1. Busca de respostas para subsidiar determinada ação;

Page 42: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

42 Metodologia científica

Ex: Uma empresa que deseja conhecer o perfil do consumidor de seus

produtos para optar pelo tipo de propaganda que deverá ser feita.

2. Avaliação de certas ações ou programas; Ex: Descobrir os efeitos de um programa do Governo a respeito da

recuperação de alcoólatras.

3. Estudo das consequências de várias alternativas possíveis; Ex: Uma empresa que deseja verificar qual sistema de avaliação de

desempenho é mais adequado para o perfil de seu pessoal. 4. Predição de acontecimentos.

Ex: Uma prefeitura que tem o interesse em verificar em que medida a

construção de uma via poderá provocar danos na respectiva área da cidade.

Razões de ordem intelectual

1. Exploração de um objeto pouco conhecido;

Ex: Os estudos de Freud sobre o inconsciente.

2. Estudo específico de áreas já exploradas;

Ex: Um pesquisador que tem o interesse em verificar em que medida

fatores não econômicos podem servir como agentes motivadores no

trabalho.

3. Teste de uma teoria específica;

Ex: A experiência do pesquisador Wardle (1961) com a teoria da

carência materna de Bowlby.

4. Descrição de determinado fenômeno;

Ex: Estudo que busca verificar os traços socioeconômicos de determinada

população.

Page 43: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

43 Metodologia científica

2.4.2 A formulação de um problema de pesquisa

Embora não haja procedimentos rígidos para a formulação de um

problema científico, existem algumas condições que auxiliam o pesquisador

nessa etapa, como:

• Imersão sistemática no objeto;

• Estudo da literatura existente;

• Discussão com pessoas experientes na área (SELLTIZ apud GIL, 2002, p.

26).

Além dessas condições, há as seguintes regras práticas, apresentadas

pelo referido autor:

a) O problema deve ser formulado como pergunta – maneira

direta utilizada para melhor identificar de que trata a pesquisa;

Ex: Dizer que irá pesquisar sobre o problema do divórcio não diz muito

sobre a pesquisa. Diferentemente, seria dizer que está pesquisando sobre 'que

fatores provocam o divórcio?'4.

b) O problema deve ser claro e preciso – um problema precisa

ser formulado com clareza para que possa ser solucionado. Não poderá

ser vago ou generalizado;

Ex: A pergunta 'Como funciona a mente?' é vaga e muito abrangente. Já

a pergunta 'Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo

de memorização?' diz respeito ao mesmo tema, mas está delimitado e claro.

4 Os exemplos apresentados no item A formulação de um problema de pesquisa foram extraídos da obra: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 27-29.

Page 44: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

44 Metodologia científica

c) O problema deve ser empírico – o pesquisador deverá verificar

os resultados com base na experiência e não em valores ou

julgamentos pessoais;

d) O problema deve ser suscetível de solução – na formulação

de um problema, é preciso conhecer as condições oferecidas e

possíveis para poder solucioná-lo;

e) O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável –

é preciso que o pesquisador delimite o problema ao seu alcance.

Ex: Poderá haver um interesse em pesquisar a atitude dos jovens em

relação à religião. Certamente, não será possível verificar a atitude de todo e

qualquer jovem a respeito de toda e qualquer religião. O ideal será delimitar a

pesquisa, perguntando-se sobre a atitude de determinados jovens, de

determinada faixa etária, de uma cidade específica em relação a uma religião

específicas.

2.4.3 Hipóteses

A hipótese no trabalho científico funciona como uma possível resposta

ao problema proposto, através de uma proposição testável. Significa dizer que,

após formular um problema solucionável, o pesquisador formulará uma ou mais

hipóteses que poderão vir a ser confirmadas ou não ao final da pesquisa.

Enquanto o problema deverá ser formulado em forma de pergunta, a hipótese,

por sua vez, deverá ser uma afirmação.

As hipóteses surgem de diversas fontes, como observação, resultados

de outras pesquisas, teorias ou intuição (GIL, 2002, p.35-36).

Page 45: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

45 Metodologia científica

Observação – considerado o procedimento fundamental na formulação de

hipóteses. A observação dos fatos do dia-a-dia fornece pistas de respostas aos

problemas propostos;

Resultados de outras pesquisas – comumente são utilizados em vários

tipos de investigações, e na maioria das vezes, conduzem a conhecimentos mais

abrangentes;

Teorias – alguns pesquisadores fazem uso de teorias para formularem suas

hipóteses, no entanto, isso nem sempre é possível, pois há muitas áreas que

carecem de teorias esclarecedoras;

Intuição – as hipóteses com base em intuições são, por sua natureza, difíceis

de serem avaliadas, por não deixarem claro as razões que a determinaram.

Além das fontes mais comuns que determinam as formulações de

hipóteses, vistas anteriormente, podemos falar, ainda, das características de

uma hipótese aplicável, ou seja, que pode ser testável. Essas características

foram formuladas por Goode e Hatt (1969) e McGuigan (1976), e citadas por Gil

(2002, p. 36-38):

Características de uma hipótese aplicável

Clara – os conceitos referentes às variáveis devem estar claramente definidos;

Específica – deve ser expressa em termos específicos e não muito

pretensiosos;

Obter referências empíricas – não deverão envolver julgamentos de valor

como “bom”, “mau”, “deve ou deveria”, para que possam ser testadas

adequadamente;

Page 46: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

46 Metodologia científica

Parcimoniosa – entre uma hipótese simples e uma complexa, recomenda-se

adotar a simples, desde que tenha o mesmo poder de explicação;

Relacionada com as técnicas disponíveis – as hipóteses deverão estar

ajustadas às técnicas disponíveis, para serem testadas. Caso não haja, o

pesquisador deverá reformulá-las ou realizar estudos para se descobrir novas

técnicas.

Relacionada com uma teoria – Em muitas pesquisas sociais, este critério é

dispensado. No entanto, vale salientar que as hipóteses formuladas deverão ter

algum vínculo a uma teoria existente, para que possibilitem a generalização de

seus resultados.

2.4.4 Métodos e técnicas de pesquisa

No que diz respeito aos métodos científicos, podemos classificá-los da

seguinte maneira: métodos de abordagem e métodos de procedimentos.

