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    CEBB Introduo Meditao Silenciosa

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    Curso: Introduo

    Meditao Silenciosa

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    Introduo Meditao Silenciosa

    A busca da estabilidade na natureza bsica da mente o caminho direto da meditao, aquele no qual sebusca praticar a mente liberta, a condio de libertao. Lama Padma Samten

    1) Contexto, teoria e prtica da meditao:

    O que meditao? Muitas respostas so possveis, pois a palavra meditao usadaamplamente em diversas tradies religiosas, filosficas e, mais modernamente,cientficas. Cada tradio ir determinar o seu significado e contexto de uso. A meditaono encontrada apenas no budismo, as prticas meditativas/contemplativas soutilizadas nas tradies hindustas, nos diversos ramos da yoga, no cristianismo, noislamismo, no judasmo, no sikismo, nas correntes New Age, no taosmo, etc. No ocidentehouve uma grande popularizao da meditao nas dcadas de 1960 e 1970, especialmentecom o Zen budismo, a Meditao Transcendental e a yoga. Atualmente a meditao objeto de diversos estudos cientficos, sendo seus efeitos pesquisados em diversasaplicaes, como alteraes no sistema imunolgico, recuperao de doenas, capacidadede concentrao, etc.

    Etimologia: a palavra meditao vem do latim, meditare, significando ponderar, refletir;tambm significa voltar-se para o centro, no sentido de desligar-se do mundo exterior evoltar a ateno para dentro de si.

    Iremos abordar a meditao no contexto budista. Mesmo no budismo existem inmerasformas de meditao, com objetivos e tcnicas diferentes. Em nosso caso, a meditao omtodo que permitir as transformaes mentais, emocionais e fsicas sugeridas nocaminho ensinado pelo Buda. As diferentes instrues iro trabalhar diferentes qualidadesnecessrias ao longo do caminho espiritual.

    Alguns mestres apontam a meditao como um processo de familiarizao com algunsaspectos de corpo, energia, mente e tambm aspectos mais sutis, cuja atuao nem semprereconhecemos.

    No incio, necessrio entender qual a motivao que nos leva a meditar. Este um pontocrucial para obter os melhores resultados das prticas. No budismo Mahayana (que oque praticamos no CEBB) a motivao ser a busca da iluminao (liberao do sofrimentoe realizao da sabedoria primordial) e o desenvolvimento da capacidade de ajudar todosos seres.

    Ainda que esse encontro acontea a partir de prticas budistas, a meditao silenciosapode ser uma prtica contemplativa despida de qualquer carter religioso ou filosfico.

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    Ela pode ser uma experincia direta de melhoria da qualidade de vida. A meditaosilenciosa trar um maior equilbrio do corpo, da energia e da mente, levando a umasensao de bem-estar e paz.

    As tcnicas meditativas sero descritas mais adiante, havendo instrues para o corpo,para a energia (fala) e para a mente. Seguindo as instrues e repetindo as tcnicas muitasvezes, obteremos uma srie de resultados que esto entre os objetivos do caminhoespiritual.

    O objetivo da meditao silenciosa manter a mente estvel frente s situaes docotidiano, ou seja, buscamos no seguir os impulsos que surgem. A prtica da meditaodesenvolve a capacidade de parar diante das coisas e situaes e nos tira a obrigao dereagir a tudo.

    Atravs dela desenvolvemos tambm a lucidez, independente das circunstncias externas,permitindo que encontremos novos rumos para nossas aes na vida, no trabalho, nosrelacionamentos, em todos os nveis.

    Aprendemos que diante das coisas a primeira coisa sensata a fazer parar. Se reagimos scoisas de imediato j estamos presos. Quando temos esta capacidade de parar e no reagirtestamos uma possvel liberdade. Quando dispomos desta liberdade da no-ao podemosdirecionar nossa energia para aes mais lcidas.

    Atravs da prtica regular da meditao silenciosa, as aflies que surgem como emoesperturbadoras (orgulho, inveja, cime, competitividade, desejo/apego, preguia, carncia,raiva/medo) diminuiro naturalmente, melhorando as relaes consigo mesmo, com osoutros, com a sociedade e com a biosfera. As respostas automticas diante dosacontecimentos sero refreadas, e teremos maior capacidade de reagir de uma forma maisconstrutiva e positiva. Os diversos nveis de sabedoria podero ser alcanados, ampliandoa capacidade de enxergar a realidade como ela e de ajudar os outros seres. Amor,compaixo, alegria, equanimidade, generosidade, moralidade, pacincia, perseverana,concentrao e sabedoria se manifestaro de forma mais natural e com menos obstculosem nossas vidas.

    Atravs do treinamento da mente na prtica da meditao a disperso mental diminuir,tornando possvel a mente repousar sobre um objeto por um tempo maior. Essa dispersomuitas vezes surgir como sonolncia ou agitao.

    Os resultados da meditao no surgem, de modo geral, em um curto prazo. Os hbitosmentais e emocionais que cultivamos h muito tempo no so transformados da noitepara o dia. A prtica regular, sem grandes expectativas, dedicada e paciente trar osmelhores resultados.

    O bom que podemos comear exatamente do ponto onde estamos. Se silenciamos nossocorpo e nossa fala por alguns minutos a cada dia, certamente nossa qualidade de vida irse transformar, nossa mente ir se pacificar, de um modo natural.

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    Podemos escolher um canto especial em nossa casa, ou algum lugar ao livre. Sentar erespirar. De modo simples e profundo. Buscar em ns mesmos uma dimenso de silncioque no se altera diante das adversidades ou alegrias fugazes. No precisamos buscarnada muito mstico, Podemos apenas relembrar que estamos vivos, respirando, e nosconvidar a viver o mundo de modo mais livre e desimpedido. simples. Basta comear.Sem pressa, sem presso, apenas com interesse e ternura pelo processo.

    Lanando mo de mtodos artificiais, iremos reconhecer nossa condio natural de paz,contentamento e lucidez. A meditao silenciosa pode ser compreendida e vivida comoum processo que visa gerar autonomia, e no como mais um processo decondicionamento. Iremos treinar nossa liberdade frente aos impulsos e automatismos,recuperando uma autonomia de corpo, energia e mente.

    Segundo Lama Samten, as etapas descritas a seguir so um mtodo de realizao simplese eficiente, dirigido prtica de equilbrio e pacificao no contexto de nossas relaescotidianas.

    2) Aspectos preliminares que possibilitam a prtica

    2.1 - Ensinamentos sobre o Bom Corao: nossa motivao(Retiro conduzido por Lama Padma Samten, no CEBB Curitiba, Junho de 2003)

    Essa primeira abordagem, usada freqentemente por Sua Santidade o Dalai Lama, naverdade, nunca vai ser abandonada, ainda que existam as outras cinco formas. O fato dehaver outras abordagens significa apenas que a prtica do Bom Corao se tornar cada

    vez mais profunda e sofisticada. possvel dizer que todo o Budismo ir tratar dessaquesto, da questo de um Bom Corao.

