Medicina veterinária: profissão do futuro e o futuro da profissão

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Informativo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro I Ano XXII - Nº 213 - abril de 2009 IMPRESSO Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro Endereço: Rua Torres Homem, 475, Vila Isabel CEP 20551-070 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2576 7281– Fax: (21) 2576 7844 www.crmvrj.org.br/E-mail: [email protected] CORREIOS Impresso Especial 9912172382-2007-DR/RJ CRMV-RJ Conselho atinge 10.000 inscritos Solteira, com 30 anos de idade, filha de japoneses, Mônica Nami Kosoegawa recebeu a inscrição de número 10.000, em março último. Formou-se em zootecnia, em 2002, pela UFRRJ e em medicina veterinária, pela Univer- sidade Estácio de Sá,em 2008. Seu interesse maior é pela área de clínica e cirurgia de pequenos animais. A inscrição 0001 é do colega Weber André Chagas, em 1965. Foi o primeiro presidente do então Conselho Regio- nal de Medicina Veterinária do Estado do Rio e Espírito Santo e aposentado pelo Ministério da Agricultura, em 1996. Na foto ele aparece (esquerda) recebendo o título de membro correspondente da Academia Paduana de Letras, Artes e Ciências. Na extrema direita, seu irmão e também médico veterinário Walker André Chagas. Nossa página na internet está sendo ampliada para prestar melhores serviços Sob a orientação do vice-presidente do CRMV-RJ e presidente da Comissão de Comunicação Institucional, MV Cícero Pitombo, o site do CRMV-RJ está abrindo novas janelas importantes para os profissionais e para as empresas. PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.02 Conselho tem novo Programa de Educação Continuada O objetivo é a permanente atualização e capacitação dos médicos veterinários formados e estudantes do RJ. O novo PEC está sob a responsabilidade da Comissão de Ensino e é coordenado pelo médico veterinário Irineu Machado Benevides Filho. PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.05 6 Veja a enquete! A Comissão Estadual de Ensino de Medici- na Veterinária, sob a presidência do professor Marcelo Hauaji de Sá Pacheco, escreve uma im- portante matéria sobre esse assunto, de interes- se tanto dos profissionais como da sociedade, em geral. PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.0 PÁG.04 Medicina veterinária: profissão do futuro e o futuro da profissão À esquerda: Weber André Chagas Mônica Nami Kosoegawa Edição Especial

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Informativo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro I Ano XXII - Nº 213 - abril de 2009

I M P R E S S O

Conselho Regional de MedicinaVeterinária do Estado do Rio de Janeiro

Endereço: Rua Torres Homem, 475, Vila IsabelCEP 20551-070 – Rio de Janeiro/RJ

Tel.: (21) 2576 7281– Fax: (21) 2576 7844www.crmvrj.org.br/E-mail: [email protected]

CORREIOS

ImpressoEspecial

9912172382-2007-DR/RJCRMV-RJ

Conselho atinge 10.000 inscritos

Solteira, com 30 anos de idade, filha de japoneses,Mônica Nami Kosoegawa recebeu a inscrição de número10.000, em março último. Formou-se em zootecnia, em2002, pela UFRRJ e em medicina veterinária, pela Univer-sidade Estácio de Sá,em 2008. Seu interesse maior é pelaárea de clínica e cirurgia de pequenos animais.

A inscrição 0001 é do colega Weber André Chagas,em 1965.

Foi o primeiro presidente do então Conselho Regio-nal de Medicina Veterinária do Estado do Rio e EspíritoSanto e aposentado pelo Ministério da Agricultura, em1996.

Na foto ele aparece (esquerda) recebendo o título demembro correspondente da Academia Paduana de Letras,Artes e Ciências. Na extrema direita, seu irmão e tambémmédico veterinário Walker André Chagas.

Nossa página na internet está sendo ampliada para prestar melhores serviços

Sob a orientação do vice-presidente do CRMV-RJ e presidente da Comissão de Comunicação Institucional,MV Cícero Pitombo, o site do CRMV-RJ está abrindo novas janelas importantes para os profissionais e para asempresas. PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.022222

Conselho tem novo Programa de Educação Continuada

O objetivo é a permanente atualização e capacitação dos médicos veterinários formados e estudantesdo RJ. O novo PEC está sob a responsabilidade da Comissão de Ensino e é coordenado pelo médicoveterinário Irineu Machado Benevides Filho. PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.055555

6Veja a enquete!

A Comissão Estadual de Ensino de Medici-na Veterinária, sob a presidência do professorMarcelo Hauaji de Sá Pacheco, escreve uma im-

portante matéria sobre esse assunto, de interes-se tanto dos profissionais como da sociedade, emgeral. PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.0PÁG.044444

Medicina veterinária:profissão do futuro e o futuro

da profissãoÀ esquerda: Weber André Chagas

Mônica Nami Kosoegawa

Edição Especial

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Jornal CRMV RJ2

Nosso site na internet está cada vez melhor

m dos destaques é a janela

“Oportunidades” que apro-

ximará as empresas – que empre-

gam – dos médicos veterinários e

zootecnistas à procura de oportu-

nidades de trabalho, o que, nessa

época de crise é especialmente im-

portante.

Acesse www.crmvrj.org.br

Veja a agenda de eventos no nosso site

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Editorial Romulo SpinelliRomulo SpinelliRomulo SpinelliRomulo SpinelliRomulo Spinellipresidente CRMV-RJ

Jornal CRMV RJ3

Presença do médico veterinárioe do zootecnista no Dia das Mães

C

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omemorar o Dia das Mães, homenageando aquela que sempre foi, desdeo começo dos tempos, a base da família, não é idéia recente. Ela nasceuna Grécia Antiga sob a forma de uma homenagem à Mãe dos Deuses -

Rhea - mulher de Cronos (nada a ver com Chronos, o do tempo) e depois prosse-guiu em Roma, dedicada a Cybele que para eles era a Mãe dos Deuses. As cerimô-nias tiveram início 250 anos antes do nascimento de Cristo.

