Medição do tempo - astroarquivo.files.wordpress.com · Um doze avos de tempo do nascer ao pôr do...

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Medição do tempo A Origem da contagem do Tempo De onde surgiu a necessidade de controlar o tempo? Por que acompanhamos sempre o relógio para controlarmos as nossas atividades cotidianas? A Cronologia (o estudo do tempo) é uma das invenções fundamentais da espécie humana! É com base neste conjunto de conhecimentos que a civilização consegue, até os dias de hoje, controlar e organizar sua vida e suas atividades. Para compreendermos este costume tão cotidiano (às vezes nem nos damos conta de como a influência do relógio é importante em nossas vidas) é preciso recuar ao inicio da humanidade. Para os caçadores do Período Paleolítico, a posição dos astros e seus ciclos eram usados para saber quando a Lua mudaria, em que períodos as diversas estações do ano aconteciam e qual sua influência no comportamento e migração dos animais para que a caça e a pesca pudessem ser bem sucedidas. Como viviam em bandos, uma caçada mal sucedida poderia comprometer sua alimentação e, conseqüentemente, sua espécie. Já no Período Neolítico, arar a terra, semeá-la e o período de colheita precisavam de medidas de tempo precisas para que os períodos mais favoráveis fossem observados para que cada fase da agricultura fosse completada com sucesso garantindo, assim, o prosseguimento da espécie em um dado local. E estas medidas de tempo tinham por base fenômenos naturais repetitivos. Ora, antigamente, antecedendo à invenção da escrita, a humanidade não detinha conhecimentos acerca da construção de artefatos que os auxiliassem na medição do intervalo de tempo. Desta forma, recorrer aos fenômenos naturais que fossem periódicos tornava-se a ferramenta mais favorável naquele momento onde despontava a aurora da nossa civilização. Os fenômenos periódicos mais utilizados foram os movimentos dos corpos celestes e, a partir daí, estes fenômenos passaram a determinar as estações do ano, os meses e os anos. Exemplificando, há cerca de 20.000 anos, os caçadores faziam medição de tempo contando os dias entre as fases da Lua, por meio de marcações em gravetos e ossos.

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Medição do tempo

A Origem da contagem do Tempo

De onde surgiu a necessidade de controlar o tempo? Por que acompanhamos sempre o relógio

para controlarmos as nossas atividades cotidianas?

A Cronologia (o estudo do tempo) é uma das invenções fundamentais da espécie humana! É

com base neste conjunto de conhecimentos que a civilização consegue, até os dias de hoje,

controlar e organizar sua vida e suas atividades.

Para compreendermos este costume tão cotidiano (às vezes nem nos damos conta de como a

influência do relógio é importante em nossas vidas) é preciso recuar ao inicio da humanidade.

Para os caçadores do Período Paleolítico, a posição dos astros e seus ciclos eram usados para

saber quando a Lua mudaria, em que períodos as diversas estações do ano aconteciam e qual

sua influência no comportamento e migração dos animais para que a caça e a pesca pudessem

ser bem sucedidas. Como viviam em bandos, uma caçada mal sucedida poderia comprometer

sua alimentação e, conseqüentemente, sua espécie. Já no Período Neolítico, arar a terra,

semeá-la e o período de colheita precisavam de medidas de tempo precisas para que os

períodos mais favoráveis fossem observados para que cada fase da agricultura fosse

completada com sucesso garantindo, assim, o prosseguimento da espécie em um dado local.

E estas medidas de tempo tinham por base fenômenos naturais repetitivos. Ora, antigamente,

antecedendo à invenção da escrita, a humanidade não detinha conhecimentos acerca da

construção de artefatos que os auxiliassem na medição do intervalo de tempo. Desta forma,

recorrer aos fenômenos naturais que fossem periódicos tornava-se a ferramenta mais

favorável naquele momento onde despontava a aurora da nossa civilização. Os fenômenos

periódicos mais utilizados foram os movimentos dos corpos celestes e, a partir daí, estes

fenômenos passaram a determinar as estações do ano, os meses e os anos.

Exemplificando, há cerca de 20.000 anos, os caçadores faziam medição de tempo contando os

dias entre as fases da Lua, por meio de marcações em gravetos e ossos.

