MESTRES DA POESIA

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Art Cultural Brasil. MESTRES DA POESIA. Clique para continuar. www.mensagensvirtuais.com.br. Vinícius de Moraes Vicente de Carvalho Fernando Pessoa - PowerPoint PPT Presentation

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  • MESTRES DA POESIAClique para continuarArtCulturalBrasilwww.mensagensvirtuais.com.br

  • Vincius de Moraes Vicente de Carvalho Fernando Pessoa Olavo Bilac Carlos Drummond de Andrade Raul de Leoni Fagundes Varela Augusto dos Anjos lvares de AzevedoJos Antonio Jacob

    Francisco Otaviano Mrio Quintana Manuel Bandeira Guilherme de AlmeidaMrio de Andrade Castro Alves

    CLIQUE NO POETAOu clique na pgina para seguir seqnciaSAIR...Descansem o meu leito solitrioNa floresta dos homens esquecida. sombra de uma cruz, e escrevam nela:-Foi poeta sonhou e amou na vida.lvares de Azevedo

    Proibida a divulgao para fins comerciaisDireitos de formatao ArtCulturalBrasilReg: min.biblio.orgbrFlorbela EspancaAlceu WamosyMESTRES DA POESIA

  • VOLTAR AOS POETAS

    SONETO DE FIDELIDADE De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero viv-lo em cada vo momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angstia de quem vive Quem sabe a solido, fim de quem ama Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que no seja imortal, posto que chama Mas que seja infinito enquanto dure

    SONETO DE DESPEDIDA

    Uma lua no cu apareceu Cheia e branca; foi quando, emocionada A mulher a meu lado estremeceu E se entregou sem que eu dissesse nada. Larguei-as pela jovem madrugada Ambas cheias e brancas e sem vu Perdida uma, a outra abandonada Uma nua na terra, outra no cu. Mas no partira delas; a mais louca Apaixonou-me o pensamento; dei-o Feliz eu de amor pouco e vida pouca Mas que tinha deixado em meu enleio Um sorriso de carne em sua boca Uma gota de leite no seu seio.

  • Vicente de Carvalho

    VOLTAR AOS POETAS

    VELHO TEMA

  • SBITA MO DE ALGUM FANTASMA OCULTO

    Sbita mo de algum fantasma ocultoEntre as dobras da noite e do meu sonoSacode-me e eu acordo, e no abandonoDa noite no enxergo gesto ou vulto.

    Mas um terror antigo, que insepultoTrago no corao, como de um tronoDesce e se afirma meu senhor e donoSem ordem, sem meneio e sem insulto.

    E eu sinto a minha vida de repentePresa por uma corda de InconscienteA qualquer mo noturna que me guia.

    Sinto que sou ningum salvo uma sombraDe um vulto que no vejo e que me assombra,E em nada existo como a treva fria.Fernando PessoaClique na pgina para ler maisFernando Pessoa

  • VOLTAR AOS POETAS

    Fernando PessoaPASSOS DA CRUZXINo sou eu quem descrevo. Eu sou a telaE oculta mo colora algum em mim.Pus a alma no nexo de perd-laE o meu princpio floresceu sem Fim.

    Que importa o tdio que dentro em mim gela,E o leve Outono, e as galas, e o marfim,E a congruncia da alma que se velaComo os sonhados plios de cetim?

    Disperso... E a hora como um leque fecha-se...Minha alma um arco tendo ao fundo o mar...O tdio? A mgoa? A vida? O sonho? Deixa-se...

    E, abrindo as asas sobre Renovar,A erma sombra do vo comeadoPestaneja no campo abandonado...

  • VELHAS RVORES

    VOLTAR AOS POETAS

    Olha estas velhas rvores, mais belas Do que as rvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas...O homem, a fera, e o inseto, sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas.No choremos, amigo, a mocidade! Envelheamos rindo! Envelheamos Como as rvores fortes envelhecem;Na glria da alegria e da bondade, Agasalhando os pssaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem! Olavo BilacMALDIO

    Se por vinte anos, nesta furna escura,Deixei dormir a minha maldio,Hoje, velha e cansada da amargura,Minha alma se abrir como um vulco.

    E, em torrentes de clera e loucura,Sobre a tua cabea ferveroVinte anos de silncio e de tortura,Vinte anos de agonia e solido...

    Maldita sejas pelo ideal perdido!Pelo mal que fizeste sem querer!Pelo amor que morreu sem ter nascido!

