Memorial Denis 2014 Final - ufrgs.br · Memorial Descritivo Progressão para Professor Titular...

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Memorial Descritivo Progressão para Professor Titular Edital 01/2014 Denis Borenstein Setembro de 2014

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Memorial Descritivo

Progressão para Professor Titular

Edital 01/2014

Denis Borenstein

Setembro de 2014

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 1. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ACADÊMICA 3

1.1 PERÍODO UNIVERSITÁRIO 3 1.2 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DE ENGENHEIRO 3 1.3 FORMAÇÃO DE MESTRADO E INÍCIO DA CARREIRA ACADÊMICA 4 1.4 FORMAÇÃO DE DOUTORADO 5 1.5 RETORNO AO BRASIL E A CONSOLIDAÇÃO DA CARREIRA ACADÊMICA 6 1.6 AMADURECIMENTO ACADÊMICO 8

CAPÍTULO 2. ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA 11

2.1 MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO 12 2.2 CUSTOMIZAÇÃO EM MASSA 14 2.3 LOGÍSTICA & TRANSPORTE 15 2.4 MODELAGEM BASEADA EM AGENTES 17 2.5 INDICADORES E AVALIAÇÃO CRÍTICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA 17

CAPÍTULO 3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DIDÁTICAS E DE ORIENTAÇÃO 19

3.1 ATIVIDADES DIDÁTICAS 19 3.2 ATIVIDADES DE ORIENTAÇÃO 21 3.2.1 ATIVIDADES DE ORIENTAÇÃO DE MESTRADO 22 3.2.2 ATIVIDADES DE ORIENTAÇÃO DE DOUTORADO 23

CAPÍTULO 4. INDICATIVOS DE LIDERANÇA ACADÊMICA 26

CAPÍTULO 5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO 30

CAPÍTULO 6. DESCRIÇÃO SUCINTA DAS ATIVIDADES DE GESTÃO ACADÊMICA 31

CAPÍTULO 7. PERSPECTIVAS FUTURAS 33

REFERÊNCIAS 34

LISTA DE PUBLICAÇÕES 34

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INTRODUÇÃO

Antes de me inscrever para este edital, comecei a me questionar qual seria o perfil de um Professor Titular na Escola de Administração da UFRGS? Após reflexão, cheguei à conclusão de que existem elementos essenciais que caracterizam esta posição de destaque dentro da hierarquia universitária mundial:

• Formação sólida;

• Atuação ética em todas as atividades acadêmicas;

• Atuação balanceada em pesquisa, ensino e extensão;

• Participação na administração universitária;

• Inserção internacional;

• Liderança;

• Capacidade de coordenar grupos de pesquisa; e

• Estabelecimento de relacionamentos e parcerias para desenvolvimento de pesquisa de qualidade internacional.

Este documento tem como objetivo demonstrar como direcionei minha carreira acadêmica para que todos estes aspectos fossem simultaneamente considerados e obtidos. Preparei-me durante a minha vida acadêmica para atingir a posição de Prof. Titular, primando pela excelência em minhas aulas, orientações, pesquisas e publicações. Vejo, portanto, minha participação neste processo de progressão funcional como um evento importante, e de certa forma, natural, dentro da minha trajetória profissional.

Durante a minha carreira acadêmica, trabalhei com diferentes temas, relacionei-me com orientadores e pesquisadores de diferentes áreas e especialidades. Tenho orgulho de ter participado da formação de vários especialistas, mestres e doutores em Administração. Participei de várias atividades de extensão, auxiliando empresas a resolverem problemas relevantes e de alta complexidade. Desenvolvi diversas linhas de pesquisa e através de um trabalho árduo e consistente publiquei vários artigos em revistas de renome internacional. Tornei-me Pesquisador do CNPq Nível 1A. Contribuí de maneira decisiva para que o Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da UFRGS obtivesse nota sete em duas avaliações da CAPES. Acredito plenamente ter atingido uma posição de destaque no cenário acadêmico em Administração, com ênfase nas áreas de Gestão da Produção, Análise de Decisão e Pesquisa Operacional Aplicada.

Tenho confiança que a minha trajetória acadêmica, alicerçada no desenvolvimento harmonioso de atividades de ensino, pesquisa e extensão, comentadas neste documento, credencia-me a postular a posição de professor titular do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande, não somente perante meus pares, mas perante toda a comunidade científica atuante em Administração e áreas correlatas.

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O documento está organizado como se segue. O Capítulo 1 descreve minha formação profissional e acadêmica. Este capítulo enfatiza meu amadurecimento como professor e pesquisador, estabelecendo conexões entre as minhas escolhas e os resultados obtidos. O Capítulo 2 analisa minha produção científica, avaliando sua contribuição à geração de conhecimento na área de Administração e seu impacto na comunidade científica internacional. No Capítulo 3, faço uma análise das minhas atividades didáticas e de orientação, enfatizando esta última, principalmente as de mestrado e doutorado acadêmico. O Capítulo 4 apresenta uma análise de minha capacidade de liderança, focando os projetos de pesquisa desenvolvidos e os em desenvolvimento. A seguir, analiso minhas atividades de extensão. No Capítulo 6 sumarizo minhas atividades administrativas, incluindo gestão acadêmica. Finalizo, apresentando uma descrição de perspectivas futuras de trabalho, principalmente na área de pesquisa.

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CAPÍTULO 1. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ACADÊMICA

1.1 Período Universitário

Em 1981, ingressei no curso de Engenharia Naval na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A escolha foi baseada na minha aptidão para a matemática e meu interesse pessoal pela evolução das embarcações e o seu papel no desenvolvimento da humanidade. Foi uma surpresa para os meus pais, quando lhes contei o meu interesse em ir estudar no Rio de Janeiro. Fui aprovado no vestibular e com apenas 16 anos, viajei de Pelotas ao Rio de Janeiro para cursar minha sonhada Engenharia Naval.

Minha experiência na graduação foi excelente. A Escola de Engenharia, pela sua conexão com a famosa COPPE/UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), possui reconhecimento nacional e internacional na formação de engenheiros. As instalações físicas, o nível dos professores (quase que na totalidade com formação de doutorado, raro na época) e principalmente a dedicação e inteligência dos meus colegas criaram um ambiente perfeito para a minha formação superior. O curso de Engenharia Naval, embora diferente do que inicialmente pensei, foi uma escolha certa. O curso era estruturado para o desenvolvimento balanceado de conhecimentos técnicos e de gestão, enfatizando uma visão sistêmica aos alunos. Foi neste curso que aprendi noções que me acompanharam por toda a vida profissional e acadêmica, como modelagem, projeto, otimização, gestão de projetos e processos, análise econômica, entre outros. Foi também neste curso que aprendi a programar e a utilizar o computador. Mas, a minha mais importante aprendizagem neste curso foi à noção de trabalho em equipe. Nada em engenharia naval pode ser realizado por somente um engenheiro, é necessário uma equipe multidisciplinar. Isto era bastante enfatizado durante todo o curso e tem me ajudado bastante na condução de pesquisas de excelência.

Nos últimos dois anos da faculdade, estagiei em vários estaleiros e na Marinha do Brasil. Estas experiências foram muito importantes para a minha completa formação como engenheiro, pois permitiram observar e aprender a prática da Engenharia.

Em janeiro de 1986 concluí o curso de Engenharia Naval, ingressando imediatamente como engenheiro naval na Marinha do Brasil.

1.2 Experiência Profissional de Engenheiro

Minha vida profissional como engenheiro começou no Departamento de Engenharia Naval (DEN) da Marinha do Brasil (MB). Fui contratado como Engenheiro Naval Júnior. A DEN era responsável por qualquer atividade de engenharia relacionada ao projeto e operação de embarcações da MB, tanto de embarcações novas, como da possível reforma de velhos navios. Fui designado para a Seção de Propulsão, sendo responsável pelo projeto e reparos de hélices e linhas de eixo.

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Este período foi extremamente interessante para a minha qualificação profissional, pois participei de vários projetos de novas embarcações, tais como a corveta brasileira, os primeiros submarinos nucleares brasileiros, o navio-polar e a nova classe de navios-patrulha da MB. Infelizmente, muitos destes projetos não foram transformados em realidade devido a vários problemas, com destaque para crises econômicas e falta de orçamento. Paralelamente, trabalhei em vários projetos de reforma de velhas embarcações, com destaque para as lanchas de desembarque de fuzileiros navais. Ao final de minha experiência na MB, eu já havia assumido a posição de engenheiro sênior, sendo responsável pelo projeto e reparo de hélices de todas as embarcações da MB, onde pude manter contato com vários consultores/pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras.

Após três anos exercendo atividades técnicas, principalmente ligadas ao projeto de embarcações, comecei a perceber que esta atividade é diretamente relacionada a questões de gestão, não somente técnica, mas dos recursos humanos e da capacidade de tomar decisões e controlar suas implementações. Isto me levou a um interesse particular na área de Administração. Acreditava na época que a integração dos meus conhecimentos técnicos e de gestão poderia me tornar um profissional mais capacitado para uma iminente crise na indústria naval brasileira. Após uma pesquisa nos vários programas de pós-graduação em Administração, selecionei o de Pós-Graduação em Administração da UFRGS pela existência da área de Produção e Sistemas, que cobria meu objetivo de integração de conhecimentos. Desta forma, após a minha aprovação no processo seletivo do mestrado turma 1989, voltei ao RS após nove anos morando no Rio de Janeiro.

1.3 Formação de Mestrado e Início da Carreira Acadêmica

O mestrado na área de Produção e Sistemas do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFRGS foi um período de aprendizagem e adequação à condição de aluno de mestrado. Foi neste período que comecei a entender o que significava uma carreira acadêmica, suas formalidades, seus benefícios, custos e desafios.

Foi no mestrado que comecei a me interessar pela área de Pesquisa Operacional Aplicada, denominada pelos americanos e ingleses de Management Science (vide cap. 2). Cursei várias disciplinas relacionadas à Teoria de Decisão, Modelagem e Simulação de Sistemas e Gestão da Produção. Minha facilidade de programação, oriunda da engenharia naval, e as excelentes aulas do Prof. João Luiz Becker na disciplina de Simulação de Sistemas, levaram-me a desenvolver minha dissertação nesta área. Sob a supervisão do Prof. Becker, desenvolvi um modelo de simulação para o projeto de sistemas flexíveis de manufatura (FMS, do inglês Flexible

Manufacturing Systems), um sistema “job shop” bastante automatizado e que utilizava máquinas programáveis para conceder flexibilidade aos sistemas de manufatura. Estes sistemas se tornaram por anos, nas décadas de 80 e 90, um importante tema de pesquisa nas áreas de Gestão, Planejamento e Controle da Produção, dada a sua alta complexidade. Escrevemos um artigo

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denominado “SIMFLEX: um avaliador de sistemas flexíveis de manufatura”, que foi apresentado na conferência ALTEC 1991, em Caracas, Venezuela. O editor da RAUSP convidou-nos a publicar o artigo, originando minha primeira publicação em uma revista científica [52]1. Orgulho-me bastante desta publicação, pois era bastante raro, na época, a publicação em um periódico por um aluno de mestrado.

