Merleau-ponty e a Retomada Da Fenomenologia e Do Existencialismo

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Estudo da retomada da fenomenologia a partir de Merleau-ponty.

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MERLEAU-PONTY, Maurice. As relaes da alma e do corpo e o problema da conscincia perceptiva. In: A estrutura do comportamento: precedido de uma filosofia da ambiguidade de Alphonse de Waelhens. Traduo Mrcia Valria Martinez de Aguiar. So Paulo: Martins Fontes, 2006. pg. 287-345.

MERLEAU-PONTY E A RETOMADA DA FENOMENOLOGIA E DO EXISTENCIALISMO.

Diego de Sousa Marques

E-mail: [email protected]

Aluno do Curso de Licenciatura em Filosofia, da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Cajazeiras (FAFIC).

RESUMOMuito se tem a falar sobre o conhecimento perspectivista, mas em Maurice Merleau-Ponty, merece destaque, sua retomada a Edmund Husserl e a Jean-Paul Sartre. Husserl, quanto ao que denominou de sombreamento, onde buscou evidenciar o modo parcial e aproximativo com que a coisa externa apreciada pela conscincia perceptiva, de tal forma que defendia o entendimento de que a nica situao necessria das coisas que tem validade universal o fato delas poderem aparecer continuamente de modo diferente, em sombreamentos sempre diferentes de figura, ou seja, temos uma apreciao parcial das coisas, pois, elas so sombreadas apenas em partes. Enquanto que Merleau-Ponty, utiliza a expresso reversa, o feixe de luz, para tentar retomar este entendimento, pois afirma que os objetos so o que se mostram ser, de modo que apenas percebo o que revelado. Da, equipara a percepo a um feixe de luz, no sentido de que, quilo que a luz projeta-se conseguimos perceber, no entanto, sempre de forma parcial, uma vez que a luz no consegue projetar-se sobre o todo da coisa, sob todos os ngulos. Por isso, s conseguimos conhecer alguns aspectos dela, levando-nos a ideia de perspectiva, mesmo que a nossa conscincia no o reconhea como conhecimento acidental, mas completo. Logo se nota que no deveramos se quer falar em perspectivismo do conhecimento. Quanto ao Existencialismo de Sartre, destacamos sua ideia de que o corpo a experincia do que ultrapassado e passado, ento, em cada projeto do Para-si, ou seja, da conscincia, em cada percepo, o corpo est presente, ele o passado imediato porquanto aflora ainda no presente que lhe foge. Desta forma, o corpo seria ao mesmo tempo, ponto de vista e ponto de partida de que sou e que, ultrapasso em direo ao que hei de ser. Logo, entendia que o eu no est nem formal e nem materialmente na conscincia, mas encontra-se fora, no mundo. Merleau-Ponty, ento vem elucidar as teses sobre o corpo, pois para ele, o corpo no um objeto, uma coisa. No importa se se trata do meu corpo ou de outrem, no tem outro modo de conhec-lo seno vivendo-o, no no sentido do pensamento ou da ideia que formamos por reflexo atravs da distino entre o sujeito e o objeto. Por isso entendia que a primeira verdade, como afirmava Descartes, que eu penso, mas no sentido de que eu sou para mim mesmo sendo no mundo. Portanto, sua interpretao da relao do corpo com a conscincia acentuou a objetividade da esfera de fenmenos cada vez mais voltada realidade.