As descobertas arqueológicas indicam que em todas as civilizações antigas, desde os primeiros

hominídeos, algumas pessoas estavam preocupadas com a medição do tempo, seja por

motivos religiosos, agrícolas ou de estudo dos fenômenos celestes (uma forma antiga de

astronomia).

Os Sumérios (povo residente na

mesopotâmia) chegaram a elaborar um

calendário, que dividia o ano em 12 meses de

30 dias, sendo que os dias eram divididos em

12 períodos (que equivalem a duas horas), e

dividiam cada um destes períodos em 30

partes (aproximadamente 4 minutos). Pelo

período ocupado por essa civilização (entre

5.300 e 2.000 anos antes de Cristo), a precisão

de seu calendário é fantástica!

Além dos sumérios, os Egípcios também

tinham um calendário que utilizava os ciclos

das fases da Lua, mas que passou a utilizar o movimento da estrela Sirius, que passa próxima

ao Sol a cada 365 dias, na mesma época em que a inundação anual do Nilo tem início. Isto foi

muito importante para o crescimento da civilização Egípcia. Heródoto (historiador grego)

afirmou que “O Egito é um presente do Nilo”, já que a região seria apenas deserto se não

houvesse este rio.

Podemos então sintetizar, afirmando que os fenômenos celestes é que determinavam o

período de fertilidade da terra e o comportamento dos animais, grande preocupação de todos

os povos.

Com o passar dos anos, muitos instrumentos para contar o tempo surgiram: relógios de areia,

de sol, de água, ... Até chegar aos modernos relógios atômicos. Mas isto é outra história!

A hora

História

A hora foi definida originalmente pelas civilizações antigas (incluindo o Egito, Suméria, Índia e

China) tanto como um doze avos do tempo entre o nascer e o pôr do sol ou como um vinte e

quatro avos de um dia. Em ambos os casos a divisão refletia o amplo uso do sistema de

numeração duodecimal (ou seja, baseado no numero 12) e do costume de manter o padrão

entre diferentes grupos de informação (12 meses, 12 signos do zodíaco, 12 pontos principais

no compasso, uma dúzia).

Diferentes definições antigas de hora:

Um doze avos de tempo do nascer ao pôr do sol. Como conseqüência, as horas

no verão eram mais longas que as horas no inverno, e variavam também de acordo

com a latitude. Os romanos, gregos e as civilizações antigas da China e Japão usavam

essa definição.

Um vinte e quatro avos do dia solar aparente (entre um meio-dia e o seguinte ou entre

um pôr do sol e o outro). Como conseqüência as horas variavam um pouco, pois a

duração de um dia varia ao longo do ano.

Um vinte e quatro avos da representação do dia solar.

A contagem das horas

Ao longo dos séculos diferentes formas de contar as horas foram utilizadas:

Nas sociedades da Antiguidade e da Idade Média,

nas quais a divisão entre o dia e a noite importava

mais do que em sociedades acostumadas com o

uso da luz artificial, a contagem das horas

começava com o nascer do Sol. Este marcava o

início da primeira hora, o pôr-do-sol ocorria ao

final da décima segunda hora. Com isso a duração

das horas variava de acordo com a estação.

No relógio de 12 horas (figura ao lado em cima), a

contagem das horas começa à meia-noite e

reinicia ao meio-dia. As horas são numeradas de 1

a 12.

No relógio de 24 horas (figura ao lado em baixo) a

contagem das horas começa à meia-noite e as

horas são numeradas de 0 a 23.

No chamado tempo italiano a primeira hora inicia

com o pôr do sol. As horas eram numeradas de 1

a 24. Essa forma de contar as horas possuía a vantagem de mostrar facilmente quantas horas

ainda restavam sem a necessidade do uso de luz artificial. Foi introduzida na Itália durante

o século XIV e foi de uso comum até o meio do século XVIII, ou mesmo até o meio do século

XIX em algumas regiões.

Na França, durante o período da Revolução Francesa, a partir de 22 de setembro de 1792, indo

até 1805, foi utilizado o Calendário Revolucionário Francês, o qual, dentre amplas

modificações na contagem de tempo, definiu que o dia se dividiria em 10 (dez) "horas", cada

hora em cem "minutos", cada minuto em cem "segundos". Essa divisão do dia, porém, jamais

foi considerada pelos franceses, tendo sido abolida oficialmente em 1795.

Fuso horário

Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma

reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital americana, em

1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.

A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos,

aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o

movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um

movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através

da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o

movimento de rotação (24 h).

