Memórias da Expedição A icana · e às condições do local. O atendimento médico clássico,...

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Ubirajara Pita Queiroz Monteiro Kaio Macel de Carvalho Cortez Memórias da Expedição Aicana

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Ubirajara Pita Queiroz MonteiroKaio Macel de Carvalho Cortez

Memórias da Expedição A�icana

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FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha catalográfica

361.26 M775m

Monteiro, Ubirajara Pitta de Queiroz

Médicos sem fronteiras: memórias da expedição africana [livro eletrônico] / Ubirajara Pitta de Queiroz Monteiro, Kaio Macel de Carvalho Cortez, Gabriel de Oliveira Lima Carapeba ; organização Cristiano Hayoshi Choji . -- 1. ed.-- Presidente Prudente: Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, 2019.

49 p ; e-book.

Bibliografia. ISBN: 978-85-9492-045-4

1. Médicos sem fronteiras. 2. Assistência humanitária.

3. Assistência médica. I. Cortez, Kaio Macel de Carvalho. II. Carapeba, Gabriel de Oliveira Lima. III. Choji Cristiano Hayoshi. IV. Título. CDD/ 23ª ed.

Catalogação na fonte: Bibliotecária - Jakeline Queiroz Ortega – CRB 8/6246 Direitos para esta edição: É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em partes, sob quaisquer formas ou quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem a permissão do Autor.

© 2019 by Autores.

Memórias da Expedição Africana

1.2.

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Realização em cooperação:

Faculdade de Medicina de Presidente Prudente - FAMEPPDesign Gráfico - FEPPFotografia - FACOPP

Mestrado em Educação - PPGE

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ORGANIZADOR:CRISTIANO HAYOSHI CHOJI

Diretor da Faculdade de Medicina da UnoesteDr. GABRIEL DE OLIVEIRA LIMA CARAPEBA

Orientadora de Mestrado em Educação – Linha 2 Ação DocenteRaimunda Abou Gebran

Coordenador do Programa de Mestrado em Educação – UnoesteMarcos Vinícius Francisco

AUTORES:UBIRAJARA PITTA QUEIROZ MONTEIROKAIO MACEL DE CARVALHO CORTEZREVISÃO TEXTUAL:EDNA MARIA RODRIGUES MOURA BARROS

PROJETO GRÁFICO:MARCELO JOSE DA MOTA

EDIÇÃO DE IMAGENS:MARIA LUISA HOFFMANN AMANDA RODRIGUES DA SILVAFELIPE SOARES PIQUIONEISADORA CRIVELLI SILVESTREMATHEUS RODOLPHO LUCASPEDRO ROTTA MURADREBECA MEGUMI OKUBOMARLENE GOMES REVERTE

CAPA E EDIÇÃO GRÁFICA:MARCELO JOSE DA MOTAISADORA DE MENDONÇA FERNANDES

Memórias da Expedição Africana

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SGEXT - SISTEMA GESTOR DE EXTENSÃOProtocolo 12063/2019

Justificativas/Objetivos ESTIMULAR O TRABALHO COMUNITÁRIO PARA ATENDER POPULAÇÕES FRAGILIZADAS E CARENTES.DEMONSTRAR ATRAVÉS DE LIVRO DE MEMÓRIAS A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO MÉDICO VOLUNTÁRIO NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DO MÉDICO.DEMONSTRAR A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COMUNITÁRIO PARA POPULAÇÃO FRAGILIZADA.

Metodologia EGRESSO DO CURSO DE MEDICINA DA UNOESTE PRESTOU TRABALHO COMUNITÁRIO NA AFRICA.DURANTE O PROCESSO FORAM REALIZADAS FOTOGRAFIAS COMO RECORDAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO TRABALHO.FOTOS FORAM EDITADAS PELO CURSO DE FOTOGRAFIA DA UNOESTE.LIVRO SERÁ FORMATADO PELO CURSO DESIGN GRAFICO DA UNOESTE.ALUNOS DO MESTRADO DA EDUCAÇÃO DA UNOESTE PARTICIPAM ORGANIZANDO O LIVRO.ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM MEDICINA SÃO CO AUTORES DO LIVRO.DIRETOR DA FACULDADE DE MEDICINA PARTICIPA DEMONSTRANDO A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COMUNITÁRIO PARA A FORMAÇÃO DO ESTUDANTE DE MEDICINA.ALUNOS DA UNOESTE DE DIVERSAS ÁREAS PARTICIPAM DO PROCESSO, MULTIDISCIPLINAR . TODOS TERÃO CRÉDITOS PARA LANÇAR NO CURRÍCULO POSTERIORMENTE A APROVAÇÃO.

