Mecânica de Motos - AprendaMais
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Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3
Sistemas bsicos e outros componentes
A motocicleta constituda pelos sistemas indicados a seguir.
Chassi a pea principal na estrutura da motocicleta, pois nele esto montados todos os componentes dos
diversos sistemas. Pode ser:
de estrutura tubular o tipo mais procurado, pois oferece maior estabilidade em cidades ou estradas, sendo utilizado nas motocicletas com motores superiores a 200cm3;
Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4
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de ao estampado ou prensado costuma ser de duas peas de ao ou chapa metlica, soldadas em volta de uma costura central. Sob o ponto de vista industrial, o mais econmico, porm com a desvantagem de ter maior peso que o tubular, alm de ser muito rgido, o que dificulta os servios de reparo e manuteno (fig. 5);
Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
baseado nos motores sua constituio baseia-se mais no alojamento do motor do que no restante da estrutura da motocicleta. Seu custo de fabricao pequeno. s vezes, apresenta graves defeitos, como envergar-se e quebrar-se, pois utiliza o motor como pea auxiliar; exige especial cuidado quanto aos parafusos, que devem ser reapertados constantemente (fig. 6).
Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
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Motor o produtor da fora necessria para movimentar a motocicleta.
Sistema de transmisso Tem por finalidade a transmisso s rodas da fora gerada pelo motor.
Sistema eltrico Assegura o bom funcionamento da ignio, da iluminao e dos demais acessrios da motocicleta.
Sistema de freio Encarregado de deter parcial ou totalmente a motocicleta.
Sistema de suspenso Responsvel pela absoro dos solavancos produzidos pelas irregularidades do solo.
Sistema de direo Serve de guia motocicleta para a direo desejada pelo condutor.
Sistema de alimentao Alimenta o motor com o combustvel necessrio ao deslocamento da motocicleta.
Sistema de distribuio Faz com que o funcionamento do motor seja sincronizado juntamente com o comando valvular e
distribuidor.
Sistema de lubrificao incumbido de manter lubrificadas as partes mveis do motor e da caixa de mudanas.
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Sistema de embreagemEncarrega-se de facilitar a troca de marchas, desligando o motor da caixa de mudanas.
Alm desses sistemas, detalhados nos temas subseqentes, a motocicleta apresenta outros componentes, indicados a seguir.
Cubo da roda dianteira uma pea cilndrica com orifcio central, onde so alojados os rolamentos e os vedadores. Na
parte externa do cubo, acham-se instalados os raios que recebem os esforos axiais da roda, encarregando-se estes ltimos de transmitir tais esforos ao cubo. Os cubos so fabricados com ligas especiais de alumnio, por terem alta resistncia, peso reduzido e serem excelentes dissipadores de calor.
Alguns cubos de rodas so fundidos e, juntamente com o tambor de freio, formam uma nica pea. A fig. 7 ilustra um cubo de roda dianteira e os seus componentes.
vedador
eixo da roda cubo da roda
retentor porca do eixo
trava da porca rolamento de esfera
espaador do rolamento
dianteiro com tambor de freio
rolamento de esferas
Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7
Com exceo dos tambores de freio, os cubos das rodas das motocicletas, em condies normais de uso, no sofrem muito desgaste. Por isso, seu recondicionamento se resume troca de rolamentos e vedadores, que os condiciona a mais um longo perodo de durao. Os passos da referida operao encontram-se relacionados a seguir.
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Recondicionamento do cubo da roda dianteira
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave de fenda, alicate universal, martelo de plstico, elementos de limpeza, motocicleta completa, relgio comparador, gabarito em V, para medir o eixo, ferramenta especial para a remoo e instalao dos rolamentos
2 Retire a roda dianteira.
3 Desmonte o cubo da roda sobre uma bancada de servio.
4 Lave todos os componentes do cubo da roda dianteira.
5 Inspecione os elementos do cubo da roda dianteira.
6 Monte os elementos do cubo da roda dianteira.
7 Instale a roda na motocicleta.
8 Retire a motocicleta da moto-rampa.
Cubo da roda traseira Comumente, nas motocicletas, os cubos das rodas traseiras no diferem muito dos aplicados s
dianteiras. Alm dos rolamentos, vedadores e dos raios das rodas, fixada, tambm no cubo traseiro, a coroa dentada da transmisso, que transmite o torque do motor roda. Em alguns casos, esse torque transmitido atravs de um sistema denominado eixo motor, igualmente alojado no cubo da roda traseira, e que se assemelha aos diferenciais utilizados nos automveis. A fig. 9 ilustra um tipo comum de cubo de roda traseira com seus componentes, usado na maioria das motocicletas.
rolamento
vedador
espaador
suporte da roda
parafusos de fixao das buchas amortecedoras
coroa espaador
anel elstico
cubo da roda traseira buchas amortecedoras porcas vedador
Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
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Por suportar maior peso e regimes forados de trabalho, o cubo da roda traseira normalmente mais reforado do que o dianteiro, podendo, ainda, ser recondicionado de acordo com os passos indicados a seguir.
Recondicionamento do cubo da roda traseira
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Uma motocicleta completa, chave de boca fixa, chave de estria, chave de fenda, alicate especial para trava, martelo de bola, tocapino e elementos de limpeza
2 Retire a roda traseira.
3 Desmonte o cubo da roda traseira.
4 Inspecione os elementos do cubo da roda traseira.
5 Monte o cubo da roda traseira.
6 Instale a roda traseira.
7 Retire a motocicleta da moto-rampa.
Para cumprir a ordem de execuo n.o 2, necessrio adotar os procedimentos descritos a seguir.
Remoo e instalao da roda traseira
Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9
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N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave de fenda, alicate universal, martelo de plstico
2 Retire a roda traseira.
3 Instale a roda traseira.
Pneumticos Os pneus utilizados nas motocicletas no diferem muito dos usados nos automveis. Basicamente,
a diferena se d em termos de dimenso e resistncia. Destaca-se, tambm, a banda de rodagem lateral (ombro), que os pneus das motocicletas utilizam para manter a aderncia ao solo nas inclinaes ocasionadas pelas curvas.
Quanto ao desenho da banda de rodagem, varia de acordo com sua aplicao; para uso em vias comuns e estradas asfaltadas, utilizam-se pneus com sulcos menos profundos e de menor reforo interno. Para os caminhos difceis e enlameados, ou do tipo trail, enduro, cross, etc., so utilizados pneus especiais que, geralmente, tm sulcos profundos na banda de rodagem e maior reforo interno.
No interior do pneu, h uma cmara de ar idntica s utilizadas nos veculos em geral, diferindo apenas uma dimenso. Devido s severas condies de trabalho a que so submetidos, os pneumticos sofrem desgastes que foram sua substituio periodicamente. No entanto, para que se possa obter o mximo de rendimento dos pneus, preciso que se obedea a algumas recomendaes dos fabricantes, como presso de ar, aplicao correta, etc.
A fig. 10 ilustra um pneu em corte utilizado em motocicleta, com destaque para os seus componentes internos e externos.
1. Banda de rodagem aumenta a
fora motriz e frenagem.
2. Ombro exerce o papel da banda
de rodagem nas inclinaes
provocadas pelas curvas.
3. Flanco suporta as deformaes
provocadas pelas irregularidades
do solo.
4. Lonas aumentam a resistncia
do pneu aos impactos sofridos.
5. Talo a parte que mantm
contato com o aro da roda;
contm reforo em ao, para
aumentar sua resistncia e
hermeticidade.Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10
1 2
3
4
5
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Rolamentos: tipos e aplicaes Na motocicleta, encontra-se uma variedade de rolamentos, instalados em seus diversos sistemas.
Ainda que todos tenham por finalidade reduzir o atrito, variam na forma e disposio dos seus elementos, conforme descrito a seguir.
Rolamentos de agulhas
Estes rolamentos possuem um separador com roletes de pouco dimetro (fig. 11).
So utilizados nas bielas para motores de motocicletas, por oferecer a vantagem de, com seu pouco peso, suportar a carga nas diferentes variaes de esforos a que so submetidos.
Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11
Rolamentos de esferas blindadas
Estes rolamentos contm de anis, separadores, esferas e vedadores laterais (fig. 12), sendo utilizados para trabalhos que no requeiram necessidade de lubrificao peridica.
O lubrificante colocado na fbrica.
Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12
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Rolamentos axiais
Estes rolamentos, por utilizar elementos rodantes de grande preciso e com larga rea de contato, podem suportar grande capacidade de carga num pequeno espao. So utilizados para trabalhar tanto na horizontal quanto na vertical (fig. 13).
Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13
Rolamentos radiais
So utilizados nas caixas de mudanas e podem vir incorporados com um anel retentor na periferia do anel externo, sendo lubrificados pelo prprio leo da caixa de mudanas (fig. 14).
Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14
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Motores
Nesta Seo...
Funcionamento do motor de combusto interna
Motor de dois tempos
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Funcionamento do motor de combusto interna
Define-se como motor de combusto interna toda mquina que transforme energia trmica (calor) em energia mecnica (movimento) atravs de exploses da mistura combustvel internamente comprimida nos cilindros.
Seu funcionamento baseia-se no princpio dos momentos, ou seja, no efeito da expanso dos gases em combusto atuando na cabea de um mbolo, no interior de um cilindro, e ligado a uma manivela por meio de um brao tipo biela. A fora de expanso dos gases em combusto impulsiona o mbolo para baixo, e a biela transforma seu movimento alternado de sobe e desce em movimento rotativo da manivela, conforme ilustra a fig. 1.
mistura da combusto
mbolo
biela
rvore de manivelas
Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1
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Este motor, comumente conhecido como motor ciclo Otto, surgiu simultaneamente na Alemanha e Frana em fins do sculo XIX. Vem sofrendo modificaes e aperfeioamentos tcnicos que tm resultado numa extraordinria performance em termos de potncia e economia.
Sua utilizao quase universal em veculos autopropulsores na terra, ar ou mar.
Em motocicletas, utilizam-se motores a exploso similares aos utilizados nos demais veculos automotores, diferindo apenas no tamanho, forma, peso e outras particularidades, mas obedecendo aos mesmos princpios, conforme descrito a seguir.
