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MEDIÇÃO E RELATO DO CAPITAL INTELECTUAL
Maria de Lurdes Ribeiro da Silva
Docente da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave Campus do IPCA
4750-810 Barcelos Telef: 253802500
Telemóvel: 967294940
Ana Maria Gomes Rodrigues Professora Auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Rua Capitão Luís Gonzaga, nº 8 — 6º AC 3000 095 Coimbra
966123299
María del Pilar Muñoz Dueñas Profesora Titular de Escuela Universitaria
Vigo (Pontevedra) 986 11 53 99; 618 288 490
Área temática: A) Información Financiera y Normalización Contable Palabras clave: Capital intelectual, Conocimiento, Modelos, Medición, Divulgación.
38a
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MEDIÇÃO E RELATO DO CAPITAL INTELECTUAL
Resumen
La información y la comunicación provocaron la apertura a un mercado global,
produjeron y sembraron conocimiento y los mercados evolucionaron e incentivaron
la competitividad y la innovación. Las empresas más competitivas son las que usan
nuevas tecnologías de información, las que apuestan en los recursos humanos
calificados, las que evolucionan en la investigación y las que se centran en la
estrategia y en las ligazones estratégicas.
El objetivo de este trabajo se centra en el análisis de algunos métodos
desarrollados para valorar, así como en la importancia de la divulgación de la
información acerca del activo ya consagrado como lo que más contribuye para el
desarrollo empresarial y social: el capital intelectual.
Resumo
A informação e a comunicação provocaram a abertura a um mercado global,
produziram e semearam conhecimento e os mercados evoluíram e incentivaram a
competitividade e a inovação. As empresas mais competitivas são as que usam
novas tecnologias de informação, as que apostam nos recursos humanos
qualificados, as que evoluem na investigação e as que se centram na estratégia e
nas ligações estratégicas.
O objectivo deste trabalho centra-se na análise de alguns métodos
desenvolvidos para valorizar, assim como na importância da divulgação da
informação acerca do activo já consagrado como o que mais contribui para o
desenvolvimento empresarial e social: o capital intelectual.
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INTRODUÇÃO
A economia e as empresas estão, nos dias de hoje, sujeitas a uma pressão
competitiva nunca antes sentida. Os mercados, fruto da globalização, sentem
oscilações e volatilidades influenciadas pela concorrência e pela procura de uma
superior rentabilidade que proporcione vantagens competitivas e posições de
liderança. Esta é a economia do conhecimento e da inovação, num mundo em que,
facilmente acedemos à informação, fonte de conhecimento, onde aprender já não
passa apenas pela escola e pela empresa. O mundo onde temos mais que filtrar a
informação do que tentar obtê-la. Nesta economia as empresas não podem viver
sozinhas, vivem mais das relações que estabelecem com os seus clientes,
fornecedores, investidores, financiadores, concorrentes, etc., do que dos seus
próprios recursos , é a esta economia a que Lev (2003) chama de economia de rede.
O conhecimento é o principal factor de produção, de expansão e
desenvolvimento das empresas e do mercado global, essencialmente o
conhecimento organizacional que resulta do contributo do conhecimento individual
de cada participante na organização.
A sua importância é um facto devidamente identicado, tendo apenas que ser
devidamente mensurado para uma correcta tomada de decisões e para que as
empresas reflictam o seu verdadeiro valor. Roos et al. (2001) enfatizam a
importância de medir o capital intelectual, argumentando que somente o que pode
ser medido pode ser gerido, mas, será possível medir algo que por natureza está
escondido e é imaterial?
Lopes (2008: 69) refere que “medir o intangível surge-nos como um aparente
erro da mente ou como uma mera contradição. É como se estivéssemos a
transformar aquilo que é aparentemente impossível em possível”. No entanto,
Edvinsson e Sullivan, citados pelo autor referem que o capital intelectual é o
conhecimento que pode ser convertido em valor.
Os anos 90 foram ricos em desenvolvimentos acerca da medição do capital
intelectual, surgindo importantes modelos que deram um grande contributo a esta
problemática. Focaremos ao longo deste trabalho os modelos que mais contribuíram
para o estudo e implementação de sistemas de medição do capital intelectual. Uma
correcta medição e valorização do mesmo implicariam um adequado relatório com
informação fiável, permitindo não só uma mais acertada tomada de decisão de
gestão, como a uma correcta divulgação de informação ao mercado, diminuindo as
incertezas para ambos os lados.
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AS EMPRESAS NA “NOVA ECONOMIA”
Termos como globalização, revolução tecnológica, conhecimento, inovação,
informação, estão presentes em toda a literatura existente sobre intangíveis. Define-
se, assim, os dias de hoje como a “sociedade de informação”, a “nova economia” ou
a “sociedade do conhecimento”1.
Antunes et al. (2008), referem que na “nova economia” são as organizações do
conhecimento as líderes e as que servirão de paradigma e objecto de mensuração e
divulgação pela contabilidade2. Referem ainda que é uma economia onde os
recursos não mais terão as limitações da Era Industrial: a escassez de recursos! O
conhecimento é um recurso que não se esgota mas tende a aumentar com a
abundância e não com a escassez (Stewart, 1998), fazendo com que, quanto mais
usado, maior o seu crescimento3. Segundo Sveiby (2000: 53): “ao contrário da terra,
do petróleo e do ferro, a informação e o conhecimento não são escassos. Podem-se
criar a partir do nada por indivíduos cuja matéria-prima (alimentos) representa um
custo insignificante. Também ao contrário do petróleo e do ferro, o conhecimento e a
informação crescem quando são compartilhados, não se perdendo, mas
multiplicando-se”. Neste âmbito, Curado (2006: 96) refere que “de uma perspectiva
puramente societal, o conhecimento será o mais útil possível, quanto mais difundido
e partilhado for. No entanto, também é compreensível que o conhecimento é poder,
e será mais poderoso aquele que é retido, do que aquele que é partilhado. Contudo,
muitas vezes o conhecimento terá de ser partilhado antes de ser retido em certos
elementos e constituir então fonte de poder”. Também Klein (1998) refere que
conhecimento é poder e que as empresas deverão aproveitá-lo em vez de o deixar
voar como faúlhas.