Resultados esperados/Avaliação da ação EDIÇÃO DE E BOOK SEM CUSTOS.ISBN DA UNOESTE.DISPONIBILIZAÇÃO DO E BOOK NO SITE DA UNOESTE PARA DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL.DIVULGAÇÃO DO TRABALHO PROFISSIONAL VOLUNTÁRIO DO AUTOR. GANHO CURRICULAR DE TODOS OS ENVOLVIDOS.ESTÍMULO AO TRABALHO VOLUNTÁRIO E SOLIDÁRIO

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Para ser médico, sê inteiro: nadaTeu exagera ou exclui(Nem o consciente, nem inconscienteNem o racional, nem o emocional)Sê todo em cada casoPõe quanto ésNo mínimo que fazes(Seja o exame clínico ou um transplante cardíaco)Assim em cada paciente a medicina todaBrilha, porque alta vive.

““

Celmo Celeno Porto 1

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Apresentação do LivroPalavras do Diretor da Faculdade de Medicina 8

Prefácio 9

Capítulo 1. O local 10

Capítulo 2. O atendimento 20

Capitulo 3. As doenças 28

Capítulo 4. A experiência 38

Capítulo 5. Considerações Finais 46

Referências 49

Sumário

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Médicos sem fronteiras

Neste maravilhoso relato do Dr. Ubirajara sobre sua experiência de atuação médica no continente africano, iremos por vezes, nos tele transportar a uma realidade na qual não temos conhecimento, a não ser pelos meios de informações. Teremos a ideia que para a medicina não existem fronteiras quando o principal objetivo é cumprir sua essência milenar de trilhar o melhor caminho para cuidar de vidas humanas.

Onde a escassez de recursos de saúde é incalculável, a palavra com o médico e uma história da moléstia bem descrita, são fatores de extrema valia para nortear a melhor condução do caso.

Países isolados da humanização na saúde, onde a economia e política local não conseguem sanar os problemas das diversas moléstias presentes, precisam cada vez mais de uma medicina humanizada. São profissionais como o Dr. Ubirajara que dispondo de tempo pessoal ajudam a fazer essa diferença. Ao enxergar um problema ele buscou agir nas competências em que foi formado.

Nossas pequenas ações podem não interferir na condução evolutiva econômica e política de uma região ou país, mas elas se tornam grandiosas a cada vida que salvamos.

Apresentacão do Livro

Diretor da Faculdade de Medicina da UnoesteProf. Dr. GABRIEL DE OLIVEIRA LIMA CARAPEBA

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Meu nome é Ubirajara Pitta Queiroz, sou casado, tenho quatro filhos, resido na cidade de Presidente Prudente - SP. Graduei-me em medicina, no segundo semestre de 2017, pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), em Presidente Prudente – SP. Atualmente, faço residência em pediatria, pelo Hospital Regional de Presidente Prudente, sendo este o caminho que escolhi com determinação.

Despertei meu interesse para esta expedição através da ONG chamada “Amigos da África Internacional “, com sede em Campinas – SP. Em 08 de fevereiro de 2018, embarquei nesta expedição com recursos próprios e coração cheio de vontade, porém não imaginava que viveria tamanha experiência.

Sabemos que no Brasil também podemos nos deparar com a mesma situação encontrada na África, embora em menor proporção (talvez).Todavia volto ao meu país com uma experiência única na bagagem, com a sensação de honrar meu compromisso com minha profissão em honrar o próximo.

Prefácio

Tive a ideia de compor este livro de memórias fotográficas, para todos aqueles que desejam fazer qualquer tipo de trabalho voluntário. A fim de que vejam um pouco da experiência, das fragilidades, do que os aguada, bem como do que podem fazer para ajudar.

