Meios de contraste

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MEIOS DE CONTRASTE EXAMES CONTRASTADOS Apenas um ano após a descoberta dos raios-x por Roentgen, foi publicado o primeiro estudo conhecido usando realce do contraste. Era uma radiografia do estômago e intestino de um porco, com os órgãos cheios de subacetato de chumbo. Foi possível observar as estruturas dos órgãos e destacar a substância contrastada em relação a outras estruturas adjacentes. Desde aquele dia substâncias capazes de realçar os órgãos passaram a ser conhecidas como agentes de contraste ou meios de contraste. Em 1897, o primeiro estudo que comparava a radiopacidade de diversos agentes de contraste incluiu o iodeto de potássio, brometo de potássio, subnitrato de bismuto, e diversos outros. Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos ventrículos cerebrais ocasionados por uma fratura do crânio. Em 1918 o cirurgião americano Walter E. Dandy descobre que, ao injetar ar por uma agulha diretamente nos ventrículos cerebrais, estes se destacavam na radiografia, permitindo assim um grau adicional de referência espacial, além dos acidentes ósseos. Dandy Baltimore desenvolve a ventrículografia cerebral, substituindo o líquor por ar. Prof. Danilo Sanches Meios de Contraste Página 1

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MEIOS DE CONTRASTE EXAMES CONTRASTADOS

Apenas um ano após a descoberta dos raios-x por Roentgen, foi publicado o primeiro estudo conhecido usando realce do contraste.

Era uma radiografia do estômago e intestino de um porco, com os órgãos cheios de subacetato de chumbo. Foi possível observar as estruturas dos órgãos e destacar a substância contrastada em relação a outras estruturas adjacentes. Desde aquele dia substâncias capazes de realçar os órgãos passaram a ser conhecidas como agentes de contraste ou meios de contraste.

Em 1897, o primeiro estudo que comparava a radiopacidade de diversos agentes de contraste incluiu o iodeto de potássio, brometo de potássio, subnitrato de bismuto, e diversos outros.

Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos ventrículos cerebrais ocasionados por uma fratura do crânio.

Em 1918 o cirurgião americano Walter E. Dandy descobre que, ao injetar ar por uma agulha diretamente nos ventrículos cerebrais, estes se destacavam na radiografia, permitindo assim um grau adicional de referência espacial, além dos acidentes ósseos. Dandy Baltimore desenvolve a ventrículografia cerebral, substituindo o líquor por ar.

O contraste iodado foi utilizado pela primeira vez por E. H. Weld. Administrado por via intravenosa em 1918, a substância era iodeto de sódio. A partir daí vários tipos de substâncias passaram por testes e evoluções até 1960.

Em julho de 1927, Egaz Moniz (Neurocirurgião Português) desenvolveu a angiografia cerebral pela introdução de contraste na artéria carótida com punção cervical.

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Por volta de 1931, J. Licord desenvolveu a mielografia com a introdução de um produto radiopaco no espaço subaracnóideo lombar.

Em 1952 desenvolveu-se a técnica da angiografia da artéria vertebral por punção da artéria femoral na coxa passando um cateter que ia até a região cervical, pela aorta.

Por volta de1970 através de cateteres para angiografia, começou se a ocluir (embolização) os vasos tumorais e ou aneurismáticos surgindo assim à radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, usam-se cateteres que dilatam e desobstruem coronárias, simplesmente introduzindo por punção pela artéria femoral, braquial e ou radial do paciente, com anestesia local.

Em 1970 surge a radiologia intervencionista e terapêutica; J. Hounsfield, desenvolve a Tomografia Computadorizada, acoplando o Raio X a um computador.

Hoje, a variedade e aplicação dos meios de contraste são estonteantes, e o campo continua a se desenvolver rapidamente, com trabalhos sendo realizados sobre agentes altamente específicos para aplicações ilimitadas.

Há muito tempo os métodos de exame por imagem incorporaram os chamados exames contrastados, utilizando um meio de contraste, seja iodado iônico ou não iônico e o baritado, sendo este último usado somente em área gastrointestinal.

O meio de contraste faz com que a imagem se destaque melhor, com boa qualidade e visibilidade obtendo melhor resultado do diagnóstico para os pacientes.

