Memórias
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RECORDAÇÕES
BOAS E MÁS LEMBRANÇAS
ESSOGIR DA SILVA
LEMBRANÇAS DO PASSADO
CARAPICUIBA
2010
AGRADECIMENTOS
A toda minha família que teve a paciência em me aturar durante esse tempo todo.
Não sou uma pessoa fácil de se lidar, porém tenho qualidades indiscutíveis, gosto de ser
justo, honesto, respeitador e trabalhador. Para se formar uma família decente é necessário
que a pessoa que normalmente é vista como referencia tenha bons modos, procurei ter
tudo isso, mas é evidente que nem sempre a gente consegue agradar a todos de maneira
igual, por esse motivo peço as pessoas que se sentiram discriminadas por mim,
desculpem-me se isso aconteceu, tenham certeza que não foi por livre e espontânea
vontade e sim por traição da mente, livremente e por vontade própria não faria essa
desfeita à ninguém.
DEDICAÇÃO
Dedico esse trabalho para todos os meus familiares, parente e amigos que dele tomem
conhecimento. Aqui se valoriza a vida, o trabalho digno e o respeito ao próximo. A
persistência é uma virtude que para todos deveria ser uma rotina. É diante das dificuldades
que o ser humano mostra que é capaz. Aquilo que vem fácil vai mais fácil ainda. Aos mais
novos que ainda estão lutando pela sobrevivência deixo claro que: Só vale a pena aquilo
que conseguimos com nossos esforços, para isso é necessário preparar-se para a vida. O
que o outro consegue não interessando os meios, se lícito ou ilícito não interessa a você, o
que vale é o que é seu isso ninguém tira de você.
QUEM TOMAR CONHECIMENTO E ACHAR QUE ESTÁ EM DESACORDO COM A
REALIDADE VIVIDA, PODERÁ ME INFORMAR PASSANDO AS DIFERÊNÇAS
ENCONTRADAS QUE POSTAREI UMA EMENDA.
RESUMO
Tem este a finalidade de registrar fatos e acontecimentos que normalmente levaria
uma pessoa nessas condições a não ter certeza do que é certo ou errado. Então se pode
afirmar que a índole pessoal advém das observações feitas por um ser aos seus
representantes legais. Quando digo representantes legais não estou me referindo apenas
aos pais e sim todos aqueles que deveriam incutir na cabeça de uma criança a diferença
entre o certo e o errado, as igrejas têm uma grande parcela nisso. Muitas vezes falamos
que não temos oportunidade e por isso deixamos de fazer o que deveria, mas na realidade
oportunidade todos tem, o que falta é apoio da sociedade e a capacidade de cada
elemento na interpretação desse apoio sabendo aproveitá-lo. No meu caso quando
apareceu às oportunidades soube aproveitar, tanto que se eu não tivesse aproveitado com
certeza não estar deixando aqui minhas memórias, pois tive todas as oportunidades de se
tornar um fora da lei, mas como disse no começo a minha índole falou mais alto. Mesmo
diante das dificuldades proferi lutar, estudar e manter-me sempre no caminho que leva aos
bons modos e nunca desanimei diante dos empecilhos que surgiram à minha frente,
procurei sempre ser o mais correto e justo possível e com isso sempre tive uma porta
aberta onde pude me abrigar. O abrigo e apoio normalmente vêm das pessoas estranhas,
pois as mais próximas, quando você pede ajuda, normalmente acham que você está
aproveitando da situação e que não procura meios para sobreviver. Esse pensamento não
é correto, muitas vezes as pessoas procuram, mas a capacidade e inteligência de um é
diferente do outro e isso leva a desigualdade. Quem deste tomar conhecimento que saiba
que fui, sou e sempre serei uma pessoa honesta, digna, justa, respeitosa e trabalhadora e
que passando pelo que passei, vindo de onde vim posso afirmar sem medo de errar que
venci na vida. Se tivesse tido apoio com certeza teria chegado mais longe. Não critico
meus familiares por isso, pois como o ditado diz “Viemos todos do mesmo saco”.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO - Volta ............................................................................................................ 10 2 BIOGRAFIA - Volta ................................................................................................................. 11 3 MEUS SAUDOSOS PAIS - Volta ......................................................................................... 12
3.1 RETORNO DE MINHA FAMILIA PARA O INTERIOR. ............................................. 13 3.2 FALECIMENTO DOS PAIS. .......................................................................................... 14
4 MEUS IRMÃOS - Volta........................................................................................................... 15 4.1 INCIDENTES .................................................................................................................... 24
5 SOBRE MIM - Volta ................................................................................................................ 25 5.1 INFÂNCIA - Volta ............................................................................................................. 26
5.1.1 RESPONSABILIDADE............................................................................................. 26 5.1.2 RELIGIÃO .................................................................................................................. 27
5.2 FATOS - Volta .................................................................................................................. 27 5.2.1 PESCARIA................................................................................................................. 27 5.2.2 COMÍCIO.................................................................................................................... 28 5.2.3 MALDADE INOCENTE 1. ....................................................................................... 28 5.2.4 MALDADE INOCENTE 2. ....................................................................................... 28 5.2.5 DOMADOR ................................................................................................................ 29 5.2.6 DISPARADA .............................................................................................................. 29 5.2.7 BOI BRAVO ............................................................................................................... 30 5.2.8 CARROÇA COM CARVÃO. ................................................................................... 30 5.2.9 ÉGUA DE CORRIDA ............................................................................................... 30
5.3 MEDO - Volta.................................................................................................................... 31 5.3.1 VOLTA TARDE PARA CASA ................................................................................. 31 5.3.2 RECOLHA DO GADO.............................................................................................. 31
5.4 CORAGEM - Volta ........................................................................................................... 32 5.5 NA ROÇA - Volta ............................................................................................................. 32 5.6 ITAPORANGA - Volta ..................................................................................................... 33 5.7 SÃO PAULO - Volta ........................................................................................................ 35 5.8 MINHA FAMILIA COMIGO - Volta ................................................................................ 36 5.9 CASAMENTO - Volta ......................................................................................................37 5.10 SEPARAÇÃO - Volta .................................................................................................... 37 5.11 NOVO CASAMENTO - Volta ....................................................................................... 38 5.12 FATOS INUSITADOS - Volta ...................................................................................... 41 5.13 FILHOS - Volta............................................................................................................... 42 5.14 ESTUDOS - Volta ....................................................................................................... 48
5.14.1 PRIMÁRIO ............................................................................................................... 48 5.14.2 GINÁSIO .................................................................................................................. 49 5.14.3 COLEGIAL............................................................................................................... 49 5.14.4 NÍVEL SUPERIOR ................................................................................................. 50 5.14.5 PÓS-GRADUAÇÃO ............................................................................................... 51 5.14.6 CURSOS TÉCNICOS ............................................................................................ 52
5.15 ESTENSÃO CULTURAL - Volta.............................................................................. 54 5.16 TRABALHO - Volta .................................................................................................... 57
5.16.1 PRIMEIRO EMPREGO ......................................................................................... 57 5.16.2 SEGUNDO EMPREGO ......................................................................................... 58
5.16.3 TERCEIRO EMPREGO......................................................................................... 58 5.16.4 QUARTO EMPREGO ............................................................................................ 58
5.17 ESPORTE - Volta ....................................................................................................... 59 5.17.1 FUTEBOL. ............................................................................................................... 59 5.17.2 JUDÔ ........................................................................................................................ 59 5.17.3 MUSCULAÇÃO....................................................................................................... 59 5.17.4 KUNG FU TAISAN ................................................................................................. 59
6 RESIDÊNCIA PRÓPRIA - Volta ........................................................................................... 61 7 ESTIMADA ESPOSA - Volta................................................................................................. 62 8 TRABALHOS DESENVOLVIDOS - Volta........................................................................... 62
8.1 PROJETO UM - Volta ..................................................................................................... 63 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUPLÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CARAP ICUIBA. ........... 63 8.2 PROJETO DOIS - Volta.................................................................................................. 63 ENSINO A NÍVEL SUPERIOR. ............................................................................................ 63 8.3 PROJETO TRÊS - Volta................................................................................................. 64 DIA DO SECRETÁRIO DE ESCOLA. ................................................................................. 64 8.4 NA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA - Volta ........................................... 64
9 CONFUSÕES .......................................................................................................................... 65 10 CONCLUSÃO - Volta ........................................................................................................... 77 ANEXO ......................................................................................................................................... 78
ANEXO 1 - Volta ..................................................................................................................... 79 ANEXO 2 - Volta ..................................................................................................................... 85 ANEXO 3 - Volta ..................................................................................................................... 92 ANEXO 4 - Volta ..................................................................................................................... 96
10 1 INTRODUÇÃO - Volta
Com esse trabalho pretendo divulgar a todos que dele tomar conhecimento como é
possível vencer na vida mesmo encontrando pelo seu caminho muitas dificuldades, como
foi a minha trajetória.
Tendo nascido em uma época de muitas dificuldades, pois quando nasci tive apenas
o apoio de minha saudosa mãe, meu também saudoso pai encontrava-se recolhido em
uma penitenciaria, por ter cometido um crime.
Minha saudosa mãe teve que continuar o trabalho na lavoura mesmo grávida até que
pudesse completar o período da safra para então depois estar com seu esposo em uma
colônia agrícola onde puderam juntos continuar a manter a família.
A minha infância foi meio turbulenta, pois tive que trabalhar na roça desde criança.
Depois que comecei os estudos tive que procurar meios para minha própria
sustentação, minha família não tinha condições de me manter.
Mesmo com todas as dificuldades encontradas consegui completar meus estudos.
Após ter completado o nível ginasial parti para a cidade grande onde teria mais
oportunidade, inclusive de virar um marginal, já que na época tinha apenas 20 anos de
idade e cheguei com uma mão na frente e outra atrase, como diz o dito popular.
Procurei trabalhar e estudar e consegui ficar de fora das coisas que poderiam acabar
com minha vida e com isso tiver condições de apoiar toda minha família.
11 2 BIOGRAFIA - Volta
Essogir
Sou o quarto filho de Ângelo Silva e Elisia Barbosa de Oliveira, família pobre que
lutava muito para sobreviver. Nascido em 21 de agosto de 1953 no interior do estado do
Paraná em um sítio chamado de Pinheiro da Cruz, município de Santana do Itararé
próximo ao município de Siqueira Campos.
Saí de casa muito cedo sem conhecimento de vida e sem condições financeiras para
sobreviver.
Consegui sobreviver graças a caridade de pessoas estranhas, no início eu ficava
pulando de uma casa para outra até que arrumei um lugar para ficar onde permaneci até o
final do antigo Ginasial.
Com o fim dos estudos a nível ginasial, iniciei do zero com a mesma situação na
cidade de São Paulo, com a única diferença que agora já com o ensino ginasial, tive
condições de arrumar um emprego e me manter em dignas condições.
Aqui freqüentei os estudos com bastante dificuldade, devido ao alto custo dos
estudos, mas consegui atingir o nível de Pós-Graduação.
Saindo de onde saí, tenho certeza que venci na vida.
Hoje sou casado e minha esposa é muito carinhosa e eu a respeito bastante, tenho
dois filhos que só me dão orgulho.
Minha vida está completa.
12 3 MEUS SAUDOSOS PAIS - Volta
Elisia Barbosa e Ângelo Silva
Os meus pais foram para mim verdadeiros guerreiros, levavam uma vida dura e
regrada e mesmo assim nunca desistiram do trabalho honesto e honrado, disputaram
difíceis batalhas para conseguir criar, com dignidade, seus filhos.
Minha mãe contou-me que quando nasci meu pai encontrava-se recolhido numa
penitenciária do Estado do Paraná onde cumpria pena por um crime que havia cometido1.
Então ela tinha que tomar conta de tudo. Em suas propriedade havia muita plantação
que estava em época de colheita, com meu pai fora, minha mãe teve que tomar a frente e
providenciar para que nada fosse perdido, pois mais do que nunca ia precisar dos recursos
que aquela plantação iria proporcionar.
Quando meu pai foi colocado em liberdade voltou para casa e continuou a vida de
lavrador. Nessa época meus pais viviam da agropecuária, ou seja: Cultivava arroz, milho,
feijão, mandioca e etc... Para o sustente da família e o que sobrava vendiam para comprar
o que não era possível ser tirado da terra, na pecuária vendia o produto leiteiro, além de
criar porcos e gados. Minha mãe, além de ajudar com os deveres de casa, cuidar da
filharada ainda contribuía na lavoura ajudando a cuidar das criações.
Havia naquela pequena porção de terra inclusive uma pequena fornalha para a
fabricação de carvão que era usado para o comércio. Nesse sítio nossa situação não era
ruim tanto que havia até pessoas que moravam em algumas casas secundárias que ali
1 - Tiro a vida de uma autoridade policial que o havia atacado com um pedaço de madeira.
13 existente e que trabalhavam como arrendatários. Devido à boa situação do momento e
com a intenção de melhorar de vida, meu pai adquiriu um novo sítio e fez um empréstimo
para poder pagá-lo, a partir daí houve uma decadência em nossas vidas, ficou muito
complicado cuidar de dois sítios que ficavam a uma distância razoável um do outro.
Com o passar do tempo foi ficando impossível manter em os dois sítios e as
prestações do segundo em dia, foi então que ele resolveu vender tudo e mudar para a
cidade, alegando que iria morar na cidade para dar melhores condições de estudos aos
filhos.
Feito isso passou a trabalhar no comercio, adquiriu um bar na cidade de Santana do
Itararé/PR como não estava rendendo resolveu alugar o ponto e alugou outro ponto na
cidade de Siqueira Campos/PR, porém passou pagar o aluguel do espaço utilizado, isso
vinha consumindo boa parte de sua arrecadação resolveu então vender aquele
estabelecimento. Retornando para a cidade de Santana do Itararé/PR onde tinha uma
casa com um grande terreno, foi ai que construiu um espaço para comercio. Tinha ali um
salão que para mim era enorme e servia para a realização de bailes em finais de semana,
meu pai fazia isso para chamar a freguesia que ao virem para os bailes acabavam
aumentando a arrecadação do comércio.
Já nessa cidade, houve uma melhoria de vida, com o comércio em expansão meu pai
adquiriu um açougue, depois vendeu e passou para padaria, na padaria o problema era
encontrar padeiro responsável, isso também contribuiu para o fechamento daquele local.
Determinado dia meu pai resolveu vender tudo o que tinha em Santana do Itararé e
vir para São Paulo para morar comigo, mandou na frente minha mãe com seus filhos e
ficou para trás com a finalidade de providenciar a venda do que tinha.