Na Inglaterra, no Domingo das Mães, aos servos era concedido um dia defolga para que regressassem ao lar para visitar suas mães. Isso acontecia 40 diasantes da Páscoa.

Na medida em que o cristianismo difundiu-se pela Europa, os fiéis passaram ahomenagear a “Mãe Igreja” e no decorrer do tempo começaram a enaltecer simul-taneamente a Igreja e as mães.

Nos Estados Unidos, a idéia de dedicar um dia do calendário às mães, nasceuem 1872 de um grupo de pessoas liderado por Julia Ward Howe que protestaramcontra a crueldade da guerra e, na pessoa das mães, lutaram por um dia dedicadoà paz.

Mais recentemente, Anna Jarvis, consolidou a idéia de comemorar o Dia dasMães através de demonstrações de afeto expresso em palavras e atos e, em 1934,o presidente norte-americano Woodrow Wilson declarou oficialmente o segundodomingo de maio como o Dia das Mães.

No Brasil, desde 1918, no Rio Grande do Sul e de1921, em São Paulo, come-mora-se o Dia das Mães, em maio, e em 1947, por determinação do CardealArcebispo do Rio, Dom Jaime de Barros Câmara, o segundo domingo de maiopassou a ser o dia oficial em todo o território nacional, em homenagem à Maria,mãe de Jesus Cristo.

Mas... o que os médicos veterinários e os zootecnistas tem a ver com o Diadas Mães? Tudo.

Na produção e na fiscalização da qualidade dos alimentos de origem animal dealto valor biológico das mães e seus filhos o trabalho desses profissionais é damaior importância.

São eles os principais responsáveis pela produção e fiscalização da qualidadedo leite, do queijo, dos ovos, do peixe, da carne vermelha e seus produtos deriva-dos.

São alimentos indispensáveis ao bem estar da família brasileira sem os quaisuma vida saudável para mães e filhos seria impossível.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária, que congrega médicos veteriná-rios e zootecnistas, cumprimenta as mães do Brasil no seu dia e declara seu orgu-lho em colaborar para a sua saúde e a de seus filhos.

A quantidade de denúncias demaus serviços profissionais

vem crescendo muitoEssa é a constatação do trabalho realizado pelos médicos veteriná-rios Ismar A Moraes, Renata N. Ignácio e Cristina S. Grootenboer,respectivamente, ex-conselheiros e atual secretária geral do CRMV-RJ. Mas, a maioria das denúncias carece de fundamentos e provas.

A maioria das classes profissionais dispõe de códigos de ética aplicáveis aos seusprofissionais regularmente credenciados como forma de garantir o aprimoramentoprofissional e obediência aos princípios da sã moral. Na medicina veterinária, o atualCódigo de Ética Profissional está contido na Resolução No. 722 de 16 de agosto de2002 que substituiu a Resolução 322 de 15 de janeiro de 1981. A partir da publica-ção da Resolução 722 no DOU de 16/11/2002 o atual código passou a viger em todoo território nacional, seguindo o que foi estabelecido no art.16, letra “j” da LeiNo.5.517, de 23 de outubro de 1968, que regulamenta o exercício do profissionalmédico veterinário.

Processos disciplinares

Em caso de denúncias fundamentadas de comportamentos que atentem contra odisposto no Código de Ética, são abertos processos disciplinares que tramitam neces-sariamente nas fases de instrução e relatoria. Após ouvidas as partes denunciantes edenunciada e suas testemunhas, feita a apuração possível dos fatos, de acordo com oagravo praticado pelo médico veterinário infrator, mediante julgamento feito em ses-são plenária sigilosa pelos Conselhos Regionais, poderá ser atribuída uma penalidadeque variará desde a advertência confidencial, passando pela censura confidencial,censura pública, suspensão do exercício profissional e culminando com a cassação doexercício profissional. Considera-se, no estabelecimento da penalidade, a naturezadas infrações, que são classificadas como levíssimas, leves, sérias, graves e gravíssimas,além de seus atenuantes e agravantes.

Os colegas fizeram um levantamento no arquivo geral de protocolos de denúnciase de processos ético-profissionais do Conselho Regional de Medicina Veterinária doEstado do Rio de Janeiro, no período de 2000 a 2006 considerando o número dedenúncias arquivadas após a análise pela Comissão de Ética e o número de denúnciasque foram objeto de abertura de processos ético-profissionais.

Resultados

Num total de 234 denúncias, a maioria foi originária do público leigo (167=71%),seguida da denúncia feita ex-offício (43=18%), por médicos veterinários (18=8%) epor entidades públicas(6=3%).

A maioria das denúncias (137=59%) careceu de fundamentos e provas e por issofoi arquivada.

Do total de processos julgados (48=100%) observou-se que 18 (37%) tiveram adenúncia julgada improcedente e que 30 (63%) foram procedentes.

No que se refere às punições, foi aplicada a censura confidencial em 11 (37%)médicos veterinários denunciados, a advertência confidencial, em 15 (50%) a censurapública em três deles (10%) e aplicada a penalidade de suspensão, por 30 dias, em um(3%) dos denunciados.

Natureza das denúncias

Noutro trabalho, referente ao período 2006/2007, Cristina Grootenboer, RenataN. Ignácio e Ismar A Moraes, relatam que em relação à natureza das denúncias apre-sentadas elas referem-se às práticas médico veterinárias com indicativos de imperícia,imprudência e/ou negligência (36%), seguida pelas denúncias de prática de propa-ganda irregular (21%), charlatanismo (10%), realização de consultas ou vacinações emlojas (7%) e problemas decorrentes de procedimentos estéticos de banho e/ou tosa(5,5%).

Estes cinco principais motivos de denúncia representam 79,5% do total de recla-mações registradas.

É lamentável constatar que o número de denúncias vem aumentando muito mas,a maioria delas, sem provas.