Neste livro, convido você a vivenciar um pouco dessa inesquecível experiência. Através de imagens e narrações, espero leva-lo comigo até essas memórias que guardo com tanto carinho. Após minuciosa seleção de imagens, quero mostrar um pouco do que vi e vivi ao longo desse trabalho. Mostrar, não só as fragilidades de uma população, como também que é possível sim fazer algo onde e quando for necessário.

A medicina é ciência e arte, que nasce do anseio do mundo em cuidar do bem maior: A vida; que reside e resiste em tudo que ciência pode proporcionar para esse cuidado, mas que não finda-se ai; afinal, quando finda a ciência, nasce a arte: A arte de cuidar, de amar ao próximo e á vida. Entendo isso como missão: Ao fim de tudo, ainda resta o amor pela vida. E, nesse pensamento, embarquei nessa expedição.

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A África é o terceiro continente mais extenso do planeta e o segundo mais populoso. É divida em Estados, em sua maioria democráticos, compostos por províncias, onde ficam as cidades. 2 Sumbe, capital da província de Cuanza Sul, Angola, há pouco mais de 300 km da capital Luanda, foi onde fiquei hospedado e juntei-me a mais dois profissionais, sendo um enfermeiro e um auxiliar de enfermagem. Compondo assim a equipe para então iniciarmos os trabalhos.

A maioria das equipes eram dispostas com essa composição. A missão da equipe era percorrer locais pré-estabelecidos, prestando o atendimentos. Assim que montada a equipe, foram designados os locais onde estaríamos e o tipo de assistência que seria prestada, desde visitas domiciliares até atendimento hospitalar.

Atendemos no interior de Sumbe e demais distritos: Atuco, Kicombo, Salinas. Passando pelas comunidades do interior de Angola, presenciamos a escassez de recursos básicos, como saneamento, educação, higiene, além da miséria, desemprego e a fome que assola a região, chegando a uma grande incidência de desnutrição.

Iniciado o atendimento médico, podemos observar a marginalização e desesperança daquele povo, tanto adultos como crianças, evidenciado por

todo sofrimento que vivem naquelas condições. As cidades eram dispostas ao redor de

um centro comercial, onde se encontravam os hospitais, mercados, escolas. Na periferia desde centro, concentrava-se o aglomerado de casas, dispostas entre becos e vielas, de maneira aleatória (semelhante às grandes favelas brasileiras). Nitidamente nota-se não haver planejamento urbano ou infraestrutura. As cidades simplesmente crescem de maneira aleatória ao redor de um centro comercial e, assim, a estrutura básica que ofereça uma qualidade de vida suficiente, simplesmente não existe.

Nesses locais, a população era completamente negligenciada por falta de recursos básicos. Suas casas eram feitas de barro e pedra, telhado de sapé, outras de placas de zinco e pedras que seguravam os telhados; os banheiros eram fora das casas e, muitas vezes, sem telhado, ou seja, apenas um buraco no chão, onde realizavam suas necessidades. As crianças ficavam na maior parte do dia fora de casa, que normalmente era apenas um cômodo, e excessivamente quente naquela região. O chão de terra batida era suas camas, quando muito, havia uma esteira de palha. Por falta de água encanada, armazenavam-na em baldes e bacias, sem condições mínimas de higiene.

Capítulo 1 - O local

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Figura 1 Bairro da Antena com vista panorâmica para o Bairro da Bumda na cidade de Sumbe-Amgola

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Figura 2 Bairro da Antena, uma visão mais próxima das casas e da população na cidade de Sumbe-Amgola

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Figura 3 Bairro de salinas uma visão das casas construidas de pedras com barro e cobertura de sape na cidade de Sumbe Angola

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Figura 4 Interior da casa de um Angolano no Bairro de Salinas na orla da Praia em Sumbe, revelando os desafios da comunidade

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Figura 6 Brinquedo construido pelas crianças angolanas de latinhas de refrigerante

Figura 5 Mercado da

Feira do Bairro do Chingo em

Sumbe

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Figura 7 Um exemplo de brinquedo utilizado para diversão de uma criança Angolana

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Figura 8 Dia de atendimento no Hospital Geral de Cuanza Sul Angola