Já no segundo semestre de 1989, fui convidado para lecionar a disciplina de Simulação de Sistemas para os cursos de Informática e Administração na Pontifícia Católica do RS. Foi minha primeira experiência formal como docente. Embora não tenha sido fácil, foi uma experiência bastante valiosa, onde comecei meu processo de aprendizagem dos vários aspectos didáticos e cognitivos que envolvem a docência. Devo confessar que esta aprendizagem continua até hoje, turma a turma, ano a ano. Já convicto de que a vida acadêmica era o que me interessava e me motivava, ingressei como professor auxiliar no Departamento de Matemática, Estatística e Computação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em dezembro de 1989. Neste período, ministrei uma disciplina de introdução à simulação para o curso de Engenharia Agrícola.

Terminei meu mestrado em dezembro de 1990, e decidi que iria para um doutoramento o mais rápido possível. Esta decisão foi bastante influenciada pelo Prof. Becker, que não somente me convenceu da necessidade do doutorado, dada minha decisão pela vida acadêmica, como da possibilidade de realizá-lo em uma universidade no exterior. Entre janeiro de 1991 e julho de 1991, fiquei completamente focado no projeto do doutorado, inscrevendo-me para universidades no exterior na área de Pesquisa Operacional Aplicada e para a bolsa de doutorado junto às agências de fomento.

1.4 Formação de Doutorado

Em outubro de 1991, ingressei no doutorado em Pesquisa Operacional no Department of

Management Science, Business School, University of Strathclyde, Glasgow, Escócia, financiado pela CAPES. Este departamento possuía uma forte equipe de pesquisadores na área de simulação, com destaque para o Prof. Alan Carrie, justificando minha escolha. Porém, ao longo do doutorado fui gradualmente me interessando por outras áreas de pesquisa, com destaque para a Análise de Decisão, Inteligência Artificial, Sistemas de Apoio à Decisão e Otimização Combinatória. Meus orientadores foram os Profs. Val Belton e Terry Williams. A Profa. Val Belton é uma importante pesquisadora na área de decisão multicriterial, enquanto o Prof. Terry Williams tinha um especial interesse na aplicação de técnicas de inteligência artificial a problemas de sistemas de manufatura.

1 As referências às minhas publicações serão feitas seguindo a numeração na Lista de Publicações apresentada no final deste documento.

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Desenvolvi como tese de doutorado, um método integrado de projeto de sistemas flexíveis de manufatura, expandindo o escopo de meu mestrado. Este método foi implementado computacionalmente utilizando a tecnologia de sistemas de apoio à decisão (SAD), integrando várias técnicas de modelagem da Pesquisa Operacional com técnicas e métodos oriundos da Inteligência Artificial. O sistema foi posteriormente validado por vários especialistas brasileiros e estrangeiros na área de automação industrial. Uma validação em campo foi realizada em uma empresa de turbinas no Reino Unido. A originalidade do método desenvolvido levou à publicação de vários artigos em revistas de reconhecida qualidade nas áreas de Administração da Produção e Pesquisa Operacional Aplicada, quais sejam: Integrated Manufacturing Systems [44], Annals of Operations Research [45], Journal of the Operational Research Society [46], Production Planning & Control [47], Decision Support Systems [48] e International Journal of

Advanced Manufacturing Technology [50].

Muito do sucesso da minha tese de doutorado se deveu ao grupo de estudos em Modelagem de Sistemas Complexos, que criei juntamente com meu colega de doutorado, Andrew Tait, hoje um renomado consultor na área de complexidade organizacional. O grupo chegou a contar com mais de sete estudantes oriundos de vários departamentos da Universidade. Desenvolvemos várias ideias juntos, muitas diretamente aplicadas na minha tese, e implementamos vários sistemas computacionais, com destaque para o sistema Ranking, um SAD para decisões baseadas em múltiplos e conflitantes critérios.

Em síntese, meu doutoramento foi um período bastante interessante em termos da absorção de uma cultura acadêmica com séculos de existência, baseada em rigorismo, formalismo e hierarquia. Ele me transformou em um “pesquisador” autônomo, capaz de escrever artigos científicos de qualidade e de pautar a vida acadêmica por padrões de excelência internacional.

1.5 Retorno ao Brasil e a Consolidação da Carreira Acadêmica

Retornei ao Brasil em abril de 1995 para minhas atividades no DMEC/UFPel. O Departamento havia criado o curso de Informática e fiquei responsável pelas disciplinas relacionadas à simulação e programação matemática do curso. Contudo, após passar um tempo em uma universidade com abundância de recursos físicos e humanos para pesquisa, acabei bastante frustrado com os parcos recursos apresentados pela UFPel naquele período. Concentrei meus esforços em escrever os artigos provenientes da minha tese. Porém, comecei a sentir que meu tempo na UFPel estava chegando ao fim. Minha permanência me levaria a uma carreira acadêmica cada vez mais direcionada ao ensino, relegando pouco a pouco a pesquisa. Decidi contatar o Prof. Becker, meu orientador de mestrado, sobre a possibilidade de uma redistribuição para a Escola de Administração (EA), onde tinha a certeza que meus conhecimentos e experiências poderiam ser melhor aproveitadas, tanto na graduação como na pós-graduação. Em agosto de 1997, fui removido para a EA/UFRGS.

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Na Escola de Administração da UFRGS, enfim pude me integrar à pós-graduação, permitindo a construção de uma carreira acadêmica baseada no ensino-pesquisa-extensão. Na graduação, integrei-me na equipe da área de Produção e Sistemas, responsável pela disciplina de Pesquisa Operacional I. Na pós-graduação, juntei-me ao GESID (Grupo de Estudo em Sistemas de Informação e Apoio à Decisão), ministrando a disciplina de Modelagem e Simulação de Sistemas Complexos. Paralelamente, segui trabalhando com problemas que trouxe do doutorado. Em pouco tempo obtive minha primeira bolsa de pesquisador de produtividade do CNPq, bem como a aprovação de vários projetos junto à FAPERGS e CNPq. Comecei minhas primeiras orientações de mestrado e doutorado. Meu primeiro aluno de mestrado foi um jovem argentino, Juan Diego Frutos, que desenvolveu um sistema de informações baseado na Web para facilitar o processo de configuração de apartamentos residenciais em um ambiente de customização em massa. Customização em massa é uma estratégia de produção baseada em conceitos de flexibilidade e personalização de produtos. Para a sua implementação, a manufatura deveria ser baseada em sistemas flexíveis de produção, interligando meus estudos de doutorado com o mestrado do Juan. Posteriormente, o Juan foi meu aluno de doutorado, desenvolvendo uma abordagem de interação entre clientes de fornecedores de produtos e serviços de produtos customizados. Produzimos três artigos publicados em revistas indexadas no ISI, Journal of

Construction and Engineering Management [38], Computers in Industry [33], and Cuncurrent

Engineering, Research and Applications [32], e vários artigos em congressos nacionais e internacionais. Juan é um empresário de sucesso no ramo de reformas de prédios comerciais em Buenos Aires, Argentina e professor em tempo parcial da Escola de Negócios da Universidade de Buenos Aires.

Durante este período, engajei-me em atividades administrativas junto às Comissões de Pesquisa e Extensão da EA/UFRGS. Participei de vários cursos de especialização nas áreas de Administração e Contabilidade, ministrando disciplinas de Sistemas de Informação, Estatística, Processo Decisório, entre outras. Também participei de vários congressos nacionais e internacionais nas áreas de Sistemas de Informação e Pesquisa Operacional, tais como ENANPAD, SOBRAPO e INFORMS (Sociedade de Pesquisa Operacional e Management

Science dos EUA), estabelecendo uma rede de conexão acadêmica nacional e internacional. Organizei, como Coordenador Científico, o CLADEA 2002, realizado em Porto Alegre, onde contei com o apoio de renomados pesquisadores nacionais e internacionais para me auxiliarem na avaliação de artigos e organização das sessões.

Participei também em atividades de extensão baseadas em consultoria em empresas como Banrisul e EletroCeee. Apliquei técnicas de modelagem sistêmica conhecidas como pesquisa operacional soft para o diagnóstico e solução de problemas de gestão e estrutura das empresas (Pidd, 1998). Vários alunos de mestrado profissional e especializações utilizaram estes métodos para elaborarem dissertações de mestrado profissional. Ao participar ativamente destes trabalhos, entrei em contato com várias instituições públicas e privadas, como Borrachas VIPAL S.A., CRP Companhia de Participações, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Prefeitura Municipal de São

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Domingos, Prefeitura Municipal de Canoas e SENAI-RS. Particularmente, realizei um trabalho filantrópico na instituição Pão dos Pobres utilizando esta metodologia para garantir o financiamento de suas atividades, baseadas em doações de particulares e empresas. Os resultados foram excelentes para a instituição, que estabeleceu um planejamento de ações inovadoras para manter sua sustentabilidade. Os resultados foram publicados em um artigo na RAE Eletrônica [34]. Paralelamente, envolvi-me no desenvolvimento de sistemas de custeio baseado em atividades, tema que também foi parte do meu doutorado. Várias dissertações de mestrado profissional e consultorias foram desenvolvidas.

Em 2003, obtive aprovação no projeto CAPES/DAAD 0190/04 – “Desenvolvimento de Sistemas Modulares de Simulação Empresarial para Modelagem de Sistemas”, com a participação de professores da UFRGS, PUC-PR e Universidade de Göttingen, Alemanha. Várias missões de trabalho ocorreram, com a participação dos professores envolvidos e de 3 alunos de doutorado.

Depois de oito anos de doutoramento, senti a necessidade de reciclar minhas áreas de pesquisa e de me aprofundar em assuntos que tinham potencialidade de desenvolvimento. Minha decisão também foi justificada pela necessidade de incrementar a internacionalização do PPGA/UFRGS e de manter meu nível de publicação internacional. Em outubro de 2003 iniciei um estágio pós-doutoral no Departamento de Engenharia de Sistemas e Industrial da Universidade do Arizona, sob a tutoria do Prof. Pitu Mirchandani, um conhecido pesquisador na área de aplicação de programação matemática à logística e transporte, com o qual tenho mais de 10 publicações em coautoria em revistas de elevado prestígio internacional, congressos internacionais e capítulos de livro. Conjuntamente com o estudante de doutorado Jing-Quan Li, criamos uma nova classe de problemas denominada de reescalonamento e re-roteamento de veículos em tempo real (real-time vehicle rescheduling and rerouting problems, em inglês), que procura otimizar redes de transporte e logística, dado que um sério evento tenha criado uma interrupção no serviço, como a quebra de um veículo. Enfim, meu pós-doutorado foi extremamente produtivo, revelando-se uma decisão acertada.