3.1 RETORNO DE MINHA FAMILIA PARA O INTERIOR.
Meu pai preocupado com os rapazes que não arrumavam emprego resolveu voltar
para o interior, vendeu a casa que tinha aqui e adquiriu um terreno na cidade de Barão de
Antonina e foi embora. Lá chegou e começou a trabalhar com um bar, nessa época eu já
estava casado e com filho.
Minha mãe não acostumou naquela cidade e retornou para Carapicuíba, e foi morar
14 comigo. Meu pai ficou por lá, iniciou aí a separação do casal.
3.2 FALECIMENTO DOS PAIS.
Meu pai sofreu derrame em 1994 e foi socorrido ao HC2 de Botucatu por minha irmã
Telma, quando teve alta trouxe-o para Carapicuíba para que pudesse cuidar dele. Durante
um certo período ficou internado no HSPSP3 para tratamento, depois de determinado
período e sem melhoras veio para casa aonde de vez em quando uma equipe do hospital
vinha vê-lo. Passado um período de mais ou menos quatro anos comigo, foi para a cidade
de Matão aonde em 1994 venho a falecer e por não ter manifestado para mim interesse de
local específico para ser enterrado, foi providenciado o seu sepultamento na Matão.
Minha querida mãe, residindo aqui em Carapicuíba desde 1975, no final do ano de
2000, passou a ter alguns problemas de saúde muito sério, começou aí a sua derrocada,
pois a doença do intestino agravou-se. Um problema que a acompanhava por muitos anos.
Coitada, nesse final de ano sofreu muito, sofrimento este que se agravou com a
ausência dos filhos que muito os amava, apesar de não demonstrar com palavras, sofria
muito devido ao esquecimento por parte de alguns.
Minha mãe foi passear na casa de uma de suas filhas no mês de novembro, lá
começou o início de seu fim, pois, como vinha tendo muitas dificuldades para alimentação
e gostava muito de jabuticaba, ao ver no quintal da casa uma árvore dessa fruta, que
estava uma maravilha, resolveu matar a vontade, mesmo que lhe custasse à vida, apesar
de nunca imaginar isso. É que essa fruta é muito boa para prender o intestino e o seu já
não era bom.
Aconteceu que depois de alguns dias teve que ir ao hospital da cidade onde se
encontrava para fazer uma lavagem, pois estava com muita dificuldade para evacuar, com
muitas dores resolveu voltar para Carapicuíba, aqui também teve que ser internada para
fazer uma lavagem e de acordo com os médicos seria necessário uma intervenção
cirúrgica. Aconteceu que ficou internada e no dia 05 de dezembro foi liberada, pois era
necessário fazer alguns exames para confirmar a necessidade da cirurgia, já em casa no
2 Hospital de Clínicas 3 Hospital do Servidor Público de São Paulo
15 dia 09 passou muito mal e foi levada ao hospital do Servidor Público para ser medicada, lá
ficou internada para tratamento, foi muito bem cuidada no Pronto Socorro, mas teve a
infelicidade de encontrar na sua frente médicos inescrupulosos e sem sentimentos, pois
minha estimada mãe mesmo com dores foi liberada no dia 15 com a alegação de passar o
fim de ano com a família, que absurdo. No dia 26 ela foi levada ao hospital para passar por
consulta e nesse dia um médico que provavelmente não tinha mãe, a mandou de volta
para casa, o nome do elemento é Juliano. No dia 29 minha mãe sofrendo muito pediu
socorro e a levei direto ao Servidor onde foi submetida imediatamente a uma cirurgia, no
dia 30 após a cirurgia passou bem, mas no dia 01/01/01, com a alegação de que tinha
soltado uns pontos, foi novamente operada e foi então que iniciou o sofrimento final,
permaneceu na UTI até o dia 12 vindo a falecer. Procurei atender um dos seus últimos
desejos que era de ter sua morada final junto de seus pais e irmãos na sua cidade natal, e
então no dia 13/01/01, minha mãe foi sepultada às 14hs no cemitério de Santana do
Itararé/PR, completando o ciclo de meus pais.
4 MEUS IRMÃOS - Volta
Em dois mil e onze tenho o orgulho de ainda contar com sete irmãos VIVOS assim
nominados: Nilza, Laura, Conceição, Telma, Mafalda, Edina, Ladair, MORTOS Ilda,
Vanderlei, Claudomiro e mais três, todos filhos legítimos do casal, além desses, meus pais
ainda cuidaram de mais dois como se fossem filhos que são: Tânia uma sobrinha e
Celminha uma pequena que os pais não tinha condições de criar. E até onde sei existe
mais dois irmãos por parte de pai sendo que: Conhecemos um após 21 anos que é o
Paulo. Vou falar em seguida um pouco do que me lembro de cada um.
Meus irmãos são para mim um orgulho, todos estão com vidas regularizadas apesar das
dificuldades financeiras que passamos na infância.
16 Ilda a maiorzinha de todos
• Minha irmã mais velha faleceu precocemente devido aos maus tratos
recebido do marido, saiu de casa várias vezes, mas como destino nos
condena, sempre voltou para casa, determinado dia tendo tomado
conhecimento de mais uma canalhice do marido com ela saí de São Paulo e
fui até seu sítio com a pura intenção de dar cabo aquele safado, mas quando
lá cheguei fui primeiro recebido por minha irmã, eu estava muito zangado,
procurei por ele e quando o localizei minha irmã correu em seu favor dizendo
para eu não fazer nada com ele, pois só fazia aquilo quando estava bêbado,
lembro de ter dito a ela “Já que é assim não voltarei mais aqui pode morrer
na mão dele” e foi o que aconteceu, deixando muitos filhos.
Nilza
• Irmã que também sofreu bastante. Antes de ir morar na cidade tinha um sítio
que dava gosto, lá tinha de tudo, plantação, gado, cavalos e porcos que lhes
serviam de meios para sobreviver. Devido a financiamento feito pelo seu
17 esposo acabou perdendo tudo e tiveram que migrar para a cidade, onde por
falta de estudos tiveram muitas dificuldades, hoje continua sozinha cuidando
dos filhos e netos.
Laura
• Próxima acima de mim reside em Matão e teve a felicidade de se casar com
o Jorge, pessoa muito decente, que soube cultivar o respeito entre eles
tiveram vários filhos e moram juntos até hoje. Como todas as outras teve
suas adversidades na época de não namoro devido a rigidez dos pais. De
vez em quando vou a casa deles e sou muito bem recebido é evidente que a
recíproca é verdadeira.
Conceição – de Verde
• Quando criança, por ser a mais próxima de mim na idade, vivíamos brincando
juntos, fazendo bagunça e deixando nossa mãe de cabelo em pé. Depois de adulto
casou-se com Zezé pessoa muito boa e que também soube manter um bom
18 relacionamento com minha irmã. Foi morar em outra cidade a princípio foi em
Avaré. Teve muitos problemas de saúde, mas com muita garra conseguiu se
superar. Hoje mora em Taquarituba e tem uns filhos que lhes dão orgulho. Também
tenho muita consideração por essa irmã.
Telma
• Essa também passou por várias situações difíceis, teve que trabalhar desde cedo
para poder se manter e depois de ter alguns relacionamentos casou-se com
Neisinho, esse rapaz trouxe mais tranqüilidade a ela. Teve filhas e vive até hoje em
Governador Valadares/MG, mantenho um bom relacionamento familiar, vou pouco
a sua casa devido à distância.
Mafalda
• Menina muito esforçada também começou a trabalhar cedo, casou e mora em
Marília tem um casal de filhos e vive com tranqüilidade. Seu esposo é uma pessoa
decente e procura ajudá-la sempre. No dia 25, recebi uma notícia que me deixou
surpreso, a minha irmã Mafalda disse-me que um irmão fora do convívio da família
19 havia feito contato com ela e queria nos conhecer. Permanecemos em Marilia no
dia 27 para encontrar com nosso irmão. Isto foi muito bom, pois ele chama-se Paulo
Augusto e é uma pessoa excelente, conhecemo-nos e ficamos felizes com esse
encontro, pois agora podemos contar com mais um na família. A melhor parte
desse encontro foi que meu filho Bruno quase com a mesma idade do Paulo fez
amizade, isto me deixou muito satisfeito. Espero que a amizade continue e que
enquanto eu viver não percamos o contato.
Edina
• Essa teve mais mordomia, pois é a mais nova dos irmãos. Sempre teve vontade de
ser modelo, mas como a vida sempre nos oferece surpresas, casou-se tem filhos
homens que são muito educados e respeitosos até parecem o tio. Mora em Marília.
20 Vanderlei
• Mais novo que eu, casou teve vários filhos e faleceu com 47 anos de idade devido a
complicações com o coração, “doença de chagas”.
Claudomiro
• Esse meu irmão teve oportunidades que não soube aproveitar, tinha o apoio da
família e deixou de lado, casou-se e teve vários filhos, envolveu-se com droga e
faleceu precocemente deixando sua família sofrendo muito pela falta. A sua esposa
teve que se virar para conseguir terminar a criação dos filhos, pois a pensão que
recebia não era o suficiente para o sustenta da família.
21 Ladair
• Esse o mais novo entre os homens, casou-se e tem filhas, tenho lembrança triste
desse irmão, por ter sofrido um acidente que as conseqüências o acompanha até
hoje. Breve histórico de sofrimento enquanto estava conosco. Certo dia minha mãe
deixou sobre a mesa da cozinha um pouco de soda cáustica que usava para lavar o
local onde costumava fabricar pastéis, meu irmão estava comendo um pedaço de
rapadura e quando viu aquele negócio branco na mesa pensou que fosse açúcar e
então encostou a rapadura no montinho de soda e pos na boca, quando percebeu
que queimou, em vez de jogar fora, engoliu (Criança), dali a pouco começou a gritar
de dor, foi quando minha mãe correu e percebendo que o menino estava com soda
na boca começou a dar-lhe leite direto com a finalidade de que vomitasse, porém
esse ato não resolveu em nada, pois tivemos que levá-lo para a cidade de Curitiba
para tratamento, nessa época o Ladair tinha 3 anos de idade. O tratamento para
essa enfermidade foi à cirurgia, essa cirurgia não podia fechar até que o seu
estômago estivesse totalmente curado, para manter a cirurgia aberta oi passado um
barbante que era grudado no rosto entrando pelo nariz e saindo na barriga próximo
do umbigo. Certo dia esse meu irmão Ladair caiu de um determinado ponto
chegando a enroscar o fio que servia para evitar que a operação feita fechasse, ele
chegou em casa embodocado e minha mãe teve que puxar o fio até que voltasse
ao normal, muita dor para ele, coitado. Outra vez foi comer um pedaço de frango e
pegou um pedaço da coxa, aquela que fica como um pião, grosso em cima e fino
22 embaixo, e o dito pedaço foi com a parte fina para baixo e a parte grossa não coube
em sua garganta postiça, ficou entalado, qual foi meu desespero, tentamos de tudo,
dai fui com ele na beira do rio que ficava próximo da cidade e lá chegando comecei
a enfiar o dedo em sua garganta até que ele vomitou, foi um alívio. Fizemos
tratamento com o moleque até os quatro anos, foi quando minha mãe não
agüentava mais viajar todos os meses passando necessidade, pois sempre que ela
ia para a capital eu ia junto, pois já sabia ler um pouco e tinha que ser os olhos
dela. Quanto sofrimento: passávamos fome e frio vivíamos praticamente pedindo
esmola. Tivemos sorte de ter em Curitiba um senhor de nome Agenor, era
conhecido e quando íamos dormíamos em sua casa. Que sofrimento para minha
mãe, para mim nem tanto era festa apesar da fome, criança não liga muito para
isso, pede se tiver come, se não, desvia a atenção para outra coisa. Certo dia:
fomos levar o Ladair para fazer tratamento, estávamos com tanto fome que fui
pulando de vagão em vagão até a cozinho do trem e pedi ao cozinheiro um pouco
de comida e ele muito bondoso, fez um baita de um prato que deu para meu irmão,
minha mãe e eu comermos a vontade, depois fui levar o prato e agradecer. Certa
vez quando voltávamos de Curitiba, chegando em Wenceslau Braz não tinha mais
Ônibus para a cidade de Santana do Itararé, então dormimos em um balcão para
festa de quermesse no pátio da igreja feito de madeira roliça. Era uma vida muito
dura. Tanto sofrimento para todos especialmente para ela que era novinho e com
aquele problemão, minha mãe arrumou um lugar para interná-lo. Arrumou um
colégio de freiras que passaram a cuidar dele e lavá-lo ao hospital para o devido
tratamento mensal. Com a permanência dele no orfanato, ficamos longe de nosso
irmão por três anos, nesse período apenas eu fui uma vez visitá-lo ainda por que
arrumei uma carona e como também era muito novo até cheguei a me perder
naquela cidade, que tristeza ele estava bem mais era muito duro ver meu irmão, um
garotinho sangue nosso longe e sofrendo aquela dor horrível na troca de barbante
todo mês. Após três anos ele teve alta, lá fomos nós outra vez, para buscá-lo, qual
não era a ansiedade para vê-lo. Quando o vimos, quase não o reconhecemos tanto
foi à mudança sofrida em sua aparência, estava bem maior e com uma fisionomia
agradável, porém com um olhar triste, talvez pela falta que os pais e os irmãos o
23 fizeram durante aquele difícil período.
Tânia Sobrinha considerada por mim como irmã
• É uma sobrinha irmã. Filha do meu saudoso irmão Vanderlei, meus pais cuidaram
dela desde os três meses de idade e por esse motivo a considero minha irmãzinha,
sinto muito orgulho dessa menina, pois apesar de minhas atitudes com ela quando
criança acredito que entendeu que era para o seu próprio bem, não guardou rancor
e me considera bastante. Hoje ela é casada, tem filhos e mora em Marília.
Celminha
• Querida irmã adotiva que também foi criada pelos meus pais deste que ela tinha um
ano e alguns meses, depois de adulta teve problemas de relacionamento com
24 minha mãe acabou saindo de casa. Essa não soube entender as broncas que
levava com o intuito de corrigir e distanciando-se da família. Hoje sei que é casada
tem filhos e reside em Carapicuíba, Perdi o contato com essa irmã querida, digo
querida por que tenho paixão por todos os meus irmãos indistintivamente.
Paulo
• Irmão por parte de pai é o mais novo. Só vim conhecê-lo quando esse já estava
com 21 anos de idade, foi criado longe de nós, ele nos procurou para conhecer
suas raízes e saber tudo sobre seu pai, pois esse irmão também teve seus
momentos dificeis, pois, quando tinha um ano e 8 meses nosso pai faleceu e daí
em diante foi criado com sua mãe que sem condições de lhe dar sustento teve que
ser morador de orfanato, morando com pessoas estranhas até que sua mãe tivesse
recursos para trazê-lo para o seio familiar.
