Mestrado em Geologia Orientador - Repositório Aberto · 2019. 6. 6. · Em primeiro lugar, quero...
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ESTUDO DE
INCLUSÕES FLUIDAS
EM FILÕES DE Ba-F-Pb-
Zn DA MINA DE
JUANITA, SERRA DE
COLLSEROLA
(BARCELONA)
Helena Isabel Otero SantosMestrado em GeologiaDepartamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território
2015
Orientador
Prof.Doutor Fernando Manuel Pereira de Noronha,
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Coorientador
Prof.Doutor Esteve Cardellach Lòpez,
Faculdade Autónoma de Barcelona
Todas as correções determinadas
pelo júri, e só essas, foram efetuadas.
O Presidente do Júri,
Porto, ______/______/_________
ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS EM FILÕES DE Ba-F-Pb-Zn DA MINA DE JUANITA, SERRA DE COLLSEROLA (BARCELONA)
HELENA ISABEL OTERO SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS, AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Agradecimentos
Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus pais, pois se não fosse por eles e
pelo esforço que fizeram por mim e pela maneira em como acreditaram em mim, isto não
seria possível.
Em segundo lugar quero agradecer á minha irmã, pela força que me transmitiu e
que sempre me apoiou em todas as decisões, por ser a pessoa mais importante para mim
e o meu modelo a seguir. E ao maridão que a atura a ela.
Quero agradecer imenso á professora Alexandra Guedes pela disponibilidade,
pela paciência e dedicação e ainda mais pelo facto de ser ela a pessoa que tornou esta
dissertação possível.
Como não poderia deixar de ser, quero agradecer ao Professor Fernando Noronha
que apesar do imenso trabalho que tem, arranjou um tempinho para ensinar, orientar e
principalmente aconselhar mais um estudante nesta etapa.
Da mesma maneira, quero agradecer ao Professor Esteve Cardellach por
disponibilizar o seu tempo, por nos receber e ensinar, na Universidade Autónoma de
Barcelona.
Ao Jóni, pela paciência, força e companheirismo demonstrados ao longo da vida
académica, porque a verdade é que sem ti não conseguia.
Á Joana e á Diana, um agradecimento especial por serem as melhores pessoas
que tive o prazer de conhecer, conviver e perceber que vou ter que vos aturar para o resto
da vida. Karen, Ana Marta, Lili e Nuno obrigado pela força e pela preocupação quando já
desesperava. Cátia Santos vivemos uma aventura incrível, principalmente com o teu
humor matinal, obrigado por isso e por tudo o resto que passamos e que vai ser difícil
esquecer.
Um agradecimento a toda a gente que conheci durante a vida académica que
marcou a minha vida de alguma forma e que permitiu chegar a este momento, ao fecho
de uma etapa e ao início de uma nova aventura.
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HELENA ISABEL OTERO SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS, AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Universidade Autónoma de Barcelona
No âmbito do Programa Erasmus Plus, o estágio que irá ser descrito de seguida,
foi realizado na Universidade Autónoma de Barcelona. A Universidade Autónoma de
Barcelona (UAB) é uma universidade pública da Catalunha (Espanha), fundada em 1968.
A maioria das escolas e serviços extracurriculares encontram-se no Campus de
Bellaterra, Cerdanyola del Vallès (Vallès Occidental). A Universidade também tem escolas
em Sabadell, Sant Cugat del Valles, Manresa e Barcelona.
A Universidade nasceu da vontade de estabelecer quatro princípios autónomos:
liberdade de contratar professores, estudantes com entrada gratuita, currículo de escrita
livre e autoadministrar os fluxos para providenciar a Universidade. UAB foi criada para
aliviar o problema da superlotação nas salas de aula universitárias. Além disso, a sua
localização fora da cidade de Barcelona não foi acidental. A sua localização em
Cerdanyola del Valles é devido ao desejo para dispersar os estudantes para reduzir os
seus protestos contra o regime de Francisco Franco. Na verdade, o Campus em
Cerdanyola del Valles está localizado num vale (Vall Moronta) e quando chegasse a hora,
poderia facilmente ser tomada pelas forças de segurança. Isso também ocorreu com os
locais da Universidade Autónoma de Madrid e da Universidade de Bilbao.
Em outubro de 1971, a Faculdade de Ciências mudou-se para Bellaterra. O seu
poder reside na carreira de geologia. Os professores de mineralogia desde a sua
fundação são: António Dìaz de Federico, Aurelio Álvarez, Francisco Martínez, Eugenia
Estop, Esteve Cardellach e Mercè Corbella.
Símbolo da Universidade Autónoma de Barcelona
Fotografia que demonstra um pouco da Universidade acolhedora, com a biblioteca ao fundo e os laboratórios
ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS EM FILÕES DE Ba-F-Pb-Zn DA MINA DE JUANITA, SERRA DE COLLSEROLA (BARCELONA)
HELENA ISABEL OTERO SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS, AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Resumo
A mina Juanita está localizada no lado do SE da Serra de Collserola perto da
cidade de Barcelona. Esta mina faz parte da Serra de Collserola, que se encontra nas
Cordilheiras Costeiras Catalãs. Encaixada em rochas do Paleozóico, ela é o resultado da
precipitação de metais a partir de fluidos hidrotermais que circularam pelas fraturas
formadas durante o Mesozóico.
O presente estágio teve como objetivo contribuir para o conhecimento das
mineralizações associadas aos filões da mina de Juanita, Serra de Collserola Barcelona.
Para tal foi realizado um estudo de inclusões fluidas em fluorite da referida mina. O estudo
revelou a importância de dois tipos de fluidos pertencentes ao sistema H2O-NaCl-CaCl2,
de diferentes salinidades na formação deste mineral. Foram também obtidas as condições
P-T prováveis para a formação da fluorite estudada, T entre 90ºC e 160ºC e P entre 20 e
os 300 MPa.
Palavras-chave: Fluidos hidrotermais; Inclusões fluidas; microtermometria; fluorite;
mina de Juanita
ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS EM FILÕES DE Ba-F-Pb-Zn DA MINA DE JUANITA, SERRA DE COLLSEROLA (BARCELONA)
HELENA ISABEL OTERO SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS, AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Abstract
The Juanita mine is located on the SE side of the Mountain of Collserola near the
city of Barcelona. This mine is part of the Mountain of Collserola, within the Catalan
Coastal Ranges. This mine is hosted by Paleozoic rocks and resulted from the
precipitation of metals from hydrothermal fluids that percolated though of Mesozoic faults .
This work aims to contribute to the knowledge of the mineralized veins from the
Juanita mine, Mountain of Collserola - Barcelona. Therefore a fluid inclusion study in
fluorite from the mine Juanita was conducted. The study revealed the importance of two
H2O-NaCl-CaCl2 fluids with distinct salinity in the formation of this mineral. Probable P-T
conditions for formation of the studied fluorite were also obtained, with T between 90 ° C
and 160 ° C and P between 20 and 300 MPa.