1.6 Amadurecimento Acadêmico

Já de volta ao Brasil em 2004, intensifiquei minhas atividades de pesquisa e orientação de doutorado. Criei, conjuntamente com os Profs. João Luiz Becker e Eduardo Ribas Santos, uma nova linha de pesquisa dentro do GESID/PPGA/UFRGS, denominada de Laboratório de Decisão e Modelagem, focando em pesquisas de disciplinas de programação matemática, modelagem estocástica e de simulação, análise de decisão e otimização combinatória. Após um período de consolidação, este grupo atua hoje com quatro professores, desenvolvendo pesquisas em diferentes áreas de aplicação de modelagem matemática para problemas de gestão, com ênfase em gestão de logística e de carteiras (finanças). Certamente, é um dos mais produtivos grupos de pesquisa direcionado à aplicação de métodos matemáticos à gestão.

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Finalizo minha primeira orientação de doutorado, do aluno Eugênio de Oliveira Simonetto, em 2004. Sua tese foi bastante inovadora para a época, tratando do problema da gestão da coleta de lixo seletivo. Considerando a contribuição do estudo para a sustentabilidade do planeta, o aluno recebeu bolsa da empresa COPESUL para a realização de seu doutorado. Para validar o sistema computacional desenvolvido, dados do Departamento Municipal de Lixo Urbano/Porto Alegre foram utilizados. A sua tese originou um artigo publicado na revista Waste

Management [26]. Posteriormente, voltei a trabalhar neste problema, otimizando o escalonamento dos caminhões de coleta do lixo sólido. Outro destaque em relação a orientações de doutorado, foi a coorientação com o Prof. João Luiz Becker da então aluna, hoje colega, Profa. Denise Bandeira, na área de logística de contêineres. Foi uma experiência bastante estimulante repartir a orientação de um aluno com meu orientador de mestrado, mudando minha condição de ex-aluno para colega de um dos mais importantes mentores da minha vida acadêmica. O resultado desta experiência foi bastante gratificante, tendo a tese sido agraciada com o prêmio CAPES de teses como a melhor tese da área de Administração no ano de 2006.

Minha produtividade é definitivamente consolidada, com a publicação de vários artigos em revistas internacionais de prestígio, muitos em coautoria com meus alunos, principalmente de doutorado. Passo a receber um número cada vez maior de citações em bases de dados internacionais, como o Web of Science™ e o Scopus™. O caráter interdisciplinar de minhas pesquisas permite-me ir além da Administração e compartilhar informações, projetos e ideias com pesquisadores da Engenharia, Computação, Educação, Matemática e Medicina. Estabeleço uma rede de interação acadêmica com vários pesquisadores de universidades de destaque no mundo inteiro (vide Cap. 4). Organizo como Commitee Chair a conferência DSS2005 em Porto Alegre, uma conferência internacional focada no desenvolvimento, aplicação e validação de sistemas de apoio à decisão. Esta conferência atraiu vários pesquisadores internacionais na área. Como resultado de minha atuação nesta conferência, sou convidado a publicar um capítulo na Enciclopédia de Sistemas de Apoio à Decisão, publicada pela Springer em 2008. Como resultado de minhas pesquisas realizadas na área de biodiesel, coedito o livro “Liquid Biofuels: Emergence, Development and Prospects (Lecture Notes in Energy)” [53], publicado em 2014 pela Springer.

Neste período, intensifico minha participação em projetos junto ao setor produtivo. Desenvolvo um projeto de extensão inovador, denominado de projeto coaching junto à empresa Borrachas VIPAL S.A. No âmbito deste projeto, vários projetos estratégicos da empresa foram analisados, colocados em operação e avaliados. Inúmeros modelos matemáticos e de simulação foram desenvolvidos para justificar os processos decisórios envolvidos nos investimentos da organização. Desenvolvi com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) um projeto de pesquisa e desenvolvimento para a priorização automática de obras no setor de distribuição utilizando decisão multicriterial. Um sistema de apoio à decisão baseado na web foi desenvolvido e está sendo utilizado não somente para a priorização de obras, mas pela diretoria de empresa para alocação de recursos em investimentos. Este projeto envolveu a participação de vários

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alunos de mestrado e doutorado. Projetos de consultoria foram desenvolvidos em várias empresas de setores como: financeiro, de energia, industrial e de serviços.

A partir de 2006, fortaleço minhas colaborações com pesquisadores estrangeiros, Jing-Quan Li (Universidade da Califórnia-Berkeley), Giovani da Silveira (Universidade de Calgary, Canadá), Pitu Mirchandani (Universidade do Arizona). Atualmente, sou líder de uma nova linha de pesquisa em formação, denominado de Gestão da Mobilidade composto por meus alunos de doutorado e os Profs. Olinto Araújo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Leonardo Rosa Rohde da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que tem a finalidade de modelar problemas de transporte urbano, inclusive relacionados a grandes eventos esportivos. Dentro do âmbito deste grupo, acordos de cooperação científica, no qual sou o coordenador, foram assinados com as empresas WPLEX Software Ltda. (empresa que desenvolve sistemas de projeto, operação e controle de sistemas urbanos de transporte), e a GOL Linhas Aéreas, para trabalhos na área de escalonamento de aeronaves e tripulação.

Em 2009, assumo a coordenação da Comissão de Graduação em Administração, responsável pelos cursos de Administração e Administração Pública e Social. Durante a minha coordenação, o curso de Administração Pública e Social foi implantado. Este curso possibilitou a contratação de nove professores para a Escola de Administração e outras unidades da UFRGS. Em 2012, lidero um processo de reformulação curricular no curso de Administração, cujo objetivo é caracterizar o curso para a formação de gestores que integram conhecimentos técnicos, principalmente na área de tomada de decisão, com uma formação humanística e social. Este currículo está em processo de análise. Em 2013, sou eleito para a comissão de pós-graduação do PPGA/UFRGS e escolhido como Coordenador Adjunto do Doutorado do PPGA/UFRGS. Em 2014, assumo como chefe substituto do Departamento de Ciências Administrativas da UFRGS.

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CAPÍTULO 2. ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

A minha produção científica insere-se predominantemente na área de Pesquisa Operacional, o estudo de métodos quantitativos para auxílio à tomada de decisões (decision

making, em inglês), reunidos sob a denominação de Pesquisa Operacional (Operational

Research, na Inglaterra; Operations Research nos Estados Unidos), Ciência da Administracão (Management Science) ou Ciência da Decisão (Decision Science) (Andrade, 2000). Os métodos da Pesquisa Operacional visam auxiliar na seleção da melhor maneira de se operar ou projetar um sistema, usualmente sob condições de recursos limitados. Minhas pesquisas, e consequentemente as publicações decorrentes, podem ser categorizadas na subárea de Pesquisa Operacional Aplicada, e portanto focada na solução de problemas reais. Dentro dessa subárea de pesquisa, minhas publicações científicas podem ser classificadas em quatro temas principais: modelagem e simulação de sistemas de produção, customização em massa, logística & transporte e modelagem baseada em agentes.

A Figura 1 apresenta um quantitativo geral de minha produção bibliográfica por ano. A seção 2.2 faz uma análise da qualidade destas publicações, direcionando para as publicações relacionadas em bases de dados tais como ISI Web of Science™ e Scopus™. Possuo também cinco capítulos publicados em livros nacionais e internacionais, e um livro organizado (juntamente com outros professores), publicado pela Springer. A minha produção em congressos tem diminuído, pois tenho dado prioridade à publicação em periódicos, alcançando o pico em 2004, quando meus alunos de doutorado começaram a publicar resultados preliminares.

Figura 1 - Produção bibliográfica por ano

Fonte: CNPq, 2014.

Sem pormenorizar cada uma das publicações, faço a seguir uma descrição das principais contribuições de minha produção científica em cada um dos quatro temas. Cabe ressaltar que, embora os tópicos estejam separados em seções, cronologicamente estas contribuições são concomitantes. Considerando a extensa lista de publicações, enfatizarei os artigos publicados em

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periódicos científicos e capítulos de livros, pois eles representam as principais contribuições realizadas. Além disto, muitos (senão quase todos) dos artigos apresentados em conferências apresentam trabalhos que foram expandidos em escopo e resultados em posteriores artigos direcionados a revistas. No final deste capítulo, apresento uma análise e avaliação crítica da minha produção científica, baseada em métricas de consolidadas bases de dados de artigos, como o ISI Web of Science™ e o SCIMAGO Scopus™.

2.1 Modelagem e Simulação de Sistemas de Produção

Este foi o tema da minha dissertação de mestrado e da minha tese de doutorado e gerou um grande número de artigos publicados em revistas internacionais e nacionais, bem como em diversos congressos nacionais e internacionais. Sistemas de produção, neste memorial, incluem sistemas de manufatura e de serviços. Dentro deste tema, desenvolvi modelos matemáticos e de simulação, principalmente, para o projeto e operação de sistemas flexíveis de manufatura, para a representação da flexibilidade da manufatura e para a análise da eficiência de lojas das Empresas de Correios e Telégrafos.

Minha primeira contribuição a este tema foi um artigo de 1994 publicado na RAUSP [52]. Este artigo era bastante inovador para a academia brasileira, pois desenvolvia um simulador paramétrico em uma linguagem geral de programação e não específica, como eram os softwares comerciais existentes. O sistema permitia um conjunto de parametrizações que expandiam em muito a potencialidade de uso para a análise e avaliação de sistemas automatizados de manufatura. Em [45] desenvolvi uma metodologia inovadora para a análise e avaliação de configurações de projetos de sistemas flexíveis de manufatura. Foi a primeira abordagem baseada simultaneamente em uma visão integrada, sistêmica e multicriterial (levando em consideração aspectos estratégicos, tático e operacionais) para o projeto destes sistemas complexos de manufatura. A implementação desta metodologia usando a tecnologia de SAD foi descrita em [46]. Para que a abordagem desenvolvida atingisse seus objetivos, o SAD integrava diferentes módulos, representados por modelos de simulação, programação matemática, de decisão multicriterial e um sistema baseado em conhecimento para identificar possíveis melhoras no projeto a partir das estimativas de desempenho dos demais modelos. Cada módulo desenvolvido introduzia inovações ao estado da arte em gestão da produção. O sistema baseado em conhecimento foi descrito em [47]; enquanto [50] descrevia o modelo de análise multicriterial desenvolvido. Este sistema também deu origem ao sistema computacional RANKING, um aplicativo especializado em decisões multicriterial [51]. Este software foi utilizado em sala de aula como ferramenta de aprendizagem, e utilizado em projetos de extensão e pesquisa. Uma extensão para web foi financiada pela CEEE, em 2011.

O SAD apresentado em [46] foi extensivamente validado, fato raro na época, originando um método específico para a validação de Sistemas de Apoio à Decisão [48] que foi bastante valorizado pela comunidade de SAD. Este artigo ganhou o reconhecimento da ANBAR como

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Citation of Excellence. Adicionalmente, fui convidado para escrever um capítulo no volume 26 da Enciclopédia de Microcomputadores, publicado pela Marcel-Dekker [58].