4.1 INCIDENTES
Devido à época, a família era muito observada e como todo namoro vem
acompanhado de diversos dilemas, o casal procurava ocultar os fatos o mais que
pudessem. Certa vez uma de minhas irmãs4, resolveu fugir com o namorado. Meu pai
quando percebeu o fato, procurou a polícia e ficou esperando-os na saída da cidade, que
vexame, foram pegos.
4 Não vou citar nome para evitar constrangimento.
25 Certo dia minha mãe saiu e deixou óleo no fogo para fritar pastel e aí houve um
acidente: Meu irmão Claudomiro foi tirar a panela do fogo utilizando dois ganchos, naquela
época era muito usado, pois as panelas normalmente tinham orelhinhas ao lado onde se
enroscavam os ganchos como se fosse um pegador. Ocorreu que um dos ganchos
escapou e a panela caiu no assoalho, com o baque o óleo saltou para cima e caiu nas
pernas de minha irmã Telma, foi o maior sufoco, corri e passei pasta de dente em toda
aquela queimadura, peguei uma bicicleta emprestada e fui até a cidade de Itaporanga
comprar remédio, pois só lá tinha farmácia aberta naquele dia (18km de distância).
5 SOBRE MIM - Volta
Aqui houve vários acontecimentos divertidos e desastrosos.
Comecei a fazer o primário, já tinha então um grande atraso nos estudos, o que não
diminuiu meu interesse saindo-me muito bem.
O trabalho com meu pai levava na brincadeira, até que um dia tomei uma esfrega do
que me deixou muito triste: Ele disse-me que se eu não quisesse trabalhar, podia ir
embora daquela casa. Resolvi então sair de casa. Na época minha mãe que sempre
protegeu os filhos, queria sair junto comigo, então resolvi ficar para que ela não
abandonasse a casa por minha causa. Meu pai adquiriu uma padaria e contratou um
padeiro, comecei a ajudar com a padaria fazendo pães, certo dia eu muito criança e o
padeiro sem juízo, fizemos uma brincadeira. Sentei no cabo do cilindro e mandei que ele
girasse como se fosse uma roda gigante, vejam o que aconteceu, para subir, tudo bem,
quando a roda chegou a ponto de descer, desceu direto e fui com a cabeça no chão, fiquei
desacordado por dois minutos, foi um susto. Certo dia o Padeiro pediu a conta e lá fui
fazer o pão no lugar dele para não deixar de atender a clientela. Quando o pão estava no
forno, fui limpar o cilindro e com um pano umedecido em óleo, iniciei o trabalho de
limpeza, girei a roda com velocidade e coloquei o pano no cilindro para limpar, ocorre que
cheguei muito perto e os cilindros pegaram minha mão e ficou como se fosse uma massa
de pão. Fiquei até com febre e com um pequeno defeito no dedo. Nessa época fui
capelinha (o ajudante do padre) ajudava a rezar missa, deixei de fazê-lo porque um dia
passou um filme na igreja e não me deixaram assistir de graça.
26 Em 1972 vim a São Paulo para fazer um teste para entrar na aeronáutica, fiquei
dormindo no ginásio do Pacaembu durante uma semana, íamos fazer as provas no ginásio
do Ibirapuera todos os dias a pé, ida e volta. No ginásio do Pacaembu tive a oportunidade
de assistir em campo um jogo de futebol que houve entre Santos e São Paulo e outro no
Morumbi entre se não me engano, corintians e palmeiras. Para mim tudo era novidade,
pois morava no interior do Paraná e estava na Capital do Estado de São Paulo.
5.1 INFÂNCIA - Volta
Nesse sítio vivi uma boa parte da minha infância e relembro fatos desde os seis anos.
Iniciei minha vida de trabalho duro naquela pequena porção de terra mesmo com
toda a dificuldade era uma maravilha.
Corria livremente por todo o campo, andava a cavalo, de carroça e até montava em
boi.
Morávamos em uma casa de barro, aquelas feitas com bambu e com reboco de
barros. Quando íamos fazer uma casa, era uma festa, pois meu pai chamava vários
moradores dos arredores, comprava cachaça e ali se reuniam para executar o serviço e
que era uma farra para todos, bebiam mais trabalhavam duro e o serviço saía.
Assim também era feito quando tinha que providenciar a colheita de arroz, milho,
feijão e todo tipo de produto agrícola que se produzia no sítio.
5.1.1 RESPONSABILIDADE
Lembro de uma vez que meu pai deu-me um pedaço de chão e disse, aí você pode
plantar o que quiser, então preparei a terra e plantei feijão das águas, cuidei até que
chegasse o ponto de colher, então chegou à hora após não sei bem, mas parece que
quatro ou seis meses. Quando estava bom comecei a colher, quando colhi o feijão, fiz
montinhos e deixei de raiz para cima que era para pegar depois, quando colhi todo o feijão,
começou a chover e não parava mais, achei que ia perder a colheita, mas como era feijão
das águas, ele resistiu. Quando fez sol, levei para o terreiro e o bati, peneirei e o ensaquei,
deu meio saca (30 kgs). Com o maior orgulho peguei um burro de carga e levei o feijão
27 para vender em um empório, o homem deu-me tanto dinheiro que comprei doce à vontade,
foi uma maravilha.
5.1.2 RELIGIÃO
Fui batizado na Igreja Católica, e como católico sempre freqüentava a igreja, quando
morávamos em Santana do Itararé até fui coroinha5 e com o passar dos tempos passei a
ajudar na igreja inclusive com as festas, ocorre que determinao dia, com o intuito de
arrecadar dinheiro, o padre resolveu passar um filme e evidentemente que teria que pagar
para assistir, porém como eu vivia ajudando achei que poderia assistir sem pagar, mas
qual não foi a minha surpresa quando fui impedido de assistir o filme. Desse dia em diante
deixei de acreditar que a igreja seria um fim religioso, pois acabara de ter certeza que é
apenas um comércio. Esse comércio perdura até hoje em todas as religiões deixando cada
vez mais ricos padres, pastores e bispos em quanto que a população iludida com as
promessas de salvação fazem de tudo para agradar aquele que se diz representante de
Deus na terra.
5.2 FATOS - Volta
Tenho boas e más lembranças do pedaço de vida que passei morando no sítio
pinheiro da cruz. Quando criança vive-se o momento e não se importa com as situações
financeiras vividas pelos pais e nem com os sofrimentos que poderão cair sobre si mesmo
como fome, falta de vestuário, estudo, etc. Quando uma criança tem onde brincar, muitas
vezes criam seus próprios mundos e nele passam a viver, fingindo não existe problema.
5.2.1 PESCARIA
O sítio possuía como divisa um rio que de vez em quando meu pai ia pescar e eu
gostava de ir junto, mas devido minha pequena idade, parecia-me que o rio era enorme.
Teve um dia que ele resolveu pescar a partir das 22 horas e eu como tinha curiosidade fui
28 junto, ocorre que o sono veio e dormi na beirada do rio, meu pai teve que me arrastar para
longe da beirada várias vezes pois começa a me mexer e devido a inclinação do terreno ia
para dentro das águas, se era para dormir não devia ter ido.
5.2.2 COMÍCIO
Fomos assistir um comício de um político na cidade de Siqueira Campos, daqueles
que os políticos fazem até hoje, naquela época eram muito mais emocionantes.
Por volta por volta das vinte e três horas, meus pais, meus irmãos e meus primos
estávamos atravessando uma pinguela6 sobre o rio e devido ao excesso de peso a ponte
quebrou, todos que estavam sobre ela caíram do rio, notamos a falta de um bebe que
estava nos braços da minha mãe, foi então que olhamos rio abaixo e vimos um pacotinho
boiando rio abaixo, ainda bem que meu primo Alcides saiu correndo e pegou a criança que
deveria ter na época entre seis e dez meses. Foi um alívio, pois era meu irmão chamado
Vanderlei.
5.2.3 MALDADE INOCENTE 1.
Certo dia: fui ao galinheiro que minha família mantinha no sitio e como criança não
tem noção do que é certo ou errado, fiz a seguinte experiência: Peguei uma galinha e a
segurei pelas pernas e fui batendo-a na parede do galinheiro para ver o que acontecia,
advinhem? A galinha morreu.
5.2.4 MALDADE INOCENTE 2.
Certo dia: entrei em um paiol e ao ver um gato sobre os caibros, comecei a perturbá-
lo jogando espiga de milho nele, quando saí daquele local fui surpreendido com uma
mordida no meu calcanhar e mesmo antes de virar senti outra nas costas e vi que se
tratava daquele gato que eu tinha mexido. Imaginei que o gato tinha se vingado pelo que
5 Quem ajuda o padre rezar a missa. 6 Ponte de madeira que serve para atravessar rio.
29 eu tinha feito a ele e conseqüentemente também vinguei as mordidas. Peguei o gato
amarrei pelo pescoço e com um machado bati tanto na cabeça dele que pareceu uma
folha de papel, depois o joguei em um matagal. Passado alguns dias vi um gato e fiquei
pensando como o gato tinha sobrevivido após o massacre.
5.2.5 DOMADOR
Minha Irmã Conceição ganhou de seu padrinho, uma égua, certo dia essa égua deu
cria e nasceu um lindo cavalinho, após alguns dias ele cresceu e precisava ser domado, lá
fui eu domá-lo e é evidente que não consegui, pois para fazer isso teria que ser um
profissional e não para uma criança leiga que mal conseguia montar em um cavalo de
estatura normal, mas valeu a experiência quando percebi que aquilo não era para mim.
Parei de tentar domar animais ainda mais quando potrinho.
5.2.6 DISPARADA
Meu pai para mim era um verdadeiro touro. Isso foi provado quando certo dia em um
determinado lugar da estrada daquele sítio, estávamos eu e meu pai, quando a carroça7
ficou presa em um buraco. Meu pai desceu para ajudar a erguer a roda soltando a carroça.
Eu fiquei na direção. Só que o problema havia acontecido em uma descida e quando a
carroça soltou-se, os animais saíram em disparado morro abaixo, como eu era muito
pequeno não conseguia nem frear a carroça, logo em seguida havia uma curva e os
animais acostumados com o trajeto iam virar ali e com certeza eu ia cair. Dali a pouco vi
meu pai correndo atrás da carroça e aparelhou-se ao lado dela. Vejam o que um pai faz
para salvar um filho, com a carroça em velocidade agarrou a roda da carroça e a travou.
Com a roda presa e gritando com os animais conseguiu segurar aquele veículo antes da
tragédia. Meu pai era o homem mais forte do mundo.
7 Meio de transporte normalmente feito de madeira e puxado por tração animal.
30 5.2.7 BOI BRAVO
Certa vez: entrei no pasto e tinha lá um boi bravo, esse boi lá de longe mirou na
minha direção e veio correndo, aprontei um berreiro que meu pai ao ver, saiu correndo de
encontro com o boi, agarrou-o pelos chifres e o boi saiu arrastando ele para todos os
lugares do pasto e eu quase desmaiando atravessei uma cerca de arame farpado, no
maior desespero. Meu pai ficou tão zangado com o boi que o vendeu para um açougue e
ainda trouxe um pedaço da carne do boi para comermos. Para um filho, que perto do pai é
tão pequeno, o pai fica enorme, pode até não ser tão grande.
5.2.8 CARROÇA COM CARVÃO.
Outra vez quando estávamos indo para Siqueira Campos vender carvão, aconteceu
algo engraçado. A carroça com pelo menos dois metros de sacas acima do seu nível,
como estava chovendo, tinha um encerado cobrindo tudo. Meus irmãos Claudomiro e
Vanderlei também estavam conosco. Em um determinado lugar da estrada, houve um
problema com a carroça e a danada virou (tombou). Eu e meu pai estávamos na boleia,
saímos rolando, de repente ouvimos gritos dos moleques, corremos e os dois estavam
prensados no meio das sacas, foi um sufoco para tirar rápido antes que os meninos
morressem.
5.2.9 ÉGUA DE CORRIDA
As mulheres da família também eram corajosas, certa vez dando uma de peão
montei uma égua que meu pai havia adquirido há pouco tempo e como não sabia que era
preparada para corrida, inventei de montá-la, foi quando a danada iniciou uma corrida
desenfreada e foi na direção da casa, minha Irmã Nilza ouvindo minha gritaria pegou uma
tábua de madeira e partiu para cima daquele animal, não adiantou muito, pois só parou
quando encostou à parede da casa.
31 5.3 MEDO - Volta
Quando se mora no interior principalmente nos tempos mais atrás, os mais velhos com o
intuito de evitar que os mais novos fiquem fora de casa e cheguem em altas horas,
passam a inventar histórias diversas, e sempre é uma que deixa o jovem com muito medo
e assim não sai de casa fora de hora e chega muito tarde.
5.3.1 VOLTA TARDE PARA CASA
Lembro-me também de uma vez que fui à cidade de Siqueira Campos em um burro
que não era muito católico8 com veículos. Mas como era de vital importância que fosse
para aquela cidade, então fui. O tempo passou e ficou noite. Para retornar à minha
residência, tinha que passar por uma estrada que os mais velhos contavam estórias de
ALMA PENADA E CORPO SECO, qual não foi meu desespero sabendo que
obrigatoriamente teria que passar por aquele lugar que para mim era muito feio e
horripilante, pois tinha um capoeirão9 dos dois lados da estrada. Como não tinha jeito,
montei no burro (chamado Periquito) e pus o pé, ou melhor, o casco na estrada, quando
cheguei no dito capoeirão e parecia que ouvia a Alma Penada gritando no meio da mata.
Estava com tanto medo que para não ver nada e atravessar aquele lugar horrível, fiz o
seguinte: amarrei a rédea do animal na cabeça do arreio10, agarrei com toda força no
arreio, fechei os olhos e deixei que o burro fosse sozinho. Quando atravessei o capoeirão
respirei aliviado, foi a fase da minha vida que comecei a desacreditar em contos de bichos
e fantasma.
5.3.2 RECOLHA DO GADO
Certa vez levei um baita susto: Recolher o gado para um pasto mais fechado era de
minha responsabilidade e certo dia esqueci de uma vaca. Como chegou em casa um
8 Significa que não gosto. 9 Mata fechada. 10 Coloca-se sobre o lombo de animal para que uma pessoa possa montá-lo.
32 vizinho montado em um cavalo e na qualidade de criança gostava muito de montar, então
pedi a montaria do vizinho emprestado para procurar a dita vaca. Sai num escuro enorme
para procurar a vaca e a encontrei. Quando estava conduzindo-a para a mangueira, antes
da entrada do pasto, aconteceu algo incrível: Na entrada da porteira, tinha uma fila de
laranjeiras e quando entrei ali, saiu da copa de uma delas uma bola de fogo entre eu e a
vaca, aquela bola transformou--se em uma dupla de bois com uma cangalha11 e uma luz
em cada chifre, estes bois saíram correndo atrás da vaca no pasto e eu apressei o cavalo
para passar logo na porteira com medo que aquilo voltasse e ficasse na entrada. Assim
que adentrei no pasto, o bicho voltou em minha direção, nessa altura do campeonato eu
estava durão, paralisado no arreio do animal. O cavalo desviou e foi parar na porta de casa
e eu estava em cima do cavalo paralisado de medo. Meu pai e minha mãe correram e
tiraram-me do lombo do animal e foram fazer chá para acalmar o susto. Então meu pai
pegou uma lanterna e saiu na escuridão para ver se achava algo ou alguém com algum
tipo de fogo para mostrar a mim que tudo não tinha passado de ilusão, porém nada nem
ninguém foram encontrados.