Reflexões

Os autores esperam que os resultados aos quais seus trabalhos chegaram “pos-sam despertar as reflexões nos conselhos regionais e federal no sentido de divulgar eorientar seus membros para evitar punições em decorrência de denúncias que depõemcontra o bom nome da classe e ainda para que sirvam como informação para osprofissionais envolvidos com as disciplinas de deontologia e ética médico veterinária,e finalmente como estímulo para gerar novos levantamentos nos diferentes conselhosdo Brasil”.

Na produção e na fiscalização da qualidadedos alimentos de origem animal o trabalhodos médicos veterinários e dos zootecnistas

é muito importante

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A Profissão do Futuro eo Futuro da Profissão.

A Comissão Estadual de Ensino de Me-dicina Veterinária é presidida pelo Pro-fessor Marcelo Hauaji de Sá Pacheco etendo como membros os ProfessoresIrineu Machado Benevides Filho,Walker Nunes Chagas, Ismar Araújo deMoraes e Vinícius Rezende Ribeiro.

É um assunto que precisa ser abordado pela soci-edade médica veterinária com a prudência necessáriaà construção de um projeto de futuro sólido, consis-tente e relevante, porém com o dinamismo essencial eempreendedor, planejado e estratégico, de forma aassegurar a prosperidade e atender às novas necessi-dades da sociedade mundial.

A Profissão do Futuro e o Futuro da Profissão de-vem, hoje, ser tema de ampla e profunda discussãonos órgãos reguladores e nas associações profissio-nais, bem como na academia e em todos os setoresque geram trabalho ao médico veterinário. Pois deve-mos nos preocupar com o desenvolvimento e a dire-ção que o mercado sinaliza para que os profissionaisda Medicina Veterinária possam suprir as demandasnas áreas de relevância para o desenvolvimento regio-nal, nacional e internacional.

Se avaliarmos o ambiente e suas movimentaçõesverificamos um processo bastante dinâmico e inova-dor o que nos conduz a uma real e urgente necessida-de de articular saberes entre os mais diversos conteú-dos e formações, estimular e preparar o futuro médicoveterinário, para um despertar inovador, critico e cria-tivo e não correr o risco de um distanciamento entre aformação e as demandas de mercado, diminuindo aempregabilidade e a fixação do profissional neste ce-nário competitivo.

O Brasil se apresenta hoje com um número ex-pressivo de cursos de graduação em Medicina Veteri-nária (aproximadamente 160) distribuídos em diver-sas regiões, gerando grande competitividade e, porisso, exigindo cuidados constantes com o processo deformação profissional. Nesse sentido é fundamentalque as Instituições de ensino e os docentes estejamtotalmente comprometidos com a qualidade do ensi-no e com a excelência da formação. A formaçãogeneralista, estratégia proposta pelo MEC para ser abase da formação das profissões no Brasil, deve estarassociada com modelos pedagógicos que valorizemoutras habilidades, competências e valores cada vezmais requisitados pelo mundo do trabalho.

A mudança dos paradigmas sobre os quais nossaprofissão é vista, pela sociedade, é o grande desafio aser superado e repensar os rumos da profissão é tarefaurgente e compromisso de todos: órgãos representati-vos da categoria, estado, professores, instituições deensino e profissionais.

Esse novo mundo, rápido, global e complexo queé gerido pelo conhecimento e pela informação estáexigindo uma formação acadêmica maiscomplexa onde, além das habilidades ecompetências próprias da medicina vete-rinária, a visão empreendedora, o conhe-cimento de ferramentas estratégicas, a ini-ciativa, a liderança, a gestão de pessoas,de projetos e da carreira são indispensá-veis para a empregabilidade.

Contrariando a dinâmica do mundodo trabalho e a orientação das diretrizescurriculares a maioria dos cursos do esta-do do Rio de Janeiro se dedicam a prepa-rar bons profissionais, mas com foco naespecialidade, prioritariamente na área declínica de pequenos animais, com con-teúdos cada vez mais aprofundados e comum volume de rotinas disponibilizadas,por clínicas escolas e particulares, sufici-entes para a consolidação de sua forma-ção. Se por um lado o modelo facilita,ao futuro profissional, um ingresso ime-diato ao mercado de trabalho, por outro,quando o mercado não tem condiçõesde absorvê-lo força os recém formados abuscarem outras áreas que não forampriorizadas dificultando a inserção doMédico Veterinário nos demais segmen-tos de forma competitiva com outras pro-fissões, bem como o acesso a patamaressuperiores nas corporações.

As universidades precisam abrir seusmuros, provocar uma maior interaçãocom o mercado e as empresas e desco-brir a importância deles nos processos deprodução de ciência e inovação, tão im-portantes para o desenvolvimento do país.Por sua vez as empresas devem tambémcaminhar em direção às instituições deensino da medicina veterinária a fim departiciparem do desenvolvimento de pro-

jetos de relevância ao desenvolvimento científicotecnológico. Infelizmente, hoje, as ações nesse senti-do estão quase que exclusivamente restritas a intençãode fazer das escolas um simples meio de divulgaçãocomercial de seus produtos.

Temos que repensar nossos compromissos com aprofissão, melhorar nossa formação geral e específicae nos prepararmos para o mercado cada vez mais com-petitivo buscando ampliar a participação do Mé-dico Veterinário no mundo do trabalho para garantirque o futuro da profissão seja a profissão do futuro.

Assim é indispensável que se continue discutindoa importância da permanente qualificação dos docen-tes e dos profissionais da Medicina Veterinária; dasmetodologias ativas do aprendizado; das estratégiaspedagógicas; da necessidade de se corrigir as estrutu-ras curriculares frágeis, com cargas horárias insuficien-tes para a profundidade, necessidade e oportunidadesdemandadas pelo mercado.

O professor Marcelo Pacheco,vice-reitor da Universidade Castelo

Branco, preside a ComissãoEstadual de Ensino e pretende,

com sua equipe, dinamizar oPrograma de Educação Continuada.

