MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES€¦ · Coeficientes de herdabilidade estimados para...
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MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES
Melhoramento Genético Animal
Profa. Dra. Sandra Aidar de Queiroz
Departamento de Zootecnia
Curso: Zootecnia
FCAV – UNESP
Formação de Raças: isolamento geográfico
Seleção praticada por: Gregos galos de briga
Romanos produção de alimento
• 1828/1831: importações de aves Leghorn da Inglaterra pelos
Estados Unidos
• Início do interesse por características produtivas
• 1950: definição de três tipos de linhagens
Produção de Ovos Brancos: White Leghorn
Produção de Ovos Castanhos: Rhode Island (Red e White)
New Hampshire
Plymouth Rock Barrada
Fêmea
Macho
Leghorn – Mediterrânea - Ovos
PM=3,0 kg/PF=2,3kg
Pele Amarelada Ovo Branco
Leghorn Branca
Fonte: http://www.yp-connect.net/~poultry/id112.htm
Fêmea
Macho
Plymouth Rock – EUA – Ovos e
aproveitamento para Carne
PM=4,7 kg/PF=3,8kg
Pele Amarelada Ovo Marrom
Macho
Fêmea
Plymouth Rock
Barrada
Plymouth Rock Branca
Rhode Island Vermelha
Rhode Island - Ilha de Rhode -
Ovos e Carne
PM=4,0 kg/PF=3,5kg
Pele Amarelada, Ovo Marrom
Fêmea
Macho
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
EVOLUÇÃO DA POEDEIRA COMERCIAL
EVOLUÇÃO DA POEDEIRA COMERCIAL
ANO OVOS/ANO PESO OVO (g) C. A. (kg ração/dz ovos)
1910 80 55 4,10
1920 90 55 4,00
1930 120 54 3,25
1940 182 53 2,50
1950 219 54 2,08
1960 237 56 1,92
1970 255 57 1,77
1980 292 58 1,56
1990 304 57 1,50
2001* 318 57 1,40
* Previsão Fonte: Andrade (1990)
EVOLUÇÃO DO FRANGO E DA POEDEIRA
COMERCIAIS
Anos 50 Anos 70 Anos 90 Frangos
Peso vivo (g) 1409 1681 2043 Idade de abate (dias) 70 56 45.5
Poedeiras
Nº ovos/ciclo 219 255 328 Conversão alimentar (kg/dúzia) 2.08 1.77 1.60
Fonte: Rostagno et al. (1999)
FLUXOGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA DE OVO
Fábrica de
equipamentos
de insumos
químicos e
farmacêuticos,
fábrica de
rações
Avozeiros
Matrizeiros
Incumbatórios
Criadores de
galinha
Indústria
alimentícia
Abatedouros
Varejo
Varejo de
Aves vivas
Indústria de ovo
Indústria
alimentícia
Varejo
Atacadista
Importação de ovos de avós
40%
29%
19%
12%
Supermercado
Feiras, sacolões
e varejões
Avícolas
Empórios e
quitandas
Fonte: Martins et al. (2000)
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
Recursos genéticos:
Poedeiras de ovos brancos:
White Leghorn
Poedeiras de ovos castanhos: 1. Linha macho: Rhode Island Red
2. Linha fêmea:
White Wyandotte White Plymouth Rock Barred Plymouth Rock
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
Critérios de seleção A) Produção de ovos • Registro individual gaiola ou alcapão
• Nº de ovos ou taxa de postura Componentes da produção de ovos: 1. Idade à maturidade sexual (IMS) 2. Persistência da postura 3. Número de pausas
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
IDADE À MATURIDADE SEXUAL (IMS)
• Avaliada quando a ave põe o primeiro ovo • Dois genes controlam: um autossômico (E1) e outro ligado ao sexo (E) Objetivo: conciliar precocidade e uniformidade • Redução/geração: 1dia (MAIJALA, 1984) • IMS: White Leghorn: 140-155 dias
Rhode Island Red e Barred Plymounth Rock: 155-177 dias
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
IDADE À MATURIDADE SEXUAL (IMS)
• h² IMS=0,35 (variação de 0,09 a 0,66) • Linhas leves mais precoces que linhas pesadas • Aves precoces empenam mais cedo • Aves precoces têm maior incidência de prolapso • Dentro das linhas leves: aves pesadas mais precoces
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
Critérios de seleção TP
• h2 (TP) = 0,25 (0,03 – 0,85)
• Seleção pela família
• Seleção para aumentar produção de ovos:
Peso corporal Peso ovo IMS
• horário de postura sincronização
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
Critérios de seleção: TP
matriz postura 360 ovos/ciclo
• Uso de registro parcial: (21ª- 40ª semana)
1. Seleção indireta
2. Redução de custos
3. Redução no IG
MELHORAMENTO DE AVES DE POSTURA
Critérios de seleção: TP Registro parcial
____________
,______,______,_____,_____,______,_____,
18 21 30 40 50 60 70
INÍCIO DA POSTURA MUDA
rg entre produção 40ª e 70ª semana = 0,75
• Importância em função da comercialização
• Grande e Extra
• Média mantida em 57g (ANDRADE, 1990)
• Negativamente correlacionado com:
Produção de ovos e IMS
•Positivamente correlacionado com:
Qualidade do Albumén
Critérios de seleção: Peso do Ovo
• Variação causada por fatores não genéticos: Idade da ave • Correlação alta e + entre medições em idades t=0,75 • 1º ovo corresponde a 75% do peso ovo idade adulta • h² = 0,54 (variação de 0,15 a 0,84)
Critérios de seleção: Peso do ovo
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
• Avaliação e seleção feitas periodicamente, mas não em todas gerações
A) EXTERNAS
•Características da casca Cor, resistência e forma
Cor Azul >> Branca (Gene Dominante) Castanho e Branco – vários genes
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
• Espessura e resistência da casca medidas por Gravidade específica gravidade resistência • 3 medidas com micrômetro nas regiões apical, equatorial e basal do ovo média
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
B) INTERNAS • Cor da gema, índice gema (relação
altura/diâmetro) e viscosidade do albumén
• Tipos de Albúmen: 1. Camada interna (envolve a gema) 2. Camada externa (sob a clara) 3. Albúmen espesso 4. Albúmen calazífero (forma as calazas) • Medido em unidades Haugh (UH) = relação
logarítmica entre o peso e a altura do albúmen espesso
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
B) INTERNAS • h2 unidades Haugh = 0,70
• rg UH e eclodibilidade = 0,60
• UH – seleção indireta para eclodibilidade
(h2= 0,10)
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
B) INTERNAS • Manchas de sangue (ruptura de vasos no
ovário) e coágulos (lesões no oviduto)
h2 = 0,10 a 0,50 • Níveis de Colesterol redução no tamanho
da gema h2 níveis colesterol = 0,15 a 0,20 (Pereira,
2001)
Critérios de seleção: Qualidade do ovo
B) INTERNAS • Gema avaliada por escala colorimétrica NEPA – National Egg Production Association) • Seleção para aumentar tamanho da gema: gema tamanho do ovo
Critérios de seleção: Choco
Avaliação e seleção periódicas, mas não em todas as gerações
• Incidência de choco poedeiras pesadas • Choco produção de prolactina pela
adenohipófise estímulo prolactina pressão exercida pelos ovos e pintos no peito da ave
• Choco 2 pares genes autossômicos
dominantes e complementares
Critérios de seleção: Chôco
• Genes que determinam o choco: AB – choco Ab – pouco choco aB – pouco choco h²= 0,5 a 0,7 ab – ausência choco Seleção retirada das aves que apresentam
chôco Seleção para produção de ovos choco
rg = -0,50 Difícil eliminar totalmente, pois genes
permanecem em frequências muito baixas
Muda natural
•Processo natural de perda de penas (cabeça, corpo, asas e cauda)
• Estimulada pela redução comprimento do dia
• Pode estender-se até 16 semanas
• Muda parcial provocada por estresse
Critérios de seleção
Autosexagem
• Coloração das penas poedeiras de ovos castanhos
Cromossomo Z: ♂ (ZZ) e ♀ (ZW)
• Gene prateado (S): Dominante
• Gene dourado (s): Recessivo
Critérios de seleção: Redução de custos
A) Autosexagem
Matrizeiro
♂ ss (dourado) x ♀ S (prateada)
Comercial: Pintos
♂ Ss (prateado - amarelo claro)
♀ s (douradas - avermelhadas)
Critérios de seleção: Redução de custos
Critérios de seleção: Redução de custos
Fonte: www.dominant-cz.cz
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico White Leghorn Resistência Rhode Island Red ao calor Plymouth Rock Barrada Plymouth Rock Branca h² sobrevivência de WL sob estresse de calor = 0,30 a 0,45 (WILSON, 1966) Condições 40ºC e 75 % Umidade relativa
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico Na seleção visando aumentar a tolerância ao
calor deve-se considerar: (a)Características de importância econômica
que devem ser mantidas ou melhoradas
(b) Diferenças significativas entre raças, linhas e dentro de linhas
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico
Gene para Nanismo (dw)
Avozeiro: ♂ ZdwZdw anão x ♀ ZDWW normal
Matrizeiro: ♂ ZDWZdw normal
♀ZdwW anã x ♂ ZDWZDW normal
Galinhas Postura: ZDWW ♀Normal
ZDWZdw ♂ Normal
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico Gene para pescoço pelado (Na) gene autossômico de dominância incompleta • Na Na pescoço pelado, redução 40% empenamento • Na na pescoço pelado, com tufo de penas na área ventral do pescoço, redução 30% empenamento • na na normal
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico Gene para pescoço pelado (Na) • Gene Na em aves de postura: Produção de ovos Eficiência alimentar (EA) Viabilidade (sob elevadas temperaturas) Idade à maturidade sexual