5.4 CORAGEM - Volta
A partir dos fatos acima, comecei a ficar corajoso, pois um dia apareceu uma cobra
nas proximidades de nossa casa, agarrei-se pelo rabo e a girei com bastante força,
arremessando-a para longe, outra vez fui nadar no rio e uma cobra d’água chegou perto
de mim e também usei a mesma estratégia para livrar-me dela.
5.5 NA ROÇA - Volta
Essa foi à época mais difícil para mim, pois comecei a dar dura na roça, era o homem
que cuidava das vacas leiteiras, quando tinha mutirão era minha obrigação manter o
pessoal abastecido com água e também levar a comida para os trabalhadores que comiam
no próprio local de trabalho. Lembro-me de um fato que marcou muito em minha vida,
11 Madeira que liga um boi a outro e serve para mantê-los na mesma distancia.
33 como era muito criança, não tinha noção da responsabilidade e da dificuldade que minha
família estava passando. Meu pai não estava conseguindo manter seus compromissos,
para sobreviver, tínhamos que vender leite na cidade vizinha do sítio de nome Santana do
Itararé, e o vendedor era eu, época que minha responsabilidade era muito pequena, pois
não sabia identificar o que era certo ou errado com perfeição. Lembro-me de um dia que
sai de casa com leite dos dois lados do cavalo, minha mãe tinha feito para mim uma
sacola com divisões dos dois lados que cabia um litro em cada divisão, para ir a cidade
vender o leite para comprar açúcar e café, só que nesse dia quando sai de casa a caminho
da cidade, caiu uma tempestade que dava medo, imagine uma criança no meio de uma
tempestade sozinho na estrada, fiquei desesperado e vejam o que fiz, retornei para casa
sem vender um litro de leite sequer, molhadinho como uma toalha, pensei que ao chegar
em casa fosse recebido com palavras de consolo e carinho, pois era um pequenino que
estava retornando para casa após passar um perigo extremo, qual não foi minha surpresa
quando meu pai e minha mãe ficaram muito zangados comigo por aquela atitude, só mais
tarde vim a entender que minha atitude não tinha sido correta, pois ficamos sem café e
sem açúcar naquele e no dia seguinte. Daí que entendi que meus pais trabalhavam de
manhã para comer a tarde. Nessa época teve uma passagem em minha vida que não
esqueço. Numa dessas idas para vender leite, encontrei uma carteira na estrada cheia de
dinheiro, o que valeria em moeda corrente R$ 10,00. Vejam o que fiz com o dinheiro,
comprei tudo em bala.
5.6 ITAPORANGA - Volta
Nessa nova fase de minha vida continuei a estudar e como não havia esquecido que
meu pai tinha me deserdado, fui afastando da família lentamente, necessariamente
deveria fazer o ginásio que só tinha na cidade vizinha.
Começou minha triste luta. Não tinha como pagar o lugar para ficar hospedado, então
comecei uma peregrinação, pedindo para ficar aqui e ali. Nesta época da minha vida, tive
momentos muito triste e também alegre, pois a princípio, para fazer a admissão tive a
ajuda dos filhos da família Monteiros, consegui um lugar para dormir e alimentar-me,
agradeço essa família eternamente. Durante a semana de testes, fiquei então hospedado
34 nessa casa. Tive a felicidade em passar nos exames e fui freqüentar a 5a série, foi uma
alegria só. Não imaginava que estaria começando uma vida de duras desilusões. Para
conseguir manter meus estudos, comecei a ministrar algumas aulas de matemática para
alguns alunos que precisavam de ajuda durante a semana e no final de semana voltava
para a casa de meus pais onde trabalhava com afinco no estabelecimento para conseguir
livrar algum dinheiro para poder complementar as minhas despesas que eram
especificamente com moradia.
Sempre tive ajuda de pessoas humildes, morei na casa da família Santana,
juntamente com cinco filhos, era uma família muito pobre, pois eu e mais dois daquela
família, dormíamos na mesma cama por falta de espaço. Fiquei com aquela digna família
por aproximadamente dois anos, foi então quando eles disseram-me que não poderiam
manter-me mais ali. Foi uma dura queda, pois apesar daquela família hiper pobre, vivia ali
muito feliz, pois podia estudar e divertir-me. Para se ter uma idéia do tamanho da pobreza,
não era raro o senhor daquela casa ir até o matadouro e trazer balde com sangue de boi,
que era cozido e servia para alimentar a todos. Com minha saída daquela casa, fiquei
perambulando pelas ruas sem ter lugar onde ficar, até que um dos filhos do casal, que
tinha casado recentemente, ficou com pena de mim e deixou que ficasse em sua casa,
mas como eram casados de novo (devo muito ao jovem casal) começaram as brigas entre
eles então lá fui para a rua novamente.
Foi então que um dos colegas da escola convidou-me para ir para sua casa, pois seu
pai encontrava-se na capital do estado e só retornaria por volta de um mês. Fui até a casa
dele e pedi para sua mãe que a contra gosto permitiu até que o esposo chegasse. Passei
por bons momentos naquela digna residência, pois apesar de ser por pouco tempo, eu e
os dois irmãos divertíamos muito. Chegou então o fim do mês e chegou o dono da casa,
adivinhe qual foi à resposta. (Não quero estranho em minha casa, faça sua mala e caia
fora) não sei que mala, pois tinha apenas uma bolsa com algumas trocas de roupas.
Novamente caí na rua.
Fiquei algum tempo sem ter para onde ir, dai meu pai arrumou um lugar para eu ficar.
Um rapaz fez amizade com ele e por coincidência, tinha uma irmã que morava na cidade
onde eu estudava. Ainda bem que apareceu essa mulher bondosa em minha vida, muito
cordialmente cedeu um quarto em sua casa para eu morar, lá fiquei um bom tempo, essa
35 mulher era uma profissional do sexo, mas sempre me respeitou e só tenho a agradecer,
não devemos julgar ninguém, agradeço por essa pessoa ter aparecido na minha vida, caso
contrário estaria na rua ao relento não sei por quanto tempo. No quintal da casa dessa
senhora, tinha uma casinha de barro que morava um rapaz sozinho de nome Nilson, seu
pai morava num sítio próximo como arrendatário e todo dia levava leite para vender na
cidade e também café com leite para seu filho. Conversei com ele e propus a ajudar nas
despesas o qual ele consentiu e foi minha sorte, pois fiz tanta amizade com essa família
que freqüentava sua casa como se fosse minha. Nilson e seu irmão Clóvis que de vez em
quando também ia dormir em nossa casinha. Conversávamos muito, às vezes saíamos
passear e bagunçar. Certa vez: fui no sítio do pai do Nilson para brincar, lá tinha uma lagoa
e fizemos uma baliza no meio da lagoa para quando mergulhássemos, fossemos até a
varinha e a balançássemos, comprovando que chegamos naquele ponto do lago. Um dia
passei o maior susto, nadei até a varinha, lá chegando mergulhei e fui até o fundo do lago,
fiquei em pé ao lado da vara de bambu e tentei arrancá-la, em vez da vara sair eu afundei,
fiquei desesperado, pois meus pés atolaram no lodo, pensei rápido e deitei na lama usei
os braços e consegui soltar-me, se tivesse demorado mais tempo para soltar-me, não
estaria escrevendo estas linhas hoje.
5.7 SÃO PAULO - Volta
Em janeiro de 1974 quando terminei o ginásio, vim para São Paulo fazer um
vestibular para estudar o 2o grau no Colégio Técnico Agrícola em Jundiaí, fiz o vestibular e
fiquei como suplente. Quando voltei de Jundiaí com intenção de voltar, veio à pergunta,
voltar para onde? Fiquei desesperado, pois até então já estava morando separado de
minha família e como tinha sido expulso de casa por meu pai, não sabia o que fazer foi
então que lembrei de uma parenta não muito próxima que morava em Carapicuíba, por
diversas vezes ela havia convidado para eu vir para cá. Revolvi procurar sua casa como
sabia o nome da rua e o nome de um dos seus filhos não seria muito difícil. Já era noite,
resolvi procurar aquela família, perguntei em quase toda rua e localizei a casa de Teresa e
seus filhos, família pobre, porém digna que já estavam colocados com casa e todos os
filhos empregados. Como eu tinha vindo com um colega, voltei até a rodoviária e informei-
36 o de que não mais voltaria para a cidade de onde tínhamos vindo. Isto ocorreu
precisamente em 12.01.74.
Fui muito bem recebido por dona Teresa e seus filhos, já no dia seguinte fui procurar
emprego. Devo muito a essa senhora, pois saiu comigo na rua embaixo de sol que
arrebentava mamona, após receber muitos “não” consegui um emprego, salário pequeno,
sem profissão, mal dava para minhas despesas e ajudar com um pouco a pessoa que
tinha me acolhido. Até que determinado dia, recebi o que recebia sempre na cara, desta
vez um pouco mais leve, ali eu podia apenas dormir, não seria possível alimentar-me mais,
mas podia dormir mediante pequena ajuda. Foi o início de uma nova labuta aqui na capital.
Arrumei uma conhecida em Pirituba, então o que eu fazia: dormia na casa de dona
Teresa em Carapicuíba, cedo ia para o trabalho, ficava sem almoço e a noite ia jantar em
Pirituba e de lá, voltava para dormir em Carapicuíba. Isto durou mais ou menos dois
meses, até que recebi um aumento no trabalho e pude alugar um quarto coletivo próximo
do serviço onde só dormia. Comia em restaurantes. Consegui ficar um bom tempo nesse
lugar.
Lembro-me que minha mãe ficou de vir para São Paulo para fazer tratamento de
varizes e marcamos um dia para eu recebê-la na rodoviária, tive a maior decepção de
minha vida, estava no dia e horário marcado todo ansioso, só que ninguém apareceu.
Fiquei tão furioso que tomei o próximo Ônibus para Curitiba imaginando que ela teria ido
para lá. Procurei a casa de minha tia Laura e quando lá cheguei encontrei minha mãe com
as pernas para cima no sofá, pois havia feito aplicações nas varizes e estava em repouso.
Quando a encontrei acabou minha zanga, pois ela estava bem. Voltei e continuei minha
vidinha.
Inicio de 1975 veio para São Paulo meu irmão Vanderlei e foi morar comigo na
pensão, então começou a complicar, pois tinha que arcar com duas despesas. No final de
1975 meu pai resolveu fazer uma outra besteira na vida e mandou minha mãe com todos
os outros filhos que somavam seis filhos para morar comigo.
5.8 MINHA FAMILIA COMIGO - Volta
Quando minha mãe saiu da cidade onde estava morando era época de festas
37 natalinas, sem saber para onde ir resolveu aportar na casa de uma de suas filhas, e foi o
que fez, porém é perfeitamente compreensivo que as filhas casadas para dar guarita a
quem precisa tem que ter o aval do marido, ainda mais quando essa pessoa que está
precisando comparece acompanhada de diversos filhos o que foi o caso da minha mãe.
Na casa dessa irmã, apesar de ter, na época, uma boa condição financeira houve
uma atitude que foi reprovada por mim e até hoje ainda não aceito atitude dessa natureza
por qualquer familiar que seja, deixou-me muito chateado com essa irmã. Aconteceu que
minha mãe ao falar que pretendia passar o Natal na casa dela, obteve a resposta que não
seria possível, pois ia passar o Natal fora.
Então minha mãe desapontada ligou para mim, no meu trabalho, e disse o que tinha
acontecido e não sabia o que fazer eu então disse a ela, venham todos para São Paulo
que darei um jeito.
Quando todos apareceram, voltei à casa da dona Teresa em Carapicuíba e pedi para
ela deixar minha mãe e filhos ficarem na casa dela até eu conseguir alugar uma casa e ela
consentiu de imediato, era uma pessoa muito boa.
Quando meu pai veio, já tinha vendido o que tinha naquela cidade, então alugamos
dois cômodos para morararmos todos juntos, um total de 10.
Com a vinda de meu pai e com o dinheiro que tinha conseguido, compramos um
barraco e nele passamos algum tempo até conseguirmos construir uma casa no lugar.
De 1975 até 1980 procurei manter as despesas da casa, pois meus irmãos não
paravam em serviço e meu pai não tinha condições de arrumar emprego, nem minha mãe.
5.9 CASAMENTO - Volta
Casei-me em 10.04.79, dessa união fui agraciado com o nascimento do meu filho
Sérgio, garotinho muito lindo o qual curti bastante até seus cinco anos, apos essa idade
não tive muita oportunidade de estar sempre com ele devida à separação conjugal.
5.10 SEPARAÇÃO - Volta
Em 1984 devido a vários problemas que vieram ocorrendo durante a convivência
38 separei-me da atual esposa, com a separação meu filho Sérgio passou a morar com sua
avó.
Após algum tempo pagando aluguel e minha mãe também já estava morando apenas
com minha sobrinha-irma Tânia resolvi ir morar com ela.
Todo fim de semana eu o pegava e o levava para brincar. Divertíamos muito. Para
que meu filho não sentisse muita a falta do pai, aluguei uma casa próximo da casa onde
ele estava morando, e quando eu saia de casa para o trabalho, deixava o carro no quintal
e muitas vezes quando eu retornava, ele estava brincando no quintal, como se tivesse
cuidando do carro para mim. Dava-me um nó na garganta, mas tudo compensava com a
alegria que ele demonstrava quando me via.
5.11 NOVO CASAMENTO - Volta
Em 1984 comecei a trabalhar na EEPG João Hornos Filho, ali começou minha nova
vida. Conheci muita gente boa, viví bons momentos. Conheci a Elis, filha de dona Lúcia
(Encarnacion). Minha paquera com começou em 17 de agosto de 1985, na sua festa de
DEBUTANTE, dancei com ela naquela noite, arrumei até briga com membros da família.