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Programa de Educação ContinuadaNovo Programa de Educação Continuada do Conselho de Medicina Vete-rinária do estado do Rio de Janeiro (NOVO PEC-CRMV/RJ) é um programadestinado a permanente atualização e capacitação dos Médicos Veteriná-

rios e dos estudantes de Medicina Veterinária do nosso estado. Ele é concebidopara promover, de forma sistemática, o intercâmbio entre profissionais, empresas einstituições de ensino e a troca de saberes acadêmico e profissional, a fim de aten-der a demanda do mundo do trabalho e da sociedade.

Sabemos que, atualmente, existem 7.171 (sete mil cento e setenta e um) Médi-cos Veterinários regularmente inscritos no Conselho de Medicina Veterinária do Riode Janeiro e a cada ano cerca de 500 (quinhentos) novos veterinários são inscritosno CRMV-RJ. Além disso, o nosso estado conta com 12 (doze) instituições deensino oferecendo curso de Medicina Veterinária o que nos permite estimar queexistam cerca de quatro a cinco mil alunos matriculados em Medicina Veterináriano estado. Soma-se a esse quantitativo as 5808 (cinco mil oitocentos e oito) empre-sas ativas e regularmente inscritas no Conselho.

O Novo Programa está sob a responsabilidade da Comissão de Ensino do CRMV-RJ e coordenado pelo Médico Veterinário Irineu Machado Benevides Filho em con-junto com as coordenações de cursos das Escolas de Medicina Veterinária do esta-do do Rio de Janeiro e constará de:

• Ciclo de palestras abrangendo as especialidades da profissão, oferecido nas dife-rentes regiões do estado, atendendo a demanda dos profissionais e do mercado;

• Cursos práticos, de curta duração, de caráter multidisciplinar, oferecidos porinstituições de ensino, setores do governo e empresas do segmento médicoveterinário;

• Simpósios e congressos organizados ou apoiados pelo PEC-CRMV-RJ;

• Semanas acadêmicas das escolas de Medicina Veterinária;

• Dias de Campo;

• Feiras e exposições agropecuárias;

• Conselho Itinerante.

O pleno funcionamento do PEC dependerá do correto cadastramento dos profis-sionais junto ao conselho, pois permitirá melhor adequação dos temas as reais neces-sidades dos colegas e as demandas do mercado Para isso já foi incluído no orçamen-to de 2009 a provisão de recursos para realização de uma pesquisa junto aos profis-sionais do estado a fim de atualizar o cadastro de todos os profissionais registrados noCRMV-RJ e a transformação da página do conselho em um portal interativo.

Considerando que a participação das instituições de ensino se dá de formavoluntária a comissão de ensino deliberou que, a partir de 2010, somente as escolasque participarem ativamente do NOVO PEC terão assegurados recursos financeirospara apoiar as suas semanas acadêmicas. Além disso, somente os Médicos Veteri-nários que estiverem em dia com as obrigações com o CRMV-RJ e efetuarem atua-lização cadastral poderão concorrer as eventuais disponibilidade de gratuidade deinscrições em congressos, cursos de especialização e outros eventos apoiados peloCRMV-RJ. Nesses casos, fica registrado que os agraciados terão o compromisso dedisponibilizar para os colegas as informações obtidas, através de palestras, fórunsou atualização pelo site.

Atribuições da Comissão de Ensino

• Estabelecer a documentação necessária ao funcionamento do programa e dasparcerias;

• Estimular a formação de parcerias visando a expansão do programa, com aparticipação de empresas do setor, afinadas com a filosofia do NOVO PEC;

• Acolher, analisar e deliberar sobre as demandas de cursos, revistas científicas eatividades a serem incluídas;

• Estimular a participação dos segmentos interessados;

• Deliberar sobre o mérito para a utilização e alocação de recursos para o progra-ma como um todo e para a montagem dos projetos de cursos;

• Acompanhar o desenvolvimento dos projetos de cursos e atividades;

• Acompanhar os resultados obtidos e formular propostas de melhorias e corre-ção de rumos;

• Interagir junto as instituições de ensino e empresas do setor mostrando resulta-dos obtidos pelas pesquisas, levantando discussões sobre o futuro da profissãoe dos projetos pedagógicos.

Atribuições das Coordenações de Curso

• Representar e/ou fazer-se representar nas reuniões temáticas, para troca de ex-periências, organização e articulação dos projetos;

• Coordenar e estruturar as atividades nas áreas temáticas previamente definidaspara a sua instituição, em comum acordo com a coordenação geral do progra-ma PEC-CRMV-RJ;

• Elaborar relatório técnico e financeiro referente a cada uma das atividades pa-trocinadas ou apoiadas pelo CRMV-RJ;

• Contribuir com críticas e sugestões para a melhoria do programa.

Participação de Empresas

• De forma voluntária, com sugestões, seguindo a filosofia estipulada pela Co-missão de ensino.

Público Alvo

O programa visa priorizar a atualização do Médico Veterinário e de estudantesde Medicina Veterinária, do estado do Rio de Janeiro,

Orçamento

Os custos de realização dos cursos e palestras, bem como o plano de aplicaçãodeverão constar dos projetos específicos e serem aprovados pela Comissão de Ensi-no do Conselho de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e submetidos à plenáriado CRMV-RJ.

A Comissão de Ensino de Zootecnia está se reunindo para planejar seu novo Pec.

O

Da esquerda para a direita: Marcelo Pacheco, Irineu Benevides, Ismar Moraes, Rogério Alvares eWalker Chagas.

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Conselho alcança a expressiva quantidade de10.000 médicos veterinários inscritos

O que aconteceu do início até agora?

Enquete

E ntre a inscrição 0001, do médico veterinário Weber André Cha-gas, em 1965, e a 10.000, da colega Mônica Nami Kosoegawa,em março último, muita coisa aconteceu.

