Memoria Abrace X Digital

320
Escola de Teatro Programa de Pós-Graduação em Teatro Centro de Letras e Artes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Memória ABRACE X Anais do IV Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas 10, 11 e 12 de maio de 2006 UNIRIO – Rio de Janeiro IV C ONGRESSO “Os trabalhos e os dias” das artes cênicas: ensinar, fazer e pesquisar dança e teatro e suas relações ABRACE

Transcript of Memoria Abrace X Digital

  • Escola de TeatroPrograma de Ps-Graduao em TeatroCentro de Letras e ArtesUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Memria ABRACE XAnais do IV Congresso de Pesquisae Ps-Graduao em Artes Cnicas10, 11 e 12 de maio de 2006UNIRIO Rio de Janeiro

    IV CONGRESSOOs trabalhos e os dias das artes cnicas:ensinar, fazer e pesquisar dana e teatro e suas relaes

    A B R A C E

  • Memria ABRACE X

    Editoria

    CoordenaoMaria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti)Maria Helena Vicente Werneck

    RevisoSandra Pssaro

    Design e diagramaoVictoria Rabello

    ProduoABRACE

    Produo ExecutivaABRACE/UNIRIOAlkaparra Produes

    AgradecimentosAline Magioli, Ana Carolina Sawen, Carmen Celsa, JenniferAfonso, Joo Ccero Bezerra e Simone Kalil, graduandos daUNIRIOAngela Materno, chefe do Departamento de Teoria do Teatroda UNIRIODoris Rollemberg, professora do Departamento de Cenografiada UNIRIOFabiano Brum, website da ABRACEMarta Isaacsson, Sergio Farias, Daniel Marques e Paulo Mersio

    Agradecimento EspecialLuiz Pedro San Gil Jutuca, vice-reitor da UNIRIOAline Parreira, apoio tcnico-CNPq

    Viveiros de Castro Editora Ltda.Rua Jardim Botnico, 600 / sl. 307

    Rio de Janeiro RJ CEP: 22461-000Tel.: (55 21) [email protected]

    www.7letras.com.br

    Abrace Diretoria / Rio de JaneiroUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)Av. Pasteur, 436 Fundos UrcaPrdio V do Centro de Letras e ArtesTelefax: (55 21) [email protected] / www.unirio.br/abrace

    CIP-BRASIL CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    C759a Congresso Brasileiro de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (4 : 2006 : Rio de Janeiro)Anais / do IV Congresso Brasileiro de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas ; organizao Maria de Lourdes

    Rabetti. - Rio de Janeiro : 7Letras, 2006Tema: Os trabalhos e os dias das artes cnicas : ensinar, fazer e pesquisar dana e teatro e suas relaesInclui bibliografia1. Artes cnicas - Brasil - Congressos. 2. Artes cnicas - Pesquisa - Brasil - Congressos. 3. Teatro - Brasil - Congressos.

    4. Dana - Brasil - Congressos. I. Rabetti, Maria de Lourdes. II. Ttulo.06-1398. CDD 790.20981

    CDU 792(81)

  • ABRACE Gesto 2004 2006

    DIRETORIAPresidente: Maria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti) (UNIRIO)1a Secretria: Maria Helena Vicente Werneck (UNIRIO2o Secretrio: Angel Palomero (UNIRIO)Tesoureira: Ana Maria de Bulhes Carvalho (UNIRIO)

    CONSELHO EDITORIALAndr Luiz Antunes Netto Carreira (UDESC)Luiz Fernando Ramos (USP)Sergio Coelho Borges Farias (UFBA)

    CONSELHO FISCALTitular: Alberto Ferreira da Rocha Junior (Alberto Tibaji) (UFSJ)Suplente: Dulce Aquino (UFBA)Titular: Fernando Pinheiro Villar (UnB)Suplente: Robson Corra de Camargo (UFG)Titular: Neyde Veneziano (UNICAMP)Suplente: Marta Isaacsson de Souza e Silva (UFRGS)

    COMIT CIENTFICO DO IV CONGRESSOAlberto Ferreira da Rocha Junior (Alberto Tibaji) (UFSJ)Ana Maria de Bulhes Carvalho (UNIRIO)Andr Luiz Antunes Netto Carreira (UDESC)Angel Palomero (UNIRIO)ngela Leite Lopes (UFRJ)Dulce Aquino (UFBA)Fernando Pinheiro Villar (UnB)Ingrid Dormien Koudela (USP)Jos Da Costa (UNIRIO)Jos Luis Ligiro (Zeca Ligiro) (UNIRIO)Luiz Fernando Ramos (USP)Maria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti) (UNIRIO)Maria Helena Vicente Werneck (UNIRIO)Marta Isaacsson de Souza e Silva (UFRGS)Nanci de Freitas (UERJ)Neyde Veneziano (UNICAMP)Regina Polo Muller (UNICAMP)Robson Corra de Camargo (UFG)Sergio Coelho Borges Farias (UFBA)Tania Brando (UNIRIO)

    COMISSO ORGANIZADORA DO IV CONGRESSOMaria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti) (Presidente ABRACE/ ET/PPGT/UNIRIO)Maria Helena Vicente Werneck (1a Secretria ABRACE/ ET/PPGT/UNIRIO)Angel Palomero (2o Secretrio ABRACE/ ET/UNIRIO): espaos e equipamentosAna Maria de Bulhes Carvalho (Tesoureira ABRACE/ ET/PPGT/UNIRIO)Luciano Maia (Docente ET/UNIRIO): atividades extensionistasNara Keiserman (Docente ET/PPGT/UNIRIO): equipe de monitoresBeatriz Resende (Docente ET/PPGT/UNIRIO): lanamentos de livrosEvelyn Furquim Werneck Lima (Docente ET/PPGT/UNIRIO): lanamentos de livrosNarciso Telles (Doutorando PPGT/UNIRIO): atividades extensionistas

    PRESIDNCIAS ANTERIORESArmindo Jorge de Carvalho Bio (UFBA) 1998 2002Andr Luiz Antunes Netto Carreira (UDESC) 2002 2004

  • Coordenao dos Grupos de Trabalho da ABRACE Binio 2004 2006

    GT Dana e novas tecnologiasDulce Aquino (UFBA) coordenadoraHelena Katz (PUC/SP) vice-coordenadora

    GT Dramaturgia, tradio e contemporaneidadeNeyde Veneziano (UNICAMP) coordenadoraClaudia Braga (UFSJ) vice-coordenadora

    GT Estudos da performanceJos Luis Ligiro (Zeca Ligiro) (UNIRIO) coordenadorJoo Gabriel L.C. Teixeira (UnB) vice-coordenador

    GT Histria das artes do espetculoAlberto Ferreira da Rocha Junior (UFSJ) coordenadorWalter Lima Torres Neto (UFPR) vice-coordenador

    GT Pedagogia do teatro & Teatro e educaoIngrid Dormien Koudela (USP) coordenadoraJos Svio Oliveira de Araujo (UFRN) vice-coordenador

    GT Pesquisa em dana no Brasil: processos e investigaesCssia Navas (UNICAMP) coordenadoraArnaldo Alvarenga (UFMG) vice-coordenador

    GT Processos de criao e expresso cnicasMarta Isaacsson de Souza e Silva (UFRGS) coordenadoraJacyan Castilho (UFBA) vice-coordenadora

    GT Teatro brasileiroTania Brando (UNIRIO) coordenadoraJoo Roberto Faria (USP) vice-coordenador

    GT Teorias do espetculo e da recepoRobson Corra de Camargo (UFG) coordenador

    GT Territrios e fronteirasFernando Pinheiro Villar (UnB) coordenadorJos Da Costa (UNIRIO) vice-coordenador

  • Editorial

    Os Anais do IV Congresso da ABRACE, entregues aos participantes do maior evento cientfico da rea de artescnicas no Brasil, em sua abertura, comprovam o admirvel estado da pesquisa em Teatro e Dana no pas. So, ao todo, 230trabalhos que, reunidos no volume denominado Os trabalhos e os dias das artes cnicas Memria ABRACE X, apresen-tam-se comunicao e ao debate.

    Os dez Grupos de Trabalho da Associao, muito atuantes durante todo o binio, foram o local de recepo e seleodas propostas para comunicaes ou demonstraes prticas que esto na matriz dos textos aqui publicados. So tambm seuprimeiro destino; constituem o lugar privilegiado onde pesquisas, concludas ou em processo, encontram sua acolhida atentae inteligente.

    Entre pares selecionados, os autores participantes podem aproximar interesses, confrontar mtodos e apreciar resulta-dos de suas investigaes, durante as dez horas de trabalho que o IV Congresso destina ao desenvolvimento da Programaodas Sesses Internas dos Grupos de Trabalho: quatro encontros restritos, organizados pelos prprios grupos e destinados aosassociados que submeteram resumos aprovao dos coordenadores.

    No horizonte do movimento reflexivo est o tema do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas Os trabalhos e os dias das artes cnicas: ensinar, fazer e pesquisar dana e teatro e suas relaes.

    A aluso obra de Hesodo, contida no ttulo apresentado Associao durante a Reunio Cientfica de 2004, indicainspirao em determinados temas e em formas para seu desenvolvimento. Como lembrvamos na ocasio, Hesodo, poetaaedo da poca arcaica, inspirado nas Musas, cantou a genealogia divina em sua Teogonia, e tambm o seu aqui e agora,com necessidade do trabalho dirio, em seu Os trabalhos e os dias. Cantor, servo das musas e senhor das palavras, Hesodoremete possibilidade de um sentido no qual a poesia, palavra cantada, , ao mesmo tempo, viso de mundo, atuao,ensino, deleite e obra.

    O tema proposto para o IV Congresso, em 2004, parecia anunciar uma rotina de trabalho que a prpria ABRACEteria que implementar, durante quase todos os dias do ltimo binio: regularizar-se e remontar seu quadro de associados.Foram tarefas duras, necessrias para permitir a manuteno adequada da Associao e garantir a realizao de uma de suasprincipais atividades, o Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas, cuja organizao s pde ter incio emoutubro de 2005.

    Hoje, na abertura do IV Congresso, no ms de maio de 2006, o ttulo parece sugerir tambm que a rea de artescnicas talvez tenha adquirido novos contornos ao longo dos oito anos de existncia de ABRACE e que a Associao j noprecisa mais reafirmar a necessidade de manter seu olhar prioritariamente voltado para si mesma. Deixamos para trs asprioridades necessrias s indagaes dos Congressos anteriores Quem somos?, Como pesquisamos?, Como e por que pesqui-samos artes cnicas?. E apontamos em direo a um presente extremamente produtivo, em que a vontade de saber impera nocotidiano do trabalho de criao e no dia-a-dia do pensamento.