Como eu estava separado, fiquei na minha, pois a Elis estava namorando um rapaz e
respeitei. Passado mais de dois anos, houve um problema entre ela e esse rapaz, foi
quando iniciei uma tentativa de conquistar a menina. Foi uma luta árdua, pois ninguém
queria aquele namoro. Como sou muito insistente, não desisti e continuei a tentativa, até
que em 07 de setembro de 1987 consegui seu primeiro beijo, foi maravilhoso, muito bonita,
alegre e nova para mim. Dai em diante, começamos a namorar as escondidas. Como a
família dela não queria, achei que não fosse conseguir, como ela também estava gostando
de mim, caso não ficássemos juntos, deveríamos aproveitar o máximo de nosso pequeno
tempo, a Elis morria de medo de ser descoberta comigo, vivíamos escondendo, ela faltava
à aula e eu saia do serviço, só para encontrarmos, a pracinha Santo Antônio era nosso
ponto de encontro, lá tem um correto onde ficávamos namorando e curtindo a vida, o dia
23 de dezembro de 1987 foi um dia muito importante em nossas vidas, pois as 19:30s
estávamos em um lugar muito bom, muito gostoso, foi divino. Lembro-me até a roupa que
ela usava (um macacão verde em forma de manchas). Nosso namoro durou um bom
39 tempo às escondidas até que Elis resolveu assumir publicamente nosso namoro, ficou tudo
mais fácil. Em 15 de julho de 1989, fomos parar no altar, como a Igreja Católica não quis
fazer nosso casamento porque eu era separado judicialmente sem divórcio, fomos casar
na Igreja Brasileira, lá não fizeram perguntas e pude realizar nosso desejo, que era mostrar
a todos que amávamos.
Passado algum tempo comecei a namorar minha atual esposa Elis e depois de
aproximadamente dois anos casamos aí então voltei a pagar aluguel e deixei minha mãe
com sua neta sozinhos no apartamento, que residiu nesse local até seus dias finais, que
saudade.
Fomos morar em uma casa alugada na Vila Dirce, fomos muito felizes lá. Tivemos
uma encrenca no dia 07.09.89, éramos casados de novo e a Elis foi trabalhar com sua
escola e também desfilar, marquei um encontro com ela e ela não apareceu na hora
marcada, fui embora, nesse dia, quando ela chegou em casa, estava furiosa e quis partir
para cima de mim, dei-lhe um safanão e a joguei do sofá e não quis mais conversa com
ela durante aquele dia. Outras vezes ocorreram fatos interessantes. Um determinado dia
eu sai e ela também, a Elis não levou a chave de casa e quando eu cheguei à coitadinha
estava como se fosse uma abandonada, encostada no muro sentada no chão e chorando,
deu-me um dó. Apos um ano a Elis ficou grávida. Durante sua gravidez procurei fazer tudo
o que fosse possível para que corresse tudo bem e assim ocorreu. Às vezes eu precisava
sair para o trabalho e foi uma luta enorme, como meu trabalho era novo, ela precisava ficar
sozinha até eu chegar e a coitada tinha um medo enorme. Teve um dia que atrasei para
chegar em casa e quando cheguei fiquei morrendo de dó, a Elis estava acordada e
chorando de medo, procurei nunca mais fazer isso. Mudamos para outra casa também na
vila Dirce. Vivemos muito felizes naquela casa. Teve um aniversário meu que cheguei do
serviço e quando entrei em casa, ela tinha preparado um bolo e refrigerantes e tinha
também duas meninas coleguinhas dela para receberem-me, foi muito emocionante.
Comemos o bolo e bebemos com a maior alegria. Nessa época a barriga da Elis estava
enorme, quando ela ia trabalhar eu a acompanhava até o ponto de Ônibus todos os dias,
no final da gravidez tive que levá-la ao trabalho, pois estava muito pesada e eu tinha medo
que acontecesse alguma coisa com ela. No dia 09.09.90, estávamos em festa na casa de
sua mãe (dona Lúcia) na escola Engenheiro Mário Salles Souto, pois dona Lúcia era
40 zeladora lá. Comemos churrasco e bebemos caipirinha à vontade e ela também
acompanhou. Quando chegamos em casa, a Elis começou a reclamar que estava sentindo
pontada, comecei a marcar o tempo e disse a ela que ficasse tranqüila e fosse tomar
banho para deitarmos. Após o banho, fomos para cama a Elis levantou-se e foi para a
cozinha, quando voltou tornou a reclamar que estava com pontada, perguntei para ela
como era a pontada, pedi que fizesse no meu braço como é que estava acontecendo e ela
o fez. Percebi então que estava chegando à hora do parto. Coloquei-a no carro e fomos
para o Hospital, isso já era 22:00s. Chegamos em Osasco e fomos direto para o Hospital
das Damas, lá não fomos atendidos, porém fomos encaminhados ao Hospital João Paulo
II, lá chegando, ficamos aguardando no saguão, levaram-na para a mesa de exames e eu
lá a esperar, ansioso. Após algum tempo o médico disse-me que ela seria internada para
ganhar neném. Não pude despedir-me dela, voltei para casa triste e alegre ao mesmo
tempo, às 23:10s de 09.09.90 foi feito uma cesariana e nasceu nosso filho, a coisa mais
linda do mundo, Bruno Soares Silva, como ele gosta de ser chamado hoje, tão pequenino
que dava medo de pegar, mas era muito lindo. Quando fui visitá-lo no berçário, houve uma
coisa engraçada, chegou outro pai para ver o filho e ficaram mostrando para meu filho e
dizendo vejam como é bonito meu menino, e fiquei furioso e disse, aquele não é seu filho e
sim meu filho, daí a enfermeira mostrou o deles e fiquei muito contente, pois meu
garotinho tinha chamado a atenção de todos. Chegou o dia de buscá-los no Hospital, eu
estava ansioso. Peguei minha sogra e fomos buscá-los e foi muito gostoso, passamos em
uma loja antes de chegar em casa, é que tinha comprado uma cama para a sogra dormir
durante os dias que ficasse cuidando dos meus amores. Muitas vezes quando o Bruno
acordava começava a resmungar, eu esperava que a sogra acordasse para cuidar dele,
mas era inútil tinha que levantar, pois ela não acordava, depois que eu levantava, ela
acordava também. Cuidei do Bruno o melhor que pude, como a Elis trabalhava todos os
dias e eu um trabalho mais moderado, então ficava a maior parte do tempo com ele, nesse
ínterim, eu era que dava banho, limpava quando estava cagado ou molhado, era e é muito
bom cuidar dele. O bichinho não queria saber de comer, então eu batia tudo no
liquidificador e tuchava nele, graças a isso hoje ele tem saúde, porem ficou mal
acostumado, pois ainda quer que a gente de comida na boca.
Coitado do Bruno. Colocamo-lo em um andador e foi uma coisa muito ruim que
41 fizemos, pois o andador não é muito bom para criança, demorou em andar além de levar
alguns tombos. Eu o amo muito. Minha esposa não tem muita paciência com o moleque,
mas sei que o ama tanto ou mais que eu. O difícil foi ensiná-lo a ir ao banheiro sozinho,
pois na maioria das vezes ele fazia na roupa, daí eu dava bronca nele até que aprendeu. A
melhor parte foi ensiná-lo a andar, eu e sua mãe ficávamos sobre a cama e o colocávamos
em pé e ele ia correndo ou caindo de um para o outro. Quando andou sozinho foi com sua
mãe, foi ao mercado e de repente ele saiu andando, então a Elis ligou para mim no serviço
para contar a novidade, fiquei muito contente e ela estava radiante.
Assim que tivemos o Bruno, procurei um médico e fiz vasectomia, dois filhos já
bastam, pois na época que estamos um já é difícil pior se tiver mais. A operação foi muito
boa, pois não sofri nada e minha Elis não precisou preocupar-se mais com
anticoncepcionais e até a presente data, estamos muito bem.
Desde pequeno o Bruno tinha muitas companhias, pois quando eu ia trabalhar ele
ficava com sua avó materna, dona Lúcia, tinha dia que ela o levava no carrinho e o
coitadinho dormia na dispensa de comida, pois dona Lúcia trabalhava de merendeira em
escola estadual, porém cuidava muito bem dele e se não fosse por ela, teríamos que
deixá-lo com estranhos, pois todos tínhamos que trabalhar e estudar. A Elis o amamentou
até os 06 meses, foi quando ele teve que ir fazer vestibular em Machado e então o
desmamou, nosso menino passou a usar mamadeira, nunca aceitou chupeta. Teve um dia
que eu estava trocando o Bruno e sua mãe do lado, quando ergui suas perninhas para
limpá-lo, o danadinho lançou um jato de merda que quase atingiu meu rosto, a Elis só
faltou fazer xixi de tanto rir, enquanto eu estava limpando-me.
5.12 FATOS INUSITADOS - Volta
No dia 17 de novembro de 1999, estava sozinho em casa mais ou menos as 15:00s,
assistindo tv, quando tive um sinal desagradável. Percebi que meu coração deu sinais de
fracasso, pois há aproximadamente 10 anos atrás, fui informado pelo médico que sou
portador da doença de chagas. Senti uma dor no coração, mas como não ligo para essa
doencinha, acredito que tenha sido por saudade de minha esposa e meu filho que se
encontravam em suas obrigações, muito honradas por sinal. A dita dor permaneceu por
42 mais ou menos dois dias, porém acho que seja um sinal de que não se trata de coisa
insignificante, mas como para mim a única certeza que temos é que vamos morrer, não
tenho nada contra que essa hora chegue, pois o que normalmente acontece é que chega
mais cedo para uns e um pouco mais tarde para outro. Só espero que minha família não
sofra muito, nem derrame muitas lágrimas por mim, pois com certeza cumpri aqui a minha
missão, caso contrário não teria terminado o caminho. Hoje é 18.11.99 às 20:55s. Meu
filho neste momento esta assistindo sua novela preferida, e minha querida esposa esta na
faculdade, lugar onde eu insisti que ela passasse parte da noite por pelo menos quatro
anos, para minha satisfação, mesmo que esse coração não resista por muito mais tempo,
fiz o que achei certo e amei todos os momentos que passei com minha querida família.
Desde que dona Lúcia foi para Marília, todos os anos passamos o Natal em sua
residência e esperamos passar ainda muitos natais com ela.
5.13 FILHOS - Volta
Priscila
Nascida em 1985 eu já estava separado, porém procurei fazer de tudo que estava ao
meu alcança para ela, porém devida a mau atendimento no médico, não resistiu e faleceu
com apenas dois meses de idade.
43 Sérgio
Acompanhei o crescimento de meu desse filho até os 5 anos de idade época da
separação, daí em diante foi uma luta para ser presente e te-lo sob minha visão. Sérgio
adquiriu um problema de bronquite e deu-me muito susto. Certo dia deu uma crise de
bronquite nele e o levei ao médico, a médica receitou nevralgina para o moleque, voltei
para casa e fiquei atento. Dali a pouco ele começou a ficar ruim, seu lábio estava ficando
roxo, sai correndo com o menino para levar em Osasco, minha intenção era levar de volta
ao mesmo médico, mas quando cheguei no centro de Carapicuíba, o menino estava
ficando mole, entrei no primeiro consultório médico que vi, lembro-me que era Doutor
Branco em frente ao Banespa à época. Ali meu filho quase morreu, ficou 48s, internado no
soro sob tratamento. Quando teve alta, paguei o ambulatório e procurei o responsável pelo
convênio para receber as despesas, recebi a metade, porém fiquei muito feliz, pois hoje o
vejo com saúde e trabalhando. Lutei enquanto pude para conseguir cura para ele. Dava-
me dó, comecei um tratamento no Hospital do Servidor Público, e toda quinta feira, levava-
o para tomar vacina, acostumou tanto que quando eu chegava com ele no Hospital, ele
subia sozinho ia até a sala da vacina, ficava na fila, falava o número, levantava a manga e
tomava a aplicação. Durante três anos foi essa luta. Resolvi fazer tratamento particular,
encontrei um especialista no Jabaquara em São Paulo e comecei o tratamento, agüentei
por mais dois anos, depois ficou tão caro que desisti, graças a Deus nessa altura do
campeonato, meu filho tinha tomado tanto remédio que já estava imune.
Apesar de não ter sido totalmente curado, vive uma vida normal, este casado com
uma menina muito bonita e esforçada, sua esposa acabou de se formar técnica em
44 enfermagem e ele está fazendo faculdade de Administração. Estou muito feliz com seus
progressos.
Bruno
Quando pequenino eu e sua mãe saíamos para o trabalho o deixávamos com sua
avó, ela era cozinheira em uma escola estadual e como todos gostavam do Bruno
naqauele ambiente ele ficava muito bem. Porém a criança cresceu e tivemos que arrumar
um lugar para ele ficar, pois não era possível deixá-lo mais com dona Lúcia, pois estava
atrapalhando e de vez em quando tivemos que deixá-lo com suas tias, foi então que
achamos que o menino estava muito largado e resolvemos colocá-lo em uma escolinha.
Quando morávamos no Engenheiro Mário Salles Souto como zeladores, tivemos uma
passagem nada agradável com nosso filho, foi muito desesperador, vou contar a estória:
Certo dia: fico emocionado ao contar, o meu filhinho acordou lá pelas 3 horas da manhã
gritando que tinha um bichinho no chão querendo pegá-lo. Então ele gritava e levantava as
perninhas dizendo que tinha uns peixinhos querendo pegá-lo, eu o erguia e o protegia ao
máximo, mas não adiantava, ele continuava gritando, ficamos desesperados, quando
amanheceu sai correndo com meu filho e fomos em uma benzedeira, após o benzimento,
deu uma melhorada, porém não resolveu o problema, o menino continuou a reclamar dos
peixinhos que tinha em todos os cantos da casa. Então o senhor Mariano indicou uma
benzedeira de nome Luzia na vila do Sapo, levei-o imediatamente, dona Luzia o benzeu e
disse-me que se continuasse o problema teria que defumar a casa, como melhorou um
45 pouco, mas meu garotinho continuava a ver peixinhos por toda a casa, chamei a dona
Luzia, comprei tudo o que ela pediu e marquei o dia com ela. Depois que a casa foi
benzida, graças a Deus, nunca mais ele falou dos ditos peixinhos, foi uma experiência
muito desesperadora, experiência que não desejo para ninguém. Quando a gente tem um
grande problema, procuramos as pessoas que gostam de Deus e também de ajudar ao
próximo, Deus abençoe dona Luzia.