O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse

meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo

oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de

GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.

A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio

eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+);

já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-), feito desse jeito de

forma que em qualquer fuso horário o Sol vai “estar sobre a cabeça das pessoas” ao meio dia

do relógio local.

Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um

fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, conseqüência de sua

grande área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta

extensão territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a

existência de quatro fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662,

publicado no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.

A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas

que realizam viagens e têm contato com pessoas e relações comerciais com locais de fusos

distintos dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes

do globo.

Stonehenge

O Stonehenge é uma estrutura composta,

formada por círculos de pedras que chegam a ter

cinco metros de altura e a pesar quase cinqüenta

toneladas.

Estima-se que as três fases da construção desse

monumento requereram mais de trinta milhões

de horas de trabalho.

Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestes, as observações de

Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta

consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada somente para determinar

o ciclo agrícola, uma vez que nesta região

o Solstício de Verão ocorre bem após o começo

da estação de crescimento; e o Solstício de

inverno bem depois que a colheita é terminada.

Desta forma, as teorias atuais a respeito da

finalidade de Stonehenge sugerem seu uso

simultâneo para observações astronômicas e a

funções religiosas, sendo improvável que

estivesse sendo utilizado após 1100 a.C..

A respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge -

especialmente os seus círculos mais antigos - pretendia ser a réplica de um santuário de pedra,

sendo que os de madeira eram mais comuns em épocas Neolíticas.

No dia 21 de Junho, o Sol nasce em

perfeita exatidão sob a pedra principal.

Segundo dados mais recentes, obtidos

por arqueólogos chefiados por Mike

Parker Pearson, Stonehenge está

relacionada com a existência do

povoado Durrington. Este povoado

formado por algumas dezenas de casas

construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C.,

situado em Durrington Walls, perto

de Salisbury, é considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos

foi aí encontrada uma espécie de réplica de Stonehenge, em madeira.

Calendários

Você seria capaz de viver sem marcar o tempo?

Nós, humanos, temos uma grande necessidade de marcar o tempo; não apenas por questões

práticas, mas também psicológicas.

Como marcar o tempo?

- Só tem uma maneira: tomando por base um evento físico que se repita sempre de uma

mesma forma, conseqüentemente, em um mesmo intervalo de tempo. Usamos então esse

intervalo de tempo como nosso padrão.

De uma maneira geral podemos dizer que um Calendário consiste em um conjunto de

unidades de tempo (dias, meses, estações, ano, ...), organizadas com o propósito de medir e

registrar eventos ao longo de "grandes períodos".

História

Existem indícios que mesmo em eras pré-históricas,

alguns homens já se preocupavam em marcar o

tempo. Na Europa, há 20.000 anos, caçadores

escavavam pequenos orifícios e riscavam traços em

pedaços de ossos e madeira, possivelmente

contando os dias entre fases da Lua.

Há 5.000 anos, os Sumérios tinham um Calendário

bem parecido com o nosso, com um ano dividido em

12 meses de 30 dias, o dia em 12 períodos e cada um

desses períodos em 30 partes.

Há 4.000 anos, na Babilônia, havia um calendário com

um ano de 12 meses lunares que se alternavam em

29 e 30 dias, num total de 354 dias.

Os egípcios inicialmente fizeram um calendário

baseado nos ciclos

lunares, mas depois

notaram que quando

o Sol se aproximava da "Estrela do Cão" (Sírius), estava

próximo do Nilo inundar. Notaram que isso acontecia em

ciclos de 365 dias. Com base nesse conhecimento eles fizeram

um Calendário com um ano de 365 dias, possivelmente

inaugurado em 4.236 AC. Essa é a primeira data registrada na

história.

Quando Cabral chegou por aqui, encontrou os nossos índios medindo o tempo pelos ciclos

lunares. O Francês Paulmier de Gonneville na sua viagem ao Brasil em 1503-1504 teria levado

no seu retorno à França, o filho do chefe dos Carijós, com a promessa de trazê-lo de volta no

prazo de 20 Luas (Livro: Vinte Luas; autor: Leyla Perrone-Moisés; editora: Companhia das

Letras).

