Mecânica Das Vibrações - Cap. 8

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Unidade 8 Controle de Vibrações 153 Unidade 8 - Controle de Vibrações 8.1 - Introdução Existem inúmeras fontes de vibrações no ambiente industrial: processos de impacto tais como cravamento de estacas e explosões; máquinas rotativas ou alternativas tais como motores e compressores; veículos de transporte tais como caminhões, trens e aviões; o fluxo de fluidos; e muitos outros. A presença de vibrações frequentemente conduz a efeitos indesejáveis tais como falhas mecânicas ou estruturais, manutenção freqüente e dispendiosa de máquinas, e danos e desconforto para o homem. A vibração pode ser eliminada algumas vezes com base em análise teórica. Entretanto, os custos de manufatura envolvidos na eliminação de vibrações podem ser demasiado altos; um projetista deve enfrentar o dilema de admitir uma quantidade razoável de vibração a um custo de manufatura aceitável. Em alguns casos a força de excitação é inerente à máquina. Mesmo uma força de excitação relativamente pequena pode causar uma resposta inesperadamente grande próximo à ressonância, especialmente em sistemas pouco amortecidos. Nestes casos a magnitude da resposta pode ser significantemente reduzida pelo uso de isoladores e absorvedores auxiliares. Nesta unidade, considerar-se-ão várias técnicas de controle de vibração, isto é, métodos que resultam na eliminação ou redução da vibração. A primeira alternativa para controlar vibração é tentar eliminar, isolar ou alterar a fonte da vibração. Isto nem sempre é possível. Alguns exemplos de fontes de vibrações que não podem ser alterados são terremotos, turbulência atmosférica (aviação), irregularidades em estradas e instabilidades em motores a combustão. Por outro lado, algumas fontes de vibração tais como desbalanceamento em máquinas rotativas ou alternativas podem ser alteradas. Isto pode ser atingido, usualmente, utilizando-se procedimentos de balanceamento ou melhorando a precisão dos elementos de máquinas. O uso de tolerâncias mais rigorosas e melhor acabamento superficial para algumas partes de máquinas (que apresentam movimentos relativos entre si) tornam a máquina menos suscetível à vibração. Naturalmente existem restrições econômicas e de manufatura para o grau de balanceamento que pode ser atingido ou a precisão com a qual as partes das máquinas podem ser fabricadas. Será considerado, em primeiro lugar, a análise de máquinas rotativas e alternativas na presença de desbalanceamento assim como os meios de controlar as vibrações que resultam de forças desbalanceadas. Figura 8.1 Carta de severidade de vibração geral (IRD Mechanalysis) 8.2 Balanceamento de Máquinas Rotativas A presença de uma massa excêntrica ou desbalanceada em um disco rotativo causa vibração, que pode ser aceitável até um certo nível. A Fig. 8.1 é uma carta de severidade de vibração que pode ser usada para determinar níveis aceitáveis de vibrações em várias freqüências ou rotações de operação. Se a vibração causada por uma massa desbalanceada não é

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  • Unidade 8 Controle de Vibraes

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    Unidade 8 - Controle de Vibraes

    8.1 - Introduo

    Existem inmeras fontes de vibraes no ambiente industrial: processos de impacto tais como cravamento de

    estacas e exploses; mquinas rotativas ou alternativas tais como motores e compressores; veculos de transporte tais como

    caminhes, trens e avies; o fluxo de fluidos; e muitos outros. A presena de vibraes frequentemente conduz a efeitos

    indesejveis tais como falhas mecnicas ou estruturais, manuteno freqente e dispendiosa de mquinas, e danos e

    desconforto para o homem. A vibrao pode ser eliminada algumas vezes com base em anlise terica. Entretanto, os custos

    de manufatura envolvidos na eliminao de vibraes podem ser demasiado altos; um projetista deve enfrentar o dilema de

    admitir uma quantidade razovel de vibrao a um custo de manufatura aceitvel. Em alguns casos a fora de excitao

    inerente mquina. Mesmo uma fora de excitao relativamente pequena pode causar uma resposta inesperadamente

    grande prximo ressonncia, especialmente em sistemas pouco amortecidos. Nestes casos a magnitude da resposta pode

    ser significantemente reduzida pelo uso de isoladores e absorvedores auxiliares. Nesta unidade, considerar-se-o vrias

    tcnicas de controle de vibrao, isto , mtodos que resultam na eliminao ou reduo da vibrao.