2.4.5 Métodos de abordagem

O método de abordagem pode ser definido como o conjunto de

procedimentos utilizados no estudo de fenômenos ou no percurso feito para

chegar-se à verdade. Classificam-se em: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo

e dialético (ANDRADE, 2007, p. 121).

a) Dedutivo – esse método parte de teorias e leis gerais para se chegar

à conclusão. A cadeia de raciocínio estabelece conexão descendente

(do geral para o particular);

Exemplo de raciocínio dedutivo:

Page 47: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

47 Metodologia científica

Todo homem é mortal. ---------------universal, geral;

Pedro é homem; -----------------------particular;

logo, Pedro é mortal. -----------------conclusão (ANDRADE, 2007, p. 121).

b) Indutivo – nesse método ocorre o inverso do método dedutivo. A

conexão estabelecida é ascendente (do particular para o geral). As

constatações particulares conduzem às teorias e leis gerais;

Exemplo de raciocínio dedutivo:

O calor dilata o ferro; ---------------------particular;

O calor dilata o bronze;--------------------particular;

O calor dilata o cobre; ---------------------particular;

logo, o calor dilata todos os metais------geral, universal (ANDRADE,

2007, p. 121).

c) Hipotético-dedutivo – segue a mesma linha de raciocínio do método

dedutivo. A diferença é não se limitar à generalização empírica das

observações feitas durante a pesquisa;

d) Dialético - método que concebe a realidade em constante mudança,

e por isso é contrário ao conhecimento rígido.

Page 48: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

48 Metodologia científica

2.4.6 Métodos de procedimentos

Diferentemente dos métodos de abordagem, os métodos de

procedimentos possuem um caráter mais específico, relacionando-se com as

etapas da pesquisa. Segundo Lakatos citado por Andrade (2007, p. 123), “os

principais métodos de procedimentos, na área das Ciências Sociais são:

histórico, comparativo, estatístico, funcionalista, estruturalista, monográfico

etc” .

a) Histórico – através desse método, os fatos e instituições do

passado são investigados com o objetivo de compreender sua natureza

e função, bem como a influência desses acontecimentos na sociedade

atual.

b) Comparativo – como o próprio nome indica, realiza comparações

com o objetivo de encontrar semelhanças e divergências em grupos do

passado e/ou presente.

c) Estatístico – fundamenta-se na aplicação da teoria estatística das

probabilidades na investigação de diversos fenômenos, procurando

obter generalizações sobre sua natureza e ocorrência.

d) Funcionalista – mais de interpretação do que de investigação,

“estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades,

visto que considera toda atividade social e cultural como funcional ou

como desempenho de funções” (ANDRADE, 2007, p. 124).

e) Estruturalista – desenvolvido por Levi-Strauss, parte da

investigação de um fenômeno concreto para o abstrato e vice-versa,

utilizando-se de um modelo para analisar a realidade concreta dos

fenômenos.

Page 49: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

49 Metodologia científica

f) Monográfico ou estudo de caso – criado por Le Play, no estudo

de famílias operárias, constitui-se na investigação de determinados

indivíduos, grupos, profissões, comunidades, com o objetivo de obter

generalizações.

2.4.7 Técnicas de pesquisa

Segundo Andrade (2007, p. 124), as técnicas de pesquisa estão

relacionadas com a coleta de dados. Grosso modo, podemos afirmar que método

é geral e técnica, particular. Vejamos a distinção feita por Ruiz (1991) e citada

pela referida autora:

A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método, (…) (RUIZ apud ANDRADE, 2007, p. 125).

De acordo com a autora, as técnicas de pesquisa são divididas em dois

tipos de procedimentos, a saber, documentação indireta e documentação

direta:

a) Documentação indireta – é dividida em pesquisa bibliográfica

e pesquisa documental, já comentadas anteriormente;

b) Documentação direta – divide-se em observação direta

intensiva (observação e entrevistas) e observação direta extensiva

(aplicação de formulários, questionários, testes, pesquisas de mercado

etc).

Page 50: Metodologia Científica

Introdução à pesquisa científica

50 Metodologia científica

2.5 Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SCHLÜTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. São Paulo: Aleph, 2003.

Page 51: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

51 Metodologia científica

Unidade 3

Elaboração de Trabalhos

Acadêmicos

Page 52: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

52 Metodologia científica

3. Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

Nas unidades 1 e 2, demos ênfase à questão de técnicas de estudos e

encaminhamento de uma pesquisa científica. Agora, nas unidades 2 e 3,

estudaremos quais são os tipos de trabalhos acadêmicos e científicos, em que

consistem e como formatá-los.

3.1. Tipos de trabalhos acadêmicos

Com o objetivo de esclarecer o que vem a ser determinado tipo de

trabalho acadêmico e científico, utilizaremos, a seguir, as definições de diversos

tipos de trabalhos, apresentadas por Furasté (2008, p. 57-59), em sua obra

sobre normas técnicas para o trabalho científico, com base na Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

a) TESE - Documento que representa o resultado de um trabalho

experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e

bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação

original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em

questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à

obtenção do título de DOUTOR ou similar.

b) DISSERTAÇÃO - Documento que representa o resultado de um

trabalho experimental ou exposição de um estudo científico

retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o

objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar

o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade

de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um

orientador (doutor), visando à obtenção do título de MESTRE.

Page 53: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

53 Metodologia científica

c) TRABALHOS ACADÊMICOS e/ou similares (Trabalho de

conclusão de curso (TCC), Trabalho de Graduação Interdisciplinar

(TGI) e outros): Documento que representa o resultado de estudo,

devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser

obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo

independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito

sob a coordenação de um orientador.

d) PROJETO DE PESQUISA – Documento que apresenta o plano

previamente traçado para o desenvolvimento do trabalho final. A

ABNT define projeto como 'descrição da estrutura de um

empreendimento a ser executado' e projeto de pesquisa como

sendo 'uma das fases da pesquisa. É a descrição da sua estrutura.'

e) RELATÓRIO DE ESTÁGIO – Documento que contém relato

completo e objetivo do cumprimento de estágio exigido

regimentalmente por algumas instituições, contendo experiências

vividas, programas desenvolvidos, objetivos propostos e alcançados e

observações técnicas realizadas, além de outras informações exigidas.

f) ARTIGO CIENTÍFICO – É parte de uma publicação com autoria

declarada que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos

e resultados nas mais diversas áreas do conhecimento.

g) TRABALHO ESCOLAR – Trabalho, normalmente, exigido sem

qualquer compromisso com normas científicas. São resumos, sínteses,

análises, recensões, questionários e tarefas de aula.

