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CICLO DE ESTUDOS INTEGRADO CONDUCENTE AO GRAU MESTRE EM ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA E DE COMPUTADORES Instituto Superior Técnico Março 2006

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EEssttee ddooccuummeennttoo tteevvee ccoommoo bbaassee aa pprrooppoossttaa ddoo DDEEEECC,, eellaabboorraaddaa ppoorr::

IIssaabbeell MMaarriiaa CCaacchhoo TTeeiixxeeiirraa –– CCoooorrddeennaaddoorraa ddaa LLEEEECC

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ÍÍnnddiiccee Objectivo e Organização do Documento.......................................................................... 5 1. Introdução................................................................................................................. 5

1.1. Objectivos centrais ........................................................................................... 5 1.2. Âmbito da formação ministrada ....................................................................... 6 1.3. Natureza dos conhecimentos a leccionar.......................................................... 6 1.4. Objectivos de ensino e de aprendizagem.......................................................... 6 1.5. Organização do ciclo de formação ................................................................... 7

2. A Engenharia Electrotécnica e de Computadores no IST ........................................ 8 2.1. Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores ................... 10

3. Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores ................................ 11 3.1. Objectivos Genéricos...................................................................................... 11 3.2. Estrutura do Curso.......................................................................................... 11 3.3. Organização Pedagógica................................................................................. 12 3.4. Modelo de ensino ........................................................................................... 12

Métodos de ensino aprendizagem e demonstração de competências ..................... 12 3.5. Estrutura Curricular ........................................................................................ 14

3.5.1. Área Científica de Computadores .......................................................... 14 3.5.2. Área Científica de Energia ..................................................................... 15 3.5.3. Área Científica de Electrónica................................................................ 15 3.5.4. Área Científica de Sistemas, Decisão e Controlo................................... 15 3.5.5. Área Científica de Telecomunicações .................................................... 15

3.6. Estrutura do Tronco Comum .......................................................................... 16 3.7. Áreas de Especialização ................................................................................. 16

3.7.1. Área de Especialização em Computadores............................................. 18 3.7.2. Área de Especialização em Electrónica.................................................. 19 3.7.3. Área de Especialização em Energia........................................................ 20 3.7.4. Área de Especialização em Sistemas, Decisão e Controlo..................... 21 3.7.5. Área de Especialização em Telecomunicações ...................................... 22 3.7.6. Área Secundária de Biologia Computacional......................................... 23

3.8. Precedências ................................................................................................... 23 4. Resposta aos quesitos do Artº 63 – MEEC............................................................. 26

a) Indicação dos ciclos de estudo em funcionamento que são objecto da adequação:26 Ciclo de estudo em funcionamento: ....................................................................... 26 Conversão para os dois ciclos seguintes em regime de Mestrado Integrado: ........ 26

b) Objectivos visados pelo ciclo de estudos: .............................................................. 27 Objectivos do 1º Ciclo:........................................................................................... 27 Objectivos do 2º Ciclo:........................................................................................... 27 Objectivos dos dois ciclos integrados:.................................................................... 27

c) Fundamentação do número de créditos atribuído a cada unidade curricular. ........ 28 d) Fundamentação do número total de créditos que, com base no trabalho estimado, é atribuído a cada ciclo de estudos. ............................................................................... 29 e) Demonstração da adequação da organização do ciclo de estudos à aquisição de competências e aos objectivos fixados: ...................................................................... 30

e-i) Aquisição de competências a que se referem os artigos 5º (Licenciatura) e 15º (Mestrado) .............................................................................................................. 30 e-ii) Objectivos fixados no nº 4 do artigo 18º......................................................... 35 f) Análise comparativa com cursos de referência no espaço europeu................... 36

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g) Forma como os resultados da avaliação externa foram incorporados na organização do ciclo de estudos............................................................................. 36

Justificação da duração do ciclo de estudos ............................................................... 37 5. Conclusões.............................................................................................................. 38 6. Anexos .................................................................................................................... 40

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Objectivo e Organização do Documento Este documento destina-se a fundamentar a proposta de adequação ao modelo de Bolonha da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, LEEC, do Instituto Superior Técnico. O documento está organizado do seguinte modo. Na introdução destaca-se o papel da LEEC na comunidade em que se insere e as competências que confere. Apresentam-se os objectivos gerais do Mestrado que se propõe, bem como o tipo de formação que se pretende ministrar e o modelo pedagógico a desenvolver para adequar o ensino da Engenharia Electrotécnica ao modelo de Bolonha. No capítulo 2 apresenta-se, em perspectiva, a criação do ensino de Engenharia Electrotécnica no IST e a importância crescente que esta Área de Engenharia tem assumido no mundo actual. No capítulo 3 apresenta-se a descrição da proposta de ciclo integrado conducente ao grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (MEEC). Apresentam-se os pressupostos e a influência da estrutura actual da LEEC no futuro Mestrado, bem como a estrutura curricular do novo curso e a sua organização pedagógica. Realça-se ainda a participação de várias Áreas Científicas do IST na formação das Bases da Engenharia e das Áreas Científicas Departamento em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) na criação de Áreas de Especialização deste Mestrado. No capítulo 4 apresenta-se a resposta aos quesitos constantes do Artº 63. Finamente, nas conclusões destacam-se os aspectos mais inovadores e as expectativas de consecução associados a esta proposta de curso.

1. Introdução A Engenharia Electrotécnica e de Computadores existe para prestar um serviço à comunidade onde é exercida. Assim os responsáveis pela organização e funcionamento do Mestrado que agora se propõe devem estar correctamente informados e ser sensíveis à realidade que os cerca. Só deste modo podem, em tempo útil, satisfazer os requisitos dessa comunidade e dos seus agentes económicos e culturais, bem como os dos indivíduos que buscam a qualificação que o MEEC confere. Todavia, a missão de um sistema educativo universitário não se esgota na intervenção de curto prazo. De facto, os formados deverão intervir durante décadas no mercado de trabalho. Além disso, o tempo de resposta de um sistema educativo, proporcionando uma qualificação em 5 anos, é longo em valor absoluto e criticamente longo num contexto de mudança tecnológica e social acelerada. Pretende-se assim, através do MEEC, formar profissionais que tenham capacidade de intervenção, em curto prazo, mas que sejam de facto motores de inovação e de transformação no contexto da sociedade em que prestam serviço. O sucesso dos formados depende inteiramente do modo como forem capazes de aplicar os conhecimentos, de utilizar a criatividade para produzir inovação, de entender cabalmente o contexto social, económico e ambiental em que actuam e, finalmente, no modo como pessoalmente se relacionam com outros.

1.1. Objectivos centrais Considera-se que os objectivos centrais do ciclo de estudos conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores são os seguintes:

Dotar os formados da capacidade de intervenção no domínio da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, ao longo de toda a sua vida activa, isto é, qualificá-los independentemente da evolução dos conhecimentos, que precisam constantemente acompanhar;

Prover a formação académica necessária para a subsequente atribuição do título profissional de Engenheiro, conferido pela Ordem dos Engenheiros.

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A prossecução destes objectivos exige que os formados possuam uma sólida formação de base bem como uma formação avançada em áreas de especialização, que lhes permita intervir, como especialistas, em sub-áreas da Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Adicionalmente, é crucial que os formados tenham desenvolvido espírito crítico, flexível e criativo. Para a consecução destes objectivos há que ter em atenção: o tipo de formação a ministrar, a natureza dos conhecimentos a leccionar e a forma de os transmitir. Finalmente é necessário aferir o modo como os alunos se apropriam e utilizam os conhecimentos e práticas adquiridos ao longo da sua formação.

1.2. Âmbito da formação ministrada O ciclo de estudos deve providenciar formação em três áreas complementares:

Formação científica e técnica: aprendizagem de metodologias e de ferramentas para resolução de problemas de engenharia, nos domínios da Engenharia Electrotécnica e de Computadores Formação contextual: conhecimento e compreensão do mercado de trabalho, e do mercado empresarial; produtividade e competitividade; contexto de globalização, regionalização (UE) e localização; gestão e economia; ambiente, segurança, qualidade; normalização; networking; enquadramento legal; ética e deontologia profissional. Formação pessoal: estruturação do pensamento e do raciocínio, capacidade de identificação, formalização, prevenção e resolução de problemas; atitude ética e profissional; capacidade de comunicação oral e escrita; capacidade de trabalho em equipa; capacidade de gestão do tempo e de outros recursos; relacionamento inter-cultural e inter-pessoal; domínio de línguas estrangeiras; capacidade de negociação; capacidade de liderança; capacidade de adaptação, num contexto de mudança acelerada; disposição de aprendizagem contínua; capacidade de gestão da carreira pessoal.

Na prossecução deste objectivo, é claramente privilegiada a formação científica e técnica. Procura-se incluir as formações contextual e pessoal de forma implícita no modo como a formação científica e técnica é ministrada, e de forma explícita quando necessário através de disciplinas de competências transversais.

1.3. Natureza dos conhecimentos a leccionar Consideram-se dois tipos de conhecimentos que os alunos necessitam de adquirir:

• conhecimentos duradouros, associados às disciplinas horizontais, fornecendo a formação de base. São exemplos deste tipo de conhecimentos, a matemática, a física, a química, a ciência da computação, a ciência dos materiais, os fundamentos da electrónica e das comunicações e a teoria dos circuitos, sistemas e sinais. • conhecimentos temporários, associados a técnicas e tecnologias em rápida mutação. Estão neste caso, por exemplo, as linguagens de programação, tecnologias de informação, ferramentas computacionais de projecto, tecnologias de electrónica, óptica, etc.

1.4. Objectivos de ensino e de aprendizagem Um dos aspectos importantes do modelo de Bolonha é o ensino centrado nos alunos, isto é, o valorizar da aprendizagem e não da transmissão de conhecimento por si só. Este paradigma

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exige a implementação de métodos e modelos de ensino/aprendizagem que, baseados numa transmissão eficaz de conhecimentos e de metodologias de aprendizagem, conduzam de facto a uma efectiva aquisição de competências por parte dos formandos. Pretende-se assim que, durante a sua formação, o aluno do MEEC desenvolva uma atitude crítica perante os problemas, que o habilite a definir com clareza a melhor solução para um dado problema, sendo capaz de recorrer, para esse efeito, ao método científico e ao procedimento experimental. Para tal, no primeiro ciclo, que visa primariamente a aquisição de conhecimentos nas ciências básicas de engenharia electrotécnica e de computadores, procura-se que, em simultâneo com a aquisição de formação técnica, os alunos aprendam a desenvolver trabalho individual e em grupo em disciplinas específicas e num contexto interdisciplinar, bem como apreendam noções de gestão do tempo e de alguma ligação com o exterior. No segundo ciclo, os formandos adquirem os conhecimentos de prática de engenharia através da escolha de uma de cinco áreas de especialização principal e de uma área de especialização secundária. A especialização assim obtida não é redutora nem autista, isto é, não visa, no limite, conduzir a indivíduos que saibam quase tudo sobre quase nada, susceptíveis de se transformar em reservatórios estanques de conhecimento. Pelo contrário, a especialização convive com a interdisciplinaridade. Assim, por exemplo, disciplinas de competências transversais, que visam a aquisição de competências em áreas de conhecimento não nucleares à formação em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, utilizam casos de estudos fornecidos por disciplinas de especialização. Consegue-se, deste modo que os formandos olhem para os problemas segundo perspectivas diversas. Para tal, um projecto é olhado na perspectiva dos requisitos técnicos que devem ser satisfeitos, na perspectiva da gestão de engenharia, do mercado, etc. Neste contexto, o trabalho individual é enquadrado no trabalho de equipa, numa perspectiva de engenharia simultânea, levada a efeito num ambiente de ‘mundo real’ no qual os professores são especialistas das matérias ensinadas, quer pela vivência de investigação quer pela prática profissional avançada.