    A produo acadmica que desgua no IV Congresso vem, predominantemente, da atividade de professores e alunosde Programas de Ps-Graduao em Teatro e Dana j consolidados como os da UDESC, da UFBA, da UNICAMP, daUNIRIO e da USP. Cursos de Artes de outras instituies e outros pesquisadores tambm se acercam do Congresso para neleencontrar o frum que impulsiona a diversidade da pesquisa em artes cnicas. Durante trs dias, 10, 11 e 12 de maio de2006, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a UNIRIO, no s se reflete sobre o teatro e a dana que se criano Brasil e em outras partes do mundo, mas tambm instalam-se debates sobre as experincias do fazer artstico em ambienteuniversitrio, sem abrir mo do dilogo sobre as oportunidades de disseminao das linguagens artsticas na sociedadebrasileira.

    Terminado o Congresso, a Memria ABRACE X encontrar maior nmero de leitores, produzir diferente leque deperguntas, alimentar o incio de outro ciclo de investigaes. A Diretoria da ABRACE, na gesto 2004-2006, Rio deJaneiro, UNIRIO, aposta neste desdobrar-se sempre promissor de novos tempos para a pesquisa na rea de artes cnicas noBrasil.

    Maria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti)e Maria Helena Vicente WerneckRio de Janeiro, 2 de abril de 2006

  • GT 1 DANAS E NOVAS TECNOLOGIAS

    As metforas danadas .............................................. 13FTIMA WACHOWICZ

    Desdobramentos da Escola Municipal de DanaIracema Nogueira .................................................. 14

    GILSAMARA MOURA ROBERT PIRESPor que o ps-humano no existe .............................. 15

    HELENA KATZCartografando espaos fronteirios: a produo dadana inclusiva (disabled dance) no Brasil ................... 16

    LCIA MATOSA complexidade do corpo diferente ........................... 18

    MAGDA BELLINICopyleft alguns direitos reservados:autoria em dana ....................................................... 19

    NIRVANA MARINHO

    GT 2 DRAMATURGIA, TRADIO E CONTEMPORANEIDADE

    O teatro ps-dramtico de Martin Crimp ................... 20ANNA STEGH CAMATI

    O oral, o impresso e a cena:pesquisa artstica e cientfica ...................................... 22

    ARMINDO BIOO melodrama francs no Brasil: traduo e recepo .. 23

    CLAUDIA BRAGADivertimo-nos muito! Fartamo-nos de chorar!: a buscada comunicabilidade na dramaturgia circense ............ 24

    DANIELE PIMENTAA dramaturgia e a mscara ........................................ 26

    FELISBERTO SABINO DA COSTAA dramaturgia brancalenica de Qorpo Santo ............ 27

    JOO ANDR BRITO GARBOGGINICabeas cortadas e corpus dilacerado no texto teatralde Joaquim Cardozo e Hermilo Borba Filho ................ 28

    JOO DENYS ARAJO LEITEO mundo do trabalho sobe ao palco:duas encenaes do Grupo de Teatro Forja ................ 29

    KTIA RODRIGUES PARANHOSViolncia, vingana e perdoem O mercador de Veneza .......................................... 31

    LIANA LEOA transcriao de narrativas oraisem literatura dramtica .............................................. 32

    LUIZ CARLOS LEITEA trama est viva!: dissoluo dos limites detempo e espao como recurso criativo noteatro de Joo Falco ................................................. 34

    LUIZ FELIPE BOTELHO PAES BARRETOA esttica do grotesco na commedia dellarte .............. 35

    MARCILIO DE SOUZA VIEIRADramaturgia e histria nas peas CurralGrande e Auto de Angicos, de Marcos Barbosa:Walter Benjamin, Lampio e campos de concentraono Cear ................................................................... 36

    MARCOS BARBOSA DE ALBUQUERQUEO clown e a dramaturgia ............................................ 38

    MRIO FERNANDO BOLOGNESI

    O novo teatro e a exploso do espao autobiogrfico .. 39MARTHA RIBEIRO

    Entre lgrimas e carnaval: a dramaturgiadas cenas revisteira e melodramtica.......................... 40

    NEYDE VENEZIANOO conceito de cena teatral quntica e a criaode uma dramaturgia quntica .................................... 42

    RUBENS BRITODercy Gonalves: teatro ou teatralidade brasileira? ..... 43

    VIRGINIA M. S. MAISANO NAMUR

    GT 3 ESTUDOS DA PERFORMANCE

    Bricolagem ................................................................ 45ALESSANDRO ANTONIO DA SILVA

    A captura de energia feita pelo performer nos tecidosperformativos e o dispositivo da performance souma cultura orgnica do espao? ............................... 46

    CESAR HUAPAYADana de malandros e mulatas .................................. 48

    DENISE MANCEBO ZENICOLAPerformance ps-colonialista: Denise Stoklose o Teatro Essencial .................................................... 49

    ELISA BELMA performance como dispositivo relacional ................ 51

    ELOISA BRANTES MENDESDecodificando significados dos ndios Tapuias:festa e ritual na Redinha ............................................. 52

    ILO FERNANDES DA COSTA JNIORUma abordagem experimental no processode construo de dramaturgias do ator ...................... 53

    INS ALCARAZ MAROCCOSistema quinrio para criao de jogos teatrais ........... 55

    IREMAR MACIEL DE BRITOO ofcio do ator e a tradio do griot ......................... 56

    ISAAC GARSON BERNATPerformance e misticismo na capital federal:a contribuio de Dulcina de Moraes paraformao das artes cnicas em Braslia ....................... 58

    JOO GABRIEL LIMA CRUZ TEIXEIRANanaqui, a paixo segundo Artaud: uma pesquisa delinguagem no teatro da crueldade ............................. 59

    MARIA CRISTINA BRITOO corpo em cena: pesquisas e montagens nacena contempornea com o Kinesis Ncleo de Artes Cnicas ............................................ 61

    MARIA LCIA GALVO SOUZAEntre poticas: Ayvu Rapyta ....................................... 62

    MARIA MOMMENSOHNAs prticas performativas da Folia de Reis Estrela doMar: uma experincia esttica espetacular da comuni-dade do Zumbi.......................................................... 63

    SARA PASSABON AMORIMAs curas: tradio escrita no candombl ..................... 65

    VIVIANE BECKER NARVAESA peformance da feira: o caso do Garoto Bombril ...... 66

    WLADJA VERVLOETComisso de frente: a performancedo samba na terra da garoa ....................................... 67

    YASKARA DONIZETI MANZINI

    Sumrio

  • Arte em movimento: ritmos visuais e matrizes ancestrais parte 1 Quem tem medo dos estudos daperformance parte 2 ................................................ 69

    ZECA LIGIRO

    GT 4 HISTRIA DAS ARTES DO ESPETCULO

    Arquivos teatrais: letra e voz ...................................... 71ALBERTO FERREIRA DA ROCHA JUNIOR

    A dualidade na dramaturgia de Joaquim Cardozo:entre resistncias e transformaes um estudo terico-crtico dos temas e das formas utilizadospelo autor pernambucano sob uma perspectivaideolgica e histrica ................................................. 72

    ANA CAROLINA DO RGO BARROS PAIVAA criao de um Banco de Textos e Imagens como apoiodidtico-pedaggico ................................................. 73

    ANA MARIA PACHECO CARNEIROO teatro de grupo e a construo de modelos detrabalho do ator no Brasil nos anos 80-90 .................. 75

    ANDR LUIZ ANTUNES NETTO CARREIRAQuando se de teatro, vive-se do teatro, noteatro e para o teatro 24 horas por dia: Eva Todorna Companhia Eva e seus artistas (1940-1963) ........... 76

    ANGELA DE CASTRO REISA questo da interpretao e asua relao com o espao .......................................... 78

    NGELA LEITE LOPESO teatro popular do Vale do Jequitinhonha ................ 79

    ANNA MARIA PEREIRA ESTEVESHistrias de uma atuao do passado: a cenade Baderna impressa nos jornais ................................ 80

    BETI RABETTI (MARIA DE LOURDES RABETTI)Ser de circo: estratgias de sobrevivncia artsticaoperadas por Benjamim de Oliveira ........................... 82

    DANIEL MARQUES DA SILVAMecanismos de comicidade, prticas narrativas,procedimentos melodramticos: propostasmetodolgicas para a formao do ator ..................... 83

    ELZA DE ANDRADEArthur Azevedo e a teatralidade circense .................... 84

    ERMINIA SILVADos tablados improvisados e do teatro de bonecos sCasas de pera do sculo XVIII (1770-1822) ............. 86

    EVELYN FURQUIM WERNECK LIMAO filho natural, as Conversase a perspectiva da reflexo ......................................... 87

    FTIMA SAADICriao e pesquisa no teatro brasileiro:grupos e processos criativos ....................................... 88

    FERNANDO A. MENCARELLIA tragdia grega e o trgico na cena contempornea .. 89

    GILSON MOTTAUm presente de Natal: oespetacular sob a tica popular .................................. 91

    JONAS DE LIMA SALESO papel do figurino na construo do teatro de revistacarioca no incio do sculo XX ................................... 92

    LEILA BASTOS SETTEHistria da iluminao cnica brasileira:uma potica do espao .............................................. 93

    LUCIANA LIEGE BOMFIM BRITOBanco de textos Sandro Polloni: lugar de memria doteatro brasileiro ......................................................... 94

    LUIZ HUMBERTO MARTINS ARANTES

    Acervo iconogrfico da Cia. Walter Pinto do Cedoc/Funarte como fonte primria de investigaohistoriogrfica: a parceria possvel entre pesquisaacadmica e centros de documentao na identificaoe organizao de colees ......................................... 96

    MARIA FILOMENA VILELA CHIARADIAO expressionismo tropicalista de Helio Eichbauer ....... 97

    MARIA ODETTE MONTEIRO TEIXEIRAOs lbuns de Antnio Guerra: objetos da memriateatral ....................................................................... 98

    MARIA TEREZA GOMES DE ALMEIDA LIMAO jogo da cena do Cavalo-Marinho ........................... 99

    MARIANA OLIVEIRADesdobramentos da pesquisa A interpretaomelodramtica nos circos-teatros brasileiros:espaos formais e no-formais de ensino .................. 101

    PAULO RICARDO MERISIOMemria e teatro em So Gonalo do Bao ............ 102

    RAMON SANTANA DE AGUIARA cidade como palco: o centro urbano como locusda experincia teatral contempornea Rio de Janeiro 1980/1992 .............................................................. 103

    RICARDO JOS BRGGER CARDOSOO lamento da imperatriz, de Pina Bausch .................. 105

    SOLANGE PIMENTEL CALDEIRAO edifcio teatral na cidade de Curitiba:experincia coletiva de iniciao pesquisano mbito da disciplina Linguagem do Teatrono DEARTES/UFPR ................................................... 106

    WALTER LIMA TORRES NETO

    GT 5 PEDAGOGIAS DO TEATRO & TEATRO E EDUCAO

    Brincar com o texto literrio: possibilidadesde teatro e de jogo .................................................. 107

    ADRIANO MORAES DE OLIVEIRATranscriaes: reescrevendo o texto teatral ............... 108

    ALESSANDRA ANCONA DE FARIAA prtica teatral no Ensino Mdio: a experincia doColgio Manoel Novaes ........................................... 110