Page 54: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

54 Metodologia científica

h) MONOGRAFIA – Documento constituído de uma só parte ou de

um número preestabelecido de partes que se complementam.

3.2 Partes que compõem o trabalho

A estrutura dos trabalhos científicos é constituída de três partes:

elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. Nessas

partes há elementos obrigatórios e opcionais:

Vejamos o detalhamento desses elementos, conforme Furasté (2008, p.

76):

PARTES QUE COMPÕEM UM TRABALHO ACADÊMICO

Elementos pré-textuais:

• Capa (obrigatório) • Folha de rosto (obrigatório) • Folha de Aprovação (obrigatório) • Dedicatória • Agradecimentos (opcional) • Epígrafe (opcional) • Resumo na língua vernácula (obrigatório) • Resumo em língua estrangeira (obrigatório) • Listas de ilustrações • Listas de abreviaturas e siglas (opcional) • Sumário (obrigatório)

Elementos textuais:

• Introdução • Desenvolvimento • Conclusão

Page 55: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

55 Metodologia científica

Elementos pós-textuais:

• Referências e/ou Obras consultadas 5(obrigatório) • Glossário (opcional) • Apêndice (opcional) • Anexo (opcional)

3.2.1 Elementos pré-textuais - são elementos que antecedem o corpo do

trabalho, com informações sobre o autor, instituição e tema;

a) Capa – elemento obrigatório, contendo as principais informações

para identificação do trabalho. Exemplo de capa, segundo Furasté

(2008, p. 80):

Nome da Instituição a

3cm e do autor a 5cm da borda

superior, centrado, em negrito, fontes

12 a 14.

Título principal a 11cm da

borda superior, centrado, em negrito, fontes

12 a 14.

Local a 25,5cm e ano a 26,5cm

da borda superior, em minúsculas, sem negrito,

fonte 12.

FACULDADES RIO-GRANDENSES AUGUSTO CARVALHO DA SILVA

O TEMPO E O LUGAR NO ROMANCE DE 1930 LENDAS E HISTÓRIAS

VOLUME 2

Porto Alegre 2004

Page 56: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

56 Metodologia científica

b) Folha de rosto – elemento obrigatório, contendo as mesmas

informações da capa e inclusão de texto especificando o trabalho.

Exemplo de folha de rosto, segundo Furasté (2008, p. 84):

Nome do autor a 5cm da borda

superior, centrado, em negrito, fontes 12

a 14.

Título principal a 11cm da borda

superior, centrado, em negrito, fontes

12 a 14.

Texto a 17cm da borda superior, letras

minúsculas, sem negrito fonte 12.

Local a 25,5cm da borda superior, centrado, em

minúsculas, sem

Nome do orientador a 25,5cm da borda

superior, centrado, letras minúsculas,

sem negrito, fonte 12.

AUGUSTO CARVALHO DA SILVA

O TEMPO E O LUGAR NO ROMANCE DE 1930 LENDAS E HISTÓRIAS

VOLUME 4

Dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira

Para obtenção do título de Mestre em Literatura Universidade Federal do Rio Grande do Sul Centro de Pós-Graduação e Pesquisa Faculdade de Filosofia e Letras Literatura Contemporânea

Orientadora: Clarissa de Borba Henn

Porto Alegre 2004

Page 57: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

57 Metodologia científica

c) Folha de aprovação – elemento obrigatório a partir da

atualização da ABNT, de agosto de 2001. As orientações quanto à

formatação não são rígidas, dependem da Instituição. Exemplo de

folha de aprovação, segundo Timbó (2006, p. 10):

Nome do autor a 3cm da borda

superior, centrado, em negrito, fontes

12 a 14.

Texto em espaço entre

linhas simples, letras

minúsculas, sem negrito

fonte 12.

Margem direita a 2cm.

Margem esquerda a

3cm.

Espaço entre linhas 1,0.

Margem inferior a 2cm.

STELA SALES PEREIRA EDUCAÇÃO E MÍDIA NO BRASIL: ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

Monografia apresentada no curso de graduação à Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade de Educação e Letras, para conclusão do curso.

Área de concentração: Data de defesa: 22 de novembro de 2006. Resultado: ________________________. BANCA EXAMINADORA Eduardo de Almeida Prof. Dr. _____________ Universidade Metodista de São Paulo. Regina dos Santos Prof. Dra. _____________ Universidade Metodista de São Paulo Geraldo Afonso Cunha Prof. Dr. _____________ Universidade de São Paulo

Page 58: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

58 Metodologia científica

d) Resumo em língua vernácula e língua estrangeira – tanto o

resumo, em nosso caso, em português, como em língua estrangeira,

são obrigatórios. Vejamos o exemplo em português, apresentado por

Furasté (2008, p. 98):

Texto em espaço

simples. Um parágrafo apenas.

Recomenda-se texto

composto de 150 a 500 palavras,

para trabalhos

acadêmicos.

RESUMO

Este trabalho apresenta os procedimentos técnicos empregados na tradução. Assim, temos a definição de tradução e seus diferentes tipos, exemplos e tentativa de tradução automática, através de máquina de traduzir. Depois, temos os procedimentos técnicos com definições e exemplos. Faz-se menção à qualidade das traduções e coloca-se sugestões para melhorá-las. É uma tentativa de dar uma ampla visão do assunto tradução, sem se enveredar apenas por um só caminho, mas mostra-se também as diferentes opções existentes. Palavras-chave: tradução – tradução automática - definições

Page 59: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

59 Metodologia científica

f) Sumário – elemento obrigatório que como finalidade dar uma

visão do trabalho e indicar a localização dos conteúdos. É apenas

informativo, diferentemente do índice que é explicativo. Exemplo de

sumário, segundo Furasté (2008, p. 105):

Texto em espaço simples.

Seções primárias e secundárias em versal e maiúsculo e as terciárias

em minúsculo.

