MEMORIAL Thiago Felicio
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FACULDADE SANTO AGOSTINHO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
TRABALHO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR E SUA
MULTIDIMENSIONALIDADE
MEMORIAL
Memorial apresentado pelo aluno
Thiago Felício Barbosa Pereira à
disciplina “Trabalho Docente no Ensino
Superior e sua multidimensionalidade”
como requisito obrigatório e avaliativo
da disciplina ministrada pela Professora
Rosimar Da Silva Feitosa Soares
Costa.
TERESINA (PI)
2015
MEMORIAL
Tudo na vida é viagem. A gente viaja não só em termo de deslocamento
físico, mas em pensamento também. Toda viagem tem início, tem um arrumar
de bagagem e uma preparação prévia. Com a decisão de alçar mais um
degrau de conhecimento não hesitei na escolha do destino, das companhias e
das experiências. Com o tempo a gente permite aprender e ser instrumento de
aprendizagem. Então eu escolhi a especialização em Docência do Ensino
Superior por dois motivos específicos: pela possibilidade de lecionar algumas
disciplinas afins a todos os cursos e pelo anseio de ser docente de nível
superior. A escolha da faculdade também foi por duas motivações: a
conveniência do local e o nome da Instituição. Afinal, ter uma faculdade
renomada no passaporte de viagem me dá um “green card” para outros voos.
A metáfora inicial serve para demonstrar que as motivações pessoais a
que me levaram a decidir por esta pós-graduação talvez tenha sido superada
ao longo dos 15 meses. É certo que nesse tempo eu não fui um aluno que
entrou nos debates mais acalorados da turma nem opinou quando deveria.
Preferi ouvir e muitas vezes apenas equilibrar os dois lados quando um debate
era iniciado. Foi assim desde o começo e talvez essa dificuldade de expressar
opiniões em público me tenham feito um professor que prefere ouvir o que os
alunos dizem, equilibrar de modo a alcançar a harmonia na sala. O que me
motiva, dentre diversos elementos, é isso: é poder mediar, ouvir, falar e
favorecer a busca pelo conhecimento na idade adulta. Não que o ensino
superior se restrinja somente a estes, mas para mim foi sempre mais fácil lidar
com pessoas que já estão num grau superior de formação educacional.
Lembro que a professora Ozima, na primeira disciplina lecionada, fez-
nos refletir sobre a prática da profissão docente e da importância de nos
identificarmos como professor. Não podemos relegar esse substantivo e negar
o que nos é intrínseco. Assumir ser professor e assumir essa identidade foi
então um dos primeiros conhecimentos adquiridos na especialização.
Disciplina como “Tecnologias na Educação” também foi muito útil. Eu
tenho que confessar que, apesar da pequena carga horária, pouca atratividade
eu vi no cronograma dessa disciplina. Eu sei que, enquanto professor, não
devo abrir mão dos recursos tecnológicos em sala de aula. Portanto, uso-os
com moderação, de forma que a aula não tenha como suporte apenas um
projeto de imagem e eu não faça uso de recursos tradicionais como o uso da
lousa, por exemplo. É preciso aliar tecnologias aos novos discentes que entram
nos cursos superiores cada vez mais cedo e estão inseridos nesse meio
tecnológico. Portanto, é preciso que nós, docentes, saibamos usar, dosar,
manusear e dinamizar a aula com tais recursos mediadores da transmissão do
conhecimento.
Por afinidade, a disciplina “Ensino Superior Brasileiro: aspectos
históricos, sócio-políticos e legais”, lecionada pela professora Vanessa, foi uma
das que mais contribuiu para o meu entendimento sobre a historia do ensino
superior no Brasil, bem como entender como se deu a inserção de cursos,
disciplina, conteúdos e exames nos currículos educacionais.
A disciplina “Fundamentos epistemológicos das teorias da educação:
enfoque psicológico”, ministrado pelo professor Eduardo, também colaborou
no sentido de trazer informações acerca do processo de aprender, de ensinar e
de assimilar informações. Além de sermos professores, precisamos também
assumir uma dimensão mais humana na hora de, por exemplo, auxiliar na vida
de um aluno. Pois antes de sermos professores, somos gente, seres humanos
que estamos cercados de condições humanas que provam o nosso senso de
humanidade. Olhar o aluno, acompanhar seu processo evolutivo
intelectualmente ajuda-nos a entender como se dá a ascensão do
conhecimento.