O Bruno trouxe muita alegria para todos da família, e gosto de cuidar dele, de vez em
quando sua mãe dá uns berros, mas é para o seu próprio bem. Chegou então a vez de
levá-lo para a pré-escola, deixamos que ele escolhesse a escolinha que queria estudar,
levamo-lo em várias e ele preferiu a Pré Escola Pingo de Gente, foi uma boa escolha,
aprendeu muito e desenvolveu-se. Foi duro nos primeiros dias, dava o maior dó, o
molequinho não queria desgarrar-se do pai, digo pai porque foi eu que o levei. Foi muito
difícil fazê-lo ficar, tivemos que enganá-lo, dizendo que era para ele ver como era dentro
da escola e então fui embora o deixando na escola, foi necessário fazer isso várias vezes,
mas tudo valeu a pena, pois foi para o seu próprio bem. Vi o Bruno receber duas medalhas
de participação em festival de natação, o meu garoto nada muito bem, é claro que se trata
de piscina. Gostamos de participar das atividades que o Bruno tem nas escolas, e evidente
que não conseguimos ir a todos, mas sempre que possível, procuramos participar. Quando
o Bruno formou-se na pré-escola, compareci no ginásio e não pude ficar muito tempo,
perdi a melhor parte, quando me chamaram para distribuir diplomas, mas já tinha ido
trabalho. Na medida de pobre, procuramos dar a ele o melhor, o garoto fez o vestibulinho
na FIEB e acabou sendo aprovado, então o matriculamos lá, fica bem caro mantê-lo
naquele estabelecimento, porém enquanto pudermos o faremos.
O Bruno gostava muito de ficar na casa de sua tia Inês, ela ajudou-nos muito, pois
quando tinha que trabalhar a noite, sempre deixávamos o Bruno com ela, só que de
repente ele não quis ficar mais lá, até preferia ficar sozinho em casa, mesmo à noite. O
Bruno tinha muito medo de ficar sozinho em casa e isso éra aceitável, pois éra muito novo,
só que havia necessidade ficar uma vez a cada 5 noites até que sua mãe chegue da
faculdade. Quando dona Lúcia morava aqui em Carapicuíba, ficava mais fácil, mas depois
que ela foi embora para a cidade de Marília e não teve outro jeito. Apesar de que
providenciei uma luz de emergência para o caso de acabar a luz, ele não ficar totalmente
46 no escuro. A Elis era e é muito esforçada, trabalhava no período da tarde e fazia faculdade
à noite. O Bruno fez uma exposição com um desenho do titanic no Brunos Hotel e recebeu
um certificado de participação.
O Bruno é um menino muito bom, só que puxou a mãe, muito teimoso. Ele tinha um
dentinho mole, já estava mole de outra vez que dona Lúcia veio aqui. Ele não deixou que
ela arrancasse, fomos na casa dela e ele não deixou, ela veio conosco e ele continuou
negando.
Depois de pelo menos dois meses, apareceu outro dentinho mole e o de cima já
estava ficando preto. Levei-o ao dentista, Dr. Júlio, e fiz com que ele entrasse sozinho no
consultório, daí ele apareceu com os dois dentinhos na mão e a boca cheia de algodão
todo soberbo, foi à primeira vez que ele foi ao dentista e arrancou dentes. Para ele foi uma
grande coisa, pois começou aí a perder o medo de dentista. Ele está ficando bom em
matemática, acho que será professor de matemática.
A Elis pegou aula extra e está trabalhando o dia inteiro, então eu fico com o Bruno o
período da manhã e à tarde ele vai para a escola e eu fico em casa. Em 30.06.98, levei-o
ao médico para fazer exame de vista, foi maravilhoso, ele ficou todo entusiasmado na
escolha dos óculos, queria vários, acabou escolhendo uma armação azul.
No dia 04.10.98 fomos todos as urnas para escolhermos os nossos governantes. Meu
filho Bruno estava ansioso para ver a cara dos candidatos no monitor da urna. Então na
hora que fui votar, o coloquei no meu lugar e fui ditando os números para ele. O danadinho
queria que eu votasse no Francisco Rossi, então pedi que digitasse o número do Rossi e
assim que apareceu a figura no visor pedi a ele que corrigisse o voto e foi o que ele fez e
então votamos corretamente. Para o Bruno foi uma experiência sem valor nominal, pois
ficou todo feliz da vida e cheio de razão, pois havia votado nesta eleição e já me avisou, no
2º turno votará de novo. Achei sua participação muito importante, pois já está aprendendo
a escolher seu futuro direcionador de ações para a cidadania.
Como disse, somos uma família muito feliz, meu filhinho Bruno, que não é mais
filhinho e sim filhão, passou para a 3ª série do primeiro grau, isto para mim é motivo de
muito orgulho, pois sua menor nota foi 8,0.
2007. Ano de surpresas e realizações.
Meu filho Bruno com muito esforço conseguiu ultrapassar uma barreira difícil em seus
47 estudos, foi para a 2ª série do 2º grau.
2008. Estou muito contente com meu filho, pois ele passou no vestibular e foi
matriculado na Faculdade Anhembi Morumbi uma das mais renomadas.
No mesmo ano, 2008 trancou a matrícula na faculdade por reconhecer que não
estaria fazendo o curso que desejava ou o que pensava ser.
Prestou vestibular na FATEC em Carapicuíba em 2009 e iniciou o curso de TI, porém
devida ao seu interesse em fazer um curso de aperfeiçoamento em TI no exterior, optou
por trancar também essa matrícula em fevereiro de 2010.
Em 10/07/10 meu filho Bruno foi para Austrália para fazer um curso de ASTI e lá
permaneceu por seis meses. Como foi difícil essa distância, pois até essa data e já com 20
anos de idade nunca havia nos deixado por mais de 5 dias, foi uma tormenta. Minha
cabeça quase entra em parafuso, pois não tinha até então nem pensado em ficar longe o
suficiente para se sentir impotente diante de qualquer dificuldade que viesse a ter. A única
solução que encontrei para manter o controle, não sobre ele e sim sobre mim mesmo foi
procurar através dos meios existente hoje em dia estar sempre em contato com ele e
conhecer as suas atividades quase que diariamente naquela cidade. Diante das
dificuldades que eu estava encontrando em ter o controle da situação e não deixar que
meu filho perecesse mantive uma observação severa acompanhando quase que
diariamente sua movimentação financeira assim conseguiria saber quando deveria efetuar
transferência de valores e ao mesmo tempo fazer com que ele não deixasse de manter
contato. Nesse período fez um curso de especialização em informática e
conseqüentemente aprimorou a língua inglesa que já era de seu conhecimento.
Foi muito difícil sua ausência nesse período, mas como o conhecimento é individual e
jamais será subtraído, com certeza valera a pena e compensara o sofrimento pela sua
ausência.
Em 21 de janeiro de 2011 voltou da Austrália onde fez um curso de especialização
em informática e apromoramento do seu inglês, e retomou seu curso na FATEC a nível
superior.
Em julho de dois mil e onze, devido a um emprego que iria ocupar todo o seu dia e
como a faculdade não pode oferecer estudo noturno para ele, resolveu parar e prestar
novo vestibular no final do ano na mesma unidade de ensino com o intuito de fazer o curso
48 que deseja, tendo o meu apoio.
5.14 ESTUDOS - Volta
Na minha época quem estudava era previlegiado, para completar um ciclo de estudos
levava muito mais tempo do que o normal, isso se dava pelo fato de que quando não era
época de colheita os filhos estudavam, mas quando chegava essa época os pais tiravam
seus filhos da escola para ajudar na plantação.
Com isso o estudo que normalmente demoraria três ou quatro anos, para esses
filhos eram de sete ou oito nos, complicando o desenvimento cultura da criança.
Meu caso não foi diferente, iniciei meus estudos quando já tinha onze anos de idade,
até então iniciava a primeira serie e logo abandonava a escola.
5.14.1 PRIMÁRIO
Iniciei meus estudos em uma escola de sítio, porém o estudo era relativamente
temporal, quando chegava a hora de colheita, tornava-se necessário que eu deixasse a
escola para ajudar na roça, só pude freqüentar escolar conforme manda o figurino a partir
de 1965 quando mudamos para a cidade de Santana do Itararé, nessa escola iniciei o
primeiro ano e fui até a quinta série.
Nessa época para se ter uma idéia o primário durava cinco anos, o ginásio durava
mais quatro anos.
A criança começa a estudar com sete anos e só terminava o ginásio com pelo menos
dezesseis anos.
49 Primário
5.14.2 GINÁSIO
Para esse nível de ensino tive que fazer em uma cidade vizinha, pois não havia
Ginásio onde eu morava, para poder freqüentar as aulas, tive que morar na cidade. Passei
por dias ruins, visto que não tinha meios financeiros. Isso ocorreu entre os anos de 1969 a
1973, mas com bastante insistência consegui completar mais essa etapa.
5.14.3 COLEGIAL
Para continuar os estudos mudei-me para a cidade de São Paulo, onde trabalhava
durante o dia e estudava a noite, consegui chegar até o final com muito sacrifício.
50 Segundo Grau
5.14.4 NÍVEL SUPERIOR
O nível superior foi um sacrifício e tanto, fiz curso vago na cidade de Tupan,
também foi muito difícil por que tive que trabalhar em dois empregos para poder pagar
a faculdade, pois se dependesse de um emprego só minha família pereceria, isso
aconteceu no período e 1985 a 1987.
51 Pedagogia
5.14.5 PÓS-GRADUAÇÃO
A Pós-Graduação não foi muito complicado com emprego razoável, fiz durante o final
de semana no ano de 2010.
Em termos de estudos foi o período mais tranqüilo para mim.
52 Docência para o Ensino Superior
5.14.6 CURSOS TÉCNICOS
Sobre os cursos técnicos não vou falar fazer nenhuma descrição individual apenas aquele que me trouxe benefício para a minha trajetória que foi o de datilografia, sem ele eu não teria conseguido um emprego assim que vim para São Paulo. Os demais foram apenas para aprimorar meus conhecimentos.
53 Dalitografia
Cobrador de Ônibus
54 Desenho Mecânico
5.15 ESTENSÃO CULTURAL - Volta
Para manter-se sempre atualizado o indivíduo tem a necessidade de estar em constante aperfeiçoamento, felizmente nas datas atuais podemos ter esse acesso através de cursos de estensões culturais, onde além de trazer conhecimento em muitos órgãos de governos isso trás também benefícios financeiros, infelizmente na minha área não tenho esse benefício, mas nem por isso deixei de procurar o aperfeiçoamento de meus conhecimentos.
55 Civismo
Aperfeiçoamento
56 Psicologia das Emergências
57 5.16 TRABALHO - Volta
Desde que me lembro como gente, já trabalho, é evidente que os serviços de uma
criança não significa muito, mas ajudava meu pai em tudo, para se ter uma idéia do que já
fiz, por exemplo, na lavoura, vou relatar: Carpi, rocei, fiz acero, fiz queimada, arei e gradeei
terra, passei bico de pato em lavoura, já guiei carro de boi. Plantei milho, arroz, feijão: Em
um dos sítios, meu pai tinha um campo de futebol. Minha mãe fazia pasteis e eu os vendia,
sempre procurei trabalhar, quando no sítio na lavoura, quando na cidade vendia sorvete ou
engraxava sapatos.
Quando saí de casa e vim para São Paulo, dona Teresa, uma amiga, ajudou-me a
procurar emprego, devo muito a ela, andou embaixo de sol até arrumar uma colocação.
Meu primeiro emprego foi numa firma chamada de Progresso Metalfrit situada na Lapa, a
função era.
5.16.1 PRIMEIRO EMPREGO
Pirometrista, o que faz um Pirometrista. Pega um pirômetro e quando o moldador traz
o ferro derretido em forma de líquido, despeja em uma forma, nesse momento o
Pirometrista precisa medir a temperatura para que não seja fundido ferro frio, a
temperatura média é de 1.200 graus centígrados, imaginou o que é isto. Uma vez quando
estava medindo uma forma, saltou em meu pé uma bolha de ferro derretido a uma
temperatura de aproximadamente 500 graus, e quase passou direto o pé, tenho a marca
até hoje. No meu sistema de trabalho, não gosto que chefe nenhum fique no meu pé, e
nesse trabalho muito digno, meu chefe ficava no pé de quem trabalhava lá e quando eu o
percebia espionando-me então fazia corpo mole, foi até que fui dispensado. Nesse
trabalho, para se ter uma idéia da sujeira que era, antes de sair da fábrica tomava banho,
porém quando acabava de sair do banho, não podia passar a mão no rosto ou na testa
que saia toda preta de cinza. Foi minha primeira experiência como empregado com
carteira registrada, ha. minha primeira carteira de trabalho tirei na cidade de Avaí/SP.
58 5.16.2 SEGUNDO EMPREGO
Quando saí do meu primeiro emprego em 21 de fevereiro de 1974, dentro de três
dias já estava empregado, agora em um escritório, pois eu era uma pessoa com o primeiro
grau completa e com datilografia, quem tinha datilografia na época não podia de maneira
nenhuma trabalhar em fábrica, pois já era graduado. Comecei como temporário, dentro de
três meses, passei a efetivo, daí tudo começou a melhorar, dentro de pouco tempo passei
a ser encarregado de cadastro, trabalhando com Cardex, um sistema de arquivo muito
usado na época. Fiquei nessa firma até dezembro de 1978, onde tive a oportunidade de
melhorar de vida, pois quando sai, já possuía, uma casa, um carro táxi e um bar. Depois
que saí, aprendi uma coisa muito importante, NUNCA DEVEMOS SAIR DE UM
EMPREGO SEM QUE ANTES TENHAMOS OUTRO GARANTIDO, pois fiquei dois anos
procurando emprego, sofri como cachorro e junto comigo minha família.
5.16.3 TERCEIRO EMPREGO
No período de 1978 a 1980 tive um período sem registro em carteira, daí tive que me virar
para conseguir a manutenção da casa, ainda bem que não pagava aluguel e so tinha que
ganha para comprar comida e pagar água e luz. Nessa época a mãe do meu filho Sérgio
arrumou um serviço em casa de família para ajudar. Para arrumar algum passei a vender
cobre. Trabalhei também como manobrista em uma obra de construção civil e que durou
três meses o que me ajudou bastante na época.
5.16.4 QUARTO EMPREGO
Em 1981 arrumei emprego na administração do UNIBANCO, trabalhando 6 horas por
dia no período das 19hs até às 01hs do dia seguinte. Era bom o serviço que desenvolvia o
problema é que ganahava pouco, mas como tinha que manter a casa continuei ali até
1984. Minha intensao maior era ter um emprego garantido mesmo que ganhasse pouco
entao vinha fazendo vários concursos públicos e como fui aprovado em alguns deles, em
1981tive a sorte de ser chamado para assumir o cargo de escriturário de em escola
59 pública, batalhei muito Trabalhando em dupla jornada de trabalho no periodo de
12/06/1981 até quando saí do Unibanco. Fui Secretário de Escola até 1990 quando fui
chamado para assumir um cargo na Secretária da Segurança Pública do Estado de São
Paulo e que continuei nele até aposentar, o que me ajudou muito, pois considero que
estou muito bem de vida com o que tenho.