    Inicialmente, esse Bom Corao ser apresentado como um aspecto natural, semprepresente na vida cotidiana. De um modo geral, para falar de um bom corao, os mestresfalam das mes, apontando para uma forma de ajuda sem expectativas de retorno. Elesfalam dessa me ideal, daquela que acolhe, que oferece o corpo e toda sua energia parapotencializar os outros seres. Dessa forma, eles nos fazem reconhecer que se ns estamosvivos porque essa me, na forma de uma pessoa ou de um conjunto de pessoas, deiniciativas e energias positivas ou mesmo de uma pessoa que no propriamente a mebiolgica, nos sustentou at aonde chegamos, ou seja, fomos efetivamente acolhidos,cuidados e, da mesma forma, continuamos a ser.

    Esse mistrio, essa energia positiva, essa forma sustentadora que se reflete diretamente emnossas vidas, tambm se manifesta de outras formas. Ela est presente nas casasconstrudas, nas ruas, nas escolas, em tudo o que h ao nosso redor. Todas essas formasexistem porque existe uma inteligncia que as providencia. Isso significa que ns nosunimos para promover coisas positivas. Existe uma energia sustentadora que produzbenefcios no apenas para uma ou outra pessoa, mas para proteger e sustentar todos osindivduos, toda a coletividade. Essencialmente, existe uma energia positiva que faz tudofuncionar. Sua Santidade o Dalai Lama diz: Apenas porque isso se torna corriqueiro, no

    notcia; a notcia surge somente quando isso falha. Ou seja, quando isso se torna natural

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    e algum faz alguma coisa completamente diferente, seja de forma agressiva ou de algumaforma amoral, ento isso noticiado, ao contrrio do que acontece quando essa energiapositiva est naturalmente operando.

    Nos meios de comunicao muito comum encontrarmos essa imagem, a nfase s aes

    desequilibradas, desarmonia, agressividade. Mas o fato que isso se trata da exceo,porque a disposio de promover os seres humanos, o planeta e a sustentao da vida estsempre presente, de forma natural. E no s essa energia existe, como ela tambm semanifesta de forma benigna. A linguagem por meio da qual as coisas so construdas no uma linguagem de agresso, uma linguagem de cooperao. De acordo com esseesprito de promoo do bem comum, torna-se natural ouvir e entender o outro, dialogar,encontrar pontos em comum, encontrar uma forma de operar em conjunto. E isso podeexistir no s no nvel da mente, mas tambm no nvel de corao, de energia. Assim,quando ns nos encontramos e trabalhamos juntos, entramos em acordo ou nos unimoscom algum, isso resulta efetivamente em uma grande alegria.

    E por que essa alegria? muito semelhante ao que acontece quando duas pessoas seamam a rigidez estrutural de cada um, curiosamente, rompida e a alegria surge.Mesmo que possamos surgir como seres isolados, no h como nos sustentarmos dessaforma, porque ns somos seres de relao. Apesar de nos pensarmos isolados, a nossarealizao se d na relao. Nem mesmo um Lama faria sentido se no fosse dessa forma.Ns no conseguimos viver isoladamente porque ns somos pontos em uma grande rede,pontos que surgem justo para estabelecer conexes. Se ns separarmos o ponto de suasconexes, ele deixa de existir.

    Por outro lado, cada ser imagina possuir uma misso, alguma coisa a fazer e esse o

    prprio processo de conexo. Cada um de ns diz: Eu sou arteso, mdico, advogado.Cada um faz alguma coisa. Na falta de um papel em algum processo de relao, surge acrise. Ns aspiramos urgentemente a que algum diga: Voc isso. E assim ressurge umeixo, um propsito. Mas na verdade, o que aconteceu? O fato de sermos reconectados rede faz com que tudo passe a fluir e se tivermos mritos isto se dar atravs de relaespositivas.

    No amor ou no encontro entre as pessoas existe como que uma vertigem, o que muitointeressante, porque nada mais parecido com a vida e a morte que o prprio amor.Quando encontramos algum, ns nos ampliamos e ao nos ampliarmos, tambmmorremos. Isso acontece ao mesmo tempo e os dois lados so bons porque ns estamos

    aprisionados em ns mesmos ao mesmo tempo em que gostaramos de nos ampliar. Essaampliao acontece no encontro com o outro e nisso h um pouco de morte. Existe umapequena histria que ilustra esse aspecto, ou seja, a aflio entre o desejo de ampliao e otemor pela prpria morte. Na histria, uma garrafa cheia de gua flutua no mar e,flutuando no mar, a gua presente dentro dela se debate com uma dvida terrvel: Se ovidro se quebrar, eu me dissolvo nesse mar, desapareo!. Mas ao mesmo tempo sabe queao se quebrar a garrafa, ela se tornar o mar, ir se ampliar.

    Esse ponto literalmente apaixonante porque existe uma aspirao ao encontro, seja comuma pessoa, seja com uma coletividade na qual a identidade se dissolva e ao mesmotempo se amplie. Todos ns buscamos isso. Essa a linguagem de um Bom Corao.Enquanto seres isolados, agindo a partir de uma viso particular, ns tentamos

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    intuitivamente preservar algo, aquilo que consideramos ser a nossa misso. Em outraspalavras, tentamos preservar o que viemos oferecer ao mundo, aquilo que adoraramosver o mundo recebendo. como se isso nos permitisse morrer e ao mesmo tempo nos verna perpetuidade de uma forma mais ampla.

    Essa aspirao faz surgir uma linguagem pela qual nos entendemos mutuamente. Quandonos olhamos, estamos oferecendo algo um ao outro, estamos oferecendo acolhimento,ampliao e tambm a dissoluo. Essa a linguagem entre os seres humanos, alinguagem do amor, do acolhimento, do carinho. Tudo segue nessa direo. Asidentidades sofrem pela sua condio de isolamento ainda que, paradoxalmente, tenham oideal de ampliao e dissoluo. Todos ns temos esse ideal. Se ns no tivssemos umideal de encontro, de amor, de bom corao, a nossa vida realmente pareceria sem sentido.No haveria uma vida emocional, no haveria essa eletricidade operando dentro de cadaum de ns.

    Todos os seres desejam a felicidade e desejam se afastar do sofrimento. Esse o objetivo

    bsico que surge como uma deciso mesmo em circunstncias muito difceis. Naproximidade da morte surge o sentimento de que alguma coisa deu errada, a sensao deque a vida poderia ter sido diferente e, assim, pode surgir a aspirao: Agora no temmais jeito, mas da prxima vez eu vou tratar de fazer tudo melhor, no vou cometer erros,vou encontrar uma forma de proteo ainda mais perfeita. Mas por outro lado, tambmhouve resultados positivos, houve bons momentos que no foram bem aproveitados.Logo, vem uma deciso: Da prxima vez, eu vou preservar a felicidade de uma formamais clara e decidida.

    Nesse sentido, permanece dentro de ns essa marca inconsciente, eu busco a felicidade e

    busco me afastar do sofrimento. No momento da morte, frente dissoluo e falta dequalquer poder sobre a situao que vivemos, sentimos essa eletricidade intensa associadaao medo e s vrias experincias mistas e confusas. Dessa experincia vai surgir umaobjetividade, vo surgir decises. Essencialmente, esses so os votos que determinaronossas tendncias futuras, quer isto esteja claro ou no. Isso significa que da prxima vezem que estivermos diante da felicidade, ns a tomaremos firmemente sem vacilar. E damesma forma acontecer com o sofrimento, ou seja, ns vamos acionar formas de proteoe vamos tentar mant-las e aprimor-las da melhor forma possvel. Essa a compreensodo voto bsico dos seres no mundo, o voto de buscar algo positivo por meio de coisaspositivas, pela afetividade do encontro, por uma eletricidade positiva.

