Memorial Convento JOSE SARAMAGO - · PDF fileOBRA ANALISADA Memorial do Convento GÊNERO...

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  • OBRA ANALISADA Memorial do Convento GNERO Prosa, romance. AUTOR Jos Saramago

    DADOS BIOGRFICOS Nascimento: 16/18 de novembro de 1922 [*], aldeia

    ribatejana de Azinhaga, concelho de Goleg Morte: 18 de junho de 2010, Lanzarote [*] registro oficial: dia 18/11

    BIBLIOGRAFIA Romances Terra do Pecado, 1947 Manual de Pintura e Caligrafia, 1977 Todos os Nomes, 1977 Levantado do Cho, 1980 Memorial do Convento, 1982 O ano da morte de Ricardo Reis, 1984 A Jangada de Pedra, 1986 Histria do Cerco de Lisboa, 1989 O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991 Ensaio sobre a Cegueira, 1995 O Homem Duplicado, 2002 Ensaio sobre a Lucidez, 2004 A Viagem do Elefante, 2008

    Contos Objecto Quase, 1978 Potica dos cinco sentidos o ouvido, 1979 Crnicas Deste Mundo e do Outro, 1971 As opinies que o DL teve, 1974 Os Apontamentos, 1976 A Bagagem do Viajante, 1998

    Teatro A noite, 1979 Que farei com este livro? A segunda vida de Francisco de Assis, 2008 In Domine Dei

    Viagem Viagem a Portugal, 1990

    Dirio Cadernos de Lanzarote I Cadernos de Lanzarote II Cadernos de Lanzarote III Cadernos de Lanzarote IV

    Memrias Pequenas memrias

    Poesia Provavelmente alegria, 1970 Os poemas possveis, 1981 O ano de 1993

    Outras atividades Revista Seara Nova, crtico literrio Jornal Dirio de Lisboa, comentarista poltico, 1972/1973

    RESENHA Realidade + fico se entrelaam nos 25 captulos.

  • 25 partes ou captulos, no nomeados nem numeradas, mas perfeitamente reconhecidas pelos espaos em branco que as separam.

    - Relao Rei/Rainha e a promessa da construo do Convento em Mafra assegurar sucessor no trono

    Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. [sinaliza a fico, ou melhor, alerta para o universo ficcional do romance] Recorre ao imaginrio para dar voz e vida s personagens.

    - Os milagres conseguidos pelos franciscanos e o seu desejo na construo do convento frei Miguel da Anunciao depois de morto conservava seu corpo intacto por dias; imagem de Santo Antonio se locomovera quando ladres tentavam roubar uma igreja franciscana;

    - A situao socioeconmica: excesso de riqueza + extrema pobreza

    - Baltasar Sete-Sis regressa da guerra . Como? Mutilado. [p.35] ALERTA! Metade da mo de Baltasar Sete-Sis: sorte ou graa particular do escapulrio que traz no peito, no gangrenou a ferida curada com ervas cicatrizantes. Gancho de ferro que lhe havia de fazer as vezes de mo moldado por ferreiro e/ou seleiro. Baltasar sempre acorda mesma hora, muito antes de nascer o sol, hbito inquieto de soldado [p. 75]

    - O auto-de-f no Rossio e o conhecimento travado entre Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu

    - O padre Bartolomeu Loureno e a sua inveno: mquina voadora

    - O nascimento da filha de D. Joo V e de D. Maria Brbara

    - Os poderes de Blimunda : Eu posso olhar por dentro das pessoas [por baixo da pele, por baixo das roupas], mas s quando estou de jejum. S vejo o que est no mundo, no vejo o que de fora dele, cu ou inferno. [p. 77] A mulher que est sentada no degrau daquela porta tem na barriga um filho varo, mas o menino leva duas voltas de cordo enroladas ao pescoo, tanto pode viver como morrer. [p. 79]

    Nascimento do 2 filho de D. Joo V, o infante D. Pedro. Por vir segundo, s teve quatro bispos a batiz-lo [um deles cardeal] [p. 86]

    - O padre Bartolomeu Loureno parte para a

  • Holanda, enquanto Sete-Sis regressa a Mafra, a casa dos pais, com Blimunda

    - Nascimento do infante D. Jos, terceiro filho da rainha

    ESTILO DE POCA Literatura contempornea

    Atravs da primeira histria fazemos um retorno ao passado: detalhes da construo do Convento de Mafra. A segunda histria a histria de amor entre Baltasar e Blimunda. Contudo o narrador estabelece um paralelo entre essas histrias.

    Ttulo: Memorial do Convento uma carga simblica fatos histricos reais, acontecimentos do sc. XVIII que servem de exemplo para a atualidade [romance histrico] reconstruo de Lisboa e suas localidades [romance de espao] viso crtica da sociedade portuguesa da primeira metade do sculo XVIII X povo sofrido, oprimido [romance social]

    ESTRUTURA: 3 planos narrativos essencialmente interligados 1- D. Joo V e a construo do convento de Mafra 2- A relao de Baltasar e Blimunda 3- A construo e voo da passarola NARRADOR: onisciente FOCO NARRATIVO: predominncia de 3 pessoa [heterodiegtico] + 1 pessoa [autodiegtico / homodiegtico] e esta sou eu, Sebastiana Maria de Jesus, um quarto de crist-nova, que tenho vises e revelaes [p. 52] e, eu, patriarca, debaixo dele (XIII) E eu, vosso rei, de Portugal, Algarves e o resto (XIII) / J passmos Pintus, vamos no caminho (XXII) sobreposies narrativas. PERSONAGENS a- Histricos caricaturizados: D. Joo V [quinto nome na tabela real, 24 rei de Portugal reinado 1707 a 1750], Bartolomeu Loureno de Gusmo, Domenico Scarlatti [msico italiano, barroco, ministra lies de msica para a infanta Maria Brbara to filha do rei de Portugal...] Sua me, D. Maria Ana Josefa. infante D. Francisco Jos, o imperador da ustria, irmo de D. Maria Ana. b- Ficcionais Baltasar Mateus, sua me, Marta Maria, seu pai Joo Francisco [filho de Manuel e Jacinta] e sua irm Ins Antonia [X]; Blimunda de Jesus e sua me Sebastiana Maria de Jesus; lvaro Diogo, amigo de Baltasar; Francisco Marques, Jos Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, contador de histrias, Joo