Não são numerados

esses títulos, nem a

introdução.

Centrado, versal, negrito.

2cm, direito; 3cm,

esquerdo.

8cm da borda SUMÁRIO INTRODUÇÃO......................................................................11 1. ENTENDENDO O FRANCHISING...................................12 1.1 O FRANCHISING NO BRASIL......................................14 1.2 CONCEITUANDO O FRANCHISING.............................18 1.2.1 Sistema Americano.................................. .................20 1.2.2 Sistema Europeu........................................................23 1.3 TIPOS DE FRANCHISING..............................................26 2. O FRANCHISING NO BRASIL........................................44 2.1 O INÍCIO NO BRASIL....................................................47 2.2 AS MAIORES FRANQUIAS...........................................51 3. CAPITAL E SEGURANÇA...............................................59 3.1 SEGURANÇA NO SISTEMA..........................................60 3.2 FALHAS PREVISÍVEIS..................................................64 CONCLUSÃO......................................................................70 OBRAS CONSULTADAS....................................................73 APÊNDICES........................................................................77 ANEXOS..............................................................................84

Page 60: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

60 Metodologia científica

3.2.2 Elementos textuais

Essa parte consiste no conteúdo do trabalho propriamente dito,

composto de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão;

a) Introdução – nessa parte são definidos, em linhas gerais, em que

consiste o trabalho a ser pesquisado, razões, objetivo, enfoque dado e

relevância do assunto. Deverá ser elaborada em texto corrente,

podendo apresentar subseções, detalhando-se o que será tratado em

cada capítulo;

b) Desenvolvimento - dividido em três partes principais: exposição,

argumentação e discussão.

c) Conclusão – pode ser utilizada a expressão “Considerações finais”,

caso o trabalho não tenha caráter conclusivo. A conclusão deverá

apresentar síntese interpretativa do que foi estudado.

3.2.3 Elementos pós-textuais

Compõem a parte final do trabalho, complementando-o com referências

e documentações (se houver).

a) Referências e/ ou obras consultadas – nesse item constam as

referências utilizadas no texto. Utiliza-se “Obras consultadas”, quando

houver outras consultas que não constam no texto. Pode acontecer ser

necessário utilizar uma lista para cada uma. Deverão ser redigidas em

espaço entre linhas 1,5 e de acordo com as normas da ABNT. Exemplo

do item Referências:

Page 61: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

61 Metodologia científica

3.2.4. Citações e referências

Aqui estão reunidas as normas técnicas sobre citações e referências, de

acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A escolha por

esses dois itens, apenas, fundamenta-se no fato de que, normalmente, são os

mais utilizados, ou seja, quase todo trabalho científico utiliza citações e precisa

fazer referências às obras consultadas. Seguem, abaixo, as principais normas de

citações e referências, com alguns exemplos adaptados de Furasté (2008):

Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da ABNT. 14. ed. Porto Alegre: s.n., 2008. SCHLÜTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. São Paulo: Aleph, 2003.

Page 62: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

62 Metodologia científica

3.2.5 Tipos de citações

A citação ocorre quando um autor se utiliza da idéia ou informação de

outro autor em seu trabalho. Por não ser de sua autoria, ele precisará fazer

referência ao nome do autor original. Pode ser feita no texto ou em nota de

rodapé. Vejamos os principais tipos de citações:

a) Citação indireta (paráfrase) - quando expressamos o

pensamento ou informação de outra pessoa com nossas próprias

palavras.

Exemplo (1)6 - Citação indireta:

Depois de analisar a situação, Nóvoa (1993) chegou a afirmar que o

brasileiro ainda não está capacitado para escolher seus governantes por causa

de sua precária vocação política e da absoluta falta de escolaridade, já que o

homem do povo, o zé-povinho, geralmente não sabe sequer em quem votou nas

últimas eleições, não sabe sequer quem são seus governantes, não sabe sequer

quem determina seu próprio meio de sobreviver .

b) Citação direta (transcrição) – nesse caso, o pensamento ou

informação de outra pessoa é posto tal qual foi encontrado na fonte

original, ou seja, são transcritos. Podem ser breves (inseridas no

decorrer do texto) ou longas (inseridas abaixo do texto, em fonte 10,

do meio do texto para direita:

6 Os exemplos do item Citações e Referências, exceto exemplo (4), foram extraídos da obra: FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da ABNT. 14. ed. Porto Alegre: s.n., 2008. p. 116 – 187.

Page 63: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

63 Metodologia científica

Exemplo (2) - Citação direta breve:

Vimos que, para nosso esclarecimento, precisamos seguir os preceitos

encontrados, já que Guimarães estabelece: “A valorização da palavra pela

palavra encarna o objetivo precípuo do texto literário” (1985, p. 32) e, se isso

não ficar bem esclarecido, nosso trabalho será seriamente prejudicado.

Ou assim:

Vimos que, para nosso esclarecimento, precisamos seguir os preceitos

encontrados, já que ficou estabelecido que “a valorização da palavra pela palavra

encarna o objetivo precípuo do texto literário” (GUIMARÃES,1985, p. 32) e, se

isso não ficar bem esclarecido, nosso trabalho será seriamente prejudicado.

Exemplo (3) - Citação direta longa:

Há uma certa dificuldade quanto ao reconhecimento de O, A, OS,

AS como pronomes demonstrativos, mas essa dúvida é muito bem dirimida por

Fernandes:

Os pronomes O, A, OS e AS passam a ser pronomes demonstrativos sempre que numa frase puderem ser substituídos, sem alterar a estrutura dessa frase, respectivamente, por ISTO, ISSO, AQUILO, AQUELE, AQUELES, AQUELA, AQUELAS (1994, p.19).

Ou assim:

Há uma certa dificuldade quanto ao reconhecimento de O, A, OS, AS

como pronomes demonstrativos, mas essa dúvida é muito bem dirimida pelo

autor:

Letra menor (fonte 10).

Texto sem aspas.