    Alm de atrados pelas imagens positivas, ns somos ainda empurrados a fugir dassituaes negativas buscando situaes positivas. Essa complexidade, seja de modoconsciente ou inconsciente, opera dentro de todos os seres e reinos, incluindo os animais.Os seres operam dessa forma porque todos tm essa estrutura bsica que afloraexternamente como as mltiplas identidades e corpos de manifestao. As identidades sealegram e sofrem pelo exato fato de serem aquilo que so. Sofrem por se manifestarem deum modo particular e, por tanto, aspiram por ampliao. Nem sempre isso parecer claro,mas um bom exemplo desse aspecto seria o nosso prprio surgimento como profissionais.Toda definio pode se tornar uma priso, um obstculo. Talvez por muitas vezes nsaspiremos a ser outra coisa. Seja qual for a definio, ela se torna uma restrio. O prprio

    casamento pode, eventualmente, ser percebido como um empobrecimento porque ao noscasarmos, abandonamos a coletividade de seres e optamos por apenas uma pessoa. Isso

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    significa que cada definio, cada escolha tem riquezas e obstculos em si mesma.Qualquer definio, mesmo que positiva, pode ser percebida a partir de uma dimenso deaprisionamento e dessa experincia de limitao que surge a aspirao a nosampliarmos, nos dissolvermos, ultrapassarmos a priso. Toda a identidade sente essaaflio. Por outro lado, a identidade busca se autopreservar, se proteger, encontrar afelicidade atravs de si mesma, o que paradoxal, insolvel, experincia cclicainsupervel dentro da viso comum.

    Essa a forma pela qual todos os seres operam, a paisagem mental comum a todos.Quando ns entendemos que o outro est buscando algo positivo, ns estamos operandosegundo uma linguagem compreendida por todos, mesmo que no seja uma linguagemverbal. Assim, qualquer resposta em harmonia com essa paisagem ser chamada de umBom Corao. Mas ao falarmos em linguagem, importante compreender que ela s setorna efetiva quando as paisagens em que os seres operam so idnticas. Na biosfera esuas redes ecolgicas a mesma coisa, ns somos uma unidade e a linguagem dessa

    unidade uma linguagem amorosa, no uma linguagem de destruio. Todos os seresoperam em coletividade, em sistemas onde prevalece essa linguagem. Os pssaros, porexemplo, no vm para destruir as rvores, mas para preserv-las. Por tanto, no temsentido falarmos dos diferentes rgos ou seres isolados, necessria a compreenso daunidade. A linguagem de rede e inter-relao muito mais sutil e poderosa pois permitever alm. Mais poderosa ainda a linguagem que brota da viso da inseparatividade detoda a vida, da viso da paisagem ilimitada que nos dissolve enquanto separatividades.

    A coletividade tem um magnetismo de atrao e a partir dele ns estabelecemos vnculospositivos, surgimos segundo uma linguagem positiva e reconhecemos a sua operao.Esse ponto bastante enfatizado por Sua Santidade o Dalai Lama, pois essa a paisagem

    mental na qual os relacionamentos se tornam possveis. Se no entendermos isso,podemos aspirar a coisas que nos beneficiam, mas que so prejudiciais aos outros, coletividade. Essa uma linguagem que vai na contramo e perfeitamente natural quetodo o sistema reaja a esse tipo de abordagem isolando-nos. Isso ocorre naturalmente, umavez que ao abandonarmos a linguagem da coletividade, seja de rede ou de inseparativiade,ns nos isolamos, passamos a agir de forma autocentrada.

    Quando estabelecemos relaes negativas, no s surgimos como um problema aos olhosdos outros seres mas tampouco encontramos a felicidade no h como vivermos felizesde forma autocentrada e isolada. Ao buscar o isolamento, fatalmente estabeleceremos

    relaes negativas com o ambiente. Por conseqncia, terminaremos por adoecer aoperdermos a linguagem abrangente comum a todos os seres e entrarmos num processo deautocentramento. A linguagem autocentrada j , em si, a prpria doena.

    Apenas a compreenso de uma linguagem, pela qual ns surgimos como pontos de umarede permite o reequilbrio e a recuperao da sade, uma vez que ns usamos umalinguagem adequada a toda coletividade. Essa linguagem a linguagem do amor e dacompaixo, da boa vontade, de um Bom Corao. Portanto, se ns nos abandonarmos,morreremos enquanto uma imagem isolada para vivermos de uma forma mais ampla, issoir garantir nossa operao harmnica e sustentada em meio coletividade.

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    S ento o bom corao estar sendo verdadeiramente possvel e natural. No apenas SuaSantidade o Dalai Lama, mas todos os mestres, de alguma forma, lembram a necessidadede entendermos esse ensinamento e operarmos segundo um Bom Corao. A este nvel oBom Corao a prpria manifestao da natureza ilimitada em sua forma mais livre emmeio ao mundo. Ainda que parea uma abordagem inicial, temos aqui a culminncia doprocesso de liberao.

    No momento da morte, frente dissoluo e falta de qualquer poder sobre a situaoque vivemos, sentimos essa eletricidade intensa associada ao medo e s vriasexperincias mistas e confusas. Dessa experincia vai surgir uma objetividade, vo surgirdecises. Essencialmente, esses sero os votos que determinaro nossas tendncias futuras,quer isto esteja claro ou no. Isso significa que da prxima vez em que estivermos dianteda felicidade, ns a tomaremos firmemente sem vacilar. E da mesma forma acontecercom o sofrimento, ou seja, ns vamos acionar formas de proteo e vamos tentar mant-lase aprimor-las da melhor forma possvel. Essa a compreenso do voto bsico dos seres

    no mundo, o voto de buscar algo positivo por meio de coisas positivas, pela afetividade doencontro, por uma eletricidade positiva.

    2.2 A Flor de ltus - inteligncia que brota quando tomamos contato com anegatividade

    O LodoNegatividade e confuses, emoes perturbadoras (apego, orgulho, inveja, raiva, carncia,preguia)

    A gua lgrimasSofrimento na forma de tristeza, desnimo, violncia, revolta.

    O Talo do Ltus - O talo a motivao (compaixo)Quando reconhecemos as condies no auspiciosas e as lgrimas, brota em ns aaspirao de intervir de forma positivaGeralmente somos arrastados, no temos essa aspirao de ultrapassar. Qual seria o sinaldo surgimento do talo? Nossos olhos se abrem e brilham, surge uma energia em ns.

    A Flor de Ltus - Meios hbeisSurge a flor flutuando sobre a gua. Amadurecimento do ltus. Corresponde basecognitiva, os recursos que temos para produzir benefcios, a base que permite talsurgimento.Trata-se de um outro movimento de energia avaliamos se aquilo que o outro estfazendo vai ser favorvel ou no para ele mesmo, mais a viso de que ele no ainteligncia que ele manifesta. Ele livre para se manifestar atravs de outros tipos deinteligncia.Assim no congelamos o outro em sua forma aparente no o fixamos na negatividadeque ele expressa. Ele pode ultrapassar os condicionamentos que o conduzem a isso.

    SUA NATUREZA LIVRE! s vezes, pode surgir o talo, mas no o Ltus.