    ANDRIA FERNANDES DE ANDRADEUm novo currculo de teatro para o ensino mdio:indagaes, desafios, perplexidades e outras questes denatureza poltico-pedaggica ................................... 111

    ARO PARANAGU DE SANTANALer em teatro: implicaes pedaggicas ................... 113

    BEATRIZ CABRAL (BIANGE)Arquivo de histrias de vida como fonte de registrosdramatrgicos ......................................................... 114

    BEATRIZ PINTO VENANCIOJogos e brincadeiras na educao infantil ................. 115

    BERNADETE GAMA GOMES POEYSPrticas metodolgicas para a formaodo professor de teatro ............................................. 116

    CARLA MEDIANEIRA ANTONELLO, CLARICE COSTAAs peas didticas de Bertolt Brecht comomodelo de ao ....................................................... 117

    DEISE ABREU PACHECOO ensino de teatro no terceiro setor: um estudosobre a prtica pedaggica em uma organizao socialcomunitria ............................................................. 119

    EVERSON MELQUIADES ARAJO SILVAA montagem de Leonce + Lena como umjogo de aprendizagem ............................................. 120

    FRANCIMARA NOGUEIRA TEIXEIRA

  • O ator como xam: configuraes da conscinciano sujeito extracotidiano ......................................... 122

    GILBERTO ICLEConsideraes sobre Banquete de imagens: acomplexidade do instrumento vocal ...................... 123

    GISELA COSTA HABEYCHEPedagogia do teatro ................................................ 124

    INGRID DORMIEN KOUDELAO lugar do teatro na educao do campo: anlise daprtica do Artevida na pedagogia da alternncia ........ 125

    JOO RODRIGUES PINTOReflexes sobre o espao e a atividadeteatral na escola ....................................................... 127

    JOS SIMES DE ALMEIDA JR.As contribuies pedaggicas do teatro na formaocultural dos professores de arte ................................ 128

    KALYNA DE PAULA AGUIARCasa de ensaio, uma escola de verdades que de brincadeiras ............................................. 129

    LAIS DORIAA linguagem das mscaras por Francesco Zigrino ..... 130

    LESLYE REVELY DOS SANTOSEntrecruzando olhares e espaos:o teatro no hospital ................................................. 132

    LUCIA HELENA DE FREITASO jogo teatral das brincadeiraspopulares no processo de educao ......................... 133

    MARGARETE CRUZ PEREIRATeatro na priso: a dramaturgia da priso em cena ... 134

    MARIA DE LOURDES NAYLOR ROCHARenovao teatral e perspectivas sociais ................... 136

    MARIA LCIA DE SOUZA BARROS PUPOO uso da abordagem dialgica do teatro emcomunidades na experincia do grupo Ns do Morro,da favela do Vidigal, Rio de Janeiro .......................... 137

    MARINA HENRIQUES COUTINHOTeatro: fronteiras de identidade e alteridade............. 138

    MARLCIA MENDES DA ROCHAO ator e a experincia pedaggicada linguagem radiofnica ........................................ 140

    MIRNA SPRITZERMapeamento de professores e propostade ensino para teatro em Alagoas ............................ 141

    NARA SALLESGrupos e suas pedagogias ....................................... 142

    NARCISO TELLESAbordagem performtica a objetos de aprendizado:aspectos da teatralidade on-line ............................... 143

    RICARDO OTTONI VAZ JAPIASSUPedagogia do teatro: questes sobre recepo ......... 145

    ROBSON ROSSETOEntre normas e rebeldias:o palhao no hbitat hospitalar ................................ 146

    RONNEY PEREIRA CABRALContar histrias: tcnica e performance ................... 148

    ROSALVO LEAL MANTOVANIO lugar do narrador em experinciasde jogos com crianas e jovens ................................ 149

    ROSIMEIRE GONALVES SANTOSAs Peas Faladas de Peter Handkecomo simulacro para uma pedagogia ...................... 150

    SAMIR SIGNEU PORTO OLIVEIRAA dramaturgia e os sentidos expressos porjovens espectadores de teatro na Bahia .................... 151

    SERGIO COELHO BORGES FARIAS

    Teatro-educao: as contribuiesda antropologia do imaginrio................................. 152

    SUELI BARBOSA THOMAZA criao de textos teatrais a partir dejogos e das peas didticas de Bertolt Brecht ............ 154

    URNIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRAA esttica do faz-de-conta: prticasteatrais na educao infantil ..................................... 155

    VERA LCIA BERTONI DOS SANTOSTeatro e priso: dilemas da liberdade artstica emprocessos teatrais com populao carcerria ............ 156

    VICENTE CONCILIODesafios da formao permanentede professores de teatro em Uberlndia ................... 158

    VILMA CAMPOS DOS SANTOS LEITE

    GT 6 PESQUISA EM DANA NO BRASIL

    O jongo, suas imagens corporais e a estruturao dapersonagem Justina ................................................. 159

    ANA CAROLINA L. MELCHERTDana, estado de ruptura e incluso ........................ 160

    CSSIA NAVAS ALVES DE CASTROPerformance de dana e polticas culturaisno Rio de Janeiro dos anos 1990 .............................. 162

    DENISE DA COSTA OLIVEIRA SIQUEIRAE ANDRA BERGALLO SNIZEK

    Representaes do corpo na cenacoreogrfica contempornea ................................... 163

    ELIANA RODRIGUES SILVAPesquisa em dana no sculo XXI:algumas questes metodolgicas ............................. 165

    GISELLE RUIZDana dos Brasis: as mulheres Asurini do Xingu ........ 166

    GRAZIELA RODRIGUES E REGINA P. MLLERDalva uma passagem para o sensvel:nucleao e expanso atravs do mtodoBailarino-Pesquisador-Intrprete ............................... 167

    LARISSA S. TURTELLI, GRAZIELA E. F. RODRIGUES (ORIENTADORA)Um estudo de construo da personagem apartir do movimento corporal .................................. 169

    LGIA LOSADA TOURINHOInseres da dana em complexossaberes contemporneos ......................................... 170

    LCIA FERNANDES LOBATOCoabitar com a fonte ............................................... 171

    PAULA CARUSO TEIXEIRAProcessos colaborativos entre danae teatro paulistanos nos anos 70/80 ......................... 173

    SLVIA MARIA GERALDIA dana do nosso tempo: contemporaneidadee interdisciplinaridade na perspectiva do corpo ........ 174

    SUZANA MARTINS

    GT 7 PROCESSOS DE CRIAO E EXPRESSO CNICAS

    Por uma Tao expressividade: processoscriativos inspirados por matrizes taostas .................. 176

    ALICE STEFNIA CURIO sentido da mscara no jogo dopalhao de hospital ................................................. 177

    ANA LUCIA MARTINS SOARESO conceito de vazio e o pensamento orientalnos processos artsticos de Peter Brook ..................... 178

    CARLOS FREDERICO BUSTAMANTE PONTES

  • A mmica a servio do teatro soba tica de Jacques Lecoq .......................................... 180

    CLUDIA MULLER SACHSMovimento e voz ..................................................... 181

    DOMINGOS SVIO FERREIRA DE OLIVEIRAE MARIA ENAMAR RAMOS

    A formao do ator para uma atuao polifnica:princpios e prticas ................................................. 182

    ERNANI DE CASTRO MALETTAO santo guerreiro ................................................. 183

    FRANCISCO DE ASSIS DE ALMEIDA JNIORProcesso de criao e composio de aes vocaisdo ator: relato de uma experincia cnica ................ 184

    JANAINA TRSEL MARTINSArtaud e Beuttenmller: revolucionriosmovidos pelo corao .............................................. 186

    JANE CELESTE GUBERFAINQuestes de tica no ensino de Jacques Copeau ...... 187

    JOS RONALDO FALEIROA dualidade interior-exterior no trabalho do ator:Copeau, Decroux, Leabhart ..................................... 188

    LUCIANA CESCONETTO FERNANDES DA SILVADe narrador personagem: uma trajetria aoestado do eu sou, de Stanislavski .......................... 189

    LUCIANO PIRES MAIAGeorge Tabori: Ator, ser humano por profisso ........ 191

    MARA LUCIA LEALUm dia, uma banana...: por umadramaturgia da improvisao ................................... 192

    MARIA NGELA DE AMBROSIS PINHEIRO MACHADOO gestual do labor cotidiano e a mitologiaafro-brasileira na dana contempornea:uma proposta de concepo coreogrfica ................ 194

    MARIA DE LURDES BARROSJogo de Damas: a poesia em movimento dasdamas dos sales da cidade do Rio de Janeiro .......... 195

    MARIA INS GALVO SOUZAA experincia subjetiva e a busca de identidadeno processo criativo do ator-danarino .................... 197

    MARISA NASPOLINIA abordagem do texto dramticoatravs de imagens-resistncia ................................. 198

    MARTA ISAACSSONRe-existir: teatralizao da realidade sociala partir de uma abordagem antropolgica ............... 199

    MARTN ROSSODo ensino prtica: o processoda caracterizao cnica .......................................... 200

    MONA MAGALHESPossvel encenao para as cartastrocadas entre Lygia Clark e Hlio Oiticica ................ 202

    NARA KEISERMANCriaco de material potico nos textos dramticos ... 203

    NERINA DIP, MXIMO GMEZObservaes sobre a criao em umprocesso sucessivo de montagem-remontagem ....... 205

    PATRCIA GOMES PEREIRACinco minutos de felicidade ..................................... 206

    PAULA FERNNDEZTradio, criao, comunidade e escola ................... 207

    RENATA BITTENCOURT MEIRAMemria corporal da cultura afro-brasileira .............. 209

    TATIANA MARIA DAMASCENOReflexes sobre a idia de Teatro e Grupo ................ 210

    VALRIA MARIA DE OLIVEIRA, ANDR CARREIRA (ORIENTADOR)

    GT 8 TEATRO BRASILEIRO

    O ensino do teatro no Rio de Janeiro: entre tessiturashistricas contnuas e descontnuas .......................... 212

    ADILSON FLORENTINOSomma ou Os melhores anos de nossas vidas:arqueologia de um exerccio teatral ......................... 213

    NGELA REBELLOSobre rapsodos, narradores e personagens ............... 214

    BERENICE RAULINOO teatro brasileiro nas revistas literriase culturais do modernismo (1922-1942) .................. 215

    CHRISTINA BARROS RIEGOYan Michalski: a iniciao de um crtico .................... 217

    CHRISTINE JUNQUEIRA LEITE DE MEDEIROSPaschoal Segreto em So Paulo ................................ 218

    ELIZABETH R. AZEVEDOProcessos criativos da Cia. dos Atores ....................... 220

    FABIO CORDEIRO DOS SANTOSFormas de humor no teatro de Machado de Assis .... 221

    GABRIELA MARIA LISBOA PINHEIROModernismo e histria da platia no teatro brasileiro ... 222

    GIULIANA MARTINS SIMESA menina, o vento e seus pares ................................ 223

    INS CARDOSO MARTINS MOREIRAMachado tradutor de teatro: acolaborao com Furtado Coelho ............................ 224