Recuo 4cm

Recuo 1,5cm

Page 64: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

64 Metodologia científica

Os pronomes O, A, OS e AS passam a ser pronomes demonstrativos sempre que numa frase puderem ser substituídos, sem alterar a estrutura dessa frase, respectivamente, por ISTO, ISSO, AQUILO, AQUELE, AQUELES, AQUELA, AQUELAS (FERNANDES, 1994, p.19).

c) Citação da citação – ocorre quando fazemos uma citação de uma

informação já citada por outro autor. Nesse caso, o sobrenome do

autor citado por outra pessoa deverá vir primeiro, seguido da palavra

latina apud (quer dizer de acordo com, conforme), depois, o

sobrenome do autor que fez a citação:

Exemplo (4) – citação da citação:

O método é o caminho a seguir. A palavra metodologia provém do grego e etimologicamente significa viagem que se realiza em busca de um objetivo específico. Em ciências sociais significa aceitação e avaliação de procedimentos estandardizados de acordo com a investigação que se realiza (DANN apud SCHLÜTER, 2003, p. 25).

Uma observação necessária a respeito das citações é destacar que

quando nos referimos, diretamente, ao nome do autor, este virá em minúsculas

e fora dos parênteses, exemplo:

Segundo Guimarães (1985, p. 32), “a valorização da palavra pela palavra

encarna o objetivo precípuo do texto literário”.

Quando não nos referimos diretamente ao autor da citação, este virá em

maiúsculas e dentro dos parênteses, exemplo:

“A valorização da palavra pela palavra encarna o objetivo precípuo do

texto literário” (GUIMARÃES,1985, p. 32).

Page 65: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

65 Metodologia científica

3.2.6 Tipos de referências

Para a ABNT, “Referência é um conjunto padronizado de elementos

descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação

individual” (FURASTÉ, 2008, p. 145). As referências podem ser inseridas no

rodapé, no final de cada capítulo ou em lista de referência no final do

trabalho. Deve ser feita apenas à margem esquerda, espaço simples e

separadas por uma linha em branco.

Vejamos, agora, como podemos fazer referência a fontes bibliográficas e

documentos da internet, de acordo com a norma da ABNT, NBR 6023,

modificada em agosto de 2002, apresentadas por Furasté (2008, p. 169-187):

3.2.6.1 Referências a fontes bibliográficas

a) Documentos referidos no todo

LIVROS, MONOGRAFIAS, FOLHETOS

• Com um autor: CARDINALE, Elpídio. Os Sonhos Maravilhosos das Crianças. 6. ed.

Pouso Alegre: Imagem, 1999. BRASIL: roteiros turísticos da Região Sul. São Paulo: Brastur, 2003. • Com dois ou três autores: SANTOS, Lucas; CAMARGO, Ricardo. A Floresta Negra. Campinas:

Polux, 1997. SARTOR, Lúcia; BENTO, Márcio; CARDOSO, Gilberto. Gnomos e o

Destino. Caxias: Ideal, 1996. Com mais de três autores:

SALVERO, Marília. et. al. Como ter nove filhos e sobreviver. 19.ed. Porto Alegre: Global, 2000.

Page 66: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

66 Metodologia científica

TESES, DISSERTAÇÕES

SANTANA, Maria Eugênia dos Santos. O Estudo de Textos em

Turmas Iniciais de Segundo Grau em Escolas de Periferia de Porto Alegre: uma experiência em contextos diferentes. Porto Alegre: UFRGS, 2000. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000.

RELATÓRIOS DE ESTÁGIO OU DE PESQUISA

TADESCO, Paulo Ricardo Oliveira. Conversação: Uma Proposta Alternativa para o Ensino de Língua Inglesa no Ensino Médio. Porto Alegre: FAPA, 1992. Relatório de Estágio.

MANUAIS, CATÁLOGOS, ALMANAQUES

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Meio ambiente. Divisão de Planejamento de Parques Praças e Jardins. Estudo de Impacto Ambiental na Zona Sul da Capital. Manual de Orientação. Porto Alegre: CORAG, 2000.

ALMANAQUE ILUSTRADO DE CAPOEIRA. Capoeira e Respiração.

Porto Alegre. Rondon, 2005.

DICIONÁRIOS (NO TODO) FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1973. COLEÇÃO DE REVISTAS E PERIÓDICOS BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943 – 1978. TRABALHOS APRESENTADOS EM EVENTOS

VARELLA, Gaetano Correa. Novas Linguagens do Cotidiano. In:

Page 67: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

67 Metodologia científica

CONGRESSO ULTRAMARINO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 5, 1999, Florianópolis. Anais. Florianópolis: Ed. Sol e Mar, 1999. 123 – 38.

CONSTITUIÇÕES

BRASIL. Constituição. Brasília: Senado Federal, 1988.

b) Documentos referenciados em parte

CAPÍTULO OU PARTE DE LIVROS, TESES, MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES

TRAN, Valdemar. A Comida Chinesa. In: CHAVES, Valter. A Gastronomia Mundial. 3. ed. Rio de Janeiro: Codecal, 1997.

ARTIGOS EM REVISTAS OU PERIÓDICOS

FERREIRA, Jeferson. As Abelhas como Elementos de Ligação. Saúde e Vida, Belo Horizonte, v. 24, n. 1334, p. 23-4, jan.-fev. 1998.

ARTIGOS EM JORNAL, CADERNOS, BOLETINS DA EMPRESA

OLIVEIRA, Alberto. Voluntários da Solidariedade. Zero Hora. Porto Alegre, 9 fev. 2005.

ENCICLOPÉDIA

MONTEIRO, Abigail. Os Seres Vivos. In: Mundo Novo. São Paulo: Ritter, 1975. v. 4, 123-35.

3.2.6.2 Referências a documentos da Internet

Embora muitos alunos tenham dúvida quanto às referências de

documentos da internet, as normas não são muito diferentes. Segundo à ABNT,

as normas são quase as mesmas, com o acréscimo do site e data de quando foi

capturado. Vejamos os principais casos, de acordo com Furasté (2008, p. 184-

187):

Page 68: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

68 Metodologia científica

a) Documento no todo

LEMOS, André L. M. Cibersociabilidade: Tecnologia e Vida social na Cultura contemporânea. Disponível em: < http://www.cac.ufpe.br/labvirt/aulas/9801b> Acesso em: 11 jan. 2005.

b) Documento em parte

MORFOLOGIA dos artrópodes. In: Enciclopédia Multimídia dos seres vivos. [São Paulo]: Planeta De Agostini, 1998. CD-ROM 9.