5.17 ESPORTE - Volta
Sempre tive interesse por esportes, porém pela falta de condições financeiras e
também por falta de incentivo dos governos, nunca tive a oportunidade de praticar com
seriedade nenhum.
Hoje estou praticando um esporte que me convem, muito bom e muito perigoso, pois
trata-se de uma arte marcial.
5.17.1 FUTEBOL.
Quando era criança tentei jogar futebol, ainda morava em Santana do Itararé, mas
devido ao meu mal gênio não entendia com o técnico, no final acabei saindo do time.
5.17.2 JUDÔ
Na época que fazia o Ginasial, tentei aprender Judô, porém como não tinha
condições financeiras, adquiri alguns livros e pratiquei sozinho, isso me ajudou pois tive
algum conhecimento sobre a prática desse esporte. Não fui muito longe.
5.17.3 MUSCULAÇÃO
Em 2009 entrei numa acadedmia de musculação para ver se conseguia ficar fortão,
mas devido a minha estrutura física fiquei um ano e meio e não mudou muito do que já
era.
5.17.4 KUNG FU TAISAN
Agora estou praticando Kung fu há 6 meses e acho que encontrei o esporte que me
60 atraiu, principalmente por que em 27/03/2011 participei de um campeonato no ACM de
Osasco e, apesar de disputar com um participante com faixa superior a minha, acabei
levando a melhor e fui aclamado medalhista de ouro, para mim foi muito gratificante, pois
conclui que valeu o esforço e as horas que fiquei treinando. Para minha família acredito
que foi um momento muito importante, pois ter um pai ou esposo com a idade que tenho
subindo no pódio, deve ser um momento emocionante. Eu estava muito alegre, porém sem
noção de que era verdade, pois quando me inscrevei fui informado que a disputa seria
entre faixas de mesmo nível.
O principal motivo de eu estar praticando esse esporte é para ter uma boa saúde,
pois tenho conhecimento que quando a gente chega em uma idade avançada se não se
preparar antes poderá sofrer várias seqüelas. Quero chegar na velhice com boa saúde e
nada melhor que praticar exercícios físicas, e como sei também que em casa dificilmente
a gente pratica exercício no nível necessário, procurei uma academia e é evidente que
quando se está em um grupo de praticante, há mais entusiasmo no desenvolvimento dos
módulos e a conseqüência é a competição, pois mesmo que se diga que só vai para fazer
exercício chega um determinado momento que acaba participando e foi o que aconteceu
comigo.
Nesta etapa da minha vida é muito importante contar com a participação da
família e eu não posso reclamar pois minha querida esposa e de meu filho Bruno
também praticam o mesmo esporte.
Abaixo minha família me prestigiando e dando a maior força.
Sérgio, Elis, Eu e Bruno
61 6 RESIDÊNCIA PRÓPRIA - Volta
Uma das coisas ruins do cidadão é pagar aluguel. Sempre fiz de tudo para morar em
casa própria, Em junho de 1999, pensando no melhor para a família e em melhor nível de
vida, procurei um negócio e mudei de residência. Viver em um apartamento não é tão ruim
porém, as pessoas ficam como se estivessem presas, pois não podem nem ao menos
abrir a porta, é um tal de passa e passa em frente da porta que muitas vezes fica
impossível a convivência. Foi então que decidi trocar o apartamento por um imóvel melhor
e não é que dei uma sorte danada, bem é o que acho, isso pode não ser a mesma opinião
da minha querida esposa. Bom como ia dizendo, consegui adquirir um sobrado na rua
Evangelina, para mim foi uma grande coisa, pois o lugar é muito bom e tranqüilo, apesar
de estar passando por um momento difícil financeiramente em 2000, isso passou, pois
tudo passa.
Com essa mudança, muitas vezes tenho que negar alguma coisa para meu filho e
ouvir sempre minha esposa dizer que está precisando de dinheiro, mas como queremos
manter nosso nível de vida, tenho tentado fazer o melhor, com a ajuda um do outro e
nossos esforços juntos, com certeza iremos conseguir.
Com a vinda para esse sobrado, meu filho Bruno arrumou uma cachorrinha que
recebeu o nome de Yasmin e que todos nós gostamos muito, ela é muito bonitinha e
carinhosa.
Aqui tudo ficou mais fácil, até para carregar uma compra para dentro de casa, pois no
apartamento era um sufoco. Para nós por enquanto está tudo muito bem, apesar das
dificuldades (dinheiro) que não passará para o ano 2.000, espero.
Como havia participado de um sorteio para escolha de uma casa em condomínio que
vinha pagando prestações a pelo menos 10 anos e fomos sorteado em 1988 e até a data
da compra do imóvel acima não havia sido entregue as chaves. Com as chaves na mão
passei o imóvel para meu filho Sergio continuar pagando as prestações e morar nele.
62 7 ESTIMADA ESPOSA - Volta
Elis
Minha estimada esposa também me fez uma surpresa, foi aprovada no curso de
Química a nível superior.
No dia da formatura, foi esplendido, estava mais bonita que outros dias, não sei se
pelo ato ou para mim. Foi inesquecível, lá na frente toda de preto usando uma linda beca,
estava minha linda Elis esperando para receber sua diplomação, ela estava linda, apesar
de não aparentar estava também nervosa. Minha linda teria que discursar aos professores,
pois foi escolhida entre seus pares. Agradeço por poder dar uma mãozinha para ela, pois
preparei dois discursos, um para os professores em geral e outro especial para os
agraciados. No final só foi utilizado o discurso especial, pois houve uma integração entre
turmas na apresentação.
8 TRABALHOS DESENVOLVIDOS - Volta
“No meu ponto de vista, não importa de onde vimos o que importa é fazermos alguma coisa por onde passarmos ”. Levando em consideração esse pensamento, não podia deixar de acrescentar neste trabalho o que procurei fazer por onde passei. Evidentemente que antes de tomar ter condições de fazer alguma coisa apenas usufruía das coisas que faziam em prol de todos.
A partir do momento que percebi que podia contestar e lutar para mudar as a situação ao meu redor, fiz o que foi possível e que se encontrava ao meu alcance.
Essas lutas me trouxeram tanto vitórias quanto desgastes que me levaram a ter diversas complicações, o que não me desanimou, pois continuei a lutar por aquilo que acreditava.
Enquanto eu viver continuarei a fazer aquilo que acredito mesmo que para isso venha
63 sofrer conseqüências desagradáveis.
No período de abril de 1993 a dezembro de 1996 trabalhei na Prefeitura de Carapicuíba como Assessor da Secretaria de Educação do Município e como não podia deixar de ser participei da elaboração de alguns projetos que foram aprovados uns entraram em vigor outros apesar de aprovados não foram executados.
Dentre os projetos apresentados alguns viraram leis.
Participei diretamente nos projetos abaixo.
8.1 PROJETO UM - Volta
EDUCAÇÃO INFANTIL E SUPLÊNCIA NO MUNICÍPIO DE
CARAPICUIBA .
Para essa modalidade de ensino, quando iniciei minhas atividades na municipalidade de Carapicuíba, tive como imcumbência a legalização do ensino infantil e supletivo, pois até então o ensino ministrado pela prefeitura do município não tinha valor legal ou seja não era reconhecimento pelos órgãos superiores de eduação.
Coordenei esse projeto com uma nova modalidade de estrutura para a legalização do ensino, a princípio o órgão fiscalizador que na época era Delegacia de Ensino de Carapicuíba, não queria aceitar, após muita discussão com supervisores de ensino da Delegacia de Ensino de Carapicuíba foi aprovado e publicado no D.O.E em 1994 e 1995, comprovação dessas publicações poderá ser verificada na minha monografia no site: www.issuu.com/paginacorreta. (VER ANEXO 1)
8.2 PROJETO DOIS - Volta
ENSINO A NÍVEL SUPERIOR.
FUNDAÇÃO PARA O ENSINO DE CARAPICUIBA – FIEC
Promovi, evidentemente que com a colaboração de outros especialistas, a
elaboração de um projeto de Lei para que fosse criada no município de Carapicuíba uma
fundação que pudesse atender todos os níveis de ensino de forma gratuita. Nosso
município, à época, da elaboração desse projeto era carente de ensino, principalmente
superior.
64 O projeto elaborado com minha participação foi enviado à Câmara Municipal do
Município e culminou na sua aprovação transformando na Lei Municipal nr.1.976, de 27 de
dezembro de 1996.
Até os dias atuais essa lei não entrou em vigor, porém deixei no município sinais de
minha passagem pela administração que durou 3 anos e meio no período de 1993 a 1996.
Foi muito gratificando saber que podia e tinha capacidade de oferecer alguma coisa
boa para a população em geral que na época após a conclusão do ensino médio tinham
que se descolarem aos municípios vizinhos para a continuação dos seus estudos a nível
superior. (VER ANEXO 2)
8.3 PROJETO TRÊS - Volta
DIA DO SECRETÁRIO DE ESCOLA.
No período de trabalhei de 1986 a 1990 trabalhei como Secretário de Escola e como
não podia deixar de ser, lutei para a melhoria da categoria.
Enfrentamos uma greve ferrenha que durou mais de 60 dias e durante esse período
fomos negociando com o Governo do Estado e ao mesmo tempo apresentando propostas
para a essa melhoria.
Obtivemos resultado positivo com a aprovação da Lei Complementar nr 463/86 (VER
ANEXO 3)
8.4 NA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA - Volta
No período que exerci minhas funções na Delegacia de Polícia Seccioal de
Carapicuíba como encarregado do setor procurei informatizar o setor para a facilitação do
desempenho das funções de todos que trabalhavam comigo nesse local.
Desenvolvi um programa onde facilitou o sistema de registro de movimentação de
viaturas na nossa região, houve essa necessidade, pois esse controle era exercido pela
sala de meios através de registro em livros o que demandava muita perda de tempo e
65 atraso nas informações fornecidas aos policiais que se encontravam em operações.
Com esse programa desenvolvido concorri ao prêmio Mário Covas. (VER ANEXO 4).
Houve o desenvolvimento de outros programas que facilitou o trabalho da Seção de
Pessoal da Seccional de Carapicuíba que até hoje (2011) ainda fazem uso.
9 CONFUSÕES
No meu modo de pensar, o indivíduo deve ser livre para fazer o que quiser é evidente
que depois de feito deve também assumir as conseqüências. Levando em consideração
essa frase, procurei ter pelo menos a dignidade de expressar meus pensamentos sempre
que estava em disacordo com a atitude do outro, com essa atitude sempre tive problemas
de desentendimentos com meus superiores porém, toda vez que tomava uma decisão a
fazia por escrito. Na constituição Federal de 1988 diz: “TODO CIDADÃO É LIVRE PARA
SE EXPRESSAR, DESDE QUE NÃO FIQUE NO ANONIMATO” seguindo esse artigo
sempre que fiz uma denúncia ou tive uma discussão com um superior, sempre o fiz por
escrito fazendo dessa maneira sempre sai-me bem.
Segue algumas desavenças que tive e que nada me aconteceu. Isso serve de
exemplo para que ninguém faça nada as escondidas, pois pode ser descoberto e ai será
muito pior.
66 1- Queria meter a mão no meu dinheiro.
67
68
69
70
71
72
2- Queriam complicar minha vida.
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75 3- Mataram minha mãe.
76
77 10 CONCLUSÃO - Volta
O desenvolvimento desse trabalho é para deixar aos meus familiares parentes e
amigos um exemplo de vida, para que as pessoas que o lerem tenham certeza que vale a
pena o esforço, a honestidade, justiça, respeito para com seus semelhantes e que não é
necessário sair da linha para sobreviver. No decorrer do trabalho poderá ser observado
que quem ficar esperando a ajuda divina nunca vai chegar a lugar nenhum, é preciso ter
insistência e encarar a vida de frente e o melhor meio para vencer na vida é enfrentando
uma sala de aula e um trabalho sem ficar fazendo comparações com seu semelhante.
Receber pouco ou muito depende do que se precisa para viver. Se a pessoa botar na
cabeça que ganha o suficiente para manter-se e aos seus, com certeza será bem sucedido
e com isso terá uma vida harmônica com sua família e com seus amigos.
78
ANEXO
ANEXO 1 - Volta
EDUCAÇÃO INFNATIL.
APRESENTAÇÃO
CONSIDERAÇÃO SOBRE O ENSINO NO MUNICIPIO DE CARAPICUIBA
O SISTEMA QUE SERÁ APRESENTADO NESTE SUPLEMENTO FOI CRIADO
PELA EQUIPE TÉCNICA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, SUPERVISIONADO
PELO PEDAGOGO ESSOGIR DA SILVA E ORIENTADO PELA PROF ELISA
SILINGOWSCHI CALIL, PARA O ENSINO PRÉ-ESCOLAR EM UMA PREFEITURA
CONSIDERADA CARENTE DE RECURSO FINANCEIRO, ACHOU POR BEM
PROCURAR SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DO ENSINO E COM ISTO
RECEBEU A INCUBÊNCIA DE IMPLANTAR UM NOVO SISTEMAS DE ENSINO E DE
ADMINISTRAÇÃO QUE DESSE CERTO, TANTO PARA A PRÉ-ESCOLA QUANTO
PARA O ENSINO SUPLETIVO.
• DO ENSINO PRE ESCOLAR
PARA QUE SE POSSA MANTER UMA PRÉ-ESCOLA, EXIGE-SE ENTRE
OUTRAS, UM DIRETOR NOS ESTABELECIMENTOS, BEM COMO UM VICE-
DIRETOR. PARA QUE SE CUMPRA A NORMA DO ENSINO CONSTANTE EM SEUS
REGIMENTOS. MAS COMO FAZER ISTO EM UM MUNICIPIO QUE NAO TEM
CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA MANTER EM CADA ESCOLA UM ELEMENTO
QUALIFICADO.
PARTINDO DESSE PRINCÍPIO, QUANDO ASSUMIMOS AS FUNÇÕES NA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E TURISMO, FOI COM A FINALIDADE DE
FAZER COM QUE A REDE MUNICIPAL DE ENSINO, MESMO SEM CONDIÇÕES,
FIZESSE PARTE INTEGRANTE DA REDE PUBLICA DE ENSINO DO ESTADO DE
SÃO PAULO, O QUE FOI UMA LUTA INCANSAVEL, POIS QUANDO NÃO SE TÊM
CONDIÇÕES, FICA DIFICIL ALCANÇAR OS OBJETIVOS PREVISTOS.
INICIOU-SE UMA BATALHA NA ÁREA TÉCNICA PARA A APROVAÇÃO DE UM
REGIMENTO ONDE CONSTATAVA AS ESCOLAS SEM UM DIRETOR, POIS ISSO
FUGIRIA AS NORMAS DO ENSINO PROPOSTO PELO SISTEMA.