    JOO ROBERTO FARIAA vida do artista de teatro em O Mambembe ............ 226

    LARISSA DE OLIVEIRA NEVESA decadncia do teatrobrasileiro no incio do sculo XX .............................. 227

    MAIRA MARIANOA crtica teatral como documento historiogrfico ..... 228

    MARIA DE FATIMA DA SILVA ASSUNOMonlogos brasileiros: poticasda primeira pessoa e espacialidades ......................... 230

    MARIA HELENA VICENTE WERNECKLeitura dramatizada: objeto de fruio instrumento de estudo .......................................... 231

    MARTA METZLERDo palco aos livros: entremezesadaptados de Molire .............................................. 232

    ORNA MESSER LEVINO sentido do drama moderno de Nelson Rodrigues ... 234

    PAULO MARCOS CARDOSO MACIELCartografia de BR3 ................................................... 235

    SLVIA FERNANDESRelaes entre pesquisa e ensinoda histria do teatro natalense ................................. 236

    SNIA MARIA DE OLIVEIRA OTHONTradio e renovao no palco: a era getulista ......... 237

    TANIA BRANDODialtica e complexidade no Teatro do Oprimido ..... 239

    TRISTAN CASTRO-POZO

    GT 9 TEORIAS DO ESPETCULO E DA RECEPO

    Perspectivas da pesquisa multidisciplinar(histria, teatro, cinema e televiso): umestudo da trajetria de Fernando Peixoto ................. 240

    ALCIDES FREIRE RAMOSA espetacularidade no teatro e no cinema ................ 241

    ANA TERESA JARDIM REYNAUD

  • Esttica teatral e teoria da recepo ......................... 243CLVIS DIAS MASSA

    Problemas de pesquisa na graduaoe na ps-graduao ................................................. 244

    EDELCIO MOSTAOTeatro em carrocerias de caminhes ........................ 245

    JOHN C. DAWSEYNatyasastra: teoria teatral e a amplitude da cena ..... 246

    MARCUS MOTAO espetculo teatral e sua instabilidade .................... 248

    ROBSON CORRA DE CAMARGOAs artes cnicas como tema histricoe as contribuies para a histria cultural ................. 249

    ROSANGELA PATRIOTATeatro infantil, crianas espectadoras, escola:um estudo acerca de experincias e mediaesem processos de recepo ....................................... 250

    TAS FERREIRAO processo de criao teatral de um teatro operrio .. 252

    VERA REGINA MARTINS COLLAO

    GT 10 TERRITRIOS E FRONTEIRAS

    Dramaturgia por outras vias ..................................... 253ALEX BEIGUI

    Corpos de ator e corpus da cena .............................. 254ALEXANDRE SILVA NUNES

    Por um teatro de apropriaes: a fico biogrficana cena contempornea .......................................... 256

    ANA MARIA DE BULHES CARVALHOMovimento genuno: o corpo rompendo fronteiras .. 257

    ANDRIA MARIA FERREIRA REISBordas e dobras da imagem teatral .......................... 259

    ANGELA MATERNOFronteiras do espao cnico: a cenografiaem Romeu e Julieta, do grupo Galpo ....................... 260

    BRUNA CHRISTFAROA experincia da No-Forma e o trabalho do ator .. 261

    CASSIANO SYDOW QUILICIA dimenso acstica da cena no Teatro Ocidental .... 262

    CSAR LIGNELLIEducao somtica e danas tradicionais: adesconstruo de padres corporais atravsda experincia intercultural ...................................... 264

    CIANE FERNANDESExperincias mitopoticas na criao cnica ............. 265

    EDUARDO NSPOLIVocs, G8, ns, 6 bilhes: um olhar espetacularsobre as manifestaes em Gnova .......................... 266

    FABIO SALVATTIOutras arenas de apresentao ................................ 268

    FERNANDO PINHEIRO VILLARO destino do corpo na performance:Hbeas Corpus: em nome da beleza ..................... 269

    FRED NASCIMENTOFronteiras do corpo, fronteiras do sujeito:subjetividade e usos do corpo no trabalhode ator proposto por Constantin Stanislavski ............ 270

    HENRIQUE BUARQUE DE GUSMOEstrelas brotando entre cnicas distintas:bandas de chegar entre Maracatus, CavalosMarinhos e mscaras teatrais ................................... 271

    ISA TRIGO

    Pensamentos inscritos no corpo Pensamentos escritos com o corpo .......................... 273

    IVANA MENNA BARRETOO ator performador ................................................. 274

    JAQUELINE VALDVIA PEREIRA, ANDR CARREIRA (ORIENTADOR)Desconstruo e retorno do real .............................. 276

    JOS DA COSTAOficinas de performance:uma experincia psicossocial .................................... 277

    JOS RENATO FONSECA DE ALMEIDAAusente-presente: o vazio no teatro de Peter Brook .. 278

    LARISSA ELIASE pra que vai filmar tudo isso?:tradio oral e tecnologia audiovisualna pesquisa com contadores de histrias .................. 279

    LUCIANA HARTMANNA experincia da performance na Universidadee no Brasil: alguns apontamentos iniciais .................. 281

    LUCIO JOS DE S LEITO AGRAMimese e desempenho espetacular .......................... 282

    LUIZ FERNANDO RAMOSVida desnuda #2: o fetichismo em Coco Fusco ......... 283

    MARA SPANGHEROExperincias xamnicas e o artista cnico ................. 284

    MRCIA VIRGNIA BEZERRA ARAJOEstradas de sonhos: uma contribuiocircense na formao do ator ................................... 286

    MARCUS VILLA GISDo estmulo autoria de textos cnicos:Nada vem do nada .............................................. 287

    MARGARIDA GANDARA RAUEN (MARGIE)Formar-se em teatro: ato intenso ............................. 289

    MARIA BEATRIZ MENDONA (BYA BRAGA)O binmio boneco-manipulador e a idiade ator no teatro de animao contemporneo ....... 290

    MARIO FERREIRA PIRAGIBEO mercado da performance ...................................... 291

    MERLE IVONE BARRIGA E RODRIGO GARCEZAntunes Filho e outros vampiros: o jogo dosduplos e dos simulacros, da viso e da linguagem .... 293

    MICHELLE NICI DOS SANTOS MACHADOWickar a performance ............................................ 294

    NAIRA CIOTTIA autoridade da voz potica viva:um relato da sua escuta ........................................... 295

    PAULA CRISTINA VILASInvisibilidade e virtualizao do corpo-em-arte:presena = no-presena ......................................... 297

    RENATO FERRACINIProcessos de criao colaborativa: um estudosobre o Projeto Cena 3x4 no Galpo Cine-Horto ...... 298

    RICARDO CARVALHO DE FIGUEIREDOA cincia das solues imaginrias:dilogos entre patafsica e teatralidade ..................... 300

    RICARDO KOSOVSKIRepresentaes performticas noteatro do Grupo Oficcina Multimdia ...................... 301

    ROBERSON DE SOUSA NUNESRevendo a formao do intrpretee do arte-educador .................................................. 302

    ROSE MARY DE ABREU MARTINSTreinamentos psicofsicos emperformance: vivncias extraclasse ............................ 303

    SAMIRA DE SOUZA BRANDO BOROVIK

  • Pensar em ao: estratgia depesquisa e ensino na formao do ator .................... 304

    SANDRA MEYER NUNESSeitai-ho como caminho para a criao .................... 306

    SANDRA PARRA FURLANETEFronteira e territrio em ColniaCeclia e Cinema Utoppia .......................................... 307

    SARA ROJOO lado pico da cena ou a tica da palavra .............. 308

    SILVIA ADRIANA DAVINIMaquinaes da mquina:atorialidade em Carmelo Bene ................................. 310

    SILVIA BALESTRERI NUNES

    Processos de criao: atividade de fronteira .............. 311SONIA RANGEL

    Voz em cena no Teatro Esttico ................................ 313SULIAN VIEIRA PACHECO

    A heterogeneidade do teatro de animao ............... 314VALMOR NNI BELTRAME

    A Montagem de atraes na teoriado espetculo de Serguei M. Eisenstein .................... 315

    VANESSA TEIXEIRA DE OLIVEIRADuas dramaturgias do desvio ................................... 317

    WALDER GERVSIO VIRGULINO DE SOUZA

    Autores

    ADILSON FLORENTINO ............................................................. 212ADRIANO MORAES DE OLIVEIRA .............................................. 107ALBERTO FERREIRA DA ROCHA JUNIOR ..................................... 71ALCIDES FREIRE RAMOS ........................................................... 240ALESSANDRA ANCONA DE FARIA .............................................. 108ALESSANDRO ANTONIO DA SILVA ............................................... 45ALEX BEIGUI ............................................................................. 253ALEXANDRE SILVA NUNES ........................................................ 254ALICE STEFNIA CURI .............................................................. 176ANA CAROLINA DO RGO BARROS PAIVA .................................. 72ANA CAROLINA L. MELCHERT .................................................. 159ANA LUCIA MARTINS SOARES ................................................... 177ANA MARIA DE BULHES CARVALHO ....................................... 256ANA MARIA PACHECO CARNEIRO .............................................. 73ANA TERESA JARDIM REYNAUD ................................................ 241ANDR CARREIRA (ORIENTADOR) .................................... 210, 274ANDR LUIZ ANTUNES NETTO CARREIRA ................................. 75ANDRA BERGALLO SNIZEK ...................................................... 162ANDRIA FERNANDES DE ANDRADE ........................................ 110ANDRIA MARIA FERREIRA REIS ............................................... 257ANGELA DE CASTRO REIS ........................................................... 76NGELA LEITE LOPES ................................................................. 78ANGELA MATERNO ................................................................... 259NGELA REBELLO ..................................................................... 213ANNA MARIA PEREIRA ESTEVES ................................................. 79ANNA STEGH CAMATI ................................................................ 20ARO PARANAGU DE SANTANA............................................... 111ARMINDO BIO ........................................................................... 22BEATRIZ CABRAL (BIANGE) ....................................................... 113BEATRIZ PINTO VENANCIO ...................................................... 114BERENICE RAULINO .................................................................. 214BERNADETE GAMA GOMES POEYS ........................................... 115BETI RABETTI (MARIA DE LOURDES RABETTI) .......................... 80BRUNA CHRISTFARO .............................................................. 260CARLA MEDIANEIRA ANTONELLO, CLARICE COSTA ................ 116CARLOS FREDERICO BUSTAMANTE PONTES ............................. 178CSSIA NAVAS ALVES DE CASTRO ............................................. 160CASSIANO SYDOW QUILICI ....................................................... 261CESAR HUAPAYA .......................................................................... 46CSAR LIGNELLI ........................................................................ 262CHRISTINA BARROS RIEGO ....................................................... 215CHRISTINE JUNQUEIRA LEITE DE MEDEIROS ........................... 217CIANE FERNANDES ................................................................... 264CLAUDIA BRAGA ......................................................................... 23CLUDIA MULLER SACHS ......................................................... 180CLVIS DIAS MASSA ................................................................. 243DANIEL MARQUES DA SILVA ....................................................... 82DANIELE PIMENTA ...................................................................... 24DEISE ABREU PACHECO ............................................................ 117DENISE DA COSTA OLIVEIRA SIQUEIRA .................................... 162