Figura 9 Dia de atendimento no Hospital Geral de Cuanza Sul Angola com Enfermeira Adriana Brasileira

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Figura 10 Atendimento Medico no Posto de

Saúde de Salinas, Sumbe com equipe do Brasil

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Figura 11 Árvore Histórica em Sumbe, Molembeira

milenar onde os escravos eram acorrentados antes de serem transportados apos serem

vendidos, ao lado existia um porão onde escravos ficavam presos

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Encontramos uma certa dificuldade para realizar atendimento médico tradicional, pois tratava-se de uma população vulnerável, sem orientações mínimas, mostrando-se, por vezes, arredia e resistente à aproximação. As consultas exigiam uma postura diferenciada, com uma anamnese direcionada aos problemas mais observados, bem como o trabalho improvisado adequado às necessidades das crianças e às condições do local.

O atendimento médico clássico, como prestado no Brasil, não pode ser feito. Essa diferença reside no fato de que, no Brasil, temos políticas de saúde pública efetivas (ainda que possua fragilidades e não contemple todas as necessidades da população), campanhas de vacinação, Sistema Único de Saúde composto de vários níveis e dispositivos de atenção à saúde pública.

Em suma, o atendimento prestado no Brasil parte do pressuposto que estamos diante de um paciente com acesso à saúde, calendário vacinal básico, acesso gratuito à medicação e terapias diversas, sendo o oposto disto, a exceção (não raro nos deparamos com situações diversas no Brasil, porem esses casos não podem ser visto como regra, e sim como exceção. Mesmo nas regiões mais pobres existem recursos de saúde mínimos e/ou centros de saúde de referência).

Desse modo, a abordagem ao paciente tinha que contemplar todos esses aspectos e particularidades daquela população, para que fosse prestada a melhor assistência possível diante das condições observadas.

Soma-se a isso o atendimento improvisado em barracas, ruas, escolas, até mesmo na areia da praia. Prestamos assistência desde hospitais, pronto-

atendimentos, até mesmo nas casas, ruas, locais improvisados diversos. A nossa função ali era prestar o atendimento médico aonde ele fosse necessário. Nesse quesito, a equipe de assistência local, bem como a equipe da ONG, procurava organizar uma estrutura básica para que a assistência pudesse chegar aos locais onde era mais necessária.

Muitas localidades não contavam com um local destinado a assistência em saúde, especialmente as comunidades mais afastadas. Nesse sentido, a conduta centrava-se mais na resolução dos problemas agudos, bem como nas orientações gerais de promoção e prevenção de saúde, uma vez que não havia a garantia de continuidade na assistência àquela população.

Cada dia era um novo desafio, já que não sabíamos o que nos aguardava. Contudo, sempre que trabalhávamos, tínhamos mais vontade de continuar. A impressão que ficou é que as necessidades das crianças renovavam cada um de nós mais energia.

Segundo dados do Unicef em 2016 morreram cerca de 2,6 mil crianças por dia durante as primeiras 24 horas de vida. O número de crianças que morrem antes do quinto aniversário chegou a 5,6 milhões em 2016, os bebês de menos de 1 mês representam 46% dos falecimentos nesse grupo. 3 Nesse sentido, observamos durante nossas caminhadas que não nos deparamos com nenhum angolano de cabelos brancos. Assim, procurei centrar meu atendimento principalmente na população infantil, bem como na orientação das mães. Outro fato que chamou atenção foi que a maioria deles nunca tinha visto a si mesmo num espelho, não conhecia se quer a própria imagem.

Capítulo 2 - O atendimento

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Figura 12 Dia de atendimento no Hospital infantil em Sumbe

Figura 13 Rotina de

atendimento em Salinas

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Figura 14 Demonstração de prazer e atenção no atendimento com as crianças de Salinas

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Figura 16 Sempre com alegria durante os atendimento, este foi na escola do Quicombo uma província de Sumbe

Figura 15 Carinho e atenção no atendimento com as crianças de Salinas

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Figura 18 Não aparecia um Medico a mais de 5 anos no Quicombo

Figura 17 Atendimento improvisado mas com qualidade na Tenda da ONU deixada há mais de 20 anos após guerra civil na província do Quicombo