ARTIGO OU MATÉRIA DE REVISTA

HERNANDES, Moema. Envenenamento por gás de cozinha. Revista da Família, São Paulo, n.76, 15 fev. 2003. Disponível em: <htpp://www.terra.com.br/fam/1688/envenenamento.htm> Acesso em: 25 set. 2004. AS ROSAS do jardim do palácio. Vivências, Caxias do Sul, n. 16, 20 out. 2000. Disponível em: <http://www.terra.com.br/vivencia/rosas.htm> Acesso em: 12 jan. 2004.

Page 69: Metodologia Científica

Elaboração de Trabalhos Acadêmicos

69 Metodologia científica

3.3 Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da ABNT. 14. ed. Porto Alegre: s.n., 2008.

SCHLÜTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. São Paulo: Aleph, 2003.

TIMBÓ, Noeme V. ; GONÇALVES, Jaqueline M. Normas para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. Disponível em: <www.metodista.br/biblioteca/abnt/manual-biblioteca.../view> Acesso em 03 fev. 2006

Page 70: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

70 Metodologia científica

Unidade 4

Projeto de Pesquisa

Page 71: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

71 Metodologia científica

4 Projeto de Pesquisa

Na unidade (2), sobre pesquisa científica, estudamos, especificamente,

problema e hipóteses. Agora, dedicaremos este capítulo apenas para tratar da

elaboração e formatação de um projeto de pesquisa científica, envolvendo não

somente a formulação de um problema e hipóteses, mas os itens principais de

um projeto. A intenção é a de que essas orientações básicas sirvam como apoio

ao aluno na elaboração de seu projeto de pesquisa, proporcionando esclarecer as

principais dúvidas.

Como vimos, na unidade 2, após o planejamento da pesquisa, o projeto

funciona como um roteiro a ser seguido, sendo de incontestável utilidade para o

aluno. Portanto, deverá, primeiramente, servir a quem o elabora, deixando claro

do que se trata, qual o problema a ser estudado, quais os objetivos e como será

realizada a investigação. É importante ressaltar esse ponto, pois, muitas vezes, o

projeto não está claro nem mesmo para quem o elabora. O aluno tem o desejo

de fazer pesquisa, mas não sabe ao certo o que deseja pesquisar, o que acarreta

na elaboração de um projeto obscuro, sem delimitação. Uma dica importante é

partir do mais simples, do particular, dos problemas encontrados em sua

cidade, bairro, comunidade ou determinado órgão, empresa, instituição. Em

outras palavras, não ser muito ambicioso, e sim, realista e consciente de seus

limites.

4.1 Partes que compõem o projeto de pesquisa

O roteiro do projeto depende de sua finalidade, podendo constituir-se

em um projeto acadêmico ou profissional. Segundo Gil (2002, p. 161), como

existem vários tipos de pesquisa, de naturezas diversas, não é viável que haja

um roteiro rígido para a elaboração de um projeto. Além disso, as seções que

Page 72: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

72 Metodologia científica

compõem esse documento não precisam seguir uma ordem rígida, também.

Com o intuito de guiar e estabelecer um roteiro específico para elaboração de

trabalhos acadêmicos, comumente, as universidades e demais instituições de

ensino organizam manuais para elaboração e formatação dos trabalhos

solicitados.

Nesta parte, destacaremos os itens do projeto acadêmico (projetos de

dissertações e teses), considerados os mais completos, adotando o roteiro

apresentado por Furasté (2008, p. 209). Segundo esse autor, o roteiro de um

projeto de pesquisa deverá ser constituído dos seguintes itens obrigatórios:

folha de rosto, sumário, introdução, desenvolvimento, tema, problema a ser

abordado, hipótese (s), objetivo (s), justificativa (s), referencial teórico,

metodologia (tipo de pesquisa), cronograma e referências. Ressalta, ainda, que

deverão ser inseridos em sequência numérica, sem abrir página para cada um

deles. Vejamos a importância de cada seção de um projeto:

O projeto de pesquisa deverá compor-se dos elementos7:

7 Segundo Furasté (2008, p. 205), o mesmo se aplica para pré-projetos e anteprojetos.

Page 73: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

73 Metodologia científica

A configuração do projeto de pesquisa deverá seguir as seguintes

orientações, segundo Furasté (2008, p. 213):

folha – formato ofício – A4; margens – superior e esquerda: 3cm; inferior e direita, 2cm; digitação – sugere-se letra tipo Times New Roman ou Arial, tamanho 12 no corpo do texto e 10 nas citações, notas, referências e rodapés; títulos – alinhados à margem esquerda, com letra do mesmo tamanho

8 Extraído de Findlay (2006, p. 9).

Projeto de pesquisa NÃO TEM conclusão.8

Capa (opcional) Lombada (opcional)

• Folha de rosto listas (opcional)

• Sumário • Introdução • Desenvolvimento ◦ Tema ◦ Problema a ser abordado ◦ Hipótese (s) ◦ Objetivo (s) ◦ Justificativa (s) ◦ Referencial teórico ◦ Metodologia (tipo de pesquisa) ◦ Cronograma • Referências

glossário (opcional) apêndice (s) (opcional) anexo (s) (opcional) índice (opcional)

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Projeto de Pesquisa

74 Metodologia científica

do corpo do texto seguindo os destaques: negrito, versal, itálico... espaçamento: entre as linhas do corpo do texto, espaço 1,5, nos resumos, nas citações, notas, rodapés e referências, espaço simples; entrada de parágrafo: 1,5cm ou o equivalente a um toque na tecla TAB do micro.

a) Capa

Diferentemente de outros trabalhos acadêmicos, a Capa do projeto é

opcional, mas se houver, deverá seguir as orientações abaixo:

Nome da Instituição a 3cm e do autor a 5cm da borda superior, centrados na página, em negrito e letras versais, fontes 12 a 14.

Espaço entre as linhas: 1,5.

Local a 25,5 da borda superior, ano a 26,5. Em letras minúsculas e sem negrito

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E

ARTES

ANA NÉRI ALMEIDA TENÓRIO

O USO DAS FORMAS TU E VOCÊ

EM DIÁLOGOS DE MACEIOENSES

Maceió 2000

Page 75: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

75 Metodologia científica

b) Folha de rosto

É obrigatório e deverá seguir as normas:

Nome do autor a 5cm da borda superior e título

a 11cm. Centrados, em negrito, letras versais, fontes

12 a 14.