1.5. Organização do ciclo de formação O sistema educativo é organizado em processos educativos, designados por unidades curriculares, que visam desenvolver nos alunos, ao longo do curso, a endogeneização das metodologias de análise e de resolução de problemas. Cada unidade curricular apresenta objectivos próprios, corporizados em competências, satisfazendo o objectivo central. O grau de sucesso da realização destes objectivos deve ser mensurável. Os métodos de ensino devem ser orientados para a aquisição das competências a desenvolver pelos alunos em resultado da realização com sucesso de cada unidade curricular. Adicionalmente, para cada área científica, procura-se que os objectivos das diferentes disciplinas permitam aos alunos a integração de conhecimentos e de metodologias obtidas nas disciplinas anteriores. Deste modo, os alunos são ajudados a relacionar, de forma contínua, os conhecimentos novos com os já adquiridos, aumentando a sua compreensão, e a sua capacidade de aplicação do conhecimento e da compreensão e tornando assim o todo superior à soma das partes. Este racional corresponde a uma integração vertical. Todavia, como foi realçado, os objectivos centrais do ciclo de formação exigem o desenvolvimento da capacidade de integração inter-disciplinar no contexto da formação e desejavelmente, com ligação ao mundo exterior. A aquisição deste tipo de formação é demonstrada na realização da Dissertação de Mestrado no último ano de formação do segundo ciclo.

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2. A Engenharia Electrotécnica e de Computadores no IST

O contexto e a perspectiva histórica em que surgiu no IST o ensino da Engenharia Electrotécnica estão detalhadamente descritos num texto do Professor Abreu Faro, incluído no último relatório de avaliação da LEEC. A actualidade deste texto e a forma como descreve o aparecimento e a consolidação do ensino de Engenharia Electrotécnica e de Computadores no IST justificam a reprodução, neste documento, de partes deste texto, que testemunham a importância desta área de conhecimento no IST e no próprio país. (Alguns excertos do texto do Prof. Abreu Faro)

O Instituto Superior Técnico desde os primórdios até hoje orientou as suas actividades de acordo com a intenção primeira de uma formação de quadros superiores, inicialmente de modo mais marcado para o sector público, depois e também com ênfase para o sector privado. Foi sempre uma escola marcada pela modernidade e que não enjeitou contemplar e aproveitar do modelo estrangeiro onde exactamente convinha e a experiência se tinha revelado frutuosa e promissora. ….

Foi neste terreno que nasceu e se fundou em 1911 o Instituto Superior Técnico. Cientificamente e pedagogicamente, o Instituto Superior Técnico deve-se a Alfredo Bensaude, professor do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa desde 1884. A instalação requerida por Alfredo Bensaude levou-a a bom termo Duarte Pacheco. Foi na pausa de 1936-38, quando, de novo, Director, que Duarte Pacheco pôs a funcionar as novas instalações do IST que passaram a trabalhar em pleno em 1937. A acção de Duarte Pacheco foi notabilíssima e por ela se ofereceu à Engenharia Portuguesa motivação forte de intervenção em obras que urgia levar a efeito. …. Em 1955, Decreto nº 40378 de 14 de Novembro, são estabelecidos os « Novos Planos de Cursos de Engenharia Professados na Universidade Portuguesa». … É nessa ambiência que no âmbito da Engenharia Electrotécnica se definiu e se deu prioridade aos problemas de electrificação do País, da racionalização dos métodos e meios, de produção e distribuição de energia eléctrica: uma política da Electricidade, da energia eléctrica. Deve-se a um professor do IST a acção primeira e maior no domínio destas matérias. O Professor Ferreira Dias afirma-se na Junta de Electrificação Nacional, 1956, e acabará por dar realidade ao seu projecto criando a Companhia Nacional da Electricidade em 1947. Produção e distribuição da energia eléctrica aproveitamentos hidro-eléctricos, barragens, linhas e estruturas adequadas a alta e muito alta tensão constituíam o

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temário dominante da Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico desde os anos 30 até 1947. Em matéria de Comunicações, de Telecomunicações, a situação portuguesa no virar do século1 não era má, mas isso não se reflectia de modo significativo no ensino. No entanto, e isso já vinha de trás, por ocasião da criação do Instituto Superior Técnico constava do elenco das suas cadeiras a 42ª - « Telegraphia e Telephonia». Pelos anos 40 funcionava no âmbito da Engenharia Electrotécnica a cadeira de Telecomunicações regida por um professor da Escola do Exercito, o Prof. Brito Aranha que se especializara em França. … Neste espaço se alicerçou uma nova afirmação do Instituto Superior Técnico no domínio da Engenharia Electrotécnica. Por outro lado e no domínio da investigação científica as coisas modificaram-se, para melhor. Em 1952 foi criada a Comissão de Estudos da Energia o que ocorreu no âmbito do Instituto de Alta Cultura. A sua acção exercia-se através de Centros de Estudos, para a época bem equipados. … Assim se foram estabelecendo os nós das actuais infra-estruturas. Assim se preparavam os docentes capazes de arcar e propor ensino especializado em domínios actualizados da Electrotecnia dos anos 70. Dir-se-á sem erro ou exagero que estavam lançados todos os ingredientes que viabilizariam as reformas que há muito se impunham. … Resumindo e apurando o essencial: O Instituto Superior Técnico foi criado em 1911 no âmbito do Ministério do Fomento. Em 1930 foi criada a Universidade Técnica de Lisboa e nela, com outras três escolas, se integrou o Instituto Superior Técnico. O Instituto Superior Técnico pela dinâmica que presidiu à sua criação, pela modernidade das suas atitudes e iniciativas, pela formação que garantiu aos seus docentes, na Europa e nos Estados Unidos da América, pela acção continuada que esses docentes que se doutoraram e especializaram tem tido, orientando mestrados e doutoramentos, professando cursos especializados, intervindo em numerosos programas e projectos de investigação, por tudo isso se afirmou como uma Escola de excelência no panorama nacional e europeu. Nesse contexto, o Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores ocupa pela sua extensão e níveis de intervenção, que são diversos e importantes, um lugar cimeiro e fonte de irradiação de novos pólos de Ensino, Investigação e Desenvolvimento.

(Fim dos extractos do texto do Prof. Abreu Faro) 1 Não consta do documento, mas refere-se ao virar do século XIX para o século XX.

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Desde o fim do período a que se refere o texto do Prof. Abreu Faro até ao presente, o IST e em particular o DEEC, beneficiaram de importantes factores de desenvolvimento que se reflectiram na dinâmica dos cursos oferecidos. Entre estes factores estão as novas infra-estruturas proporcionadas pelo Programa Ciência e a criação de Institutos e de Centros de Investigação.

2.1. Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores A actual Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (LEEC) é um curso de 5 anos e está organizada em cinco Áreas de Especialização. O grau de Licenciado é atribuído numa Área Principal (major) e numa Área Secundária (minor) de especialização. A Licenciatura funciona num regime de créditos. Esta licenciatura está acreditada na Ordem dos Engenheiros (ver AnexoI) e foi já objecto de dois exercícios de auto avaliação. Os avaliadores externos que participaram da avaliação da LEEC destacaram a qualidade técnica e a capacidade notável de trabalho dos engenheiros qualificados pela LEEC. Uma falha frequentemente apontada a estes engenheiros está relacionada com a sua comparativamente fraca preparação em ciências sociais, nomeadamente no que se refere ao relacionamento entre pessoas, e ainda na sua pouca capacidade de comunicação oral e escrita. Foram indicadas sugestões no sentido de minorar essa falha na formação. Em consequência destes pareceres, os órgãos responsáveis pela licenciatura empenharam-se num esforço sério para implementar na LEEC diversos melhoramentos, quer de ordem técnica e humanística, quer de ordem pedagógica, podendo afirmar-se que algum progresso foi registado nesses campos. Em complemento do processo de adequação curricular da LEEC, o DEEC analisou a reformulação do seu programa de Mestrado tendo criado a possibilidade de realização do chamado Mestrado Integrado (MI). Na proposta de curso que agora se apresenta, são reforçadas substancialmente as competências transversais (soft skills). Propõem-se módulos de comunicação oral e escrita e de língua estrangeira durante o 1º ciclo e propõem-se duas disciplinas relacionadas com gestão de projectos de engenharia e com o empreendedorismo, a inovação e transferência de tecnologia no segundo ciclo. Mantém-se ainda no 2º ciclo um conceito implementado na actual LEEC, isto é, o conceito de disciplina livre. Esta disciplina pode ser escolhida de entre as disciplinas dos cursos no IST, necessitando porém do acordo da coordenação do curso. A actual (2005/2006) estrutura curricular da LEEC foi iniciada no ano lectivo de 2000/01 e caracteriza-se por um tronco comum sólido, permitindo contudo aos alunos a escolha orientada do seu plano de estudos através de um conjunto de precedências e de uma combinação entre uma Área Principal de Especialização e uma Área Secundária de Especialização as quais estão estruturadas em termos do número de créditos atribuídos a diferentes grupos de disciplinas. Este regime é mais flexível do que o tradicional regime de ramos, dando uma liberdade adicional ao aluno na escolha do conteúdo completo da sua Licenciatura. Nesta adequação procurou-se implementar as duas directrizes gerais encorajadas na última Avaliação Externa da LEEC, isto é, melhorar a formação humanística dos licenciados e aumentar a flexibilidade do curso. De facto, pela sua organização coerente em Áreas de Especialização, a LEEC passou a dispor de um modelo onde é mais simples introduzir alterações do que no modelo de Ramos, respondendo ao requisito de “flexibilidade”, definido e valorizado no Guião da Fundação das Universidades Portuguesas (FUP). Este modelo mantém-se na estrutura proposta para o novo MEEC. É num contexto de melhoria contínua dos processos educativos, que se propõe agora a reformulação do ensino de Engenharia Electrotécnica e de Computadores de forma a enquadrar-se nos princípios e práticas associados e subjacentes ao modelo de Bolonha.

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3. Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Descreve-se nesta secção a organização do novo Ciclo Integrado de Estudos conducente ao grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, MEEC. Assim, apresentam-se inicialmente os aspectos gerais da organização do MEEC. Seguidamente, apresenta-se o plano de estudos destacando-se a responsabilidade das várias áreas Científicas relativamente às disciplinas que constituem a estrutura curricular do MEEC. Apresentam-se ainda as tabelas de precedências entre disciplinas.

3.1. Objectivos Genéricos Entre os objectivos básicos que melhor destacam o modelo de Bolonha estão: o ensino centrado na aquisição de competências e a mobilidade. As competências são expressas no modelo de Bolonha através dos Descritores de Dublin, os quias estão organizados nas cinco categorias seguintes: (1) conhecimento e compreensão, (2) aplicação de conhecimento e compreensão, (3) formulação de juízos, (4) competências de comunicação e (5) competências de aprendizagem. Para satisfazer o primeiro objectivo, aquisição de competências, torna-se necessário identificar as competências associadas aos vários patamares do processo educativo, desde os grandes ciclos de aprendizagem às unidades curriculares, bem como aos conteúdos e modelos pedagógicos que permitirão aos formandos adquirir tais competências. Neste sentido, e em ligação com uma sólida formação técnica, procura-se implementar um modelo pedagógico que estimule o gosto pela pesquisa de conhecimentos e de soluções, pela prática da engenharia, individualmente e em equipa, num contexto interdisciplinar que explora as sinergias entre as diferentes disciplinas em curso em cada período lectivo. Para satisfazer o objectivo de mobilidade, recorre-se a um dos mecanismos básicos subjacentes ao modelo de Bolonha: a utilização do conceito de créditos ECTS (European Credit Transfer System). Sendo a LEEC actual uma licenciatura organizada num regime de créditos, a introdução deste conceito na nova organização do ciclo de ensino conducente ao MEEC está bastante facilitada. De facto, embora o conceito ECTS difira semanticamente do conceito de Unidade de Crédito (UC) praticado presentemente, a estrutura organizativa do ciclo actual de ensino mantém-se.