Princpio de funcionamento O funcionamento dos motores combusto interna assemelha-se ao ciclo de trabalho de um
canho antigo.
Vejamos, por exemplo, como se processa o ciclo de trabalho desse tipo de canho.
Inicialmente, introduzida, no interior do seu cilindro, certa quantidade de combustvel. Em seguida, colocam-se um fardo de pano, resduos de madeira e ou outro elemento slido que sirva para pressionar o combustvel colocado no cilindro. Utilizando um batedor apropriado, pressiona-se a chamada bucha de canho de encontro ao combustvel, cujo efeito o condicionamento a exploso, isto porque todo combustvel, pressionado, ao inflamar-se desloca, violentamente, os gases resultantes da combusto, o que caracteriza o efeito exploso.
Como o objetivo do canho expelir um corpo slido de encontro a um alvo qualquer, introduz-se tambm, no interior do cilindro, uma bola de ferro chamada bala de canho.
Para que acontea a exploso do combustvel pressionado, faz-se necessria a ignio desse combustvel, geralmente provocada pela chama de um pavio embebido em combustvel e em contato direto com o combustvel pressionado. Assim, o operador do canho ir acender o pavio, que, ao alcanar o combustvel pressionado, provoca sua exploso, em conseqncia da qual ocorre a expanso dos gases queimados, que impulsionam a bala ao local desejado.
Mas os gases queimados deixam resduos no cilindro, como, por exemplo, o gs carbnico resultante da combusto, que fatalmente podem prejudicar nova utilizao do canho; por isso, devem-se retirar esses gases do interior do cilindro, para que se possa reutilizar o canho.
Mecanismo de funcionamento Vimos, anteriormente, que o motor a combusto interna transforma o movimento retilneo e
alternado de sobe e desce, efetuado pelo mbolo, em movimento rotativo da rvore de manivelas. Isso significa que o mbolo obrigatoriamente inverte seu curso em dois pontos distintos, que passamos a denominar ponto morto superior (PMS) e ponto morto inferior (PMI), conforme ilustra a fig. 2.
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PMS
PMI
Agora, vamos introduzir um mecanismo nesse motor que permite aliment-lo com mistura combustvel, alm de possibilitar a expulso dos gases queimados de forma prtica e automtica. Passamos a denominar esse elemento de mecanismo das vlvulas, conforme demonstrado a seguir.
Mecanismo das vlvulas Tem por funo abrir e fechar as vlvulas do motor no momento adequado, o que ocorre porque
este mecanismo est sincronizado com o movimento da rvore de manivelas, como mostra a fig. 3.
Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2
mbolo
rvore de comando das vlvulas
balancins
Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3
vlvulas
haste de comando dos balancins
tuchos
rvore de manivelas
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O sistema composto por duas vlvulas distintas: uma de admisso, que permite a entrada de misturas combustveis para dentro do cilindro; outra de escapamento, que permite a sada dos gases queimados para fora dele. Estas vlvulas so comandadas pelos demais elementos do citado mecanismo, que devem abri-las ou fech-las no momento oportuno. Evidentemente, existem outros fatores que contribuem para o funcionamento do motor, mas, para efeito de explanao do seu princpio bsico de trabalho, limitamos as informaes ao que j est descrito.
Agora, vejamos como se processa o ciclo de trabalho do motor a combusto interna. Se analisarmos melhor o ciclo de trabalho do canho antigo, constataremos que ocorre em quatro fases distintas: alimentao; compresso; exploso; limpeza dos gases queimados. Para que ocorra novo tiro, todo o trabalho deve ser repetido, tornando-se cclica sua operao. Nos motores a combusto interna, estes fatos se repetem de forma igual, mas com objetivos diferentes, conforme veremos a seguir.
Ciclo de funcionamento do motor O ciclo de trabalho do motor a combusto interna tambm ocorre em quatro fases distintas: admisso;
compresso; exploso; escapamento. Cada uma dessas fases se desenvolve em curso completo do mbolo, ou seja, um deslocamento completo do PMS ao PMI ou vice-versa. Para cada curso completo do mbolo, a rvore de manivelas gira meia volta, o que significa dizer que, ao completar o ciclo, ela desenvolveu duas voltas completas.
Admisso
Comea quando o mbolo se encontra no PMS. Abre-se a vlvula de admisso, e o mbolo inicia seu movimento descendente, permitindo a entrada da mistura combustvel devido suco provocada pelo mbolo (fig. 4), o que ocorre at que o mbolo atinja o PMI. Neste momento, fecha-se a vlvula de admisso, e a rvore ter completado meia volta.
vlvula de admisso
coletor de admisso
mbolo
rvore de manivelas
Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4
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Compresso
Vimos, anteriormente, que o mbolo se deslocou do PMS ao PMI, aspirando a mistura combustvel. Ao inverter seu curso, inicia-se a segunda fase, ou seja, a de compresso da mistura combustvel aspirada, que se desenvolve atravs do deslocamento ascendente do mbolo do PMI ao PMS, reduzindo, sensivelmente, o espao ocupado pela mistura combustvel. Nesse meio tempo, a rvore de manivelas haver completado mais meia volta (fig. 5).
Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
mbolo
rvore de manivelas
Exploso
Ao atingir o PMS na fase de compresso, o mbolo ter comprimido fortemente a mistura combustvel, condicionando-a exploso. Para ocorrer a exploso dessa mistura combustvel, faz-se necessrio o auxlio de um novo elemento, que provoca uma fasca eltrica no espao em que a mistura est comprimida e, conseqentemente, a sua ignio. Como o efeito da exploso provoca a expanso dos gases queimados, eles deslocam violentamente o mbolo do PMS ao PMI, caracterizando a fase. Tal fenmeno tambm conhecido como tempo motor (fig. 6). Com a concluso desta fase, ocorre mais meia volta da rvore de manivelas.
mbolo
rvore de manivelas
Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
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Escapamento
Ao atingir o PMI por fora do deslocamento dos gases inflamados, o mbolo tende a inverter o seu curso. Nesse momento, o mecanismo das vlvulas abre a vlvula de escapamento, que permanece aberta, at que o mbolo atinja novamente o PMS. A presso provocada pelo movimento ascendente do mbolo faz com que os resduos dos gases queimados sejam expulsos do interior do cilindro atravs da vlvula de escapamento (fig. 7.). Com isso, ocorre a quarta e ltima meia volta da rvore de manivelas, completando as duas voltas dela para o complemento do ciclo. A partir deste momento, inicia-se novamente a primeira fase, e assim sucessivamente.
mbolo
rvore de manivelas
Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7
Os motores a combusto interna diferem entre si em tamanho, potncia desenvolvida, nmero de cilindros, combustveis utilizados e outras particularidades dos seus fabricantes. Entretanto, todos obedecem aos princpios bsicos de funcionamento de seu projeto original em pocas remotas. Portanto, conhecedor de tais princpios, voc pode entender melhor essas peculiaridades.
Motor de dois tempos o motor que completa o ciclo de funcionamento em dois tempos, ou seja, em dois cursos do
mbolo e uma volta da rvore de manivelas.
Alguns fabricantes de motocicletas adotam, em seus modelos, motores de dois tempos, principalmente pela simplificao de construo, com menos peso e fcil manuteno.
Constituio do motor de dois tempos Basicamente, em termos de componentes, o motor de dois tempos no difere muito do motor
convencional de quatro tempos. O fato mais notrio, nesse aspecto, que o motor de dois tempos,
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principalmente em motocicletas, no dotado de mecanismo de vlvulas. Em seu lugar, existem aberturas no cilindro que servem para dar passagem mistura combustvel e sada dos gases queimados. Existe, ainda, uma terceira abertura, em contato direto com o coletor de admisso, para receber a mistura preparada pelo carburador. Essa abertura denomina-se orifcio de compensao. Geralmente, o motor de dois tempos apresenta os componentes visualizados na fig. 8.
vela de ignio
cabeote
cilindro mbolo
janela de escapamento
janela de admisso janela de compensao
biela
rvore de manivelas
crter
Caractersticas do motor de dois tempos
Cabeote
uma pea de ferro macio ou alumnio, com aletas de arrefecimento em toda a superfcie externa e um orifcio roscado, onde se aloja a vela de ignio. Na parte inferior do cabeote, em que se contacta com o cilindro, encontra-se uma cavidade que forma a cmara de combusto. Sua forma varia de acordo com a potncia, aplicao do motor e/ou preferncia do fabricante. Alguns motores de grande porte possuem uma vlvula de descompresso situada no cabeote, cuja finalidade facilitar a partida inicial do motor.
mbolo
O que caracteriza o mbolo do motor de dois tempos, em relao ao do motor convencional, a ausncia dos anis raspadores de leo. Isto porque, geralmente a lubrificao desses motores feita por nebulizao, ou seja, adio de leo especial no prprio combustvel. Tais mbolos tm tambm uma cavidade lateral, para facilitar o ingresso do combustvel.
Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
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Cilindro
Difere do cilindro convencional pela existncia, em suas paredes, de janelas ou aberturas de compensao, alimentao e escapamento.
Crter
Alm de alojar a rvore de manivelas, tem um papel importante no funcionamento do motor, pois promove a pr-compresso da mistura de ar/combustvel em seu interior, antes da compresso normal do cilindro.
Funcionamento do motor de dois tempos As fases de um motor de dois tempos so as mesmas das de um de quatro tempos. A diferena,
porm, est na maneira de como acontecem estas fases. A rvore de manivelas d uma volta, para que se complete o ciclo de funcionamento.
Vejamos, a seguir, a descrio do citado ciclo.
Admisso
O carburador desse tipo de motor fixado num plano inferior ao da cmara de combusto, para facilitar a entrada da mistura de ar/combustvel e leo no crter.