Base de funcionamento

O Sol, a Lua e os seus ciclos sempre chamaram a atenção do homem. Como não perceber o

"nascer...por... nascer..." do Sol? Como não perceber a mudança cíclica na forma como vemos

a Lua no céu? Prestando atenção, não é difícil perceber a mudança também cíclica do

posicionamento da trajetória diária que o Sol faz no céu; ou mesmo a sua aproximação

também cíclica às estrelas de fundo.

Em geral os Calendários se baseiam nos ciclos do Sol

e/ou da Lua, que são os objetos celestes que mais

chamam a atenção do homem. Existem algumas

exceções como o Calendário dos Maias (2.000 a 1.500

AC) que além da Lua e do Sol, baseava-se também no

planeta Vênus. Imagine-se cidadão de uma sociedade

primitiva.

O movimento do Sol no céu, "gerando" o claro/escuro, se impõe, sendo impossível não ser

percebido. Temos aí o "dia".

As fases da Lua e o seu movimento em relação ás estrelas também seriam percebidos com

facilidade, bastando para isso um mínimo de lembrança do passado. (Lembre-se que fora das

grandes cidades atuais você vê e veria a Lua com freqüência). Temos aí o conceito do "mês".

As sombras de árvores, pedras, etc., talvez tenham sido os primeiros sinalizadores, para um

observador mais atento, indicando que o caminho diário do Sol no céu também muda em

ciclos. Esses ciclos também poderiam ter sido observados, pela primeira vez, através do

movimento do Sol em relação ás estrelas. Temos aí o "ano". Seria muito simples (e quem sabe,

definitivo!) fazer um Calendário se os ciclos que determinam o ano (translação da Terra em

torno do Sol) e o mês lunar (translação da Lua em torno da Terra) correspondessem a um

número inteiro de dias (rotação da Terra em torno de seu próprio eixo) e fossem

perfeitamente relacionados entre si. Pra complicar mais as coisas, a duração desses ciclos

muda constantemente em torno de uma média que também varia ao longo dos séculos.

Períodos

O "ano tropical" é definido a partir do posicionamento do caminho diário do Sol no céu

(lembram das constelações do zodíaco?) e equivale ao ciclo das estações.

Atualmente corresponde a 365,242190 dias (ou 365 dias e 6 horas), mas ele varia. Em 1900

correspondia a 365,242196 dias e em 2100 corresponderá a 365,242184 dias.

O tempo decorrido entre duas Luas Novas é chamado de "mês sinódico ou mês lunar" e

atualmente corresponde a 29,5305889 dias; mas ele também varia. Em 1900 correspondia a

29,5305886 dias e em 2100 corresponderá a 29,5305891 dias.

Também aqui estamos falando de médias. O tempo decorrido entre duas Luas Novas pode

variar por várias horas devido a uma série de fatores, tais como a inclinação orbital da Lua.

Como o ano tropical não corresponde a um múltiplo inteiro do mês sinódico, não podemos ter

um Calendário que mantenha uma relação perfeita entre os seus dias e o posicionamento do

Sol no céu (Calendário Solar) ao mesmo tempo que mantém essa mesma relação entre os seus

dias e o posicionamento da Lua no céu (Calendário Lunar).

Entretanto 19 anos tropicais correspondem a 234,997 meses sinódicos (quase um número

inteiro). Assim sendo, em um Calendário Solar como o nosso, a cada 19 anos as fases da Luas e

repetem nas mesmas datas.

Tipos

Na atualidade existem aproximadamente 40 Calendários em uso no mundo, que podem ser

classificados em três tipos.

1- Solares: Baseados no movimento da Terra em torno do Sol, com um ano de 365 dias e

meses de 30 e 31 dias; os meses não têm conexão com o movimento da Lua. (exemplo:

Calendário Cristão).

2- Lunares: Baseados no movimento da Lua, com meses de 29 e 30 dias e um ano lunar de

354 dias. o ano não tem conexão com o movimento da Terra em torno do Sol. (exemplo:

Calendário Islâmico). Note que os meses de um Calendário Lunar, como o Islâmico,

sistematicamente vão se afastando dos meses de um Calendário Solar, como o nosso.

3- Lunisolares: Os anos estão relacionados com o movimento da Terra em torno do Sol e os

meses com o movimento da Lua em torno da Terra. Da mesma forma que o calendário

lunar os meses tinham 29 e 30 dias e para

ajustar o calendário (de 354 dias) com o

ano solar (de 365 dias) de tempos em

tempos era adicionado um mês extra

(exemplo: Calendário Hebreu).