    DENISE MANCEBO ZENICOLA .................................................... 48DOMINGOS SVIO FERREIRA DE OLIVEIRA .............................. 181EDLCIO MOSTAO .................................................................. 244EDUARDO NSPOLI ................................................................... 265ELIANA RODRIGUES SILVA ........................................................ 163ELISA BELM ............................................................................... 49ELIZABETH R. AZEVEDO ........................................................... 218ELOISA BRANTES MENDES .......................................................... 51ELZA DE ANDRADE ..................................................................... 83ERMINIA SILVA ............................................................................ 84ERNANI DE CASTRO MALETTA ................................................. 182EVELYN FURQUIM WERNECK LIMA ............................................ 86EVERSON MELQUIADES ARAJO SILVA ..................................... 119FABIO CORDEIRO DOS SANTOS ................................................ 220FABIO SALVATTI ........................................................................ 266FTIMA SAADI ............................................................................. 87FTIMA WACHOWICZ ................................................................. 13FELISBERTO SABINO DA COSTA .................................................. 26FERNANDO A. MENCARELLI ....................................................... 88FERNANDO PINHEIRO VILLAR .................................................. 268FRANCIMARA NOGUEIRA TEIXEIRA .......................................... 120FRANCISCO DE ASSIS DE ALMEIDA JNIOR .............................. 183FRED NASCIMENTO .................................................................. 269GABRIELA MARIA LISBOA PINHEIRO ......................................... 221GILBERTO ICLE ......................................................................... 122GILSAMARA MOURA ROBERT PIRES ............................................ 14GILSON MOTTA .......................................................................... 89GISELA COSTA HABEYCHE ........................................................ 123GISELLE RUIZ ............................................................................ 165GIULIANA MARTINS SIMES ..................................................... 222GRAZIELA E. F. RODRIGUES (ORIENTADORA) .......................... 167GRAZIELA RODRIGUES E REGINA P. MLLER ........................... 166HELENA KATZ ............................................................................. 15HENRIQUE BUARQUE DE GUSMO........................................... 270ILO FERNANDES DA COSTA JNIOR ........................................... 52INS ALCARAZ MAROCCO........................................................... 53INS CARDOSO MARTINS MOREIRA ......................................... 223INGRID DORMIEN KOUDELA .................................................... 124IREMAR MACIEL DE BRITO ......................................................... 55ISA TRIGO ................................................................................. 271ISAAC GARSON BERNAT .............................................................. 56IVANA MENNA BARRETO .......................................................... 273JANAINA TRSEL MARTINS ....................................................... 184JANE CELESTE GUBERFAIN ....................................................... 186JAQUELINE VALDVIA PEREIRA .................................................. 274JOO ANDR BRITO GARBOGGINI ............................................. 27JOO DENYS ARAJO LEITE ....................................................... 28JOO GABRIEL LIMA CRUZ TEIXEIRA ......................................... 58JOO ROBERTO FARIA .............................................................. 224JOO RODRIGUES PINTO .......................................................... 125

  • JOHN C. DAWSEY ...................................................................... 245JONAS DE LIMA SALES ................................................................. 91JOS DA COSTA ........................................................................ 276JOS RENATO FONSECA DE ALMEIDA ....................................... 277JOS RONALDO FALEIRO .......................................................... 187JOS SIMES DE ALMEIDA JR. ................................................... 127KALYNA DE PAULA AGUIAR ....................................................... 128KTIA RODRIGUES PARANHOS ................................................... 29LAIS DORIA ............................................................................... 129LARISSA DE OLIVEIRA NEVES .................................................... 226LARISSA ELIAS ........................................................................... 278LARISSA S. TURTELLI ................................................................. 167LEILA BASTOS SETTE ................................................................... 92LESLYE REVELY DOS SANTOS .................................................... 130LIANA LEO ................................................................................ 31LGIA LOSADA TOURINHO ........................................................ 169LCIA FERNANDES LOBATO ..................................................... 170LUCIA HELENA DE FREITAS ...................................................... 132LCIA MATOS ............................................................................. 16LUCIANA CESCONETTO FERNANDES DA SILVA ........................ 188LUCIANA HARTMANN ............................................................... 279LUCIANA LIEGE BOMFIM BRITO ................................................. 93LUCIANO PIRES MAIA ............................................................... 189LUCIO JOS DE S LEITO AGRA ............................................. 281LUIZ CARLOS LEITE .................................................................... 32LUIZ FELIPE BOTELHO PAES BARRETO ....................................... 34LUIZ FERNANDO RAMOS .......................................................... 282LUIZ HUMBERTO MARTINS ARANTES ........................................ 94MAGDA BELLINI .......................................................................... 18MAIRA MARIANO ...................................................................... 227MARA SPANGHERO .................................................................. 283MARA LUCIA LEAL .................................................................... 191MRCIA VIRGNIA BEZERRA ARAJO ........................................ 284MARCILIO DE SOUZA VIEIRA ...................................................... 35MARCOS BARBOSA DE ALBUQUERQUE ....................................... 36MARCUS MOTA ......................................................................... 246MARCUS VILLA GIS ................................................................ 286MARGARETE CRUZ PEREIRA ..................................................... 133MARGARIDA GANDARA RAUEN (MARGIE) ................................ 287MARIA NGELA DE AMBROSIS PINHEIRO MACHADO .............. 192MARIA BEATRIZ MENDONA (BYA BRAGA) ............................. 289MARIA CRISTINA BRITO ............................................................. 59MARIA DE FATIMA DA SILVA ASSUNO ................................... 228MARIA DE LOURDES NAYLOR ROCHA ...................................... 134MARIA DE LURDES BARROS ...................................................... 194MARIA ENAMAR RAMOS ........................................................... 181MARIA FILOMENA VILELA CHIARADIA ....................................... 96MARIA HELENA VICENTE WERNECK ....................................... 230MARIA INS GALVO SOUZA .................................................... 195MARIA LCIA DE SOUZA BARROS PUPO ................................... 136MARIA LCIA GALVO SOUZA .................................................... 61MARIA MOMMENSOHN .............................................................. 62MARIA ODETTE MONTEIRO TEIXEIRA ....................................... 97MARIA TEREZA GOMES DE ALMEIDA LIMA ................................ 98MARIANA OLIVEIRA .................................................................... 99MARINA HENRIQUES COUTINHO ............................................ 137MRIO FERNANDO BOLOGNESI ................................................. 38MARIO FERREIRA PIRAGIBE ...................................................... 290MARISA NASPOLINI ................................................................... 197MARLCIA MENDES DA ROCHA ............................................... 138MARTA ISAACSSON .................................................................... 198MARTA METZLER ...................................................................... 231MARTHA RIBEIRO ....................................................................... 39MARTN ROSSO ......................................................................... 199MERLE IVONE BARRIGA E RODRIGO GARCEZ .......................... 291MICHELLE NICI DOS SANTOS MACHADO .............................. 293MIRNA SPRITZER ...................................................................... 140

    MONA MAGALHES .................................................................. 200NAIRA CIOTTI ........................................................................... 294NARA KEISERMAN ..................................................................... 202NARA SALLES ............................................................................. 141NARCISO TELLES ....................................................................... 142NERINA DIP, MXIMO GMEZ ................................................. 203NEYDE VENEZIANO .................................................................... 40NIRVANA MARINHO .................................................................... 19ORNA MESSER LEVIN ............................................................... 232PATRCIA GOMES PEREIRA ........................................................ 205PAULA CARUSO TEIXEIRA ......................................................... 171PAULA CRISTINA VILAS ............................................................. 295PAULA FERNNDEZ ................................................................... 206PAULO MARCOS CARDOSO MACIEL ......................................... 234PAULO RICARDO MERISIO ........................................................ 101RAMON SANTANA DE AGUIAR .................................................. 102RENATA BITTENCOURT MEIRA ................................................. 207RENATO FERRACINI .................................................................. 297RICARDO CARVALHO DE FIGUEIREDO ..................................... 298RICARDO JOS BRGGER CARDOSO ........................................ 103RICARDO KOSOVSKI ................................................................. 300RICARDO OTTONI VAZ JAPIASSU ............................................. 143ROBERSON DE SOUSA NUNES .................................................. 301ROBSON CORRA DE CAMARGO .............................................. 248ROBSON ROSSETO .................................................................... 145RONNEY PEREIRA CABRAL ........................................................ 146ROSALVO LEAL MANTOVANI ..................................................... 148ROSANGELA PATRIOTA .............................................................. 249ROSE MARY DE ABREU MARTINS ............................................. 302ROSIMEIRE GONALVES SANTOS .............................................. 149RUBENS BRITO ............................................................................ 42SAMIR SIGNEU PORTO OLIVEIRA .............................................. 150SAMIRA DE SOUZA BRANDO BOROVIK ................................... 303SANDRA MEYER NUNES ............................................................ 304SANDRA PARRA FURLANETE ..................................................... 306SARA PASSABON AMORIM ........................................................... 63SARA ROJO ................................................................................ 307SERGIO COELHO BORGES FARIAS ............................................. 151SILVIA ADRIANA DAVINI ........................................................... 308SILVIA BALESTRERI NUNES ....................................................... 310SLVIA FERNANDES .................................................................... 235SLVIA MARIA GERALDI ............................................................. 173SOLANGE PIMENTEL CALDEIRA ................................................ 105SNIA MARIA DE OLIVEIRA OTHON ........................................ 236SONIA RANGEL .......................................................................... 311SUELI BARBOSA THOMAZ ......................................................... 152SULIAN VIEIRA PACHECO ......................................................... 313SUZANA MARTINS ..................................................................... 174TAS FERREIRA .......................................................................... 250TANIA BRANDO ...................................................................... 237TATIANA MARIA DAMASCENO .................................................. 209TRISTAN CASTRO-POZO ........................................................... 239URNIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRA ................ 154VALRIA MARIA DE OLIVEIRA ................................................... 210VALMOR NNI BELTRAME ......................................................... 314VANESSA TEIXEIRA DE OLIVEIRA .............................................. 315VERA LCIA BERTONI DOS SANTOS ......................................... 155VERA REGINA MARTINS COLLAO ........................................... 252VICENTE CONCILIO .................................................................. 156VILMA CAMPOS DOS SANTOS LEITE ......................................... 158VIRGINIA M. S. MAISANO NAMUR ............................................. 43VIVIANE BECKER NARVAES ......................................................... 65WALDER GERVSIO VIRGULINO DE SOUZA ............................. 317WALTER LIMA TORRES NETO ................................................... 106WLADJA VERVLOET ..................................................................... 66YASKARA DONIZETI MANZINI .................................................... 67ZECA LIGIRO ............................................................................. 69

  • Anais do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (Memria ABRACE X) Rio de Janeiro 2006 13

    AS METFORAS DANADASFtima WachowiczUniversidade Federal da Bahia (UFBA)Dana, metfora, cincias cognitivas

    Relacionar a dana e as cincias cognitivas foi a estratgia utiliza-da para a pesquisa de mestrado intitulada: Embodied, um espetculode metforas danadas, defendida em novembro/2005, junto ao Pro-grama de Ps-Graduao em Artes Cnicas da Universidade Federalda Bahia (UFBA). A Embodied Cognitive Science foi aplicada comofundamentao terica, sobretudo no que se refere ao estudo das me-tforas, abordado por George Lakoff e Mark Johnson nas publicaesde 1999(Philosophy in the Flesh-The Embodied Mind its Challenge toWestern Thought) e 2002 (Metforas da vida cotidiana).