Quando o mbolo sobe para PMS, succiona o combustvel do carburador, fazendo encher o crter; na sua descida, comprime a mistura no interior do crter, transferida para a cmara de combusto pela passagem lateral ou janela de transferncia (fig. 9).
mistura de ar/combustvel
Fig. 9 Admisso-transmisso do crter para o cilindroFig. 9 Fig. 9 Fig. 9 Fig. 9
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Compresso
Transferida a mistura para a cmara de combusto, o mbolo comea a subir, comprimindo-a. Neste momento, ele atinge o PMS, e a sua saia fecha as sadas dos gases queimados e a janela de transferncia (fig. 10).
mistura comprimida de ar/combustvel
mistura de ar/combustvel
Fig. 10 Fig. 10 Fig. 10 Fig. 10 Fig. 10 Admisso do crter
Exploso
Quando o mbolo est em PMS comprimido, produzida uma centelha na vela de ignio que provoca a inflamao violenta da mistura, empurrando o mbolo rapidamente para o PMI (fig. 11).
combusto da mistura
Fig. 11 Fig. 11 Fig. 11 Fig. 11 Fig. 11 Potncia-compresso do crter
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Escape
Ao ser empurrado violentamente para o PMI, o mbolo arrasta os gases queimados, expelidos para o exterior. Ao descer, ele comprime novamente a mistura que j est no crter, transferindo-a para a cmara de combusto, iniciando-se, ento, novo ciclo de funcionamento (fig. 12).
admisso
vela de ignio
gs de escape
Fig. 12 Fig. 12 Fig. 12 Fig. 12 Fig. 12 Escape depois admisso
Recomendaes necessrias para os motores de dois tempos
Os motores de dois tempos, por suas caractersticas de construo e funcionamento, so de alta rotao, exigindo cuidados especiais, tais como:
a) o leo a ser misturado no combustvel, a fim de lubrificar as peas do crter, deve possuir caractersticas de no atrapalhar a queima da mistura e, ao mesmo tempo, desempenhar o papel de lubrificar os componentes;
b) o ponto de ignio deve ser cuidadosamente aferido, pois pode acarretar srios danos ao motor, se este trabalhar fora das especificaes;
c) a boa manuteno fator de durabilidade e consiste em desmontar os elementos para inspeo e troca das peas desgastadas em funo do prprio uso.
O quadro a seguir apresenta, de forma resumida, as principais caractersticas dos motores de dois e quatro tempos.
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Quadro comparativo entre os motores de dois e quatro tempos
QUESITOS MOTOR 2T MOTOR 4T
CONSTRUO Construo simplificada. Cabeote com uma nica pea.
Construo complexa. Requer um mecanismo de vlvulas no sistema de admisso e escape localizado no cabeote. Mais pesado.
MANUTENO Simplificada em razo do menor nmero de componentes. Requer descarbonizao peridica.
Maior nmero de componentes traduz-se em manuteno e ajustes peridicos. Por outro lado, prescinde de descarbonizao freqente. Maior durabilidade das velas de ignio.
DESEMPENHO No motor 2T, ocorre uma exploso a cada volta do eixo de manivelas, o que resulta em maior potncia especfica.
Maior regularidade de funcionamento. Regime de marcha lenta mais estvel.
CONSUMO
A economia de combustvel fica comprometida, uma vez que parte da mistura expelida pela janela de escape durante o processo de lavagem dos gases.
Alm de maior economia de combustvel, o motor de 4T, em condies normais, no consome lubrificantes como o 2T.
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Parte superior do motor
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Cilindros do motor
Cabeote do motor
Mecanismo de acionamento das vlvulas
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Cilindros do motor
O conjunto cilindro-mbolo responsvel pela suco da mistura de ar/combustvel necessria ao funcionamento do motor.
Vejamos, a seguir, as principais caractersticas desse conjunto.
Cilindro
um corpo rolio de dimetro igual em todo o seu comprimento (geometria). No motor, essa denominao dada a uma cavidade similar, onde trabalha o mbolo. Em algumas publicaes tcnicas, o referente cilindro chamado de camisa. Geralmente, construdo de ferro fundido ou antimnio, e suas paredes internas so de ao temperado e retificado, para resistir ao atrito dos anis. Em motocicletas, os cilindros so dotados de aletas, fundidas em sua estrutura, que servem para dissipar o calor gerado pela combusto (fig. 1).
corpo do cilindro
aletas
camada de ao temperado e retificado
mbolo Localizado no interior do cilindro, com os respectivos anis de segmento, pino e trava, encarregado
de receber a presso dos gases em combusto e transmitir a fora de expanso biela. Geralmente, fabricado de liga de alumnio-silcio, cujas principais caractersticas so baixo peso especfico, alta resistncia
Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1
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e rpida dissipao de calor. Alguns mbolos recebem um revestimento metlico de estanho ou chumbo, para maior proteo superfcie de deslizamento com a camisa, onde h falta transitria de lubrificao. O dimetro do mbolo menor do que o cilindro em que trabalha. Isto porque, ao receber o calor gerado pela combusto, sua matria-prima de fabricao sofre uma dilatao, aumentando o dimetro original. Como a dilatao maior em sua parte superior (cabea), devido ao contato direto com o fogo, os mbolos tm nesse ponto dimetro ligeiramente menor do que na saia (fig. 2).
parte superior (cabea)
zona dos anis (motores de quatro tempos)
orifcio do pino
parte inferior (saia)
Conjunto de anis de segmento So crculos metlicos com uma fenda separando seus extremos, os quais envolvem o mbolo em
cavidade prpria. Os anis desempenham dois importantes papis no funcionamento do motor. Um formar uma parede entre a superfcie lisa do cilindro e a parte lateral do mbolo, com o intuito de evitar eventuais perdas de compresso, quando o mbolo comprime a mistura para a exploso. Outro a raspagem do leo jogado nas paredes do cilindro, promovendo sua lubrificao. Os mbolos costumam ser dotados de dois anis de compresso e um anel raspador de leo. Conforme o emprego e a potncia do motor, esse nmero pode se modificar.
Anis de compresso So constitudos de metal cromado e duro, sendo os mais solicitados durante o funcionamento do
motor. Por esta razo, situam-se nas duas primeiras ranhuras do mbolo. O anel na ranhura superior denomina-se anel primrio, e o que ocupa a ranhura subseqente chama-se anel secundrio. Quanto ao formato das suas paredes, podem ser quadradas, trapezoidais ou chanfradas.
Anis raspadores de leo So formados por dois anis tipo lmina e mola tipo expansor-separador entre essas lminas. A
mola expansora construda de forma tal que permite ao lubrificante acompanhar o movimento de ascendncia e descendncia do mbolo, com uma camada de leo para a lubrificao das paredes do cilindro. O excesso de leo devolvido ao crter atravs de orifcios prprios existentes na mola e no
Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2
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mbolo. O anel raspador de leo montado na ranhura inferior do mbolo, embaixo dos anis de compresso. A fig. 3 ilustra um conjunto de anis de segmento normalmente usado nos cilindros e as respectivas posies de montagem.
anel primrio de compresso
anel secundrio de compresso
lmina superior do anel de leo
mola expansora
lmina inferior do anel de leo 20mm ou mais
O conjunto dos cilindros de um motor montado entre o bloco do motor e o cabeote, e, normalmente, dispensa manuteno peridica, a no ser que o motor apresente compresso abaixo do normal e, comprovadamente, tal fenmeno seja causado pela ovalizao excessiva do cilindro. Nesse caso, todo o conjunto dever sofrer reparos (retfica). A fig. 4 apresenta uma vista explodida do cilindro do motor e os respectivos componentes.
pino-guia do cabeote
anel de vedao de leo cilindro
carcaa do cilindro aleta de refrigerao
junta do cilindro
anis de compresso anel raspador de leo
mbolo pino do mbolo
trava do pino
Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3
Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4
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A seguir, encontram-se relacionados os procedimentos bsicos para executar o recondicionamento do cilindro do motor.
Recondicionamento do cilindro do motor
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave Phillips, chave soquete, ferramentas especiais, elementos de limpeza, motocicleta completa e moto-rampa
2 Retire o conjunto do cilindro do motor.
3 Inspecione os elementos do cilindro do motor.
4 Instale o cilindro do motor.
5 Retire a motocicleta da moto-rampa.
Cabeote do motor Cabeote do motor o elemento do motor responsvel pela vedao da parte superior do cilindro,
formando, com este, o espao no qual a mistura combustvel ir comprimir-se para a eventual exploso, que caracteriza o funcionamento do motor. Esse espao normalmente conhecido como cmara de exploso.
O cabeote tem tamanho e formas que variam de acordo com as caractersticas do motor. A fig. 5 mostra um cabeote em corte montado no motor ciclo Otto de quatro tempos, bem como alguns dos seus componentes.
mecanismo de acionamento tampa das vlvulas
vlvulavela de ignio
cabeote mbolo
cilindro
carcaa do motor
Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
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Na motocicleta, os cabeotes so geralmente construdos com ligas de alumnio e possuem aletas, para auxiliar na refrigerao do motor. Em sua estrutura, alojam-se as velas de ignio, e, em alguns motores modernos, encontram-se tambm as vlvulas de admisso e descarga, bem como parte do mecanismo de acionamento delas.
Geralmente, os motores mais potentes so dotados de mais de um cilindro. Nesse caso, o cabeote pode ser uma nica pea para todos os cilindros ou, individualmente, para cada um deles. Considerando que a maioria das motocicletas em circulao tem caractersticas similares quanto ao cabeote, direcionamos as informaes tcnicas para o motor de quatro tempos monocilndrico. A exceo para os motores de dois tempos.
Constituio do cabeote O cabeote dos motores de quatro tempos constitudo, geralmente, pelos seguintes elementos (fig. 6).
parafuso de fixao da tampa
tampa das vlvulas
balancim
orifcios de lubrificao vlvula de admisso
parafuso de fixao porca de fixao do balancim central do cabeote
parafuso de fixao lateral do cabeote
vlvula de descarga
carcaa do cabeote junta do cabeote
A carcaa do cabeote tem, de um lado, uma abertura circular por onde passam os gases de escapamento; do outro, uma segunda abertura, tambm cicular, por onde entra a mistura combustvel. Fundidas em volta da carcaa, encontram-se as aletas de arrefecimento. Porm, o detalhe mais importante do cabeote a salincia inferior que forma a cmara de exploso. Ela varia conforme a potncia e a aplicao da motocicleta. Basicamente, existem trs formas distintas de cmara de
Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
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exploso, quais sejam: cmara em V, cmara em I e cmara hemisfrica. Estas duas ltimas demonstram maior aceitao por parte dos fabricantes de motocicletas pelas diversas vantagens que oferecem. A fig. 7 ilustra os trs tipo de cmara.
cmara hemisfrica cmara em I cmara em V
Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7
Qualquer que seja a forma adotada pelo fabricante, essas cmaras no devem sofrer modificao em sua estrutura original, que fatalmente causaria alterao no funcionamento do motor e poderia reduzir sensivelmente seu tempo de vida til. Cabe ao mecnico, portanto, verificar o seu estado de funcionamento e remover os resduos de carvo que se acumulam na superfcie ao longo do tempo.