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1 FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO
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Índice
Agradecimentos
Resumo
Abstract
Universidade Autónoma de Barcelona
Lista de figuras ........................................................................................................ 3
Lista de tabelas ....................................................................................................... 5
Lista de abreviaturas ............................................................................................... 6
Capítulo 1 ................................................................................................................ 7
Introdução ............................................................................................................ 8
Estado da arte .................................................................................................... 10
Inclusões Fluidas ............................................................................................... 12
Classificação quanto à origem das inclusões fluidas ...................................... 13
Classificação quanto à composição das inclusões fluidas e ao número de
fases ............................................................................................................... 15
Grau de preenchimento .................................................................................. 17
Associação de inclusões fluídas (fluid inclusion assemblage – FIA)............... 17
Planos de inclusões fluidas (PIF) .................................................................... 18
Capítulo 2 .............................................................................................................. 19
Enquadramento geográfico e geológico ................................................................ 20
Contexto geológico regional ........................................................................... 20
Geologia da mina de Juanita .......................................................................... 22
Paragénese e Mineralogia ................................................................................. 24
Contexto geológico e geográfico de Bellmunt del Priorat – Mina Eugenia...... 26
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Paragénese e Mineralogia ................................................................................. 28
Capítulo 3 .............................................................................................................. 29
Materiais e Técnicas utilizadas .............................................................................. 30
Programas utilizados ...................................................................................... 33
Capítulo 4 .............................................................................................................. 35
Resultados e Discussão ........................................................................................ 36
Descrição das inclusões fluidas ...................................................................... 36
Composição global ......................................................................................... 41
Condições P-T ................................................................................................ 46
Capítulo 5 .............................................................................................................. 49
Bellmunt del Priorat – Mina Eugenia vs. Mina de Juanita...................................... 50
Conclusões ............................................................................................................ 52
Referências bibliográficas ..................................................................................... 53
Anexos .................................................................................................................. 56
Anexo 1 – Tabela de salinidades, dados obtidos do programa Aqso Vir –
Software Package FLUIDS, v.2 (Bakker, 2008) ................................................. 57
Anexo 2- Exemplo de cálculo para a composição global, utilizando o programa
Bulk (06/02) – Referência : Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) ...................................................... 59
Anexo 3 Tabela de dados T(ºC) e P(MPa) obtidos para a composição global do
fluido, utilizada para a construção das isócoras. Dados obtidos através ISOC
(06/02) – Referência : Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) ...................................................... 60
Anexo 4– Histograma de distribuição do tamanho da inclusões fluidas............. 62
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3 FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO
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Lista de figuras
Figura 1 Imagem satélite da localização da mina de Juanita .................................. 9
Figura 2 – Esboço de classificações fluidas, baseadas em Roedder´s (1981),
primário – P; secundárias – S e pseudosecundárias – PS. (in Van den Kerkhoff
2011) ..................................................................................................................... 13
Figura 3 Representação esquemática da formação de inclusões fluídas primárias,
secundária e pseudosecundária durante o crescimento do mineral (adaptado de
Bodnar 2003). ........................................................................................................ 15
Figura 4 Ábaco ilustrativo do grau de preenchimento de uma inclusão fluida, de
acordo com a relação V líquido/ V total da inclusão (Noronha, 1998) ................... 17
Figura 5 Mapa geológico simplificado das Cordilheiras Costeiras Catalãs. 1-
Maciço de Guilleries; 2- Maciço de Monteseny;3- Maciço Colserolla; 3- Área de
Priorat. Minas: A-Osor; B-Sant Marcal;C-Martorell; D- La Selva; E- Atrevida; F-
Argentera-Escornalbou; G- Bellmunt; - Berta; - Juanita (Adaptado Cardellach
et al, 1990). ........................................................................................................... 21
Figura 6 Localização da mina de Juanita (Adaptado de Cardellach et al, 2003) ... 22
Figura 7 Localização da mina de Juanita mineralizações circundantes (adaptado
de Juez-Larré, J. & Andriessen, (2006). ................................................................ 23
Figura 8 –Paragénese do filão de mineralização primária da mina Juanita
Collserola (Adaptado de Guerrero 2014)............................................................... 24
Figura 9 Imagem satélite da zona de Bellmunt del Priorat e mineralizações
circundantes. ......................................................................................................... 26
Figura 10 – Sequência paragenética da mina Eugenia. As linhas verticais separam
os diferentes eventos de mineralização (Canals et al 1989) ................................. 28
Figura 11 Microscópio ótico Nikon de luz transmitida com uma objetiva de x50,
oculares de x10 e equipado de uma platina Linkam THMS-600 ........................... 31
Figura 12 Lâmina espessa de fluorite ................................................................... 32
Figura 13 Lâmina espessa de fluorite dividida em pedaços mais pequenos para a
observação das inclusões durante o arrefecimento /aquecimento ........................ 32
Figura 14 Exemplo do programa utilizado para o cálculo da salinidade - Bulk
(06/02) – Referência: Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) ......................................................... 33
Figura 15 Exemplo do programa utilizado para identificar a composição do fluido -
ISOC (06/02) – Referência: Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) (Anexo 2)......................................... 34
Figura 16 Fotografia de duas inclusões fluidas quando atingiram o ponto eutéctico.
I.F. que sofreu perda de líquido. ......................................................................... 36
Figura 17 Fotografia de duas inclusões fluidas aquando da fusão da hidrohalite . 37
Figura 18 Fotografia de duas inclusões fluidas após a fusão do gelo. .................. 37
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Figura 19Fotografia de duas inclusões fluidas após a sua homogeneização total.37
Figura 20 Inclusões fluidas primárias encontradas na fluorite. .............................. 38
Figura 21 Inclusões fluidas pseudosecundárias encontradas na fluorite............... 38
Figura 22 Histograma de distribuição dos valores das temperatura de fusão da
hidrohalite ........... …………………………………………………………………….….42
Figura 23 Histograma de distribuição dos valores da Temperatura de fusão do gelo
obtidos para o cálculo da salinidade. ……………………………………………….…42
Figura 24 Histograma de distribuição dos valores de Temperatura de
homogeneização (Th) ……………………………………………………………….…..43
Figura 25 Histograma de distribuição dos valores da temperatura correspondente
ao ponto eutéctico. ……………………………………………………………………....43
Figura 26 Temperatura de Homegeinização (Th) vs Temperatura de fusão do gelo
(Tice) em inclusões fluidas presentes em fluorite da mina de Juanita. ……...…….44
Figura 27 Dispersão Th vs Tice para as inclusões fluidas presentes na fluorite…45
Figura 28 Gráfico contendo as isócoras correspondentes às I.F. Pseudo-
secundárias contidas na fluorite estudada. A vermelho encontra-se os campos
definidos por Cardellach et al. (1990) ou Canals et al., (1992) entre 75 e 200ºC..46
Figura 29 Gráfico contendo as isócoras correspondentes às I.F. primárias contidas
na fluorite estudada. A amarelo encontra-se os campos definidos por Cardellach
et al. (1990) ou Canals et al., (1992) entre 75 e 200ºC……………………………...47
Figura 30 Gráfico contendo as condições P-T prováveis para a formação da
fluorite……………………………………………………………………………………..48
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Lista de tabelas
Tabela 1 Rampa de aquecimento utilizada na microtermometria para observação
das temperaturas do ponto eutéctico, fusão da hidrohalite e do gelo. .................. 30
Tabela 2 Quadro de dados microtermométricos obtidos em inclusões fluidas de
fluorite.................................................................................................................... 39
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Lista de abreviaturas
CCR - (Catalonian Coastal Ranges) Cordilheiras Costeiras Catalãs
CIC - Cadeia Catalã Intraplaca
FIA - Associação de inclusões fluidas
Flw - Grau de preenchimento
I.F. - Inclusões fluidas
MVT - Mississippi Valley type
P - Pressão
PIF - Planos de inclusões fluidas
Te - Temperatura de fusão do ponto eutéctico (T correspondente ao eutéctico do sistema)
Th - Temperatura de homogeneização
Thyd - Temperatura de fusão da hidro-halite
Tice - Temperatura de fusão do gelo
T - Temperatura
UAB - Universidade Autónoma de Barcelona
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Capítulo 1
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Introdução
O estudo dos fluidos hidrotermais de baixa temperatura, em Barcelona, tem sido
levado a cabo por vários autores, inclusive pelo professor E. Cardellach e pela professora
A. Canals. Inclusos nas rochas do Paleozóico das Cordilheiras Costeiras Catalãs, um
grande número de filões mineralizados têm sido estudados. São maioritariamente
compostos por barite, fluorite e sulfuretos. A característica comum destes filões é
apresentarem uma baixa temperatura de formação, entre os 75ºC e os 200ºC e conterem
fluidos polisalinos, podendo estas características estar relacionadas com uma
paleosuperficie pré-Triásico. Estes depósitos mineralizados estão representados numa
escala regional relacionada com a tectónica distensiva durante o Mesozóico.
O interesse despertado por este tipo de filões levou a estudos para se tentar
descobrir a sua composição mineralógica e a origem, química e idade destes fluidos.
Os objetivos deste estágio são estudar alguns destes fluidos, nomeadamente os
aprisionados em fluorite da mina de Juanita, Serra de Collserola, Barcelona, conhecer e
identificar o contexto geológico do local; identificar e classificar as inclusões fluidas;
descrever e caracterizar as inclusões fluidas presente na fluorite, através da técnica de
microtermometria; identificar os tipos de fluidos que deram origem às inclusões fluidas;
determinar as condições P-T destes fluidos; fazer uma comparação dos fluidos estudados
(mina de Juanita) com os associados à mina de Bellmunt del Priorat, num contexto
geológico distinto. A técnica utilizada para este estudo foi a microtermometria de inclusões
fluidas.
As inclusões fluidas são minúsculas “gotas” de fluido que ficam aprisionadas no
mineral aquando, ou após, a sua formação. São deste modo, bastante importantes para a
determinação da composição inicial do fluido que lhes deu origem e suas condições P-T
de aprisionamento.
O filão estudado é composto por fluorite e pertence à mina de Juanita, que se situa
na Serra de Collserola (Figura 1).
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Figura 1 Imagem satélite da localização da mina de Juanita
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Estado da arte
A metalogenia de depósitos hidrotermais de metais básicos foi estudada um pouco
pelo mundo inteiro.
Os estudos deste tipo de depósitos que estão geneticamente relacionados com a
circulação de fluidos hidrotermais e tendo como exemplo os filões de baixa temperatura
de metais básicos de fluorite-barite encaixados no soco Paleozóico, foram realizados na
Europa Central e Ocidental, Norte de África e nos Apalaches pelos seguintes autores,
Jébrak, 1984; Berh et al., 1987; Jébrak et al., 1988; Lhégu et al., 1988; Cardellhac et al.,
1990; Tornos et al., 1991, 2000; Zák et al., 1991; Boni et al., 1992; Carrignan et al., 1997
(in Piquè et al., 2008).
Estes filões hidrotermais parecem estar relacionados com eventos durante o
Mesozóico (Galindo et al.,1994; Meyer et al., 2000; Munoz et al., 2005.), durante a
abertura do Oceano Atlântico (Ziegler, 1988 e Hiscott et al., 1990) (in Piquè et al., 2008).