3.2. Estrutura do Curso O MEEC é organizado num regime de créditos (ECTS) devendo o aluno completar, em cada um dos estágios de formação, um número pré determinado de créditos. O ciclo completo de aprendizagem desenrola-se em 10 semestres aos quais correspondem 300 créditos ECTS. Embora se proponha que o MEEC seja organizado num ciclo integrado, mantém-se subjacente à sua formação o conceito de que há objectivos e competências específicas a ser atingidas progressivamente. Assim, há um primeiro ciclo de formação, com a duração de 6 semestres, ao qual correspondem 180 ECTS, no qual o aluno adquire competências nas Ciências Básicas de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Embora nesta proposta este ciclo não seja individualizado, ao terminá-lo o aluno poderá requerer o diploma de Licenciado em Ciências da Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Porém, esta nova licenciatura não lhe dará acesso à inscrição na Ordem dos Engenheiros, a qual só confere o título profissional de Engenheiro após uma formação de 10 semestres (300 ECTS).

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Nestes primeiros 6 semestres os alunos obterão competências em Ciências Básicas da Engenharia e em Ciências Básicas da Engenharia Electrotécnica, através de um conjunto de disciplinas estruturantes nestes domínios. Estes seis semestres constituem, de facto, um Tronco Comum de formação para os Mestrados em Engenharia Electrotécnica. Nos 3 semestres subsequentes os alunos adquirirão competências em Áreas de Especialização. O modelo seguido na organização deste ciclo de formação do MEEC é o modelo de Áreas Principais (majors) e Áreas Secundárias (minors) praticado na actual LEEC. Os alunos deverão completar uma Área Principal e uma área Secundária. O 10º semestre é dedicado à elaboração e discussão da Dissertação de Mestrado.

3.3. Organização Pedagógica O modelo de organização pedagógica adoptado no MEEC está de acordo com os princípios delineados pelo Conselho Científico (CC) do IST para a adequação das várias licenciaturas da Escola ao modelo de Bolonha.

Na atribuição de ECTS às unidades curriculares constituintes do curso, valoriza-se na contabilização do esforço dos alunos, o número de horas de ensino presencial em aulas de diversos tipos e o número de horas de trabalho autónomo ou em grupo realizado pelos alunos.

Cada ECTS corresponde a 28 horas de trabalho, distribuído entre ensino presencial e trabalho autónomo. Consideram-se, em cada semestre, 14 semanas efectivas de aulas.

De acordo com as directivas do CC do IST, o modelo de organização pedagógica é baseado num máximo de 25 horas de contacto nos dois primeiros anos e de aproximadamente 22.5 horas nos anos subsequentes. Esta carga horária representa no máximo 40% do total de horas de trabalho semanal exigido ao aluno.

3.4. Modelo de ensino Subjacentes ao modelo de Bolonha estão os conceitos de aprendizagem e da sua validação através da demonstração de competências. A aplicação destes conceitos exige que o docente acompanhe e monitorize o progresso do aluno na consecução dos seus objectivos de aprendizagem.

Métodos de ensino aprendizagem e demonstração de competências Pretende-se que os estudantes adquiram conhecimento, compreensão e capacidade de aplicação do conhecimento em áreas tecnológicas do domínio da Engenharia Electrotécnica e de Computadores.

Pretende-se ainda que desenvolvam as capacidades de comunicação oral e escrita na língua mãe e em línguas estrangeiras bem como adquiram a capacidade de gestão de projectos de engenharia e sejam capazes de se ver como empreendedores e motores de inovação e de transferência de tecnologia.

Esta aprendizagem é realizada através das disciplinas de índole técnica e de 4 disciplinas de competências transversais.

O ensino processa-se através de aulas, de seminários e de orientação de trabalhos.

A aprendizagem processa-se por meio de estudo, reflexão, realização de problemas, de laboratórios, de projectos e de apresentação de trabalhos, entre outros.

A demonstração de competências é validada através de exames, testes, problemas, relatórios de projectos, sistemas desenvolvidos e de apresentações orais e escritas.

O ensino presencial tem lugar em aulas teóricas, de problemas, laboratoriais e seminários. Através destas aulas é transmitido conhecimento ao aluno num processo em que se valoriza muito a estimulação do aluno para intervir activamente como construtor do seu próprio

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conhecimento. A apreensão deste conhecimento exige que o aluno acompanhe o progresso da exposição através de estudo e de reflexão.

São utilizados exemplos concretos para a explicação de conceitos e utilizam-se problemas para relacionar matérias. A capacidade de relacionar o que se conhece com o que é exposto de novo estimula a compreensão.

Os alunos são assim incentivados a resolver problemas ilustrativos das diversas matérias. São fornecidos problemas com resolução e problemas sem solução bem como questões que orientam o aluno na redescoberta dos métodos a estudar.

Se os primeiros ajudam a perceber determinada aplicação de conceito, os segundos ajudam o estudante a aplicar e relacionar conceitos de uma forma autónoma. Só a resolução do segundo tipo de problemas ajudará o aluno a compreender uma matéria e a demonstrar que a compreendeu.

Os laboratórios destinam-se a demonstrar em realização física os conceitos aprendidos e são um primeiro degrau para a realização de sistemas. São utilizados para demonstrar o comportamento físico de dispositivos e sistemas. São ainda utilizados para, através dos desvios entre o comportamento real e os resultados obtidos através de modelos teóricos, compreender o significado de um dos mais importantes conceitos de engenharia, o conceito de modelo, como representação limitada (somente os aspectos considerados relevantes para o efeito) da realidade bem como o significado de domínio de validade, como o âmbito no qual o modelo é válido. Permitem ainda introduzir e aferir os conceitos de erro e de grau de confiança em resultados. Estimulam a atitude de crítica de resultados, ao fomentar a comparação entre o medido e o esperado. Os laboratórios são avaliados através de relatórios e eventualmente de respostas, escritas ou orais, a questões relacionadas com os trabalhos.

Os seminários são fóruns de divulgação de conhecimento. Abrem caminhos, estimulam a curiosidade científica e são o meio por excelência para rasgar novos horizontes e como plataforma para o estímulo da aprendizagem autónoma.

O seu resultado pode ser avaliado através de trabalhos de pesquisa (escritos e/ou orais) realizados sobre os temas apresentados, ou outros.

Finalmente através de projectos podem aprender-se conceitos importantes de engenharia, nomeadamente, a captura para cada enunciado mais ou menos vago de problemas propostos, de requisitos de engenharia que os descrevem, a procura de tecnologias existentes que possam adequar-se à resolução do problema em causa, e a procura da metodologia de desenvolvimento mais adequada.

Na realização do sistema pode ser introduzida a noção de processo de desenvolvimento, que foca a necessidade de criação da equipa, da definição de tarefas, de tempos de realização de relatórios de progresso e técnico, etc.

A noção da gestão do tempo e do cumprimento dos prazos é crucial neste elemento de ensino.

Estas últimas competências são o foco de uma das disciplinas de competências transversais leccionadas no segundo ciclo, isto é, Gestão de Projecto de Engenharia. Os casos de estudo são fornecidos pelas disciplinas técnicas que funcionam no mesmo semestre.

Consegue-se deste modo, adquirir competências múltiplas, nomeadamente, de pesquisa, de realização de trabalho em grupo ou em equipa e de comunicação interpessoal. Consegue-se ainda através dos relatórios e da exposição oral aferir e aprimorar a capacidade de comunicação oral e escrita.

Uma última competência que se pretende ver desenvolvida nos estudantes é a capacidade de empreendedorismo. Na disciplina de Empreendedorismo, Inovação e Transferência Tecnológica, procurar-se-á que os alunos utilizem os projectos que desenvolvem noutras disciplinas para confrontá-los com os existentes no mercado, a fim de determinar até que ponto faz sentido transformá-lo em produto. O aluno é treinado a avaliar quais os custos, quais as oportunidades, etc., preparando-se deste modo para, na sua vida profissional, ser um protagonista na cadeia de criação de valor na sua vida profissional.

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3.5. Estrutura Curricular Como foi referido, o ciclo integrado de ensino está organizado em 10 semestres. Os 6 semestres iniciais visam a aquisição de competências em ciências Básicas de Engenharia Electrotécnica e conferem o grau de Licenciatura em Ciências de Engenharia - Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Os 3 semestres finais conferem competências em áreas de especialização neste domínio da Engenharia. O último semestre destina-se à realização e discussão da Dissertação e Mestrado. Nas Bases da Engenharia incluem-se matérias comuns a um número significativo de licenciaturas, nomeadamente, a Matemática, a Física a Química e a Gestão. No grupo das Bases da Engenharia Electrotécnica e de Computadores englobam-se todas as matérias básicas da formação dos engenheiros electrotécnicos e de computadores. No que se refere às Áreas de Especialização, considera-se que cada Área deve englobar todas as disciplinas necessárias ao seu domínio de especialização, pelo que existirão disciplinas comuns a diversas áreas. Por exemplo, uma área de Telecomunicações deverá englobar algumas disciplinas de Electrónica. O aluno tem a liberdade de escolher a Área Principal (AP) e a Área Secundária (AS) que entender, desde que sejam diferentes, devendo realizar 9 disciplinas na Área Principal e 3 disciplinas na Área Secundária. São definidas as seguintes cinco Áreas de Especialização:

• Computadores • Energia • Sistemas, Decisão e Controlo • Electrónica • Telecomunicações

Qualquer destas áreas (ou subconjuntos das suas disciplinas constituintes) constitui também uma AS. Existe ainda a Área de Especialização Secundária em Biologia Computacional.

Apresenta-se seguidamente a organização curricular dos diferentes semestres que constituem o ciclo integrado de formação conducente ao grau de Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Nas Tabela 1 a Tabela 5 indicam-se as disciplinas das diferentes áreas científicas incluídas na formação das ciências básica da Engenharia Electrotécnica, bem como o número de ECTS atribuídos aos diversos grupos de disciplinas. Na Tabela 6 apresenta-se a estrutura curricular do Tronco Comum. A organização pedagógica das várias unidades, através da carga horária relativa a aulas presenciais que lhes correspondem e ainda o número total de horas de contacto está indicada nos formulários em anexo.