Os demais componentes do cabeote fazem parte de outros sistemas de funcionamento do motor, apesar de estarem alojados em sua carcaa. Por isso, so estudados detalhadamente em momento mais oportuno.
Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
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Para finalizar o estudo acerca do cabeote, encontram-se relacionados, a seguir, os procedimentos necessrios ao seu recondicionamento.
Recondicionamento do cabeote do motor
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave Phillips, chave-soquete, ferramentas especiais, elementos de limpeza, motocicleta completa
2 Desmonte o cabeote.
3 Inspecione os elementos do cabeote.
4 Substitua as guias das vlvulas.
5 Esmerilhe a vlvula.
6. Monte o cabeote.
Mecanismo de acionamento das vlvulas o mecanismo que comanda a abertura e fechamento das vlvulas em funo do ciclo de trabalho
do motor. Em motocicletas, esse mecanismo normalmente formado pelo comando das vlvulas, braos oscilantes, varetas balancins, suporte dos balancins e vlvulas com molas e travas (fig. 9).
mola da vlvula
varetas de acionamento
vlvulabraos oscilantes
eixo do comando
engrenagem do comando
balancins
suporte dos balancins
parafusos da regulagem
Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9
SENAI-RJ 5151515151
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Comando das vlvulas
formado por um eixo de came e uma engrenagem que se acopla a outra engrenagem na rvore de manivelas, recebendo o movimento desta ltima.
Braos oscilantes
Apiam-se no came do comando das vlvulas, para receberem o movimento oscilante e transmiti-lo s varetas.
Varetas de acionamento
Transmitem o movimento dos braos oscilantes aos balancins.
Balancins
Assemelham-se a uma gangorra, por estarem presos ao centro em um eixo que permite um movimento de vaivm. Em um lado das suas extremidades, apia-se a vareta; do outro, apia-se o p da vlvula, fazendo com que, ao acionar a vareta de um lado, o outro forosamente empurre a vlvula para baixo, promovendo a sua abertura.
Suporte dos balancins
Fixa os balancins em sua posio de trabalho e facilita a sua remoo para eventuais reparos.
Vlvulas
Permitem a entrada de mistura combustvel no interior do cilindro e a sada dos gases resultantes da combusto no ciclo de trabalho do motor. Quando no so acionadas, promovem a vedao interior do cilindro. Geralmente, so montadas no cabeote do motor por meio de molas-prato e travas especiais.
Motores em comando no cabeote
Alguns modelos de motocicleta so equipados com um tipo de mecanismo de vlvulas comumente conhecido como OHC (over head comander) ou comando na cabea. Basicamente, em termos de funcionamento, esse sistema no difere do sistema convencional, exceto o acoplamento entre a rvore de manivelas e o comando das vlvulas, normalmente feito atravs de corrente ou correia dentada, e
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dispensa o uso de varetas. A fig. 10 ilustra um mecanismo de comando OHC usado em alguns tipos de motor.
acoplamento por corrente motor OHC
suporte dos balancins
balancins
engrenagem do comando
parafusos de fixao da engrenagem
cabeote do motor
vlvulas
comando das vlvulas
engrenagem
comando
corrente
esticador
Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10
Qualquer que seja o tipo de acoplamento no motor, deve ser sincronizado conforme as recomendaes do fabricante do motor. Costumam-se adotar marcas de referncia entre a engrenagem do comando e a engrenagem da rvore de manivelas.
Ciclo de trabalho do mecanismo das vlvulas
Teoricamente, as vlvulas do motor abrem e fecham nos pontos mortos superior e inferior do mbolo, a que se denomina ciclo terico de funcionamento.
Na realidade, quando o motor funciona, ocorrem variaes nas aberturas e fechamento das vlvulas, denominadas ciclo prtico ou real de funcionamento.
O objetivo principal destas variaes melhorar o rendimento do motor, permitindo a entrada de maior quantidade de mistura no tempo de admisso e melhor evacuao dos gases queimados no tempo de escapamento.
Em geral, tais variaes so preestabelecidas pelo fabricante do motor a partir do seu projeto de fabricao e dizem respeito posio dos cames dos comandos das vlvulas. Por isso, no cabe ao mecnico promover mudana nessas curvas, exceto quando o motor for preparado, especificamente, para competio.
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Graficamente, o ciclo de quatro tempos, em relao abertura e ao fechamento das vlvulas, representado por diagramas circulares (fig. 11).
PMS
ponto inicial de ignio
abertura da vlvula de admisso
fechamento da vlvulade admisso
fechamento da vlvula de escapamento
sentido de rotao
abertura da vlvula de escapamento
PMI
Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11
No diagrama da fig. 11, os PMS e PMI representam os momentos em que o mbolo inverte o seu curso no cilindro. Observe a representao do ciclo de trabalho do motor, ou seja, admisso, compresso, expanso e escape, expressos de dentro para fora do diagrama. Percebe-se que a vlvula de admisso abriu antes que o mbolo atingisse o PMS, ou seja, antes de o motor iniciar o novo ciclo de trabalho, e fechou depois que o mbolo ultrapassou o PMI, j na fase de compresso. Na seqncia normal do ciclo de trabalho, observa-se, tambm, que a inflamao da mistura de combustvel comprimida ocorreu antes que o mbolo atingisse o PMS. A esse fato, denomina-se avano da ignio.
O avano da ignio varia conforme a rotao do motor. Isto porque, a partir de determinadas rotaes, a velocidade do mbolo supera a velocidade de queima do combustvel, acarretando perda de potncia no motor. Observe, tambm, que a vlvula de escapamento abriu antes que o mbolo atingisse o ponto morto inferior no tempo de expanso, s vindo fechar-se, quando o mbolo ultrapassa o PMI no tempo de escapamento. Como os tempos de funcionamento do motor so cclicos aps o escapamento, automaticamente inicia-se o tempo de admisso. Observando, atentamente, o diagrama, constamos que a vlvula de admisso abriu, quando a vlvula de escape ainda se encontrava aberta. o que se denomina cruzamento das vlvulas, objetivando a formao de um vcuo provocado pela expulso dos gases de escapamento, e que auxilia a entrada de nova mistura combustvel no interior do cilindro, no tempo de admisso. Evidentemente, tudo isso ocorre em um espao de tempo muito pequeno, dada a velocidade em que o motor trabalha, a qual pode provocar a inrcia da mistura de combustvel no coletor de admisso, resultando em limitaes na rotao mxima do motor.
Finalmente, o quadro a seguir apresenta os passos bsicos para efetuar a reviso do mecanismo estudado neste item (fig. 12).
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Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12
Reviso no mecanismo de acionamento das vlvulas
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave Phillips, chave de fenda, ferramentas especiais, elementos de limpeza, motocicleta completa, moto-rampa
2 Desmonte o mecanismo de acionamento das vlvulas.
3 Inspecione o mecanismo de acionamento das vlvulas.
4 Monte o mecanismo de acionamento das vlvulas.
5 Retire a motocicleta da moto-rampa.
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Parte inferior do motor e sistema de transmisso
Nesta Seo...
Componentes do conjunto motor/transmisso
Conjunto do seletor de marchas
Sistema de lubrificao do conjunto motor/transmisso
4
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Componentes do conjunto motor/ transmisso
So os elementos que formam a propulso e a trao da motocicleta, formados pelo conjunto mvel do motor e pela caixa de mudanas da transmisso, montados em um nico bloco.
Conjunto mvel do motor o agrupamento ou conjunto de peas que tem por misso transformar o movimento retilneo
alternado do mbolo em movimento circular da rvore de manivelas do motor. Esse conjunto formado por rvore de manivelas, biela, munho da biela, volante do motor e rolamentos (fig. 1).
volante do motor
rvore de manivelas
biela
rolamento da biela
munho da biela
rolamentos da rvore de manivelas
Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1
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rvore de manivelas o principal eixo do motor, pois tem a funo de transformar o movimento retilneo alternado do
pisto em movimento circular contnuo. A rvore de manivelas dos motores das motocicletas pode ser de diversos tipos e depende do nmero de cilindros que possui o motor. A fig. 2 ilustra rvore de manivelas de um motor de dois cilindros.
mbolos
bielas
rvore de manivelas
volantes do motor
Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2
A construo desta rvore de manivelas feita de modo que no haja vibrao do motor durante o seu funcionamento, pois a descentralizao do volante o fator mais importante na produo de fora do motor em virtude da inrcia causada por ele.
Biela a pea encarregada de transmitir rvore de manivelas a fora original pela expanso dos gases
da combusto. Constitui um dos elementos responsveis pela mudana do movimento retilneo alternado do mbolo em movimento circular contnuo da rvore. A biela composta por p, corpo, cabea e rolamento (fig. 3).
p
corpo
cabea rolamento
Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3
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P a parte que se acopla ao pino do mbolo e que pode ser fixa no pino e livre no mbolo, livre no
pino e fixa no mbolo, ou livre no pino e no mbolo.
Corpo Constitui a parte mdia da biela, e sua suco de perfil em forma de I aumenta a rigidez e diminui o peso.
Cabea a parte inferior da biela, sendo fixada no munho. Sua fixao pode-se dar atravs de parafusos
ou prensador.
Munho da biela o local onde fixada a biela, conforme j visto na fig. 1, e pode ser de dois tipos: fixo e intercambivel.
O fixo muito pouco usado em motocicletas, pelo fato de que, em caso de desgaste acentuado, h necessidade de substituio completa da rvore de manivelas apesar da probabilidade de retfica do conjunto. No munho fixo, geralmente utilizam-se bielas de cabea dividida, e, em vez de rolamento, essas bielas so montadas em casquilhos removveis.