    As hipteses filosficas apontadas pelos autores Lakoff e Johnsonpropem a mudana paradigmtica sobre a natureza da razo, afir-mam o conceito de pensamento metafrico, a incorporao da mente(embodied mind), e indicam, ainda, que o pensamento, assim como asaes, decorrem do sistema sensoriomotor, porm se manifestam demaneiras diferentes. Assim, a cognio o espao onde o corpo, oambiente e o crebro esto acoplados densamente, e a metfora torna-se uma importante ferramenta cognitiva.

    Os autores sugerem, nas publicaes de 1999 e 2002, que a razo o fundamento ou causa justificativa de uma ao, atitude ou pontode vista; que a crena filosfica que define as caractersticas humanas(LAKOFF E JOHNSON, 1999:4). Ento, uma mudana na viso derazo significa uma alterao na crena filosfica e nos parmetrosreferenciais de observao e pesquisa de um objeto, qual seja, artsti-ca, cientfica ou outra.

    Desta maneira, os autores identificam uma mudana radical so-bre o que razo, sua natureza e como ela opera, e sugerem trs pressu-postos que afetam aspectos centrais da tradicional filosofia ocidental1: oconceito embodied mind (mente incorporada), o pensamento metafri-co e o subconsciente cognitivo.

    O conceito embodied mind afirma que as aes de raciocinar, per-ceber e executar funes corporais encontram-se densamente interco-nectadas em nosso crebro. Isto leva a acreditar que muito da infernciaconceitual inferncia sensoriomotora. E assegura, ainda, que razono completamente consciente; no puramente literal, mas larga-mente metafrica e imaginativa; e tambm no impassional, masengajada emocionalmente.

    O conceito de pensamento metafrico prope que metforas soinferncias relativas ao fenmeno sensorial e atividade motora emconcomitncia, decorrentes da ativao de conexes neurais, nas quaisse estruturam os conceitos de experincias e julgamentos subjetivos.

    Assim, pode-se pensar que metforas no so simples formas dearticulao de palavras, mas estratgias de pensamento e ao. Diver-gindo da idia que ainda prevalece, porm, anacrnica e localiza ametfora apenas como um ornamento lingstico destitudo de im-portante valor cognitivo.

    Uma manifestao de dana j possuidora de conceitos estticose, nesta perspectiva, de valores polticos. Referenciais filosficos, est-ticos e polticos esto ordenados e conectados como uma malha con-ceitual que intercambia informaes e, a partir desta permuta, criam-se e recriam-se formas e significados.

    Na dana, metforas podem se estabelecer e vir a atuar nas aesde movimentos durante um espetculo, pois se estruturam nos con-ceitos de experincias e julgamentos subjetivos dos intrpretes. Ob-serva-se que os danarinos podem sugerir metforas como estratgias

    de pensamento e ao e que os mesmos parecem atuar como agentesmetafricos que compreendem e experimentam uma coisa em relao outra.

    Segundo Lakoff e Johnson, a razo fundamentalmente embodiede esse o achado das cincias cognitivas, do qual se destaca um aspec-to: articula que a razo tramada com os corpos e peculiaridades docrebro, e que esses resultados dizem que os corpos, os crebros e asinteraes com o ambiente provm da mais inconsciente base da me-tafsica diria, que o senso do que real. O senso do que realcomea nas dependncias cruciais entre o corpo, especialmente o apa-rato sensoriomotor, o qual permite ao corpo perceber, mover e mani-pular, e nas estruturas detalhadas dos crebros, as quais teriam sidoformatadas em ambas evolues e experincias.

    Uma vez que o corpo apreendeu uma informao, tem-se a neces-sidade de categorizar e organizar as informaes. Tais categorias se-riam, ento, formadas pelo nosso embodiement. Para os autores, a for-mao e uso das categorias so a essncia da experincia. Os corpos ecrebros esto constantemente engajando informaes e categorizando-as. A nova que chega aos neurnios do crebro distribuda no corpoem rede, e a rede perceptiva fornece a informao ao corpo. Destamaneira, entende-se que os pensamentos passam pela motricidade,assim como a noo de amor ou as noes abstratas.

    Percebe-se, portanto, que a metfora envolve a compreenso deum domnio da experincia, e pode ser entendida como um mapea-mento. Os autores entendem que nenhuma metfora pode ser com-preendida ou at mesmo representada de forma adequada, indepen-dentemente de sua base experiencial (L&J: 2002,68).

    Pode-se sugerir que um danarino, ao experimentar a qualidadede um objeto, ou uma manifestao da natureza, como o vento ou agua, ou um estado moral, ou outra qualidade que lhe interesse nomovimento, em seu corpo, ele est investigando um conceito metaf-rico, uma vez que se entende que a metfora no uma questoapenas de linguagem, mas de pensamento e razo (LAKOFF EJOHNSON, 2002:25).

    Em uma dana, um leitmotiv o motivo condutor, a idia sobrea qual se insiste com freqncia, a repetio de determinado tema queenvolve uma significao especial naquela dana. J a idia de experi-mentar uma qualidade de movimento no corpo e danar a experin-cia de tal conceito, explorando as possibilidades de movimentos, ob-servando como o corpo se comporta ao executar esta proposta, noseria um leitmotiv, o tema que se repete, mas uma idia que est l, nocorpo. Uma metfora experimentada no corpo.

    Pode-se pensar, ento, que uma metfora estrutura um conceito,ou pelo menos material indispensvel para isso. Assim, concorda-seque pensamento no algo puramente objetivo e definido pelo mun-do externo, mas que o modo como se pensa est inseparavelmenteligado ao modo como o corpo se orienta e atua no mundo.

    Os autores utilizam o exemplo de uma corrida, que existe no tem-po e no espao e bem demarcada. Ao seguir esta linha de raciocnio,ajustando-a para um espetculo, constata-se que este tambm existeno tempo e no espao, e pode ser visto como um recipiente, poiscontm objetos (os participantes), um evento que comea e acaba(incio e fim so objetos metafricos), e possui uma atividade inserida,que pode incluir dana, atuao, performance, qual seja, uma substn-cia metafrica contida no recipiente. Um espetculo um recipiente,capaz de comportar outras metforas.

    importante ressaltar que um recipiente aqui sugerido como oponto de convergncia de uma atividade, passvel de trocas de infor-maes entre seus componentes e com o ambiente. O recipiente compreendido como o lugar para onde correm informaes vindas de

    GT 1 Danas e novas tecnologias

  • 14 Anais do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (Memria ABRACE X) Rio de Janeiro 2006

    vrios pontos, o receptculo que agrega o conjunto das partes de umtodo, que coordenados entre si funcionam como uma estrutura orga-nizada e trocam informaes, experincias e habilidades com o exte-rior, o lado de fora, ou seja, o ambiente. Sendo uma corrida ou umespetculo este recipiente, ele apresenta o estado de fase em que seencontra aquele sistema, que pode compreender sries ou ciclos demodificaes em qualquer estgio ou etapa de sua evoluo.

    O presente trabalho procurou investigar algumas possveis rela-es entre este novo paradigma chamado de embodied cognitive sciencee o objeto artstico, buscando o entendimento de como ocorre a inte-rao entre tais conceitos e a dana, examinando possibilidades derelaes entre os conhecimentos artsticos e cientficos por acreditarserem sutis as interfaces entre estas duas reas de conhecimento. Assu-mindo o pressuposto no qual corpo/mente so vistos como contnuo,em que se pode compreender o mundo por meio de metforas cons-trudas com base nas experincias corporais, e tendo o conceito demetfora como um mecanismo fundamental para a compreenso dasexperincias artsticas.

    Nota1 Uma longa tradio em filosofia afirmou com segurana que a mente deveria seruma entidade no corporal, constituda como uma substncia mental. Esta tesecompe a base do pensamento filosfico ocidental e conhecida como dualismocartesiano. Cartesiano por ter sido proposta por Ren Descartes, e dualista porpropor duas substncias para explicar os eventos no mundo: a mental e a fsica/material.

    BibliografiaDAMASIO, Antonio. O erro de Descartes. So Paulo: Cia das Letras, 1994.DUPUY, Jean-Pierre. Nas origens das cincias cognitivas. So Paulo:UNESP,1995.JOHNSON, Mark. Embodied Reason. In Weiss & Haber (orgs) Perspectiveson Embodiment The Intersections of nature and culture. New York:Routledge, 1999, 79-102.LAKOFF, George. JOHNSON, Mark. Philosophy in the Flesh TheEmbodied Mind and its Challenge to Western Thought. New York: BasicBooks, 1999.LAKOFF, George. JOHNSON, Mark. Metforas da vida cotidiana. SoPaulo: EDUC, 2002.QUEIROZ, Joo. Considerations on Lakoff & Johnson approach to embodiedcognitive science Philosophy in the Flesh: Embodied Mind and its Challengeto Western Thought. 2001. Galxia 1:1, 227-230. (In: Brain & Mind:Eletronic Journal of Neuroscience). Disponvel on line em http://www.epub.org.br/cm/home_i.htm. Acessado em 2004.)

    * * *

    DESDOBRAMENTOS DA ESCOLA MUNICIPALDE DANA IRACEMA NOGUEIRAGilsamara Moura Robert PiresPontifcia Universidade Catlica (PUC-SP)Dana, educao, filosofia

    As ambivalncias esto presentes no corpo contemporneo, nasrelaes humanas, na cincia, na arte, na cena, no cotidiano. A mo-dernidade, tal qual o socilogo polons Zigmunt Bauman conceitua,nos traz uma questo muito singular e no prevista em seu projetooriginal: ser ou tornar-se invisvel ou no, sentir-se ora includo, oraexcludo, estar entre submisso e autonomia, melhor dizendo no estar no meio, oscilar constantemente nas ambivalncias sociais(1999,1991).

    Alguns autores tm norteado esta pesquisa acerca da separaoentre natureza e cultura e vida e poltica e aqui vou tentar mostrarcomo eu visualizo esta rede de perguntas e respostas.

    Em todas as instncias, a categoria modernidade se impe, es-cancarando a desordem prpria sua natureza, nos causando sensa-es destrutivas e propulsoras ao mesmo tempo.