A “velha economia”4, baseada em grandes corporações industriais, técnicas de
gestão baseada numa contabilidade de activos físicos, onde os factores de produção
eram o capital e o trabalho, deu lugar à “nova economia”, como sendo a economia
de serviços baseada no conhecimento, no intercâmbio de ideias, de informação e de
experiência5. Nesta economia há maior concentração na criação de valor a médio e
longo prazo, onde os serviços superam a produção de bens em massa e onde a 1 Nesta “nova economia”, os que nela aplicam as suas habilidades são, segundo Klein (1998) os “trabalhadores do conhecimento”. 2 As empresas a que Stewart (1998) chama de conhecimento-intensivas. 3 Contrariamente à lei dos rendimentos decrescentes. Lev (2003) identifica esta potencialidade de creiação de valor (rendimentos crescentes ) como escalabilidade. 4 Termo usado para se contrapor à “nova economia”, designando as empresas da era industrial e pós -industrial. 5 Stewart (1998), refere que a “nova economia” transformou a “velha economia”, no entanto, não a eliminará, assim como a revolução industrial não pôs fim à agricultura.
5
inovação provocou a “desmaterialização da produção”6. Nessa “nova economia”, há
uma maior utilização da força mental em prol da força física e onde as mudanças se
operam a uma velocidade vertiginosa. As capacidades intelectuais e organizativas,
com maior uso da criatividade, do talento e das competências são mais importantes
do que o controlo de recursos físicos. A “nova economia” caracteriza-se por ser uma
economia baseada na globalização e abertura de novos mercados, onde as
tecnologias de informação e de comunicação, especialmente a Internet, têm um
papel preponderante, criando uma economia de rede com uma utilização intensiva
do conhecimento e inovação na produção de bens e serviços (Monclús et al., 2006;
Lev, 2003).
A inovação é a palavra de ordem, no entanto, segundo Lev (2003), a inovação
não é nada de novo, nem exclusivo da era moderna, o que é exclusivo da empresa
moderna é a urgência de inovar. A pressão competitiva fez com que a inovação
fosse o factor chave de sobrevivência das empresas. Ross et al. (2001: 18) afirmam
como princípio que “no mundo dos negócios moderno, o imperativo empresarial é
administrar o capital intelectual ou morrer” e Stewart (1998: 250) refere que “quanto
menos compreenda a nova economia como ela é, menores serão as possibilidades
de tomar decisões inteligentes para sobreviver nela”.
Daum (2001) combina três factores geradores de efeitos dinâmicos de rede que
aumentam o retorno.
Fig. 1 - Os três factores condutores na “nova economia”
6 Termo utilizado por Rodríguez e Prieto (2003).
6
Fonte: Daum, 2001: 4, adaptado.
Lev (2004) defende que a noção de infra-estrutura organizativa deriva do
conceito de “produtividade total dos factores” da teoria do conhecimento
macroeconómico. Esta noção serve para explicar que muitas empresas geram um
nível de resultados (output ou rendimento) substancialmente superior aos inputs
investidos (gastos) pelo funcionamento eficaz da estrutura organizativa, ou seja, dos
processos directivos, dos planos organizativos e dos sistemas de incentivos e
controlo. Para o autor, o papel da infra-estrutura organizativa na cadeia de criação
de valor é fundamental quando a empresa usa os seus recursos de forma produtiva,
por isso, chama à infra-estrutura organizativa, um facilitador para que os activos
(tangíveis e intangíveis) cumpram a sua função na cadeia de criação de valor.
Fig. 2 – A cadeia de criação de valor
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7
Fonte: Lev, 2004: 23, adaptado.
Stewart (1998) refere que as empresas da economia baseada no conhecimento
alteraram a estrutura organizativa tradicional para uma nova forma de desenho
organizativo: a rede.
IDENTIFICAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL
Podemos encontrar diferentes formas de referenciar a utilização do
conhecimento na realidade empresarial, sendo que, na génese esses termos
significam, basicamente, a mesma coisa: “activos do conhecimento” ao utilizar uma
linguagem aplicada na literatura económica; “capital intelectual” numa linguagem de
legal e de gestão de empresas e “activos intangíveis” numa versão contabilística. Se
nos centrarmos na ciência contabilística, constatamos, também, que não há
consenso na utilização da mesma definição, pois encontram-se os termos: activos
intangíveis, capital intangível, recursos intangíveis, capital intelectual e propriedade
intelectual para se referirem ao mesmo conceito (Lev, 2003).
Não faremos referência às várias definições de capital intelectual e activos
intangíveis existentes na literatura sobre o tema, não só pela diversidade de
definições encontradas, mas porque, essas definições, com menor ou maior
abrangência, convergem no essencial. A definição apresentada por Lev (2003: 21)
considera os activos intangíveis como “fontes geradoras de valor (direitos sobre
benefícios futuros) que carecem de substância física e são gerados por meio de
inovação (descobrimento), desenhos organizativos únicos e práticas de gestão de
recursos humanos”7.
Edvinsson e Malone (2003), para se referirem à importância do estudo do capital
intelectual, apresentam uma analogia que nos parece esclarecedora8. Estes autores
associam uma empresa à imagem de uma árvore, em que há uma parte visível (os
frutos e as folhas) e outra que está oculta (as raízes). Referem que se apenas nos
preocuparmos com os frutos, a árvore pode morrer. Para que a árvore cresça e
continue a dar frutos, as raízes devem estar sãs e nutridas. Tal como as árvores, se
as empresas apenas se preocupam com os resultados financeiros e ignorarem os
valores ocultos, a empresa não sobrevive a longo prazo. Dizem ainda que, mesmo
que o sabor da fruta e a cor das folhas evidenciem a saúde da árvore, a análise às
7 A caracterização do capital intelectual, referida por Stewart (1998), abrange o essencial do tema ao definir como componentes do capital intelectual o talento de trabalhadores, a eficácia dos seus sistemas de gestão e o carácter das relações. 8 Esta analogia é referenciada por um grande número de autores que encontramos na literatura sobre o tema, o que prova a clarividência pretendida com a mesma.
8
suas raízes pode detectar alguma doença que, embora a parte visível não o
denuncie, pode vir a matá-la.
Fig. 3 - O capital intelectual de uma empresa segundo Edvinsson e Malone
Fonte: Cañibano et al., 2008: 16, adaptado.
Pressupõe-se nesta definição que os valores ocultos serão os factores de
produção baseados no conhecimento, na inovação e na maior importância dada a
factores humanos.
