Melhoria No Processo de Software (1)

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1 INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DO CENTRO OESTE DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO Leilane Silva Borges MELHORIA NO PROCESSO DE SOFTWARE Artigo Científico apresentado ao IECO como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Software sob orientação da Professora Julia Rocha. TAGUATINGA 2015

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Visão básica sobre a melhoria no processo de software

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DO CENTRO OESTE

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Leilane Silva Borges

MELHORIA NO PROCESSO DE SOFTWARE

Artigo Científico apresentado ao IECO como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Software sob orientação da Professora Julia Rocha.

TAGUATINGA

2015

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MELHORIA NO PROCESSO DE SOFTWARE

Leilane Silva Borges 1

RESUMO A melhoria do processo de software é importante para que defeitos no produto possam ser evitados ao máximo possível, aumentando a produtividade, cumprindo prazo estabelecido sem necessitar alocar mais recursos e facilitando a manutenção. Por isso, é importante a implantação de processos bem definidos e guiados por conjuntos de normas. O desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de software é uma tarefa desafiadora, devido ao fato de que a complexidade de programação e as expectativas dos clientes aumentam significativamente com a evolução tecnológica. Atualmente as micro, pequenas e médias empresas tem a qualidade como fator diferencial, que as deixam com uma vantagem competitiva, além de garantir o bom desempenho dos produtos de software comercializados. Temos essa pesquisa como uma introdução básica de como a melhoria no desenvolvimento de software de uma empresa influência no crescimento e na busca para atingir suas metas. Palavras-chave: Software, desenvolvimento, melhoria.

ABSTRACT Improving the software process is important for product defects can be avoided as much as possible, increasing productivity, compliance deadline without the need to allocate more resources and easy maintenance. Therefore, it is important to implement well-defined processes and guided by sets of rules. The development, implementation and maintenance of software systems is a challenging task, due to the fact that the complexity of programming and customer expectations increase significantly with technological evolution. Currently the micro, small and medium enterprises have the quality as a differential factor that leave them with a competitive advantage and ensure the good performance of software products marketed. We have this search as a basic introduction on how to improve the software development company influence on growth and quest to achieve your goals.

Keywords: Software development, improvement.

1 Graduada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela - UNEB (União Educacional de Brasília)

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INTRODUÇÃO

A era da informação veio para nos apresentar um novo mundo, que

quebra todas as barreiras da comunicação e modifica a própria estrutura da indústria

de consumo. Assim o consumidor e a indústria passaram a valorizar não somente o

produto final, mas todas as fases do processo de construção/elaboração, incluindo a

fase de entrega. Então, começa uma maior preocupação com a intelectualidade e

comprometimento com a qualidade, que passa a ser fator de competitividade.

Segundo Cândido (2004), no início desse século, fatores como a globalização

da economia e a maior competitividade do mercado têm gerado inúmeros desafios

para as empresas. No caso das empresas baseadas em desenvolvimento de

software, construir sistemas em tempo hábil, com custos razoáveis e qualidade

adequada tornou-se fundamental.

A qualidade no processo de desenvolvimento de software influencia

diretamente no produto final, sendo um fator determinante para obtenção de

vantagem competitiva nestas organizações. Um processo de software caótico

demonstra a falta de eficiência, qualidade e organização e, consequentemente, leva

à perda de mercado.

Atualmente são vários os modelos de melhoria de processo de software

disponíveis no mercado, dos quais se destacam: CMMI, ISO 15504, ISO 12207 e o

modelo brasileiro MPS.BR. Todos têm em comum a busca da qualidade nos

processos, o que normalmente implica na melhoria da qualidade dos produtos.

QUALIDADE DE SOFTWARE

Qualidade de software é um conjunto de propriedades a serem satisfeitas de modo que o software atenda as necessidades de seus usuários. (INTHURN; CÂNDIDA, 2001, p. 22)

Com a grande mudança do mercado globalizado, o desenvolvimento de

software com qualidade passou a não ser mais diferencial para as empresas e os

profissionais, mas uma condição essencial para tornar essas empresas e

profissionais bem-sucedidos diante de um mercado altamente competitivo.