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Figura 19 Orientações e atendimento com as mãe na tenda

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Figura 20 Atendimento nas ruas de Zumbe. Os moradores nos chamavam para avaliar os casos mais graves. E sempre estávamos dispostos a atender

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Figura 21 Recompensa e carinho espontâneo da paciente com um beijo. Alegria para o coração de um Medico que tinha apenas a Medicina para oferecer

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Como já exposto, estávamos diante de uma população que, diferente do Brasil não tinha o acesso mínimo a saúde. Desse modo, podíamos esperar as mais diversas condições patológicas, muitas delas erradicadas ou muito pouco frequentes no Brasil. Atendendo especialmente a população infantil, nos deparamos como patologias que derivam de fatores diversos, desde falta de acesso a medicina preventivas (como acesso a pré-natal, vacinação, puericultura, por exemplo) até o acesso a recursos básicos, como alimentos, água potável e higiene.

Segundo relatório “Oportunidades para os Recém-nascidos em África”, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em nome da “The Partnership for Maternal Newborn and Child Health” (PMNCH – Parceria para Saúde Materna, Neonatal e Infantil) (2008): 4

Todos os anos morrem em África 1,16 milhões de bebés africanos no primeiro mês de vida e a causa principal são as infecções. A maioria dos cerca de 325 000 bebés que morrem de septicémia neonatal e de pneumonia poderia ser salva com simples práticas preventivas como uma pele limpa e cuidados prestados ao cordão umbilical, com amamentação e com calor corporal, e com melhor manejo dos que estão doentes, especialmente utilizando antibióticos. A maior parte das mortes de recém-nascidos ocorre entre bebés com baixo peso à nascença (BPN), ou entre bebés com peso à nascença inferior a 2 500 gramas. Cuidados simples prestados aos bebés de pequena dimensão e o tratamento precoce das complicações salvariam muitas vidas de recém-nascidos. Contudo, nem as práticas de cuidados domésticos, nem os cuidados prestados aos bebés de pequena dimensão, ou até o tratamento das infecções dos recém-nascidos têm sido sistematicamente reconhecidos nos programas de

saúde da infância, inclusive na Atenção Integrada às Doenças da Infância (AIDI). A falta de promoção da saúde e dos respectivos serviços orientados para os bebés tem também um impacto sobre as crianças mais velhas. As doenças graves durante o primeiro mês de vida podem resultar em incapacidades de longo prazo e em maus desempenhos escolares, mas há poucos dados concretos disponíveis sobre estas graves doenças dos recém-nascidos e sobre os seus efeitos de longo prazo. As primeiras semanas de vida são fundamentais para definir comportamentos saudáveis como a amamentação. Em África só um terço dos bebés com menos de 6 meses são amamentados em regime de exclusividade. (LAWN; KERBER, 2008. p.92)

Devido às próprias condições observadas ali, as principais patologias encontradas eram as infecciosas, como afecções dermatológicas, em especial micoses, como a tínea (todos os tipos já documentados); doenças parasitárias por múltiplos parasitas; além de desnutrição, em virtude de uma dieta a base de milho, água e sal. Não raro encontrar também casos de negligência, abuso e violência de diversos tipos.

Era uma realidade muito preocupante e triste, no entanto conseguimos, nesse período, amenizar um pouco a situação sofrida daquele povo nos grupos que atendemos.

Durante as consultas, utilizamos, principalmente, pomadas antibióticas, antifúngicas e corticoides, bem como xaropes de antibióticos, vermífugos e soluções de reidratação oral. Lembrar que a conduta era voltada a resolução de quadros agudos, promoção e prevenção em saúde. Voltamos para casa sem nenhuma medicação, mas com a sensação de dever cumprido.