SISTEMAS DE MEDIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL
Como já foi dito, as empresas da “velha economia” geravam valor
essencialmente pela aplicação intensiva de mão-de-obra e recursos físicos e tinham
como horizonte o curto prazo para delinear os seus objectivos, sendo os sistemas
contabilísticos adaptados à realidade empresarial9. Nos anos 90 começaram a
operar-se algumas transformações pelo contributo de alguns investigadores para a
perda de relevância dos métodos tradicionais, através do desenvolvimento de
métodos mais completos e adaptados à mudança10. Por contraposição a objectivos
de curto prazo, na segunda geração os modelos aplicados centram-se em objectivos
de médio e longo prazo e em transformações, mais do que em estabilidade. O
9 A que Marr et al. (2004) denominam de primeira geração. 10 A que Marr et al. (2004) denominam de segunda geração.
9
enfoque financeiro presente na primeira geração deu lugar a um desenvolvimento de
uma atenção dada à componente intangível das empresas como fonte de geração
de valor na segunda geração. Estes desenvolvimentos foram fulcrais para uma
terceira geração marcada pelo dinamismo dos mercados e pelas mudanças
constantes que se operam nas empresas, desenvolvendo sistemas de medição mais
complexos.
Quadro 1 – Principais modelos de classificação do capital
intelectual
3HUVSHFWLYDV�) LQDQFHLUDV3HUVSHFWLYDV�GR�FOLHQWH3HUVSHFWLYDV�GR�SURFHVVR�LQWHUQR3HUVSHFWLYDV�GH�DSUHQGL] DJHP � H�FUHVFLPHQWR
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Fonte: Elaboração própria a partir de Colauto e Avelino, 2009; Cañibano et al. 2008; Hormiga et al.,
2006; Monclús et al., 2006.
Os estudos levados a cabo acerca desta problemática permitiram desenvolver
modelos de identificação e medição do capital intelectual, o que é revelador da
importância que o tema merece.
10
Modelo Balanced Scorecard®
O Balanced Scorecard, modelo desenvolvido por Kaplan e Norton, constitui uma
importante e inovadora metodologia de gestão. Visa em primeira instância
operacionalizar a estratégia da empresa através de variáveis que produzam
alterações significativas na empresa e que influenciem a sua estratégia.
Complementa os indicadores meramente financeiros existentes até então, com
indicadores não financeiros representativos do carácter dinâmico e evolutivo das
organizações. Este modelo contempla a empresa segundo 4 perspectivas:
• Perspectiva financeira – permite medir os resultados e avaliar a máxima
rentabilidade da empresa na óptica do lucro e do cash-flow;
• Perspectiva de processo interno – visa avaliar e melhorar os processos
internos para se adaptar à evolução futura;
• Perspectiva de cliente – uma óptica de mercado que canaliza a atenção na
máxima satisfação do cliente;
• Perspectiva de aprendizagem e crescimento – atenção dada à evolução
centrada nas pessoas dentro da organização.
Quadro 2 – As perspectivas do Balanced Scorecard
Fonte: Elaboração própria a partir de Kaplan e Norton, 2000.
Estas quatro perspectivas, combinadas entre si, formam um sistema
multidimensional que os mentores do modelo designam por ciclo, pois o processo
conduz a uma aprendizagem contínua (Monclús et al., 2006). Resume-se, assim,
este modelo como sendo:
11
• Uma estrutura compacta para comunicar a estratégia;
• Uma relação de causa-efeito entre os indicadores de resultados (efeito) e os
indicadores que contribuem para esses resultados (causa);
• Um processo sistemático de comunicação, discussão, colaboração e
aprendizagem entre os diferentes níveis da estrutura organizativa.
Este modelo busca o equilíbrio entre o curto prazo e médio e longo prazo, pois
assenta essencialmente na tradução, implementação e divulgação dos objectivos
estratégicos da empresa.
Fig. 4 – Modelo do Balanced Scorecard
Fonte: Elaboração própria a partir de Kaplan e Norton, 2000.
É-lhe reconhecida a vantagem de não ser um modelo que analise
exclusivamente o capital intelectual, sendo mais uma ferramenta de gestão, assim
como, ter colmatado as insuficiências de uma abordagem puramente financeira,
tradicional, estática e desprovida de articulação com estratégia operacional,
passando a ser uma nova forma de gestão, alicerçada numa abordagem estratégica
de longo prazo (Lopes, 2008).
As principais críticas que lhe são atribuídas são o facto de se vincular
demasiado à perspectiva financeira e de ser demasiado rígido e estático.
Modelo The Technology Broker
Brooking (1997) refere que o capital intelectual não é nada de novo, pois já
estava presente desde que o primeiro vendedor estabeleceu uma boa relação com
um cliente. Mais tarde chamaram-lhe goodwill e nas últimas décadas, com o uso de
12
determinadas ferramentas edificou-se uma economia global. Segundo a autora, a
propriedade dessas ferramentas atribuem vantagens competitivas no mercado, logo,
constituem para a empresa um activo. A mesma autora define capital intelectual
como a combinação de activos imateriais que permitem o funcionamento da
empresa.
O principal objectivo deste modelo é servir de base para o planeamento e
execução de auditorias de capital intelectual. No modelo The Technology Broker,
divide-se capital intelectual de uma empresa em activos de mercado; activos de
propriedade intelectual, activos humanos e activos de infra-estrutura.
Quadro 3 – Elementos do capital intelectual no modelo The Technology Broker
Fonte: Elaboração própria a partir de Brooking, 1997.
Esquematicamente o modelo pode representar-se como se segue:
Fig. 5 - Modelo The Tecnology Broker
13
Fonte: Brooking, 1997: 26, adaptado.
É-lhe reconhecida a vantagem de ser aplicável a diversos sectores de actividade
que façam utilização sofisticada de trabalho e tecnologia.
As principais desvantagens deste modelo prendem-se com a elevada
complexidade para obter dados quantitativos, pois é descurada a componente
financeira. Apontam-lhe, por isso, a elevada subjectividade dos dados, além de não
colocar no centro da atenção o conhecimento organizacional.
Modelo Navegador de Skandia
Edvinsson e Malone desenvolveram o modelo Navegador de Skandia, no estudo
aplicado na empresa Skandia11, no qual dividem o capital intelectual em capital
humano, capital estrutural e capital de clientes.