  • Anes, Julio Mau-Tempo, os trabalhadores do convento. DESCRIO de Blimunda [ p. 103] cabelo ruo, injusta palavra, que a cor dele a do mel, e os olhos claros, verdes, cinzentos, azuis, quando lhes dava de frente a luz e, de repente escurssimos, castanho de terra, gua parda, negros se a sombra os cobria ou apenas aflorava, por isso... Outros: padre jesuta Joo Seco e Lus Gonzaga frei Flix de Santa Maria da Arrbida Nuno da Cunha, bispo inquisidor Joo Elvas Simeo de Oliveira e Sousa Toms Pinto Brando chamou ao meu invento coisa de vento que se h-de acabar cedo Objetivo do narrador: anlise das condies sociais, morais e econmicas da Corte e do povo. ATENTE! padre jesuta Bartolomeu Loureno - um maior pecado orgulho e ambio de fazer levantar um dia aos ares, aonde, at hoje apenas subiram Cristo, a Virgem e alguns escolhidos santos. Sonho de voar do trio: Baltasar Mateus, Blimunda de Jesus e padre Bartolomeu. [p.195 a 206] passarola = aerstato [dirigvel mais leve que o ar] Dentre as primeiras experincias para conquistar os cus 5/8/1709, padre jesuta [alcunha o padre voador] conseguiu fazer um balo de ar quente. Inquisidores viam nas suas invenes obra de feitiaria. Logo: disparidades sociais: OPRESSORES [aristocracia + clero] X OPRIMIDOS [povo] epidemia de clera e febre amarela [dizima o povo, XV] frei Miguel da Anunciao morreu de tiro ou febre tifoide. SIMBOLOGIA do nmero sete Baltasar Sete-Sis + Blimunda Sete-Luas [olhar: poder mgico] Logo: perfeio, magia [unio cu + terra] H outras referncias no romance: sete igrejas visitei, os sete anos que Scarlatti viveu em Portugal, sete bispos que batizaram D. Maria Xavier Francisca Leonor Brbara [p.73], recorda-se? TEMPORALIDADE TEMPO: cronolgico Confere-se a passagem do tempo atravs das horas, dias, meses, anos, estaes do ano e o envelhecimento das personagens. Ao outro dia, a pelas onze horas dele, Caiu a noite, Apesar de no ter cado pinga de gua desde abriu, sendo j passados quatro meses Chegou h mais de dois anos da ustria Passam os dias, as semanas, e as paredes mal crescem. fome acumulada em quatro anos de campanha

  • FLASBACK [recuo no tempo para relatar acontecimentos situados num passado mais ou menos distante para explicar fatos no presente] A lngua portuguesa ser familiar a Domenico Scarlatti: H de o ouvido ser educado se quer estimar os sons musicais, como os olhos tm de aprender a orientar-se no valor das letras e sua conjuno de leitura, e os prprios ouvidos no entendimento da fala. [p. 161] TEMPO: histrico [ao se desenrola de 1711 a 1739 incio do sculo XVIII] TEMPO: psicolgico ref. problemtica existencial da personagem Maria Brbara, por exemplo, nas p. 312 a 314. Maria Brbara, 17 anos noivo, Fernando, mais novo 2 anos ESPAO: Mafra + Lisboa [ambiente social] Palcio Real, em Lisboa convento de Mafra [XII] procisses influncia da religio na sociedade: Igreja de Nossa Senhora da Graa, Igreja da Madre de Deus [ onde est um Santo Sudrio que as freiras desdobraro diante de D. Maria Ana antes de o exporem aos fiis], Igreja de So Roque Igreja de Nossa Senhora da Oliveira Terreiro do Pao [trabalhava Baltasar, touradas], o Rossio, morro das Taipas, praa da Alegria LINGUAGEM: - marcas da oralidade Baltasar mete a viola no saco [p.211] - frases e perodos longos, mas em sua maioria com ideias coordenadas - faz uso de vrgulas onde normalmente devem ser utilizados pontos finais. , que a viagem no curta, Ento foi assim, comeou o mestre, chegou a uma frota inglesa, que... - discurso direto sem o uso dos travesses nem aspas [sensao de fluxo de conscincia] Identificado atravs dos verbos de elocuo: , que das outras, e o homem respondeu, J apanharam umas tantas, mas no as levam todas, E o outro disse, Isto terra de muito crime, morre-se mais que na guerra, o que diz em l andou, e tu que dizes E quando ser isso, padre, quis Baltasar saber, ingnua curiosidade de quem acaba de chegar corte e lhe ignora os usos ... tendes o apelido de Voador, padre, por que foi que vos deram tal nome, perguntou Baltasar. - ausncia de ponto de interrogao nas perguntas - predomnio das flexes no Presente + Futuro; no o Pretrito, mais comum na prosa. - presena de discurso argumentativo / reflexivo. Expresses populares D. Maria tem de guardar o choco = expresso que significa repouso especial durante a gravidez ou tempo de convalescena. Origem: est ligada vida das galinhas, que permanecem no ninho para chocar os ovos, por

  • vinte dias, aps bot-los. Perman