3.5.1. Área Científica de Computadores

1º Ciclo (30 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas (cada 6 ECTS)

Sistemas DigitaisArquitectura de Computadores 12 Arquitectura de Computadores Programação Algoritmos e Estruturas de Dados

Metodologia e Tecnologia da Programação 18

Programação de Sistemas

Tabela 1 – Unidades curriculares das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica da Área Científica de Computadores

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3.5.2. Área Científica de Energia

1º Ciclo (12 ou 18 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas (cada 6 ECTS)

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia 12 Electrotecnia Teórica

Fundamentos de Energia Eléctrica Redes e Sistemas de Energia 0 ou 6 Redes e Instalações Eléctricas*

* Em opção com Redes de Computadores

Tabela 2 – Unidades curriculares das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica da Área Científica de Energia

3.5.3. Área Científica de Electrónica

1º Ciclo (30 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas (6 ECTS cada)

Análise de Circuitos Fundamentos de Electrónica Electrónica I

Disp. e Cir. Electrónicos 24

Electrónica II Sistemas Electrónicos 6 Instrumentação e Medidas

Tabela 3 – Unidades curriculares das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica da Área Científica de Electrónica

3.5.4. Área Científica de Sistemas, Decisão e Controlo

1º Ciclo (12 ou18 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas (6 ECTS cada)

Controlo Decisão e Controlo 6 ou 12 Modelação e Simulação* Sinais e Sistemas 6

Sinais e Sistemas *Em opção com Materiais

Tabela 4 – Unidades curriculares das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica da Área Científica de Sistemas, Decisão e Controlo

3.5.5. Área Científica de Telecomunicações

1º Ciclo (12 ou 18 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas de Licenciatura (6 ECTS cada)

Fundamentos das Comunicações 6 Fundamentos de Telecomunicações

Propagação e Radiação 6 Propagação e Radiação de Ondas Electromagnéticas

Redes e Sistemas de Telecomunicações 0 ou 6 Redes de Computadores * *Em opção com Redes e Instalações Eléctricas

Tabela 5 – Unidades curriculares das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica da Área Científica de Telecomunicações

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3.6. Estrutura do Tronco Comum Disciplinas ECTS

1º ano 1º Semestre Álgebra Linear 6 Cálculo Diferencial e Integral I 6 Programação 6

Química 6 Sistemas Digitais 6

1º ano 2º Semestre

Algoritmos e Estrutura de Dados 6

Cálculo Diferencial e Integral II 7.5

Mecânica e Ondas 6

Arquitectura de Computadores 6

Língua Estrangeira 4.5 2º ano 1º Semestre

Análise de Circuitos 6 Análise Complexa e Equações Diferenciais 7.5 Electromagnetismo e Óptica 6 Gestão 4.5 Prob. Estatística 6

2º ano 2º Semestre

Matemática Computacional 4.5

Termodinâmica e Estrutura da Matéria 6

Fundamentos de Electrónica 6

Electrotecnia Teórica 6

Sinais e Sistemas 6

Comunicação Oral e Escrita 1.5 3º ano 1º Semestre

Programação de Sistemas 6 Electrónica I 6 Fundamentos de Energia Eléctrica 6 Fundamentos de Telecomunicações 6

Controlo 6

3º ano 2º Semestre

Instrumentação e Medidas 6

Prop e Rad Ondas Electromagnéticas 6

Electrónica II 6 Redes e Instalações Eléctricas ou Redes de Computadores 6 Propriedades e Desempenho de Materiais ou Modelação e Simulação 6

Tabela 6 – Estrutura curricular e Pedagógica do Tronco Comum do MEEC

3.7. Áreas de Especialização A estrutura curricular nas Áreas de Especialização segue também, como pode observar-se na Tabela 7, o modelo de organização pedagógica delineado pelo Conselho Científico do IST no que se refere às cargas horárias presenciais em cada unidade curricular. Na Tabela 7 apresenta-se a estrutura curricular dos dois últimos semestres do ciclo de estudos. Nesta tabela, AP/AS refere-se a disciplinas da Área Principal ou da Área Secundária.

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Disciplinas ECTS

4º ano 1º Semestre AP/AS 6 AP/AS 6 AP/AS 6 AP/AS 6 Livre 6

4º ano 2º Semestre AP/AS 6

AP/AS 6

AP/AS 6

AP/AS 6

Gestão de Projectos de Engenharia 6 5º ano 1º Semestre

AP/AS 6 AP/AS 6 AP/AS 6

AP/AS 6

Empreededorismo, Inovação e Transferência de Tecnologia 6

5º ano 2º Semestre

Dissertação 30

Tabela 7 – Estrutura curricular e Pedagógica dos semestres de especialização do MEEC

Na Tabela 7 a disciplina Livre representa, como foi dito anteriormente, a possibilidade que um aluno tem de frequentar qualquer disciplina leccionada em qualquer curso do IST, desde que tenha a concordância da coordenação do MEEC. Nas Tabela 8 a Tabela 12 apresentam-se as estruturas curriculares relativas às Áreas de Especialização do MEEC, indicando-se o número de créditos ECTS que o aluno deverá obter para terminar a sua graduação.

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3.7.1. Área de Especialização em Computadores

Área Principal de Computadores

Área Científica Grupo de Disciplinas ECTS/GD Disciplinas ECTS/D

Arq. Avançadas Computadores 6

Projecto de Sistemas Digitais 6 Sistemas Operativos e Distribuídos 6

Arquitectura de Computadores

12 ou 18

Sistemas Computacionais 6

Software de Telecomunicações 6

Programação Orientada por Objectos 6

Computadores

Met. Tecnologia da Programação(DEI)

Metodologia e Tecnologia da Programação

Linguagens de Programação Compiladores 6

Sistemas de Informação (DEI)

Sistemas de Informação

12 ou 18

Sist. Informação e Bases de Dados 6

Redes com Integração de Serviços 6

Redes Móveis e Sem Fios 6 Computadores Redes de Comunicação e de Informação

Redes de Acesso 6

Telecomunicações Redes e Sistemas de Telecomunicações

12 ou 18

Redes de Computadores 6

Aplicações de Proc. de Sinais a Sist. Multimédia 6 Sistemas, Decisão e

Controlo

Sinais e Sistemas

Aprendizagem Automática 6

Electrónica Electrónica de Computadores

0 ou 6

Electrónica das Interfaces 6

Área Secundária de Computadores (18 ECTS)

Pertencem a esta área secundária todas as disciplinas da área principal que fazem parte dos seguintes grupos de disciplinas: Arquitectura de Computadores, Metodologia e Tecnologia da Programação, Redes de Comunicação e Informação e Sistemas de Informação (DEI)

18

Tabela 8 – Estrutura curricular da Área de Especialização de Computadores

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3.7.2. Área de Especialização em Electrónica

Área Principal de Electrónica Área Científica Grupo de Disciplinas ECTS/GD Disciplinas de Mestrado (2º ciclo) ECTS /D

Electrónica Rápida 6

Microelectrónica 6 Dispositivos e Circuitos Electrónicos 6 a 12

Sensores e Actuadores 6 Simulação e Teste de Sistemas Electrónicos 6

Filtros Analógicos e Digitais 6

Electrónica de Potência 6

Sistemas Integrados Analógicos 6

Sistemas de Medida em Radiofrequência 6

Sistemas Electrónicos 18 a 24

Sistemas Electrónicos das Telecomunicações 6

Electrónica de Computadores 6

Electrónica das Interfaces 6 Sistemas Electrónicos de Processamento de Sinal 6

Electrónica

Electrónica de Computadores 12 a 24

Instrumentação Suportada em Computadores Pessoais 6

Arquitecturas Avançadas de Computadores 6 Arquitectura de

Computadores Projecto de Sistemas Digitais 6 Computadores

Metodologia e Tecnologia da Programação

6 a 18

Programação Orientada por Objectos 6

Comunicação de Áudio e Vídeo 6 Telecomunicações Redes e Sistemas de

Telecomunicações 0 a 6 Redes de Computadores (*) 6

(*) Para os alunos que não frequentaram a disciplina no 1º ciclo

Área Secundária de Electrónica

Pertencem a esta Área Secundária todas as disciplinas da área principal indicadas nos grupos de disciplinas Dispositivos e Circuitos Electrónicos, Sistemas Electrónicos e Electrónica de Computadores

18

Tabela 9 – Estrutura curricular da Área de Especialização de Electrónica

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3.7.3. Área de Especialização em Energia

Área Secundária de Energia (18 ECTS)

Pertencem a esta área secundária todas as disciplinas da área principal de energia 18

Tabela 10 – Estrutura curricular da Área de Especialização de Energia

Área Principal de Energia

Área Científica Grupo de Disciplinas ECTS/GD Disciplinas ECTS/D

Produção e Consumo de Energia Eléctrica 6 6–12

Energias Renováveis e Produção Descentralizada 6

Sistemas Electromecânicos I 6

Sistemas Electromecânicos II

6

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

12–18

Accionamentos e Veículos Eléctricos 6

Análise de Redes de Energia I 6

Análise de Redes de Energia II 6

Alta Tensão 6

Controlo e Operação de Sistemas de Energia 6

Tecnologias do Transporte e Distribuição 6

Redes e Sistemas de Energia 18–24

Sistemas de Energia em Ambiente de Mercado 6

Electrónica de Regulação e Comando 6

Electrónica de Energia I 6

Electrónica de Energia II 6

Energia

Electrónica de Energia 12–18

Sistema de Energia em Telecomunicações 6

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3.7.4. Área de Especialização em Sistemas, Decisão e Controlo

Área Principal de Sistemas, Decisão e Controlo Área Científica Grupo de Disciplinas ECTS/GD Disciplinas ECTS/D

Inteligência Artificial e Sistemas de Decisão 6

Modelação, Identificação e Controlo Digital 6

Sistemas de Controlo Distribuído em Tempo Real 6

Controlo em Espaço de Estados 6

Decisão e Controlo

Optimização e Algoritmos 6

Automação de Processos Industriais 6

Modelação e Controlo de Sistemas de Manufactura 6

Robótica 6

Robótica

24 ou 30

Sistemas Autónomos 6

Processamento de Fala 6

Processamento de Imagem e Visão 6

Aprendizagem Automática 6

Sistemas, Decisão e Controlo

Sinais e Sistemas

18

Processamento Digital de Sinais 6

Computadores Arquitectura de Computadores 0 ou 6 Sistemas Computacionais 6

Redes e Sist. de Tele Mecanismos de Suporte à Qualidade de Serviço na Internet 6

Telecomunicações

Electrónica Dispositivos e Circuitos

Electrónicos

6 Sensores e Actuadores 6

Área Secundária de Sistemas, Decisão e Controlo

Pertencem a esta área secundária todas as disciplinas da área principal que fazem parte dos seguintes grupos de disciplinas: Decisão e Controlo, Sinais e Sistemas e Robótica e ainda a disciplina de Sensores e Actuadores 18

Tabela 11 – Estrutura curricular da Área de Especialização de Sistemas, Decisão e Controlo

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3.7.5. Área de Especialização em Telecomunicações

Tabela 12 – Estrutura curricular da Área de Especialização de Telecomunicações

Área Principal de Telecomunicações Área Científica Grupo de Disciplinas ECTS/GD Disciplinas ECTS/D

Compressão e Codificação de Dados 6

Transmissão Digital 6 Fundamentos das Comunicações 6 a 18

Teoria da Comunicação 6

Redes de Computadores 6 Mecanismos de Suporte à Qualidade de Serviço na Internet 6 6 a 18 Gestão e Políticas Públicas de Telecomunicações 6

Sistemas de Telecomunicações Via Rádio 6

Sistemas de Comunicações Móveis 6

Comunicação de Áudio e Vídeo 6

Redes e Sistemas de Telecomunicações

12 a 24

Sistemas e Redes de Telecomunicações 6

Microondas 6

Radiopropagação 6

Antenas 6

Telecomunicações

Propagação e Radiação 12 a 24

Fotónica 6 Dispositivos e Circuitos Electrónicos Electrónica Rápida 6

Electrónica de Computadores

Sistemas Electrónicos de Processamento de Sinal 6 Electrónica

Sistemas Electrónicos

6 a 12

Sistemas Electrónicos das Telecomunicações 6

Área Secundária de Telecomunicações (18 ECTS)

Pertencem a esta área secundária todas as disciplinas acima indicadas dos Grupos de disciplinas: Fundamentos das Comunicações, Redes e Sistemas de Telecomunicações e Propagação e Radiação e ainda a disciplina: Sistemas de Telecomunicações do GD: Redes e Sistemas de Telecomunicações

18

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3.7.6. Área Secundária de Biologia Computacional

1º Ciclo (30-36 ECTS) Grupo de Disciplinas (GD) ECTS/GD Disciplinas (cada 6 ECTS)

Sistemas de Informação (DEI) Sistemas de Informação e Bases de Dados

Sinais e Sistemas 6

Aprendizagem Automática AC/GD Ciências Biológicas 6 Bioquímica e Biologia Molecular

AC Metodologia e Tecnologia da Programação, GD - Algoritmia 6 Biologia Computacional

Tabela 13 – Unidades curriculares da Área Científica de Biologia Computacional

3.8. Precedências

Indicam-se de seguida (Tabela 14 e Tabela 15) as listas de precedências entre diversas disciplinas que constituem a estrutura curricular do MEEC.