O tipo de munho intercambivel tem sido notoriamente preferido pela maioria dos fabricantes de motocicletas pela simplicidade de manuteno e baixo custo operacional.
Volante do motor Armazena a energia de rotao (inrcia) que mantm a rvore de manivelas em movimento nos
tempos de admisso, compresso e escapamento do motor. A fig. 4 ilustra um tipo de volante normalmente utilizado em motocicletas.
volantes rvore de manivelas
Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4
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Rolamentos Basicamente, o conjunto mvel dos motores da motocicleta utiliza dois tipos distintos de rolamento.
Um deles o tipo agulha, montado entre a biela e o munho. O outro o radial comum, e apia a rvore de manivelas na carcaa do motor. A fig. 5 mostra esses rolamentos no conjunto e a posio de montagem.
rolamentos da rvore de manivelas
biela
rolamento da biela
munho
Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
O conjunto mvel do motor fundamental ao seu funcionamento e requer ajustes substanciais em seu recondicionamento. vlido salientar que s deve ser desmontado em caso de comprovada falha de funcionamento e observadas as recomendaes por parte do fabricante da motocicleta.
Caixa de mudanas um conjunto mecnico que, atravs de engrenagens, permite variar a velocidade da transmisso
em benefcio de maior fora de trao na motocicleta.
A caixa de mudanas permite que o motor funcione numa faixa constante de rotao, variando rotao da roda traseira de acordo com a necessidade na conduo, ou seja, se o motor mantm 2.000 rpm em terceira marcha, a velocidade maior e a fora menor, o que possvel pelo engrenamento de engrenagens de diferentes tamanhos. Quando o motor est em funcionamento, a rvore primria recebe a rotao da rvore de manivelas, que, atravs das engrenagens, multiplica ou desmultiplica esta rotao secundria, ou seja, as engrenagens da caixa de mudanas so de diversos tamanhos e esto fixadas em duas rvores paralelas que, quando engrenadas, transformam a fora recebida do motor em velocidade ou fora de trao.
A fig. 6 exemplifica um tipo de caixa de mudanas normalmente utilizado em motocicletas, bem como os seus componentes.
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corrente de transmisso
sada para a roda
rvore secundria
seletor de marchas
rvore primria
mecanismo de partida do motor
Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
Constituio da caixa de mudanas
Basicamente, a caixa de mudanas formada por duas rvores distintas: primria e secundria.
rvore primria
Composta por um eixo estriado com uma engrenagem fundida em sua estrutura e por diversas engrenagens que deslizam em suas estrias. O nmero de engrenagens deslizantes depende do nmero de marchas frente de que a motocicleta for dotada. A fig. 7 exemplifica uma vista explodida de uma rvore primria, utilizada em motocicletas de quatro marchas frente, e os respectivos componentes.
engrenagem engrenagem fixa da engrenagem da engrenagem da engrenagem da de partida primeira velocidade segunda velocidade quarta velocidade terceira velocidade
anel eixo primrio trava arruela anel
arruela trava
anel
Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7
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A rvore primria ligada embreagem por engrenagens, a qual se liga rvore de manivelas do motor, recebendo deste ltimo a fora desenvolvida, transmitindo-a, ento, rvore secundria. Em alguns casos, a ligao da rvore primria com o motor feita atravs de corrente de ao.
rvore secundria
Compe-se de um eixo estriado e um nmero igual de engrenagens na rvore primria. A fig. 8 exemplifica a vista explodida de uma rvore secundria de motocicleta de quatro marchas frente.
engrenagemengrenagem da engrenagem engrenagem engrenagemda quarta
anel
anel
trava
velocidade velocidade
anelaneltravaanel
velocidadesegunda velocidade da terceira da primeira de partida
eixo secundrio
Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
A rvore secundria recebe o movimento da rvore primria, transmitindo-o roda traseira da motocicleta na velocidade correspondente marcha engrenada. A velocidade desenvolvida por cada marcha depende da relao de engrenagem existente entre as engrenagens primrias e secundrias.
Relao das engrenagens
Quando uma engrenagem pequena aciona uma grande, d-se o aumento de torque ou fora de toro, e, ao mesmo tempo, uma reduo de rotaes por minuto na engrenagem acionada. Numa relao de 3 1, diz-se que determinada engrenagem girou trs vezes, enquanto a outra girou apenas uma vez, o que possvel, porque a engrenagem que girou menos vezes maior e tem trs vezes o nmero de dentes da engrenagem menor. Quando h o acoplamento de engrenagens de diferentes tamanhos, podemos variar a fora e a velocidade.
Engrenamento das marchas
O engrenamento das marchas nas motocicletas feito por duas formas distintas: por engrenagens corredias e engrenagens permanentes, estas ltimas pouco usadas pelos fabricantes.
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Engrenagens corredias
A mudana das marchas neste sistema feita por garfos que se encaixam em ranhuras circunferenciais nos cubos das engrenagens. Cada engrenagem fixada rvore por meio da chaveta, de modo que possa correr livremente num espao, at engrenar-se com a engrenagem mais prxima em forma de luva. Cada engrenagem fica em contato permanente com a engrenagem adjacente da outra rvore; mas gira livremente, at engrenar-se com a engrenagem corredia, que, ao se acoplar, trava a rvore, fazendo girar todo o conjunto.
Apesar de todas as engrenagens estarem engrenadas simultaneamente nos dois eixos, elas giram, mas sem produzir fora, pois ela s produzida, quando a engrenagem corredia se interpe entre as duas, ou seja, no momento em que acionado o garfo seletor, o qual movimenta-a, de modo que a rotao saia da rvore secundria.
Os garfos de mudanas so controlados por um tambor de alavanca de mudana ou por um disco excntrico. A funo dos tambores e do disco transformar o movimento giratrio da alavanca de mudana para engate e desengate das engrenagens.
A fig. 9 mostra uma vista explodida do conjunto completo de uma caixa de mudanas, incluindo a tampa lateral do motor onde ela montada e o mecanismo seletor das marchas.
rvore secundria
rvore primria
rolamento
mecanismo de partida
rolamento
tampa lateral do motor
rolamento
tambor seletor garfos de acionamentos das engrenagens
Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9
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O tambor da alavanca de mudanas uma espcie de excntrico com canais na superfcie, onde os pinos passam pelos garfos. Os prprios garfos podem ser sustentados pelo tambor ou pelos eixos separados. De qualquer modo, os movimentos laterais e as posies so controlados por canais feitos no tambor.
Enquanto o tambor gira, os garfos so movimentados lateralmente, para mudar as engrenagens dentro da caixa de mudanas. Cada mudana de engrenagem requer apenas alguns graus da rotao do tambor. Este sistema o mais usado nas motocicletas convencionais pela sua simplicidade no engate ou desengate das marchas, pois o tambor seletor construdo de forma a nunca ser possvel engrenar duas marchas ao mesmo tempo.
A seleo das engrenagens feita levantando ou apertando a alavanca de mudanas, ligada a uma catraca por um eixo. Acionada a alavanca, a mola da catraca faz com que esta volte, automaticamente, sua posio central.
Ao movimentar o mecanismo de mudanas, move-se o eixo de controle para a frente ou para trs, dentro do eixo intermedirio. O receptor de esferas empurra um jogo de esferas de ao para fora das suas aberturas no eixo intermedirio, que se projetam deste para a cavidade existente na engrenagem, travando-o contra o eixo. As demais engrenagens ficam livres, uma vez que esto girando nesse eixo sem se encontrarem presas, pois no h possibilidade de engrenamento de duas marchas ao mesmo tempo.
A caixa de mudanas de uma motocicleta basicamente no requer de manuteno peridica ou preventiva. Mas, h dois procedimentos bsicos que no devem ser desprezados: trocar o leo periodicamente um fator de grande importncia, pois da boa lubrificao dependem a conservao das engrenagens e um engrenamento perfeito. A embreagem o conjunto de peas que possibilita o engrenamento das marchas durante o funcionamento do motor, por isso deve-se mant-la em bom estado e regulada de acordo com as especificaes do fabricante.
Conjunto do seletor de marchas o mecanismo do sistema de transmisso, cuja funo promover a mudana de velocidade
permitida pela caixa de mudanas nas mais diversas condies de utilizao da motocicleta. Geralmente, essa seleo de marcha feita atravs da utilizao de um pedal, situado no lado oposto ao pedal do freio traseiro. Em algumas motocicletas, ela feita pelo punho esquerdo do guido, onde se encontra a alavanca da embreagem, ou por uma alavanca de mudanas ao lado do tanque de combustvel.
Constituio do mecanismo do seletor da marcha O mecanismo do seletor de marcha constitudo pelos elementos apresentados na fig. 10 e descritos
a seguir.
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Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10
Pedal de cmbio
ligado ao mecanismo do eixo complementar do seletor de marchas por meio de estrias e um parafuso travante. Sua funo promover a troca de marcha sempre que acionado pelo condutor.
Eixo suplementar do seletor de marchas
Recebe a ao direta do pedal e atua sobre o tambor seletor para a mudana das marchas. composto por um eixo complementar, um brao seletor, uma mola do brao, uma mola de retorno, anis de travamento e arruelas de encosto (fig. 11).
pedal do cmbio
garfos seletores
eixo-guia dos garfos
eixo suplementar do seletor de marchas
tambor seletor de marcha
eixo complementarmola do brao trava
brao seletor
mola de retorno Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11
Descrio do funcionamento do conjunto do seletor de marchas
A troca de marcha na motocicleta efetuada pelo movimento alternado do pedal de cima para baixo ou vice-versa, conforme o caso. No se consegue trocar mais de uma marcha, sem que o pedal retorne posio de origem. Isto porque, o brao seletor encaixa-se no excntrico posicionador, de forma que, ao girar o tambor, provoca o efeito catraca, que s lhe d condio de um novo acionamento, se retornar posio original. A sincronizao de movimentos do conjunto faz com que, ao acionar o pedal que se encontra apoiado no eixo suplementar do seletor, ligue-se o tambor seletor que movimenta os garfos encaixados s engrenagens, as quais se acoplam uma outra, caracterizando as marchas. O tambor seletor possui ranhuras de forma tal que, ao mudar uma marcha, automaticamente a marcha
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anterior desacoplada. Como a maioria das motocicletas possui mais de uma marcha frente, um dispositivo indicador orienta o condutor para a indicao da posio neutra, ou seja, quando no houver marcha engatada. Essa orientao feita atravs de uma luz indicadora, situada no painel de instrumentos da motocicleta.