Para celebrar o acontecimento e conhecer cada vez melhor o quepensam os colegas sobre a evolução da medicina veterinária nesses

44 anos, fizemos 10 perguntas para profissionais de diferentes ativi-dades.

O conteúdo das respostas é de exclusiva responsabilidade dos entrevis-tados não representando, obrigatoriamente, a opinião total ou parcialdo CRMV-RJ ou de qualquer membro da sua diretoria ou conselheiros.

1. O que de melhor aconteceu nesse período?

2. O que de pior aconteceu no mesmo período?

3. Nossa profissão alcançou o prestígio social merecido?

4. Em caso negativo o que está faltando para que issoaconteça?

5. Nesse período o ensino da medicina veterinária piorouou melhorou? Em que e porque?

6. E o mercado de trabalho: melhorou ou piorou? Estámais difícil conseguir emprego? As oportunidades pro-fissionais são diferentes?

7. Os serviços públicos veterinários – nas suas diversasespecialidades e esferas – estão melhores, iguais oupiores (no RJ e no Brasil)?

8. Quais as suas sugestões para aumentar as oportuni-dades profissionais no estado do Rio de Janeiro e noBrasil?

9. Você aconselharia seu filho a estudar veterinária?

10. Você está satisfeito com a situação do Conselho Fede-ral de Medicina Veterinária nos últimos anos?

Muitos entrevistados nãoestão satisfeitos com a

qualidade do ensino damedicina veterinária.

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Sérgio Coube Bogado:ex-presidente do CRMV-RJ; vice-presidente da Academia Brasilei-ra de Medicina Veterinária.

1. A construção do Laboratório Nacional de Referência Animal, hojedenominado LANARA, sonho acalentado por muitos anos, por mime por muitos colegas.

2. A incompreensão de alguns dirigentes.

3. Creio que sim, pois avançamos em muitos setores da produção.

4. Falta um pouco de entusiasmo para o exercício da profissão.

5. Melhorou em alguns setores, na produção animal com a inseminaçãoartificial. Muitos veterinários se especializaram, criando postos deinseminação, treinando muitos colegas em todo o Brasil.

6. Creio que melhorou porque houve interesse dos criadores. Existe,atualmente, uma série de atividades no serviço público.

7. Em alguns tipos de atividade, em algumas especialidades, o serviçopúblico se esmerou.

8. Valorizar tanto o setor público quanto o setor particular.

9. Sim, pois amo a medicina veterinária por ser uma profissão rica ematividades.

10. Não, pois o Conselho Federal de Medicina Veterinária tem uma dire-ção ditatorial e nociva à classe. rica em atividades, tanto no campocientífico como na produção animal, no melhoramento dos rebanhos.

Alcides Pissinatti:membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária; chefedo Centro de Primatologia do Rio de Janeiro; pesquisador.

1. Não há dúvida de que a evolução do conhecimento e a abertura denovas áreas de especialização foram as mais importantes.

2. Para mim, apesar da resposta anterior, o declínio do saber e da pos-tura ética com a abertura de novas escolas é pesaroso. Os alunoschegam mal preparados e sem educação familiar.

3. Tem melhorado (o prestígio) em algumas áreas, mas falta muito.

4. Primeiro cultura (o que está faltando), depois falta de interesse

associativo para termos melhor interlocução com a sociedade. Nogeral, as instituições são uma única pessoa com ideal e vontade derealizar. Uma vez morta, morre tudo com ela.

5. Piorou(o ensino). Falta de investimento em qualidade técnica e empesquisa.

6. Oportunidades diferentes e escassas (mercado de trabalho). Faltamaior ação dos Conselhos. Ex.: junto aos órgãos ambientais não hávagas para médicos veterinários. Quando tem, são raras.

7. Fatos pontuais, mas longe da qualidade desejável (serviços públicos).

8. Gestão junto aos governos para criarem vagas. Ex.: Corpo de Bom-beiros, Defesa Civil, Inspeção, Vigilância Sanitária (aumento das opor-tunidades profissionais).

9. Meus dois filhos escolheram essa profissão e estão na luta por umaposição de trabalho.

10. Apesar desse olhar pessimista, claro que houve desenvolvimento daprofissão. Poderíamos ter alcançado mais. A sociedade em geral éfraca culturalmente e isso pesa (CFMV).

Carlos Alberto Magioli:Fiscal Federal Agropecuário, professor do Centro UniversitárioPlínio Leite.

1. O reconhecimento pela sociedade da profissão de médico veteriná-rio nas suas diversas vertentes e sua capital importância no desenvol-vimento do agronegócio nacional ( o melhor que aconteceu).

2. A proliferação de cursos pelo País, alguns deles reconhecidamente defi-cientes na formação do futuro profissional (o pior que aconteceu).

3. Houve grande avanço nesse reconhecimento conforme considera-ção anterior, entretanto, a cada dia precisamos mostrar nossa com-petência como forma de sua consolidação.

4. Em caso negativo, o que está faltando para que isso aconteça? NR

5. A despeito dos avanços científicos em todas as áreas de conheci-mento da veterinária, com profissionais altamente capacitados, aproliferação de cursos e o ingresso de alunos cada vez mais jovens edespreparados pela baixa qualidade do ensino do 2o grau, me levama avaliar que o ensino tem piorado.

6. Sempre haverá mercado de trabalho para aqueles melhor prepara-dos ou que consigam vislumbrar um nicho de mercado diferenciado

O papel social da medicinaveterinária ainda é pouco conhecido.

Poucos sabem da sua importânciapara a pesquisa, a saúde públicae o bem-estar humano e animal.

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e novo. O incentivo das faculdades para as áreas de animais de compa-nhia tem trazido certa frustração aos recém formados ao encontra-rem dificuldades nesse mercado.

7. Acho que estão melhores (os serviços públicos). Vemos, por exem-plo, municípios estruturando seus serviços de vigilância sanitária. Naárea de sanidade animal, avanços nos programa de controles. Des-pontamos na área de pesquisa e temos representatividade mundialnos controles de alimentos de origem animal.