Na disciplina de “Didática” aprendemos tanta coisa que fica difícil
delimitar um aspecto que a professora Jeiel nos ensinou. Pedagoga de mão
cheia, ela nos deu a “receita” para darmos uma boa aula, baseada em Edgar
Morin e outros teóricos, por exemplo. Nessa disciplina tive que ministrar uma
aula sobre minha área de conhecimento. Quando achei que tinha sido bom, a
professora identificou uma série de erros que eu supunha não ser importante.
Mas foi preciso ouvir para não cometer os mesmos erros, seja numa banca de
concurso ou numa sala de aula, por exemplo. É preciso dosar a quantidade de
conteúdos, a forma certa de ministra-los e como adequá-los a cada contexto e
situação.
A disciplina “Responsabilidade Social”, ministrada pelo Professor Tony,
introduziu-nos à antiga proposição que motiva uma faculdade: a extensão, visto
que o conhecimento universitário se sustenta no tripé pesquisa-conhecimento-
extensão. Logo, a responsabilidade social, não sendo uma responsabilidade
apenas da faculdade, mas também do corpo docente e discente, é importante
para contribuir para uma sociedade mais esclarecida e carente de benefícios
que muitas vezes fica apenas circulando nos corredores de um universo
acadêmico. É preciso, pois, sair da zona universitária e atuar onde a
comunidade precisa do conhecimento adquirido em sala de aula.
As disciplinas relacionadas a avaliação (Avaliação Institucional na IES,
Avaliação da aprendizagem no Ensino Superior e Instrumentos de Avaliação)
ministradas por Jeiel, Rosimar e Carla, respectivamente, nos alertam para o
perigo de avaliar de forma inadequada. Além do fato de toda avaliação possuir
critérios que precisam ser bem definidos, o momento de avaliar pressupõe
também humanização, mas sem esquecer e apreciar o desempenho de quem
está sendo avaliado. Estudando diversos autores, desde os que citam a
importância de avaliações institucionais até os exames que avaliam o
conhecimento dos alunos, como o ENADE, é importante pensar que a
avaliação é um método eficaz para acompanhar o conhecimento do aluno ou o
desempenho da instituição, quando usado corretamente.
As disciplina relacionadas a produção de textos acadêmicos, tais como
projetos, referencias, seminários e artigos foi útil no sentido de aprimorar o que
já pressupúnhamos saber ou ainda não sabíamos. Foi assim que a Professora
Jovina motivou-nos a produzir os trabalhos como requisitos para a conclusão
do curso. Não é demais lembrar que embora enfadonho, produzir trabalhos
acadêmicos podem ser prazerosos quando os temas nos são familiares. Dessa
forma, passei a gostar e me familiarizar com o tema da minha pesquisa de
conclusão para realizar uma boa pesquisa.
Por fim, já estamos na última disciplina teórica do curso de pós-
graduação e uma sensação dever cumprido já chega a nos dar a sensação de
que a conclusão está perto. A disciplina “Trabalho Docente no Ensino Superior
e sua multidimensionalidade” abarca inúmeras reflexões que vimos ao longo do
curso e conclui num tom coerente com o que foi trabalho na primeira disciplina
da especialização. A congruência da disciplina inicial com esta última nos da a
impressão de que o conhecimento funciona de forma mais eficaz quando
transmitido assim, de forma paralela ao mundo real aliado à teorias e
conectado com outros áreas e disciplinas.
A progressão do conhecimento ao longo do curso me fez pensar minhas
atitudes de docentes, minhas práticas enquanto profissional da educação e me
ajudaram a encontrar uma identidade professoral. Mais difícil que encontrar um
ponto para divergir é dizer em que momento do curso eu delimitei como
objetivo por em prática o que nas salas de aula nos foi ensinado, visto que a
decisão de ser professor já se faz realidade em mim.