    A primeira alternativa para controlar vibrao tentar eliminar, isolar ou alterar a fonte da vibrao. Isto nem

    sempre possvel. Alguns exemplos de fontes de vibraes que no podem ser alterados so terremotos, turbulncia

    atmosfrica (aviao), irregularidades em estradas e instabilidades em motores a combusto. Por outro lado, algumas fontes

    de vibrao tais como desbalanceamento em mquinas rotativas ou alternativas podem ser alteradas. Isto pode ser atingido,

    usualmente, utilizando-se procedimentos de balanceamento ou melhorando a preciso dos elementos de mquinas. O uso de

    tolerncias mais rigorosas e melhor acabamento superficial para algumas partes de mquinas (que apresentam movimentos

    relativos entre si) tornam a mquina menos suscetvel vibrao. Naturalmente existem restries econmicas e de

    manufatura para o grau de balanceamento que pode ser atingido ou a preciso com a qual as partes das mquinas podem ser

    fabricadas. Ser considerado, em primeiro lugar, a anlise de mquinas rotativas e alternativas na presena de

    desbalanceamento assim como os meios de controlar as vibraes que resultam de foras desbalanceadas.

    Figura 8.1 Carta de severidade de vibrao geral (IRD Mechanalysis)

    8.2 Balanceamento de Mquinas Rotativas

    A presena de uma massa excntrica ou desbalanceada em um disco rotativo causa vibrao, que pode ser aceitvel

    at um certo nvel. A Fig. 8.1 uma carta de severidade de vibrao que pode ser usada para determinar nveis aceitveis de

    vibraes em vrias freqncias ou rotaes de operao. Se a vibrao causada por uma massa desbalanceada no

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    aceitvlel, pode ser eliminada tanto pela remoo da massa excntrica como pela adio de uma massa igual em uma

    posio que cancele o efeito do desbalanceamento. Para utilizar este procedimento deve-se determinar a quantidade e a

    localizao da massa excntrica experimentalmente. O desbalancemento em mquinas prticas pode ser atribudo a

    irregularidades como erros de usinagem e variaes em tamanhos de parafusos, porcas, rebites e soldas. Nesta seo, se

    considerar dois tipos de balanceamento: um plano ou balanceamento esttico e dois planos ou balanceamento dinmico.

    8.2.1 Balanceamento em um plano

    Considere-se um elemento de mquina na forma de um disco circular tal como a ventoinha de um ventilador, um

    volante, uma engrenagem ou uma embreagem montada em um eixo. Quando o centro da massa deslocado do eixo de

    rotao devido a defeitos de fabricao, o elemento de mquina est estaticamente balanceado. Para determinar se o disco

    est balanceado, pode-se montar o eixo em dois mancais de baixo atrito como mostra a Fig. 8.2. Gire-se o disco e permita-se

    que retorne ao repouso. Marcar o ponto inferior da circunferncia do disco com um giz. Repetir o processo vrias vezes,

    cada vez marcando o ponto inferior com o giz. Se o disco est balanceado as marcas de giz se espalharo aleatoriamente ao

    longo da circunferncia. Por outro lado, se o disco est desbalanceado, todas as marcas de giz coincidiro.

    O desbalanceamento detectado por este procedimento conhecido como desbalanceamento esttico. O

    desbalanceamento esttico pode ser corrigido removendo-se metal na posio da marca de giz ou adicionando um peso a

    180 da marca de giz. Como a magnitude do desbalanceamento no conhecida, a quantidade de material a ser removida ou

    adicionada deve ser determinada por tentativa e erro. Este procedimento chamado balanceamento em um plano uma vez

    que todas as massas esto localizadas praticamente em um plano. A quantidade de desbalanceamento pode ser determinada

    girando-se o disco a uma velocidade de rotao conhecida e medindo-se as reaes nos dois mancais (Fig. 8.2). Se uma massa desbalanceada m localizada em um raio r do disco, a fora centrfuga ser mr2. Ento as reaes medidas nos mancais F1 e F2, so:

    21

    2

    22

    1

    mrl

    aF

    mrl

    aF

    (8.1)

    Figura 8.2 Balanceamento em um plano.

    Outro procedimento para balanceamento em um plano, usando um analisador de vibrao ilustrado na Fig. 8.3.

    Aqui, um disco montado em um eixo rotativo que tem um mancal em A e acionado por um motor rotativo eltrico com

    uma velocidade angular .

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    Figura 8.3 Balanceamento com analisador de vibraes.

    Antes de comear o procedimento, marcas de referncia, tambm conhecidas como marcas de fase, so feitas tanto

    no rotor como no estator, como mostra a Fig. 8.4a. Um sensor de vibrao colocado em contato com o mancal, como

    mostrado na Fig. 8.3, e o analisador de vibrao regulado para uma freqncia correspondente velocidade angular do

    disco. O sinal da vibrao (amplitude de deslocamento) produzido pelo desbalanceamento pode ser lido no instrumento.