Este modelo, embora não forneça uma medida global quantificável do valor do
capital intelectual de uma empresa, permite perceber as suas debilidades e
fortalezas recorrendo a determinados indicadores (Monclús et al., 2006). É, segundo
Marr et al. (2004) um mapa mais conceptual e centrado na criação de valor
duradouro, pois descreve a presença e importância dos recursos tangíveis e
intangíveis e as transformações desses recursos para alcançar os objectivos
estratégicos da empresa. Daí que foque a sua atenção em cinco componentes de
11 O precursor deste método é a empresa Skandia, uma Companhia sueca de seguros e acessoria financeira. Publicou o primeiro relatório sobre capital intelectual com uma página de descrição nas suas demonstrações financeiras de 1993 e no ano seguinte apresentou um suplemento às demonstrações financeiras sobre capital intelectual. Seguiram -lhe o exemplo, entre outras empresas, Dow Chemicals, quando publicou Visualizing Intellectual Property in Dow, The Canadian Imperial Bank of Commerce, Ernt & Young e Arthur Andersen (Edvinsson e Malone, 2003). Em 1991 Edvinsson era assumidamente o primeiro director mundial de capital intelectual para desenvolver outra lógica para a renovação da empresa (Edvinsson e Kivikas, 2004).
14
avaliação: a componente financeira, a componente do capital humano, a
componente do cliente, a componente do processo e a componente de renovação e
desenvolvimento.
Também para este modelo se criou uma metáfora para uma interpretação mais
clara: esta comparação é feita com uma casa, onde o alicerce é o foco de renovação
(que representa a forma como a empresa está preparada para o futuro). Os focos de
clientes e processos são as paredes, que representam o presente e as actividades
que nele se operam. O foco financeiro é o telhado, a parte mais visível da casa12, o
qual se encontra apoiado nos restantes focos e representa o passado (um momento
específico).
Fig. 6 – Ambiente Operacional do Navegador de Skandia
Fonte: Edvinsson e Malone, 2003: 90, adaptado.
Edvinsson e Malone (2003) especificam cada foco que constitui a casa: O foco
financeiro põe em evidência a eficácia da empresa, serve para avaliar o
desempenho dos restantes focos. É também onde se encontra a informação sobre o
passado da empresa. A importância do foco no cliente deriva da necessidade de
constante adaptação às novas exigências de procura, sendo o foco no processo,
vital na implementação de novas tecnologias para responder a essas exigências. O
foco humano, que fica no centro do navegador (da casa), é a representação do
conhecimento, das competências, e capacidades dos trabalhadores, essencial nos
restantes focos, representando as paredes da casa. O foco na renovação e
desenvolvimento representa o futuro da empresa, baseado no desempenho e
necessidades de hoje, cria condições para o desempenho de amanhã. Os índices
12 O que os autores chamam o velho amigo balanço .
15
obtidos no foco do desenvolvimento mostram até que ponto as empresas estão a
preparar o futuro mediante a formação dos trabalhadores, o desenvolvimento de
novos produtos e o mercado em que está inserida.
Isto significa que as empresas que fazem uso intensivo do conhecimento são as
que gerarão maior riqueza no futuro, o mesmo se aplicando, segundo Edvinsson e
Kivikas (2004), a uma realidade nacional, argumentando que a teoria da empresa
necessita de ser substituída pela teoria da comunidade13.
Outra analogia que se pode atribuir a este modelo está relacionada com a
escolha da designação “Navegador”. Segundo Antunes et al. (2008), o que levou
Edvinsson (sueco) a comparar o transporte dos “Vikings” (seus ancestrais) nas
embarcações através dos mares e rios longínquos e desconhecidos, às empresas
de hoje, é que as novas tecnologias fazem com que essas empresas tenham que
aprender uma maneira de “navegar” na economia do conhecimento.
Este método apresenta as seguintes vantagens:
• É mais dinâmico, pois combina cinco áreas fulcrais de presença de capital
intelectual (daí resulta a designação de Navegador). Além de que dá maior
relevância que os outros métodos à importância dos clientes na criação de valor;
• É o único que utiliza indicadores financeiros e não-financeiros no método de
identificação e mensuração do capital intelectual;
• O relatório não requer ajustes dentro do sistema contabilístico utilizado,
sendo o único que é divulgado através de um relatório complementar às
demonstrações financeiras já existentes, acentuando a relevância da informação em
detrimento da fiabilidade da valorização, conciliando indicadores financeiros e não
financeiros (Monclús et al., 2006; Marcos, 2005).
Como principais inconvenientes destacam-se sua a aplicação complexa (pelo
elevado número de indicadores subjectivos) e a sua não ligação com as peças
contabilísticas.
Modelo Intangibles Assets Monitor
Também neste modelo, os indicadores deverão ser seleccionados em função da
estratégia de cada empresa.
Sveiby, o seu mentor, divide o capital intelectual em 3 componentes.
13 Edvinsson e alguns colegas da Universidade de Estocolmo adaptaram o modelo do Navegador de Skandia a uma perspectiva nacional (designado “Bem -estar e Segurança”). Outros estudos semelhantes se seguiram, confirmando que o mesmo podia reflectir a realidade de um país: a renovação, investigação e desenvolvimento de um país é o seu capital de inovação; a educação o seu capital humano; o comercio exterior reflecte o seu capital relacional e a produtividade o seu capital de processo.
16
Quadro 4 – Componentes do capital intelectual no modelo Intangibles Assets
Monitor
Fonte: Elaboração própria a partir de Sveiby, 2000.
Os activos de competências individuais dos membros da organização são
aqueles que os trabalhadores levam no final de um dia de trabalho, não podendo ser
propriedade de uma entidade mas da pessoa que a possui. É a base dos restantes
componentes. Quanto aos activos de estrutura interna da empresa, são os
intangíveis que sustentam actividades operacionais, nomeadamente a sua cultura
organizacional14. Contrariamente ao anterior, estes são recursos pertencentes à
empresa e, nalguns casos, podem proteger-se com patentes ou propriedade
intelectual. Os activos de estrutura externa à empresa têm um maior grau de
incerteza em relação aos anteriores, pois a sua medição não depende apenas do
número ou tempo dedicado às relações com os clientes, mas também da qualidade
e boa gestão dessas relações. Estes recursos pertencem à empresa e alguns deles
podem proteger-se legalmente.
Este modelo utiliza 3 indicadores de medida em cada uma das 3 componentes,
a saber:
§ Crescimento/renovação – analisa o futuro da empresa;
§ Eficiência – analisa a produtividade dos intangíveis;
§ Estabilidade – analisa o grau de permanência dos intangíveis na empresa.
Uma informação mais detalhada da aplicação deste modelo apresenta-se no
quadro seguinte.
