_Memórias Póstumas de Brás Cubas_ - Resumo Da Obra de Machado de Assis - Guia Do Estudante

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 09 /0 2/2 015 "Me mória s stumas de Brá s Cubas " - Re su mo da obra de Mach ado de Assis - Gu ia do Estu dant e dat a:text/html;charset=utf-8,%3Cstrong %20style%3 D%22fo nt-famil y%3A%20 'T rebuch et%2 0MS'%2C%20Tah oma%2C%20 Verdana%2 C%20Arial%3B%… 1/2 Resumo A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maustratos em geral. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas, que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria darwinista com o borbismo: “A os vencedores, as batatas”, ou seja: só os mai s fortes e aptos devem sobreviv er. Na juventude do pr otagoni sta, as benesses ficam por conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de luxo, chamada Marcela, a quem Brás ded ica a célebre frase: “Marcela a moume durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estav a interessada nos caros pres entes que ele lhe dava. Ao contrário, a firma categoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão intimamente liga dos . Apaix onado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes recursos da famíl ia com f estas, pres entes e toda sorte de frivolidades. Seu pai, para dar um basta à situação, toma a resolução mais comum para as classes ricas da época: manda o filho para a Europa estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra. Brás Cubas, no entanto, segue contrariado para a universidade. Marcela não vai, como combinara , despedirse dele, e a viagem começa triste e lúgubre. Em Coimbra, a vida não se altera muito. Com o diploma nas mãos e total inaptidão para o trabalho, Brás Cubas retorna ao Brasil e segue sua existência parasitária, gozando dos privilégios dos bemnascidos do país. Em certo momento da narrativa, Brás Cubas tem seu segundo e mais duradouro amor. Enamorase de Virgília, parente de um ministro da corte, aconselhado pelo pai, que via no casamento com ela um futuro político. No entanto, ela a caba se casando com Lobo Neves, que arrebata do protagonista não apenas a noi va como também a candidatura a deputado que o pai preparava. A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição, pois construíra a fortuna com a fabricação de cubas, tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no mundo das aparências sociais. Assim, a entrada na política era vista como maneira de ascensão social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles. Lista de personagens Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a morte, e nessa condiç ão é o responsáve l pela caracter ização de todos os dema is personagens. Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional. Marcela:  amor da adolescência de Brás. Eugênia: a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já que era filha de um casal que ele havia flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; o protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance, porque a garota era coxa. Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19 anos. Lobo Neves: casase com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o protagonista. Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente. Dona Plácida: representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e sofrimento.

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  • 09/02/2015 "MemriasPstumasdeBrsCubas"ResumodaobradeMachadodeAssisGuiadoEstudante

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    ResumoA infncia de Brs Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da poca, marcada porprivilgios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como brinquedo de estimao o negrinhoPrudncio, que lhe servia de montaria e para maustratos em geral. Na escola, Brs era amigo de traquinagemde Quincas Borbas, que aparecer no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria darwinista com oborbismo: Aos vencedores, as batatas, ou seja: s os mais fortes e aptos devem sobreviver.

    Na juventude do protagonista, as benesses ficam por conta dos gastos com uma cortes, ou prostituta de luxo,chamada Marcela, a quem Brs dedica a clebre frase: Marcela amoume durante quinze meses e onze contosde ris. Essa uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras delinguagem. Marcela prostituta de luxo, mas na obra no h, em nenhum momento, a caracterizao nessestermos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brs Cubas no diz, porexemplo, que Marcela s estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrrio, afirmacategoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relao, amor e interesse financeiro estointimamente ligados.

    Apaixonado por Marcela, Brs Cubas gasta enormes recursos da famlia com festas, presentes e toda sorte defrivolidades. Seu pai, para dar um basta situao, toma a resoluo mais comum para as classes ricas dapoca: manda o filho para a Europa estudar leis e garantir o ttulo de bacharel em Coimbra.

    Brs Cubas, no entanto, segue contrariado para a universidade. Marcela no vai, como combinara, despedirsedele, e a viagem comea triste e lgubre.

    Em Coimbra, a vida no se altera muito. Com o diploma nas mos e total inaptido para o trabalho, Brs Cubasretorna ao Brasil e segue sua existncia parasitria, gozando dos privilgios dos bemnascidos do pas.

    Em certo momento da narrativa, Brs Cubas tem seu segundo e mais duradouro amor. Enamorase de Virglia,parente de um ministro da corte, aconselhado pelo pai, que via no casamento com ela um futuro poltico. Noentanto, ela acaba se casando com Lobo Neves, que arrebata do protagonista no apenas a noiva como tambma candidatura a deputado que o pai preparava.