As Cordilheiras Costeiras Catalãs (Catalonian Coastal Ranges – CCR) apresentam
mineralizações hidrotermais de Ba-F-Pb-Zn encaixadas no soco Hercínico que se
formaram a baixa temperatura. De acordo com Cardellach et al., (1990) estes filões são
compostos essencialmente por barite, fluorite e sulfuretos de metais básicos como o Pb,
Zn, Ni, Co, Ag. Consoante as características da composição mineralógica, química dos
fluidos e a idade, podem ser classificados nos seguintes grupos:
1- Filões ricos em Pb. Encontram-se encaixados no soco Hercínico a preencher
falhas transcorrentes que se desenvolveram durante um período de
compressão;
2- Filões ricos em fluorite encaixados no soco Hercínico;
3- Filões ricos em barite associados a falhas normais com alguns sulfuretos
(principalmente galena) ou sulfuretos de Zn, Cu, Ni, Co, Ag, que estão
associados a barite de idade Triásico;
4- Filões com metais Rb-Zn (Cu).
O estudo efetuado por Canals et al., (1992) sugere que estes filões foram
formados como resultado da precipitação de fluidos quentes que circularam pelas fraturas
e falhas, originadas por diferentes fases tectónicas, durante o Mesozóico. Segundo
Canals & Cardellach (1993) na realização de um estudo isotópico em barite e fluorite da
CCR, definiram que as características em comum partilhadas pelos filões são:
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1- Uma associação de minerais dominada por barite + esfalerite + quartzo +/-
fluorite +/- carbonatos;
2- Temperaturas de formação na ordem dos 75º-200ºC;
3- A presença de inclusões fluidas contendo uma salmoura polisalina;
4- Proximidade com a paleo-superficie do Triásico Inferior.
Os filões de F-Zn-Pb de baixa temperatura das Cordilheiras Costeiras Catalãs
estudados por Canals & Cardellach (1997) permitiram mostrar a existência de importantes
processos de ascensão de fluidos nesta zona e reconhecer diferentes episódios de fluxo,
caracterizados por fluidos com composição, temperatura e origem distinta. Os minerais de
fluorite, esfalerite e galena foram alvo de investigação. Em 1997, Canals & Cardellach
utilizaram isótopos de chumbo e enxofre para definir a origem e idade das mineralizações
e determinar o processo responsável pela concentração de metal.
O estudo destes filões de baixa temperatura efetuado por Juez-Larré & Andriessen
(2006) fornece pela primeira vez, dados termocronológicos abrangendo o período de
Paleozóico Superior até ao presente.
Em 2008, Piqué et al., comparou dois filões de fluorite do NE de Espanha (Rigròs
e Berta), que registraram o evento regional durante a abertura do oceano Atlântico, no
Mesozóico.
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Inclusões Fluidas
Quando um mineral se forma na presença de fluidos, estes podem ficar
aprisionados dentro dele. De acordo com Bodnar, (2003) o termo inclusão fluida
corresponde a qualquer inclusão que aprisionou uma fase liquida à temperatura e pressão
de formação, independentemente do estado da fase da inclusão observada em condições
laboratoriais. As inclusões fluidas são uma característica comum dos minerais.
"Quando um cristal cresce na presença de uma fase fluida, uma parte do fluido
pode ser preso como imperfeições no cristal em crescimento para formar inclusões
fluidas” (Bodnar, 2003).
O fluido aprisionado pode ser líquido, vapor, ou um fluido supercrítico e pode
apresentar composições diversas.
A representatividade dos fluidos aprisionados, está por sua vez, condicionada por
duas hipóteses fundamentais: o fluido aprisionado é representativo da solução original; e
uma vez aprisionado o fluido não pode ser modificado (Noronha, 1998). Existe a
possibilidade do fluido aprisionado não ser representativo do fluido inicial, ou porque
houve uma “fuga” ou “leakage” ou porque a forma e o volume da inclusão variou devido a
estrangulamento ou “necking-down” (Noronha, 1998). Estes fenómenos ocorrem porque
os minerais estão sujeitos à ação de tensões, deformações e a temperaturas diferentes às
da sua formação.
A análise petrográfica é das partes mais importantes no estudo de inclusões
fluidas pois permite saber a pressão, temperatura e dados da composição dos fluidos,
num contexto histórico (Goldstein, 2003). Isto significa que o objetivo mais básico de
qualquer estudo de inclusões fluidas é determinar o tempo em que as inclusões fluidas
foram aprisionadas e identificar assim, as condições físico-químicas de formação de
minerais e de rochas.
A petrografia é, assim, o método mais fácil de avaliação para determinar quantas
fases fluidas estavam presentes no momento em que a inclusão fluida foi aprisionada, e
em que condições de pressão e temperatura (Goldstein, 2003).
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Classificação quanto à origem das inclusões fluidas
Existem diferentes maneiras de classificar inclusões fluidas (Roedder, 1984;
Goldstein, 2003 in Bodnar, 2003) mas a classificação mais usada está relacionada com o
tempo de formação da inclusão relativamente ao mineral hospedeiro (Bodnar, 2003).
A origem das inclusões está estreitamente relacionada com o modo de
aprisionamento do fluido. É dos passos mais importantes no estudo de inclusões fluidas.
É a tarefa de determinar a origem das inclusões presentes e criar a paragénese para o
tempo relativo de aprisionamento (Goldstein, 2003).
A metodologia para a classificação da origem das inclusões fluidas é a sua natureza
petrográfica (Roedder, 1979;1984 in Goldstein, 2003). De acordo com Goldstein (2003), e
anteriormente utilizada por Roedder, 1984, os termos normalmente utilizados para a
classificação da origem das inclusões fluidas são inclusões primárias, secundárias e
pseudo-secundárias. Quando a origem das inclusões fluidas não pode ser determinada,
diz-se que é de origem indeterminada (Figura 2).
Os critérios de reconhecimento das inclusões fluidas utilizados por Goldstein (2003), e
anteriormente utilizados por Roedder, 1984, foram (Figura 3):
Figura 2 – Esboço de classificações fluidas, baseadas em Roedder´s (1981), primário – P; secundárias – S e pseudosecundárias – PS. (in Van den Kerkhoff 2011)
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1. O termo inclusões primárias é utilizado normalmente em inclusões que são
aprisionadas durante o crescimento do cristal. O único critério que é aplicado na
identificação deste tipo de inclusões é a evidência petrográfica em relação ao
crescimento do cristal, tal como, a forma e orientação das inclusões fluidas
relativamente ao crescimento do cristal. Normalmente estas inclusões são
alongadas na direção do crescimento do cristal.
2. Inclusões fluidas secundárias são aquelas que são aprisionadas depois do
crescimento do cristal estar completo, normalmente quando ocorrem fraturas ou
zonas de deformação que cortam toda a zona de crescimento de uma
determinada fase mineral e cicatriza aprisionando o fluido. Este tipo de inclusões é
reconhecido pelo facto de aparecerem dispostas de forma a cortar todas as zonas
de crescimento do cristal.
3. Inclusões fluidas pseudo-secundárias são aquelas que são aprisionadas antes do
crescimento do cristal estar completo, mas não necessariamente como resultado
direto do crescimento do cristal. São similares na origem às inclusões fluidas
secundárias no sentido em que são aprisionadas ao longo das microfraturas ou
nas zonas de deformação que cicatrizam. Ao contrário das inclusões fluidas
secundárias, o seu aprisionamento é seguido por um novo crescimento do cristal.
4. As inclusões indeterminadas são aquelas que, de acordo com critérios
petrográficos, a origem dos fluidos não está presente ou é muito ambígua.
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Classificação quanto à composição das inclusões fluidas e
ao número de fases
As inclusões fluidas podem conter várias combinações de fases ou apenas uma
fase observável de líquido ou gás, mas o mais comum é conterem várias fases. O fluido
das inclusões pode ser variável, tal como, inclusões de melt silicatado, inclusões aquosas,
inclusões contendo sólidos e hidrocarbonetos, inclusões gasosas, geralmente ricas em
CO2 (Samson et al,. 2003). De acordo com Shepherd et al., (1985), que definiu de uma
forma simples e dependendo do tipo de inclusão, as fases observáveis podem ser:
Inclusões monofásicas líquidas (L). São as mais simples e são todas preenchidas
por líquido (normalmente aquoso).
Inclusões monofásicas com vapor (V). São totalmente preenchidas por uma fase
vapor (normalmente uma mistura de CO2, CH4, H2O, N2) sem nenhuma fase
líquida visível.
Figura 3 Representação esquemática da formação de inclusões fluídas primárias, secundária e
pseudosecundária durante o crescimento do mineral (adaptado de Bodnar 2003).
Superfície
do mineral H₂O
Inclusões fluidas
primárias
Inclusões fluidas
primárias Inclusões fluidas
pseudosecundárias
Inclusões
fluidas
primárias
Inclusões fluidas
secundárias
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Inclusões bifásicas ricas em líquido (L+V). A fase líquida predomina e a fase vapor
ocupa um máximo de cerca de 40 a 50% do volume total.