Após meu doutoramento, comecei a perceber que a dificuldade de operações e implementação destes sistemas relacionava-se com a dificuldade de mensurar os benefícios da flexibilidade. Infelizmente, a literatura sobre o tema apresentava índices para mensurá-la, mas não apresentava maneiras de representá-la de uma forma que estes índices fossem calculados. Percebendo esta falha, desenvolvi, em colaboração com o Prof. Becker e o aluno de mestrado Leonardo Rohde, várias representações baseadas em teoria de grafos [30,31,37,43]. Um dos grandes problemas para representar flexibilidade é a explosão combinatória do número de possíveis estados do sistema (por exemplo, o número de diferentes configurações de uma peça ou de uma máquina) que uma peça ou máquina podem assumir, resultante das várias possibilidades que podem ocorrer quando as operações são realizadas em processadores flexíveis. Para resolver esta complexidade, que impedia a representação de flexibilidade na prática, fui formulando o problema utilizando diferentes formalismos. Inicialmente foram utilizados grafos direcionados [43]. Como o problema ainda apresentava complexidade exponencial, aplicamos um formalismo baseado em espaço de estados [31]. Para tal, contamos coma colaboração do setor de projeto da Parker Hydraulics, empresa com uma planta no município de Gravataí, que gentilmente nos cedeu um exemplo para que pudéssemos mostrar a utilidade de nossa representação. Finalmente, com o auxílio de Leonardo, conseguimos exprimir a flexibilidade via funções lógicas [30]. Isto facilitou a integração com problemas de programação linear, possibilitando a mensuração de flexibilidade e a sua prática utilização quando do planejamento e operação do sistema de manufatura. A modelagem realizada inspirou Leonardo na solução do problema de escalonamento de veículos com múltiplas garagens, seu tema de doutorado. Inicialmente, seria quase impossível ver qualquer relação entre os dois problemas. Um modelo de simulação, utilizando um dos formalismos, foi desenvolvido para estudar o efeito da flexibilidade em sistemas de manufatura [42]. Foi o primeiro simulador de sistemas de manufatura a incorporar flexibilidade de forma tão explícita.

Em paralelo, desenvolvi juntamente com o estudante de mestrado Vaner José Prado e o Prof. João Luiz Becker um estudo de avaliação das lojas de atendimento nos Correios (ECT). Para tal, utilizamos a técnica de Data Envelopment Analysis (DEA), baseada em programação linear fracional para definir a fronteira de eficiência de várias unidades de decisão, levando em conta um conjunto de inputs e outputs. Baseado em observações e entrevistas, as lojas foram segmentadas por tipo de serviços. Para cada tipo, um conjunto de inputs e outputs foi selecionado pela equipe de gestores da ECT. O modelo foi executado e a análise da eficiência relativa de cada loja foi definida. A técnica DEA fornece valores ideais de inputs e outputs para que cada unidade atinja a fronteira de eficiência. Porém, estes valores são puramente matemáticos e não fazem sentido na prática. O trabalho procurou definir práticas de gestão associadas com as unidades eficientes. Constatou-se que muitas das unidades ineficientes não apresentavam estas práticas. Um plano de ação para as lojas não eficientes, baseada neste estudo qualitativo, foi desenvolvido.

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A utilização dos resultados da DEA para orientar soluções gerenciais foi bastante original na época. Dois artigos, descrevendo esta aplicação em estágios diferentes de solução do problema, foram publicados em periódicos indexados [36,39].

2.2 Customização em Massa

O tema da customização em massa me foi apresentado pelo Prof. Giovani da Silveira (Universidade de Calgary, Canadá), que realizou um convite para escrevermos um artigo de revisão sobre o tema, juntamente com o Prof. Flávio Fogliatto (UFRGS). Customização em massa pode ser definida como a produção em massa de bens e serviços que atendam aos anseios específicos de cada cliente, a preços e prazos semelhantes aos produtos não customizados (Pine, 1993). Esta estratégia de produção foi considerada a mais importante inovação na área de Gestão da Produção da década de 90. Flexibilidade pela flexibilidade já não interessava mais, era necessário utilizar a flexibilidade para atingir novos mercado. Assim surge a customização em massa, uma estratégia que se utilizava da noção de flexibilidade de manufatura para o projeto, produção e distribuição de produtos que satisfazem a necessidade de um cliente visto individualmente, sem que seja cobrado muito mais pela customização. Minha especialidade em flexibilidade de manufatura foi minha porta de entrada a este que seria um dos mais importantes temas de pesquisa em que me envolvi. O artigo de revisão foi publicado na revista International

Journal of Prodution Economics [40] e teve uma repercussão bem além da esperada. Ele possui em setembro de 2014 mais de 190 citações no Web of Science, e mais de 430 citações no Scopus. Escrevemos o artigo no momento certo, pois a customização em massa se consolidou nos anos seguintes como a principal estratégia de diferenciação competitiva de vários segmentos industriais e de serviço.

A partir desta revisão, desenvolvi com meu aluno de doutorado Juan Diego Frutos, uma série de artigos [32,33,38] para a criação de uma infraestrutura informacional para auxiliar o processo de customização entre clientes, projetistas e gestores da produção. A crescente oferta de diferentes plantas por construtores na década de 90 e a formação em engenharia civil de Juan, levou-nos a escolher o setor de construção de prédios residenciais como área de aplicação. Primeiro construímos uma modelagem baseada em objetos (uma técnica oriunda da inteligência artificial) para o desenvolvimento de um sistema de informações para a customização. O sistema oferecia customizações de plantas e acabamentos (pisos, azulejos, etc.) em uma interface amigável via web. Dado que o cliente escolhia uma opção, o sistema automaticamente calculava o custo, o tempo necessário para a customização, e seu cronograma em um módulo de gestão de projetos. O artigo [38] apresenta a descrição do desenvolvimento e da aplicação do modelo/sistema. Notamos, contudo que o sistema apresentava várias limitações, a principal sendo a incapacidade de gerar opções interativamente com o cliente. Desta forma, o sistema foi expandido para oferecer uma customização colaborativa baseada na integração de um modelo multicriterial e de programação linear [33]. Em [32], desenvolvemos uma metodologia para a construção de sistemas colaborativos para a customização em massa na web, generalizando os

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dois artigos anteriores. A metodologia foi testada e implementada em empresas de construção civil em Porto Alegre e Buenos Aires, que estavam oferecendo a customização em massa de forma informal. O sistema teve resultados surpreendentes, aumentando sensivelmente o número de customizações, tornando-as menos custosas para as empresa e, portanto, mais vantajosas aos clientes, dentro de um ciclo virtuoso. Infelizmente, após a defesa da tese de Juan, não consegui um estudante disposto a enveredar por enfrentar este tema.

Em 2010, o editor do periódico International Journal of Production Economics (IJPE) convidou-nos a escrever um artigo de revisão sobre a customização em massa depois de dez anos da nossa primeira revisão. Em 2012, o artigo “The mass customization decade: An updated review of the literature” [9] foi publicado neste periódico. Espero que tenha o mesmo sucesso da primeira revisão. O importante é que novas ideias surgiram e que devem ser exploradas por estudantes em breve.

2.3 Logística & Transporte

O interesse por problemas de logística e transporte começou em 2000. A Companhia Petroquímica do Sul (COPESUL) ofereceu uma bolsa de doutorado a um aluno que desenvolvesse um trabalho de pesquisa relacionada à sustentabilidade do planeta. Simultaneamente, o DMLU/POA me procurou para ajudá-los a resolver os problemas enfrentados na coleta do lixo sólido, quais sejam: (i) a alocação de veículos e a definição das melhores rotas, de forma a minimizar os custos de transporte; e (ii) o desbalanceamento de entrega de lixo entre as unidades de separação. Este último problema era o principal desafio para o projeto, pois a não entrega de lixo para as unidades de separação gerava ociosidades entre os funcionários, resultando em brigas e até queima das unidades de separação. O problema me interessou tanto pelo desafio técnico, como por este aspecto social. Em conjunto com o então aluno de doutorado Eugênio Simonetto desenvolvemos o primeiro sistema de apoio à decisão para a operação de lixo sólido na literatura científica sobre a gestão de lixo. Publicamos artigos nos periódicos Gestão & Produção [28] e Waste Management [26], e dois capítulos em livros, Handbook on Decision Support Systems [55] e Decision Support for Global Enterprising [57]. Ganhamos também o Prêmio de Melhor Poster do ENEGEP 2004 na área de Gestão Ambiental.

Como já mencionado neste documento, em 2003 me afastei para um pós-doutoramento para reciclar minhas linhas de pesquisa, especificamente para a área de logística. Fui realizar meu pós-doutorado com o Prof. Pitu Mirchandani na Universidade de Arizona. Lá conheci um dos seus estudantes de doutorado, Jing-Quan Li. Começamos uma colaboração efetiva e duradoura na área de logística de transporte em tempo real. Os problemas em tempo real são extremamente complexos, pois necessitam de conhecimento do estado da rede quando da ocorrência de algum desvio, como um engarrafamento ou a quebra de um veículo. Pioneiramente, modelamos, formulamos e resolvemos o que denominamos de problema de rescalonamento de veículos (PRSV) [27], uma versão dinâmica do clássico problema de escalonamento de veículos (PRV).

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Este problema consiste em definir veículos para executarem uma sequência de viagens com início e fim definidos (tanto em termos de tempo como de espaço), minimizando o custo de deslocamento vazio. O PRSV considera que uma ocorrência inesperada impede que uma viagem seja finalizada ou iniciada. O nosso objetivo é replanificar o escalonamento inicial, minimizando os custos envolvidos. Estas contribuições geraram um grande número de artigos publicados em vários periódicos de destaque, tais como European Journal of Operational Research [17], Transportation Research Logistics and Transportation Review [21], OMEGA [22], International

Transactions in Operational Research [23], Computers and Operations Research [25] e Networks [27].

Paralelamente, em conjunto com a aluna de doutorado Denise Bandeira e o coorientador Prof. João Luiz Becker, começamos um projeto na área de logística de contêineres, mais especificamente na integração do fluxo de contêineres vazios e cheios. Embora este problema já tenha sido formulado e modelado antes, ele era intratável para problemas reais. Conseguimos definir uma formulação que permitiu sua solução mesmo para instâncias muito grandes, com centenas de portos, milhares de clientes e milhares de contêineres. Pela contribuição do trabalho à área de logística, ganhamos vários prêmios, tais como Prêmio CAPES de melhor tese do ano de 2006 em Administração/Turismo; melhor artigo publicado no tema “Supply Chain Modeling and Evaluation” no Fourth International Workshop on Supply Chain Management and Information Systems, 2006, Taiwan. Também ganhamos o prêmio de melhor tese no congresso em Florianópolis, em que a Profa. Denise foi apresentá-lo. Publicamos dois artigos nas revistas Produção [24] e Decision Support Systems [18].