A 17cm da borda superior, do centro para a direita, em

letras minúsculas, sem negrito,

fonte 12.

Local da Instituição a 25,5cm da

borda superior, e ano a 26,5cm.

Centrados, em minúsculas, sem negrito,

fonte 12.

ANA NÉRI ALMEIDA TENÓRIO

O USO DAS FORMAS TU E VOCÊ EM DIÁLOGOS DE MACEIOENSES

Projeto de Dissertação de

Mestrado para a obtenção do título de Mestre em Linguística. Universidade Federal de Alagoas. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.

Maceió 2000

Page 76: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

76 Metodologia científica

c) Sumário

Segue o mesmo modelo de sumário, visto na unidade anterior.

a) Introdução

É opcional em se tratando de projeto de pesquisa. Faz-se necessário,

apenas, se houver alguma explicação extra sobre o trabalho.

b) Tema

Geralmente escolhido de acordo com o contexto social, profissional ou

cultural do pesquisador. Para que seja um bom tema, deverá seguir os critérios

de relevância, viabilidade e originalidade. Ou seja, o tema deve ser relevante,

útil para a sociedade, em algum aspecto; deve ser viável no sentido de ser algo

possível de ser estudado; e original, para que se diga algo novo. Quanto a este

último, os alunos sentem, de algum modo, forte apreensão por não saberem se

serão capazes de desenvolver algo nessas condições. Vale salientar, que para

uma pesquisa do nível de graduação, como TCC, o aluno deverá buscar um tema

que lhe interesse, e mesmo já tendo sido um assunto muito estudado, há sempre

a possibilidade de um novo enfoque, com base em problemas reais de sua

comunidade ou cidade.

c) Problema a ser abordado

Nesta parte o aluno/pesquisador irá expor o problema que o levou a

encaminhar a pesquisa. Embora pareça algo difícil, por requerer certa

criatividade e senso crítico aguçado, na prática, ocorre naturalmente. O aluno

deverá, após ter escolhido o tema, fazer muitas leituras a respeito, buscar

trabalhos que foram desenvolvidos sobre o mesmo tema ou área, conversar com

pessoas experientes, como professores e colegas já engajados na pesquisa. Isso

Page 77: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

77 Metodologia científica

tudo pode ser resumido em uma palavra: dedicação. O aluno não poderá ficar

esperando que um belo dia um problema de pesquisa venha cair do céu, se ele

não se esforçar. Pesquisa é esforço, trabalho, empenho diário. É preciso que o

aluno, desde o primeiro ano de graduação, comece a pensar em seu trabalho de

pesquisa, para poder amadurecer a idéia no decorrer do curso.

O problema de pesquisa deverá vir sempre em forma de

pergunta. No texto do projeto, o aluno deverá iniciá-lo contextualizando o

problema, mostrando indícios de que há uma questão a ser resolvida ou que

merece ser estudada (em uma Instituição, comunidade, cidade ou empresa, etc),

até expressá-lo como um questionamento. É importante ressaltar que tema

não é problema. Vejamos em destaque:

- Tema: assunto escolhido. - Delimitação do tema: definição do(s)

enfoque(s) que será(ão) adotado(s). - Problema: pergunta, questionamento que impulsiona a pesquisa. Não há pesquisa científica sem problema.9

d) Hipótese (s)

Como foi visto na unidade (2), sobre pesquisa científica, as hipóteses

são possíveis respostas ao problema proposto. Poderá ser formulada com base

na observação pura e simples da realidade ou para confirmar uma teoria, ou

ainda, a partir do resultado de outras pesquisas. Quando isso acontece, a

pesquisa servirá para verificar se o fenômeno que ocorre em determinado grupo

ou lugar, também acontece em outra comunidade, por exemplo. O mais

9 Figura extraída de Findlay (2006, p. 15).

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Projeto de Pesquisa

78 Metodologia científica

importante é verificar, na formulação das hipóteses, se estas são proposições

que podem ser testadas, para que o trabalho possa adquirir valor científico.

Quanto ao texto deste item do projeto, é interessante que se faça uma

breve introdução, e logo após, sejam inseridas as hipóteses em forma de itens.

Hipótese não é pressuposto,

com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se tem

demonstrado evidente [...]10.

e) Objetivo (s)

Nessa parte, o aluno deverá expor o objetivo geral e os objetivos

específicos da pesquisa, ou seja, quais são as metas, as pretensões, os

resultados concretos a serem alcançados. O objetivo geral abrange o conjunto de

objetivos específicos. No texto, deverão ser formulados com verbos no infinitivo.

Vejamos alguns exemplos dos verbos utilizados na redação dos objetivos, uns de

caráter mais geral, outros mais específicos, segundo Findlay (2006, p. 15):

10 Figura extraída de Findlay (2006, p. . 14).

ANALISAR AVALIAR COMPREENDER CONSTATAR DEMONSTRAR DESCREVER ELABORAR ENTENDER ESTUDAR EXAMINAR EXPLICAR IDENTIFICAR INFERIR MENSURAR VERIFICAR

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Projeto de Pesquisa

79 Metodologia científica

f) Justificativa (s)

Esse item é de fundamental importância para o projeto, pois o

pesquisador deverá expor as razões que o levaram a escolher determinado tema

e que sustentam a realização do trabalho. Na justificativa, é preciso convencer

ao leitor de que seu trabalho é importante e viável. É como se o pesquisador

precisasse responder às perguntas: Por que abordar esse tema? Que utilidade

terá para o universo acadêmico e/ou para a sociedade em geral? Para isso, é

preciso que se delimite a pesquisa (focalizar o tema), as contribuições que serão

obtidas após sua execução e a viabilidade financeira e temporal.

g) Referencial teórico

O referencial teórico, uma das características principais de um trabalho

científico, é constituído de uma ou mais teorias que fundamentarão a pesquisa.