Inclusões bifásicas ricas em vapor (V+L). A fase vapor predomina e ocupa mais do
que metade do volume da inclusão, no entanto uma porção pequena de líquido
continua visível.
Inclusões polifásicas com sólidos (S+L ± V) ou (L + V ± S). Ambos são similares, o
que depende é o número de fases sólidas (daughter minerals) para além de uma
fase líquida e uma fase vapor. Inclusões fluidas contêm normalmente fases sólidas
juntamente com o fluido. Esta terminologia é usada para incluir tanto os minerais e
sólidos orgânicos e excluir os fluidos. Algumas fases sólidas são aprisionadas
como acidentes da natureza, onde um contaminante sólido se estabelece ou
precipita na superfície de um cristal em crescimento e é incorporado como parte
da inclusão fluida quando o cristal hospedeiro cresce à volta. Em alternativa,
sólidos filhos são fases sólidas que precipitam a partir da inclusão fluida, depois de
esta ter sido aprisionada, devido ao arrefecimento ou à mudança na composição
através de processos de alteração na química do fluido.
Inclusões imiscíveis (L1 + L2 ± V). Apresentam dois líquidos imiscíveis, um aquoso
e outro rico em CO2. A fase rica em CO2 pode conter quantidades substanciais de
CH4 ou N2. Uma fase vapor rica em CO2 também pode estar presente
dependendo da densidade global da fase rica em CO2. Em inclusões trifásicas a
fase aquosa envolve a fase líquida rica em CO2, que por sua vez envolve a fase
vapor rica em CO2.
Inclusões de vidro. São inclusões aprisionadas a partir de melts silicatados em
qualquer uma das formas de inclusões descritas acima ou inclusões de vidro se o
arrefecimento foi muito rápido. Outras fases líquidas, sólidas ou de vapor podem
estar também presentes.
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Grau de preenchimento
O conceito de grau de preenchimento (FIw=V líquido/ V total da inclusão) é válido para
qualquer tipo de inclusão (Noronha, 1998). Este parâmetro é importante pois está
relacionado com a temperatura de homogeneização e com a densidade do fluido
(Noronha, 1998).
Esta característica é identificada com base na observação da fase liquida e gasosa
numa inclusão e estimada visualmente a partir de ábacos (Figura 4).
Associação de inclusões fluídas (fluid inclusion
assemblage – FIA)
Na tentativa de especificar o melhor possível os diversos eventos de
aprisionamento das inclusões fluidas, de acordo com a petrografia presente nas amostras,
são discriminados grupos de inclusões fluidas associados denominados associação de
inclusões fluidas – FIA (Goldstein & Reynolds, 1994 in Goldstein, 2003).
O conceito de FIA é definido baseado no grupo de inclusões que se formaram ao
mesmo tempo (Goldstein 2003). Esta condição implica que as inclusões denominadas por
Figura 4 Ábaco ilustrativo do grau de preenchimento de uma inclusão fluida, de acordo
com a relação V líquido/ V total da inclusão (Noronha, 1998)
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FIA foram aprisionadas à mesma temperatura e pressão, e o fluido aprisionado tem a
mesma composição (Bodnar, 2003).
“Por conseguinte, a FIA representa um “evento de fluido” na história do sistema, e
o fluido nas inclusões que formam as FIA representa o fluido que estava presente durante
esse evento” (Bodnar, 2003).
A variação da temperatura de homogeneização que é aceitável numa FIA é função
da temperatura de formação real (que, em grande medida, controla a rapidez com que o
mineral pode crescer), da composição do fluido (que controla a salinidade) e do ambiente
geológico (que geralmente controla a taxa e a magnitude de flutuação da temperatura e
da pressão) (Bodnar, 2003).
Usando assim a FIA num estudo, é possível obter uma análise mais detalhada da
história da temperatura, pressão e composição dos fluidos, permitindo assim, considerar
cada zona de crescimento e cada caso de consolidação de fraturas do cristal como um
evento particular na história geológica (Goldstein, 2003).
Antes de se utilizar a FIA num estudo de evolução química e térmica de um
sistema geológico é necessário ter a certeza que as inclusões aprisionaram um fluido
representativo no momento da formação da inclusão, e não sofreu reequilíbrios depois da
formação (Bodnar, 2003). Para isso, usam-se os critérios definidos por Roedder:
1. A inclusão é aprisionada numa fase simples e homogénea;
2. A inclusão representa um sistema em isócora (volume constante);
3. Após o aprisionamento, nada foi adicionado ou removido das inclusões.
Planos de inclusões fluidas (PIF)
Os planos de inclusões fluidas (PIF) correspondem a alinhamentos de inclusões
fluidas, alinhamentos esses, que se pensam corresponderem a microfracturas por onde
circularam e foram aprisionados fluidos.
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Capítulo 2
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Enquadramento geográfico e geológico
Contexto geológico regional
“Os sistemas filonianos são o resultado do fluxo de fluidos hidrotermais através da
crusta e são uma importante indicação de que grandes quantidades de fluidos foram
mobilizadas durante eventos tectónicos (Walther e Orville, 1982). Nas áreas da crusta
continental a coincidência de regimes térmicos anómalos associada à permeabilidade da
crusta terrestre pode permitir que a percolação descendente e ascendente de fluidos que
podem posteriormente dar origem à formação de depósitos de minerais. No NE de
Espanha, as Cordilheiras Costeiras Catalãs (CCR) são um exemplo de uma área
tectonicamente ativa com evidências generalizadas de circulação de fluidos e de
deposição de minérios (Cardellach, 2002).”
De acordo com Juez-Larré & Andriessen, (2006) as Cordilheiras Costeiras Catalãs
são definidas como um sistema de falhas e dobras de idade Paleogénica. A complexidade
estrutural e litológica das Cordilheiras Costeiras Catalãs são resultado dos movimentos
relativos que têm vindo a acontecer entre as placas Africanas, Ibérica e Euroasiática,
desde o Mesozóico. Durante o Mesozóico duas grandes fases de rifting foram observadas
no NE da Península Ibérica. A primeira fase, que ocorreu no Triásico-Jurássico, está
relacionada com a abertura e alongamento para oeste do Neotétys, com uma fase tardia
(início Lias) ligada ao sistema de rift do Atlântico. A segunda fase (final Jurássico-
Cretácico) corresponde à abertura Central do Oceano Atlântico. A abertura do Oceano
Atlântico a Norte resultou na rotação anti-horário da Ibéria (35º), juntamente com África,
no que diz respeito à Eurásia. A rotação desacelerou durante o início do Cretácico devido
ao resultado da colisão com a placa Eurásia, já dentro do contexto da Orogenia Alpina
estas forças compressivas ao agirem no limite de placas Ibero-Euroasiática resultou numa
acumulação de tensões intraplaca, durante o Paleogénico, induzindo a inversão das
bacias do Mesozóico na placa Ibérica, dando origem aos Pirinéus, à faixa Ibérica, à
cadeia catalã intraplaca (CIC) e ao Sistema Central Espanhol. A colisão definitiva das
placas Ibérica e Eurásia durante o Miocénico precoce levou à substituição da zona de
convergência entre África e a Eurásia, do limite de placas Eurásia-Ibérica para o limite de
placa Ibero-Africana, marcando o início da Orogenia Bética. Um período contemporâneo
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teve lugar no Mediterrâneo ocidental durante o Oligocénico tardio – Miocénico. Foi um
evento de rifting responsável pelo vale de Valência e pelas bacias de Provença e Ligúria.
Em 1992, Canals et al., referiu que as Cordilheiras Costeiras Catalãs são
constituídas pelo soco Hercínico e rochas de cobertura de idade Mesozóica e Cenozóica.
O soco Hercínico é composto por sedimentos do Paleozóico e granitos tardi - Hercínicos.
Os sedimentos do Mesozóico foram depositados em bacias controladas por falhas, que se
formaram em associação com a tectónica que afetou a Ibéria e as porções da Pangeia a
sul da Europa desde o final do Pérmico até ao Cretácico (Figura 5).
Figura 5 Mapa geológico simplificado das Cordilheiras Costeiras Catalãs. 1- Maciço de Guilleries; 2- Maciço de
Monteseny;3- Maciço Colserolla; 3- Área de Priorat. Minas: A-Osor; B-Sant Marcal;C-Martorell; D- La Selva; E-
Atrevida; F- Argentera-Escornalbou; G- Bellmunt; - Berta; - Juanita (Adaptado Cardellach et al, 1990).
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Geologia da mina de Juanita
A mina Juanita está localizada no lado do SE da Serra de Collserola perto da
cidade de Barcelona. Esta mina faz parte da Serra de Collserola, que se encontra nas
Cordilheiras Costeiras Catalãs (Figura 6).
“Este sistema de cordilheiras paralelas ao mar surgiu como resultado da orogenia
alpina, através de um conjunto de falhas inversas NE-SW. Mais tarde, durante o
Neogénico, estas falhas foram ativadas como resultado de uma etapa distensiva
correspondente à abertura do Mediterrâneo (Guerrero, 2014).”