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    Radincia - Energia auto-surgida/alegriaCom essa motivao, vamos praticar, vamos sustentar esse nascimento na flor de ltus egerar benefcios. Surge uma alegria, uma energia que nem sabemos de onde brota.

    O Cu

    Ainda que tudo seja extraordinrio, tudo est dentro do espao bsico. Os Budas eBodistavas no tm realidade em si. Eles surgem, so manifestaes mgicas, livres,lcidas, dentro das bolhas.

    2.3 -Caminho gradual no Budismo

    Vale ressaltar que no caminho budista a meditao silenciosa no considerada umaprtica inicial. Para conseguirmos sentar imveis e em silncio precisamos ter cumpridoalgumas etapas anteriores. Essa a beleza do caminho gradual. Temos etapas s quaispodemos retornar.

    Se sentamos em silncio e nos sentimos muito perturbados, vamos localizar algumaspossveis causas para essa perturbao. Talvez nossas aes de corpo, fala e mente tenhamgerado sofrimento para ns mesmos e para os outros, trazendo algum nvel deperturbao ao silncio que nos propomos.

    No caminho gradual apontado pelo budismo, vamos localizar algumas fontes desofrimento. Vamos observar no nvel do corpo, aes como matar, roubar e gerarsofrimento atravs do sexo. No nvel da fala, aes como mentir, falar agressivamente,falar inutilmente e difamar outras pessoas. No nvel da mente, a avareza, a m vontade eas vises errneas. Tais aes so fontes de sofrimento para ns e para os outros.

    Vamos observar tambm que ao cultivar amor, compaixo, alegria, equanimidade,generosidade, moralidade, pacincia, perseverana, concentrao e sabedoria, geramosfelicidade para ns e para os outros.

    Estas recomendaes do Buda no partem de uma moralidade dogmtica, mas sim dopuro bom senso que surge da anlise dos efeitos das aes, que podem ser constatadosatravs da experincia direta. Estas etapas pertencem ao Nobre Caminho de Oito Passos(vide Anexo 2, pg 23) descrito pelo Buda, sendo que a meditao silenciosa ensinada nosexto passo. claro que no precisamos levar perfeio cada uma destas etapas anteriores parainiciarmos a meditao, o mtodo circular, avanaremos em todas as etapas ao mesmotempo.

    Outras compreenses preliminares que potencializam a prtica da meditao so: a vidahumana preciosa, a impermanncia, o sofrimento e o carma, conhecidos como os QuatroPensamentos que Transformam a Mente. A elas adicionamos a compreenso da dimensoprotetora e o refgio na lucidez absoluta como fonte de felicidade genuna. (vide Anexo 3,pg. 24)

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    3) Instrues para os nveis de corpo, energia e mente: posio de corpo, respirao,pensamentos

    Todas as instrues devem ser seguidas de acordo com a sua possibilidade, ningumcomea com perfeio em todos os pontos. A meditao pode funcionar muito bem

    mesmo que algumas destas instrues no sejam seguidas risca.

    Posio de corpo:

    Para que o corpo fique bem na posio de meditao sempre muito benfico trabalhar oalongamento da musculatura envolvida e soltar as diversas articulaes: tornozelos,

    joelhos, coxo-femural, coluna vertebral, pescoo, ombros, cotovelos, pulsos, dedos. Oalongamento ser conquistado lentamente, no deve ser forado. Tcnicas como yoga,pilates, etc, podem oferecer grande auxlio, mas a persistncia e a regularidade na prtica que traro a pacificao do corpo.

    1) Coluna ereta, sem excesso de tenso. Podemos encontrar a melhor posio balanando ocorpo para frente e para trs, para a direita e para a esquerda2) Braos ao lado do corpo, com os cotovelos levemente afastados3) Queixo encaixado4) Rosto relaxado, especialmente ao redor dos olhos5) Olhos: iremos meditar com os olhos abertos, direcionando a viso num ngulo de 45em relao ao cho, ou olhando diretamente frente. Quando a concentrao aumenta, anecessidade de piscar os olhos diminui. Tambm possvel meditar com os olhosfechados, mas como no budismo estamos buscando estabilidade para agirmos melhor em

    meio ao mundo, mais recomendvel treinar diante dos prprios objetos6) Boca: fechada ou levemente entreaberta, com a lngua tocando o cu da boca, o quediminui um pouco a salivao.7) Mos sobre os joelhos, ou no mudra (gesto) da meditao: mo direita sobre a moesquerda aberta, com os polegares levemente se tocando, as mos repousam sobre o colo.8) A posio deve ser sustentada, mas no deve gerar muita tenso, preciso buscar orelaxamento na posio.

    Como sentar?Existem vrias opes de acordo com as possibilidades de cada um.

    1) Postura do ltus completa:

    2) Postura do semi ltus:

    vista como a postura ideal para longos perodos de meditao,desde que seja facilmente realizada. Ou seja, preciso desenvolver oalongamento e a familiarizao necessrios ao longo do tempo. Nodeve ser forada, pois muito fcil se lesionar.

    Similar ao ltus completo, apenas com um p sobre a coxa da outra perna.

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    3) Pernas cruzadas:

    4) Outras possibilidades:

    Ajoelhado com banco de meditao, sentado numa cadeira, em p, deitado, caminhando(kinhin).

    Outras observaes e instrues:

    Um item importante para a meditao a almofada adequada. Existem vrios modelos:com enchimento de espuma, palha de arroz, alpiste, mais altas, mais baixas, redondas(zafu), retangulares, etc. Pode-se usar tambm o banquinho de meditao, alternando ouno com a almofada. Para saber qual a melhor opo para voc preciso testar.

    As roupas devem ser leves e facilitar os movimentos.

    A alimentao tambm influencia a meditao. Alimentos mais leves e em menorquantidade facilitam a posio e nos ajudam a permanecer atentos.

    O ambiente deve ser agradvel e permitir o isolamento. Se houver muitas fontes dedistrao por perto, ou se no nos sentirmos bem naquele local ser difcil praticar noincio. Podemos arrumar o local com objetos que nos inspirem, imagens, flores, queimarincenso (algumas pessoas podem ter alergia ou sentir vontade de tossir), etc. Os retirosprocuram facilitar o isolamento, com o tempo sentiremos vontade de aplicar mais tempopara aprofundar as prticas. Mais adiante seremos capazes de manter a concentraomesmo em lugares agitados, ou que sejam perturbadores, como praas, nibus, cemitrios,praias, etc.

    Quanto tempo meditar? A durao da sesso deve ser aumentada lentamente. Comeamoscom curtos perodos de 5, 10 ou 15 minutos. Mais importante do que a durao da sesso o nvel de concentrao na prtica. A regularidade no dia a dia tambm muitoimportante, abrir espao no cotidiano para que a prtica de meditao seja um itemimportante da rotina. Com o tempo vamos sentindo vontade de fazer sesses mais longasou retiros.

    No incio, a prtica em grupo facilita o treinamento. Percebemos que no grupo nossentimos mais fortes e menos distrados. Para isso existem os templos e salas demeditao. A prtica em casa, isolados, tambm necessria, mas mais fcil adquirirregularidade se comearmos com um grupo.

    Uma perna diante da outra, tocando o cho igualmente.

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    Durante a sesso de meditao procuramos manter a imobilidade do corpo. Procuramosno responder aos impulsos de coar, ajeitar-se, de mudar de posio, etc. Se sentirmosdor, avaliaremos se uma pequena dor e podemos continuar, ou se estamos nosmachucando; nesse caso, melhor parar.