Também comecei a desenvolver pesquisas na área da cadeia de suprimento em biodiesel, um relevante problema dada à importância deste combustível na matriz energética brasileira. Desenvolvi com o aluno Luciano Ferreira um modelo de simulação baseado em agentes para a gestão da cadeia de suprimentos do biodiesel publicado na revista Journal of the Operational

Research Society [13]. Foi o primeiro modelo de simulação desenvolvido a incorporar elementos de regulação para a cadeia de biodiesel. Posteriormente, desenvolvemos um modelo multicriterial para a definição do melhor suprimento para a produção de biodiesel no Brasil. Este artigo foi publicado na Expert Systems with Applications [7]. Considerando o conhecimento adquirido com estes estudos, resolvemos escrever um panorama do biodiesel no Brasil, em conjunto com o Prof. Antônio Padula e a sua aluna de doutorado Manoela Santos. Este artigo foi publicado no periódico Energy Policy [6], um dos mais respeitados periódicos em políticas energéticas.

Recentemente, tenho direcionado minha publicação para o problema de escalonamento de veículos (considerando múltiplas garagens) e a sua integração com escalonamento da tripulação e a definição da tabela de horários. Várias publicações nesta área estão em revisão em periódicos internacionais.

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2.4 Modelagem Baseada em Agentes

Este tema começou a receber minha atenção após participar de dois cursos de verão na Universidade de Trento, Itália, sobre a aplicação de agentes computacionais em finanças e em economia, em 2006 e 2007, respectivamente. Ao retornar desafiei o aluno de doutorado Rosalvo Ermes Streit a desenvolver um sistema multiagente aplicado a finanças. Desenvolvemos então, um modelo de simulação baseado em agentes para estimar o valor da taxa de juros, uma questão bastante importante para investidores, bancos e gestores de empresas públicas e privadas. O sistema estima o valor não pelo uso de ferramentas estatísticas, mas a partir de regras extraídas de jornais, devidamente “fuzzificadas”. É uma abordagem bastante original, resultando em dois artigos na Expert Systems with Applications [7,19]. Uma adicional contribuição foi o desenvolvimento de uma metodologia para a definição de agentes computacionais, publicada na revista Applied Artificial Intelligence [20].

As possibilidades de modelar sistemas sociais extremamente complexos me levou a continuar o interesse neste tópico. O estudante Luis Marcelo Berger desenvolveu um sistema multiagente para análise de comportamento criminal, utilizando o roubo de carros como área de aplicação. Este estudo foi premiado pela Microsoft em 2009 e publicado na revista Economic

Analysis of Law Review [16]. Em seu doutoramento, o estudante expandiu o escopo do simulador para representar o crime organizado, utilizando a teoria de jogos como suporte teórico. Um artigo resultante de seu doutoramento foi publicado na mesma revista [5].

2.5 Indicadores e Avaliação Crítica da Produção Científica

A mensuração da qualidade da produção científica de um pesquisador sempre foi um das questões mais debatidas e analisadas pela comunidade científica. Ultimamente, com as bases de dados baseadas na Internet esta questão começa a ganhar uma relativa objetividade pelo uso de métricas como o fator de impacto das publicações de um pesquisador, o número de citações recebidas e o índice h. Como minha visão de publicações é orientada por um bom compromisso entre qualidade e quantidade, apresento uma análise da qualidade das minhas publicações científicas baseadas nas métricas estabelecidas por bases de dados reconhecidas internacionalmente como o ISI Web of Science™ e o Scopus™.

A Figura 2 analisa minhas citações por ano e informa meu fator-h nas bases de dados ISI Web of Science™ e o Scopus™. Na primeira base, tenho 28 artigos listados, com 492 citações, resultando em uma média de 17,57 citações por artigo, e um índice h de 11. Na segunda base, tenho 35 artigos listados, com 909 citações, resultando em uma média de 25,97 citações por artigo, e um índice h de 13. Considero estes números bastante expressivos para um pesquisador na área de Administração.

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Figura 2 – Sumário de citações em bases de dados

Fonte: CNPq, 2014

A Figura 3 apresenta o número de citações por ano de minhas publicações indexadas no Web of Science™ a partir de 2000. É interessante observar que o número de citações vem crecendo ao longo do tempo, chegando a um pico em 2013. Este pico é resultado das publicações relacionadas à customização em massa e na área de logística e transporte, que estão sendo bastante citados. É importante observar que as citações do anos de 2014 estão incompletas. Estima-se que o número de citações em 2014 seja um valor similar ao de 2013.

Figura 3 – Número de citações por ano

Fonte: Web of Science™, 2014

Acredito que estes dados estabelecem meu perfil como pesquisador, bem como minha capacidade de gerar conhecimento que é relevante para as temáticas de meu interesse. Esta produção está diretamente associada à minha capacidade de liderar e coordenar linhas de pesquisa, de orientação, e de possuir uma boa rede de interação social e acadêmica.

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CAPÍTULO 3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DIDÁTICAS E DE ORIENTAÇÃO

3.1 Atividades Didáticas

3.1.1 Atividades Didáticas - Graduação

Minhas atividades didáticas começaram com a disciplina de Simulação de Sistemas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) em 1989, para as turmas de Análise de Sistemas, enquanto cursava o mestrado na UFRGS. Embora difícil, pois era minha primeira experiência como docente universitário, a disciplina estava diretamente relacionada com minha dissertação de mestrado, o que acabou facilitando um pouco a situação. Devo ressaltar que a estruturação desta disciplina foi muita baseada na disciplina de Simulação de Sistemas, ministrada pelo Prof. Becker, que cursei no mestrado.

Após um semestre na PUC-RS, iniciei em dezembro de 1989, minhas atividades no Departamento de Matemática, Estatística e Computação da Universidade Federal de Pelotas, em um concurso para a área de simulação. Fui alocado para a disciplina de Introdução à Simulação de Sistemas para turmas da Engenharia Agrícola. A experiência na PUC-RS me deu a confiança para ministrar esta disciplina. Ministrei a disciplina por um ano e meio, até a minha saída para o doutorado em setembro de 1991.

No meu retorno do doutorado, reiniciei minhas atividades de ensino de graduação orientado a disciplinas com conteúdo relacionado à Pesquisa Operacional para o curso de Informática da UFPel, quais sejam: Estrutura Abstrata de Dados I e II, Simulação de Sistemas e Programação Matemática. Estas disciplinas estavam em sintonia com meus interesses de pesquisa na época, e portanto foram experiências bastante interessantes e prazerosas.

Quando da minha redistribuição para a Escola de Administração da UFRGS em 1997, passei a integrar o time de professores responsáveis pelas disciplinas na área de Produção e Sistemas, mais especificamente por disciplinas nas áreas de Produção e Pesquisa Operacional, tais como: Planejamento e Controle da Produção, Sistemas de Informações Gerenciais, Estágio Final em Produção e Sistemas. Estas disciplinas foram ministradas para turmas de alunos do curso de administração de maneira esporádica entre 2004 e 2010.

Contudo, é na disciplina de Pesquisa Operacional I que venho exercendo de forma mais regular minhas atividades na graduação. Ministro de forma regular esta disciplina desde 1997. Até 2008, a disciplina era prioritariamente oferecida aos alunos do curso de ciência da computação, com muito bom rendimento, pois os alunos possuíam tanto os conhecimentos como a experiência (a maioria era do 8º. semestre) necessários para o entendimento dos conteúdos, permitindo a realização de trabalhos aplicados. A partir de 2009, a disciplina começou a ser frequentada por alunos dos cursos de estatística e administração. Atualmente, a disciplina é bastante difícil de ser ministrada, pois os alunos que se matriculam ou não possuem os conhecimentos de Álgebra Linear para acompanhar o conteúdo (caso dos alunos de

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administração), ou não possuem a maturidade para entender a aplicação da disciplina (caso dos alunos de estatística, que realizam a disciplina no 4º. semestre). Além disto, a disciplina tem sido frequentemente alocada a salas inadequadas, sem o auxílio de projetores e computadores para a realização de exercícios. Desta forma, tenho enfrentado um grave problema de desistência e reprovações. Para este semestre (2014/2), uma sala adequada foi alocada, permitindo a realização de exercícios em softwares comerciais. Adicionalmente, estou realizando uma completa reestruturação da disciplina, baseando-a em problemas que os alunos vivenciam em seus estágios ou em suas vidas pessoais.

Também participei ativamente do curso em administração à distância patrocinado pelo Banco do Brasil nas disciplinas de Processo Decisório e Teoria de Jogos. Foi uma experiência bem interessante, pois o curso foi totalmente ministrado à distância, sendo os encontros presenciais coordenados por monitores. Ambos os cursos foram organizados baseados em livros textos. Cada aula consistia na leitura de um capítulo do correspondente livro texto, introduzido através de um vídeo de cinco a dez minutos. Uma lista de exercícios era entregue pelos alunos para a avaliação individual do entendimento do capítulo. Vídeos de resolução dos exercícios com maior frequência de erro foram realizados e editados para no máximo quatro minutos. As boas avaliações recebidas atestaram a eficácia desta estratégia.

3.1.2 Atividades Didáticas – Pós-Graduação

Minha atuação na pós-graduação começou em 1998 com a disciplina de Modelagem de Sistemas Complexos, que tinha por objetivo fazer uma discussão sobre as várias metodologias sistêmicas para resolver problemas complexos de decisão. Modelos matemáticos, modelagem orientada a objetos, dinâmica de sistemas e metodologias soft eram discutidas e implementadas para problemas empresariais. Esta disciplina foi oferecida para os cursos de pós-graduação em Administração, Engenharia de Produção e Agronegócios.

Após algumas edições da disciplina e acompanhando as tendências de minhas pesquisas, que estavam se direcionando para a área de transporte e logística, concentrei minha atenção a disciplinas de caráter mais técnico na área de modelagem empresarial, com destaque para as disciplinas de Pesquisa Operacional III – Tópicos Avançados e Modelos de Otimização em Redes. A primeira disciplina tinha como foco a discussão de tópicos avançados em modelagem, dando enfoque a problemas de programação linear inteira ou teoria da decisão, conforme o perfil dos alunos matriculados. Em 2009, resolvi focar a disciplina em modelos direcionados a resolver problemas em rede, como o problema de roteamento de veículos, problemas de localização e problemas de conexão, discutindo como os mesmos eram resolvidos na literatura. Esta disciplina estava completamente alinhada aos meus interesses de pesquisa.

Além destas disciplinas, participei de 1997 a 2010 da disciplina Atelier de Pesquisa em Pesquisa em Sistemas de Informação e Apoio à Decisão, oferecida semestralmente, na qual aspectos metodológicos eram discutidos através de seminários de professores e de apresentações

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dos alunos desta área. Vários temas de pesquisa e procedimentos metodológicos para executá-las foram definidos nesta disciplina ao longo dos anos. Em 2010, as subáreas de Sistemas de Informação e Apoio à Decisão decidiram instituir disciplinas de Atelier separadas, dada as especificidades das pesquisas. Assim, a partir de 2010, começo a participar do Atelier de Pesquisa em Laboratório de Decisão e Modelagem, com o mesmo formato da anterior, mas completamente focada em modelagem de problemas de decisão. Pessoalmente, os Ateliers se tornaram mais produtivos e interessantes, pois os temas eram mais direcionados às minhas linhas de pesquisa e conhecimentos. Com a completa separação das referidas subáreas, em julho de 2014, esta disciplina é atualmente denominada de Atelier de Pesquisa em Modelagem Quantitativa.

