Método Da Capacitância Global - TransCal
-
Upload
rafaeltomazelli -
Category
Documents
-
view
230 -
download
9
description
Transcript of Método Da Capacitância Global - TransCal
4.1. Método da Capacitância Global
A essência deste método é a consideração de que a temperatura do sólido é espacialmente uniforme, ou seja, que a temperatura no sólido varia apenas com o tempo e não com o espaço. A validade deste método é analisada através do valor do número de Biot encontrado para o sistema em estudo, neste caso Biot < 0,1. Embora existam duas definições para o número de Biot, no cálculo deste método será usada a proposta por INCROPERA et al [1] o qual utiliza o comprimento característico (Lc).
A partir do balanço de energia no corpo em estudo, considerando a temperatura no interior do sólido constante, h o coeficiente de convecção médio e T∞ a temperatura do fluido que troca calor com o sólido é possível escrever a Equação 4.1.
θo (t )=T o(t)−T ∞(t )
T i−T ∞(t)=exp (−Bi∗Fo )=exp(−hα
Lc kt) Equação 4.1
Para efetuar o cálculo do coeficiente de convecção médio (h) aplicou-se o logaritmo neperiano na Equação 4.3, resultando na Equação 4.4..
−ln (θo ( t ) )= hαLc k
t Equação 4.4
A partir da Equação 4.4 construiu-se o gráfico –lnθ vs t para os três casos analisados (Figura 4.1 a 4.3). Um fato importante de ser considerado é que este método funciona apenas para o estado transiente, por isso, os pontos do estado estacionário foram desconsiderados.
0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00-0.20
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
f(x) = 0.0105522880668866 x − 0.0579261415921655R² = 0.997150338295354
Tempo (s)
-ln θ
Figura 4.1: Ajuste linear de –lnθ vs t para o alumínio, T∞ = 45oC.
0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 140.000.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80f(x) = 0.0152832464486414 xR² = 0.996775363570898
Tempo (s)
-ln θ
Figura 4.2: Ajuste linear de –lnθ vs t para o alumínio, T∞ = 65oC.
-0.20 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.800.00
500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
3000.00
3500.00
4000.00
f(x) = 2130.09463448773 xR² = 0.979879907130922
Tempo(s)
-ln θ
Figura 4.3: Ajuste linear de –lnθ vs t para o PVC, T∞ = 65oC.
Os resultados obtidos para este método estão expostos na Tabela 4.3:
Tabela 4.1: Resultados obtidos para o método da capacitância global
Esfera T∞ (oC)h
(W/m².K) Biot
Alumínio 45,6 345,59 0,02
65 500,97 0,03
PVC 65 5,74 0,47
Analisando a Tabela 4.1 nota-se que o método da capacitância global só tem validade para os sistemas em que o alumínio foi utilizado, pois o valor do número de Biot encontrado para o PVC foi de 0,47 o que não satisfaz a validade imposta pelo método (Biot < 0,1).
Como pode ser observado o valor encontrado para o coeficiente de convecção médio foi muito baixo (5,74 W/m².K) o que corrobora o fato do método em questão não poder ser aplicado para o PVC. Além disso, é possível observar na Figura 4.3 que o coeficiente de determinação (R²) foi o menos próximo da unidade. O que contribui para o fato de que o modelo em questão não é adequado para os dados experimentais.
Ao comparar os valores de condutividade térmica de cada material nota-se que o alumínio é um condutor de calor muito mais eficiente do que o PVC, o que implica que o método da capacitância seja um método adequado para o primeiro material e inadequado para o segundo.
Analisando os valores de Biot e h encontrados para o alumínio nota-se que o primeiro se manteve constante e abaixo de 0,1 e o segundo aumentou consideravelmente com o aumento da temperatura do banho, como esperado, uma vez que a força motriz aumentou com o aumento da temperatura.
As observações experimentais concordam com a teoria de que o alumínio é um condutor de calor muito mais eficiente do que o PVC uma vez que o alumínio demorou cerca de 6 minutos para atingir o estado estacionário em ambos os sistemas. Já o PVC chegou a atingir o estado estacionário somente no fim do experimento, quando tinham passado em torno de 50 minutos. Isto evidencia que o PVC possui gradientes de temperatura radias significativos.