Guerrero (2014) refere que a mina de Juanita (Figura 7) se encontra localizada
próxima deste conjunto de falhas, na direção NE-SW, principalmente no que diz respeito à
Serra de Collserola, pois nos arredores desta serra, estas falhas formaram, um graben, a
depressão de Vallès e Penedès sobre Barcelona deixando, assim, expostos materiais do
Paleozóico, enquanto a serra de Collserola foi levantada como um só bloco (horst).
“A serra de Collserola é composta por rochas ígneas e metamórficas, de idade
Paleozóica, que foram afetadas pela orogenia Varisca. Este local foi fortemente afetado
com a auréola de metamorfismo devido à intrusão do granodiorito de Barcelona, durante o
Carbonífero e Pérmico (Guerrero, 2014).”
Esta mina apresenta filões que cortam a rocha encaixante, corneanas e filitos,
segundo uma orientação geral de N160º.
Figura 6 Localização da mina de Juanita (Adaptado de Cardellach et al, 2003)
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Figura 7 Localização da mina de Juanita mineralizações circundantes (adaptado de Juez-Larré, J. &
Andriessen, (2006).
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Paragénese e Mineralogia
A mina de Juanita caracteriza-se por vários filões de diferente variabilidade
mineralógica. Estes filões estão interligados uns com os outros e encontram-se fraturados
e alterados. Nesta mina, os minérios que foram explorados foram a esfalerite (ZnS) e a
galena (PbS). Os principais minerais da ganga são a calcite (CaCO3), barite (BaSO4),
fluorite (CaF2) e quartzo (SiO2). (Figura 8)
Durante a extensão do Mesozóico, no Triásico e Cretaico foram formas fracturas
nas rochas do Mesozóico e Cenozoico. Nestas fracturas circularam fluidos quentes e ricos
em minerais. Estes fluidos quentes podem ser interpretados, com o estudo realizado
noutras minas (Ex. Berta) que eram de origem marinha e apresentavam uma temperatura
que rondava os 150ºC.
A alteração mineral e as más condições da mina dificultam a interpretação da
paragénese, tal como as texturas morfológicas dos filões. Além disso, este tipo de filões
apenas é encontrado no Paleozóico, sem cobertura Mesozóica, o que nos pode indicar
uma evidência cronológica de que a mineralização também pode ter sido afetada
(Guerrero, 2014). Apesar disso podemos definir dois períodos de formação de minerais.
De acordo com a paragénese e mineralogia da mina de Juanita, podemos
considerar dois períodos de circulação de fluidos:
Figura 8 –Paragénese do filão de mineralização primária da mina Juanita Collserola (Adaptado de Guerrero 2014).
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Facto de existir deformação nos filões de galena e fluorite, indica-nos que
estes foram submetidos a forças tectónicas após a sua precipitação,
evidenciando claramente essa deformação durante a Orogenia Alpina (in
Guerrero, 2014).
A barite pode ter-se precipitado num período posterior pois não apresenta
filões com este tipo de facturamento, indicando assim, que se formaram no
último período de reativação de fracturas durante a extensão do
Mediterrâneo (Guerrero, 2014).
A ordem de precipitação dos minerais é: - esfalerite; - calcite; - fluorite; - galena e
por fim, - barite.
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Contexto geológico e geográfico de Bellmunt del Priorat –
Mina Eugenia
A zona de Bellmunt del Priorat pertence à zona central-sul das Cordilheiras
Costeiras (Figura 9). De acordo com E. Cardellach et al. (1990) esta zona tem sido a mais
importante em termos de mineração do NE da Península Ibérica. É caracterizada por uma
série detrítica de idade Carbonífero que flanqueia rochas pré-Carboníferas, num anticlinal
com uma tendência NW-SE. Apresenta também metassedimentos Paleozoicos onde se
instruíram granitos calco-alcalinos. Todas estas rochas foram instruídas por um grande
número de diques graníticos de textura porfírica. Após a erosão destes materiais ocorreu
uma sequência transgressiva de “red-beds” do Triásico. A mineralogia consiste em
galena, esfalerite, calcopirite, dolomite e ankerite. Ocasionalmente é observada caulinite.
Podem ser observados Filões de Pb e Zn, verticais (500m), intruídos em
metassedimentos do Hercínico, de idade pré-Triásico.
Canals et al. (1990), à semelhança de Cardellach et al. (1990) considera que a
área de Bellmunt del Priorat tem sido o distrito mineiro mais importante no Nordeste da
Península Ibérica, onde nos anos 50´s foram abertas minas de chumbo e prata. Algumas
destas minas tinham mais de 500m de profundidade. As típicas mineralizações deste
Figura 9 Imagem satélite da zona de Bellmunt del Priorat e mineralizações circundantes.
- mineralizações de MVT
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distrito eram importantes filões, com uma grande extensão vertical e constituídos
essencialmente por carbonatos e galena nos níveis superiores, e esfalerite em
profundidade. Este tipo de filões está relacionado com um conjunto de mineralização bem
conhecidas encontradas na base do Hercínico Europeu do Norte de África e estão
situados em áreas de baixo grau de metamorfismo nas zonas externas do Orogeno
Hercínico.
Canals et al., (1990) refere também que estes filões preenchem fraturas tensionais
ou falhas “Strike-slip” geradas durante importante movimentos dextrais do Hercínico
tardio, de idade Pérmica. A posição destes filões, controlados pela presença de
"descontinuidades" precoces (pórfiros, estratos competentes) dá origem a um
desenvolvimento vertical importante, sem zonamentos. Contudo existem diferenças na
génese e composição dos fluidos responsáveis pela formação destes depósitos. Os
mecanismos de deposição e a físico-química dos processos pode ser comparada às dos
depósitos Mississippi Valley Type (MVT).
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Paragénese e Mineralogia
A mina Eugenia consiste num conjunto de filões centimétricos a decimétricos
inclusos essencialmente dentro de diques pórfiros, mas também em metassedimentos do
Paleozóico.
De acordo com a paragénese (Figura 10) existem quatro associações que foram
distinguidas na mina Eugenia:
Quartzo e esfalerite;
Galena com ganga carbonatada;
Quartzo, moscovite e caulinite;
Calcite e marcasite
A formação quartzo-esfalerite existe em menor quantidade e está associada
localmente a uma brecha. A formação carbonatada é a mais abundante e é composta por
zonamentos de dolomite, ankerite e calcite. A esta formação está associada a galena.
Figura 10 – Sequência paragenética da mina Eugenia. As linhas verticais separam os diferentes eventos de mineralização (Canals et al 1989)
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Capítulo 3
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Materiais e Técnicas utilizadas
Neste trabalho foram estudadas inclusões fluidas em fluorite, tendo sido
preparadas lâminas espessas polidas. O método utilizado para o estudo de inclusões
fluidas foi a microtermometria, que se caracteriza por ser um método não destrutivo, ou
seja, permite a repetição da análise na amostra. A microtermometria consiste em medir,
ao microscópio, as temperaturas em que se observam mudanças no número ou no estado
das fases fluidas quando sujeitas a mudanças de temperatura. As temperaturas medidas
foram: a temperatura do ponto eutéctico (Te), da fusão de hidrohalite (Thyd), fusão do
gelo (Tice) e de homogeneização (Th).
Te: temperatura do início da fusão do gelo. Corresponde ao ponto eutéctico da
solução aquosa e permite determinar a natureza dos sais dissolvidos na fase
aquosa.
Tice: temperatura de fusão do gelo. Permite estimar a salinidade do fluido sendo
geralmente expressa em % equivalente em peso de NaCl.
Thyd: temperatura de fusão da hidrohalite permite determinar a salinidade da fase
aquosa;
Th: temperatura de homogeneização global da inclusão. Diz-nos a temperatura
mínima de aprisionamento do fluido. Quando ajustada por certas correções de
pressão, dá-nos o valor da temperatura real de aprisionamento.
A criometria consiste no arrefecimento da amostra, utilizando azoto liquido, até
uma temperatura de ≈ -170ºC, seguida por um aquecimento gradual até à temperatura
ambiente. Durante este intervalo pode-se observar Te, Thyd e Tice. Posteriormente,
efetua-se a termometria em que se aumenta a temperatura até à homogeneização da
inclusão, o que nos fornece o valor de Th. A rampa de aquecimento utilizada neste
estudo, para a verificação destas temperaturas foi a que se observa na tabela 1:
Tabela 1 Rampa de aquecimento utilizada na microtermometria para observação das temperaturas do ponto eutéctico,
fusão da hidrohalite e do gelo.
-170ºC até -70ºC 10ºC/min
-70ºC Pára 1 min
-70ºC até -50ºC 5ºC/min
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A caracterização microtermométrica dos fluidos foi efetuada num microscópio
óptico Nikon de luz transmitida com uma objetiva de x50, oculares de x10 e equipado de
uma platina Linkam THMS-600 (Figura 11). A calibração da platina foi efetuada numa
amostra padrão de quartzo sintético com inclusões de H₂O pura.