Grupo de Disciplinas Disciplinas Precedências Metodologia e Tecnologia da Programação

Algoritmos e Estruturas de Dados

Programação

Dispositivos e Circuitos Electrónicos

Análise de Circuitos Álgebra

Arquitectura de Computadores Arquitectura de Computadores Sistemas Digitais

Decisão e Controlo Controlo Sinais e Sistemas Sistemas Electrónicos Electrónica I Fundamentos de Electrónica Sistemas Electrónicos Electrónica II Electrónica I

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

Electrotecnia Teórica Electromagnetismo e Óptica e Cálculo Diferencial e Integral II e Análise Complexa e Equações Diferenciais

Dispositivos e Circuitos Electrónicos

Fundamentos de Electrónica Análise de Circuitos

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

Fundamentos de Energia Eléctrica

Electrotecnia Teórica

Fundamentos das Comunicações

Fundamentos de Telecomunicações

Análise Complexa e Equações Diferenciais ou Sinais e Sistemas

Sistemas Electrónicos Instrumentação e Medidas Electrónica I e Sinais e Sistemas

Decisão e Controlo Modelação e Simulação Sinais e Sistemas

Metodologia e Tecnologia da Programação

Programação de Sistemas Programação

Propagação e Radiação Propagação e Radiação de Ondas Electromagnéticas

Electromagnetismo e Óptica e Cálculo Diferencial e Integral II e Análise Complexa e Equações Diferenciais

Redes e Sistemas de Telecomunicações

Redes de Computadores Algoritmos e Estruturas de Dados

Redes e Sistemas de Energia Redes e Tecnologias da Energia

Fundamentos de Energia Eléctrica

Sinais e Sistemas Sinais e Sistemas Análise Complexa e Equações Diferenciais

Tabela 14 – Tabela de Precedências do Tronco Comum do MEEC

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Grupo de Disciplinas Disciplinas Precedências Redes e Sistemas de Energia Análise de Redes de Energia I Fundamentos de Energia Eléctrica Redes e Sistemas de Energia Análise de Redes de Energia II Fundamentos de Energia Eléctrica Propagação e Radiação Antenas Propagação e Radiação de Ondas

Electromagnéticas Sinais e Sistemas Aplicações de Proc. de Sinais a

Sist. Multimédia Sinais e Sistemas

Sinais e Sistemas Aprendizagem Automática Algoritmos e Estruturas de Dados e Sinais e Sistemas

Arquitectura de Computadores Arq. Avançadas Computadores Arquitecturas de Computadores Decisão e Controlo Automação de Processos

Industriais Sinais e Sistemas

Metodologia e Tecnologia da Programação

Processamento de Linguagens Algoritmos e Estruturas de Dados

Fundamentos das Comunicações

Compressão e Codificação de Dados

Fundamentos de Telecomunicações

Decisão e Controlo Controlo em Espaço de Estados Controlo Electrónica de Computadores Electrónica das Interfaces Electrónica II Electrónica de Computadores Electrónica de Computadores Electrónica II, Arquit. Computadores Electrónica de Energia Electrónica de Energia I Electrónica II Electrónica de Energia Electrónica de Energia II Electrónica II Sistemas Electrónicos Electrónica de Potência Electrónica II Electrónica de Energia Electrónica de Regulação e

Comando Electrónica II

Dispositivos e Cicuitos Electrónicos

Electrónica Rápida Electrónica II e Propagação e Radiação de Ondas Electromagnéticas

Sistemas Electrónicos Filtros Analógicos e Digitais Sinais e Sistemas e Electrónica II Propagação e Radiação Fotónica Propagação e Radiação de Ondas

Electromagnéticas Redes e Sistemas de Telecomunicações

Gestão e Políticas Públicas de Telecomunicações

Redes de Computadores

Decisão e Controlo Inteligência Artificial e Sistemas de Decisão

Algorit. e Estruturas de Dados

Redes e Sistemas de Telecomunicações

Mecanismos de Suporte à Qualidade de Serviço na Internet

Redes de Computadores

Dispositivos e Circuitos Electrónicos

Microelectrónica Electrónica II

Propagação e Radiação Microondas Propagação e Radiação de Ondas Electromagnéticas

Decisão e Controlo Modelação e Controlo de Sistemas de Manufactura

Controlo

Decisão e Controlo Modelação, Identificação e Controlo Digital

Controlo

Decisão e Controlo Optimização e Algoritmos Algorit. e Estruturas de Dados e Análise Complexa e Eq. Diferenciais

Sinais e Sistemas Processamento de Fala Sinais e Sistemas Sinais e Sistemas Processamento de Imagem e

Visão Sinais e Sistemas

Sinais e Sistemas Processamento Digital de Sinais Sinais e Sistemas Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

Produção e Consumo de Energia Eléctrica

Termodinâmica e Estrutura da Matéria

Metodologia e Tecnologia da Programação

Programação Orientada por Objectos

Algoritmos e Estruturas de Dados

Arquitectura de Computadores Projecto de Sistemas Digitais Arquitecturas de Computadores Propagação e Radiação Radiopropagação Propagação e Radiação de Ondas

Electromagnéticas Redes de Comunicação e Informação

Redes de Acesso Redes de Computadores

Redes de Comunicação e Informação

Redes com Integração de Serviços

Redes de Computadores

Redes de Comunicação e Informação

Redes Móveis e Sem Fios Redes de Computadores

Decisão e Controlo Robótica Controlo Disp. e Cir. Electrónicos Sensores e Actuadores Fundamentos de Electrónica Sistemas Electrónicos Simulação e Teste de Sistemas

Electrónicos Electrónica II

Sistemas de Informação e Sistemas de Informação e Programação

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Bases de Dados Bases de Dados Decisão e Controlo Sistemas Autónomos Controlo Arquitectura de Computadores Sistemas de Controlo

Distribuído em Tempo Real Controlo ou Redes de Computadores

Redes e Sistemas de Telecomunicações

Sistemas de Telecomunicações Via Rádio

Fundamentos de Telecomunicações

Redes e Sistemas de Telecomunicações

Sistemas e Redes de Telecomunicações

Fundamentos de Telecomunicações

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

Sistemas Electromecânicos I Fundamentos de Energia Eléctrica

Electromagnetismo Aplicado e Conversão de Energia

Sistemas Electromecânicos II Fundamentos de Energia Eléctrica

Sistemas Electrónicos Sistemas Electrónicos das Telecomunicações

Electrónica II e Fundamentos de Telecomunicações

Electrónica de Computadores Sistemas Electrónicos de Processamento de Sinal

Electrónica II e Sinais e Sistemas

Arquitectura de Computadores Sistemas Computacionais Arquitecturas de Computadores Sistemas Electrónicos Sistemas Integrados Digitais Electrónica II Arquitectura de Computadores Sistemas Operativos e

Distribuídos Programação de Sistemas

Metodologia e Tecnologia da Programação

Software de Telecomunicações Algoritmos e Estruturas de Dados

Fundamentos das Comunicações

Teoria da Comunicação Fundamentos de Telecomunicações

Fundamentos das Comunicações

Transmissão Digital Fundamentos de Telecomunicações

Tabela 15 – Tabela de Precedências nas Áreas de Especialização do MEEC

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4. Resposta aos quesitos do Artº 63 – MEEC Considerandos: O ensino de Engenharia Electrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico bem como em várias Escolas do CLUSTER ao qual o IST pertence, está delineado e optimizado para um ciclo de formação de cinco anos. Esta tem sido a prática consolidada nas últimas décadas. Este modelo está acreditado pela Ordem dos Engenheiros, a qual só atribui o título de Engenheiro a formados com cursos de 5 anos (ver Anexo I). Este modelo está também acreditado pela Fundação das Universidades Portuguesas (ver Anexo II). Adicionalmente, as respostas aos inquéritos realizados juntos dos empregadores de Engenheiros Electrotécnicos e de Computadores pelo IST são bastante elogiosas da formação técnica ministrada no IST e valorizam bem as consequentes competências que conferem. O progresso do País exige a participação activa e crescente de engenheiros de concepção capazes de agir como agentes de inovação e de progresso tecnológico. Considera-se pois que os objectivos associados à formação em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, numa perspectiva de engenharia de concepção, devem manter-se, pelo que se reitera que são necessários cinco anos de formação para adquirir as competências técnicas e transversais necessárias à prática de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Considera-se ainda que esta formação deve ser conferida num ciclo integrado de 5 anos.

a) Indicação dos ciclos de estudo em funcionamento que são objecto da adequação:

Ciclo de estudo em funcionamento: Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (designada a seguir por LEEC).

Conversão para os dois ciclos seguintes em regime de Mestrado Integrado: Embora se considere que a formação e a aquisição de competências em Engenharia Electrotécnica e de Computadores são conferidas num ciclo de formação de 5 anos, por requisito legal, o Mestrado Integrado está organizado de forma a permitir e, quiçá, promover a mobilidade entre Escolas de Engenharia. Assim, numa primeira etapa, também designada por 1º Ciclo visa promover uma formação completa em Ciências de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Visa ainda iniciar a formação dos estudantes em Áreas Transversais de conhecimento, nomeadamente, a capacidade de comunicação oral e escrita, a capacidade de fazê-lo na língua mãe e em língua estrangeira, bem como a capacidade de gestão e organização do seu tempo. A capacidade de aprendizagem é estimulada através da contextualização da aprendizagem acima referida nas áreas nucleares de conhecimento da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, estimulando-se assim, para temas concretos, a capacidade de averiguação e de avaliação de soluções existentes e consequentemente a capacidade de formulação de juízos. Este ciclo

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formativo engloba um conjunto de 28 disciplinas comuns a todos os alunos e ainda 2 grupos de 2 disciplinas oferecidas em opção. A segunda etapa, também designada por 2º Ciclo visa a formação em áreas nucleares da Engenharia Electrotécnica e de Computadores que se situam tanto quanto possível nas fronteiras da tecnologia, e ainda a aquisição de competências técnicas e transversais essenciais à prática da Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Também neste caso, as disciplinas das Áreas Transversais de conhecimento são utilizadas como veículos de integração de conhecimentos e aprimoramento das competências transversais anteriormente indicadas. Para o efeito, são utilizados como casos de estudos exemplos de realização de projectos e de prática de engenharia fornecidos pelas disciplinas áreas nucleares de conhecimento da Engenharia Electrotécnica e de Computadores que decorrem em simultâneo com a disciplina das Áreas Transversais de conhecimento. Assim:

• 1º Ciclo conduz ao diploma de Licenciatura em Ciências de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, com a duração de 3 anos (6 semestres). Os detalhes de organização do primeiro ciclo estão descritos nas secções 3.5 e 3.6 deste documento.

• 2º Ciclo conduz ao diploma de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de

Computadores, com a duração de 2 anos (4 semestres). Os detalhes de organização do segundo ciclo estão descritos nas secções 3.7 e 3.7.1 a 3.7.6 deste documento.

b) Objectivos visados pelo ciclo de estudos:

Objectivos do 1º Ciclo: • Dotar os alunos de uma sólida formação de base que constitua o alicerce para a

aquisição dos conhecimentos tecnológicos específicos da Engenharia Electrotécnica e de Computadores e que lhes confira, em paralelo com a defesa dos princípios éticos da profissão, as competências de aprendizagem que lhes permitirão acompanhar a evolução dos conhecimentos e tecnologias ao longo de toda a sua vida profissional.