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Assim, em meio a tantos progressos em termos tecnológicos, o mercado de

software impõe à maioria das organizações o objetivo imprescindível de atingir um

alto nível de qualidade de seus produtos e serviços. Considerando a qualidade e a

adequação do processo de desenvolvimento como um dos principais fatores de

sucesso de um projeto e da qualidade de um produto, é crescente o interesse de

empresas por modelos e métodos para melhoria da qualidade dos processos de

software.

De acordo com o dicionário Michaelis (2003), qualidade pode ter, dentre

outras, as seguintes definições:

1 Atributo, condição natural, propriedade pela qual algo ou alguém se

individualiza, distinguindo-se dos demais; maneira de ser, essência, natureza.

2 Excelência, virtude, talento.

3 Grau de perfeição, de precisão, de conformidade a um certo padrão.

Logo, a qualidade dos processos de software objetiva garantir que todo o

processo de desenvolvimento, bem como o próprio produto final, esteja em

conformidade com um determinado padrão previamente definido, buscando

excelência e individualizando cada empresa.

Já a melhoria dos processos de software intenciona primeiramente

compreender os processos existentes para então modifica-los, não significando

simplesmente a adoção de métodos padronizados, modelos ou ferramentas. A

melhoria de processo deve ser vista como uma atividade específica para cada

organização necessitando, portanto, de um período gradual de implantação e

adaptação.

Independentemente da abordagem utilizada para a melhoria dos processos

de software, as empresas de software no Brasil precisam, segundo:

• Investir em métodos para prevenção de defeitos;

• Cultivar o hábito de medir os seus processos de software;

• Aprender a identificar as causas dos problemas ou defeitos;

• Saber agir corretiva e preventivamente para eliminar esses problemas ou

defeitos e, principalmente, as suas causas.

NORMAS ISO

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A certificação ISO 9000 é reconhecida por todos os países e setores, não só

pelo de software. Para uma empresa, a conquista da certificação ISO 9000 significa

alcançar padrão internacional de qualidade em seus processos. Entretanto, mesmo

no âmbito de um determinado setor, não é possível diferenciar o nível de maturidade

de uma empresa em relação à outra, em um conjunto de empresas que detenham

certificação ISO 9000, a não ser pelo escopo de certificação, pela qualidade do

certificador e pelo tempo pelo qual a certificação vem sendo mantida.

Desde a versão original de 1987, um ponto forte das normas ISO 9000 foi a

padronização dos requisitos mínimos da garantia da qualidade, que devem ser

atendidos pelos fornecedores de produtos e serviços.

A globalização da economia tem influenciado as empresas prestadoras de

serviços de software a alcançar o patamar de qualidade e produtividade

internacional para enfrentarem a competitividade cada vez maior. A norma

internacional NBR ISO/IEC 12207 – Tecnologia da Informação – Processos de Ciclo

de Vida de Software é usada como referência em vários países, inclusive no Brasil,

para alcançar esse diferencial competitivo. Ela tem por objetivo auxiliar os

envolvidos na produção de software a definir seus papéis, por meio de processos

bem definidos, e assim proporcionar às organizações que a utilizam um melhor

entendimento das atividades a serem executadas nas operações que envolvem, de

alguma forma, o software.

Já a ISO/IEC 15504 presta-se à realização de avaliações de processos de

software com dois objetivos: a melhoria dos processos e a determinação da

capacidade de processos de uma organização. Se o objetivo for à melhoria dos

processos, a organização pode realizar a avaliação gerando um perfil dos processos

que serão usados para a elaboração de um plano de melhorias. A organização deve

definir os objetivos e o contexto, bem como escolher o modelo e o método para a

avaliação e definir os objetivos de melhoria.