O Calendário Hebreu possui uma seqüência de

meses baseada nas fases da Lua mas de tempos

em tempos um mês inteiro é intercalado para o

Calendário se manter em fase com o ano

tropical.

Calendários Cristãos

Os Calendários Cristãos têm anos de 365 ou 366 dias divididos em 12 meses que não estão

relacionados ao movimento da Lua.

Paralelamente a esse sistema, flui o conceito de "semana", em que os dias estão agrupados

em conjuntos de sete. Esses conjuntos vão se sucedendo sem manter relação direta com a Lua,

o Sol ou qualquer outro astro. Possivelmente o conceito de semana surgiu da necessidade

religiosa de se homenagear cada uma das sete divindades astronômicas então conhecidas (Sol,

Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) comum dia diferente para cada.

Existem dois os Calendário Cristãos ainda em uso no mundo.

O Calendário Juliano foi proposto por Sosígenes, astrônomo de Alexandria, e introduzido por

Julio César em 45 AC. Foi usado pelas igrejas e países cristãos até o século XVI, quando

começou a ser trocado pelo Calendário Gregoriano. Alguns países, como a Grécia e a Rússia, o

usaram até o século passado. Ainda é usado por algumas Igrejas Ortodoxas, entre elas a Igreja

Russa.

O Calendário Gregoriano foi proposto por Aloysius Lilius, astrônomo de Nápoles, e adotado

pelo Papa Gregório XIII, seguindo instruções do Concílio de Trento (1545-1563). O decreto

instituindo esse Calendário foi publicado em 24 de fevereiro de 1582.

A diferença entre esses dois Calendários está na duração considerada do ano (365,25 dias no

Juliano e 365,2425 dias no Gregoriano) e nas regras para recuperação do dia perdido,

acumulado durante os anos, devido à fração de dias na duração do ano considerada.

Note que atualmente sabemos ser a duração do ano tropical de 365,242190 dias. Devido às

diferenças entre as durações do ano consideradas nesses dois calendários e a duração

verificada, o ano tropical se defasa de 1 dia a cada 128 anos no Calendário Juliano e a cada

3.300 anos no Calendário Gregoriano.

O Calendário Juliano estava 10 dias atrasado em relação ao ano tropical quando o Calendário

Gregoriano foi decretado. Por isso, constou da bula papal que 10 dias do mês de outubro

deveriam ser "pulados", passando o Calendário do dia 4 de outubro, imediatamente para o dia

15. Os dias 5 a 14 de outubro de 1582 não constam da história daqueles países que

imediatamente adotaram o novo Calendário (Portugal, Espanha, Itália e Polônia).

Calendário Gregoriano

No Calendário Gregoriano o ano é considerado como sendo de 365 + 97/400 dias (=365,2425

dias). Assim sendo, no Calendário Gregoriano, existem 97 anos de 366 dias (que chamamos de

bissextos) em cada período de 400 anos.

Os anos bissextos são determinados pela seguinte regra:

1- Todo ano divisível por 4 é bissexto.

2- Todo ano divisível por 100 não é bissexto.

3- Todo ano divisível por 400 é bissexto.

4- O item 3 prevalece ao item 2 que por sua vez prevalece ao item 1.

Os anos são formados por meses constituídos por 30 ou 31 dias; com exceção de fevereiro

constituído por 29 dias nos anos bissextos e 28 nos demais anos.

Data Origem

Uma vez estabelecido como será um determinado Calendário, surge outra questão: Quando

cairá o primeiro dia desse Calendário? Essa questão no nosso caso foi: A que dia da história

corresponderá o dia primeiro de janeiro do ano um?

O Calendário Cristão surgiu no ano 532 da nossa era. Era o ano 248 da era Diocletiana (os anos

eram Julianos e estavam sendo contados a partir de um decreto de Diocletiano) quando

Dionysius Exiguus, um calculista do Papa (fazia os "complicados" cálculos para a determinação

da Páscoa), sugeriu que a contagem dos anos tivesse início no ano do nascimento de Cristo.

Não se sabe dos cálculos, provas, etc. que Dionysius teve para fixar o nascimento de Cristo

(erradamente) 532 anos atrás, no dia que passou a ser 25 de dezembro do ano um.

O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359 dias antes daquele que Dionysius

presumiu ser o dia do nascimento de Cristo.