Capitulo 3 - As doenças

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Figura 22 Atendimento beira Rio de Sumbe, enquanto as mães lavavam as roupas no rio, nossa equipe fazia atendimento de acordo com possibilidade

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Figura 23 Atendimento de uma Lactente no Hospital infantil que foi ateada fogo pelo pai. Sobreviveu

Figura 24 Criança com cólera, prevalência altíssima na África

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Figura 25 Prevalência de

Tinea e infecção secundaria em

crianças de Angola devido falta de

higiene

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Figura 26 Lactente filha de uma funcionaria do hotel onde estávamos hospedados, à pedido da proprietária do hotel teve atendimento medico, diagnostico e tratamento prescrito como infecção secundaria (impetigo), foi tratada com melhora do quadro

Figura 27 Verminose também muito prevalente nas crianças em Angola

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Figura 28 Muita prevalência de tinea capitis devido precariedade há higiene

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Figura 29 Olhar muitas vezes triste, infeções secundarias pelo braço e roupas que talvez sejam as únicas para vestir

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Figura 30 Outro caso de tinea capitis grave que foi medicada e tratada

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Figura 31 Impetigo grave que foi tratado. Este caso em particular foi surpreendente. A equipe avistou essa criança andando na província e perceberam que ela andava com os braços abertos, e foram ate ela e viram as feridas e trouxeram ela para consulta. Já estávamos guardando todo material e equipamento para irmos embora, atendi a criança e prescrevi a medicação e por sorte só tinha mais 1 caixa da medicação que ela precisava. Dando tudo certo no final

Figura 32 Uma criança no Hospital infantil com quadro de Insuficiência respiratória aguda grave

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Figura 33Alegria da Enfermeira Andreia no final dos atendimentos a recompensa de trabalho cumprido

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Nessa expedição, tive o prazer de conviver com pessoas de vários países, etnias, profissões e classes sociais. Diversas atividades foram desenvolvidas, como palestras multiprofissionais, encontros com autoridades políticas, confraternizações com a equipe e os funcionários, até mesmo eventos com a população local. Por isso, a experiência vivida nesses 10 dias pode ser divida em dois pilares: Experiencia Médica e a Experiência Humana.

No tocante a experiencia médica, foi um grande aprendizado me deparar com situações de completa ausência de recursos complementares. Uma vez que, é relativamente mais simples exercer a medicina em um local munido de estrutura. Ter acesso a toda tecnologia é um fator positivo, por oferecer um serviço de excelência e alta taxa de resolubilidade. No entanto, esse amplo acesso, tem também um lado negativo, no sentido de que afasta o médico da relação médico-paciente, da anamnese detalhada e do exame físico, em suma, da própria arte clínica.

Segundo Isabela M. Benseñor (2013), a comparação entre cinco estudos realizados na Inglaterra, Estados Unidos, Índia e Brasil, entre 1975 e 2003, revelou que a anamnese junto com exame físico foram responsáveis por mais de 80% (81,7%) dos diagnósticos, sendo necessário exames complementares em menos de 18% dos casos. O estudo também mostra um certo aumento no uso de exames complementares (de 8,75%, em 1975 no estudo inglês, para 29,5%, em 2003 no estudo brasileiro). 5

Obviamente, considera-se o avanço tecnológico no período estudado, o aumento massivo de recursos diagnósticos, terapêuticos, além da complexidade cada vez maior das patologias encontradas. No entanto, observa-se a grande importância e resolubilidade do mais antigo e essencial dispositivo médico de assistência à saúde: O contato com o paciente. Desde os primórdios, a medicina baseia-se no contato entre médico e paciente, e em todos os ditames que envolve essa relação.

Assim, mesmo como todo desenvolvimento tecnológico, o médico nunca pode abrir mão da anamnese e exame físico. Alicerçam-se em recursos simples, que necessitam de pouco ou nenhum aparato e, como já foi mostrado, podem salvar vidas sim. Por tudo isso, a experiencia médica que tive num lugar sem recursos foi tão importante: Me aproximou da milenar arte clínica; me mostrou a importância figura do médico, insubstituível por qualquer tecnologia; e comprovou que não precisa de muitos recursos para prestar um serviço médico de qualidade e exercer o seu papel de prevenção, promoção e assistência à saúde.

No sentido da experiencia humana, nos deparar com outra cultura, outros valores, é de muito valor. Estar diante de uma comunidade que tem uma história completamente diferente, uma outra organização política e social, alicerçada em outros valores, corrobora para nosso aprendizado como ser humano e a própria evolução pessoal. Este tipo de experiencia vem a contribuir com a expansão dos horizontes, abrir a mente para outras possibilidades e formas de relação social e, assim,

Capítulo 4 - A experiência

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quebrar e reconstruir conceitos sobre si e sobre o mundo.