Segundo Côrtes (2001), a Norma ISO/IEC 15504 pode ser usada para a realização

de avaliações com dois objetivos:

• Melhoria de processo: A organização realiza a avaliação gerando um perfil

dos processos que será para a elaboração de um plano de ação de

melhorias. A organização deve definir os objetivos e contexto para a

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avaliação; escolher o modelo e o método para a avaliação; e definir os

objetivos de melhoria (CÔRTES, 2001). A Figura 1 ilustra o uso da Norma

ISO/IEC 15504 para melhoria de processo.

Figura 1 - Uso da Norma ISO/IEC 15504 para melhoria de processo Fonte: Côrtes (2001) CMM

O modelo CMM (Capability Maturity Model), desenvolvido pelo SEI (Software

Engineering Institute), financiado pelo DoD (Departamento de Defesa Norte

Americana) e ligado à Universidade de Carnegie Mellon, foi criado com o objetivo de

estabelecer um padrão de qualidade para o software desenvolvido para as forças

armadas. Foi concebido para o desenvolvimento de grandes projetos militares,

portanto para sua aplicação em projetos menores e em outras áreas é necessário

um trabalho cuidadoso de interpretação e adequação à realidade da organização.

Segundo e, o processo é uma sequência de etapas executadas para realizar

um determinado objetivo. O processo de software envolve métodos, ferramentas e

pessoas. Sendo assim, para um processo funcionar satisfatoriamente, ele deve

possuir:

Procedimentos e métodos que descrevam a relação entre as tarefas;

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• Ferramentas e equipamentos que deem suporte à realização das

tarefas, simplificando e automatizando o trabalho;

• Pessoas com perfil adequado, treinadas nos métodos e nas

ferramentas para poderem realizar as atividades adequadamente.

No modelo CMM foram estabelecidos níveis de maturidade referentes à

maturidade que a organização possui para desenvolver software, vide Figura 2.

Figura 2 – Nível de Maturidade - CMM

Fonte: Mauro César da Silva

As principais características dos níveis acima são:

• Nível 1 - Inicial: imaturidade organizacional; os processos são improvisados

e geralmente não são seguidos; compromissos de prazo e custo não são

cumpridos; o planejamento não é feito com base em estimativas; as

qualidades, procedimentos e conhecimentos pertencem às pessoas e não

aos projetos; as chances de sucesso dependem das habilidades pessoais dos

gerentes e desenvolvedores;

• Nível 2 - Gerenciado: políticas e procedimentos para gerenciar o

desenvolvimento de software estão definidas e são obedecidas; o

planejamento é baseado em estimativas e na experiência anterior de outros

projetos; os projetos utilizam processos definidos, usados, disseminados,

documentados, medidos e fiscalizados com rotinas de melhoria; os processos

afetados são puramente gerenciais (não técnicos) e pertencem aos projetos e

não às pessoas;

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• Nível 3 - Definido: os processos utilizados são estabelecidos e padronizados

em toda a organização; processos técnicos passam a ser considerados ao

lado dos processos gerenciais; tanto os processos gerenciais quanto os

técnicos passam a ser repetidos; os processos pertencem a organização e

não mais aos projetos;

• Nível 4 - Quantitativamente Gerenciado: são estabelecidas metas

quantitativas para os processos e produtos, medidas de qualidade e

produtividade são coletadas em todos os projetos; é estabelecido controle

estatístico de processos; a gestão passa a ser feitas com bases quantitativas;

• Nível 5 - Otimização: a organização está engajada na melhoria contínua de

seus processos; identificação de pontos fracos e defeitos; ações preventivas

sobre causas; mudanças mais significativas de processos e/ou tecnologias

são feitas a partir de análise de custo/benefício com base em dados

quantitativos.

MPS.BR

O MPS.BR (Melhoria de Processo de Software Brasileiro) é um modelo de

melhoria e avaliação de processo de software, preferencialmente voltado para as

micro, pequenas e médias empresas, de forma a atender as suas necessidades de

negócio.