14 Balogun e Jekins, citados por Curado e Bontis (2007), referem que a cultura organizacional representa o stock de conhecimento armazenado nas rotinas. Bontis et al., citados pelos mesmos autores acrescentam que o capital intelectual se refere a toda a cultura ou conhecimento organizacional, tácito e explícito, individual e colectivo.
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Quadro 5 – Combinação dos componentes com indicadores do modelo Intangibles
Assets Monitor
Fonte: Elaboração própria a partir de Monclús et al., 2006.
Este modelo tem como vantagens a sua simplicidade e facilidade de
interpretação (menor número de indicadores) e a sua ligação à estratégia da
empresa. Como principais desvantagens o facto de ser um modelo menos completo
que os restantes; a sua limitação financeira ao usar apenas indicadores não
financeiros e a complexidade na escolha dos indicadores.
Modelo Direcção por Competências
Desenvolvido por Bueno Campos, o modelo de Direcção Estratégica por
Competências, parte da premissa de que cada vez mais os activos intangíveis são a
chave estratégica da competência actual que contribui para a criação de valor e
competitividade de uma empresa. Neste modelo, a competência essencial de uma
empresa é composta pela combinação de competências básicas que distinguem os
diversos detentores. Desta forma, são distinguidas competências de origem pessoal
(atitudes e habilidades); de origem organizativa (os processos); de origem
tecnológica (em sentido geral, o saber fazer da empresa) e de origem relacional (a
sua inserção no meio envolvente). Estas competências integram ainda os seguintes
elementos: atitudes; conhecimentos e capacidades.
Da combinação das competências básicas distintivas cria-se a competência principal
- a sua vantagem competitiva (Hormiga et al., (2006).
18
Fig. 7 – Modelo Direcção por Competências
Fonte: Hormiga et al., 2006: 100-101, adaptado.
A figura apresentada reflecte o modelo que, segundo o seu mentor, permitirá
gerir a empresa tendo em consideração a sua estratégia, fazendo-o de forma
dinâmica, criando novos conhecimentos com a finalidade de melhorar a sua
vantagem competitiva.
O modelo apresenta como vantagens a ligação à estratégia empresarial e o facto
de combinar indicadores financeiros e não financeiros. Como desvantagem,
essencialmente, a sua não focalização no capital humano.
Modelo Intelect
É o primeiro modelo espanhol de medição do capital intelectual e tem como
objectivo colmatar a lacuna da avaliação dos intangíveis e fornecer aos gestores e
ao mercado, informação relevante para a tomada de decisões.
Fig. 8 – Modelo Intelect
19
Fonte: Euroforum, 1998, adaptado15.
Segundo dados da Euroforum, 1998, este modelo caracteriza-se por:
• Associar o capital intelectual à estratégia da empresa, de maneira a que os
activos intangíveis seleccionados permitam obter dados acerca da mesma;
• Ser um modelo aberto e flexível, pois os objectivos estratégicos são
adaptados à realidade de cada empresa;
• Conseguir medir os resultados e os processos que os geram;
• Ser um modelo aplicável à realidade empresarial;
• Ter uma visão sistémica dos dados que combina vários elementos que
actuam entre si;
• Combinar distintas unidades de medida.
A figura seguinte apresenta os três blocos do capital intelectual, sendo que,
cada um deve ser medido e gerido numa dimensão temporal presente mas que que
integre o futuro.
Fig 9 – Capital intelectual segundo o modelo Intelect
15 In www.gestiondelconocimiento.com_modelo_modelo_intelect.
20
Fonte: Euroforum, 1998, adaptado16.
Como indicadores de medição, este modelo utiliza blocos e elementos. Os
blocos são a agregação dos activos intangíveis em função da sua natureza (capital
humano, capital estrutural e capital relacional) e os elementos são os activos
intangíveis considerados dentro de cada bloco, os quais devem ser relevados
consoante a empresa em causa e os seus factores estratégicos.
As dimensões de presente e futuro indicam que o modelo se baseia no momento
actual, mas perspectivando o futuro em função da potencialidade do seu capital
intelectual e nos esforços desenvolvidos no seu desenvolvimento. Assim, ao analisar
o capital humano no presente, o modelo tem em consideração indicadores como a
satisfação dos trabalhadores, as suas competências, a liderança, o trabalho em
equipa, entre outros. Prespectivar o futuro seria melhorar as competências,
desenvolver a capacidade de inovação das pessoas e das equipas. Da mesma
forma, analisar o presente do capital estrutural, seria verificar indicadores como as
tecnologias aplicadas aos processos e aos produtos, a comunicação existente, a
cultura organizacional, as tecnologias de informação, entre outros. Prespectivar o
futuro no capital estrutural seria implementar processos de inovação. O mesmo se
aplica ao capital relacional, tomando em consideração indicadores do presente como
a satisfação do cliente, as alianças estratégicas, os processos de apoio ao cliente,
entre outros, que lhe podem revelar adaptações e melhorias no futuro.
Modelo MERITUM17
16 In www.gestiondelconocimiento.com_modelo_modelo_intelect. 17 MERITUM significa MEasuRing Intangibles To Understand and improve innovation Management (medição de intangíveis para compreender e melhorar a gestão inovadora).
21
O modelo MERITUM, desenvolvido por Cañibano, classifica o capital intelectual
em três componentes básicos: capital humano; capital organizativo ou estrutural e
capital relacional. Este projecto foi financiado pela União Europeia e contou com a
participação de seis países europeus (liderado pela Espanha) para levar avante uma
investigação sobre intangíveis que fosse a base para a elaboração de guias de
gestão e informação.
Cañibano e Paloma (2004) mencionam que capital intelectual é uma fonte não
monetária de benefícios futuros, que carece de substancia física e que tem que ser
gerido adequadamente, pois é um aspecto fundamental na criação de valor.
Segundo os mesmos autores, a medição sem gestão é inútil.