SURGIU ENTAO A IDÉIA DE CRIAR UMA DIRETORIA CENTRALIZADA COMO
ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO, PARA AGREGAR TODAS AS ESCOLAS QUE
FOSSEM OBTENDO AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO SUB A
RESPONSABILIDADE DE UM DIRETOR GERAL, E EVIDENTEMENTE QUE NÃO
SÃO TODAS AS ESCOLAS QUE PODEM FAZER PARTE DO SISTEMA, MUITAS
SALAS DE AULAS SÃO MINUSCULAS SEM AS MINIMAS CONDIÇÕES.
DEPOIS DE CRIADO O ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO, FOI ENTÃO
TRANSFERIDAS TODAS AS RESPONSABILIDADES DAS ESCOLAS ÀQUELE
ÓRGÃO, FICANDO O LOCAL DE FUNCIONAMENTO COMO AREA PRIVATIVA,
SENDO DIRIGIDO POR UM PROFESSOR DESIGNADO PELA ADMINISTRAÇÃO
PARA SERVIR DE ELO ENTRE
ESCOLA/COMUNIDADE/PROFESSOR/ALUNO/ADMINISTRTAÇÃO SUPERIOR.
ESTE SISTEMA IMPLANTADO TEVE A APROVAÇÃO DA DELEGACIA DE
ENSINO DOO MUNICIPIO BEM COMO APROVAÇÃO DA DRE, QUE ENTÃO TINHA
AUTONOMINA PARA INTERFERIR NO SISTEMA.
ATUALMENTE NO MUNICIPIO, FUNCIONA EM CONDIÇÕES DE IGUALDADE
COM ESCOLA PARTICULAR. UM SISTEMA DE ENSINO RÍGIDO QUE É
ACOMPANHADO POR SUPERVISORES PEDAGÓGICOS E SUPERVISORES
ADMINISTRATIVOS.
SUPERVISORES PEDAGÓGICOS TÊM COM PREOCUPAÇÃO PRINCIPAL
ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO PEDAGÓGICO CONSTANTES NO
PLANEJAMENTO ESCOLAR, BEM COMO SEU CUMPRIMENTO.
O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, TEM A
INCUMBÊNCIA DE FAZER CUMPRIR O CALENDÁRIO ESCOLAR E MANTER EM
ORDEM A DOCUMENTAÇÃO QUE FICA A DISPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS A QUE A
ESCOLA ESTA SUBORDINADA.
• DO PLANEJAMENTO
O PLANEJAMENTO ESCOLAR FOI DESENVOLVIDO PELA EQUIPE TÉCNICA
DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E TEM UMA FINALIDADE ESPECÍFICA.
• FINALIDADE ESPECÍFICA
- FACILITAR O TRABALHO DO PROFESSOR QUANTO AO PLANEJAMENTO
DAS AULAS A SEREM MINISTRADAS.
- DIRECIONAR O ENSINO NO MUNICIPIO PARA QUE NÃO HAJA GRANDES
MARGENS DE EQUIVOCOS E UM DISTANCIAMENTO DE MODALIDADE DE UM
BAIRRO PARA OUTRO, POIS OS PROBLEMAS MAIORES SÃO REGIONALIZADOS.
- OFERECER AO PROFESSOR, PARÂMETRO QUANTO AO NÍVEL DE ENSINO
A SER APLICADO E META A SER ALCANÇADA, COM DELIMITAÇÕES DE
APRENDIZAGEM, SENDO QUE A VIDA DO PRÉ-ESCOLAR NÃO INTERFIRA NO
ENSINO FUNDAMENTAL DO EDUCANDO.
• DO CALENDÁRIO ESCOLAR
NA PROGRAMAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR, CALHOU DE SER
ENCAIXADO UM NOVO SISTEMA DE REUNIÕES PEDAGÓGICAS, ONDE SÃO
DISCUTIDOS OS PROBLEMAS DO ENSINO COMO UM TODO E POR TODOS OS
PROFESSORES E AS SOLUÇÕES ENCONTRADAS REPASSADAS PARA O MAIOR
INTERESSADO (ALUNO).
TODAS AS REUNIÕES DE PAIS SÃO FEITAS NO MESMO DIA EM TODAS AS
ESCOLAS, PARA QUE O ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO POSSA DESIGNAR
FISCAIS COM O INTUITO DE ESTAR PARTICIPANDO DAS REUNIÕES LEVANDO A
ADMINISTRAÇÃO A COMUNIDADE, SANANDO PROBLEMAS QUE POR VENTURA
VENHAM A SEREM COLOCADOS EM PAUTA.
AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS SÃO FEITAS COM TODOS OS
PROFESSORES NA PRÓPRIA SECRETARIA, ESCALONANDO AS ESCOLAS PARA
PARTICIPAÇÃO, SENDO QUE DURANTE UMA SEMANA, TODOS OS
PROFESSORES ACESSO AS REUNIÕES E AO MESMO TEMPO AS ESCOLAS
FUNCIONEM NORMALMENTE EM PERÍODOS ALTERNADOS PARA NÃO HAVER
PREJUIZO DOS DIAS LETIVOS PREVISTOS.
DENTRO DOS PROGRAMAS DE REUNIÕES ALTERNADAS, A SECRETARIA
DESENVOLVE CURSOS DE APRIMORAMENTO AOS PROFESSORES BEM COMO
UM ENTROSAMENTO INTERDISCIPLINAR ENTRE OS PARTICIPANTES, E QUE
SÃO BEM ACEITOS.
• OBSERVAÇÕES PRELIMINARES
NA ÁREA DA PRÉ-ESCOLA, O MUNICÍPIO TEM UM ENSINO DE ALTO NÍVEL,
CHEGANDO A ULTRAPASSAR AS ESCOLAS PARTICULARES SEM INTERFETIR
NO ENSINO FUNDAMENTAL QUANDO DO INGRESSO AS CRIANÇAS NO CBI.
SUPLÊNCIA
NA SUPLÊNCIA O ENFOQUE FOI MAIOR AINDA, POIS NOS MUNICIPIOS
POBRES AS PREFEITURAS SENTEM-SE FORÇADAS A OFERECER UM ENSINO
PREPARATÓRIO À COMUNIDADE CARENTE E FOMENTA PELO LER E
ESCREVER, SÓ QUE AO TÉRMINO DO CURSO, TEM QUE PRESTAR EXAMES EM
ESCOLAS AUTORIZADAS PELO GOVERNO OU SIMPLESMENTE INTERROMPER
SEU NÍVEL DE APRENDIZAGEM.
FOI PENSANDO NESTA SITUAÇÃO QUE TAMBÉM FOI CRIADO UM NOVO
SISTEMA DE ENSINO, SISTEMA ESTE QUE ESTÁ FUNCIONANDO MUITO BEM E
TRAZENDO MUITAS VANTAGENS À COMUNIDADE MENOS FAVORECIDA.
• SISTEMA DE ENSINO
DENTRO DE UM REGIMENTO PROGRAMADO, CONSTA SE QUE O
SUPLETIVO FUNCIONARÁ EM ESPAÇOS FÍSICOS CEDIDOS PELA COMUNIDADE,
EVIDENTEMENTE QUE EM CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO.
DIANTE DISSO, OPTA-SE PELO ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO E
CRIAM-SE NÚCLEOS DE ENSINO SUPLETIVO, EXISTE UM PARECER DO CEE
QUE ABRE ESTE PROCEDIMENTO QUE LOGICAMENTE FOI APROVEITADO PARA
ORGANIZAR O SISTEMA SUPLETIVO NUM MUNICÍPIO QUE NEM PRÉDIO TEM
PARA FUNCIONAR UMA ESCOLA.
PARTINDO DO PRINCÍPIO QUE TODOS TEM DIREEITOS IGUAIS PERANTE A
LEI, DEU-SE DESTAQUE AO EPSÓDIO DO ANALFABETISMO.
PARA NÃO ONERAR DEMAIS A PREFEITURA, CRIA-SE UMA SECRETARIA
ONDE FUNCIONARÁ COMO ÓRGÃO CENTRAL ADMINISTRATIVO E QUE SERÁ
DIRIGIDA POR ELEMENTO QUALIFICIDA.
COMO CRIAR ESTA SECRETARIA
DENTRO DE QUALQUER REPARTIÇÃO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO,
CULTURA, ESPORTE, TURISMO OU LAZER OU AINDA EM UMA SALA OCIOSA EM
QUALQUER PRÉDIO DA PREFEITURA, INSTALA-SE UMA SEDE, DAÍ, ONDE TIVER
UM ESPAÇO EM CONDIÇÕES DE FUNCIONAR UM NÚCLEO DE ENSINO
SUPLETIVO E QUE SEJA CEDIDO PELA COMUNIDADE, PEDE-SE AUTORIZAÇÃO
DE FUNCIONAMENTO E IMPLANTA-SE UMA DUAS OU MAIS CLASSES DE
SUPLÊNCIA, TODA DOCUMENTAÇÃO SERÁ ORGANIZADA PELA SEDE E OS
84 PROFESSORES FICAM APENAS COM A INCUMBÊNCIA DE MINISTRAR AULAS,
SEGUINDO UM PLANEJAMENTO PRÉVIAMENTE PROGRAMADO, E MANTER EM
DIA O DIÁRIO DE CLASSE PARA POSTERIOR TRANSFERÊNCIA DE NOTAS PARA
ATA FINAL.
ASSIM SENDO, O CUSTO PELA CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS FÍSICOS
INEXISTE, POIS SE APROVEITA O QUE JÁ FAZ PARTE DAS CONSTRUÇÕES
DIRIGIDAS À SOCIEDADE, TODAS AS PREFEITURAS PODEM INCLUIR EM SEUS
CURRICULOS O ENSINO DE SUPLÊNCIA MOD I, EQUIVALENTE AS QUATRO
PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL.
ESTE SUPLEMENTO TEVE A COLABORAÇÃO DE UMA EQUIPE ALTAMENTE
QUALIFICADA E CONHECEDORA DOS PROBLEMAS DO ENSINO EM REGIÕES
CARENTES, SEM RECURSOS E SEM ARRECADAÇÃO SUFICIENTE PARA COBRIR
A FOLHA DE SEUS SERVIDORES.
CARAPICUIBA, 12.03.95
ANEXO 2 - Volta
ANEXO 3 - Volta
ANEXO 4 - Volta
Identificação
Título: Abertura de TalãoNome: Delegacia de Policia Seccional deCarapicuibaNome dos integrantes da equipe:Essogir da SilvaRogério Donizete SpinaVagner Vieira MarquesCategoria: Entidade Pública
Problema enfrentado ou oportunidadepercebida
Anteriormente o controle correspondente àabertura e encerramento dos talonários dasviaturas eram anotadas em bloco específicopara tal e confeccionado em gráfica,salientando-se que o referenciadoprocedimento causava solução decontinuidade, posto que implicava na demoraem localizar o patrimônio do solicitante. Vimosque com a
Continuação
aquisição e instalação de umcomputador, os trabalhos decomunicação poderiamproporcionar agilidadeoperacional.
Solução adotada
A equipe resolveu trabalhar calcado em umsistema informatizado de controle, a fim defacilitar os trabalhos nos moldes utilizadopelo Cepol.O trabalho de montagem foi executado pelospoliciais do próprio setor, cujo equipamentofazia parte do acervo da própria DelegaciaSeccional de Polícia, o qual se novo fosse,estaria
Continuação
custando em torno de R$ 1.500,00.Graças ao grande interesse de todos osenvolvidos, malgrado o pouco conhecimentoem desenvolver o programa, chegou-se àefetivação de um sistema simples, porémfuncional.
Anteriormente, para o controle eramnecessárias 500 (quinhentas) folhas de papelsulfite mensal, porquanto, com a utilização doreferenciado sistema, além de não
Continuação
onerar o Estado, temos desde sua instalação(08/07/04) até então por volta de 15.000registros de talões arquivados em CDs, nãoatingindo 10 MB.
Por tratar-se de um sistema local ecentralizado, o mesmo não está disponível naInternet, porém seria viável sem gratuidadepara particulares.
Características da iniciativa
a) O objetivo primordial sem dúvida, insere-seno conhecimento sobre a legalidade daviatura em patrulhamento na área abrangidapor esta Delegacia Seccional de Polícia.
b) Identifica-se pelo fato de que ao solicitar aabertura de um novo talão, ao inserir opatrimônio, a tela do computador exibedados essenciais da viatura, possibilitandomaior controle das informações fornecidaspelos seus componentes.
Continuação
c) Os resultados foram positivos, vez quepropiciou maior eficiência operacional, assim,considerando-se o trabalho anterior que eramoroso e ineficaz.
d) A utilização do sistema trouxe para a Unidadepolicial, agilidade, perfeição e segurança nodesenvolvimento dos trabalhos decomunicação policial.
e) Por se tratar de um trabalho local, não houvea necessidade de parcerias.
Continuação
f) Comparando-se ao sistema anterior queacarretava custos, o atual é sem qualquerônus.
Lições aprendidas
O trabalho, ainda que com pouco recurso,pode ser melhorado, desde que haja uniãoe disposição entre os membros do setor.
Há de salientar-se que anteriormente aaquisição dos talonários tinham um custorelativo e nem sempre era disponibilizado,além de gramde espaço físico para suaacomodação, caixas e prateleiras. Hojeresume-se apenas em um CD.
Resumo do trabalho
No começo foi por curiosidade, para ver se aequipe da Sala de Meios seria capaz demelhorar a utilização dos recursos disponíveisno local de trabalho.
Com o progresso das tarefas, fomosadquirindo interesse pelo projeto, procurandoaperfeiçoar cada vez mais o sistema, contudo,a falta de pessoal com conhecimentoespecífico no assunto, foi um dos pontos maisdificultoso, pois todos
Continuação
somos leigos, no decorrer dodesenvolvimento dos trabalhos, o pessoalque se comprometeu com o desafio,mostrou interesse e entusiasmo e muitaforça de vontade para a concretização datarefa.
O objetivo principal do sistema foi facilitar otrabalho na sala de meios, com acomunicação rápida entre a Seccional e osPoliciais que trabalham na rua, enfrentando
Continuação
os riscos no combate a marginalidade.
O sistema de arquivo dos documentos,usando o mínimo de espaço e a máximasegurança na sua proteção.
Com a utilização da informática e o novosistema utilizado por esta Sala de Meios, tudoficou mais fácil, rápido, eficiente e seguro,portanto alcançando os objetivos, até além doesperado.
O sistema ora utilizado por esta Delegacia
Continuação
Seccional de Polícia é tão eficaz que, naimpossibilidade da utilização dos sistemasdisponibilizados pela Prodesp com custo alto,poderá ser expandido para todas asSeccionais ou outros órgãos interessados,que possuam grandes frotas de veículos,principalmente aquelas que ainda utilizam-sede anotações em formulário de papel ou blocode anotações.
Volta