Objectivos do 2º Ciclo: • Dotar os alunos de uma formação avançada em áreas de especialização, tornando-os

praticantes peritos da Engenharia Electrotécnica e de Computadores com uma consciência atenta e crítica ao mundo exterior (mercado).

• Cultivar nos os alunos uma cultura de qualidade e excelência, atitude crucial numa área de conhecimento em que a evolução tecnológica é vertiginosa. Poderão deste modo intervir, como especialistas e motores de inovação e criação de riqueza, em domínios mais ou menos vastos da Engenharia Electrotécnica e de Computadores.

Objectivos dos dois ciclos integrados: O ensino da Engenharia Electrotécnica e de Computadores requer um ciclo de formação e de aprendizagem de cinco anos e visa:

• Formar profissionais capazes de intervir no domínio da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, a nível da concepção, incluindo designadamente a análise, especificação, projecto, industrialização, comercialização e utilização de produtos e serviços que utilizam a Electricidade, a par de outras formas de energia, tendo a Electrónica e as Tecnologias de Informação como suporte de realização.

• Desenvolver nos alunos uma consciência treinada nos princípios de ética profissional, que valorize e respeite a propriedade intelectual.

• Desenvolver nos alunos espírito crítico, flexível e criativo que contribua para os transformar em veículos de progresso na Sociedade.

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• Desenvolver nos alunos o espírito empreendedor que lhes permita agir como fomentadores e criadores de riqueza.

• Desenvolver nos alunos a capacidade de agir como praticantes e gestores de engenharia, contribuindo para a introdução de novos modelos de gestão que motivem e incrementem a produtividade nas suas áreas de intervenção

• Prover a formação académica necessária para a subsequente atribuição do título profissional de Engenheiro, conferido pela Ordem dos Engenheiros.

c) Fundamentação do número de créditos atribuído a cada unidade curricular.

Na nova estrutura curricular, está planeado que a grande maioria das disciplinas do MEEC tenha 6 ECTS. As excepções são as disciplinas de Competência Transversal do 1º ciclo e algumas disciplinas de Matemática. No âmbito da estrutura curricular actual tem-se feito um esforço considerável para conseguir que as diferentes disciplinas com mesmo número de unidades de crédito, exijam dos alunos esforços equivalentes. Assim, os objectivos e programas da generalidade das disciplinas, bem como os métodos de avaliação nelas praticados têm sido ajustados, ao longo do tempo, para que o esforço pedido aos alunos nas diferentes disciplinas com o mesmo número de unidades de créditos, seja idêntico. Estes ajustes baseiam-se nos resultados de inquéritos realizados regularmente aos alunos, cerca do final de cada semestre lectivo e na estimativa de esforço indicada pelos docentes durante as reuniões de preparação de cada semestre lectivo. Os valores indicados pelos alunos são confrontados com os valores estimados pelos docentes. Quando se observam discrepâncias entre os valores estimados pelos docentes e os indicados pelas respostas dos alunos, pede-se aos docentes que adaptem os objectivos e programas, bem como os métodos de ensino e aprendizagem das suas disciplinas aos valores desejáveis. Os docentes têm correspondido a este esforço de adequação. Isto pode constatar-se na Tabela 16, onde se apresenta o resumo dos resultados de inquéritos aos alunos realizados nos anos lectivos de 2000/2001 a 2004/2005. Estes dados referem-se aos tempos de estudo, para além das aulas, associados às diversas disciplinas da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica de acordo com o Curriculum actual.

Horas de estudo semanal para além das aulas

# disciplinas

sem resposta

# disciplinas com 11-15 h

# disciplinas com

6-10 h

# disciplinas com 2-5 h

# disciplinas com 0-1 h

média: 13 h média: 8 h média: 3.5 h média: 0.5 h 2004/05 8 2 15 87 1 2003/04 18 1 12 78 4 2002/03 30 2 16 74 1 2001/02 43 3 24 68 3 2000/01 32 4 29 65 3

Tabela 16 – Resumo das respostas a inquéritos aos alunos indicando os tempos de estudo das diversas disciplinas

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Como pode observar-se na Tabela 16, tem vindo a conseguir-se um maior equilíbrio e razoabilidade no esforço pedido aos alunos pelas diferentes disciplinas. De facto, tem vindo a reduzir-se progressivamente o número de disciplinas que exorbitam no esforço pedido aos alunos. Por outro lado, os docentes consideram que se os alunos trabalharem cerca de 5 horas por semana (para além das aulas) os resultados de aproveitamento situarão o máximo da curva de Gauss em cerca de 14 (em 20) valores. Este valor não é muito diferente do que os alunos indicam para a maioria das disciplinas Assim, parece lícito poder afirmar-se com grande confiança que não será difícil, no âmbito do modelo de Bolonha, conseguir que rapidamente o número de ECTS atribuídos no planeamento a cada unidade curricular do novo currículo seja um valor realista e reflicta o esforço de trabalho que corresponde ao número de créditos atribuídos. As 5 horas de esforço previstas para além das aulas, adicionadas ao número de horas de aulas por semana (em média 5 horas) conduzem a um total de cerca de 10 horas de esforço por disciplina. Admitindo em média 15 semanas de trabalho (incluindo o tempo de exames), serão 150 horas por disciplina por semestre. Cada ECTS corresponde a cerca de 25 a 28 horas. Assim, 150 horas correspondem efectivamente a 6 ECTS, que é o valor atribuído para quantificar o índice de esforço nas diferentes disciplinas da LEEC. Estas 5 horas de esforço para além das aulas, adicionadas ao número de horas de aulas por semana (em média 4.5 horas) por disciplina conduzem a um total de cerca de 10 horas de esforço por disciplina.

d) Fundamentação do número total de créditos que, com base no trabalho estimado, é atribuído a cada ciclo de estudos.

Conforme expresso nos considerandos inicialmente expostos nesta secção, o tempo de formação necessário à aquisição de competências na prática de engenharia de concepção é de 10 Semestres, o que corresponde no modelo de Bolonha a 300 créditos ECTS. Esta opção de estrutura organizativa está fundamentada na prática consolidada do ensino e formação em Engenharia Electrotécnica e de Computadores no IST e ainda na prática consolidada em várias grandes Escolas de Engenharia da Europa, nomeadamente em Escolas do CUSTER (ver Tabela 17). Esta organização curricular fundamenta-se ainda no requisito estipulado pela Ordem dos Engenheiros Nacional a qual só admite como membros, formados com cursos de no mínimo 5 anos de duração. A organização curricular que se propõe segue o modelo de ciclo integrado de formação, sendo fixados objectivos específicos para duas etapas do ciclo formativo. Embora os grandes objectivos de formação exijam um ciclo integrado de 5 anos, procurou-se que esta organização respeitasse dois dos grandes objectivos de Bolonha, nomeadamente, flexibilizar a mobilidade dos estudantes entre Escolas de Engenharia e estabelecer competências específicas para as diversas etapas formativas. Assim, estabelece-se uma primeira etapa, 1º ciclo, com um total de 180 créditos ECTS e uma segunda etapa, 2º ciclo, a que correspondem 120 créditos ECTS. O número de créditos atribuídos a cada uma das 2 etapas de formação é o considerado necessário para conferir as competências que se pretendem alcançar.

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Assim, na primeira etapa, 1º ciclo, o objectivo é conferir competências nas ciências básicas de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Na segunda etapa, o objectivo é conferir a formação avançada em áreas específicas deste domínio de conhecimento e competência no exercício da engenharia de concepção. Para se alcançarem os objectivos formativos do 1º ciclo, organizou-se uma estrutura curricular com 12 disciplinas estruturantes, 15 disciplinas das ciências básicas de engenharia, 2 disciplinas de competências transversais e ainda 2 disciplinas de opção. Isto perfaz um total de 31 disciplinas, exigindo 6 semestres (180 ECTS) (secções 3.5 e 3.6). Para se alcançarem os objectivos formativos do 2º ciclo organizou-se uma estrutura curricular em que se identificam 5 Áreas de Especialização Principais (majors) e 6 Áreas de Especialização Secundárias (minors). Cada Área Principal é constituída por 9 disciplinas. Cada Área Secundária é constituída por 3 disciplinas. Cada formando deve completar uma área principal, uma área secundária, 2 disciplinas de competências transversais e uma disciplina de formação livre. Finalmente, a sua especialização é completada pela realização de uma Dissertação. As disciplinas referidas anteriormente estão distribuídas por 3 semestres. A elaboração da Dissertação tem lugar no último semestre. São pois necessários 4 semestres (120 ECTS) para completar o 2º ciclo (secções 3.7 e 3.7.1 a 3.7.6). O formato proposto segue a legislação e recomendações de 30 créditos ECTS por semestre e destaca competências específicas associadas a cada etapa de formação.

e) Demonstração da adequação da organização do ciclo de estudos à aquisição de competências e aos objectivos fixados:

e-i) Aquisição de competências a que se referem os artigos 5º (Licenciatura) e 15º (Mestrado) Constitui objecto deste documento a proposta de um ciclo de estudos integrado conducente ao grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Assim, e embora se definam objectivos específicos para os diferentes patamares de ensino aprendizagem que constituem este ciclo integrado, a aquisição pelos alunos das competências fundamentais conforme explicitadas pelos descritores de Dublin é um objectivo subjacente e presente ao longo de todo o curso. Em conformidade, o avanço no curso deve corresponder ao aprimoramento de tais competências para que no final do ciclo integrado de formação sejam cumpridos os objectivos globais de formação. Cada ciclo deve conduzir ao aprimoramento das competências adquiridas no ciclo anterior. Esta preocupação constitui uma linha condutora nos processos de ensino e formação. Conforme foi descrito anteriormente, procura-se utilizar as disciplinas das áreas transversais como motores de fertilização cruzada de conhecimentos, o que relacionando conhecimentos diversos estimula a compreensão de cada um deles. Nesta perspectiva, parece indicado não separar as justificações relativas aos artigos 5º (Licenciatura) e 15º (Mestrado). Assim, para obter a graduação os alunos que completem com êxito os diversos ciclos de estudo devem satisfazer os seguintes requisitos:

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A) Possuir conhecimentos e capacidade de compreensão numa área de formação a um nível que:

• Sustentando-se nos conhecimentos de nível secundário, os desenvolva e aprofunde

(artigo 5).

De acordo com os requisitos de acesso à formação em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, assume-se que os alunos que entram no 1º ciclo têm conhecimentos em Matemática e Física, adquiridos a nível do 12º ano que lhes permitem desenvolver os conhecimentos nestas áreas de conhecimento, sendo as sucessivas matérias elaboradas a partir desse pressuposto, quer no âmbito destas disciplinas, consideradas estruturantes, quer no âmbito de outras disciplinas que constituem as ciências básicas de Engenharia. Na sequência desta aprendizagem, segue-se um conjunto de disciplinas, no âmbito das ciências básicas da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, em que os alunos podem aprender dispositivos e fenómenos que poderão utilizar nas disciplinas que constituem o 2º ciclo. A heterogeneidade de formação dos alunos oriundos das diversas escolas do ensino secundário não pode reflectir-se nos objectivos de aprendizagem que são comuns a todos os alunos.

• Sustentando-se nos conhecimentos obtidos no 1º ciclo, os desenvolva e aprofunde (artigo 15). Idênticos considerandos se aplicam aos alunos que tendo completado a primeira etapa de formação (1º ciclo) acedem aos 4 últimos semestres do curso. A formação adquirida pelos diferentes alunos é suficiente para que estes possam desenvolver e aprofundar o conhecimento, a compreensão, a capacidade de aplicação, de inovação e de intervenção no tecido empresarial, bem como a capacidade de aprendizagem necessária para se manterem profissionais actualizados e intervenientes ao longo da sua vida activa.