Desde a elaboração do projeto até os resultados, as ideias do autor do trabalho,

os termos utilizados e os modelos de análise dos dados deverão estar em

consonância com as teorias adotadas. No caso do projeto de pesquisa, o aluno

deverá expor, sucintamente, os pressupostos teóricos que servirão como base

para seu trabalho, bem como as principais definições dos termos que serão

utilizados durante a pesquisa, na visão da teoria adotada.

11 Extraído de Findlay (2006, p. 12).

11A justificativa deve ser elaborada em texto único, sem tópicos.

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Projeto de Pesquisa

80 Metodologia científica

h) Metodologia

Nesse item, o pesquisador irá especificar o conjunto de métodos

(metodologia) e técnicas que serão utilizados durante a pesquisa. Vimos,

anteriormente, na unidade 2, informações detalhadas sobre métodos e técnicas

de pesquisa. Cabe, aqui, salientar que nessa parte o aluno deverá, também,

especificar o tipo de abordagem da pesquisa: quantitativa ou qualitativa. A

primeira mede e quantifica o objeto; já na segunda abordagem, isso não ocorre.

Método é 'o conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade'.12

i) Cronograma

Nesse espaço, o aluno irá detalhar as fases da investigação,

especificando o tempo que levará cada uma delas. Esse detalhamento deverá

estar de acordo com o que foi proposto na metodologia e com o tempo

disponível para realizar o trabalho. Vejamos um exemplo:

12 Ruiz apud Findlay (2006, p. 17)

Page 81: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

81 Metodologia científica

Salientamos que as etapas dependem do tipo de metodologia

adotada na investigação.

13 Extraído de Findlay (2006, p. 19).

DESCRIÇÃO DAS ETAPAS

2011 2012

MESES MESES 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Revisão bibliográfica x x x x

Fichamento de textos x x x x

Levantamento documental

x x x

Sistematização do Corpus x x x x

Formulação e aplicação dos questionários para entrevista

x x x x

Sistematização das entrevistas

x x x

Elaboração de relatório parcial

x x x

Análise dos dados x x x x x

Estudo comparativo com outros trabalhos

x x x

Elaboração da síntese x x x x

Primeira redação x x x

Revisão e redação final x x x

CUIDADO!!!! Só estabeleça etapas que possam ser executadas no prazo disponível.13

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Projeto de Pesquisa

82 Metodologia científica

j) Referências

Assim como em todo trabalho acadêmico, no final do projeto será

necessário fazer referência aos autores citados na redação do trabalho. Vale

ressaltar, que todos os autores citados no texto do projeto deverão constar nas

referências e vice-versa.

4.2 Normas da redação do texto

As seguintes orientações servem para todo e qualquer texto de caráter

científico. Para nosso objetivo, no momento, servirá para a redação do projeto

de pesquisa. Vale lembrar, que o projeto é redigido para ser lido por professores

pesquisadores, e por isso, deverá seguir normas também referentes à redação do

texto, para que seja aceito, aprovado. Isso não quer dizer que o aluno não possa

ser criativo e leve no modo de escrever, pois cada um tem seu estilo próprio,

mas pelo fato de ser um documento que segue o rigor científico, o projeto de

pesquisa precisará ser redigido, seguindo-se algumas normas.

a) Objetividade

O texto científico deverá ser objetivo no sentido de não possuir

“rodeios”, construções enfadonhas de elementos irrelevantes. É preciso ter

cuidado, também, para não perder o foco do trabalho e utilizar argumentos com

base em dados reais. O recomendável é contextualizar o problema a ser

estudado e ir direto ao assunto. Vale ressaltar que contextualizar não é ser

repetitivo, e sim, dar as informações necessárias para situar a questão em

debate.

b) Impessoalidade

Page 83: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

83 Metodologia científica

A impessoalidade diz respeito a não inclusão da pessoa do autor do

projeto na redação do texto, portanto deverá ser escrito em terceira pessoa.

Deverão ser utilizadas frases como: “o presente estudo consiste”, “este projeto”,

“observa-se” etc.

c) Clareza

O autor deverá tomar cuidado para não produzir um texto confuso, com

construções passíveis de várias interpretações, ou seja, ambíguas. A principal

dica das aulas de redação quase sempre funciona: escreva para o outro, não

para você. A clareza estar relacionada à coesão e coerência do texto: a coesão

diz respeito aos elementos que “amarram” o texto, estabelecendo mecanismos

de referência ao que foi dito ou que será dito, posteriormente. Os pronomes

demonstrativos (esse, este, aquele) e possessivos (seu, sua) são exemplos de

elementos de coesão; já a coerência diz respeito à lógica do texto.

d) Modéstia e cortesia

A modéstia e a cortesia estão relacionadas à sabedoria. No texto

científico, na ciência, melhor dizendo, é preciso ter consciência de seus limites e

ter uma visão holística das coisas, ou seja, uma visão do todo. Quando sabemos

pouco, pensamos que de tudo sabemos, o que nos faz cegos para a descoberta de

outros saberes. Sendo assim, é preciso que na redação de um texto científico, o

autor tenha o cuidado para não parecer muito pretensioso e arrogante. Para

isso, é preciso, dentre outros mecanismos, utilizar expressões modalizadoras,

como: “geralmente”, “na maioria das vezes”, “parece ser”. Apenas quando se

tem certeza de algo e comprovação em números ou demais pesquisas científicas,

o autor dispensará essas expressões, podendo usar construções como: a partir

da análise dos dados, foi verificado que 50% dos informantes não utilizaram

“x” mecanismo”.

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Projeto de Pesquisa

84 Metodologia científica

No que diz respeito à cortesia, este mecanismo deverá ser utilizado,

principalmente, quando se trata de uma crítica ou discordância de uma opinião

ou noção teórica de outro autor. É preciso ter em mente que na ciência existem

inúmeras teorias e abordagens que ora são confirmadas, ora refutadas por

outros teóricos, e que por isso o respeito e a cortesia precisam ser garantidos na

redação do texto.

Page 85: Metodologia Científica

Projeto de Pesquisa

85 Metodologia científica

Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007.

FINDLAY, Eleide Abril Gordon. Guia para apresentação de projetos de pesquisa. Joinville, SC: UNIVILLE, 2006.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Elaboração e Formatação. Explicitação das Normas da ABNT. 14. ed. Porto Alegre: s.n., 2008.