O estudo das inclusões fluidas foi, como já referimos, efetuado em lâminas
espessas de fluorite (Figura 12).
Após uma observação petrográfica, a lâmina foi cortada em pedaços mais
pequenos para serem colocados no microscópio e observar as mudanças nas inclusões
fluidas durante o arrefecimento / aquecimento (Figura 13).
-50ºC Pára 1 min
-50ºC até -35ºC 10ºC/min
-35ºC até -15ºC 1ºC/min
-15ºC até 0ºC 5ºC/min
Figura 11 Microscópio ótico Nikon de luz transmitida com uma objetiva de x50, oculares de x10 e equipado de uma platina
Linkam THMS-600
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A classificação das inclusões fluidas presentes na fluorite foi um pouco difícil devido ao
facto de estas apresentarem pequenas dimensões. Foi ainda registrada a relação volúmica das
fases e o tamanho. Em algumas inclusões fluidas observaram-se evidências de (perda do fluido)
leakage e de (estrangulamento) necking-down.
Figura 12 Lâmina espessa de fluorite Figura 13 Lâmina espessa de fluorite dividida em pedaços mais
pequenos para a observação das inclusões durante o arrefecimento /aquecimento
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Programas utilizados
Para o cálculo da salinidade utilizou-se o programa Aqso Vir – Software Package
FLUIDS, v.2 (Bakker, 2008) (Anexo 1).
Para o cálculo da composição global dos fluidos e sua identificação utilizou-se o
programa Bulk (06/02) – Referência: Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) (Figura 14) (Anexo 2).
Figura 14 Exemplo do programa utilizado para o cálculo da salinidade - Bulk (06/02) – Referência: Bakker (2003);
sistema de fluido: H2O-gás-sal (http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html)
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Para o cálculo das isócoras foi utilizado o programa ISOC (06/02) Referência:
Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) (Figura 15) (Anexo 3).
Figura 15 Exemplo do programa utilizado para identificar a composição do fluido - ISOC (06/02) – Referência: Bakker
(2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal (http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html) (Anexo 2)
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Resultados e Discussão
Descrição das inclusões fluidas
As inclusões fluidas observadas na fluorite em estudo eram de pequeno tamanho
e existiu uma grande dificuldade em distinguir as inclusões primárias das pseudo-
secundárias. Nas Figuras 16, 17, 18 e 19 podem ser observadas inclusões primárias, bem
como as suas caraterísticas Te, Thyd, Tice e Th.
Figura 16 Fotografia de duas inclusões fluidas quando atingiram o ponto eutéctico. I.F. que sofreu perda de líquido.
Apresenta uma cor mais
acastanhada/avermelhada
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Figura 19 Fotografia de duas inclusões fluidas após a sua homogeneização total.
Figura 17Fotografia de duas inclusões fluidas aquando da fusão da hidrohalite.
Figura 18 Fotografia de duas inclusões fluidas após a fusão do gelo.
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Nas duas fotografias que se seguem podem ser observadas inclusões fluidas
primárias (Figura 20) e inclusões pseudo-secundárias (Figura 21). É mais uma vez de
notar que estas I.F. têm um tamanho “pequeno”, no máximo 20µm. Este e mais
parâmetros podem observar-se na tabela 2 e nos histogramas seguintes.
Figura 21 Inclusões fluidas pseudosecundárias encontradas na fluorite.
Figura 20 Inclusões fluidas primárias encontradas na fluorite.
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Após a execução de 67 medições microtermométricas de inclusões fluidas
presentes em fluorite, provenientes de um filão mineralizado de Ba-F-Pb-Zn da mina de
Juanita verificou-se que os valores da primeira fusão (Te) nas inclusões fluidas se
encontram distribuídos num intervalo entre -88,7ºC e -57,8ºC (média de -73,82ºC).
Rejeitou-se o valor de Te de -134,2ºC, pois observou-se que se tratavam de valores
anómalos. As temperaturas de fusão da hidrohalite (Thyd) encontram-se entre -31,8ºC e -
3ºC (média de -24,2ºC), a temperatura de fusão do gelo (Tice) apresenta um intervalo de -
27,2ºC a 4ºC (média -21,2ºC) e as temperaturas de homogeneização (Th) apresentam
valores entre 72ºC e 159ºC (média de 103,6ºC) (Tabela 2).
Tabela 2 Quadro de dados microtermométricos obtidos em inclusões fluidas de fluorite.
Coluna1 Tipo de F.I. Flw (%)
Tamanho (µm)
Te (oC) Thyd (oC)
Tice(oC) Th(oC)
1 Primária 0,95 12 -70 -31,8 -23,4 84,9
2 Primária 0,95 15 n.d. n.d. -23,4 80,1
3 Primária 0,8 8 n.d. n.d. -17,6 n.d.
4 pseudo-secundária 0,95 6 -74 n.d. n.d. 78,5
5 pseudo-secundária 0,95 7 -72,4 -22 -17 89
6 pseudo-secundária 0,95 5 -71,1 n.d. n.d. 79
7 Primária 0,95 20 -69,2 -23,3 -22,2 117,4
8 pseudo-secundária 0,85 5 -72,2 -25,5 -22,7 95,6
9 pseudo-secundária 0,85 3 -72,2 -25,5 -22,2 91,1
10 pseudo-secundária 0,85 8 -73,1 -26,3 -24,5 113,3
11 pseudo-secundária 0,85 8 -72,9 -23,5 -16,6 131,7
12 pseudo-secundária 0,95 5 -71,7 n.d. -24,9 90
13 pseudo-secundária 0,95 4 -71,7 n.d. -25,1 85,4
14 pseudo-secundária 0,9 3 -71,7 n.d. -25,1 75,7
15 pseudo-secundária 0,85 12,5 -70 -3 4 n.d.
16 pseudo-secundária 0,95 3,5 -72,2 -23,2 -23,2 72,2
17 pseudo-secundária 0,9 4,5 -72,5 n.d. -21,9 88,9
18 pseudo-secundária 0,95 10 -71,5 -25,5 -22,2 118
19 pseudo-secundária 0,8 4 -72 -25,9 -22,4 116,4
20 pseudo-secundária 0,85 3,5 -72,2 -25,9 -24,9 87,9
21 pseudo-secundária 0,85 6 -82 -28,3 -18 125,5
22 pseudo-secundária 0,95 12 -70,6 -21,2 -18,6 125
23 pseudo-secundária 0,75 14 -88,5 -24,7 -17,3 149
24 pseudo-secundária 0,8 24 -88,5 -19 -16,6 159
25 pseudo-secundária 0,9 6 -88,5 -21,3 -17,3 159
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26 pseudo-secundária 0,9 12,5 -71,6 -26 -25,3 99,7
27 pseudo-secundária 0,75 10 -71,6 -23,1 -20,5 113,7
28 Primária 0,95 9 -77 -26 -24,9 93,9
29 Primária 0,95 4,5 -75,2 -23 -23 87,8
30 Primária 0,95 4 -75,2 -23,8 -23,8 89,3
31 Primária 0,95 4,5 -75,2 -23 -22,8 94,2
32 Primária 0,95 6 -77 -24,1 -24,1 78,6
33 pseudo-secundária 0,9 7 n.d. n.d. n.d. 122,5
34 pseudo-secundária 0,9 10 -68,1 -20,2 -17,8 96,9
35 pseudo-secundária 0,95 4 -80,9 -28,3 -18,6 88
36 Primária 0,95 6 -70,2 n.d. -26 101,4
37 Primária 0,85 7 -66,1 -23,2 -18,6 92
38 Primária 0,7 20 -70,4 -27,8 -24 111,6
39 Primária 0,7 7 -88,2 -27,4 -25,5 124,6
40 Primária 0,7 10 -67,9 -18,8 -16,9 152,6
41 Primária 0,7 8 -57,8 -22,4 -17,4 n.d.
42 Primária 0,9 19 -69,4 -5,7 -1,4 148,2
43 Primária 0,9 14 -70,2 -26,2 -26 99,3
44 Primária 0,8 3 -73,2 -27,1 -26,5 109
45 Primária 0,9 7 -68,2 n.d. -25,3 117,8
46 Primária 0,85 4 -67,9 -26,2 -25 98,1
47 Primária 0,95 3,5 -78,3 -28,2 -23,3 89,5
48 Primária 0,95 3 -67,8 n.d. -26,2 92,7
49 Primária 0,6 10 -88,7 -25 -15,9 n.d.
50 Primária 0,9 5 -73,9 -31,8 -26,6 121,8
51 Primária 0,9 3 -75,5 -27,1 -27,1 86
52 Primária 0,9 7 -67,6 -25,5 -24,6 118
53 Primária 0,9 15 -66,8 -25,7 -24,6 129
54 Primária 0,9 4 -73,7 -25,5 -24,7 111,4
55 Primária 0,9 6,5 -75,2 -25 -24,4 116,4
56 Primária 0,9 3 -73,7 -27,5 -24,7 104
57 pseudo-secundária 0,85 7 -72,8 -27,5 -27,2 99,6
58 pseudo-secundária 0,95 3 -75,2 -28 -25,8 79
59 Primária 0,85 8 -68,1 -26,5 -25,5 119,8
60 Primária 0,8 8 134,2 -20 -17,9 124,5
61 Primária 0,9 10 -64,8 -26,3 -17,9 117
62 Primária 0,85 10 -69 n.d. -17 132,3
63 Primária 0,9 12 -68 n.d. -17 133,5
64 Primária 0,95 12 -70,2 -23,7 -14,6 92,1
65 Primária 0,9 6 -69,5 -23,1 -16,1 86
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66 Primária 0,85 8 -65,4 n.d. -25,7 72
67 Primária 0,90 8 n.d. n.d. -17,8 73,2
Max -57,8 -3 4 159
Min -88,7 -31,8 -27,2 72
médias - 73,8 - 24,2 - 21,2 105,2
Composição global
Através do valor médio da Thyd e Tice, foram calculados os valores de salinidade
exprimidos em “% equivalente em peso de NaCl”, onde se obteve uma salinidade de
22,5% . Ao utilizar também o valor médio do ponto eutéctico definiu-se que o sistema
presente nesta rocha seria o H2O-NaCl-CaCl2 (Anexo 1).