Quadro 6 – Elementos do capital intelectual segundo o modelo MERITUM
&DSLWDO�+ XP DQR D�FDSDFLGDGH�GH�LQRYDU D�FULDWLYLGDGH R�VDEHU�ID]HU�H�D�H[ SHULr QFLD�DGTXLULGD D�FDSDFLGDGH�SDUD�WUDEDOKDU�HP �HTXLSD D�IOH[ LELOLGDGH�GRV�WUDEDOKDGRUHV D�FDSDFLGDGH�GH�QHJRFLDomR D�P RWLYDomR D�VDWLVIDomR D�FDSDFLGDGH�SDUD�DSUHQGHUD�OHDOGDGH R�QtYHO�HGXFDWLYR�H�D�IRUP DomR�DFDGpP LFD HQWUH�RXWURV
&DSLWDO�UHODFLRQDO $�LP DJHP D�OHDOGDGH�H�VDWLVIDomR�GRV�FOLHQWHVRV�SDFWRV�FRP � RV�IRUQHFHGRUHV R�SRGHU�FRP HUFLDO D�FDSDFLGDGH�GH�QHJRFLDomR�FRP � LQVWLWXLo} HV�ILQDQFHLUDV FRP� UHJXODGRUHV HWF
&DSLWDO�HVWUXWXUDO DV�URWLQDV�RUJDQL] DWLYDV RV�SURFHGLP HQWRV RV�VLVWHPDV DV�FXOWXUDV DV�EDVHV�GH�GDGRV D�IOH[ LELOLGDGH�RUJDQL] DWLYD R�VHUYLoR�GH�GRFXP HQWDomR R�XVR�GH�WHFQRORJLDV�GH�LQIRUPDomR D�FDSDFLGDGH�RUJDQL] DWLYD�GH�DSUHQGHU� DOJXQV�GHOHV�SRGHP � SURWHJHU VH�OHJDOP HQWH�H�FRQYHUWHU VH�HP � ' LUHLWRV�GH�3URSULHGDGH�,QGXVWULDO�RX�,QWHOHFWXDO FRPR�RV�GLUHLWRV�GH�DXWRU�RX�DV�SDWHQWHV
( OHP HQWRV�,QWHJUDQWHV�GR�&DSLWDO�,QWHOHFWXDO
Fonte: Elaboração própria a partir de Cañibano et al., 2008
O capital humano numa empresa é o elemento mais importante do capital
intelectual. Tem como característica própria a impossibilidade de separar este tipo
de activos intangíveis das pessoas que os desenvolvem. Falamos de um capital
individual, o qual está presente na empresa por meio de contratos de trabalho que
vinculam os funcionários com a organização. É, por isso, o conhecimento que os
empregados levam consigo quando abandonam a empresa. O problema do capital
humano é que, genericamente, é difícil de identificar e valorizar. Falamos também de
22
conhecimentos adquiridos por uma pessoa, assim como outras características
individuais, tais como a lealdade, a polivalência ou a flexibilidade, que incrementam
a produtividade e o valor da contribuição do indivíduo à empresa (Cañibano et al.,
2008; Monclús et al., 2006). São estas características as que atribuem identidade à
organização, são o que ela sabe fazer bem, que geram valor intangível porque para
os competidores é quase impossível imitá-las (Ulrich et al., 2007).
O capital estrutural permite a criação de riqueza por intermédio da
transformação de trabalho do capital humano. É o conjunto de conhecimentos que
permanecem na empresa no final do dia (Cañibano, et al., 2008; Monclús et al.,
2006). Está representado por um conjunto de grupos de trabalho interdependentes
que se relacionam numa organização, sendo a contribuição dos conhecimentos
individuais e de grupo representados em procedimentos e processos de
transformação que permitem que a empresa se desenvolva, os quais poder-se-ão
proteger legalmente através de direitos de propriedade intelectual. Conforme
afirmam Faria e Moreira (2006), a essência do capital estrutural é o conhecimento
imerso em rotinas de uma organização.
O capital relacional inclui um conjunto de recursos que a empresa obtém nas
relações externas com clientes, fornecedores, accionistas ou sócios, investidores,
etc. Reflecte aspectos relativos às ligações externas com a utilização do capital
humano e estrutural. O capital relacional engloba não só as relações que a empresa
tem com terceiros, como também a percepção que estes têm da empresa. Segundo
Sáez et al. (2007), nestas relações inter-organizativas produz-se uma forma superior
de conhecimento, com base na coordenação ou combinação de parte do
conhecimento próprio de cada um dos agentes que intervêm na relação. Este capital
relacional é crucial tanto para detectar as oportunidades de mercado que façam com
que a empresa desenvolva novos conhecimentos, como para obter uma valorização
dos seus conhecimentos actuais, provocando uma relação entre capital intelectual e
inovação tecnológica, pois esta desenvolve-se em produtos e serviços como
resultado final de um processo de gestão do conhecimento. Cañibano e Paloma
(2004) referem que as alianças estratégias são o principal intangível dentro de
capital relacional.
Embora hajam críticas a esta separação entre os três componentes do capital
intelectual, por se considerar que na realidade eles funcionam de forma
interdependente, esta separação resulta numa abrangência claramente perceptível,
pois partindo-se da premissa que o conhecimento está presente no capital
intelectual, qualquer que seja a subdivisão que se opere dentro dele, podemos
associar o conhecimento que um funcionário possui e que aplica no seu trabalho, ao
23
capital humano. Associamos o capital estrutural ou organizativo como o veículo que
facilita o fluxo de conhecimentos dentro de uma empresa e o capital relacional é a
interacção do conhecimento individual de cada um dos agentes intervenientes com
os restantes. (Saez, et al, 2007; Monclús et al., 2006).
Modelo Intellectus
O modelo Intellectus partiu do modelo Intelect e do modelo Intangibles Assets
Monitor e foi aperfeiçoado pelo CIC - IADE18. Também distingue e define os três
componentes genéricos de capital intelectual: capital humano, capital estrutural e
capital relacional. Introduziu-lhes um efeito dinâmico e flexível ao desagregar o
capital intelectual em cinco componentes, resultado da divisão do capital estrutural
(em capital organizativo e capital tecnológico) e do capital relacional (em capital
negócio e capital social). Ao distinguir o capital organizativo do capital tecnológico, o
modelo pretende separar os aspectos administrativos internos dos relacionados com
o desenvolvimento de inovações tecnológicas incorporadas nos produtos e procesos
produtivos. O capital relacional, dividido em capital de negócio e capital social,
separa as relações que a empresa mantém com os agentes de negócio
(fornecedores, clientes, financiadores, accionistas, investidores, etc.), com os
agentes sociais (administrações publicas, meios de comunicação, instituições de
defesa do meio ambiente, etc.) (Hormiga et al., 2006).
Fig. 10 – Modelo Intellectus
Fonte: Hormiga et al., 2006: 100-101, adaptado.
18 Centro de Investigação sobre a Sociedade do Conhecimento – Instituto de Administração De Empresas da Universidade Autónoma de Madrid.
24
Este modelo tem a vantagem de apresentar uma proposta sistémica, aberta,
dinâmica, flexível e inovadora de medição dos activos intangíveis ocultos nas
demonstrações financeiras.