A qualidade de um produto está diretamente relacionada à qualidade do

processo de desenvolvimento, desta forma, é comum que a busca por um software

de maior qualidade passe necessariamente por uma melhoria no processo de

desenvolvimento.

O MPS.BR motiva para o foco no processo de software, visando à qualidade

do processo, e tendo como consequência prática:

• aumento da qualidade do produto;

• diminuição do retrabalho;

• maior produtividade;

• redução do tempo para atender o mercado;

• maior competitividade e;

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• maior precisão nas estimativas.

É muito importante ressaltar que, o foco de um programa de melhoria de

processos, que define suas estratégias, políticas, atividades e

responsabilidades,deve estar vinculado aos objetivos de negócio da organização.

O programa mobilizador para Melhoria de Processo do Software Brasileiro

(MPS.BR) está em desenvolvimento desde dezembro de 2003. É coordenado pela

Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), com

apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Financiadora de Estudos e

Projetos(FINEP) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O propósito do programa MPS.BR é a Melhoria de Processo do Software Brasileiro. Este programa mobilizador visa à criação e aprimoramento do modelo MPS, em conformidade com as Normas Internacionais ISSO/IEC12207 – Software life cycle processes e ISSO/IEC 15504 – Process assessment, compatível com o CMMI, baseado nas melhores práticas da engenharia de software, adequado à realidade das empresas brasileiras; à disseminação e adoção do modelo MPS, a um custo razoável, em todas as regiões brasileiras, tanto em PMEs¹ (foco principal) quanto em grandes organizações privadas e governamentais. (CHAVES WEBER; KIVAL, 2008)

Conforme SOFTEX (2005), a base técnica utilizada para a construção do

MPS.BR é composta pelas normas NBR ISO/IEC 12207 – Processo de Ciclo de Vida

de Software e suas emendas 1 e 2 e a ISO/IEC 15504 – Avaliação de Processo e

seu Modelo de

Avaliação de Processo de Software ISO/IEC 15504-5, portanto o modelo está

totalmente aderente a essas normas. O MPS.BR também cobre o conteúdo do

CMMI-SE/SW ,através da inclusão de processos e resultados de processos em

relação aos processos da Norma NBR ISO/IEC 12207, conforme Figura 3.

Figura 3 – MPS-BR

Fonte: SOFTEX (2005)

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O MPS.BR está dividido em 3 componentes:

• Modelo de Referência (MR-MPS): contém os requisitos que as organizações

deverão atender para estar em conformidade com o MR-MPS. Ele contém as

definições dos níveis de maturidade, da capacidade de processos e dos 1 e 2,

ISO/IEC 15504 e adequado ao CMMI-SE/SW.

• Método de Avaliação (MA-MPS): contém o processo de avaliação, os

requisitos para os avaliadores e os requisitos para averiguação da

conformidade ao modelo MR-MPS. É baseado na norma ISO/IEC 15504.

• Modelo de Negócio (MN-MPS): contém uma descrição das regras para

implementação do MR-MPS pelas empresas de consultoria, de software e de

avaliação.

NÍVEIS DE MATURIDADE

O MR-MPS define sete níveis de maturidade de processos para organizações

que produzem software: A (Em Otimização), B (Gerenciado Quantitativamente), C

(Definido), D (Largamente Definido), E (Parcialmente Definido), F (Gerenciado) e

G(Parcialmente Gerenciado). O nível G é o primeiro estágio de maturidade e o nível

A é o mais maduro. Cada um dos níveis de maturidade possui um conjunto de

processos e atributos de processos que indicam onde a unidade organizacional tem

que colocar esforço para melhoria, de forma a atender aos seus objetivos de

Negócio e ao MRMPS. Assim, os níveis de maturidade são definidos em duas

dimensões: a dimensão de capacidade de processos e a dimensão de processos.