    Com o tempo percebemos que a simplificao do estilo de vida facilita a prticameditativa.

    Posio de fala (energia):

    A posio de fala deve ser o silncio. A energia ser pacificada por meio da respirao.Permitimos que a respirao siga o seu ritmo natural, sem controle e sem interferncia.

    Posio de mente:

    A mente deve seguir as instrues da prtica especfica que estiver sendo realizada. Porexemplo, se uma prtica de concentrao unifocada, procuraremos manter nossa ateno100% no objeto de meditao, sem dar sequncia aos pensamentos. O movimento dospensamentos no deve ser visto como um inimigo. Lutar contra a prpria mente no geraresultados. A mente deve estar concentrada, mas relaxada. Pensamentos sobre o passadoou o futuro, aceitao ou rejeio, passam pela mente como nuvens no cu. No osreprimimos, mas tambm no os seguiremos.

    Em resumo, durante a meditao vamos procurar ficar relaxados, imveis, atentos eabertos.

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    4) Principais obstculos encontrados nos diversos nveis:

    Existem muitos obstculos que surgem durante as prticas meditativas, mas no incio elesesto divididos principalmente em dois grupos: a excitao ou agitao mental e o torporou sonolncia. A mente deve possuir uma qualidade de vivacidade durante a meditao,

    mas sem agitao. A posio do olhar ajuda a lidar com estes dois fatores, quandoestivermos mais agitados devemos olhar para baixo. Quando estivermos com sonodevemos olhar para cima. Inspirar e segurar o ar por alguns instantes tambm ir ajudar adiminuir o sono. comum as pessoas acharem que pioram quando comeam a meditar,pois a sua conscincia de si mesmas aumenta, e assim elas percebem melhor a agitao emque suas mentes se encontram.

    A dor fsica ir diminuir com o tempo de prtica, com o alongamento e com o relaxamentomuscular. Devemos encontrar uma posio em que nos sintamos vontade. Isto podelevar algum tempo, portanto recomendvel trocar de posio a cada perodo.

    Podemos ter diversas experincias durante a meditao: ver luzes coloridas, imagensque se movem na parede, fortes sensaes de calor ou frio, histrias que surgem na mente,seres estranhos prximos a ns, etc. Todos estes efeitos no devem ser reprimidos, mastambm no devemos lhes dar grande importncia, pois eles nada mais so do quemanifestaes da prpria mente. Seguimos em frente focando a tcnica que estivermospraticando.

    Pacincia e perseverana so duas qualidades essenciais para sustentar a prtica. Sem elas,logo que os obstculos surgirem poderemos pensar que no levamos jeito para a coisa, que muito difcil, que os resultados vo demorar muito, que nesta vida no dar mais tempo,etc.

    5) Meditao conduzida:

    Nesta meditao iremos focar nossas mentes nas instrues que sero passadas.Sentaremos numa posio confortvel, a respirao tranquila e a mente flexvel ereceptiva.

    uma meditao preliminar, a qual podemos fazer com algum nos conduzindo, ou comum CD, DVD, ou ns mesmos podemos nos lembrar da sequncia de instrues. Ocontedo poder ser variado: um relaxamento conduzido, algum nos lembrando paramantermos um foco especfico, o direcionamento da energia atravs da respirao, algumavisualizao especfica, seguir um texto acompanhando os ensinamentos, etc.

    Alguns dos obstculos que podem surgir: distrao mental, perdendo a sequncia dasinstrues; tenso, ao ficarmos preocupados em no perder as instrues; modificao dasinstrues (por exemplo, somos orientados a simplesmente focar o p direito e a relax-lo,mas imediatamente comeamos a visualizar uma luz azul envolvendo o p, etc.), devido a

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    hbitos e outros ensinamentos que recebemos; sonolncia, por estarmos num processomais passivo, diminuindo a ateno mental.

    Outra forma tradicional desta prtica acompanhar o som de um sino. O condutor bate osino e ficamos atentos ao som at ele desaparecer. O condutor segue batendo o sino, epermanecemos atentos.

    6) Meditao Shamata com foco na energia dos cinco elementos

    Os cinco elementos do sentido de realidade s coisas. Por um aspecto do samsara,precisamos que nossos elementos de energia estejam a mais ou menos 70%, nosso corpoprecisa disso. Ento bebemos da energia que surge das situaes do samsara. Precisamoster brilho nos olhos, seno ficamos deprimidos.

    A vida o apego aos cinco elementos, temos apego aos cinco elementos, temos apego atudo que produz brilho em ns. Precisamos de uma boa bolha para os elementosaparecerem e nos movermos. Isso o samsara. Precisamos fazer como na meditao, fazera energia surgir de dentro. A pessoa quando est em meditao no est fazendo nada e aenergia precisa surgir. Esse o incio da emancipao do samsara.

    Observar a mandala dos cinco elementos, ou seja, eles j esto presentes, precisamosapenas reconhec-los. A dificuldade que temos em reconhecer a mandala dos cincoelementos vem da nossa fixao em manobrar a mente conceitual, esperando reconheceros elementos atravs de um comando da mente, ou seja, atravs dos pensamentosdiscursivos. A habilidade que precisamos desenvolver a de gerar uma liberdade frente aaparente obrigao em manobrar os pensamentos. Os elementos no so cognitivos,precisamos soltar a mente conceitual.

    Natureza Primordial a estabilidade que podemos obter, em verdade, a nicaestabilidade possvel.

    Iniciamos pelo reconhecimento e estabilizao de nossa energia atravs dos cincoelementos. A estabilizao dos cinco elementos ser a base na qual iremos partir para asprticas de shamata impura e pura.

    1) TER - Sentamos e mantemos luminosidade do olhar. Quando cansamos, o brilho noolho enfraquece. A mente possui capacidade de fazer surgir o brilho no olho por si s, sema necessidade de algo externo.

    Comeamos pelo reconhecimento do elemento ter: brilho nos olhos, clareza da mente, umbrilho que se funde com a espacialidade da mente. a origem secreta da vitalidade.

    Na viso da Mandala Primordial, elemento ter corresponde a vastido da mente,experincia de espacialidade.

    Lugar secreto de onde podem brotar ideias novas, vises novas, energias novas,alternativas diante das crises e das mortes inevitveis. Quando tudo se dissolve e as

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    tragdias parecem concretas, desse lugar que a luz ressurge e a vida se mostra possvelnovamente.

    Exemplo: som do sino

    2) AR - Esse brilho da mente produz o elemento ar, ns respiramos. Elemento ar trazexpanso, movimento, uma espacialidade que surge por dentro do brilho da mente. Naexperincia da Mandala Primordial, o elemento ar corresponde a expanso infinita doespao bsico, como respirar ao contemplar a amplido da realidade do alto de umamontanha. Expanso possvel da mente.

    Podemos tambm levar a respirao, o movimento do elemento ar, para cada parte donosso corpo.

    3) FOGO - Da unio desse brilho sutil do elemento ter com a respirao, o movimento doelemento ar faz surgir um calor interno e o nosso corpo se aquece: surge o elemento fogo.O elemento fogo produz uma sensao de vida, produz intensidade, permite ver as coisas,criar, dar significados, dar cor s experincias.