    A biopoltica circunda este trabalho a fim de auxiliar na elabora-o e desenvolvimento de um projeto sociocultural que ainda noencontrou ecos na poltica implementada em quase nenhum local doBrasil. claro que ao pensar o prprio projeto poltico para a culturabrasileira no iremos encontrar mais do que tentativas, acertos e erros,calcados na no-permanncia e continuidade processual. So sempreaes isoladas, pouco eficientes em sua projeo futura e no-engajadasnos princpios norteadores de nossa origem mestia.

    No se pode negar a enorme influncia crist de preservar e ga-rantir o dualismo permanente, que divide o mundo em bem e mal,cu e inferno, divino e profano, no nos deixando sada alguma nestemundo que exige arranjos e adaptaes constantes. Essa herana deseparao entre vida poltica e vida natural se engendra como maisuma ambivalncia da modernidade.

    ento na modernidade que isso se enraza, mas a biopoltica seesfora para mostrar que no se trata de imposio, mas sim de estra-tgia de sobrevivncia: podemos optar, escolher caminhos, enfim paratodo lado da gangorra tem de haver outro. Quem quiser sobreviver,ou seja, diminuir um pouco aquela culpa que sentimos, tem de estaratento a estas questes. E nesse ponto que o socilogo Bauman sedestaca, criticando arduamente a separao entre Natureza e Cultura.

    EMD significa Escola Municipal de Dana e este conceito foiproposto e implantado na cidade de Araraquara em 2003, aps mui-tos anos de inquietao, inconformismo e tentativas bem e malsuce-didas de pensar e praticar a dana como forma de conhecimento e nocomo simples passo, seqncia de dana ou simplesmente coreogra-fia, ainda to perversa forma de se disseminar a dana neste pas. AEMD nasceu ento desta insatisfao e injustia social, cenrio perfei-to que rima com Brasil. Em terras de discriminados, excludos, mal-tratados, s pode ser a mesma coisa no ensino e no mundo da dana.

    possvel viver nesta incompletude eternamente? Alguns subsis-tem e sucumbem, outros buscam mudanas. Sou destas pessoas, per-manentemente inquieta com a situao de desigualdade cultural destepas e da perpetuao deste modelo. Ser que no se percebe que aviolncia nasce, primordialmente, desta separao do homem com anatureza? Bauman diz: A expectativa da inimizade a condio parase ter inimigo. Pura verdade!

    Se da natureza da arte a desestabilizao, ou seja, a prpria am-bivalncia, por que no repensar o projeto cultural no mbito socialou vice-versa? (Penso projeto como processo, assim como penso dan-a, no como coisa pronta e finalizada, mas sim elaborada artesanal-mente, incrementada e rasurada a cada dia, parida e morta, mas deum poder inigualvel.)

    A coisa mais comum entre seres humanos a estigmatizao. Parans, latinos, sul-americanos, colonizados, abaixo do Equador, brasi-leiros, negros, ndios, cafuzos, mestios, submissos, excludos, pobres,miserveis, estranhos, e tantas outras caractersticas estigmatizantes,para ns, tudo se neutraliza, quando associado ao extico. E assimtambm a dana, quanto mais extica mais isenta de reflexo e cul-pa, fica suspensa desta ordem, se destaca das demais associaes pos-sveis e agrada. Mais uma vez, trata-se de estratgia social tornar oestranho, o diferente, o misturado, invisvel. Para Bauman, isso notem soluo, impossvel deixar de ser estigmatizado, trata-se de umaquesto de territorializao espao-temporal.

    Por que no pensar ento o projeto da cultura a partir deste vis,a partir da formulao do corpo poltico e em formao, deste nossocorpo miscigenado? O corpo poltico brasileiro pede um corpo mis-turado, rapeado, repenteado, borrado, e quando isso submerge,todas as questes que levanto aqui tambm vm tona.

    Aparentes dicotomias como invisibilidade x visibilidade, inclusox excluso e submisso x autnomo, na sociedade moderna, assumem

  • Anais do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (Memria ABRACE X) Rio de Janeiro 2006 15

    outras conjunturas. As divises j no so to separadas assim, os des-locamentos so constantes, os estratos so redimensionados e as pes-soas individualmente no podem mais ser localizadas de modo firmenum nico subsistema da sociedade, mas devem ser encaradas a prioricomo socialmente deslocadas (Bauman, 1999, 1991: 211).

    Somos estranhos em qualquer parte, nossa identidade natural foiviolada. Encontramos aqui o ponto crucial de minha pesquisa e que,por ser nevrlgico, poder repercutir no sistema e causar instabilida-de. Assim, a metfora ser inevitvel para se falar de identidade, auto-identidade, individualismo, autodefinio, carter pessoal nico, au-toconstituio, autonomia, incluso-excluso, entre outros conceitos. possvel se promover uma coexistncia contraditria, onde cada in-divduo no se anule ao encontrar diferentes ou que no se feche nasperspectivas da guetizao ao se associar aos seus pares.

    A busca da identidade no pode deixar de dividir e separar, j queseu significado est intrinsecamente ligado ao aparecer, ao mostrar-se,e o propsito de atingir autonomia no se desvincula da formulaode que esta zona s pode mesmo ser provisria e temporria, constru-da e reinventada. Assim tambm o o projeto da EMD, que trabalhana tentativa de incluso cultural de crianas, numa formao artsticadiferenciada daquela do ensino de artes das escolas pblicas e do ensi-no privado de academias de dana e msica.

    So 80 crianas de nove anos de idade que ingressam na EMD acada ano e que iro permanecer por seis anos, com aulas dirias dedana contempornea, bal clssico, capoeira, teatro, msica, artesplsticas, sapateado, filosofia, educao ambiental, improvisao e ar-tes marciais.

    Como a EMD se encontra em seu quarto ano com 320 crianas,o projeto pedaggico constantemente reelaborado com toda a equi-pe, mediante as reflexes, problemas e resultados da rotina escolar. Aproposta da escola oportunizar as trocas, criar ambientes eminente-mente permeveis ebulio de conhecimentos. Sabe-se que nem todainformao se transforma em conhecimento, necessrio ganhar es-tabilidade, organizar-se como tal, mas o que importa neste processo que a cognio est em pleno funcionamento. Trata-se da tentativa deestimular a formao de um verdadeiro coletivo inteligente.

    Se o poder constri o saber e vice-versa e se todo saber poltico, ahistria da EMD se insere num contexto bem mais complexo e respon-svel que s o da formao em artes de crianas desfavorecidas social-mente. Quando o corpo se coloca como meio deste alicerce que seergue de construo do cidado poltico, as decises so bem mais s-rias e as conseqncias bem menos passveis de manipulao no futuro.

    Estou cada vez mais convencida de que o artista j exerce sim seupapel poltico fazendo sua arte, mas bem menos do que poderia edeveria. Precisamos nos qualificar e ocupar nosso lugar no debate po-ltico pblico e privado, com mais responsabilidade e discernimento.

    A EMD tem percebido este compromisso desde sua gnese e nes-te caminho de construo de seu projeto pedaggico faz sua alianacom a filosofia acreditando que, se o exerccio do poder semprecorporal, o corpo, este processador sgnico, ento o principal tema doprojeto da EMD, no pode separar ao de cognio.

    Se o corpo no o lugar, o instrumento, o veculo ou o meio, massim o resultado do cruzamento das informaes, outro conceito, o docorpomdia, desenvolvido pelas pesquisadoras Helena Katz e ChristineGreiner, chama a ateno para o trnsito permanente das informa-es. Nada estanque ou fora do fluxo informacional.

    Para tratar do corpo, no basta o esforo de colar conhecimentosbuscados em disciplinas aqui e ali. Nem trans nem interdisciplinari-dade se mostram estratgias competentes para a tarefa. Por isso, aabolio da moldura da disciplina em favor da indisciplina que carac-teriza o corpo (KATZ, 2004).

    A separao entre vida natural e vida poltica pode ter-se dadopela configurao de nosso modelo educacional e, portanto, comoainda no nos foi oferecido outro caminho, ao tentar cri-lo via cor-

    po, encontramos todos os obstculos e quase nenhum atalho possvelpara reverso imediata desta situao.

    BibliografiaABDALA JUNIOR, Benjamim (org.). Margens da cultura: mestiagem,hibridismo & outras misturas. So Paulo: Boitempo, 2004.BAUMAN, Zigmunt. Modernidade e ambivalncia. Rio de Janeiro: JorgeZahar Editores, 1999, 1991.BEY, Hakim. Taz: zona autnoma temporria. So Paulo: Conrad Editorado Brasil, 2004, 2001.GREINER, Christine. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. So Pau-lo: Annablume, 2005.FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. So Paulo: Loyola, 2002, 1971.MOURA, Gilsamara. Macunama somos ns. Mrio de Andrade: da lite-ratura para a dana. 2000. Dissertao (Mestrado, PUC-SP).

    * * *

    POR QUE O PS-HUMANO NO EXISTEHelena KatzPontifcia Universidade Catlica (PUC-SP)Co-evoluo, ps-humano

    Resumo: Em 1987, o norte-americano Mark Johnson reprops arelao entre corpo, movimento e cognio. Mostrou que a cogniotem origem na motricidade e que resulta da relao entre corpo eambiente. O que a perspectiva evolucionista agrega a tal formulao a possibilidade de lidar com o binmio dentro/fora como comple-mentaridade aberta e no como exterioridade mtua o que faz todaa diferena para se compreender que no existe um corpo pronto.Exatamente por isso, propor a existncia do ps-humano significaaderir a um projeto de corpo fora da evoluo e ainda atado ao concei-to de corpo-recipiente.

    Levi-Strauss narra, em Raa e Histria, que os espanhis deseja-vam investigar se os ndios antilhanos tinham alma e eles, por sua vez,se os corpos dos prisioneiros brancos que afogavam tambm estavamsujeitos putrefao. Nas duas situaes, a diferena est no corpo.Os antilhanos privilegiavam o corpo na sua fisicalidade orgnica e osespanhis, aquilo que o Ocidente prezava como sendo a sua distinocomo humanos. Dito de outra maneira, tratava-se de uma escolhaentre o corpo (natureza) como critrio objetivo ou o esprito que atri-bui subjetividade ao homem (cultura). Uma ciso natureza/cultura.

    A compreenso do corpo como uma construo onde discurso epoder se inscrevem tornou-se moeda forte, depois de Foucault. Valese deter no verbo inscrever pois, como j alertou Butler (1989), elepode levar ao entendimento de que o corpo preexiste s inscries queo culturalizam, que ele uma espcie de objeto invariante onde asinformaes do exterior vo se inscrever depois. Mas Foucault deixaclaro, no volume 1 da sua Histria da sexualidade, que no existe cor-po antes da lei, que no h sexualidade livre das relaes de poder, quetais instncias no possuem materialidade ou independncia ontol-gica no corpo.