Após breve análise de alguns modelos desenvolvidos, constatamos, tal como
Stewart (1998), que não é possível escolher um modelo de valorização em relação a
outros, pois, esses modelos só serão eficazes se perseguirem a estratégia e
objectivos da empresa, o que significa que se possa mudar de método com o
decorrer do tempo. Ainda assim, dentro da mesma empresa, poder-se-á utilizar
diferentes métodos de valorização do capital intelectual se isso reflectir melhor a
realidade de cada sector ou departamento. Também Marr et al. (2004) defende que,
para que se consiga um sistema de medição do valor de uma empresa, é necessário
usar métodos de terceira geração que tenham em atenção os objectivos
estratégicos.
RELATO DO CAPITAL INTELECTUAL
A contabilidade assenta em 3 pilares fundamentais: o reconhecimento, a
mesuração e a divulgação da informação financeira. Estes elementos são
fundamentais para auxiliar o gestor na tomada de decisões acertadas, assim como,
informar as entidades externas acerca da posição da empresa e do seu
desempenho. Para Carqueja (2007) o significado da palava “contabilidade” tem
implícita a ideia de relação com situações ou factos económicos, pois corresponde a
informação sobre valores e riqueza, assim como a sistematização, métodos ou
instrumentos que suportam essa informação.
A contabilidade tem sofrido alterações significativas para se adaptar às novas
exigências, nomeadamente no que diz respeito à divulgação. Cada vez mais as
partes interessadas na situação da empresa exigem informações claras e
fidedignas, o que obriga a uma inevitável evolução. No entanto, uma das áreas em
que a contabilidade não tem conseguido acompanhar a evolução é nos seus
elementos intangíveis, nomeadamente o capital intelectual, fruto da sua difícil
mensuração. É convicção geral que estes são os elementos que fazem crescer a
empresa, que são a base do seu valor e da sua competitividade e que sem eles, nos
dias de hoje, as empresas não sobreviveriam. É nesta área que há um gap entre a
25
abordagem teórica e a prática, assim como há um “gap de informação”19 entre a
informação constante das demonstrações financeiras e o que os seus utilizadores
possam interpretar acerca desses valores.
Segundo Rodrigues e Oliveira (2002), o recente interesse na deterioração da
informação contabilística não se opera simplesmente no meio académico, pois, os
organismos reguladores da contabilidade estão cientes da necessidade de
responder às mudanças operadas neste âmbito, pelo efeito da globalização da
economia e da dependência da “nova economia” no capital intelectual.
Cañibano e Gisbert (2004) salientam que a tendência dos organismos
reguladores internacionais parece estar na ampliação da divulgação de informação
tanto quantitativa como qualitativa no anexo, mais do que a adopção de critérios de
reconhecimento mais flexíveis. Córcoles (2007) vai mais longe ao referir que num
futuro longínquo, poder-se-ia incluir o capital intelectual nas demonstrações
financeiras, mas para que isso aconteça, há que ultrapassar o obstáculo da
mudança de mentalidade tanto das entidades emissoras das normas como dos
gestores das empresas. Os primeiros porque primeiro teriam que normalizar o
reconhecimento e mensuração do que é imensurável e os segundos por receio de
informar acerca da sua fonte geradora de vantagens competitivas.
Partilhamos a opinião de Gray, citado por Ollier (2006), o qual refere que a
contabilização dos intangíveis baseia-se na “propensão para a prudência” e a sua
divulgação na “propensão para o segredo”, confirmando assim, que a informação
acerca dos activos intangíveis não é, de forma alguma, suficiente e isso deve-se à
sua dependência das normas em vigor, que embora actuais são, neste âmbito, muito
conservadoras ao não acompanhar a evolução para uma “Contabilidade Global”20.
Cañibano e Paloma (2004), citando Guthrie et al., afirmam que se encontra mais
informação acerca dos “velhos intangíveis” do que dos “novos intangíveis”, pois os
primeiros são os que estão relacionados com a dimensão financeira (investigação e
desenvolvimento, programas informáticos, comercialização, formação) e que os
dados sobre eles aparecem para explicar cifras das demonstraçoes financeiras. Os
“novos intangíveis” (competência do pessoal, relações com os clientes, sistemas
administrativos, bases de dados, sistemas de apoio às decisões, etc.), que são os
potenciadores de valor das empresas do conhecimento, não se conhecem
facilmente. Acrescentam ainda que palavras como conectividade, comunicação e
interacção deveriam estar no núcleo das análises, devendo-se estimular uma
19 Arnold et al., citados por Rodrigues (2006) 20 Termo usado por Stahel (2004) e Figueras (2004), aplicando este último também os termos “Contabilidade relacional” e “Auditoria relacional”.
26
tendência de convergência para chegar a uma linguagem comum acerca da
divulgação dos intangíveis, para uma mais fácil comparabilidade intersectorial e
internacional21.
A contabilidade deverá adaptar-se a esta mudança, abandonando os
paradigmas de reconhecimento e valorização tradicional onde se reconheciam
apenas os factos que afectassem as componentes patrimoniais, passando a utilizar
um cenário que permita a utilização de subjectividade e adoptar novas perspectivas
que reconheçam o valor crescente dos intangíveis nesta “nova economia” (Faria e
Moreira, 2006).
Esta escassez de divulgação provoca, segundo Lev (2003), elevados custos de
capital para os gerentes e accionistas, uma assimetria informativa para os
investidores, uma informação enviesada e fraudulenta, devido à deficiente
contabilização segundo as restrições normativas e um impacto negativo no
planeamento de políticas fiscais por parte da administração pública. Segundo o
mesmo autor, a relevância da informação financeira diminuiu, tendo aumentado a
deterioração da informação para os investidores. A mesma opinião tem Edvinsson e
Kivikas (2004) ao referir que a falta de informação nas demonstrações financeiras
acerca dos elementos intangíveis, afecta a confiança e a eficaz oferta e distribuição
de futuros recursos adequados à criação de valor.
Não deixa qualquer dúvida que é unânime a opinião de que a divulgação acerca
dos intangíveis é ainda limitada. No entanto, essa divulgação deveria ser incluída
nas demonstraçoes financeiras anuais ou um relatório complementar?
Acerca desta questão a unanimidade é escassa.