Sistema de lubrificao do conjunto motor/transmisso
o sistema responsvel pela reduo do atrito entre as partes mveis do conjunto motor/transmisso da motocicleta, feita atravs da manuteno de uma pelcula de leo entre os metais que giram entre si.
O funcionamento do sistema de lubrificao varia conforme o tipo de mecnica utilizado pelo fabricante. Para as motocicletas que usam motores de dois tempos, a lubrificao costuma ser feita individualmente, ou seja, no motor e no mecanismo da caixa de mudanas. No motor, empregam-se dois sistemas. O primeiro feito atravs de mistura especial de leo no combustvel da motocicleta. O segundo emprega um reservatrio externo e uma bomba de vcuo, comandada pelo acelerador, que adiciona certa quantidade de leo mistura de combustvel. J na caixa de mudanas, a lubrificao feita atravs de imerso em leo prprio. Para os motores de quatro tempos, geralmente o sistema empregado o de lubrificao forada, ou seja, a constante presso de suco de uma bomba, forando a circulao do leo entre as partes mveis do mecanismo, quando o motor est funcionando.
A maioria das motocicletas emprega um sistema de lubrificao conjunta para o motor e a caixa de mudanas, como exemplifica na fig. 12.
nvel do leo
filtro do leo
bomba do leo
crter
Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12
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Constituio do sistema de lubrificao forada O mecanismo que compe o sistema de lubrificao constitudo por bomba de leo, filtro especial
para leo, recipiente (crter), nvel controlador da quantidade de leo para a lubrificao do conjunto e diversos canais de lubrificao.
Bomba de leo
o mecanismo do sistema que suga o leo do crter e o distribui sob presso aos canais de lubrificao. Existem diversos tipos de bomba leo, entre os quais destacamos a bomba por mbolo e a bomba de engrenagens trocoidal. Esta ltima tem sido a mais empregada pelas diversas vantagens oferecidas em motocicletas. A bomba de engrenagens trocoidal composta pelos elementos indicados na fig. 13.
carcaa da bomba junta tampa da
bomba
rotor internorotor externo
engrenagem de acionamento
pinho do tacmetro
tampa da engrenagem
Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13
Filtro de leo
o elemento encarregado de reter as impurezas contidas no leo. Existem diversas formas de filtragem de um lquido. Entretanto, a forma mais usada pela maioria dos fabricantes de motocicletas a filtragem por centrifugao, a qual consiste em um rotor ligado rvore de manivelas, girando mesma velocidade. O leo que percorre a rvore direcionado para o rotor e este, atravs de centrifugao, retm as impurezas e libera o leo para o crter. A fig. 14 ilustra um filtro de leo por centrifugao usado em motocicleta e os seus componentes.
arruela cncavaporcaparafuso
guia do leo
mola junta rotor do filtro engrenagem redutora primria
tampa do rotor
Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14
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Lubrificao de motores 2T
Nos motores de dois tempos, o lubrificante adicionado ao combustvel, de maneira geral, na proporo de 20:1 (vinte partes de combustvel por uma de leo).
Quando a mistura formada pelo combustvel e lubrificante admitida no interior do motor, parte do leo assenta-se nos mancais de rolos, ou de agulhas, da biela e rvore de manivelas; outra parte vai se depositar ou aderir nas paredes do cilindro, tornando, assim, possvel o trabalho de lubrificao do motor 2T.
Nos sistemas anteriores, a mistura do leo com o combustvel era feita no prprio tanque da moto. Modernamente, utiliza-se um depsito em separado para o leo 2T (lubrificante apropriado aos motores 2T) e uma bomba que injeta leo no coletor de admisso ou diretamente nos pontos de atrito.
Cada fabricante denomina o seu sistema atravs de marcas registradas, variantes de um mesmo tema, ou seja, mudam os nomes, mas o princpio bsico permanece. Podemos citar, por exemplo, Autolube da Yamaha e CCI da Suzuki.
A grande vantagem dos sistemas com bomba que a proporo entre lubrificante e combustvel varia segundo o regime de rotaes do motor, propiciando maior economia, melhor queima e ndices menores de poluio.
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Sistema eltrico
Nesta Seo...
Conceitos fundamentais de eletricidade
Constituio do sistema eltrico
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Conceitos fundamentais de eletricidade
A histria da eletricidade comeou na Grcia com o legendrio filsofo Tales de Mileto, que viveu entre o fim do sculo VII e o incio do VI antes de Cristo.
Tales de Mileto observou que um pedao de mbar, quando friccionado com um tecido de l, possua a propriedade de atrair pequenos objetos. Tal fenmeno ficou sem explicao at o ano de 1600 da era crist. A partir dessa data, muitos pesquisadores passaram a estudar o citado fenmeno, chamado de eletricidade por Sir William Gilbert em virtude da palavra grega elektra, que significa mbar.
Entre os referidos pesquisadores, destacam-se o alemo Otto Von Guericke, os americanos Thomas Edson e Benjamin Franklin, o italiano Luigi Galvani, o dinamarqus Hans Oesterd, o francs Andr Ampre e o ingls George Simon Ohm.
Todos contriburam com importante parcela no descobrimento dos mistrios desse fenmeno.
Em 1830, na Inglaterra, Michael Faraday conseguiu provar que com magnetismo tambm se poderia gerar eletricidade, desenvolvendo um gerador de energia eltrica (fig. 1), cujo funcionamento se baseava na quebra do campo magntico formado entre dois plos.
Fig. 1 Fig. 1 Fig. 1 Fig. 1 Fig. 1 Gerador construdo por Faraday
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A aplicao da eletricidade nas motocicletas veio quase simultaneamente com o seu surgimento. Os primeiros motores do ciclo Otto j dispunham de um sistema magneto que produzia corrente eltrica para o seu funcionamento.
Pesquisas nesse sentido foram ento desenvolvidas, resultando no surgimento do motor eltrico, que, aplicado s motocicletas, resolveu o problema das incmodas pedaladas para o funcionamento inicial (partida) dos motores.
Ainda no mbito das grandes descobertas da eletricidade, o cientista italiano Alexandre Volta, em suas experincias no incio do sculo XIX, constatou que se poderia gerar energia eltrica por meio de reao qumica. Era o nascimento da pilha, que, aperfeioada, resultou nas atuais baterias de acumuladores (fig. 2).
FigFigFigFigFig. 2 . 2 . 2 . 2 . 2 Pilha de Volta
Fundamentos da eletricidade Para estudar os fundamentos da eletricidade, necessrio conhecer, inicialmente, o que matria,
quais so seus elementos e os aspectos particulares, etc.
Matria
tudo aquilo que tem peso e ocupa lugar no espao. Exemplos: objetos, gua, ar, etc. (figs. 3, 4 e 5).
gua ar
vcuo
Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3 Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4 Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
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Elementos
Os elementos formam a matria, logo as matrias se diferenciam umas das outras, porque so formadas por elementos diferentes.
Exemplo: o hidrognio e o oxignio so elementos que formam a gua; o sdio e o cloro constituem o sal.
Esses elementos hidrognio, oxignio, sdio e cloro so formados por um conjunto de partculas chamado tomo.
gua
Formada de dois tomos de hidrognio e um de oxignio (fig. 6).
Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
H
H
O H2O
Sal ou cloreto de sdio
Formado de um tomo de sdio (Na) e um de cloro (Cl) (fig. 7).
Na Cl NaCl+
Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7Fig. 7
tomo Voc viu que as matrias so formadas por elementos, e esses ltimos, por tomos. Logo, um
elemento dividido continuamente resulta num tomo. Portanto, um tomo a menor partcula de matria que mantm ainda caractersticas do elemento (fig. 8).
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Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
Dissemos que os tomos so conjuntos de partculas. Dessa forma, podem ser divididos em trs partculas: os eltrons, os nutrons e os prtons. Os eltrons possuem carga eltrica negativa, os nutrons carga eltrica neutra e os prtons carga eltrica positiva (fig. 9).
nutroneltron prton
Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9
O tomo possui um ncleo formado pelos prtons e nutrons, e em torno do ncleo giram os eltrons (fig. 10).
ncleo
Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10
Para que voc tenha idia do tamanho de um tomo, se fossem colocados um ao lado do outro, cem milhes deles ocupariam um espao de apenas um centmetro (fig. 11).
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1.000.000.000 de tomos de hidrognio
0 1 2 3 rgua (cm)
Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11
Cargas eltricas Quando se combina um eltron com um prton (partculas com cargas eltricas opostas), obtm-se
uma carga neutra, isto , as cargas dos prtons e dos eltrons se anulam entre si.
A fig. 12 representa o tomo do gs hlio. Esse tomo possui um ncleo com dois prtons e dois nutrons, em torno do qual giram dois eltrons. Por isso, a carga eltrica desse gs neutra (fig. 12).
Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12Fig. 12
Um dos princpios fundamentais do estudo da eletricidade o fato de que as cargas iguais se repelem mutuamente, e as cargas diferentes se atraem.
Exemplo: dois eltrons repelem-se mutuamente, dois prtons repelem-se mutuamente, um prton e um eltron atraem-se mutuamente (fig. 13).
atrao
repulso
p
p
p
ee
e
Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13Fig. 13
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Condutores eltricosSo materiais cujos eltrons da camada externa dos seus tomos se desprendem com facilidade.
Exemplo: cobre e alumnio (fig. 14).
borracha (isolante)
cobre (condutor)
Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14Fig. 14
Isolantes Ao contrrio dos condutores, os isolantes so materiais cujos tomos no soltam facilmente seus
eltrons; assim, no conduzem a corrente eltrica. Exemplos: a borracha, o vidro, o papel.
Quando fazemos os eltrons percorrerem um condutor, temos uma corrente eltrica.
A corrente eltrica , portanto, um fluxo de eltrons atravs de um condutor.
Unidades de medidas eltricas
Ampere
a unidade de medida para o fluxo de eltrons. A quantidade desse fluxo medida com o ampermetro (fig. 15).
ampermetro
Fig. 15Fig. 15Fig. 15Fig. 15Fig. 15
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Os eltrons circulam no condutor em virtude de uma fora que os empurra, chamada presso eltrica, e sua unidade de medida o volt.