    Pelas horas vividas sem prazer!Pela tristeza do que eu tenho sido!Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

  • VOLTAR AOS POETAS

    OFICINA IRRITADA Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, seco, abafado, difcil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, no desperte em ningum nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, ao mesmo tempo saiba ser, no ser. Esse meu verbo antiptico e impuro h de pungir, h de fazer sofrer, tendo de Vnus sob o pedicuro. Ningum o lembrar: tiro no muro, co mijando no caos, enquanto Arcturo, claro enigma, se deixa surpreender. RETORNO Meu ser em mim palpita como fora do chumbo da atmosfera constritora. Meu ser palpita em mim tal qual se fora a mesma hora de abril, tornada agora. Que face antiga j se no descora lendo a efgie do corvo na da aurora? Que aura mansa e feliz dana e redoura meu existir, de morte imorredoura? Sou eu nos meus vinte anos de lavoura de sucos agressivos, que elabora uma alquimia severa, a cada hora. Sou eu ardendo em mim, sou eu embora no me conhea mais na minha flora que, fauna, me devora quanto pura. Carlos Drummond de Andrade

  • VOLTAR AOS POETASRAUL DE LENIINGRATIDO

    Nunca mais me esqueci! ... Eu era criana E em meu velho quintal, ao sol-nascente, Plantei, com a minha mo ingnua e mansa, Uma linda amendoeira adolescente. Era a mais rtila e ntima esperana... Cresceu... cresceu... e aos poucos, suavemente, Pendeu os ramos sobre um muro em frente E foi frutificar na vizinhana... Da por diante, pela vida inteira, Todas as grandes rvores que em minhas Terras, num sonho esplndido semeio, Como aquela magnfica amendoeira, E florescem nas chcaras vizinhas E vo dar frutos no pomar alheio...HISTRIA ANTIGA

    No meu grande otimismo de inocente, Eu nunca soube por que foi... um dia, Ela me olhou indiferentemente, Perguntei-lhe por que era... No sabia... Desde ento transformou-se de repente A nossa intimidade correntia Em saudaes de simples cortesia E a vida foi andando para a frente... Nunca mais nos falamos... vai distante... Mas, quando a vejo, h sempre um vago instante Em que seu mudo olhar no meu repousa, E eu sinto, sem no entanto compreend-la, Que ela tenta dizer-me qualquer cousa, Mas que tarde demais para diz-la...

  • VOLTAR AOS POETASSONETO

    Desponta a estrela dalva, a noite morre,Pulam no mato algeros cantores,E a doce brisa no arraial das flores,Lnguidas queixas murmurando, corre.

    Volvel tribo a solido percorreDas borboletas de brilhantes cores;Solua o arroio; diz a rola amoresNas verdes balsas donde o orvalho escorre.

    Tudo luz e esplendor; tudo se esfumas carcias daurora, ao cu risonho,Ao flreo bafo que o serto perfuma!

    Porm minhalma triste e sem um sonhoRepete olhando o prado, o rio, a espuma:-Oh! Mundo encantador, tu s medonho!VISES DA NOITE

    Passai tristes fantasmas! O que feitoDas mulheres que amei, gentis e puras?Umas devoram negras amarguras,Repousam outras em marmreo leito!

    Outras no encalo de fatal proveitoBuscam noite as saturnais escuras,Onde empenhando as murchas formosurasAo demnio do ouro rendem preito!

    Todas sem mais amor! Sem mais paixes!Mais uma fibra trmula e sentida!Mais um leve calor nos coraes!

    Plidas sombras de iluso perdida,Minhalma est deserta de emoes,Passai, passai, no me poupeis a vida!FAGUNDES VARELA

  • VOLTAR AOS POETASVs ! Ningum assistiu ao formidvel Enterro de tua ltima quimera. Somente a Ingratido - esta pantera - Foi tua companheira inseparvel! Acostuma-te lama que te espera ! O Homem, que, nesta terra miservel, Mora entre feras, sente inevitvel Necessidade de tambm ser fera Toma um fsforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, a vspera do escarro A mo que afaga a mesma que apedreja Se a algum causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mo vil que te afaga Escarra nessa boca que te beija VERSOS NTIMOS VANDALISMO

    Meu corao tem catedrais imensas,Templos de priscas e longnquas datas,Onde um nume de amor, em serenatas,Canta a aleluia virginal das crenas.

    Na ogiva flgida e nas colunatasVertem lustrais irradiaes intensasCintilaes de lmpadas suspensasE as ametistas e os flores e as pratas.

    Com os velhos Templrios medievaisEntrei um dia nessas catedraisE nesses templos claros e risonhos...