Em 2014/2, concomitantemente ao Atelier do semestre, estou ministrando a disciplina de Programação Inteira, direcionada para os alunos de doutorado da recém-criada área de Modelagem Quantitativa. Esta disciplina enfoca técnicas e métodos desenvolvidos para a solução de problemas de otimização combinatória, caracterizados pelo elevado número de variáveis e restrições, tornando suas soluções na otimalidade quase impossível de ser obtida em um tempo aceitável.

Além das aulas formais, comecei a organizar seminários direcionados a temas específicos com meus alunos de mestrado e doutorado sobre temas pertinentes às suas pesquisas. Eles não são formalizados como disciplina, mas exigem a mesma dedicação pelos participantes. Os encontros ocorrem uma vez por semana, durante o semestre. Seminários foram realizados em temas como geração de colunas, cutting stock problem, escalonamento integrado de veículos e tripulação. Estes seminários estão tendo um resultado bem além do esperado, com uma surpreendente dedicação pelos alunos.

Também ministrei algumas disciplinas em mestrados e doutorados interinstitucionais, como Estratégia de Produção, Produção e Operações, Sistemas de Informação e Apoio à Decisão e Construção de Modelos Computacionais. Considerando o perfil dos alunos destes cursos, na maioria, professores de instituições de ensino, estas disciplinas foram desenvolvidas como seminários, enfatizando aspectos metodológicos dos conteúdos discutidos. Além das atividades de pós-graduação stricto sensu, ministrei várias disciplinas em cursos de pós-graduação lato

sensu nas áreas de administração e ciências contábeis.

3.2 Atividades de Orientação

A Figura 4 apresenta um panorama geral de minhas orientações, com ênfase em pós-graduação. O rótulo “Outras” englobam orientações de graduação e monografias de cursos de graduação e de especialização. Em geral tenho mantido um número relativamente constante de orientados de mestrado acadêmico e de doutorado. Minhas orientações de alunos de graduação têm sido pouco expressivas se comparadas com as demais, revelando alguma dificuldade de atração de alunos de graduação em Administração para as temáticas pesquisadas.

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Em 2002, observa-se um pico, referente a orientações de mestrado profissional. A seguir, apresento uma análise das minhas orientações de mestrado e doutorado.

Figura 4 – Orientações por ano

Fonte: CNPq, 2014

3.2.1 Atividades de Orientação de Mestrado

Orientei 24 dissertações de mestrado acadêmico e cerca de 20 mestrados profissionais. Muitas dos orientandos não possuíam inclinação para a vida acadêmica, principalmente as orientações de mestrado profissional. Contudo, é preciso admitir que embora estes trabalhos de orientação não tenham gerado artigos em publicações de renome, eles tendem a multiplicar a massa crítica, e em muitos casos, qualificam as práticas profissionais dos alunos. Entretanto, muitos estudantes de mestrado acadêmico geraram produtividade em congressos e revistas nacionais e internacionais. Apresento no Quadro 1 uma compilação dos alunos cujas teses produziram artigos científicos em revistas nacionais e internacionais de renome. Não os comento neste documento para objetivá-lo.

Quadro 1 – Orientandos de Mestrado de Destaque

Orientando Ano de Defesa Publicações Continuaram

Doutorado Denise Bandeira 2000 Revista de Ciência e Tecnologia [41] Sim

Vaner José do Prado 2000 Gestão & Produção [39]

International Journal of Operations &

Production Management [36] Não

Paulo Betencourt 2000 Information Systems and Operational

Research [29] Não

Leonardo Rosa Rohde 2002 Gestão & Produção [37]

Computers & Industrial Engineering [30] Sim

Claúdio Leopoldino 2004 ReAd [14] Não

Luiz Marcelo Berger 2008 Economic Analysis of Law Review [10] Sim

Luísa Strauss 2011 Higher Education [1] Não

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Por este Quadro, pode-se observar que incuti em alguns alunos um pouco da minha “obsessão” pela busca da excelência na produção acadêmica, inclusive com a necessidade de publicação em revistas de prestígio internacional.

Embora sem produtividade científica, meus mestrandos profissionais realizaram trabalhos bem interessantes em suas organizações. Todos os meus orientados aplicaram rigorosamente métodos científicos para solucionarem problemas vivenciados por suas organizações, sejam empresas privadas ou instituições públicas. Suas orientações foram baseadas, principalmente, em dois temas principais: aplicação de custeio baseado em atividades em setores da instituição em que trabalhavam, e aplicação de metodologias sistêmicas a problemas organizacionais. O primeiro tema é altamente correlacionado à minha tese de doutorado, onde desenvolvi um modelo de cálculo de custo de operações de manufatura baseado em atividades. Vários alunos desenvolveram estudos para diferentes instituições em diversos assuntos. O segundo tema é decorrente de estudos realizados durante meu doutorado e consiste em aplicar metodologias sistêmicas, denominadas de pesquisa operacional soft, desenvolvidas para auxiliar gestores a ganharem insights sobre situações problemáticas, ao invés de problemas. Problemas apresentam um objetivo bem definido e consensual entre os tomadores de decisão (TD) envolvidos, situações problemáticas apresentam objetivos difusos, sem unanimidade entre os TD (Pidd, 1998). Meus alunos aplicaram estas metodologias em diferentes organizações e para diferentes problemas, tais como identificação de pré-requisitos informacionais para desenvolvimento de sistemas de informação, política fiscal de prefeituras e diagnóstico sistêmico. Na maioria dos casos, participei ativamente dos estudos, atuando de certa forma como um consultor aos alunos, e indiretamente às empresas.

3.2.2 Atividades de Orientação de Doutorado

Finalizei a orientação de doutorado de onze alunos de doutorado, sendo dois em coorientação com o Prof. João Luiz Becker, os atuais professores Denise Bandeira e Carlo Bellini. O Quadro 2 apresenta um resumo de minhas orientações de doutorado finalizadas, enfatizando os temas da tese, as publicações em periódicos ou capítulos de livros e o local atual de atuação das atividades acadêmicas.

Analisando o Quadro 2, constata-se que a produtividade média dos meus alunos de doutorado é muito boa. Acredito que estou obtendo sucesso em “contagiar” meus alunos pela necessidade da busca da excelência em produção científica. Os temas de suas teses refletem meus interesses. Está havendo uma convergência bastante salutar que estimula a produção de artigos publicados em revistas com altos índices de impacto e com boa reputação na comunidade científica. Por fim, cabe ressaltar que todos os meus orientandos estão exercendo atividades acadêmicas, a maioria em universidades federais com dedicação exclusiva.

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Quadro 2 – Sumário das orientações de doutorado

Aluno Ano

Defesa Tema Publicação Universidade de Filiação Atual

Eugênio Simonetto

2004 Gestão de Resíduos

Sólidos

Gestão & Produção [28]

Waste Management [26]

Handbook on Decision

Support Systems [55]

Decision Support for Global

Enterprising [57]

UFSM

Denise Bandeira

2005 Logística de Contêineres

Produção [24]

Decision Support Systems [18] UFRGS

Carlo Bellini 2006 Projeto de software

International Journal of

Computers Systems and Signal [35]

RAE Eletrônica [34]

UFPB

Juan Diego Frutos

2006

Sistema de apoio à decisão para

customização em massa de apartamentos

residenciais

Journal of Construction

Engineering and Management [38]

Concurrent Engineering

Research and Applications [32]

Computers in Industry [33]

UBA, Argentina

Rosalvo Ermes Streit

2006 Modelagem baseada

em agentes do sistema financeiro brasileiro

Applied Artificial Intelligence [20]

Expert Systems with

Applications [2, 19]

UCB, Brasília

Leonardo Rosa Rohde

2008 Escalonamento de

veículos UFPel

Roberto Biasio 2009 SAD comercial UCS

Luciano Ferreira

2009 Modelagem baseada em agentes da cadeia

do biodiesel

RAI: Revista de Administração e Inovação

[11]

Journal of the Operational

Research Society [13]

Expert Systems with

Applications [8]

Energy Policy [6]

UFRN

Simone Raimundini

2013 Modelo em dinâmica

de sistemas do mercado de carbono

UEM

Monize Sâmara Visentini

2014

Integração do escalonamento de

veículos e tabela de horários

Gestão & Produção [4]

Journal of Scheduling [2] UFFS

Luiz Marcelo Berger

2014 Simulação Economic Analysis of Law

Review [5] Unisinos

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Além das publicações, os alunos proporcionaram os seguintes prêmios acadêmicos já acima referidos:

• 2009 Microsoft Scholarship Award in Law and Economics (Luis Marcelo Berger);

• Prêmio CAPES de melhor tese em Administração/Turismo em 2006 (Denise Bandeira);

• Melhor artigo na área de modelagem e avaliação da cadeia de suprimentos no 4º. International Workshop on Supply Chain Management and information Systems, Taiwan, 2006 (Denise Bandeira);

• Melhor pôster do ENEGEP 2004 na área de Gestão Ambiental (Eugênio Simonetto);

• Segundo lugar no concurso de teses do III Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação em 2006 (Eugênio Simonetto).

O recebimento do prêmio da Microsoft permitiu ao aluno Luiz Marcelo Berger estabelecer um contato com o Prof. Robert Cooter da Universidade da California, Berkeley, pioneiro na área de economia e direito e um dos mais importantes pesquisadores desta área. Luiz permaneceu um ano realizando seu estágio doutoral sob a orientação do Prof. Cooter.

Atualmente oriento 3 alunos de doutorado, todos focados em logística e transporte.

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CAPÍTULO 4. INDICATIVOS DE LIDERANÇA ACADÊMICA

A minha inserção internacional tem acompanhado a qualidade e quantidade de artigos publicados em revistas indexadas no Web of Science™. Sou citado por pesquisadores de diversas universidades nacionais e estrangeiras. Isto tem me possibilitado ser convidado para palestras, realizar visitas a universidades brasileiras e no exterior, participar como membro de corpo editorial de revistas nacionais e estrangeiras, entre outras atividades. Como reconhecimento por minhas atividades de pesquisa, fui promovido a bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, Nível – 1A, desde setembro de 2013.

Acredito que a liderança acadêmica é fundamentalmente baseada no relacionamento com outros pesquisadores de destaque nas linhas de pesquisa desenvolvidas. Minha rede de conexões acadêmicas pode ser representada pela Figura 5, no qual é apresentado um grafo de interação com vários pesquisadores internacionais, obtida através do Microsoft Academic Search. Esta interação é realizada de várias formas, como citações, coautorias, projetos na web, participações em congressos e avaliações de artigos para congressos. Nesta lista constam pesquisadores de destaque de várias universidades nos Estados Unidos, China, Canadá, Alemanha, Cingapura, Japão, Reino Unido, França, Argentina, Noruega e Dinamarca, entre outros.