• Corresponda e se apoie em materiais de nível avançado (artigo 5º).

A bibliografia indicada para apoio às diversas disciplinas corresponde, sem margem para dúvida, a cursos de nível universitário, enquadrando-se pois neste requisito. Para além disso, existem materiais de ensino complementares, nomeadamente, séries de problemas e “lecture notes”, que completam a bibliografia básica e indiscutivelmente se situam a um nível avançado. Finalmente, o material laboratorial diz respeito a experiências em que as componentes criativas, interpretativas e de crítica se situam claramente num nível avançado.

Esta afirmação fundamenta-se no facto de que a maioria dos textos adoptados, bem como os trabalhos realizados pelos alunos são tipicamente (ou de nível idêntico) os utilizados nas Universidades de referência europeias e americanas.

• Em alguns dos domínios dessa área, se situe ao nível dos conhecimentos de ponta da mesma (artigo 5º).

• Permitam e constituam a base de desenvolimento e ou aplicações originais, em muitos casos em contexto de investigação (artigo15º). Pretende-se que o primeiro ciclo do curso dote os alunos com a capacidade de utilizar os conhecimentos das ciências básicas de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Estes conhecimentos constituem de facto, as ferramentas de pensamento que lhes permitirão, num contexto de ensino assistido (por exemplo, por continuarem os seus estudos no segundo ciclo ou por formação num contexto empresarial), ou por esforço autónomo, adquirir formação complementar em áreas específicas de engenharia. Assim, as matérias ensinadas no 1º ciclo correspondem primordialmente a uma base a ser posteriormente explorada nas disciplinas do 2º ciclo, onde se ensinam temas correspondentes ao estado da arte em todas as áreas

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científicas cobertas (Energia, Electrónica, Telecomunicações, Sistemas Decisão e Controlo e Computadores).

No 1º ciclo há já disciplinas em que se “abrem janelas” sobre o estado da arte das diversas áreas científicas da Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Desta forma, os alunos são confrontados com a realidade, mostrando-se-lhes como pesquisar novos temas, como relacioná-los com os conhecimentos de base adquiridos, e ainda como voltar-se para novos horizontes. Esta consecução é confirmada pela opinião dos empregadores. De facto, a grande maioria das empresas (cerca de ¾ dos inquiridos de acordo com o inquérito realizado na última auto avaliação da LEEC) considera que a LEEC tem acompanhado a evolução tecnológica, não havendo opiniões em sentido contrário (1/4 das empresas não exprimiram opinião sobre esta questão no inquérito realizado). Pode assim afirmar-se que no 1º ciclo se pratica um ensino ao nível dos conhecimentos de ponta em Engenharia Electrotécnica, na medida em que potencia a aprendizagem de novos temas e a busca de novos domínios. A opinião dos empregadores sobre a LEEC reflecte uma imagem muito positiva sobre a actual LEEC.

B)

Saber aplicar os conhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos, de forma a evidenciarem uma abordagem profissional ao trabalho desenvolvido na sua área vocacional (artigo 5º).

Saber aplicar os seus conhecimentos e a sua capacidade de compreensão adquiridos e de resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares, ainda que relacionados com a sua área de estudo (artigo 15º).

Estas características são evidenciadas pela consecução dos objectivos do 1º ciclo e pelos objectivos comuns aos dois ciclos de estudo. A opinião expressa pelos empregadores garante que estes objectivos têm vindo a ser atingidos com o curso existente. Com efeito, cerca de 60% dos empregadores consideram que o desempenho dos alunos da actual LEEC é superior ao dos de outras universidades, 30% considera que é igual e 10% não emite opinião. Na proposta agora apresentada, a estrutura do curso é aperfeiçoada, pelo que os alunos formados no 1º ciclo terão uma elevada capacidade (devido à sua formação em Ciências Básicas da Engenharia) para abordarem o 2º ciclo, ao fim do qual adquirem uma capacidade profissional de qualidade (tal como reconhecido pela Ordem dos Engenheiros).

C)

Capacidade de resolução de problemas no âmbito da sua área de formação e de construção e fundamentação da sua própria argumentação (artigo 5º)

A nível do 1º ciclo, esta capacidade é conferida pela estrutura e conteúdo das disciplinas que incluem uma base muito sólida em Matemática e Física, em que os alunos são intensamente treinados a pensar sobre problemas e a fundamentar e defender as suas soluções com base na sua própria argumentação. Isto aplica-se também às disciplinas de base das várias Áreas Científicas com que o aluno se depara no 1º ciclo, em que as componentes de raciocínio, crítica e criatividade são fortemente maioritárias em relação às componentes descritivas. Pode afirmar-se que o 1º ciclo

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proporciona as “ferramentas de pensamento” adequadas à abordagem de problemas de Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Adicionalmente procura-se que os estudante relacionem o pensamento abstracto com as áreas específicas de conhecimento do seu curso. A título de exemplo, refira-se o impacto que tem sobre a capacidade de aprendizagem dos alunos utilizar um pequeno circuito electrónico como demonstrador das potencialidades das matrizes e vectores próprios na álgebra. Este tipo de demonstradores constituirá um excelente meio de introduzir, por exemplo o conceito de modelo (neste caso uma formulação matemática descreve a realidade) como ferramenta fundamental na prática da engenharia. Ainda permitirá introduzir as noções de erro, precisão, domínios de validade, etc., conceitos igualmente cruciais no exercício da engenharia. Aplicar a mesma formulação matemática a problemas de natureza diversa, permitirá treinar a capacidade de abstracção, a qual é imprescindível para se distinguir, em cada situação o que é para ser considerado e o que pode ser desprezado. Por exemplo, um circuito RLC é descrito por equações diferenciais. Também um conjunto de reacções químicas, a temperatura ou um sistema electromecânico, sob certas restrições que definem a validade do modelo, podem ser descritos pelas mesmas equações. Esta abordagem (de que se apresentam apenas exemplos muito simples para ilustrar o princípio) além de treinar a mente na elaboração de modelos, permite olhar a matemática como uma ferramenta poderosíssima na prática da engenharia. Estas competências são demonstradas principalmente através da realização de exames, de testes e de relatórios de projectos ou laboratórios e ainda em alguns casos com apresentação e discussão oral.

Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com situações complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem ou condicionem essas soluções e essses juízos (artigo 15º).

A nível do ciclo de especialização, procura-se que os alunos sejam confrontados com problemas diferentes enquadrados em projectos de engenharia, em que não há soluções únicas e conhecidas à priori. Os alunos deverão procurar bibliografia relacionada, pesquisar a existência ou não de soluções, compará-las e tomar decisões sobre a forma mais adequada, para determinadas circunstâncias, de resolver o seu problema. Adicionalmente, e a fim de reforçar a componente de aplicação de conhecimentos e interdisciplinaridade procura-se que na medida do possível estes projectos sejam utilizados como casos de estudo das diversas áreas de especialização do MEEC sejam utilizados a ser utilizados como veículos de interdisciplinaridade através das disciplinas estruturantes leccionadas nos primeiros anos do curso. Estas competências são demonstradas através da realização de exames e de testes, mas principalmente através de realização de projectos, de relatórios, de comunicações orais e de discussões. É ainda avaliada, para cada aluno, a capacidade de realização de trabalho individual e em equipa, e ainda o carácter inovador e exploratório das soluções apresentadas.

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D)

Capacidade de recolher, seleccionar e interpretar a informação relevante, particularmente na sua área de formação, que os habilite a fundamentarem as soluções que preconizam e os juízos que emitem, incluindo na análise os aspectos sociais, científicos e éticos relevantes (artigo 5º).

A formação nestes aspectos provém de, o ensino assentar maioritariamente na componente de raciocínio e o espírito crítico, que é fortemente estimulada, e muito menos na componente descritiva. Ao longo do seu curso, quer no 1º ciclo, quer no 2º ciclo, os alunos são confrontados com problemas que têm de resolver com um elevado grau de iniciativa, procurando soluções originais. As soluções encontradas têm de ser justificadas e avaliadas sob vários aspectos. Embora o curso não inclua nenhum módulo explícito sobre Ética, os alunos são formados num ambiente em que a auto-responsabilização perante os outros e a sociedade está sempre presente. Há ainda disciplinas que incluem, distribuídas ao longo do seu programa, notas de reflexão histórica e filosófica. Este tipo de competência é principalmente avaliado através de relatórios contendo resultados de pesquisa e formulação de opiniões, bem como através de comunicações orais.

Ser capazes de comunicar as suas conclusões, e os seus conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidade (artigo 15º).

Embora este tipo de formação seja indicado na lei como requisito de competências a adquirir no 2º ciclo, ele constitui efectivamente uma preocupação dominante de formação ao longo de todo o curso. De facto, competências de comunicação oral e escrita, na língua mãe e em língua estrangeira são definidas como competências a adquirir desde o primeiro ano do curso. Considera-se que, deste modo, os alunos aplicarão tais competências ao longo de todo o curso sempre que lhes seja solicitado apresentar um trabalho, aprimorando a sua prática ao longo de todo o curso. Nas disciplinas de competências transversais do 2º Ciclo, está previsto o treino dos alunos na apresentação de temas para não especialistas no âmbito da Gestão de Projectos de Engenharia e da Inovação Tecnológica e Empreendedorismo. Finalmente, refere-se que no âmbito de várias disciplinas, sobretudo no 2º ciclo, os alunos devem fazer apresentações orais. Este tipo de competência é principalmente avaliado através de relatórios contendo resultados de pesquisa e formulação de opiniões, bem como através de comunicações orais. É ainda avaliada a capacidade de gestão de projectos, gestão de tempo e de formar e trabalhar em equipa.

E)

Competências que lhes permitam comunicar informação, idéias, problemas e soluções, tanto a públicos constituídos por especialistas como por não especialistas (artigo 5º).

Como foi referido, no 1º ciclo, foram incluídas 2 disciplinas de competências transversais especificamente nesta área, designadamente Comunicação Oral e Escrita e Língua Estrangeira. O ensino nestas disciplinas é realizado no contexto do domínio

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de conhecimento da Engenharia Electrotécnica. Assim, embora os módulos específicos das línguas sejam ensinados por especialistas (por exemplo segundo o modelo que o IST já pratica através de contrato com a Escola Superior de Formação de Setúbal) os exemplos de estudo poderão ser retirados de disciplinas nucleares da EEC. Deste modo, cultivar-se-ão competências adicionais de interdisciplinaridade, pesquisa, elaboração de juízos, e auto aprendizagem. No âmbito de várias disciplinas os alunos devem fazer relatórios escritos e apresentações orais. Estas competências são avaliadas através de relatórios e comunicação oral.

Competências de aprendizagem que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente orientado e autónomo (artigo 15º).

Conforma já foi referido, a índole da generalidade das disciplinas dos dois últimos anos do curso, e particularmente a realização da Dissertação de Mestrado, abordando problemas novos, sem soluções conhecidas de antemão, porventura com várias soluções possíveis, obrigam à realização de pesquisa bibliográfica, pesquisa e estudo de soluções possíveis, formulação de juízos, estabelecimento de compromissos ao mesmo tempo que desenvolvem conceitos fundamentais de engenharia, nomeadamente, noções de custo benefício, de risco, de gestão de tempo, de propriedade intelectual, de qualidade, de ética. Podem ainda exigir o estabelecimento de equipas e de trabalho em equipa. Esta prática é uma rampa de lançamento eficaz para a formação de engenheiros de concepção, com capacidade de realizar trabalho autónomo e em equipa, com capacidade de liderança e de abertura de novos caminhos. Estas competências são avaliadas através de relatórios, sendo ponderado o conteúdo e a forma, e ainda o através do desempenho dos alunos ao longo do processo.