Volt
a unidade de medida da presso eltrica. A magnitude dessa presso bem como a voltagem so medidas com um voltmetro (figs. 16 e 17).
tenso (voltagem)
exercendo presso
+
+ voltmetro
Figs. 16 e 17Figs. 16 e 17Figs. 16 e 17Figs. 16 e 17Figs. 16 e 17
A corrente eltrica, ao percorrer o seu caminho, encontra sempre certa dificuldade, chamada resistncia eltrica.
A resistncia eltrica tambm tem sua unidade de medida, apresentada a seguir.
Ohm
a unidade de medida da resistncia eltrica. Essa resistncia medida com um ohmmetro (fig. 18).
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Fig. 18 Fig. 18 Fig. 18 Fig. 18 Fig. 18 Ohmmetro
A resistncia eltrica varia de situao para situao. Faamos, ento, um melhor estudo dessa grandeza.
Resistncia eltrica A resistncia que um material oferece ao fluxo de eltrons, ou seja, uma corrente eltrica, depende
dos trs fatores indicados a seguir:
Natureza do material
Quanto maior o nmero de eltrons livres no material, menor a resistncia do fluxo da corrente (fig. 19).
Fig. 19Fig. 19Fig. 19Fig. 19Fig. 19
Comprimento do material
Quanto maior o comprimento do material, maior a resistncia ao fluxo de eltrons (fig. 20).
Fig. 20Fig. 20Fig. 20Fig. 20Fig. 20
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Dimetro do fio
Quanto maior o dimetro do fio (rea), menor a resistncia ao fluxo de eltrons (movimento dos eltrons). Exemplo: em dois fios do mesmo material e mesmo comprimento, mas com dimetros diferentes, a resistncia ao fluxo maior no fio de menor dimetro (fig. 21).
Fig. 21Fig. 21Fig.Fig.Fig. 212121
Observao
Os trs fatores acima descritos interferem na dificuldade que o fluxo de eltrons encontra para percorrer seu caminho, a qual se chama circuito eltrico.
A passagem da corrente eltrica pelo circuito depende da voltagem. Quanto maior a voltagem, maior a quantidade de amperes que percorre o circuito.
Temperatura do condutor
A temperatura do condutor tambm pode afetar a resistncia corrente eltrica. Geralmente, os metais oferecem maior resistncia, quando a temperatura mais alta (fig. 22).
40oC
10oC
Brrr!Ufa!
Fig. 22Fig. 22Fig. 22Fig. 22Fig. 22
A idia de resistncia pode tambm ser explicada por meio de tubos e bolas. As figs. 23, 24, 25 e 26 representam, cada qual, um fator que determina a resistncia de um condutor. Imagine o tubo sendo o condutor e as bolas os eltrons. Em todos os casos, voc pode notar a dificuldade dos eltrons em completar sua trajetria.
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Fig. 23Fig. 23Fig. 23Fig. 23Fig. 23 Fig. 24Fig. 24Fig. 24Fig. 24Fig. 24
comprimento material
temperatura dimetro
Fig. 25Fig. 25Fig. 25Fig. 25Fig. 25 Fig. 26Fig. 26Fig. 26Fig. 26Fig. 26
Movimento dos eltrons no condutor
Os eltrons j existem ao longo dos condutores. Quando um eltron introduzido num extremo de um condutor, imediatamente um outro eltron tende a sair desse condutor no outro extremo. Da a grande velocidade da corrente eltrica.
Assim, ao introduzir uma bola por um dos lados desse tubo, uma outra sai pelo lado oposto, praticamente no mesmo instante (fig. 27).
Fig. 27 Movimento dos eltrons atravs do condutorFig. 27 Fig. 27 Fig. 27 Fig. 27
Sentido da corrente eltrica
A fig. 28 mostra um circuito onde a corrente sai do terminal negativo da bateria, atravessa a lmpada, o rdio e volta para o terminal positivo.
Assim, estabelecemos que a corrente eltrica sai do negativo da bateria e vai para o positivo.
+
Fig. 28Fig. 28Fig. 28Fig. 28Fig. 28
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Observao
Em eletrotcnica, convenciona-se que a corrente sai do positivo e vai para o negativo.
Magnetismo
Polaridade
Assim como a agulha de uma bssola, os ms tambm possuem dois plos: Norte e Sul (fig. 29).
Norte Sul
Norte
Sul N
O
S
L
Fig. 29Fig. 29Fig. 29Fig. 29Fig. 29
Plos so as extremidades dos ms onde a fora de atrao maior do que em outra parte desse m.
Por conveno, estabelecemos que essa fora causada por linhas de fora que circulam no m de um plo a outro.
Tambm no magnetismo, cargas iguais repelem-se e cargas contrrias atraem-se. Assim, os plos iguais repelem-se e, conseqentemente, os plos diferentes atraem-se (fig. 30).
S S NN
S N
N S
Fig. 30Fig. 30Fig. 30Fig. 30Fig. 30
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Magnetismo
Em eletricidade, no se pode ver como se processa a maioria dos fenmenos nem mesmo atravs de uma lente de aumento. Pode-se, apenas, observ-los atravs de aparelhos. impossvel ver os eltrons que correm atravs de um condutor; porm, com ajuda de um ampermetro, pode-se medir o fluxo da corrente.
No magnetismo, acontece praticamente a mesma coisa. As linhas de fora magntica percorrem o circuito magntico da mesma forma que a corrente no circuito eltrico. Isso pode ser observado espalhando limalhas de ferro em volta de um m (fig. 31).
S N
Fig. 31Fig. 31Fig. 31Fig. 31Fig. 31
Por conveno, estabelecemos que as linhas de fora saem do plo Norte e se dirigem ao plo Sul, na parte externa do m. Na parte interna, ocorre o contrrio, isto , elas se dirigem do plo Sul para o plo Norte. O conjunto de linhas de fora em torno do m chama-se campo magntico, e o conjunto de linhas de fora que passam no interior do m denomina-se fluxo magntico.
Eletromagnetismo o magnetismo produzido pela corrente eltrica.
A intensidade do campo magntico pode ser aumentada em trs formas, conforme apresentado a seguir.
Podem-se formar enrolamento ou bobinas com o fio condutor, isto , aumentar o nmero de espirais do fio enrolado (fig. 32).
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3 espirais
6 volts
6 espirais
6 volts
linhas de fora magntica
Fig. 32Fig. 32Fig. 32Fig. 32Fig. 32
Isso pode ser feito aumentando a corrente que atravessa essas bobinas (fig. 33).
linhas de fora magntica
3 espirais
12 volts
Fig. 33Fig. 33Fig. 33Fig. 33Fig. 33
Tambm colocando um ncleo de ferro no interior da bobina, o fluxo magntico aumentado milhares de vezes (aproximadamente dez mil vezes).
Resumindo:
a) aumentando o nmero de espirais, o fluxo magntico aumenta na proporo do nmero deespirais;
b) aumentando a corrente, o fluxo magntico aumenta na proporo da quantidade de amperes;
c) com um ncleo de ferro no interior da bobina, o efeito muito maior, pois o ferro aumenta milhares de vezes o fluxo magntico.
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Sentido das linhas de fora no condutor Usando a regra da mo esquerda, pode-se determinar o sentido em que correm as linhas de
fora magntica em volta de um fio condutor de eletricidade. Para tanto, segura-se o fio condutor com os dedos da mo esquerda, de modo que o polegar fique apontado para o sentido da corrente eltrica, isto , do negativo para o positivo (fig. 34). Os dedos que segurarem o condutor iro indicar o sentido em que as linhas magnticas correm sua volta.
mo esquerda
linhas de fora magntica
condutor de corrente
Fig. 34Fig. 34Fig. 34Fig. 34Fig. 34
Observao
No exemplo da fig. 27, as linhas magnticas correm no sentido dos ponteiros do relgio.
Sentido do fluxo nos eletroms Usando a regra da mo esquerda e considerando o sentido real da corrente (sentido eletrnico),
podem-se determinar os plos Norte e Sul dos eletroms.
Exemplo: os dedos da mo acompanham o sentido da corrente, e o polegar indica o plo Norte.
Essa regra importantssima para determinar os plos dos geradores e motores eltricos em geral.
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Sistema eltrico da motocicleta
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Constituio do sistema eltrico da motocicleta
Sistema de iluminao
Constituio do sistema de carga
Bateria de acumuladores
Constituio do sistema de ignio
Funcionamento do sistema de ignio
Processos de manuteno, recondicionamento, regulagem e testes
Constituio do sistema de arranque
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Constituio do sistema eltrico da motocicleta
Este sistema contm os dispositivos e instrumentos eltricos encarregados de controlar e conduzir a energia eltrica nos diversos pontos onde se encontra na motocicleta.
Cada modelo de motocicleta tem caractersticas prprias no que diz respeito quantidade ou a localizao destes instrumentos eltricos. Existem alguns bsicos e de uso obrigatrio em todos os veculos. O sistema eltrico compe-se basicamente de chicote, sistema de iluminao, sistema de indicadores de direo e buzina, conforme descrito a seguir.
Chicote o conjunto de fios e cabos por onde passa a corrente eltrica necessria para abastecer os
diversos sistemas consumidores ou geradores de energia. So fios com grossuras preestabelecidas pelo fabricante, para suportar a intensidade da corrente (fig. 1).
capa protetora
cabo de ignio
cabo positivo
terminais de encaixe
Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1Fig. 1
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Sistema de iluminao Composto pelos faris dianteiros e traseiros, sendo a sua funo iluminar o caminho por onde o
condutor deseja passar, possibilitando, ainda, a identificao da motocicleta vista por trs.
Funcionamento da luz do freio Quando se acionam o pedal de freio ou manete do freio dianteiro, um interruptor acoplado a eles
mesmos tambm acionado, permitindo a passagem da corrente eltrica e acendendo a lmpada indicadora no momento da frenagem.