Figura 5– Grafo de relacionamento acadêmico de Denis Borenstein

Fonte: Microsoft Academic Search, 2014

Meus principais relacionamentos acadêmicos são, desde o pós-doutorado, Jing-Quan Li, pesquisador da University of California, Berkeley, e Pitu Mirchandani, professor da State

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University of Arizona. Estamos envolvidos em várias pesquisas colaborativas relacionadas à logística em tempo real e gestão da mobilidade urbana. Outa importante colaboração foi com a Universidade de Göttingen através do projeto CAPES/DAAD 190/04 sob minha coordenação. Participaram pela UFRGS, os professores Eduardo Ribas Santos e Antônio Carlos Gastaud Maçada, o professor Roberto Max Protil, pela PUC-PR, e professores Jörg Biethahn, Frank Achtenhagen e Jürgen Bloch, pela Universidade de Göttingen.

A minha atuação como pesquisador tem sido também reconhecida através do recebimento de vários prêmios nacionais e internacionais, alguns já citados acima.

Tenho participado de comissões tanto internas a UFRGS quanto externas que demonstram minha inserção na comunidade científica nacional. Participei de mais de quarenta bancas de dissertações de mestrado e de uma dezena de bancas de teses de doutorado. Participo também como avaliador de editais da CAPES e CNPq, de forma regular, e de caráter eventual, na FAPESC e FAPEMIG. Participo também da avaliação de projetos da UNISINOS.

Sou membro efetivo da Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional e da Sociedade de Pesquisa Operacional da Nova Zelândia. Já fui membro do INFORMS e da Sociedade de Pesquisa Operacional do Reino Unido. Atuo no corpo editorial de revistas nacionais e internacionais, como Pesquisa Operacional e International Journal of Operations Research and

Information Systems. Sou avaliador regular dos periódicos Journal of the Operational Research

Society, International Journal of Production Research e European Journal of Operational

Research, desde 2000. E eventual de dezenas de outros periódicos internacionais, como Computers & Operations Research, Robotics and Computer-Integrated Manufacturing, Engineering Applications of Artificial Intelligence, Waste Management, entre outros. Participei da realização de muitos eventos nacionais e internacionais, entre os quais cito o CLADEA 2002 e o DSS2005, no qual fui o chair do Comitê Científico, e membro do Comitê Organizador do SOBRAPO 2003 e do ELAVIO 2012. Além disso, participei da organização de um grande número de encontros regionais.

Tenho recebido também convites e proferido palestras em muitos eventos nacionais e internacionais, assim como em universidades estrangeiras. Atuei como pesquisador visitante nas Universidades de Göttingen (Alemanha), Universidade do Arizona, Universidade do Alaska e Universidade de Canterbury (Nova Zelândia). Em especial, fui convidado em 2009 para atuar em uma sessão especial da Conferência Anual de Pesquisa Operacional da Nova Zelândia, juntamente com o Prof. Mike Pidd da Universidade de Lancaster, Inglaterra.

Tenho contribuído significativamente para o PPGA/UFRGS. Acredito que meu conjunto de publicações possui bastante relevância para as avaliações pela CAPES do PPGA. Tenho colaborado também com sua evolução, trazendo pesquisadores visitantes e recursos físicos via projetos. Através de projetos financiados por órgãos de fomento, possibilitei a vinda de pesquisadores internacionais para a realização de cursos, seminários e visitas, tais como: Prof. Eugene Levner, em 2002, Prof. Ferenc Szidarovsky, em 2004, Prof. Pitu Mirchandani, em 2005,

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Prof. Jurgen Bloech, 2007, e Prof. Miguel Lejeune, em 2012. Tive participação ativa em outros projetos que possibilitaram a construção e a manutenção do GESID e do Laboratório de Decisão e Modelagem.

Regularmente, recebo financiamento de projetos via CNPq e de empresas como COPESUL e CEEE, que ajudam na manutenção física das instalações e até na obtenção de bolsas de mestrado e doutorado. O Quadro 3 apresenta um resumo dos projetos de pesquisa sob minha coordenação desde 1999.

Quadro 3 – Resumo dos projetos de pesquisa sob minha coordenação

Projeto Órgão Financiador

Período Pesquisadores Associados

Valor do Recurso (R$)

Desenvolvimento de Sistemas Inteligentes para Sistemas Avançados de Manufatura

CNPq 1999-2001 Prof. João Luiz

Becker 24.000,00

Representação de Flexibilidade de Roteamento na Manufatura

CNPq 2001-2003

Prof. João Luiz Becker

Leonardo Rosa Rohde (mestrando)

26.400,00

Desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão para a configuração de produtos em ambientes de customização de

massa

CNPq 2003-2007

Prof. Eduardo Ribas Santos

Juan Diego Frutos (doutorando)

43.200,00

Desenvolvimento de Sistemas Modulares de Simulação

Empresarial para Modelagem de Sistemas Empresariais

CAPES/DAAD 2004-2006

Prof. Eduardo Ribas Santos

Prof. Antônio Carlos Gastaud

Maçada

Prof. Roberto Max Protil (PUC-PR)

53.000,00

Modelagem e Análise da cadeia de Suprimentos do Biodiesel

CNPq 2006-2008 Prof. Luciano

Ferreira 23.500,00

Modelos e Algoritmos para o Problema de Re-

Escalonamento de Veículos Considerando um Único

Depósito

CNPq 2007-2010

Jing-Quan Li (University of

Arizona)

Prof. Pitu Mirchandani

(University of Arizona)

79.716,00

Desenvolvimento de um Modelo de Decisão com

Múltiplos Critérios para a Priorização Automatizada de Obras no Sistema Elétrico de

Distribuição da CEEE

CEEE-D 2009-2011

Prof. Eduardo Riba Santos

Henrique Helfer Hoelgengaum

Marcos Froés

219.000,00

Desenvolvimento de Modelos e CNPq 2010-2014 Jing-Quan Li 120.000,00

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Algoritmos para a Logística de Transporte em Tempo Real

(UofC, Berkeley)

Profa. Monize Sâmara Visentini

(UFFS)

Pablo Guedes (mestrando)

Desenvolvimento de Heurísticas para Solução do Problema de Escalonamento de Veículos com Múltiplas

Garagens

CNPq 2012-2014 Prof. Leonardo

Rosa Rohde (UFPel)

13.500,00

Modelando e Solucionando o Problema de Escalonamento

de Ônibus e Tripulações Considerando Frota

Heterogênea

CNPq 2012-2014

Prof. Olinto Cesar Bassi de Araújo

(UFSM)

Profa. Monize Sâmara Visentini

(UFFS)

Pablo Guedes (mestrando)

23.500,00

Desenvolvimento de Modelos para o Planejamento

Operacional de Transporte Urbano Baseado em Ônibus

CNPq 2014-2019

Olinto Cesar Bassi de Araújo (UFSM)

Profa. Monize Sâmara Visentini

Pablo Guedes (doutorando)

168.000,00

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CAPÍTULO 5. ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO

Comecei a minha participação na extensão em 1998, desenvolvendo o projeto “Diagnóstico e Avaliação Organizacional”, que aplicava a pesquisa operacional soft (vide seção 2.3) em organizações. Atividades de consultoria foram realizadas na Fundação EletroCeee e Banrisul. As atividades realizadas na EletroCeee foram descritas no artigo “Avaliação Sistêmica de uma organização de serviços: O caso EletroCeee”, publicado nos anais do XXXVIII Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional.

Em 2001, desenvolvi e implementei um sistema de custos baseados em atividades no DMLU/POA, conjuntamente com o Prof. Paulo Schmidt do Departamento de Ciências Contábeis. Este projeto envolveu vários alunos de graduação em Ciências Contábeis.

Entre 2007 e 2008, desenvolvi e coordenei um projeto inovador de “coaching” acadêmico, direcionado para o filho do proprietário de um grande grupo do RS. Este projeto envolvia simultaneamente a solução de problemas da empresa e a realização de seminários com temas diretamente relacionados aos problemas. Foi um processo de interação constante entre eu e o participante do projeto, envolvendo reuniões com a diretoria e visitas às unidades de negócios da empresa. O projeto foi um sucesso. Envolvemo-nos com cerca de três novos investimentos da empresa, um na área de logística, outro na organização de uma empresa recém-adquirida pelo grupo e outro de análise de compra de uma empresa oferecida ao grupo. Foi uma experiência bastante interessante em que aprendi tanto quanto o participante.

Atuei também como consultor, em caráter eventual, de vários projetos de investimentos da empresa Cya Rubber, entre 2007 e 2010. Após este período, e em reconhecimento as minhas atividades, fui convidado a participar do conselho fiscal da empresa. Adicionalmente, participei em vários projetos de desenvolvimento de sistemas de apoio à decisão, também em caráter eventual, em empresas como Banco Pecúnia, Viação 1001, Têxtil Bezerra de Menezes, entre outras.

Em síntese, minhas atividades de extensão foram focadas na solução de problemas reais de empresas, aplicando métodos científicos de forma rigorosa para resolvê-los.

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CAPÍTULO 6. DESCRIÇÃO SUCINTA DAS ATIVIDADES DE GESTÃO ACADÊMICA

Frequentemente exerci funções administrativas em órgãos de colegiado na UFPel e na UFRGS e nunca me furtei de participar, de forma ativa, em atividades que são essenciais a instituição, mesmo que exigissem tempo, energia e esforço. Na UFPel, participei de importantes comissões para a Universidade, principalmente referente à gestão dos recursos de Tecnologia da Informação, quais sejam:

• Comissão de Licitação para a Aquisição de Estações de Trabalho, Microcomputadores, Softwares, e demais equipamentos. O valor total da licitação ultrapassava R$ 1 milhão;

• O Comitê de Assessoramento Institucional na Área de Informática da UFPel, de julho de 95 a julho de 97;

• Coordenador do Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o SENAI e a UFPel.

Na UFRGS, direcionei minhas atividades de gestão acadêmica a coordenação de cursos de especialização e mestrado interinstitucional e a participar de órgãos colegiados da Escola de Administração. Em relação à primeira atividade coordenei os seguintes cursos:

• Curso de Formação de Gestores em Sistemas de Informação – 1998 a 1999;

• Mestrado Interinstitucional PPGA/UNIVATES – 1999 a 2001;

• Curso de Gestão Empresarial com ênfase em Custos – 2001 a 2002;

Estas coordenações se tornaram um importante espaço de aprendizagem, principalmente em termos da interação entre alunos e professor. Sempre priorizei o profissionalismo e a obediência aos regulamentos como bases para a boa condução destes cursos, somente intervindo quando questões acadêmicas ou disciplinares extrapolavam a sala de aula. Este período foi bastante útil para exercer a coordenação da área de concentração Sistemas de Informação e Apoio á Decisão no PPGA, nos biênios 2003/2004, 2009/2010, e 2010/2012.