8. Julgo que essas oportunidades (profissionais) no Estado virão a par-tir de duas vertentes: com o incentivo público ao desenvolvimentoda pecuária e a maior fiscalização, a exigir que todos os estabeleci-mentos ligados de alguma form à área de alimentos tenham umresponsável técnico, conforme previsto em lei.

9. Se fosse o seu desejo, sim

10. Não tenho condições de avaliar (as ações do CFMV) pois não as co-nheço, entretanto, acho que o continuísmo, na maior parte dasvezes, não é salutar.

Rubem Bittencourt Cardoso Junior:

responsável pelo Serviço de Ortopedia do Hospital Veterinário FirminoMarsico Filho, da UFF; proprietário da Clínica Veterinária Vet Clinic.

1. Acredito que a maior mudança que posso observar é um aumentodo respeito do médico veterinário pela população em geral. Duran-te muitos anos, o veterinário era conhecido como uma pessoa quetentou ser médico e não conseguiu, era tido como um profissionalde baixa qualidade no mercado de trabalho, “médico de cachorrode madame”. Hoje é um profissional respeitado, o nível sócio-eco-nômico e cultural dos profissionais não deixa a desejar em compara-ção com outras áreas de trabalho. Com o advento da Internet econseqüente globalização, temos acesso às informações tão logoestejam disponíveis e desta forma podemos melhorar nosso nível detrabalho. A qualidade dos serviços veterinários nos dias de hoje me-lhora dia-a-dia. Cada vez mais vemos colegas se aperfeiçoando, querem cursos no Brasil ou no exterior. Somente com estudo e caráter anossa profissão pode melhorar.

2. Na minha opinião o que aconteceu de pior foi a proliferação defaculdades de veterinária. Pelo País afora, formam-se muitas turmas

por ano e uma grande parcela dos formandos não consegue se fir-mar no mercado de trabalho e desta forma abandona a profissãoindo buscar emprego em outras áreas.

3. O prestígio profissional melhorou muito, porém ainda tem muitopara melhorar.

4. ( O que está faltando) Talvez um pouco mais de seriedade dos cole-gas, fazer o que sabem e da melhor forma possível, dominar astécnicas de diagnóstico e de cirurgias e quando não souber, encami-nhar para um especialista; oferecer ao seu cliente todos os recursosde diagnóstico e tratamento; nunca achar que o proprietário vaiachar caro e não tentar oferecer o melhor. Quem decide é o dono.É preciso mudar a visão dos proprietários sobre a nossa profissão. Écomum ler nos jornais agradecimentos a equipe de médico de umhospital no qual um parente ficou internado, sedado, intubado, du-rante semanas ou meses. É raro ver uma declaração deste tipo quandoo feito foi numa clínica veterinária. As pessoas morrem de causasnaturais e os animais são “assassinados nas clínicas veterinárias”. In-felizmente, é essa a imagem que é passada por diversos proprietári-os. Quem nunca recebeu na sua clínica um cliente que já fez talafirmação?

5. No aspecto de ensino acredito que em geral melhorou. As matériassão mais objetivas e mais abrangentes. No meu tempo de faculda-de, por exemplo, técnica cirúrgica, anestesiologia e cirurgia eramuma matéria só e dada em um único período. Hoje, estão des-membradas e são dadas em dois períodos. Acho que o maior pro-blema é a falta de professores com experiência profissional paraministrar aulas. É comum vermos recém formados ministrando au-las. Não tenho nada contra eles, porém falta experiência e a meuver, magistério é troca de informações e conhecimento de um pro-fessor com seus alunos.

6. Piorou (o mercado de trabalho). Se pensarmos no volume deformandos por semestre em relação à captação do mercado de tra-balho, não há dúvida de que está mais difícil encontrar uma coloca-ção, principalmente com bom nível salarial. O que aconteceu demelhor foi a abertura de concursos públicos. Desta forma, os cole-gas conseguiram colocações em empregos públicos quer na área declínica de pequenos animais bem como na de vigilância sanitária oumesmo em áreas de controle de alimentos.

7. Acredito que sim, a melhora (dos serviços públicos) se dá, principal-mente por uma maior exigência da sociedade. Uma sociedade maisinformada cobra mais dos dirigentes, a especialização tende a me-

Muitos municípios do RJ estãomelhorando seus serviços de

vigilância sanitária e de inspeçãode produtos de origem animal.

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Jornal CRMV RJ 9

lhorar o nível de atendimento. As faculdades, institutos estaduaise municipais de medicina veterinária também estão acompanhan-do a melhora do nível técnico dos profissionais e desta formatambém melhoram o seu atendimento.

8. É difícil (aumentar as oportunidades profissionais), o mundo estáem crise, não tem como fazer milagre. As oportunidades somen-te podem aumentar com o aumento da demanda do consumo, ecom a crise global fica mais difícil gerar empregos.

9. Sim, inclusive uma filha minha estuda veterinária.

10. Poderia ser melhor (a atuação do CFMV). Acredito que o Conse-lho Federal poderia ser mais ativo. É uma vergonha que até hoje,ser um charlatão é somente uma contravenção penal. Precisa sermudada para crime. O Conselho Federal, por estar em Brasília,tem que mobilizar deputados e senadores para mudar a legisla-ção. A taxa que pagamos anualmente tem que retornar para aclasse de alguma forma. Campanha publicitária somente na Se-mana do Médico Veterinário não adianta. A profissão é o resulta-do de um trabalho anual e não somente de uma semana. Alémde fiscalizar, os Conselhos Regionais e ditar as normas profissio-nais, o Conselho Federal deve zelar pela imagem da profissão emrelação à sociedade.

Paulo Roberto da Conceição:clínico de pequenos animais.

1. O que melhor ocorreu foi que em 23.10.1968, houve a regula-mentação da medicina veterinária com o reconhecimento legalda profissão, através da lei número 5.517, num trabalho árduodo Dr. Sadi Bogado junto à Câmara dos Deputados.