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2 3
6
17
2
10
4 3
1 1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
-31 -28 -27 -25 -24 -23 -21 -19 -18 -5 -3
Fre
qu
ên
cia
Thyd (ᵒC)
Temperatura de fusão da hidrohalite
2
5
9
11
6 6
1 1
4
11
4
1 1 1 1
0
2
4
6
8
10
12
-27 -26 -25 -24 -23 -22 -21 -20 -18 -17 -16 -15 -14 -1 4
Fre
qu
ênci
a
Tice (ᵒC)
Temperatura de fusão do gelo
O histograma de distribuição das temperaturas de fusão da hidrohalite, observa-se
um pico acentuado nos -25ºC (Figura 22). No histograma de distribuição dos valores de
Tice observam-se dois picos de frequência de I.F. com temperaturas de -24ºC e -17ºC
(Figura 23).
Figura 23Histograma de distribuição dos valores da Temperatura de fusão do gelo obtidos para o cálculo da
salinidade.
Figura 22 Histograma de distribuição dos valores da Temperatura de fusão da hidrohalite obtidos.
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1
5 2
9
28
15
1 1
0
5
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15
20
25
30
-134 -85 -80 -75 -70 -65 -60 -55
Fre
qu
ênci
a
Te (ᵒC)
Temperatura do ponto eutético
8
13 12
3
12
7
3 2
0
2
4
6
8
10
12
14
80 90 100 110 120 130 140 150
Fre
qu
ênci
a
Th (ᵒC)
Temperatura de homogeneização
A variação das Th (Figura 24) obtida em algumas inclusões, apesar de ser pouco
representativa, evidencia uma distribuição bimodal, com os picos de frequência principais
em temperaturas entre os 90-100ºC e as temperaturas entre 110-120ºC.
. No histograma de variação da distribuição das temperaturas correspondentes ao
ponto eutéctico têm um pico máximo próximo do valor -70ºC (Figura 25). No anexo 3
pode-se observar o histograma como tamanho referente às I.F.
Figura 24 Histograma de distribuição dos valores das temperatura de homogeneização.
Figura 25 Histograma de distribuição dos valores da temperatura correspondente ao ponto eutéctico.
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Tem
per
atu
ra d
e fu
são
do
ge
lo (
°C)
Temparatura de homogeneização (°C)
Temperatura de homogeneização vs Temperatura de fusão do gelo
Primárias
Pseudosecundárias
O valor a sombreado preto na tabela, foi desprezado, por ser um valor anómalo. A
partir dos dados microtermométricos obtidos foram construídos gráficos de dispersão
utilizando os valores de homogeneização global e os valores de temperatura de fusão do
gelo. Como a temperatura de homogeneização nos fornece a temperatura mínima de
formação e a temperatura de fusão do gelo nos permite realizar e conhecer a salinidade
do fluido, a figura 26 que obtemos é um que nos permite distinguir o tipo de fluidos
presentes nas inclusões fluidas.
Como se pode observar na figura 27, parecem existir dois tipos de fluidos
presentes nas inclusões fluidas. O fluido cujo valor ronda os -25ºC de Te é um fluido que
apresenta uma maior quantidade de sais (F2). O outro fluido apresenta uma salinidade
um pouco menos elevada, entre os -15ºC a -20ºC de Te (F1).
Ambos os fluidos apresentam uma Th baixa, cujos valores se encontram entre os
70ºC e os 130ºC, tal como era de prever desde o início deste estudo.
Figura 26 Temperatura de homogeneização (Th) vs temperatura de fusão do gelo (Tice) em inclusões fluídas presentes em fluorite da mina Juanita.
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-20
-15
-10
-5
50 70 90 110 130 150 170
Tem
per
atu
ra d
e fu
são
do
gel
o (
°C)
Temparatura de homogeneização (°C)
Temperatura de homogeneização vs Temperatura de fusão do gelo
Primárias
Pseudosecundárias
F1
F2
Figura 27 Dispersão TH vs TIce para as inclusões fluidas presentes na fluorite.
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0
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100
150
200
250
300
350
400
450
75 95 115 135 155 175 195 215 235
P (
MP
a)
T (°C)
Gráfico de isócoras de I.F. Pseudo-secundárias
Condições P-T
Nos gráficos das figuras que se seguem encontram-se as isócoras obtidas para as
inclusões fluidas pseudo-secundárias (Figura 28), primárias (Figura 29). No gráfico
contendo as isócoras correspondentes à totalidade das inclusões fluidas, fluidos F1 e F2
(Figura 30), em conjunto com as condições de temperatura definidas por Cardellach et al.
(1990) ou Canals et al., (1992) entre 75 e 200ºC permitiram obter as condições P-T
prováveis para a formação da fluorite estudada, T entre 90ºC e 160ºC e P entre 20 e os
300 MPa.
Figura 28 Gráfico contendo as isócoras correspondentes às I.F. Pseudo-secundárias contidas na fluorite estudada. A
vermelho encontra-se os campos definidos por Cardellach et al. (1990) ou Canals et al., (1992) entre 75 e 200ºC.
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75 95 115 135 155 175 195 215 235
P (
MP
a)
T (°C)
Gráfico de isócoras de I.F. primárias
Figura 29 Gráfico contendo as isócoras correspondentes às I.F. primárias contidas na fluorite estudada. A amarelo encontra-se
os campos definidos por Cardellach et al. (1990) ou Canals et al., (1992) entre 75 e 200ºC.
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300
50 70 90 110 130 150 170 190
P (M
Pa)
T (°C)
F1 - Amarelo F2- Azul
Figura 30 Gráfico contendo as condições P-T prováveis para a formação da fluorite.
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Capítulo 5
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Bellmunt del Priorat – Mina Eugenia vs. Mina
de Juanita
Bellmunt del Priorat- mina Eugenia, encontra-se a sul da mina de Juanita e
segundo Canals et al. (1989) as suas mineralizações parecem ter resultado da existência
de um fluido de origem meteórica de salinidade aproximada de 15% equivalente em peso
de NaCl. Segundo Canals et al., (1989) estes dados parecem indicar a presença de
fluidos não magmáticos, mas que provavelmente evoluíram a partir de uma origem
meteórica de metais lixiviados, de carbono e de enxofre, a partir de metassedimentos e de
rochas intrusivas.
Este tipo de mineralização de baixa temperatura, inclusas nos metassedimentos e
rochas ígneas do Hercínico, são similares a outras áreas descritas pela Europa e Norte de
África. Esses locais são de idade Pérmica (Jebrak, 1984 in Canals et al 1990) e estão
situados em zonas externas do Orógeno Hercínico. Os filões da mina Eugenia são
posteriores aos metassedimentos do Carbonífero e não cortam a cobertura dos “red-beds”
do Triásico. Consequentemente a idade das mineralizações podem também pertencer ao
Pérmico (Canals et al 1990).
A mina de Juanita apresenta dois fluidos de elevada salinidade um com
aproximadamente 15% equiv. peso de NaCl (semelhante ao descrito para a mina de
Eugenia e o outro com salinidade mais elevada (25% equivalente em peso de NaCl),
provavelmente devido à uma anterior presença de salmouras no local. Em ambas as
minas os fluidos encontrados apresentam baixa temperatura.
Durante a extensão do Mesozóico, no Triásico e Cretácico formaram-se fraturas
nas rochas do Mesozóico e Cenozoico. Nestas fraturas circularam fluidos quentes e ricos
em minerais. Estes fluidos quentes podem ser interpretados, com o estudo realizado
noutras minas (Ex. Berta) que eram de origem marinha e apresentavam uma temperatura
que rondava os 150ºC.
A alteração mineral e as más condições da mina dificultam a interpretação da
paragénese, tal como as texturas morfológicas dos filões. Além disso, este tipo de filões
apenas é encontrado no Paleozóico, sem cobertura Mesozóica, o que nos pode indicar
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uma evidência cronológica de que a mineralização também pode ter sido afetada
(Guerrero, 2014).