Meek et al., citados por Cañibano e Paloma (2004) defendem que as
informações sobre intangíveis deverão fazer parte das demonstrações financeiras
anuais e não um documento separado dessas demonstrações, acrescentando que a
informação que tem sido divulgada sobre os intangíveis tem sido mais qualitativa, o
que torna a informação menos fiável e precisa. Também Edvinsson e Kivikas (2004)
defendem a inclusão do capital intelectual nas demonstraçoes financeiras anuais,
antes de se poder “navegar” com esta nova criação de valor empresarial.
Meer-Kooistra et al., citados por Gonçalves (2007), defendem a existência de dois
relatos: um externo, que seja uniformizado e que contenha informação menos
detalhada e mais objectiva e um interno, sem obedecer a uma estrutura comum e
que seja mais detalhado e completo. Na opinião de Brooking (1997), alguns
aspectos do capital intelectual têm que figurar no balanço para que todos os possam
21 Referem, no entanto, que há uma área emergente e prometedora na divulgação dos intangíveis acerca das decisões de concessão de crédito pelas sociedades financeiras.
27
conhecer, considera também que se deveria “abrir” o conteúdo do Goodwill, dada a
sua propensão para crescer, pois seria contraditório ter metade das contas
classificadas por categorias e outra metade amontoada numa só categoria (como
uma “gaveta de alfaiate”22), e valorizada segundo métodos ad hoc e sujeita a
influências das forças de mercado. A mesma opinião tem Rodrigues (2006) ao
alertar para a necessidade de mudança de paradigma teórico no entendimento de
alguns intangíveis, nomeadamente do Goodwill, impondo um reconhecimento mais
pleno dos activos intangíveis, que passaria por uma desagregação do Goodwill de
acordo com os seus elementos integrantes, permitindo uma maior qualidade da
informação divulgada nos relatos financeiros consolidados.
Muitas mais posições e particularidades são encontradas na literatura
existente sobre o tema, certo é que, o relatório do capital intelectual serviria não só a
função de aproximação da informação que os utilizadores internos e externos têm
sobre a empresa, como serviria de uma importante ferramenta de gestão.
O que nos parece mais razoável quanto à divulgação é que, não será no curto
prazo que se conseguirá um relato incluído nas demonstrações financeiras, pela
falta de um sistema consensual de mediação do capital intelectual, mas que, seria
um passo gitantesco se as empresas elaborassem um relatório complementar às
demonstrações financeiras anuais. Esse relatório poderia ser normalizado para as
informações de carácter financeiro, sendo voluntária para as informações de
carácter não financeiro.
CONCLUSÕES
A atenção dada à medição do capital intelectual não é de hoje. Há já algumas
décadas investigadores dedicaram os seus estudos a esta temática, tendo os
sistemas de medição uma importante evolução ao longo dos anos. Os primeiros,
surgidos na década de 80, uma época em que a riqueza era gerada pela aplicação
intensiva de mão-de-obra, capital e recursos físicos, eram sistemas de medição que
tomavam em consideração apenas a componente financeira da empresa. Já na
década de 90, começaram a surgir críticos aos métodos anteriores, passando a
aplicar metodologias que, baseadas nas tradicionais, incluíam indicadores de base
tecnológica e do conhecimento, desenvolvendo modelos baseados numa dinâmica
empresarial, em transformações e em fluxos, com uma visão estratégica de criação
de valor a longo prazo.
Os sitemas de medição mais recentes adaptam os sistemas desenvolvidos
anteriormente e procuram inserir-lhe uma componente mais vincada na medição dos
22 Tradução de “cajón de sastre” (Brooking, 1997: 218).
28
fluxos de caixa de valores não financeiros. Procuram ser modelos transparentes,
estruturados e equilibrados não pretendendo ser de extrema complexidade que os
tornaria impraticáveis, no entanto, encontram dificuldades na escolha de uma
métrica que espelhe a complexa realidade. Assim, a pretensão destas metodologias
é, segundo Marr et al. (2004), serem suficientemente flexíveis para incorporar
técnicas dentro dos modelos. Roslender e Dyson e Chen e Min, citados por Brás,
2007 defendem que a contabilidade do capital humano deve seguir numa
perspectiva sócio-científica com ênfase nos aspectos estratégicos e baseada em
algarismos contabilísticos mais suaves e não pretender apenas colocar as pessoas
no balanço.
A consideração tradicional de que o capital intelectual é a diferença entre o valor
de mercado das empresas e o seu valor contabilístico, representando a lacuna entre
esses valores, embora sendo contestada por muitos autores, é reforçada em
estudos recentes como o de Peña e Ruiz (2004), que defendem que nos modelos de
valorização dever-se-á ter em consideraçao uma componente não explicativa
(capital não explicado) que reflecte factores de mercado como a especulação, a
crise, o azar, etc., que geram uma visão “não exacta“ (aleatória) do capital
intelectual23.
Debate-se, segundo Gómez (s/d), no que diz respeito à valorização dos activos,
se estes reflectem o valor do seu benefício económico futuro e detecta-se a
incapacidade das demonstrações financeiras reflectirem as diferenças na incerteza
dos custos e benefícios futuros dos diferentes activos que possui. Neste contexto,
segundo a autora, deveria haver informação complementar às demonstrações
financeiras, para que as empresas reflectissem mais claramente o seu valor de
mercado e a sua fonte geradora de valor.
Verifica-se claramente que, se o objectivo da informação financeira é ser util
para a tomada de decisões económicas, essa utilidade é ainda hoje muito limitada,
dado que a contabilidade evidencia a prevalência da informação objectiva sobre
informação relevante, colocando em primeiro plano a prestação de contas. Esta
realidade, constatada por Carqueja (2007), merece pelo autor a crítica de apenas se
documentar o problema, prevalecendo a racionalidade de funcionamento de
construto social.
Dever-se-á continuar os estudos acerca desta temática, encaminhando-os no
sentido de incluir a divulgação do capital intelectual nas demonstrações financeiras
anuais ou num relatório complementar, certo é que, a obtenção de riqueza, gerada
23 Rodrigues (2006) designou por “incerteza-mãe” o problema da valorização do capital intelectual.
29
essencialmente pela utilização do conhecimento, necessita ser medida para que não
escasseie a informação e enfraqueça a confiança, pois como refere Stewart, 1998:
92, “o capitalismo intelectual necessita desesperadamente de uma linguagem
prática, caso contrário cairá num charco de lodo verbal sem sentido“.
Terá, no entanto, que haver a convicção de que, tratando-se de mensuração de
elementos que dependem da acção de determinadas pessoas, em determinadas
organizações com determinadas estruturas físicas e humanas, prevê-se que será
um caminho até ao infinito.
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