Mortalidade Efeito melhor para aves semi-pesadas do que para as leves (MERAT, 1990)
Critérios de seleção: Redução de custos
B) Tolerância ao estresse calórico Gene para pescoço pelado (Na) • Desvantagens do uso do gene Na: Mortalidade embrionária
Eclodibilidade principalmente para
NaNa
Coeficientes de herdabilidade estimados para
características econômicas - aves de postura
Característica h2
Produção em galinha-dia
Registro Parcial: 90 a 120 dias prod. 0,25-0,30
Registro total: 500 dias produção 0,25-0,35
Produção total galinha alojada 0,05-0,10
Idade à maturidade sexual 0,15-0,30
Peso-Tamanho do ovo 0,40-0,50
Forma da casca 0,25-0,50
Cor da casca (vermelho) 0,30-0,90
Espessura da casca 0,25-0,60
Albúmen denso 0,10-0,70
Incidência de manchas e coágulos 0,10-0,50
Fertilidade 0,00-0,05
Taxa de eclosão 0,10-0,15
Taxa de sobrevivência 0,10-0,15
Fonte: PEREIRA (2001)
ESTRATÉGIAS DE SELEÇÃO E CRUZAMENTO USADAS NA AVICULTURA DE POSTURA
Características ligadas à produção de ovos:
Baixa herdabilidade
Relações antagônicas
Só se manifestam na fêmea
ESTRATÉGIAS DE SELEÇÃO E CRUZAMENTO USADAS NA AVICULTURA DE POSTURA
1. Seleção recorrente recíproca para características de baixa h2
2. Seleção recorrente recíproca modificada:
índice de seleção dentro da linha para características com efeito aditivo e
seleção de cruzamentos para aquelas que apresentam heterose
ESTRATÉGIAS DE SELEÇÃO E CRUZAMENTO USADAS NA AVICULTURA DE POSTURA
3. Seleção pela família ou de família:
para características específicas por linha
para muitas características
para características com alta h2
Fonte: GIANNONI & GIANNONI (1987)
ESQUEMA DE SELEÇÃO RECORRENTE RECÍPROCA E SELEÇÃO PELO
DESEMPENHO
Fonte: GIANNONI & GIANNONI (1987)
População A Machos e fêmeas
População B
Machos e fêmeas
Seleção Familiar
ou desempenho
Seleção Familiar
ou desempenho
AB
População A1
Machos e
fêmeas
População B1
Machos e
fêmeas
A1B1 Seleção Familiar
ou desempenho
Seleção Familiar ou desempenho
População A2
Machos e fêmeas
População B2
Machos e fêmeas
PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE
AVES DE POSTURA DA EMBRAPA
Ovos brancos 2 linhagens Leghorn (CC e DD)
Ovos castanhos linhagens:
♂ Rhode Island Red GG e MM
♀ White Plymouth Rock SS
Fonte: FIGUEIREDO et al.(2000)
PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE
AVES DE POSTURA DA EMBRAPA
Cada linhagem 80 ♂ e 560♀
População Controle 60 ♂ e 240 ♀ em acasalamento ao acaso
Linha de ovos brancos e castanhos:
1. Seleção dentro de linha
2. Seleção recorrente recíproca
Fonte: FIGUEIREDO et al.(2000)
PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE
AVES DE POSTURA DA EMBRAPA
Características selecionadas
1. Produção de ovos (até 50ª semana)
2. Peso do ovo
3. Peso corporal
4. Conversão alimentar
Fonte: FIGUEIREDO et al.(2000)
PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE
AVES DE POSTURA DA EMBRAPA
Seleção pelo Método dos índices independentes de rejeição
Características selecionadas
1. Viabilidade
2. Idade maturidade sexual
3. Fertilidade 4. Eclodibilidade
5. Qualidade do ovo
Fonte: FIGUEIREDO et al.(2000)
ESTRUTURA FÍSICA NECESSÁRIA AO PROGRAMA DE MELHORAMENTO
Granja de pedigree – aves elite e bisavós Incubatório de pedigree – nascem pintos
pedigree, bisavós e avós Granja de avós Incubatório de avós – nascem matrizes Fábrica de rações – tratamento químico e
térmico para eliminar enterobactérias
ESTRUTURA FÍSICA NECESSÁRIA AO PROGRAMA DE MELHORAMENTO
Laboratório de biosseguridade para monitoramento do plantel
Laboratório de genética molecular – suporte ao
melhoramento genético Granja de pesquisa – teste de desempenho do
frango de corte, testes de irmãos para rendimento de carcaça*
Setor da administração e vendas * Comparação do produto com os concorrentes
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
Novas metodologias de avaliação genética - estatística bayesiana Avanços na genética molecular - mapeamento do genoma de galinhas Novas abordagens no estudo da genética
quantitavia – QTL Mudança no fluxo de genes – gerações
contínuas e não discretas Novos critérios de seleção
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
Equipamentos mais sofisticados para tomar medidas no animal vivo
Automação na coleta de dados Produção especial para nichos de mercado - linhagens especiais Evitar-se-á, ao máximo, a endogamia Poliandria Preocupação crescente com bioseguridade