Por serem substâncias radiopacas destacam o local desejado nos raios-x aparecendo na cor branca.

Administrados nos pacientes por via oral ou venosa, em certos casos podem ocorrer às chamadas reações adversas que alteram o sistema do organismo do paciente.

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Variando de leves alergias com ou sem a verificação de náuseas a convulsões ou choque anafilático e óbito.

Egaz Moniz, brilhante médico português, realizou a primeira punção carotídea, sendo um expoente, o que permitiu o estudo de doenças da circulação cerebral.

Em 1929, Reinaldo dos Santos realiza sua técnica de aortografia abdominal com punção translombar.

A partir de 1933, foram desenvolvidos novos meios de contraste, por volta de 1950 iniciaram-se estudos que chegaram a um meio de contraste derivado da aceptilação do grupo amina, de menor toxicidade, evoluindo para os meios de contraste que são utilizados até hoje.

Outro marco importante, descrito por Seldinger em 1953, foi o que permitiu progredir com um cateter pela árvore arterial, também apresentando grande evolução de materiais e técnicas que tornaram possível navegar em regiões antes não alcançadas.

Toda essa evolução de conhecimentos e materiais apresentou como resultado a redução da morbidade e da mortalidade. Ainda se apresentavam algumas complicações relacionadas aos meios de contraste, que nos desafiam na busca de um método adequado.

A nefrotoxicidade e a reação alérgica são os dois principais fenômenos indesejáveis quando são utilizados os contrastes à base de iodo. Apesar do uso de contrastes não iônicos apresentarem uma diminuição desses efeitos, a procura de meios de contraste que não apresentassem tais fenômenos indesejáveis tornou-se constante.

OS MEIOS DE CONTRASTE

Nos exames de RX, algumas estruturas anatômicas são facilmente visualizadas devido à opacidade dos tecidos.

Exemplo: tecidos ósseos.

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Outros órgãos apresentam densidade semelhante em toda estrutura anatômica, impedindo sua perfeita visualização.

Exemplo: rins, estômago, intestinos, cápsulas articulares, etc.

A descrição das técnicas de realização dos exames com algum tipo de MC sempre obedece a alguns fatores como objetivos do estudo

CLASSIFICAÇÃO:Os meios de contraste são classificados quanto á

capacidade de absorção dos raios-x, composição química, capacidade de dissolução e vias de administração.

*Capacidade de Absorver Radiação:Positivos ou radiopacos: quando presentes em um

órgão absorvem mais radiação que as estruturas vizinhas.Negativos ou radio transparentes: é o caso de ar e

dos gases que permitem a passagem dos raios-x mais facilmente servindo assim como contraste negativo. (ex: radiografias de duplo contraste, ar e bário).

*Composição química:Iodados: contém iodo (I) como elemento radiopaco

em sua fórmula.Há dois tipos de contraste iodado usados, os iônicos

e os nãos iônicos. A estrutura química dos dois tipos é diferente e se

comportam diferentemente no organismo.Não iodado: não contém iodo (I), mas utilizam

substâncias como bário (BA SO4) ou gadolínio em sua fórmula.

*Capacidade de dissolução:Podem ser:Hidrossolúveis: dissolvem-se na água.Lipossolúveis: dissolvem-se em lipídios. (gordura).Insolúveis: não se dissolvem. Ex: sulfato de bário.

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*Quanto à via de administração:Oral: quando o MC é administrado pela boca.Parenteral: quando o MC é administrado por vias

endovenosas ou artérias.Endocavitário: quando o MC é ministrado por orifício

natural que se comunica com o meio externo. (ex: uretra, reto, útero, etc.).

Intracavitário: quando o MC é ministrado via parede da cavidade em questão ex: fístula.

Fatores Elétricos

Os exames radiológicos com contraste devem ser realizados com fatores de exposição que evidenciem os diferentes meios de contraste utilizados, como o iodo o bário e o ar.

Nos estudos feitos com bário se faz necessário o uso de alta kilovoltagem, devido o alto número atômico deste composto.

Quando do uso de compostos de iodo, a kilovoltagem de ser suficiente para atravessar as estruturas de interesse.