Ainda sobre a experiencia humana, estar diante de uma população negligenciada, carente de recursos básicos, tão explorada por séculos, nos faz repensar valores. Encarar necessidades que fogem à nossa realidade, nos faz enxergar a importância de olhar por essa população. Por fim, poder estar num lugar onde o seu trabalho é um recurso escasso e quase sempre inacessível, mostra o valor que tem a medicina em uma sociedade. Além disso, mostra o papel que tem o trabalho médico na proteção da vida e o quanto é importante dar sempre o melhor de si a cada vida que nos for confiada.

A saúde sempre será o bem mais valioso do ser humano, no entanto, para que seja protegido este bem, são necessários outros bens e recursos que dependem muito mais de fatores políticos e econômicos do que dos fatores socioculturais. A fim de que a população tenha saúde, faz mister que a seja oferecido acesso aos dispositivos atenção em saúde. Nesse aspecto, essa experiencia mostrou o quanto é importante participar ativamente política e lutar sempre por melhorias nas políticas públicas, indispensáveis na assistência à saúde.

Assim, a expedição africana contribuir para a evolução pessoal e profissional. A construção de um médico mais humano fundamenta-se no entendimento do papel da medicina diante da sociedade, na missão da medicina em proteger a vida, e na compreensão das relações políticas, sociais e culturais envolvidas no processo de assistência à saúde.

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Figura 34 Equipe de Médicos e Enfermagem no Hospital Infantil de Sumbe

Figura 35 Palestra para equipe de Médicos e Enfermeiros e Secretario da Saúde de Sumbe. Sobre Plano de Saúde Básica

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Figura 36 Palavras do Secretario da Saúde de Sumbe

Figura 37Trocando informações com a Medica e sua equipe sobre o atendimentos infantil

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Figura 38 Reunião com Secretario da Saúde para discutir estratégias para melhorias da saúde publica em Sumbe

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Figura 39 Momento de servir quem nos serviu no Hotel durante 10 dias de estadia em Sumbe. Nossa equipe preparou a refeição para eles e os servimos, uma forma de gratidão e manifestação do Amor para com aquele povo

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Figura 40 Nos preparando para servi-los. Momento único em nossas vidas, experiência maravilhosa

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Figura 41 Reunindo as crianças em una Igreja para após atende-las

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Primeiramente, aos que tem interesse em realizar trabalhos voluntários de qualquer natureza: Saibam o quanto é gratificante e a evolução pessoal que isso pode promover. Poder se relacionar com pessoas de outros lugares, estar num lugar onde seu trabalho é essencial e pode ajudar na vida de alguém, faz pensar que não vivemos em vão. Naquele momento sua vida torna-se o meio da amenizar a dor e sofrimento de outra vida. Isso não tem nada comparável que possa proporcionar a mesma sensação.

Aos colegas e futuros colegas da área da saúde: Poder exercer a profissão que tem como sonho, amenizando o sofrimento de outro ser humano, me faz crer que estou no caminho certo. A nossa missão, enquanto profissionais da saúde

Capítulo 5 - Considerações Finais

é volver nossas vidas em função da vida humana. Não há premio maior do que a gratidão de uma vida que você foi o responsável por ajudar com seu trabalho. Foi para isso que escolhemos esse caminho. Nenhuma tecnologia jamais vai substituir o contato humano, enquanto o amor estiver presente em cada gesto do ato de cuidar de outra vida.

Por fim, agradeço a toda equipe da ONG “Amigos da África Internacional”, e os parabenizo pelo excelente serviço que tem prestado; aos companheiros que me auxiliaram nessa expedição; aos funcionários e população local que nos recebeu de braços abertos; e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esse sonho se tornasse realidade.

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Figura 42 Fica a certeza de dever cumprido e gratidão a Medicina para proporcionar uma experiência inesquecível de ser Medico Voluntario. E fica o incentivo para Médicos e futuros Médicos que não percam a oportunidade de serem voluntários e passar por experiência que serão carregadas para sempre em nossas almas

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Referências

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