Participei de forma ativa nas seguintes comissões da EA/UFRGS:

• Comissão de Pesquisa (2000-2002);

• Comissão de Extensão (2006-2008, 2008-2010);

• Comissão de Pós-Graduação (2012-2014).

Adicionalmente fui convidado para participar de várias Comissões de Sindicância e uma Comissão Eleitoral na EA/UFRGS.

No período de março de 2009 a dezembro de 2012, fui coordenador da Comissão de Graduação em Administração, responsável pelos cursos de Administração e Administração Pública e Social. Durante a minha gestão, o curso de Administração Pública e Social, idealizado pela Profa. Maria Ceci Mizoczki, foi aprovado pelas instâncias superiores. A primeira entrada de

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alunos ocorreu em março de 2010. Este curso compôs o projeto REUNI da UFRGS e permitiu a contratação de nove professores tanto para o Departamento de Ciências Administrativas, como para o Instituto de Informática, Departamento de Estatística, Faculdade de Direito e Faculdade de Ciências Econômicas. Tive uma atuação direta na aprovação deste curso no CONSUN, respondendo com diligência aos questionamentos dos órgãos superiores e negociando a sua viabilidade de criação com outros departamentos e unidades de ensino na UFRGS. Estou também liderando uma reforma curricular do curso em Administração, compatibilizando-o com a resolução 04/2005 do CNE, que institui as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Administração. O novo currículo já foi debatido no âmbito da COMGRAD/ADM e está sendo discutido pelos demais professores da EA/UFRGS.

Faço parte desde 2013 da comissão de pós-graduação do PPGA. Neste ano assumo a Coordenação Adjunta do Doutorado do PPGA/UFRGS, iniciando um processo de restruturação do doutorado de forma a compatibilizá-lo com os melhores programas de doutorado de escolas americanas, canadenses e europeias. Desde março de 2014, sou chefe substituto do Departamento de Ciências Administrativas, e membro do Colegiado do mesmo departamento.

De um modo geral, exerci regularmente atividades administrativas no decorrer da minha vida acadêmica, sem prejudicar a minha produção acadêmica e minhas atividades de ensino e orientação na graduação e na pós-graduação. Por outro lado, considero que estas atividades tiveram impacto positivo do ponto de vista institucional, colaborando para o crescimento dos órgãos envolvidos e para o meu próprio entendimento da complexa gestão universitária. Cabe ressaltar que sempre procurei exercer quaisquer atividades administrativas com ética e respeitando a legislação vigente. Como coordenador da COMGRAD, pautei minha atuação pela legalidade, responsabilidade e tolerância, procurando não impor minhas ideias, mas consultando as pessoas interessadas de forma colegiada e democrática.

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CAPÍTULO 7. PERSPECTIVAS FUTURAS

A consolidação da recém-criada área de concentração Modelagem Quantitativa no PPGA/UFRGS é um dos maiores desafios nos próximos anos. A criação desta área é motivada pela necessidade de alguns professores do PPGA de explicitarem de uma forma mais direta aos futuros estudantes seus interesses de pesquisa. Espera-se assim atrair alunos comprometidos com a área de modelagem e com prévios conhecimentos interessantes para a área, como programação em linguagem C++ e domínio de probabilidade, estatística e álgebra linear. A atual base de alunos de nosso grupo, com vários alunos de doutorado oriundos da ciência da computação, engenharia e administração, é bastante promissor, permitindo prever o ingresso sustentável de futuros bons alunos de mestrado e doutorado, aumentando nossa capacidade de gerar conhecimento nas áreas de Administração e Pesquisa Operacional Aplicada no âmbito nacional e internacional.

Em 2012, criei o grupo de estudos Gestão de Mobilidade, cujo principal objetivo é desenvolver modelos e sistemas computacionais para apoiar o processo decisório em transporte de passageiros e cargas. Este grupo foi inicialmente formado pelo Prof. Olinto César Bassi de Araújo da UFSM e pelos meus alunos de mestrado e doutorado, Monize Sâmara Visentini, William Aguiar, Pablo Guedes e Everton da Silveira Farias. Desde então, progredimos bastante, desenvolvendo trabalhos inovadores na direção de resolver os seguintes problemas: (i) Problema de otimização do timetabling veículos, com base na demanda; e (ii) Problema de integração do escalonamento de veículos e tripulação. Estes dois problemas são vivenciados por empresas de transporte e carga nos modais rodoviário, aéreo e ferroviário. Como resultado destas pesquisas, as empresas WPLEX e a GOL Linhas Aéreas demonstraram interesse em cooperar com as pesquisas em andamento, disponibilizando dados e instâncias do mundo real para que possamos validar e avaliar o potencial dos modelos e métodos de solução desenvolvidos pelo grupo. Acordos de cooperação científica foram assinados com estas duas empresas, formalizando a cooperação. Tenho a convicção de que esta linha de pesquisa é bastante frutífera em termos de publicações internacionais e de aplicações práticas em sistemas de transporte no mundo.

Paralelamente à consolidação das minhas pesquisas no PPGA/UFRGS, e dado o caráter interdisciplinar da Pesquisa Operacional, estou em articulações com os professores da Escola de Administração da UFRGS, Profs. João Luiz Becker, Tiago Pascoal Filomena, Marcelo Perlin e Vinícius Brei; e do Instituto de Informática da UFRGS, Prof. Paulo Engel, para a criação do Centro de Estudo Interdisciplicar em Business Analytics na UFRGS. O objetivo é formalizar as atuais colaborações entre estes professores, possibilitando a integração de conhecimentos e especialidades de vários professores interessados nesta área para a realização de projetos de pesquisa, ensino de pós-graduação e projetos de extensão, diretamente associados a esta temática que tem gerado um grande interesse tanto no meio acadêmico como profissional.

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REFERÊNCIAS

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Pidd, M. Modelagem Empresarial: Ferramentas para Tomada de Decisão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Pine II, B J. Mass Customization: the New Frontier in Business Competition. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1993.

LISTA DE PUBLICAÇÕES

Artigos completos publicados em periódicos

1. Strauss, L M, Borenstein, D. A system dynamics model for long-term planning of the undergraduate education in Brazil. Higher Education, doi 10.1007/s10734-014-9781-6, published online: 26 June 2014.

2. Visentini, M S, Borenstein, D, Li, J-Q, Mirchandani, P B. Review of real-time vehicle schedule recovery methods in transportation services. Journal of Scheduling, doi 10.1007/s10951-013-0339-8, published online: 12 July 2013.

3. Sant’Anna, L R, Filomena, T, Borenstein, D. Index tracking com controle do número de ativos. Revista Brasileira de Finanças, v. 12, p. 89-119, 2014.

4. Visentini, MS, Borenstein, D. Modelagem do projeto da cadeia de suprimentos global: considerações teóricas e perspectivas futuras. Gestão & Produção (UFSCAR. Impresso), v. 21, p. 369-388, 2014.

5. Berger, LM, Borenstein, D. Uma simulação de furto de carros baseada em agentes: evidências adicionais da teoria da escolha racional do crime. Economic Analysis of Law Review, v. 4, p. 103-119, 2013.

6. Padula, A D, Santos, M S, Ferreira, L, Borenstein, D. The emergence of the biodiesel industry in Brazil: Current figures and future prospects. Energy Policy, v. 44, p. 395-405, 2012.

7. Streit, R E, Borenstein, D. Design and development of a fuzzy agent-based model to measure interest rate expectations. Expert Systems with Applications, v. 39, p. 7391-7402, 2012.

8. Ferreira, L, Borenstein, D. A fuzzy-Bayesian model for supplier selection. Expert Systems with Applications, v. 39, p. 7834-7844, 2012.

9. Fogliatto, F S, Da Silveira, G J C, Borenstein, D. The mass customization decade: An updated review of the literature. International Journal of Production Economics, v. 138, p. 14-25, 2012.

10. Hoeltgebaum, H H, Filomena, T, Borenstein, D, Lejeune, M, Ziegelman, F A. Desempenho do modelo estocástico de média-variância para o mercado brasileiro de ações. Produto & Produção (Online), v. 13, p. 63-73, 2012.

11. Moura, G L, Ferreira, L, Borenstein, D, Fischmann, A A. The use of artificial neural networks as a strategy for forecasting prices in the context of agribusiness. RAI: Revista de Administração e Inovação, v. 8, p. 6-26, 2012.

12. Aguiar, S C G E S, Borenstein, D. Redes Bayesianas: uma ferramenta na previsão de preço de commodity. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, v. 4, p. 237-253, 2012.

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13. Ferreira, L, Borenstein, D. Normative agent-based simulation for supply chain planning. Journal of the Operational Research Society, v. 62, p. 501-524, 2011.

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47. Borenstein, D. Expertflex: A knowledge-based system for flexible manufacturing system design. Production Planning & Control, v. 9, n.6, p. 598-610, 1998.

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49. Borenstein, D. Combinando simulação e sistemas baseados em conhecimento para o projeto de sistemas avançados de manufatura. Gestão & Produção, v. 5, n.2, p. 89-103, 1998.

50. Borenstein, D. A visual interactive multi-criteria decision model for FMS design. International Journal of Advanced Manufacturing Technology, v. 14, n.11, p. 848-857, 1998.

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51. Borenstein, D. Ranking: um sistema de apoio a decisões multicriteriais. RAUSP, v. 32, n.4, p. 67-76, 1997.

52. Borenstein, D, Becker, J. L. SIMFLEX: um avaliador de sistemas flexíveis de manufatura. RAUSP, v. 29, n.2, p. 77-84, 1994.

Livros publicados/organizados ou edições

53. Padula, Antonio Domingos (Org.), Santos, MS (Org.), Santos, OB (Org.), Borenstein, D (Org.). Liquid Biofuels: Emergence, Development and Prospects. 1. ed. Heidelberg: Springer, 2014. 272p.

Capítulos de livros publicados

54. Ferreira, L, Borenstein, D, Protil, R M. Análise da viabilidade na produção de biodiesel a partir da soja no Brasil. In: Vanderli Fava de Oliveira. (Org.). Tópicos Emergentes e Desafios Metodológicos em Engenharia de Produção: Casos, Experiências e Proposições. 1ed. Rio de Janeiro: ABEPRO, 2008, p. 82-88.

55. Borenstein, D, Marodin, F, Simonetto, E O. DSS Experiences in South America. In: Frada Burstein; Clyde W. Holsapple. (Org.). Handbook on Decision Support Systems. 2. 1ed. Heidelberg: Springer, 2008, v. 2, p. 535-557.

56. Li, J-Q, Mirchandani, P B, Borenstein, D. Parallel auction algorithm for bus rescheduling. In: Mark Hickman; Pitu Mirchandani; Stefan Voz. (Org.). Computer-Aided Systems in Public Transportation. 1ed., 2008, v. 600, p. 281-299.

57. Simonetto, E O, Borenstein, D. SCOLDSS: A decision support system for the planning of solid waste collection. In: Uday Kulkarni; Daniel J. Power; Ramesh Sharda. (Org.). Decision Support for Global Enterprising. 1ed. New York: Springer, 2007, v. 2, p. 207-217.

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