Nos exames com uso de ar, é recomendado uso de kilovoltagem alta e baixo mAs para diminuir o alto contraste na imagem produzido pelo ar junto das vísceras.

Devemos ainda considerar os movimentos peristálticos das vísceras e reduzir o tempo de exposição sempre que possível, evitando borrosidade da imagem radiológica.

Meio de Contraste ideal

Radiodensidade ótima; Hidrossolúvel; Baixa lipofilicidade; Baixa osmolaridade ou Isosmolar; Baixa viscosidade; Excreção rápida.

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Contraste Iodado

Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas capazes de melhorar a especificidade das imagens obtidas em exames radiológicos, pois permitem a diferenciação de estruturas sadias e patologias vascularizadas das demais.

ASPECTOS GERAIS Todos os meios de contraste iodados tem uma

estrutura básica formada por um anel benzênico, átomos de iodo e grupamentos complementares, onde estes últimos influenciam diretamente na sua toxicidade e via de excreção.

A opacidade do contraste iodado depende da concentração do iodo em sua fórmula.

Os meios de contraste iodados utilizados frequentemente são hidrofílicos, ou seja, tem baixa lipossolubilidade.

Essas substâncias podem ser administradas por diversas vias de acesso: endovenosa, intratecal, intracavitário, endocavitário.

Tipos de contraste iodado

Monômeros: são moléculas formadas por um único anel benzênico e com três átomos de Iodo ligados no anel aromático.

Dímeros: são moléculas formadas por dois anéis benzênicos ligas entre si por átomos de Iodo, totalizando seis átomos de Iodo.

Tanto os dímeros quanto os monômeros quando tiverem na sua composição final um elemento químico com carga, esses são chamados de MC iodado iônico.

Por sua vez, estes quando na sua composição final virem com um composto sem carga, como a água ou glicose, estes são chamados de MC iodado não-iônicos.

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Após a administração cerca de 70% do meio de contraste passa do plasma sanguíneo para o espaço intersticial, muito pouco contraste passa para o interior da célula, esse pico de passagem ocorre entre 2 a 5 minutos após a injeção. Após atingir esse pico a concentração do MC no espaço intersticial fica maior que no espaço vascular, então o MC faz o caminho inverso, voltando para a circulação onde passa pelos glomérulos e continua a excreção.

Passados 2 horas da injeção do contraste 50% já foram excretados pela urina.

75% excretados após 4 horas, e mesmo após 24 horas 5% do MC ainda estão na corrente sanguínea do paciente.

Contraindicações Pacientes com histórico de alergia anterior a um MC

iodado tem contraindicação absoluta ao contraste iodado;Qualquer tipo de alergia a medicamentos ou

alimentos;Anemia falciforme;Mieloma múltiplo;Uso medicamento metiformina;Asma;Insuficiência renal aguda ou crônica.

Contraste não iodado

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Sulfato de bário é um sólido cristalino branco com a fórmula química BaSO4. É pouco solúvel em água e outros solventes tradicionais, mas é solúvel em ácido sulfúrico concentrado.

O Sulfato de Bário (BaSO4) é um sal insolúvel em água e em gordura. É utilizado mundialmente como contraste em exames radiológicos, administrado por via oral ou retal. Os principais exames realizados com este contraste são o enema opaco, a radiografia de esôfago, estômago e intestino(s) e dos vasos da base do coração*. A absorção desta substância, tanto por via oral quanto por via retal, pode levar a reações tóxicas, que surgem nas primeiras horas após o uso. Os sinais e sintomas de intoxicação por bário são: náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal; agitação, ansiedade; astenia, lipotimia, sudorese; tremores, fibrilação muscular, hipertonia dos músculos da face e pescoço; dispneia, arritmia cardíaca; parestesias de membros superiores e inferiores; crises convulsivas e coma.

Várias preparações especiais de sulfato de bário estão disponíveis comercialmente. A maior parte dessas preparações contém o sulfato de bário apropriadamente associado em uma suspensão, para que resista por um longo período antes do uso sem precipitar. Mesmo assim, toda suspensão deve ser bem misturada antes do uso. Algumas marcas têm diferentes aromas e sabores, como chocolate, baunilha, limão, lima e morango.