    Tal postulao no impede, todavia, a lembrana do conceito degenealogia nietzschiano. Segundo Butler (1989), o corpo em Nietzs-che representa a superfcie de um conjunto de foras subterrneas,reprimidas e transmutadas pela histria, entendidas como inscrio(mecanismo de construo cultural externo ao corpo). Sendo a hist-ria um instrumento que produz significaes culturais (linguagem),elas se exercem na possibilidade de compreenso do corpo como umasuperfcie disponvel para inscries. Nesse sentido, o prprio con-ceito logocntrico de inscrio que fica investido de um carter exter-nalista ao corpo, ameaando a recusa to cara a Foucault de que noexiste corpo fora da sua inscrio cultural.

  • 16 Anais do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (Memria ABRACE X) Rio de Janeiro 2006

    O corpo se torna um meio para a histria realizar nele as suasinscries, mas ele precisa ser sublimado (Freud) ou transvalorado(Nietzsche) para que a cultura seja inscrita nele. Foucault criticou Freude Nietzsche justamente pelo que descreveu como sendo ontologiaspr-discursivas sobre o corpo, como se existisse um corpo antes de suaforma e significao. Sua proposta sobre corpo se aproxima do queLakoff & Johson (1999) nomeiam por embodiment uma espcie dedescrio do trnsito dentro-fora que o corpo vai fazendo medidaque se organiza em seus estados sempre transitrios.

    Herdamos o entendimento de corpo da filosofia do sculo XVII,isto , da reduo epistemolgica relacionada s duas redues onto-lgicas produzidas por Descartes. Pela necessidade de livrar-se da lgi-ca especulativa de Aristteles ao mesmo tempo que da teologia daIgreja Catlica, restou a Descartes afianar que a verdade s poderiaser alcanada pela mente, no uso de um mtodo cujas fontes lhe fos-sem internas (WELTON, 1999). Para tal, precisava explicar a cogniocomo o que resulta de regras auto-referenciais do pensamento. A mente,na intuio de seus objetos, se aproximava da matemtica.

    Antes de publicar Mditations, por quase sete anos Descartes de-dicou-se ao estudo do corpo para explicar que funes anteriormenteatribudas alma, entre outras a digesto, a circulao e o movimento,no passavam de aes mecnicas do corpo. No seu livro sobre fisiolo-gia humana, Treatise on Man, apresentou as paixes, os humores e avontade como efeitos mecnicos dos fluidos. Ao reduzir o pensamen-to ao corpo, Descartes abriu caminho para as teorias materialistas quese seguiram, e que permaneceram impregnadas pela compreenso deque a razo o que define os humanos.

    Avanos recentes nas cincias cognitivas nos trouxeram a necessi-dade de rever o entendimento disponvel sobre a razo. Sabe-se hoje,por exemplo, que a razo no o que nos separa de todos os outrosseres da natureza, mas algo que nos une a eles, pois ela se constitui eutiliza de formas de inferncias perceptivas e motoras presentes tam-bm em outros animais. Para compreender a razo precisamos conhe-cer os nossos sistemas visual, sensrio e motor e os mecanismos neuraisde suas ligaes. Ela no uma caracterstica transcendente do uni-verso ou de uma mente desencarnada: a razo assoma dos nossos cre-bros, corpos e experincias.

    Para Peirce, a razo no consiste em sentir de certa maneira, masem agir de certa maneira (CP 2:.19-20, 2:165). Nossa conduta ,sim, deliberada, mas no porque precisamos parar para deliberar, umavez que as deliberaes j realizadas do forma e transformam os nos-sos atos espontneos do presente. Para Peirce, raciocinar seria to-somente uma forma especial de conduta controlada (CP 1: 610). Nesseentendimento j se depreende a profunda importncia que Peirce atri-bua aos hbitos na vida humana. Esses hbitos, contudo, no so asfolhas de um talonrio com a funo de fazer circular algo que estdepositado mas, ao contrrio, devem ser entendidos como informa-es que ganharam uma certa estabilidade em cada um de ns, masque esto igualmente envolvidas nos processos permanentes de trans-formao do corpo. No corpo, os hbitos no so depois, so durante.

    E se o corpo sempre durante, no resulta de um pr-corpo ondea cultura realiza inscries para singulariz-lo. E nem tampouco setorna ps-corpo. Pr e ps indicam a existncia de um modelo decorpo com forma pronta.

    Em 1987, os experimentos do americano Mark Johnson vm re-forar os argumentos contrrios proposta de um pr-corpo onde acultura inscreve seus traos quando demonstram que a cognio temorigem na motricidade. O seu modo de repropor a relao entre cor-po, movimento e cognio desnuda a idia de que existe um dentro,um fora e um fluxo de movimento entre essas duas instncias (queseria o responsvel pelas inscries no corpo daquilo que lhe exter-no). Johnson atesta que esse tipo de argumento se apia no conceitode corpo como recipiente.

    Talvez as nossas aes mais bsicas sejam as de ingerir e excretar,inspirar e expirar (que, evidentemente, dizem respeito a algo que en-

    tra e a algo que sai). O que a perspectiva evolucionista agrega apossibilidade de lidar com o binmio dentro/fora como complemen-taridade aberta e no como exterioridade mtua.

    Muitos tm discutido esta mesma questo. Vale trazer aqui o pen-samento do semioticista Thomas Sebeok (1991), que salienta que ocontexto onde tudo acontece muito importante e o onde tudoocorre nunca passivo. Assim, o ambiente no qual toda mensagem emitida, transmitida e interpretada, nunca esttico, mas uma esp-cie de contexto-sensitivo. O corpo leva em conta o ambiente e o am-biente leva em conta o corpo. Talvez a clula seja um bom exemplopara compreender esse tipo de relao:

    Muitas molculas entram e saem da clula, em contrapartida, outras nopodem faz-lo. Mas a clula no um recipiente contenedor. Ao contr-rio, ao entrar uma molcula dentro dela, passa a fazer parte da organiza-o celular. As molculas no recebem vida porque a vida no umapropriedade das molculas em si. A vida se relaciona com a organizao,com a rede de relaes e as propriedades emergentes da interao. Noentanto, atravessar uma membrana implica em uma transformao darede de relaes e gera uma transformao da identidade (que j nopode ser pensada em si e por si mesma, mas em um emaranhado relacio-nal co-evolutivo) (Najmanovich, 2001:24-25).

    O atravessar da membrana: corpo onde dentro e fora borram fron-teiras. Interior formado por exteriores. Como o processo inestancvelem sistemas vivos, o novo interior, que acabou de ser reconfiguradopelas informaes recm-percebidas, j se relaciona um pouco dife-rente com o ambiente, uma vez que no permanece sendo o mesmodo momento anterior.

    A proposta de entendimento de corpo aqui apresentada no per-mite que se enuncie o corpo como um projeto com forma determina-da. O corpo sempre o estado mais recente que a coleo de informaesque o forma adquire. No deixa de ser corpo no fluxo de transforma-es que o caracteriza. por isso que o ps-humano no existe.

    BibliografiaDENNET, Daniel C. A perigosa idia de Darwin: a evoluo e os significa-dos da vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.MONALD, M. Origins of the Modern mind: three stages in the evolution ofculture and cognition. Cambridge: Harvard University Press, 1991.DURHAM, W.H. Coevolution: Genes, Culture and Human Diversity.Stanford: Stanford University Press, 1991.FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. So Paulo: Loyola, 2002, 1971.JOHNSON, Mark. The Body in the Mind: the bodily basis of meaning,imagination and reason. Chicago: University of Chicago Press, 1987.LAKOFF G., Mark JJPHNSON. Philosophy in the flesh, the embodiedmind and its challenge to western thought. New York: Basic Books, 2000.NAJMANOVICH, D. O sujeito encarnado: questes para pesquisa no/docotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.SEBEOK, Thomas. The sign is just a sign. Indiana: IndianaPress, 1991.

    * * *

    CARTOGRAFANDO ESPAOS FRONTEIRIOS:A PRODUO DA DANA INCLUSIVA(DISABLED DANCE) NO BRASILLcia MatosUniversidade Federal da Bahia (UFBA)Dana contempornea, deficincia, diferena

    Esta comunicao apresenta os resultados parciais da pesquisa dedoutorado intitulada Cartografando mltiplos corpos danantes: aconstruo de novos territrios corporais e estticos na dana con-tempornea brasileira (PPGAC, UFBA), a qual configura-se como

  • Anais do IV Congresso de Pesquisa e Ps-Graduao em Artes Cnicas (Memria ABRACE X) Rio de Janeiro 2006 17

    uma cartografia de grupos de dana que possuem danarinos com esem deficincia.

    O termo cartografia procura aqui ser abordado como espaos de(re)apropriao, na medida em que o corpo que dana, ao investir nomovimento, transgride o seu lugar e o transforma noutros lugares,implicando-se a ele prprio na transformao (CUNHA E SILVA,1999:23). Assim, ao conectar mltiplos corpos danantes, suas dife-renas impressas no movimento tm a possibilidade de se(re)organizarem, construindo novos territrios estticos e novas rela-es no processo de criao e novos sentidos para/com o corpo, resul-tando em uma rede complexa de significao. Por esse prisma, definoa cartografia dos mltiplos corpos danantes como um mapa mutante,no linear e no-conclusivo, no qual o corpo se inscreve no espao aomesmo tempo em que o espao se inscreve no corpo.

    Compreendo o contexto da cultura contempornea e o corpo comoconfiguraes no isoladas e como fenmenos complexos. Nesse sen-tido, no processo de pesquisa, articulei um delineamento terico quepossibilitou encontrar novas configuraes para compreender a inser-o de mltiplos corpos na Dana. Desse modo, lancei um olhar plu-ral e multidisciplinar sobre o objeto de estudo, no intuito de tecernovas articulaes que se aproximassem do paradigma da complexi-dade (MORIN, 1996) e que favorecessem a construo do pensa-mento, de acordo com a acepo deleuziana, como um processo, jque os conceitos precisam ser inventados e isso no se faz seno noembate, no confronto ou mesmo no agenciamento com outros con-ceitos (DELEUZE apud SCHPKE, 2004:14).

    Para a perspectiva esboada nesta investigao, o conceito de dife-rena proposto por Deleuze (1988) tornou-se fundamental para asdiscusses em torno do objeto de estudo. Para esse autor, o conceitode diferena no est preso aos princpios norteadores da representa-o (identidade, analogia, oposio e semelhana), devendo ser vistacomo ruptura, descontinuidade, como um elemento perturbador deuma ordem previamente estabelecida. No sentido deleuziano, o ser sediz na diferena, expressando-se na multiplicidade, na sua divergncia,como algo acabado ilimitado.

    Como rea especfica tambm trago contribuies dos DisabilityStudies (ALBRIGHT, 1997; JOHNSTONE, 2004; KUPPERS, 2003;AUSLANDER, SANDHAL, 2005), um novo campo interdisciplinar quebusca apreender como fatores sociais, culturais, polticos e econmi-cos definem a deficincia e a diferena. Essa teoria tambm visa cons-truir proposies, sendo aqui enfatizada as artsticas, que apresentemuma ruptura com o modelo mdico que se baseia na patologizao e,como decorrncia, na excluso social da pessoa portadora de deficincia.

    Em relao ao corpo que dana utilizei um aporte terico quevem discutindo o corpo como uma rede de relaes que vai