2. Um crescimento desordenado, incoerente e incompatível de co-legas em relação ao mercado de trabalho, foi o pior que ocorreunos últimos anos. Podemos ver inúmeros colegas frustrados. For-mam-se, não conseguem empregos dignos e acabam por cance-lar seus registros no CRMV-RJ. Uma pena.

3. Sim o saldo (prestígio da profissão) é positivo até o momento,porém temos muito a percorrer. Só depende de nós. Com traba-

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lho, dedicação e bons exemplos, elevaremos mais ainda o nomeda medicina veterinária no Brasil, ressaltando a importância domédico veterinário na sociedade.

4. Falta uma maior divulgação das funções atribuídas a um médicoveterinário na sociedade. Mas esse papel deve partir de nós mes-mos junto à sociedade, aliado, é claro com o apoio do CRMV-RJna mídia. Campanhas em jornais, revistas e outdoors.

5. Sempre que a quantidade se sobressair à qualidade, isso é umfato maléfico. As inúmeras faculdades de veterinária em nossoestado acabam por privilegiar o mercenarismo educacional emdetrimento do ensino de qualidade. É claro que o ensino só pio-rou nos últimos anos. Infelizmente !

6. Mercado de trabalho, não (melhorou). Sejamos francos, o sub-emprego está cada vez pior. Os colegas ainda esperam pelo servi-ço público. Querem emprego, mas não querem trabalho. Temosuma gama enorme de oportunidades em nossa profissão que es-tão sendo, literalmente, “abocanhadas” por outras.

7. Os serviços públicos pioraram muito. É preciso desburocratizar,abrir, privatizar...enfim, eficiência de gestão. Precisamos de umchoque de ordem nos serviços públicos em benefício da classe eprincipalmente da sociedade, não só no nosso estado mas emtodo o País.

8. As autoridades podem e devem incentivar na área privada a aber-tura de novas empresas tais como: indústrias, comércio, frigorífi-cos, com linhas de crédito oficiais coordenadas e fiscalizadas. Naesfera pública, pressão junto aos políticos para abertura de con-cursos públicos. Sejamos cooperativistas!

9. Claro, o exemplo parte de casa. O pai que não aconselha seufilho a seguir a sua profissão provavelmente é um colega frustra-do que não obteve êxito profissional. Sejamos exemplo, sempre.Meu filho e colega Diogo que o diga. É um excelente profissionale hoje dirige minhas clínicas.

10. A mudança é sempre salutar, necessária e saudável, contudo re-conheço que o Dr. Benedito Fortes de Arruda foi um divisor deáguas se compararmos às últimas gestões do CFMV. Profundas epositivas mudanças ocorrem graças ao seu trabalho.

Os recursos de diagnóstico porimagem estão sendo sempreaperfeiçoados.

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Jornal CRMV RJ10

As oportunidades deespecialização vêm

crescendo muito.

Thomaz Montello:

especialista em medicina veterinária esportiva em eqüinos.

1. O desenvolvimento das técnicas para diagnóstico.

2. A desvalorização da profissão da qual o responsável é o próprio ve-terinário.

3. Não (alcance do prestígio merecido).

4. Ética profissional, uma política do Conselho para melhorar o de-senvolvimento do ensino no País(o que está faltando).

5. Piorou muito (o ensino), principalmente porque o Conselho aprovauma política de faculdades com ensino (conhecimento) geral emvez de estimular faculdades que já tenham uma especialização decerta área da profissão.

6. O mercado está igual, simplesmente está prostituído pelo pró-prio profissional. Não (dificuldade em conseguir emprego), des-de que o profissional tenha se dedicado na faculdade à uma es-pecialidade, já saindo com alguma experiência.

7. Nesses anos todos (o serviço público) não é minha especialidademas eu só ouço dizer que estamos perdendo terreno nesta área.

8. Isso depende muito de cada área de atuação (sugestões para au-mentar as oportunidades). O Conselho trabalhar junto aos ór-gãos estaduais e federais e ver onde há deficiência de médicosveterinários e fazer com que se cumpram as exigências de con-tratar veterinários. Exemplo: experimentos animais em hospitaishumanos.

9. Infelizmente um filho meu já é formado em veterinária, mas éuma profissão muito difícil, de pouco reconhecimento e cada vezvejo o mercado mais prostituído.

10. Não. Acho que poderia (o CFMV) fazer muito mais pela profissão.

Aristeu Pessanha Gonçalves:ex-presidente do CRMV-RJ; presidente da Academia de MedicinaVeterinária no Estado do Rio de Janeiro; diretor da PoliclínicaVeterinária Ypiranga.

1. Houve um processo seletivo pela própria sociedade. O CRMV deixoude ser um local de ações entre amigos e passou a ser um órgão deorientação da classe e da sociedade. Creio que valorosos colegascontribuíram para esta caminhada.

2. Abertura indiscriminada de faculdades. A profissão quantificou e aqualidade ficou a desejar.

3. Ainda não (prestígio). Precisamos caminhar mais.

4. Avançar no que tange as funções e conhecimentos junto à sociedade.Utilizar mais a mídia, em vários momentos oportunos. Exemplos: leitefraudado, leptospirose, raiva, dengue, gripe aviária, etc (o que estáfaltando).

5. Estagnou (o ensino). Melhorou na informação (especialistas) piorouna formação (falta de docentes qualificados e falta de empenho dasentidades de classe, ou seja, poucos colegas na liderança e muitosacomodados ou despreparados).

6. Melhorou (o mercado) para 30% dos qualificados e piorou 70%para os que atuam sem competência. Atualmente, com a má admi-nistração e politicagem de órgãos fundamentais para a saúde públi-ca e para a segurança nacional, as oportunidades de emprego estãocada vez mais difíceis.

7. Os serviços públicos estão devendo à profissão e à sociedade. Me-lhores gestores, melhores salários, mais concursos, mais participa-ção das entidades de classe.