O processo de avaliação é estagiado. Isto é, podemos definir os níveis de

maturidade como estágios. Cada estágio possui seus processos e atributos

necessários. Existe um nível de maturidade associado à organização como um todo.

Cada nível tem uma distribuição de atributos como é mostrado no quadro a

seguir. É importante observar que os atributos dos processos são cumulativos em

relação aos níveis. Isto é, o nível F tem os atributos do nível G adicionado com AP

2.2, e assim sucessivamente. Isso torna óbvio que para uma organização obter o

nível F, necessita obter primeiro o G. Daí por diante.

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Quadro 01– Níveis de Maturidade

Nível G – Parcialmente Gerenciado (Processos)

O primeiro nível de maturidade é o G (Parcialmente Gerenciado), atuando na

Gerência de Requisitos e Gerência de Projetos. Este nível é composto pelos

processos mais críticos de gerência. De modo a melhorar o controle dos projetos,

organização deve implementar processos de apoio para o desenvolvimento de

software. Estes processos constituem o próximo nível do MRMPS, o F (Gerenciado).

O foco do Nível G está em planejar, executar e controlar o processo de

desenvolvimento/manutenção de software, estabelecendo compromissos para a

realização do processo e mantendo a situação das atividades do processo visíveis

para a gerência.

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Gerência de Projetos (GPR) - O propósito do processo Gerência de Projetos

identificar, estabelecer, coordenar e monitorar as atividades, tarefas e recursos que

um projeto necessita para produzir um produto e/ou serviço, bem como prover

informações sobre o andamento do projeto que permitam a realização de correções

quando houver desvios no desempenho do projeto.

Gerência de Requisitos (GRE) - O propósito do processo Gerência de

Requisitos é gerenciar os requisitos dos produtos e componentes do produto do

projeto e identificar inconsistências entre esses requisitos e os planos e produtos de

trabalho do projeto.

Nível G – Parcialmente Gerenciado (Capacidade)

A dimensão de capacidade de processos do MR-MPS é constituída de um

framework de medição. Dentro do framework, a medida da capacidade é baseada

em um conjunto de atributos de processo (AP). O MR-MPS, em total conformidade

com a ISO/IEC 15504-2, define nove APs, cada AP contém um conjunto de

resultados de atributo de processo (RAP) utilizados para avaliar a implementação de

um AP. Para medição dos processos do nível parcialmente gerenciado trabalha se

com dois deles:

AP 1.1 O processo é executado – medida de quanto o processo atinge seu

propósito.

AP 1.2 O processo é gerenciado – medida de quanto à execução do processo

é gerenciada.

Atributo de Processo (AP) Resultado do Atr ibuto de Processo (RAP) AP 1.1 RAP 1 AP 1.2 RAP 2 RAP 3 RAP 4 RAP 5 RAP 6 RAP 7

RAP 8 RAP 1 – O processo atinge seus resultados definidos.

RAP 2 – Existe uma política organizacional estabelecida e mantida para o processo.

RAP 3 – A execução do processo é planejada

RAP 4 – A execução do processo é monitorada e ajustes são realizados para

atender aos planos.

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RAP 5 – Os recursos necessários para a execução do processo são identificados e

disponibilizados.

RAP 6 – As pessoas que executam o processo são competentes em termos de

formação, treinamento e experiência.

RAP 7 – A comunicação entre as partes interessadas no processo é gerenciada de

forma a garantir o seu envolvimento no projeto.

RAP 8 – Métodos adequados para monitorar a eficácia e adequação do processo

são determinados.

MOPROSOFT

O propósito do MoProSoft (Modelo de Procesos para la Industria de

Software) é fomentar a padronização da operação da indústria de software no

México por meio da incorporação das melhores práticas em gestão e engenharia de

software com o objetivo de elevar a capacidade das organizações em oferecer

serviços com qualidade e alcançar níveis internacionais de competitividade [11].