F) Competências de aprendizagem que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida com elevado grau de autonomia (artigo 5º).

Este aspecto é assegurado pela escolha das matérias ensinadas, que cabem no âmbito das ciências base da Engenharia Electrotécnica e de Computadores, e também pelo tipo de ensino praticado, que fomentando a consulta de bibliografia adicional, abre janelas de conhecimento e estimula o gosto pela aprendizagem autónoma. Estas características são de há muito reconhecidas aos cursos do IST e à LEEC em particular. Estas competências são avaliadas através de relatórios, sendo ponderado o conteúdo e a forma, e ainda o através do desempenho dos alunos ao longo do processo.

e-ii) Objectivos fixados no nº 4 do artigo 18º O 2º ciclo proposto, conducente ao grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, consta, para além das disciplinas de competência transversal, de 12 disciplinas de especialidade (todas com 6 ECTS) e da realização de uma Dissertação (com 30 ECTS). Estas disciplinas estão organizadas em Áreas de Especialização Principais e Secundárias, devendo o aluno frequentar e obter aprovação em 9 disciplinas na Área de Especialização Principal e 3 na Área de Especialização Secundária. Adicionalmente o aluno deverá frequentar e obter aprovação numa disciplina de formação livre. Esta disciplina poderá ser uma do leque de disciplinas oferecidas no MEEC, ou uma disciplina de entre as oferecidas pelas diferentes

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licenciaturas no IST. Neste último caso, o aluno terá de obter a concordância da coordenação do ciclo de estudos. Esta organização permite, por um lado, garantir um espectro largo na formação dos futuros engenheiros, garantindo bases para uma sólida e longa vida profissional e, por outro, assegurar a coerência de uma especialização de natureza académica. Adicionalmente, quer durante os trabalhos realizados no âmbito da generalidade das disciplinas de especialidade, quer, principalmente, na realização da Dissertação, os alunos são envolvidos em actividades de investigação. Esta circunstância resulta do facto de mais de 90% do corpo docente estar envolvido em projectos de investigação no âmbito dos Institutos e Centros de Investigação, nos quais se desenvolve maioritariamente a investigação realizada no Instituto Superior Técnico, nas diversas áreas da Engenharia Electrotécnica. A qualidade e actualidade desta investigação, pode ser comprovada pelas inúmeras publicações em conferências internacionais e em revistas de grande prestígio e impacto a nível mundial.

f) Análise comparativa com cursos de referência no espaço europeu. Nas Universidades do CLUSTER (associação a que o IST pertence), que reflectem o modelo de formação que foi adoptado pelas principais universidades dos respectivos países, a formação total em Engenharia Electrotécnica e de Computadores é de 5 anos (ver Tabela 17). Na maioria dos casos, esta formação decorre em dois ciclos de 3 e 2 anos, respectivamente. As excepções a este modelo são os cursos ministrados no KTH de Estocolmo, com 4,5 anos e no Imperial College, com 4 anos. É de notar, contudo, que em qualquer destes casos se segue um modelo de mestrado integrado.

Tabela comparativa relativa a cursos nas escolas do CLUSTER

Imperial College (Londres) MEng – 4 anos

(3+1)

MSc – 5 anos (3+1+1)

TU/e-Technische Universiteit Eindhoven

1º ciclo 3 anos Msc –2 anos

(3+2)

EPFL – École Polytechnique Fédérale de Lausanne

1º ciclo 3 anos Msc –2 anos

(3+2)

TKK - Helsinki University of Technology (Helsínquia)

BSc 3 anos Msc –2 anos

(3+2)

KTH - Royal Institute of Technology (Estocolmo)

BSc 3 anos MSc – 4,5 anos *

Technische Universitat Darmstatd MSc – 5 anos **

* Integrado, sem atribuição prévia do grau de MSc

**“Diplom-Ingenieur” equivalente a MSc

Tabela 17– Tabela comparativa relativa a cursos nas escolas do CLUSTER

g) Forma como os resultados da avaliação externa foram incorporados na organização do ciclo de estudos. Os engenheiros formados pela antiga LEEC são encarados pelos empregadores como tendo uma grande capacidade de adaptação e promoção de mudança. É ainda reconhecida a sua

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formação técnica sólida, a elevada ética profissional e uma muito boa atitude perante o trabalho. Os pontos mais fracos apontados à formação dos engenheiros da LEEC referem-se à relativamente reduzida capacidade de interacção e comunicação com outros. Houve ainda sugestões no sentido de se reforçarem as competências nas áreas da Gestão, nomeadamente, na Gestão de Projectos, na Liderança e na Gestão de Recursos Humanos (ver Anexo II). Estas opiniões são incorporadas no ciclo de estudos agora proposto do seguinte modo:

• Do ponto de vista da formação técnica de base são incluídas no 1º ciclo novas disciplinas que visam colmatar lacunas existentes, ou reforçar certos aspectos de forma a explorar a interdisciplinaridade e a integração de conhecimentos. Estão neste último caso, as disciplinas de Materiais e de Modelação e Simulação.

• Do ponto de vistas das competências transversais são incluídas várias disciplinas que

visam reforçar a formação nos aspectos apontados, em avaliações prévias, como mais fracos na formação dos engenheiros da LEEC (Interacção Comunicação e Gestão). Estas disciplinas abrangem tópicos como a Comunicação Oral e Escrita, Língua Estrangeira, Gestão de Projectos de Engenharia e Empreendedorismo, Inovação e Transferência de Tecnologia. Mais ainda, com vista a melhorar a aprendizagem nestas disciplinas, serão utilizados, como casos de estudos, exemplos fornecidos pelas restantes disciplinas que constituem o núcleo tecnológico do 2º ciclo do curso. Deste modo, os alunos aprenderão a aplicar em exemplos concretos os conceitos de projecto técnico, numa perspectiva que vise o desenvolvimento de produtos de engenharia.

• Procura-se através de um modelo de ensino aprendizagem centrado no aluno e

consequentemente, fomentando uma maior participação dos alunos, responder a algumas críticas apontadas pelo relatório.

Justificação da duração do ciclo de estudos A justificação da duração do ciclo de estudos proposto assenta nos seguintes argumentos: Requisitos profissionais Pretende-se que os formados no MEEC sejam aceites como membros pela organização profissional nacional, isto é, a Ordem dos Engenheiros. A Ordem dos Engenheiros exige uma formação de Ensino Superior acumulada de 5 anos (ou 300 créditos) para uma formação que confira a capacidade e responsabilidade de intervenção a todos os níveis de actos de engenharia. Não é assim possível obter o reconhecimento da Ordem dos Engenheiros para a actividade profissional enquanto engenheiro de concepção com uma formação de apenas 180 ECTS (3 anos ou 6 semestres). Requisitos impostos pela formação de engenheiros de concepção O progresso do País exige a participação activa e crescente de engenheiros de concepção capazes de agir como agentes de inovação e de progresso tecnológico. A impossibilidade de formar engenheiros de concepção em seis semestres resulta da necessidade de que os alunos adquiram competências num conjunto de domínios de conhecimento genéricos da engenharia e específicos da engenharia electrotécnica. Estas competências são adquiridas através de um conjunto de disciplinas de ciências base da engenharia, que ocupam os 6 primeiros semestres, e implicam pré-requisitos que não podem ser satisfeitos de outro modo. As disciplinas da especialidade apenas podem assim incluir-se nos planos curriculares dos 7º, 8º, 9º e 10º semestres, depois de adquiridas as bases dadas pelo 1º ciclo. Esta interdependência entre a formação dada nos primeiros 6 semestres e a dos últimos 4, justifica que o conjunto seja apenas considerado de forma integrada.

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Prática consolidada na União Europeia: Pretende-se que no fim do inteiro período de formação, 10 semestres, os formados estejam aptos à prática da engenharia na perspectiva de engenharia de concepção. A prática consolidada de muitas das principais escolas de referência da União Europeia é a de apenas atribuir graus relativos à Engenharia de Concepção ao fim de 5 anos de estudo integrado.

5. Conclusões Em conclusão, destacam-se de seguida as principais características do ciclo de estudos conducente ao Mestrado em Engenharia Electrotécnica que se propõe.

• O ensino de Engenharia Electrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico bem como em várias Escolas do CLUSTER ao qual o IST pertence, está delineado e optimizado para um ciclo de formação de cinco anos.

• Esta tem sido a prática consolidada nas últimas décadas.

• Este modelo está acreditado pela Ordem dos Engenheiros, a qual só atribui o título de

Engenheiro a formados com cursos de 5 anos.

• Este modelo está também acreditado pela Fundação das Universidades Portuguesas.

• Considera-se pois que a formação em Engenharia Electrotécnica e de Computadores no IST deve ser conferida num ciclo integrado de 5 anos, organizado em 2 etapas formativas visando a aquisição de competências específicas.

• A existência, nos dois primeiros anos de formação de 12 disciplinas estruturantes,

partilhadas pela grande maioria dos cursos ministrados no IST, faz com que a mobilidade na instituição seja extremamente facilitada. O facto de estas disciplinas serem igualmente estruturantes noutras Universidades do País e do estrangeiro promove a mobilidade entre Instituições e Países, o que constitui um dos objectivos do modelo de Bolonha. Este facto é ainda facilitado pela adopção, como não podia deixar de ser, do sistema de créditos ECTS.

• A existência no primeiro ciclo de estudos de 18 disciplinas das ciências básicas da

Engenharia Electrotécnica garante aos formados a posse de um alicerce sólido sobre o qual poderão construir a sua estrutura de conhecimento e desenvolver competências em Áreas de Especialização, no curto e no longo prazo, constituindo-se em motores de inovação e pólos de criação de saber e de riqueza.

• A inclusão de competências transversais no domínio das línguas estrangeiras e da

comunicação oral e escrita permitirá complementar um aspecto que tem sido menos cuidado em processos educativos anteriores, exercitando os estudantes na capacidade de expor as suas ideias de forma agradável e convincente.

• No segundo ciclo, a implementação de uma estrutura de especialização organizada em

áreas principais e secundárias, implementadas sob um regime de créditos, fornece aos estudantes um mecanismo flexível para a escolha do perfil de especialização que mais se adequa às suas preferências.

• A inclusão no 2º ciclo de duas disciplinas, de 6 ECTS cada, no âmbito das

competências transversais permitirá ao estudante adquirir, em conjunto com os conhecimentos tecnológicos de ponta, os instrumentos básicos e fundamentais à prática da engenharia, estimulando o trabalho em equipa, a liderança e o espírito inovador e empreendedor, tão necessários à criação de riqueza e prosperidade.

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• A Dissertação permitirá desenvolver capacidades de pesquisa, de busca de conhecimento e de soluções, em trabalho individual. Permitirá ainda o desenvolvimento das capacidades de concretização, de gestão do tempo e de esforço, de procura de compromissos, de análise de mercado e de discernimento e/ou criação de oportunidades.

• A implementação de métodos de ensino aprendizagem focados na aquisição de

competências por parte dos alunos e de novos métodos de demonstração de competências, permitirá aumentar a eficácia do modelo que se propõe.

Considera-se pois que esta nova estrutura e este novo modelo de formação poderão significar um salto quântico nas competências que o IST pode conferir àqueles que forma como Mestres em Engenharia Electrotécnica e de Computadores.

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6. Anexos Anexo I - Relatório de Acreditação da Ordem dos Engenheiros (Março 2003) Anexo II – Excertos do Relatório da Comissão de Avaliação Externa dos Cursos de Engenharia Electrotécnica (Julho 2001)