    E erguendo os gldios e brandindo as hastas,No desespero dos iconoclastasQuebrei a imagem dos meus prprios sonhos!

    AUGUSTO DOS ANJOS

  • VOLTAR AOS POETAS

    PARA VOC

    Plida, luz da lmpada sombria, Sobre um leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria, Pela mar das guas embalada... Era um anjo entre nuvens de alvorada, Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! O seio palpitando... Negros olhos as plpebras abrindo.... Formas nuas no leito resvalando... No te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti as noites eu velei chorando, Por ti nos sonhos morrerei sorrindo!...Descansem o meu leito solitrioNa floresta dos homens esquecida. sombra de uma cruz, e escrevam nela:-Foi poeta sonhou e amou na vida.lvares de Azevedo

  • Eu era criana, mas j percebia, O pouco po que havia em nossa mesaE a aparncia acanhada da pobrezaQue tinha a nossa casa to vazia.

    De noite, antes do sono, uma certeza:A minha me rezava a Ave-Maria!E ao terminar a prece eu sempre viaNo seu olhar uma esperana acesa.

    Aps a reza desligava a luz,Beijava o crucifixo, e a f era tantaQue adormecia perto de Jesus.

    Depois que ela dormia (isso que encanta)Nosso Senhor descia ali da cruzPara beijar a sua face santa.VOLTAR AOS POETASJos Antonio JacobO BEIJO DE JESUSEstou sozinho em meu jardim sem cores,E ainda que eu tenha mgoas, bem guardadas,Cuido dessas roseiras desmaiadasQue em meu canteiro nunca abriram flores.

    Tais quais receosas almas delicadasElas se encolhem, sobre seus temores,E abortam seus rebentos nas ramadasEnquanto vo morrendo em suas dores...

    Quantas almas que por serem assim,Como essas tristes plantas no jardim,Calam-se a olhar o nada... to descrentes...

    Feito as minhas roseiras dolorosasQue s olham para a vida, indiferentes,E no me do espinhos e nem rosas.ROSEIRAS DOLOROSAS

  • VOLTAR AOS POETASDUAS ALMAS

    tu, que vens de longe, tu, que vens cansada,Entra, e, sob este teto encontrars carinho:Eu nunca fui amado, e vivo to sozinho,Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...

    A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,E a minha alcova tem a tepidez de um ninho.Entra, ao menos at que as curvas do caminhoSe banhem no esplendor nascente da alvorada.

    E amanh, quando a luz do sol dourar, radiosa,Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,Podes partir de novo, nmade formosa!

    J no serei to s, nem irs sozinha.H de ficar comigo uma saudade tua...Hs de levar contigo uma saudade minha...Alceu Wamosy

  • ILUSES DA VIDAQuem passou pela vida em branca nuvemE em plcido repouso adormeceu; Quem no sentiu o frio da desgraa, Quem passou pela vida e no sofreu: Foi espectro de homem, no foi homem, S passou pela vida, no viveu.VOLTAR AOS POETASFrancisco Otaviano

  • VOLTAR AOS POETASMrio QuintanaA RUA DOS CATAVENTOSVINa minha rua h um menininho doente.Enquanto os outros partem para a escola,Junto janela, sonhadoramente,Ele ouve o sapateiro bater sola.

    Ouve tambm o carpinteiro, em frente,Que uma cano napolitana engrola.E pouco a pouco, gradativamente,O sofrimento que ele tem se evola...

    Mas nesta rua h um operrio triste:No canta nada na manh sonoraE o menino nem sonha que ele existe.

    Ele trabalha silenciosamenteE est compondo este soneto agora,Pra alminha boa do menino doente...XVI

    Triste encanto das tardes borralheirasQue enchem de cinza o corao da gente!A tarde lembra um passarinho doenteA pipilar os pingos das goteiras...

    A tarde pobre fica, horas inteiras,A espiar pelas vidraas, tristemente,O crepitar das brasas na lareira...Meu Deus... o frio que a pobrezinha sente!

    Por que que esses Arcanjos neurastnicosS usam nvoa em seus efeitos cnicos?Nenhum azul para te distrares...

    Ah, se eu pudesse, tardezinha pobre,Eu pintava trezentos arco-risNesse tristonho cu que nos encobre!...