Foi baseado na ISO 9000:2000, nos níveis 2 e 3 do CMM v1.1 (a versão

anterior do CMMI), na ISO/IEC 15504 e também contém elementos e melhores

práticas de outros modelos de referência como o PMBOK e o SWEBOK.

O modelo apresenta 3 categorias de processos:

• Alta direção: Gestão de Negócio;

• Gerência: Gestão de Processos, Gestão de Projetos e Gestão de Recursos

(com subprocessos: Recursos Humanos e Ambiente de Trabalho, Bens,

Serviços e Infraestrutura e Conhecimento da Organização);

• Operação: Administração de Projetos Específicos e Desenvolvimento e

Manutenção de Software.

Os níveis do MoProSoft apresentam os diferentes níveis de capacidade de

processos, conforme Figura 4.

Figura 4 – Níveis de Capa cidade – MoProSoft

Nível Capacidade do Processo 1 Realizado (Realizado) 2 Gestionado(Gerenciado) 3 Establecido(Estabelecido) 4 Predecible (Previsível) 5 Optimizado (Otimizado)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o grande crescimento e necessidades da área de Tecnologia da

Informação há a dificuldade no controle e mensuração da produção nessa área.

Desta forma, os modelos de melhoria e garantia da qualidade voltado para

empresas de software surgem como uma solução para empresas e consumidores

dos softwares. Melhorias de processo de software tratam métodos e tecnologias que

são utilizados para avaliar, apoiar e melhorar as atividades de desenvolvimento e

manutenção de software. Abordagens importantes como as normas ISO 9001 e a

ISO/IEC 12207, o modelo CMM (Capability Maturity Model) sugerem que

melhorando o processo de software, pode-se melhorar a qualidade de produtos.

Para os consumidores hoje a qualidade vale mais que o valor de mercado em

si do software.

Porém para as empresas, a implementação de novos processos de trabalho

implica em uma mudança bastante significativa não só no fluxo de trabalho dos

colaboradores, mas de toda a cultura organizacional da empresa. Sendo assim,

muitos desafios e resistências são encontrados, porém logo percebe-se as

vantagens e benefícios advindos de tais mudanças.

A qualidade de software não é uma ciência exata, por isso, modelos de

maturidade não são garantia de sucesso absoluto para nenhuma empresa. Mas

certamente servem muito bem como um guia de referência, um caminho a ser

seguido por empresas que desejam melhorar seu desempenho operacional de forma

consistente ao longo do tempo.

A abordagem teórica relacionada à Qualidade e Modelo de Qualidade do

Processo de Software foi imprescindível para a concepção deste trabalho, em

função dos conceitos, práticas e metodologias apreendidas no seu processo de

desenvolvimento de software. Para tanto, utilizou-se o modelo MPS.BR – Melhoria

de Processo de Software Brasileiro, como modelo de referência para aplicar a

melhoria de processo de software atendendo ao nível G; esse modelo se mostrou

como uma alternativa viável para implantação de melhorias de uma maneira gradual

e voltado à realidade da empresa.

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Definir processos é essencial, mas para que estes sejam efetivamente úteis, é

fundamental melhorá-los continuamente. A melhoria de processos envolve sua

medição e avaliação, para depois se poder pensar em ações de melhoria. Dada a

diversidade de aspectos envolvidos na Avaliação e Melhoria de Processos (AMP),

prover apoio automatizado a esse processo requer, geralmente, diversas

ferramentas que devem trabalhar de forma integrada e harmoniosa.

Portanto, para que tais ferramentas possam ser integradas é importante que

haja um modelo conceitual de referência.

REFERÊNCIAS

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BRASILEIRO (SOFTEX). MPS.BR – Melhoria de Processo do Software

Brasileiro: Guia de Implementação – Parte 13: Mapeamento e Sistemas de

Equivalências entre o MR-MPSSW:2012 e o MoProSoft:2005.

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