    Sentimos um calor sutil preenchendo nosso corpo. Podemos levar calor e aquecer cadaparte do nosso corpo, sentindo o elemento fogo o preenchendo de modo no causal.

    4) GUA - Do elemento fogo vem a fluidez do elemento gua, uma ausncia de rigidez eum conforto. Sentimos nosso corpo leve, fluido, sem tenso, pronto para agir. Qualidadedos rios de permear, avanar por meandros, no ir reto. Natureza Primordial fluida, no-obstruda.

    Podemos visualizar todo nosso corpo sendo inundado pela flexibilidade do elementogua.

    Ausncia de tenso, de obstruo, de rigidez, sentimos nosso corpo solto, nada crispado,possibilidade de fazer qualquer movimento a qualquer momento. Fluidez do elementogua tambm a no obrigatoriedade de responder aos impulsos dos pensamentos.

    5) TERRA -Na sequncia surge a estabilidade do elemento terra, uma serenidade, umaconfiana e no oscilao do nosso movimento. Capacidade de no nos abalarmos pelascircunstncias comuns.

    Segredo dos grandes mestres: no se abalar diante das circunstncias comuns, a seguranae o conforto no est na dependncia das circunstncias causais.

    No samsara, todos ns aspiramos estabilizar tudo, ter experincias slidas como uma casa,um carro, um relacionamento, um emprego. Mas tudo se mostra impermanente. Enquantono reconhecermos estabilidade da Natureza Primordial, no vamos conseguir estabilizarnada.

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    Sentamos como uma montanha, sentimos nosso corpo imvel, estvel, firme econtemplamos os Cinco Elementos!

    Uma vez reconhecidos os elementos, nossa prtica ser a de relaxar no reconhecimentodessa energia estvel que surgiu da contemplao dos cinco elementos, primeiramentenum foco fechado e depois num foco aberto.

    6.1) Shamata impura

    O foco de nossa meditao passa a ser a sustentao relaxada dessa energia estvel quesurgiu da contemplao dos elementos. Temos um foco claro e restrito, e nosso objetivo no oscilar da estabilidade surgida da contemplao dos elementos. Em shamata impurah uma experincia de fechamento para com as experincias que ocorram ao nosso redor,pois nosso foco nica e exclusivamente a sustentao do equilbrio interno da energia.

    a meditao que busca desenvolver a capacidade de dirigir a prpria mente. Deixaremosa disperso mental habitual de lado e procuraremos nos concentrar num foco nico demeditao, gerando a capacidade de nos isolarmos das condies externas (Niroda).

    uma meditao muito importante, a primeira forma pela qual vamos conter a ao doSamsara. Interrompemos a operacionalidade comum do mundo, funcionando dentro dens, e sentamos. Vamos praticar a liberdade de no precisarmos responder a um fluxo.

    O corpo deve estar imvel, com os olhos abertos, a respirao tranquila, a mente deveseguir a tcnica escolhida.

    Existem diversas tcnicas para o foco mental nesta meditao:a) Colocar uma imagem frente (no cho com ngulo de 45 em relao ao seu olhar, oudiretamente frente), mantendo os olhos fixos na imagem. No construmos nenhumahistria sobre a imagem. Simplesmente a observamos durante a sesso de meditao .Manter uma distncia adequada da imagem para no forar demais os olhos.b) Focar um ponto sua frente (na parede, no cho, etc).c) Acompanhar a energia que flui pelo corpo com a respirao. Sentimos a energia a cadarespirao e relaxamos. Meditao com foco na energia dos cinco elementos.d) Contar as respiraes. A cada inspirao contamos em uma sequncia de 7, 21, 108respiraes, por exemplo.e) Visualizar uma esfera de luz no centro do corao. Etc.

    A prtica de shamata (permanncia serena) trar como resultados uma sensao de bem-estar, clareza mental e diminuio do fluxo de pensamentos. A partir da estabilizao decorpo, energia e mente a sade tambm tende a melhorar. A responsividade diante dosacontecimentos dirios diminui, teremos maior liberdade para lidar melhor com assituaes. Esta prtica no leva liberao completa da ignorncia e do sofrimento, masgera uma capacidade necessria para desenvolver outras meditaes mais avanadas.

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    7) Meditao silenciosa em meio ao mundo shamata pura:

    Shamata pura passamos de um foco fechado para um foco aberto. Entretanto, no damos

    seguimento aos impulsos que surjam de olhos, ouvidos, nariz, lngua, tato e mente(pensamentos discursivos), mas mantemos o foco em permanecermos estveis na energiados elementos. Ainda que distraes possam surgir de nossa conexo com os seis sentidos,recuamos para o refgio no equilbrio de energia. O equilbrio da energia se torna o panode fundo para onde sempre retornamos ao nos distrairmos.

    A essncia da prtica de shamata no responder.

    Esta meditao trabalha a capacidade de no responder automaticamente aos estmulos,mesmo em meio ao mundo. As duas formas de shamata, impura e pura, geram umaproteo que impede que as seis emoes perturbadoras invadam nossas mentes e noslevem a realizar aes negativas. Assim, por exemplo, quando algum falaragressivamente conosco, teremos um momento de serenidade adicional paradirecionarmos nossa reao.

    8) Meditao do amor universal Metabhavana(Meta: amor universal Bhavana: meditao em Pli)

    Se quisermos realmente aproveitar os contedos que surgem em nossa prtica do silncio,

    podemos observar o que ocupa nossa mente enquanto praticamos meditao. Vamos nosdar conta que o que nos invade e prende nossa ateno durante as sesses de meditaoso aspectos de nossas vidas que no esto bem resolvidos, relaes que localizamos emalgum nvel de conflito e tenso. Porque conseguimos parar por alguns instantes emsilncio e localizamos essas regies conflituosas, elas sero a partir de agora o eixo dameditao de Metabhavana.

    Esta prtica extremamente poderosa e capaz de alterar nossos padres de relao, noapenas conosco mesmo, mas tambm com os outros seres, com a sociedade organizada ecom a biosfera.

    Metabhavana permite reconhecermos a vacuidade e plasticidade das relaes, pois vemosque perfeitamente possvel construir as relaes a partir da compaixo. O que vemos nosseres no o que est ali, propriamente, mas sim as marcas da nossa mente.

    Voc pode fazer uma lista de pessoas, tanto vivas como mortas, que tenham um nvel deimpacto em sua vida, positiva ou negativamente. importante fazer a prtica para simesmo tambm, pois estaremos mudando no s nossa viso sobre os outros como sobrens mesmos.

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    Metabhavana altera nossa capacidade de olhar para o mundo ao redor, ela nos colocapositivos mesmo quando o outro est negativo. No se trata de analisar se o que o outroest fazendo negativo ou no, simplesmente aspiramos liberao dele. No bastaapenas meditarmos, ainda que tenhamos a habilidade de shamata, quando samos eandamos pelo mundo, as coisas vm at ns, e ns ento aspiramos felicidade e liberao de todos os seres.

    Trazemos mente uma pessoa prxima ou no, com a qual a relao seja boa ou no, queesteja em dificuldades ou no. Montamos nossa lista de pessoas e ento visualizamos,uma a uma, e seguimos as oito recomendaes abaixo:

    Foque uma pessoa (...), que pode ser voc mesmo, ento repita:

    1.Que o ser seja feliz

    2.Que ele ultrapasse o sofrimento

    3.

    Que ele encontre as causas da felicidade4.Que ele ultrapasse as causas do sofrimento

    5.