8. Participação intensa junto aos órgãos públicos, demonstrando asações de competência da profissão. Apresentando projetos, idéiasinovadoras, junto às Secretarias de Saúde, Agropecuária e Meio Am-biente. Lutando pelo espaço do profissionais da medicina veteriná-ria, com ética. Colocando nossa profissão no lugar de destaque queela merece. Maior atuação na esfera municipal, estadual e federal.

9. Sim, com o maior orgulho (recomendação ao filho), pois tenhoesse exemplo dentro de casa. Aconselhei meu filho e vejo hoje umprofissional competente, dedicado, sempre em busca de novos co-nhecimentos, seguindo o rastro semeado tanto na atuação profis-sional como na técnica, na ciência e na ética. Ressalto ainda suapresença marcante na docência e em palestras. Atualmente, eleestá concluindo o doutorado.

10. Não (satisfação com o CFMV), pois houve rompimento político como Conselho Regional. Não houve vantagem para ninguém. Estamosvivenciando um regime democrático onde deveria haver umainterdependência para uma boa gestão. Com isso perdemos umachance de avançar nos âmbitos regional e nacional. Precisamos se-parar as diferenças pessoais das profissionais, pois a única prejudica-da foi a medicina veterinária, que continua a perder os avanços emnossas áreas de competência, permitindo assim, que profissionaisde outras áreas tomem nosso mercado de trabalho.

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Jornal CRMV RJ 11

Conselho Regional de Medicina Veterináriado Estado do Rio de Janeiro

Endereço: Rua Torres Homem, 475, Vila Isabel • CEP 20551-070 • RJ Tel.: (21) 2576 7281• Fax: (21) 2576 7844

Web: www.crmvrj.org.br • E-mail: [email protected]

PresidenteRomulo Spinelli

Vice-PresidenteCícero Araújo Pitombo

Secretária GeralCristina Silva Grootenboer

TesoureiroMarcelo Hauaji de Sá Pacheco

Conselheiros EfetivosDouglas Oliveira RamosJosé Luis Peçanha RosaRenato Campello CostaRicardo Siqueira da SilvaSérgio Henrique EmerickTânia Barbosa Netto

Diagramação e arte:I Graficci • (21) 2213-0794CTP e Impressão:Zoomgraf-K Ltda • (21) 2620-2277

Conselheiros SuplentesCláudio Pinto VicenteJosé Paulo de OliveiraLuiz Souza LealSérgio Gomes do Rêgo LimaSergio ReyesVinicius Rezende Ribeiro

Jornalista ResponsávelLuiz Octavio Pires LealReg. Prof. 11926/49/87vCRMV-RJ no 608

Secretária de RedaçãoKátia Brito

Tiragem:12.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDistribuição Gratuita

Receita orçamentária 532.531,66Receitas correntes 532.531,66

Receita de contribuições 480.008,08Receitas patrimonial 22.604,06Receitas de serviços 4.470,81Outras receitas correntes 25.448,71

Receita extra-orçametária 22.203,26Devedores da entidade 3.088,91Entidades públicas devedoras 41,54Consignações 14.403,99Credores da entidade 4.252,90Entidades públicas credoras 215,92Transferências financeiras 200,00

Saldos do exercício anterior 2.602.957,09Bancos-c/movimento 146.158,67Bancos-c/arrecadação 17.054,21Bancos-c/vinculada a aplicações 2.439.744,21

Despesa orçamentária 142.481,45Despesas correntes 142.481,45Despesas de custeio 142.481,45

Despesa extra-orçamentária 64.316,14Devedores da entidade 1.865,25Entidade públicas devedoras 48,46Restos a pagar 27.423,90Consignações 3.496,05Credores da entidade 6.046,75Entidade públicas credoras 25.435,73

Saldos para o exercício seguinte 2.950.894,42Bancos-c/movimento 159.102,74Bancos-c/arrecadação 201.243,41Responsável por suprimento 3.200,00Bancos-c/vinculada a aplicações 2.587.348,27

Conselho Regional de Medicina Veterináriado Estado Rio de Janeiro

Balanço Financeiro – Jan/2009

Receita

Total 3.157.692,01

Despesa

Total 3.157.692,01

Romulo Spinelli de Miranda - PresidenteCRMV-RJ Nº 2.773

CPF: 306.482.207-10

Marcelo Hauaj de S. Pacheco - TesoureiroCRMV-RJ Nº 4.034

CPF 858.499.797-00

Anna Maria da Cunha - ContadoraCRC-RJ N° 7.712-1

CPF: 550.910.247-00

Zootecnia

13 de maio - Dia doZootecnista

trabalho do zootecnista é extremamente importante no desenvolvimento de novas técnicas demanejo e produção. A idéia de criar essa profissão é antiga. Surgiu em reuniões na SociedadeBrasileira de Zootecnia, fundada em 1950. A primeira aula foi proferida num dia 13 de maio que

passou a ser o dia oficial da profissão. O CRMV-RJ parabeniza os zootecnistas pela data e pelo destacadotrabalho que vêm realizando no estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

Participe da Programação do dia Zootecnista

A Comissão de Ensino e a Câmara Técnica de Zootecnia do CRMV-RJ organizaram a programação nodia 13/05/2009:

CRONOGRAMA

09:00 - Abertura

Honra ao Mérito Zootecnia - Dr. Selmo de Oliveira Santos

Prêmio Zootecnista Educador do Ano - Profª Maria Cristina AffonsoLorenzon

10:00 - Coffee break

10:30 - Palestra “Redefinindo a Zootecnia no Ensino e no Exercício Profissional”

Prof. Dr. Walter Motta Ferreira (Presidente da ABZ - Associação Brasileirade Zootecnistas)

13:00 - Confraternização

Local: Auditório dos Zootecnistas - UFRRJ/IZ - Seropédica

Informações: (21) 9391-5628 3787-3975 [email protected] [email protected]@ig.com.br

O

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