BÁRIO RALOO sulfato de bário pode ser preparado ou comprado

numa mistura relativamente rala ou relativamente densa. A mistura bário-água do copo da contém uma parte de bário para uma parte de água. O bário ralo assume a consistência de um milkshake ralo, sendo usado no estudo de todo o TGI.

A velocidade com que o bário atravessa o TGI depende da suspensão e dos aditivos, da temperatura e da consistência da preparação, assim como da condição

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geral do paciente e do TGI. O mais importante é estabelecer as preferências e protocolos de acordo com o serviço de radiologia, garantindo um bom resultado. Quando a preparação é oferecida gelada, o gosto de gesso é muito menos incômodo ao paciente.

BÁRIO DENSOO bário denso contém três ou quatro partes de

BaS04 para uma parte de água e tem a consistência de um cereal cozido. O bário denso é mais difícil de engolir, porém é mais adequado para o estudo do esôfago porque desce lentamente e tende a aderir à mucosa esofagiana.

Contraindicações

Por ser um composto insolúvel, o sulfato de bário é contra indicado se houver qualquer chance de que possa escapar para a cavidade peritoneal. Isso pode ocorrer através de vísceras perfuradas, ou no ato cirúrgico se este suceder o procedimento radiológico.

Em qualquer dos dois casos, deve ser usado então contraste iodado ou hidrossolúvel, que podem ser facilmente removidos por aspiração antes da cirurgia ou durante esta; por outro lado, se essas substâncias passarem para a cavidade peritoneal, o organismo pode absorvê-la facilmente.

Quanto ao sulfato de bário não será absorvido e deverá ser removido pelo cirurgião, de qualquer lugar em que seja encontrado fora do canal alimentar.

Embora seja raro, já foi descrito pacientes hipersensíveis ao sulfato de bário, por isso todo paciente deve ser observado quanto a quaisquer sinais de reação alérgica.

DUPLO CONTRASTEA técnica de duplo contraste é amplamente

empregada na busca diagnóstica de certas condições e

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doenças durante o exame radiológico. Alguns centros também realizam esofagografia com duplo contraste. O uso de procedimentos com duplo contraste empregando meios radiopacos e radiotransparentes foi desenvolvido no Japão, onde há alta incidência de câncer gástrico.

O contraste radiopaco é o sulfato de bário. É usado o bário de alta densidade, oferecendo uma boa cobertura da mucosa gástrica. Há um recipiente comercializado, pré medido em que uma quantidade determinada de sulfato de bário é fornecida para que o técnico possa adicionar água e misturar completamente o contraste.

O contraste radiotransparente é o ar ambiente ou o dióxido de carbono. Para fazer o ar ganhar o TGI alto, pequenos furos são feitos com agulha no canudo usado para o paciente ingerir o bário. Assim, o ar será deglutido junto com o bário.

O dióxido de carbono é criado quando o paciente ingere cristais produtores de gás.

Duas formas comuns desses cristais são o citrato de cálcio e o citrato de magnésio. Ao alcançarem o estômago, esses cristais formam uma grande bolha de gás. O gás se mistura com o bário e força-o contra a mucosa gástrica, fornecendo melhores coberturas e visibilidade da mucosa e de seus padrões.

ELIMINAÇÃO INTESTINAL DO BÁRIO APÓS O EXAME (DEFECAÇÃO)

Urna das funções normais do intestino grosso é a absorção de água.

Qualquer mistura de sulfato de bário existente no intestino grosso após o procedimento radiológico ou o enema de bário pode se tornar endurecida ou solidificada e, consequentemente, dificultar a evacuação. Alguns pacientes podem requerer um laxante após o exame para ajudar a remover o bário.

Se os laxantes estiverem contraindicados, deve-se aumentar a ingestão de líquidos ou de mais óleo mineral

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até que as fezes fiquem livres de todos os traços do sulfato de bário.