    Que ele atinja a liberao de todo o carma, negatividade e ignorncia

    6.Que ele veja tudo com lucidez instantnea

    7.

    Que ele verdadeiramente desenvolva a capacidade de trazer benefcios aos

    seres

    8.

    E que encontre nisso as causas da sua energia e felicidade

    Reconhecemos em cada afirmao feita que isso mesmo possvel de ocorrer!

    Meditar nestas oito frases tem o poder de reconstruir as relaes, pelo simples fato de queas coisas no so to slidas quanto parecem, e muito menos as relaes. Podemoscomear com ns mesmos, depois com as pessoas mais fceis, depois as mais difceis.

    9) Dedicao de Mritos

    No fim de uma sesso de meditao e antes de retomar o curso de nossas atividades, importante fazer uma ponte entre nossa prtica e a vida cotidiana para que os frutos dessaprtica se perpetuem e continuem a alimentar a nossa transformao interior.

    Se interrompermos bruscamente a meditao para retomar nossas atividades como senada tivesse acontecido, a prtica da meditao ter um efeito reduzido sobre nossaexistncia, e seus benefcios sero to efmeros quanto flocos de neve caindo numa pedraquente.

    Uma maneira de assegurar a continuidade dos benefcios da meditao consiste em dedic-lospor meio de uma profunda aspirao, cuja energia positiva se perpetuar at que seuobjetivo se realize, como um floco de neve que cai e se dissolve no oceano, e durar tantoquanto o prprio oceano.

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    Para tal, formulemos este desejo:

    Que a energia positiva nascida no somente dessa meditao mas de todos os meusatos, palavras e bons pensamentos, passados, presentes e futuros, possa contribuir paraaliviar os sofrimentos dos seres, a curto e longo prazo.Pensemos que essa dedicao dos benefcios de nossos atos no como uma diviso deum bolo entre mil pessoas das quais algumas recolheriam apenas migalhas, mas que cadaum dos seres receberia o total.

    Que essa dedicao seja um selo indispensvel a toda prtica espiritual e permita que aenergia construtiva proveniente de nossa meditao e de todos os nossos atos positivos seperpetue.

    10) Concluso:

    Neste curso aprendemos algumas tcnicas de meditao e agora pode surgir a pergunta:O que fazer com isto tudo? Todos aqueles que procuram praticar a meditao deparamcom o obstculo bsico de encontrar tempo em suas rotinas agitadas e ocupadas paraintroduzir a meditao silenciosa. A abordagem apenas atravs da disciplina dificilmentefuncionar, ela se sustenta por algum tempo, mas diante da menor desateno ouproblema mais grave no conseguimos seguir com regularidade. Assim, melhor encontrar bem-estar e alegria na meditao e ver seus efeitos em nossas vidas, a nossentiremos motivados a praticar mais. Melhor ainda avaliar nossa motivao aosentarmos para meditar, se nossa motivao for autocentrada encontraremos maioresproblemas, se conseguirmos abrir nossas mentes para a necessidade de nos capacitarmospara ajudar os outros seres, ento o combustvel para a meditao durar um tempomaior.

    Para estabelecer uma rotina ser necessrio se esforar um pouco, abrir mo de certasvontades e saber dizer no, s vezes, aos convites que recebemos. Porm, sem exageros,sem dureza excessiva, que no trazem resultados mais rpidos. Se conseguirmos meditar15, 20, 30 minutos ou mais todos os dias, logo sentiremos os efeitos benficos. A meditao um mtodo que vem sendo testado h milnios, provavelmente o nico mtodo quepode nos ajudar a alcanar a paz mental e emocional que buscamos. Problemas,dificuldades, doenas continuaro surgindo em nossas vidas, mas seremos capazes delidar com eles de uma forma mais lcida e leve. Vale a pena experimentar!

    Boa prtica para todos! Que muitos possam ser beneficiados!!

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    Leituras Sugeridas:

    - Lama Padma Samten Meditando a Vida, Jia dos Desejos, Nascendo no Ltus, Mandalado Ltus, A Roda da Vida como caminho para a lucidez e diversas transcries de retiros e

    palestras www.cebb.org.br- S.S. Dalai Lama Como Praticar, Simple Path, O Sentido da Vida e outros.- Chagdud Tulku Rinpoche Portes da Prtica Budista-Shunryu Suzuki -Mente ZEN, mente de principiante- A arte de Meditar Matthieu Ricard- Meditao com foco nos 5 lungs Lama Padma Samten Youtubehttp://www.youtube.com/watch?v=xlo_BdzQBqA(a partir de 58 minutos)

    http://www.cebb.org.br/http://www.cebb.org.br/http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=50http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=51http://www.youtube.com/watch?v=xlo_BdzQBqAhttp://www.youtube.com/watch?v=xlo_BdzQBqAhttp://www.youtube.com/watch?v=xlo_BdzQBqAhttp://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=51http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=50http://www.cebb.org.br/
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    Anexo 1: Meditao conduzida

    Comeamos pela lembrana da posio do corpo: pernas cruzadas ou como for possvelsentar; cada um vai encontrar sua prpria posio, de preferncia, que seja firme.Tentamos deixar o corpo relaxado, expirar lentamente, longamente, relaxando o corpo.

    Fazemos isso por 3 vezes. Alinhamos a coluna, posio ereta, ajeitamos a almofada deforma a equilibrar a coluna de forma mais fcil; mos repousadas sobre os joelhos, olhosabertos, olhando em frente, ou a 45, ou algo entre 45 e horizontal. O pescoo no deve ficarinclinado para frente, o queixo um pouco recolhido, a coluna fica mais reta se o queixo ficaum pouco baixo. Vamos observando a tenso do corpo e vamos relaxando. Observamos seestamos inclinados para os lados ou para frente. Geralmente percebemos que seinclinamos um pouco para trs, ficamos mais confortveis. Ao encontrar a posio, temosvontade de respirar mais fundo. Relaxamos na posio e ficamos felizes em respirarfundo.

    Comeamos com uma descrio, podemos falar internamente ou algum na sala demeditao pode conduzir. Vamos sentir aquilo acontecendo, vamos produzir isso, cadaum a seu ritmo, aos poucos podemos fazer mais e mais lentamente.(cada uma das frases seguintes ser repetidas 3 vezes)

    Inspirando e expirando, eu acalmo o corpo...

    Inspirando e expirando, eu amplio a serenidade do corpo...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que produzem a serenidade do corpo...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que produzem a agitao no corpo...

    Inspirando e expirando, levo a serenidade do corpo a um ponto mximo...

    Inspirando e expirando, a serenidade assim obtida no se perde mais...

    Inspirando e expirando, eu estabilizo a energia...

    Inspirando e expirando, eu amplio a estabilizao da energia...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que estabilizam a energia...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que produzem agitao na energia...

    Inspirando e expirando, eu levo a estabilidade da energia culminncia...

    E assim eu repouso com o corpo e a energia estabilizados...Observando novamente a posio de corpo, observando a condio do corpo sereno,energia serena,

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    inspirando e expirando, eu acalmo a mente...

    Inspirando e expirando, eu amplio a serenidade da mente...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que conduzem serenidade da mente...

    Inspirando e expirando, eu observo os fatores que conduzem agitao da mente...

    Com o corpo, a energia e a mente estabilizados, eu agora avano em direo estabilizao mais elevada da mente...