    A famlia dos Cubas, apesar de rica, no tinha tradio, pois construra a fortuna com a fabricao de cubas,tachos, maneira burguesa. Isso no era louvvel no mundo das aparncias sociais. Assim, a entrada na polticaera vista como maneira de ascenso social, uma espcie de ttulo de nobreza que ainda faltava a eles.

    Lista de personagensBrs Cubas:filho abastado da famlia Cubas, o narrador do livro; conta suas memrias, escritas aps amorte, e nessa condio o responsvel pela caracterizao de todos os demais personagens.

    Virglia:grande amor de Brs Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grandepossibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da poltica nacional.

    Marcela:amor da adolescncia de Brs.

    Eugnia:a flor da moita, nas palavras de Brs, j que era filha de um casal que ele havia flagrado, quandocriana, namorando atrs de uma moita; o protagonista se interessa por ela, mas no se dispe a levar adianteum romance, porque a garota era coxa.

    Nh Lo L:ltima possibilidade de casamento para Brs Cubas, moa simples, que morre de febre amarela aos19 anos.

    Lobo Neves:casase com Virglia e tem carreira poltica slida, mas sofre o adultrio da esposa com oprotagonista.

    Quincas Borba:terico do humanitismo, doutrina qual Brs Cubas adere, morre demente.

    Dona Plcida:representante da classe mdia, tem uma vida de muito trabalho e sofrimento.

  • 09/02/2015 "MemriasPstumasdeBrsCubas"ResumodaobradeMachadodeAssisGuiadoEstudante

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    Prudncio:escravo da infncia de Brs Cubas, ganha depois sua alforria.

    Sobre Machado de AssisJoaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Neto de escravosalforriados, foi criado em uma famlia pobre e no pode frequentar regularmente a escola. Porm, devido a seuenorme interesse por literatura, conseguiu se instruir por conta prpria. Entre os seis e os quatorze anos,Machado de Assis perdeu sua irm, a me e o pai.

    Aos 16 anos, Machado conseguiu um emprego como aprendiz em uma tipografia, vindo a publicar seus primeirosversos no jornal A Marmota. Em 1860 passou a colaborar para o Dirio do Rio de Janeiro e dessa dcadaque datam quase todas suas comdias teatrais e Crislidas, um livro de poemas.

    Em 1869 Machado de Assis casouse com Carolina Augusta Xavier de Novais sem o consentimento da famlia damoa, devido m fama que Machado carregava. Porm, este casamento mudou sua vida, uma vez queCarolina lhe apresentou literatura portuguesa e inglesa. Mais amadurecido literariamente, Machado publicana dcada de 1870 uma srie de romances, tais como A mo e a luva (1874) e Helena (1876), vindo a obterreconhecimento do pblico e da crtica. Ainda na dcada de 1870, Machado iniciou sua carreira burocrtica eem 1892 j ocupava o cargo de diretor geral do Ministrio da Aviao. Atravs de sua carreira no serviopblico, Machado de Assis conseguiu sua estabilidade financeira.

    A obra literria de Machado era marcadamente romntica, mas na dcada de 1880 ela sofre uma grandemudana estilstica e temtica, vindo a inaugurar o Realismo no Brasil com a publicao de Memrias Pstumasde Brs Cubas (1881). A partir de ento a ironia, o pessimismo, o esprito crtico e uma profunda reflexo sobrea sociedade brasileira se tornaro as principais caractersticas de suas obras. Em 1897, Machado funda aAcademia Brasileira de Letras, sendo seu primeiro presidente e ocupando a Cadeira N 23.

    Em 1904, Machado perde a esposa aps um casamento de 35 anos. A morte de Carolina abalou profundamente oescritor, que passou a ficar isolado em casa e sua sade foi piorando. Dessa poca datam seus ltimosromances: Esa (1904) e Jac Memorial de Aires (1908). Machado morreu em sua casa no Rio de Janeiro no dia29 de setembro de 1908. Seu enterro foi acompanhado por uma multido e foi decretado luto oficial no Rio deJaneiro.

    Seus principais romances so: "Ressurreio" (1872), "A mo e a luva" (1874), "Helena" (1876), "Iai Garcia"(1878), "Memrias Pstumas de Brs Cubas" (1881), "Quincas Borba" (1891), "Dom Casmurro" (1899), "Esa eJac" (1904) e "Memorial de Aires" (1908). Alm dessas obras, Machado de Assis possui uma extensa bibliografiaque abrange poemas, contos e peas teatrais.