Os filamentos do freio e do farolete localizam-se dentro de uma mesma lmpada com funcionamento independente. Esse tipo de lmpada chamado de dois plos e possui o filamento destinado luz do freio com resistncia maior, ou seja, quando ligada, emite uma luz de maior intensidade que a do farolete. assim constituda, para que, no momento em que o farolete estiver ligado e houver a necessidade de usar o freio, a sua luz seja mais forte, contribuindo para a segurana do motociclista.
Sistema de indicadores de direo Tal sistema tambm chamado de pisca-pisca e objetiva indicar a direo desejada pelo condutor
atravs de um sinal luminoso. Seu funcionamento d-se atravs de um rel eletromagntico que interrompe, momentaneamente, a corrente eltrica, fazendo as lmpadas piscarem.
Um interruptor, comandado pelo condutor, liga e desliga a energia eltrica necessria ao seu funcionamento. Geralmente, as motocicletas so dotadas de quatro sinaleiras: duas na parte dianteira e traseira do lado esquerdo; duas outras na parte dianteira e traseira do lado direito. Seu funcionamento igual em todas as sinaleiras.
No entanto, ao acionar a chave de ligao para a direo desejada, as duas sinaleiras desse lado passam a piscar simultaneamente, indicando que a motocicleta ir mudar de direo. A fig. 36 ilustra uma das referidas sinaleiras e os seus componentes (fig. 2).
lente junta
lmpada
cabo de ligao
carcaa
suporte da lmpadaparafuso de fixao do suporte
Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2Fig. 2
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As sinaleiras podem mudar de modelo conforme a preferncia do fabricante, mas seu funcionamento comum em todas elas.
O farol dianteiro composto por luz alta, luz baixa (lmpada), carcaa do farol e interruptor do farol, aro, lente, suporte da lmpada e refletor.
As luzes alta e baixa so filamentos eltricos montados no interior de uma lmpada e posicionados de modo que, ao serem ligados, emitam o facho de luz em direes diferentes.
aro junta
parafusos de fixao
lente
presilha
refletor
lmpada
suporte
carcaa
Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3Fig. 3
A carcaa do farol tem formato cnico e espalhada no seu interior, a fim de multiplicar o facho de luz emitido pela lmpada do farol.
A funo do interruptor a de ligar ou desligar o farol de acordo com o desejo do condutor e, ainda, mudar o farol de luz alta para baixa ou de baixa para alta. O farol tambm proporciona boa visibilidade ao condutor, se a sua regulagem se encontra dentro dos padres tcnicos. Para conseguir regulagem adequada, h necessidade de deslocar o farol para cima ou para baixo.
O farol traseiro, tambm chamado de farolete, usado para iluminar a placa de identificao, servindo como sinal luminoso da motocicleta. Ao farolete est acoplada a luz do freio, que tem a finalidade de indicar o momento em que a motocicleta vai parar ou est parada. composto por carcaa, lmpada, cabo de ligao e lente (fig. 4).
lmpada
cabo
carcaa
terminais de ligao
parafusos de fixao da lente
lentejunta
Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4Fig. 4
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Buzina o elemento com funcionamento eletromagntico que emite sinal sonoro para diversos fins. Existem
diversos tipos de buzina, mas o seu funcionamento idntico.
Funciona atravs de diafragmas, impulsionados por eltrons que vibram em uma cmara fechada e a intensidade do som depende do tamanho dela e da quantidade de espirais no enrolamento do eletrom. A fig. 5 ilustra um tipo de buzina magntica comumente utilizado em motocicletas.
Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5Fig. 5
Recomendaes importantes nas reparaes do sistema eltrico
A manuteno do sistema eltrico pode ser simples, mas, ao mesmo tempo, tambm muito complicada, dependendo do estado de conservao da motocicleta e dos cuidados que o proprietrio tenha com este sistema. O chicote deve estar sempre bem protegido contra a umidade e suas pontas bem conectadas, para evitar curto-circuito provocado por mau contato.
A bateria deve encontrar-se sempre bem fixada no seu alojamento, devendo ser mantida sempre limpa, pois a sujeira provoca o descarregamento.
Os seus cabos devem ser bem conectados e lubrificados com material que evite sulfatizao.
As lanternas e os faris devem estar firmemente fixados, evitando o mau contato e a constante queima das lmpadas.
A manuteno do sistema deve ser feita sempre por pessoa capacitada, para evitar a queima de alguns componentes que, se forem ligados indevidamente, podem provocar srios danos instalao.
A seguir, encontram-se relacionados os passos bsicos para a verificao do sistema eltrico (fig. 6).
cabo de ligao
carcaa da buzina
suporte de fixao
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Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6Fig. 6
Verificao do sistema eltrico
N.o Ordem de execuo Ferramentas, instrumentos e utenslios
1 Instale a motocicleta na moto-rampa. Chave de estria, chave de boca fixa, chave soquete, chave Phillips, chave de fenda, aparelhos para teste, elementos de limpeza, motocicleta completa
2 Inspecione o sistema eltrico.
3 Inspecione o sistema de carga.
4 Inspecione o painel de instrumentos.
5 Teste o funcionamento do painel de instrumentos.
6 Retire a motocicleta da moto-rampa.
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Constituio do sistema de carga Este sistema responsvel pela produo da energia eltrica que alimenta os diversos circuitos do
sistema eltrico ou restitui a carga da bateria.
composto por bateria, alternador, retificador de corrente e cabos de ligao, estudados logo a seguir.
Bateria a unidade bsica do sistema de carga das motocicletas modernas, por ser o elemento que armazena
energia eltrica atravs de um processo qumico. Pode ser de 12V ou de 6V (fig. 1).
Fig. 7 Fig. 7 Fig. 7 Fig. 7 Fig. 7 Bateria
Alternador As motocicletas modernas usam o alternador, o qual apresenta uma srie de vantagens em relao
aos outros geradores de corrente, tais como: a tenso produzida estvel em todas as rotaes do alternador; mantm a bateria sob carga at mesmo em marcha lenta; produz menor esforo de giro do motor, para acionar o alternador.
Tipos de alternador
Em motocicleta, so utilizados basicamente dois tipos: de estator interno e de mdia tenso de produo; de estator externo e de alta produo de corrente.
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Alternador de estator externo
Usado geralmente em motocicletas de mdio ou pequeno porte, e com demanda limitada de consumo de energia eltrica. formado por estator, rotor magntico, retificador de corrente e cabos de ligao. A fig. 8 ilustra um diagrama esquemtico de um alternador de estator fixo de uso comum em motocicletas.
cabos de ligao
corrente para ignio
estator
corrente para a bateria
rotor magntico
bateria
retificador
Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8Fig. 8
O estator usado nesse tipo de alternador formado por duas bobinas distintas. Uma alimenta o sistema de ignio e a outra a bateria. O rotor magntico gira externamente, em torno dessas bobinas, produzindo uma corrente alternada. O retificador transforma a corrente produzida em corrente contnua para o consumo da motocicleta.
Retificadores Os alternadores produzem corrente alternada, e a corrente usada nas motocicletas contnua.
Para transformar esta corrente, usam-se os retificadores. Os retificadores de selnio, comuns nas motocicletas, apresentam sempre alguma resistncia passagem de corrente no sentido direto e permitem que uma corrente muito fria retorne no sentido inverso. Tais desvantagens no so suficientes para justificar o baixo custo do referido material, causa alguns problemas (fig. 9).
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Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9Fig. 9
As motocicletas mais modernas usam em seus alternadores, para retificar a corrente, diodos de silcio, que apresentam bons resultados, pois o retorno de corrente mnimo (fig. 10).
cabo de ligao
retificador de silcio
Alternador de estator interno
Comumente, esse alternador utilizado em motocicletas de grande porte, composto por estator, rotor, retificador, limitador de corrente e cabos de ligao. A fig. 11 ilustra um diagrama esquemtico desse tipo de alternador.
O que faz diferir esse alternador em relao ao anterior o fato de o rotor girar dentro do estator, o ltimo produzindo maior intensidade de corrente devido s suas prprias caractersticas de construo. Toda corrente produzida pelo alternador , ento, distribuda bateria e ao circuito da motocicleta por um limitador de corrente que controla a corrente produzida pelo alternador, evitando sobrecargas perigosas bateria e demais componentes eltricos.
Algumas motocicletas antigas utilizam um sistema de gerador de corrente contnua semelhante aos dnamos dos automveis; outras, um sistema tipo magneto que alimenta todo o circuito eltrico, quando a motocicleta est em movimento.
Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10Fig. 10
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estatorrotor
retificador
limitador de corrente
circuito eltrico
bateria
cabos de ligao
Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11Fig. 11
Ambos os sistemas so considerados ultrapassados, por no produzirem corrente eltrica suficiente para alimentar os diversos circuitos eltricos existentes nas motocicletas modernas.
Recomendaes importantes manuteno do sistema de carga
O sistema de carga de grande durabilidade, mas requer alguns cuidados para o seu bom funcionamento. A bateria deve ficar sempre limpa, com seus bornes bem conectados, pois isso evita a perda de carga. O alternador e o gerador devem manter-se limpos, o que assegura boa produo de energia. Ao desmont-lo, a inspeo deve ser feita com instrumentos, trocando as peas com defeitos. Aps a montagem, os regimes de carga devem ser controlados com instrumentos, para assegurar a boa produo de energia eltrica.
Bateria de acumuladores o conjunto de acumuladores que transforma a energia qumica em energia eltrica, necessria
tanto para o motor funcionar, quanto para alimentar os diferentes circuitos eltricos.
A bateria usada nas motocicletas um acumulador de cido e chumbo. As placas positivas e negativas so unidades bsicas que consistem em materiais ativos especiais, encerradas num molde de grade de antimnio e chumbo.
As placas carregadas negativamente contm chumbo esponjoso (Pb) de colorao acinzentada. As placas carregadas positivamente contm perxido de chumbo (PbO2) de colorao marrom.
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Cada placa est entrelaada por um grupo de outras placas, havendo entre elas um separador sinttico que as isola entre si. A unio destas placas forma um elemento.
Cada elemento montado separadamente em uma caixa blindada e mergulhado em uma soluo qumica, denominada eletrlito, cuja composio aproximadamente de 39% de cido sulfrico e 61% de gua destilada. A reao qumica no elemento produz uma tenso eltrica de 2 volts por