Desta forma, podemos dizer que os fluidos mineralizantes destas duas zonas são
distintos e circularam em épocas diferentes. Na mina Eugenia observam-se filões
mineralizados durante o Pérmico, enquanto na mina de Juanita apresenta filões de idade
mais recente, Triásica e Cretácica.
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Conclusões
Após ter sido realizado um estudo microtermométrico em fluorites da mina de
Juanita, situada na Serra de Collserola (Barcelona), obtiveram-se vários dados de
inclusões fluidas, nomeadamente valores da primeira fusão (Te) entre -88,7ºC e -57,8ºC
(média de -73,8ºC). As temperaturas de fusão da hidro-halite (Thyd) obtidas encontram-se
entre -31,8ºC e -3ºC (média de -24,2ºC). A temperatura de fusão do gelo (Tice) apresenta
um intervalo de -27,2ºC a 4ºC (média -21,2ºC) e as temperaturas de homogeneização
(Th) apresentam valores entre um 72ºC e 159ºC (média de 103,6ºC).
Definiu-se assim, através dos valores médios de Te, Tice e Thy obtidos que as
inclusões estudadas continham fluidos pertencentes ao sistema H2O-NaCl-CaCl2.
A observação dos gráficos obtidos, utilizando os valores da temperatura de
homogeneização e os valores de temperatura de fusão do gelo, permitiu a distinção entre
dois fluidos diferentes. Um fluido mais salino, cujo valor de Te é -25ºC (F2) e outro fluido
cujo valor ronda os -15ºC (F1). Estes valores parecem estar de acordo com a litologia
presente no local, pois observam-se salmouras na zona da mina de Juanita onde é
descrito por Canals et al., (1992) e Cardellach et al., (1990), que definiram a existência de
dois fluidos F1 e F2 tendo um fluido tinha uma origem meteórica (F1) e outro uma origem
magmática (F2).
A temperatura deste fluidos, tal como seria de esperar é baixa, visto que sabemos
pela bibliografia que se trata de filões de baixa temperatura, ronda os 70ºC e os 130ºC.
Em relação às condições P-T destes fluidos, permitiram obter as condições P-T
prováveis para a formação da fluorite estudada, T entre 90ºC e 160ºC e P entre 20 e os
300 MPa.
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Referências bibliográficas
Bakker, A., 2003. Programa Aqso Vir – Software Package FLUIDS, v.2 utilizado para o
cálculo da salinidade. http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html
Bakker, A., 2008. Programa Bulk (06/02) – sistema de fluido: H2O-gás-sal, utilizado para o
cálculo da composição global dos fluidos. http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html
Bakker, A., 2008. Programa ISOC (06/02) - sistema de fluido: H2O-gás-sal, utilizado para
o cálculo das isócoras. http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html
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Anexos
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Anexo 1 – T abela de sal in idades , dados obtidos do programa Aqso Vir – Sof tware Package FLUIDS,
v.2 (Bakker, 2008)
Salinidade Wt% eq. NaCl
NaCl CaCl₂ total
15,44 8,44 23,88
15,44 8,44 23,88
12,99 7,1 20,09
12,72 6,95 19,67
14,95 8,13 23,08
15,15 8,29 23,44
15,15 8,29 23,44
15,24 9,28 24,52
12,53 6,85 19,38
14,56 10,15 24,71
14,23 10,56 24,79
14,23 10,56 24,79
15,36 8,4 23,76
14,83 8,11 22,94
14,95 8,17 23,12
15,03 8,22 23,25
14,56 10,15 24,71
13,17 7,2 20,37
13,43 7,34 20,77
12,85 7,03 19,88
12,53 6,85 19,38
12,85 7,03 19,88
13,91 10,97 24,88
14,24 7,79 22,03
14,56 10,15 24,71
15,28 8,35 23,63
15,6 8,53 24,13
15,2 8,31 23,51
15,72 8,6 24,32
13,08 7,15 20,23
13,43 7,34 20,77
12,87 12,31 25,18
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13,43 7,34 20,77
15,68 8,58 24,26
13,6 11,36 24,96
12,67 6,93 19,6
12,9 7,05 19,95
1,65 0,9 2,55
12,87 12,31 25,18
12,06 13,36 25,42
13,91 10,97 24,88
14,39 10,36 24,75
15,4 8,42 23,82
12,59 12,67 25,26
12,21 6,67 18,88
12,06 13,36 25,42
11,44 14,17 25,61
15,07 9,5 24,57
15,07 9,5 24,57
14,9 9,75 24,65
15,42 9,06 24,48
14,9 9,75 24,65
11,32 14,33 25,65
13,16 11,94 25,1
13,6 11,36 24,96
13,12 7,17 20,29
13,12 7,17 20,29
13,3 11,75 25,05
13,08 7,15 20,23
12,72 6,95 19,67
12,72 6,95 19,67
11,58 6,33 17,91
12,3 6,73 19,03
22,47
(51)média Thyd
-24,2
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Anexo 2- Exemplo de cálculo para a composição global, utilizando o programa Bulk (06/02) – Referência :
Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal (http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html)
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Anexo 3 Tabela de dados T(ºC) e P(MPa) obtidos para a composição global do fluido, utilizada para a construção das
isócoras. Dados obtidos através ISOC (06/02) – Referência : Bakker (2003); sistema de fluido: H2O-gás-sal
(http://fluids.unileoben.ac.at/Computer.html)
Primárias – P(MPa)/ (TºC)
25°C 138°C 225°C 313°C 400°C
1 0,1 122,7 325,8 528,9 732,1
2 0,1 135,6 341,3 547,1 752,9
3 0,1 71,3 263,3 455,3 647,3
7 0,1 43,0 228,4 413,8 599,1
28 0,1 99,3 297,5 495,6 693,8
29 0,1 114,8 316,3 517,7 719,2
30 0,1 111,1 311,8 512,6 713,3
31 0,1 98,5 296,6 494,6 692,6
32 0,1 139,7 346,3 552,9 759,5
36 0,1 80,6 274,6 468,6 662,7
37 0,1 104,1 303,4 502,6 701,8
38 0,1 56,3 244,8 433,3 621,8
39 0,1 27,2 208,6 390,0 571,4
41 0,1 71,3 263,3 455,3 647,3
43 0,1 85,7 280,9 476,1 671,3
44 0,1 62,3 252,2 442,1 631,9
45 0,1 42,1 227,3 412,4 597,5
46 0,1 88,7 284,6 480,5 676,3
47 0,1 110,6 311,2 511,8 712,4
48 0,1 102,3 301,1 499,9 698,7
49 0,1 71,3 263,3 455,3 647,3
50 0,1 33,3 216,2 399,1 582,0
51 0,1 119,7 322,2 524,6 727,0
52 0,1 41,7 226,7 411,7 596,8
53 0,1 17,8 196,9 375,9 555,0
54 0,1 56,7 245,4 434,0 622,6
55 0,1 45,3 231,2 417,1 603,0
56 0,1 74,3 266,9 459,6 652,2
59 0,1 37,7 221,7 405,7 589,7
61 0,1 43,9 229,5 415,1 600,6
62 0,1 11,0 188,2 365,4 542,7
63 0,1 11,0 188,2 365,4 542,7
64 0,1 103,9 303,1 502,2 701,4
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65 0,1 119,8 322,3 524,8 727,3
66 0,1 158,0 368,2 578,4 788,7
67 0,1 154,6 364,2 573,7 783,3
Pseudo-secundárias- P(MPa)/ (T°C)
25°C 138°C 225°C 313°C 400°C
5 0,1 111,9 312,8 513,6 714,5
8 0,1 95,0 292,3 489,5 686,8
9 0,1 106,5 306,2 505,9 705,6
10 0,1 52,4 239,9 427,5 615,1
11 0,1 12,2 189,8 367,4 545,0
12 0,1 109,3 309,6 509,9 710,2
13 0,1 121,3 324,2 527,0 729,8
14 0,1 147,6 355,8 563,9 772,1
16 0,1 157,4 367,5 577,7 787,8
17 0,1 112,2 313,1 514,0 715,0
18 0,1 41,7 226,7 411,8 596,8
19 0,1 82,5 326,8 571,1 815,5
20 0,1 114,3 314,8 515,4 715,9
21 0,1 25,3 206,2 387,2 568,1
22 0,1 26,3 207,6 388,8 570,0
26 0,1 84,8 279,7 474,7 669,7
27 0,1 51,4 238,8 426,2 613,6
34 0,1 91,7 288,3 484,8 681,4
35 0,1 114,5 315,9 517,4 718,8
57 0,1 85,0 280,0 474,9 669,9
58 0,1 138,5 344,9 551,2 757,5
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0
5
10
15
20
25
3 6 9 12 15 21 24
Fre
qu
ên
cia
Tamanho (µm)
Tamanho das inclusões fluidas (µm)
Anexo 4– Histograma de distribuição do tamanho da inclusões fluidas