Contraste iodado e reações adversas

O agente de contraste ideal deveria melhorar a qualidade das imagens sem produzir qualquer tipo de reação adversa, mas até o presente momento ainda não se dispõe desta substância. Reações adversas aos meios de contraste podem ocorrer após uma única ou após múltiplas administrações. É bastante usual classificá-las quanto ao seu mecanismo etiológico, grau de severidade e tempo decorrido após a administração do contraste, conforme se descreve a seguir:

Quanto ao mecanismo etiológico:Reações anafilactóides ou idiossincráticas

assemelham-se às reações alérgicas ou reações de hipersensibilidade a uma substância em particular e não dependem da concentração de iodo, das propriedades químicas do contraste, e do fluxo ou volume de solução injetada.

Os sintomas incluem urticária, prurido, tosse, angioedema, coriza nasal, náusea, vômito, hipotensão com taquicardia, broncoespasmo e edema laríngeo, podendo evoluir para choque e insuficiência respiratória severa.

Reações não idiossincráticas: são também chamadas de reações quimiotóxicas, uma vez que resultam das propriedades do contraste como hiperosmolalidade, quimiotoxicidade e carga elétrica, sendo passível de se estabelecer associações com a dose administrada, a concentração de iodo presente na solução e a velocidade de inoculação da substância.

Entre as manifestações clínicas evidenciam-se sensação de calor, gosto metálico na boca, sudorese, palidez cutânea, náusea, vômito e hipotensão com bradicardia, tontura, convulsão, reações cardiovasculares como arritmias e depressão miocárdica, hipervolemia,

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insuficiência renal, dor e desconforto no local da injeção que pode evoluir para flebite e ainda extravasamento de contraste.

Quanto ao grau de severidade:Assim sendo, as reações adversas classificam-se,

quanto ao grau de severidade, em leves, moderadas ou graves.

LevesSão aquelas reações autolimitadas, que cedem

espontaneamente e não requerem terapêutica medicamentosa, sendo necessária apenas observação. Podem manifestar-se como prurido, urticária leve, náuseas, vômitos, tontura.

ModeradasExigem tratamento farmacológico e observação

cuidadosa no serviço de radiologia, mas não requerem hospitalização. São caracterizadas por vômitos persistentes, urticária difusa, cefaléia, edema facial e de laringe, broncoespasmo ou dispnéia, taquicardia ou bradicardia, hipo ou hipertensão transitória.

GravesRequerem suporte terapêutico de emergência e o

paciente é hospitalizado para acompanhamento. Os sintomas de reações graves incluem arritmias com repercussão clínica, hipotensão, broncoespasmo severo, convulsão, edema pulmonar, síncope, fibrilação atrial ou ventricular e parada cardiorrespiratória.

Quanto ao tempo decorrido após a administração do contraste:

Agudas ou imediatasOcorrem no período em que o paciente está em

observação no serviço de radiologia e têm início durante a injeção ou nos primeiros 20 minutos após a administração do agente contrastante.

TardiasOcorrem após o paciente deixar o serviço de

radiologia, geralmente de 30 a 60 minutos após a administração do contraste. As manifestações incluem

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sintomas gripais, febre, calafrios, náuseas, vômitos, dor abdominal, fadiga e congestão.

Outras intercorrências suscetíveis de manifestação consistem em flebite, trombose venosa, parotidite e sialoadenite por iodo ou até arritmias e insuficiência cardíaca.

A Anamnese Uma anamnese cuidadosa colhida com o paciente

pode alertar a equipe sobre uma possível reação. Pacientes com história de alergia são mais propensos a sofrer reações adversas ao contraste.

Devem ser incluídas as seguintes perguntas ao paciente:

1. Você é alérgico a alguma coisa?2. Você já teve febre do feno, asma ou urticária?3. Você é alérgico a algum remédio?4. Você é alérgico ao iodo?5. Você é alérgico a algum tipo de comida?6. Você está tomando Glucophage (metiformina) no

momento?7. Você já realizou exames radiológicos que

precisaram de injeção intravenosa ou intra-arterial?Uma resposta positiva a qualquer dessas perguntas

alerta à equipe para um aumento na probabilidade de reações.

O questionário é muito particular de cada serviço, no entanto, é importantíssimo que o paciente entenda as perguntas e responda corretamente. Após o preenchimento o paciente ou responsável por ele deve assinar um termo tomando ciência dos riscos que envolvem o procedimento.

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