    Com o corpo, a energia e a mente estabilizados, eu agora avano em direo culminnciada estabilidade da mente...

    Inspirando e expirando, eu atinjo a culminncia da estabilidade de corpo, energia emente...

    Inspirando e expirando, a estabilidade de corpo, energia e mente no so mais perdidas...

    Inspirando e expirando, eu sustento a estabilidade de corpo, energia e mente...

    Inspirando e expirando, eu pratico na mandala da serenidade dos Budas...

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    Anexo 2: O Nobre Caminho de Oito Passos

    1 Passo -Compreenso correta conhecer as 4 nobres verdades e gerar a motivao de selivrar do sofrimento

    2 Passo - Pensamento correto - No Praticar Aes Danosas com a Mente: m vontade,avareza, heresia (no sentido de aceitar ou defender teorias de mundo e doutrinas queproduzem sofrimento).

    3 Passo - Fala correta - No praticar aes danosas com a Fala: mentir, falar inutilmente,agredir com palavras, difamar.

    4 Passo - Ao correta No praticar aes danosas com o Corpo: matar, roubar, sexoimprprio.

    5 Passo - Meio de vida correto - Esse passo muito importante porque ele o primeiroponto em que somos convidados, de modo prtico, a esquecer a prioridade de nsmesmos e olharmos a todos com amor, compaixo, alegria e equanimidade, que so asquatro qualidades incomensurveis,e na prtica do dia-a-dia, praticar os seisparamitas dagenerosidade, tica, paz, esforo, concentrao e sabedoria.

    Sexto, Stimo e Oitavo Passos: As Vrias Etapas de Meditao

    6 Passo - Esforo correto. Diana (meditao) Praticar autodisciplina para obter aquietude e ateno da mente

    7 Passo - Ateno correta - onde ns aprendemos a reconhecer a vacuidade eluminosidade presente em todas as experincias - Prajnaparamita

    8 Passo - Concentrao correta - Sabedoria - E o terceiro aspecto da meditao justamente quando ns, atravs da meditao, localizamos aquilo que verdadeiramenteest presente e no envelhece (oitavo passo). Presenciamos aquilo que est vivo, alm deespao e tempo, nome e forma, vida e morte. No oitavo passo, ns aprendemos acontemplar isso em todas as direes. O prprio Buda os praticou na noite da suailuminao - a mente impertubvel que capaz de penetrar a verdadeira natureza darealidade.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Compreens%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Falahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_qualidades_incomensur%C3%A1veishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paramitashttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Autodisciplina&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Aten%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Aten%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Autodisciplina&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Paramitashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_qualidades_incomensur%C3%A1veishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Falahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Compreens%C3%A3o
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    Anexo 3: Os Quatro Pensamentos que transformam a mente

    Primeiro Pensamento: Vida Humana PreciosaNs temos um corpo humano, temos sade, e no estamos em condies no auspiciosas;estamos em lugares aonde os ensinamentos do Buda existem, e esto preservados.

    Segundo Pensamento: A ImpermannciaA impermanncia significa que aquilo que hoje est presente e favorvel podedesaparecer. Do mesmo modo, nossa sade, nossa condio de aproveitar osensinamentos tambm algo transitrio, triste pensarmos nisso, mas naturalmente essa a realidade. Ns precisaramos entender que a impermanncia pode se exercer sobre essesfatores, hoje positivos e que deveramos us-los do melhor modo.

    Terceiro Pensamento: O CarmaSo estruturas de respostas automticas que geram as aes no virtuosas correspondentesa estas marcas, ns temos essa fragilidade. Isso nos ajuda a compreender a importncia deusar os ensinamentos o quanto antes.

    Quarto Pensamento: O SofrimentoSe entendemos que as aes no virtuosas, junto com o carma, propiciam sofrimento parans, ento sabemos que se ns estamos bem agora, pode ser que daqui a pouco noestejamos mais; pode ser que estejamos imersos em sofrimentos devido s nossas prpriasaes, devido s nossas prprias estruturas crmicas que constroem essas conexes.

    A eles adicionamos mais 2 pensamentos:

    Homenagem a linhagemA compreenso da dimenso protetora. Homenagem ao lama absoluto, homenagem aoBuda e tambm linhagem toda. Nos alegramos pelo fato de que h muitos seres que, hojemesmo, em diferentes linhagens, em diferentes formas e diferentes tradies religiosas,dedicam-se inteiramente, integralmente, ao beneficio dos outros seres. Ns estamos dentrode uma conspirao positiva, h muitos seres articulados aspirando nosso beneficio. Alinhagem dos seres que esto aqui e dos seres que j passaram.

    E o refgioNs tomamos o Buda como nosso referencial, ns tomamos os ensinamentos do Buda edos mestres das linhagens, os ensinamentos mais elevados, o Darma, e tomamos a energiado nosso encontro, a energia da Sanga como a prpria essncia.Tomamos assim refgio na lucidez absoluta como fonte de felicidade genuna.

    Trecho transcrito Retiro Inverno 2008 Lama Padma Samten Viamo/RS

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    Anexo 4:Um pouco de histria do budismo...

    Em 563 a.C, nasce Sidarta Gautama, na regio de Lumbini norte da ndia, hoje Nepal.

    Sinais que provocaram a busca da iluminao: velhice, doena, morte e monge

    Primeiros passos: ascetismoCaminho do MeioMeditao e iluminao sob a rvore bodhi

    As Quatro Nobre Verdades O sofrimento existe O sofrimento construdo Pode ser desconstrudo Existe um caminho para isso Nobre Caminho de oito passos

    O Primeiro Conclio Budista teria tido lugar em Rajagrha (hojeRajgir,no estado doBihar,na ndia), no prprio ano da morte de Buda. O conclio foi presidido por Mahakasyapa,um dos mais importantes discpulos do Buda. Durante o eventoUpali eAnanda,tambmdiscpulos do Buda, recitaram, respectivamente, as leis monsticas e os ensinamentos reli-giosos do Buda.

    Por volta de 383 a.C houve o Segundo Conclio cisma: Hinayana ou Theravada Mahayana

    O budismo Theravada consolidou-se no sul e sudeste da sia (Sri Lanka, Birmnia,Tailndia, Laos, Camboja).O budismo Mahayana difundiu-se no Tibete, Monglia, Vietn, Coria, China e Japo)

    Entre os sculos V e VII d.C o budismo mahayana segue para a China, Coria e Japo,mesclando-se s religies e tradies locais.

    Nos sculos VI ou VII d.C o budismo chegou ao Tibete, onde se tornou religio oficial.

    O budismo tibetano tem origem no tantrismo e conhecido como Vajrayana ou veculode diamante e possuiu quatro principais escolas Nyingma, Kagy, Sakya e Gelug

    A partir de 1959 intensifica-se a expanso do budismo tibetano, especialmente para a ndiae EUA Tenzin Gyatso, atual lder espiritual tibetano: o 14 Dalai Lama

    Zen Budismo (Japo) e Chna (China): Escolas Rinzai (1191 mestre Eisei) e Soto (1227 mestre Dogen)

    Fonte: Colegiado Buddhista Brasileiro www.cbb.bodhimandala.com

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Rajgirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Biharhttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mahakasyapa&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Upali&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Anandahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anandahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Upali&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mahakasyapa&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Biharhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rajgir