  • O que eu adoro em ti No tua beleza A beleza em ns que existe A beleza um conceito E a beleza triste No triste em si Mas pelo que h nela De fragilidade e incertezaO que eu adoro em ti No a tua inteligncia Mas o esprito sutil To gil e to luminoso Ave solta no cu matinal da montanha Nem tua cincia Do corao dos homens e das coisas O que eu adoro em ti No a tua graa musical Sucessiva e renovada a cada momento Graa area como teu prprio momento Graa que perturba e que satisfaz O que eu adoro em ti No a me que j perdi E nem meu pai O que eu adoro em tua natureza No o profundo instinto matinal Em teu flanco aberto como uma ferida Nem a tua pureza. Nem a tua impureza O que adoro em ti lastima-me e consola-me O que eu adoro em ti A VIDA !!!MADRIGAL MELANCLICAVOLTAR AOS POETASPOEMA DE FINADOS Amanh que dia dos mortos Vai ao cemitrio. Vai E procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai. Leva trs rosas bem bonitas. Ajoelha e reza uma orao. No pelo pai, mas pelo filho: O filho tem mais preciso. O que resta de mim na vida a amargura do que sofri. Pois nada quero, nada espero. E em verdade estou morto ali. Manuel Bandeira

  • Guilherme de AlmeidaVOLTAR AOS POETASFELICIDADEEla veio bater minha porta E falou-me a sorrir, subindo a escada: Bom dia, rvore velha e desfolhada E eu respondi: Bom dia, folha mortaEntrou: e nunca mais me disse nada... At que um dia (quando pouco importa!) houve canes na ramaria torta E houve bandos de noivos pela estrada...Ento chamou-me e disse:Vou-me embora! Sou a felicidade! Vive agora Da lembrana do muito que te fizE foi assim que em plena primavera, S quando ela partiu contou quem era... E nunca mais eu me senti feliz!

  • VOLTAR AOS POETASQUARENTA ANOS

    A vida para mim, est se vendo, uma felicidade sem repouso: eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo s pode ser medido em se sofrendo. Bem sei que tudo engano, mas, sabendo disso, persisto em me enganar... Eu ouso dizer que a vida foi o bem precioso que eu adorei. Foi meu pecado... Horrendo seria, agora que a velhice avana, que me sinto completo e alm da sorte, me agarrar a esta vida fementida. Vou fazer do meu fim minha esperana, sono, vem!... Que eu quero amar a morte Com o mesmo engano com que amei a vida.Mrio de Andrade

  • VOLTAR AOS POETAS3a SOMBRA - ESTER

    Vem! no teu peito clido e brilhante O nardo oriental melhor transpira! Enrola-te na longa cachemira, Como as judias moles do Levante, Alva a clmide aos ventos - roagante... Tmido o lbio, onde o saltrio gira... musa de Israel! pega da lira... Canta os martrios de teu povo errante! Mas no... brisa da ptria alm revoa, E ao delamber-lhe o brao de alabastro, Falou-lhe de partir... e parte... e voa. . . Qual nas algas marinhas desce um astro... Linda Ester! teu perfil se esvai... s'escoa... S me resta um perfume... um canto... um rastro... Castro Alves8a SOMBRA - LTIMO FANTASMA Quem s tu, quem s tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as nvoas te libras vaporoso ... Baixas do cu num vo harmonioso!... Quem s tu, bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte, ser misterioso! ... Onde nos vimos ns? s doutra esfera ? s o ser que eu busquei do sul ao norte. . . Por quem meu peito em sonhos desespera? Quem s tu? Quem s tu? - s minha sorte! s talvez o ideal que est'alma espera! s a glria talvez! Talvez a morte!

  • VOLTAR AOS POETASEU

    Eu sou a que no mundo anda perdida,Eu sou a que na vida no tem norte,Sou a irm do sonho, e desta sorteSou a crucificada... a dolorida...

    Sombra de nvoa tnue e esvaecida,E que o destino amargo, triste e forte,Impele brutalmente para a morte!Alma de luto sempre incompreendida!...

    Sou aquela que passa e ningum v...Sou a que chamam triste sem o ser...Sou a que chora sem saber por qu...

    Sou talvez a viso que algum sonhou.Algum que veio ao mundo pra me verE que nunca na vida me encontrou!

    VOZ QUE SE CALA

    Amo as pedras, os astros e o luar Que beija as ervas do atalho escuro, Amo as guas de anil e o doce olhar Dos animais, divinamente puro. Amo a hera, que entende a voz do muro E dos sapos, o brando tilintar De cristais que se afagam devagar, E da minha charneca o rosto duro. Amo todos os sonhos que se calam De coraes que sentem e no falam, Tudo o que Infinito e pequenino! Asa que nos protege a todos ns! Soluo imenso, eterno, que a voz Do nosso grande e msero Destino!...Florbela Espanca