    Uma luz estroboscpica acionada pelo analisador de vibrao na freqncia de rotao do disco. Quando o rotor gira a

    uma velocidade , a marca de fase do rotor aparece estacionria sob a luz estroboscpica mas posicionada a um ngulo da marca feita no estator, como mostra a Fig. 8.4b, devido diferena de fase da resposta. Tanto o ngulo como a amplitude Au (lida no analisador) causada pelo desbalanceamento original so anotadas. O rotor ento parado e um peso de teste W

    fixado ao rotor, como mostra a Fig. 8.4b. Quando o rotor gira com a velocidade , a nova posio angular da marca de fase e a amplitude de vibrao Au+w, causada pelo desbalanceamento combinado do rotor e do peso de teste, so anotados(ver Fig. 8.4c). (Observe-se que se o peso de teste colocado em uma posio que desloca o desbalanceamento lquido em uma

    direo horria, a posio estacionria da marca de fase ser deslocada exatamente pela mesma quantidade na direo anti-

    horria, e vice-versa).

    Figura 8.4 Balanceamento em um plano utilizando analisador de vibraes.

    Agora constri-se um diagrama vetorial para encontrar a magnitude e posio da massa de correo para o

    balanceamento do disco. O vetor desbalanceamento original u

    A

    traado em uma direo arbitrria, com seu comprimento

    igual a Au, como mostra a Fig. 8.5. ento traado o vetor de desbalanceamento combinado wuA

    . O vetor diferena

    uwuwAAA

    , na Fig. 8.5 representa ento o vetor desbalanceamento devido ao peso de teste W. A magnitude de w

    A

    pode

    ser calculada usando a lei dos cossenos

    cos222wuuwuuw

    AAAAA (8.2)

    como a magnitude do peso de teste W e sua direo relativa ao desbalanceamento original ( na Fig. 8.5) so conhecidos, o prprio desbalanceamento original deve estar em um ngulo a partir da posio do peso de teste, como mostrado na Fig. 8.4d. O ngulo a pode ser obtido da lei dos cossenos:

    wu

    wuwu

    AA

    AAA

    2cos

    222

    1 (8.3)

    A magnitude do desbalanceamento original W0 = (Au/Aw)W, localizado na mesma distncia radial do eixo de rotao que o

    peso W. Uma vez que a localizao e a magnitude do desbalanceamento original so conhecidas, o peso de correo pode

    ser adicionado para balancear apropriadamente o disco.

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    Figura 8.5 Diagrama vetorial do balanceamento em um plano.

    8.2.2 Balanceamento em dois planos

    O balanceamento em um nico plano pode ser utilizado para balancear discos finos. Se o rotor um corpo rgido

    alongado como mostrado na Fig. 8.6, o desbalanceamento pode estar em qualquer lugar ao longo do comprimento do rotor.

    Neste caso, o rotor pode ser balanceado pela adio de pesos balanceadores em quaisquer dois planos. Por convenincia, os

    dois planos so usualmente escolhidos como os planos extremos do rotor (mostrado por linhas tracejadas na Fig. 8.6).

    Figura 8.6 Balanceamento em dois planos.

    Para ver que qualquer massa desbalanceada no rotor pode ser substituda por duas massas desbalanceadas

    equivalentes (em dois planos quaisquer), considerar um rotor com uma massa desbalanceada m a uma distncia l/3 da

    extremidade direita, como mostra a Fig. 8.7a. Quando o rotor gira com uma velocidade , a fora devida ao desbalanceamento ser F = m2R, onde R o raio do rotor. A massa desbalanceada m pode ser substituda por duas massas m1 e m2, localizadas nas extremidades do rotor, como mostrado na Fig. 8.7b. As foras exercidas sobre o rotor por estas

    massas so F1 = m12R e F2 = m2

    2R . Para a equivalncia de foras nas Figs. 8.7a e 8.7b, tem-se

    21

    2

    2

    2

    1

    2 ou mmmRmRmRm (8.4)

    Para a equivalncia de momentos nos dois casos, considerando-se momentos em relao extremidade direita, tem-se

    1

    2

    1

    2 3ou 3

    mmRlml

    Rm (8.5)

    As equaes (8.4) e (8.5) resultam em m1 = m/3 e m2 = 2m/3. Ento qualquer massa desbalanceada pode ser substituda por

    duas massas desbalanceadas equivalentes nos planos extremos do rotor.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

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    Figura 8.7 Substituio de massa desbalanceada em dois planos.

    Considere-se agora o procedimento de balanceamento usando um analisador de vibraes. Na Fig. 8.8 o

    desbalanceamento total no rotor substitudo por dois pesos desbalanceados UE e UD nos planos da direita e da esquerda,

    respectivamente. Na velocidade de operao do rotor , a amplitude de vibrao e o ngulo de fase devidos ao

    desbalanceamento original so medidos em dois mancais A e B, e os resultados so registrados como vetores A

    V

    e B

    V

    . A

    magnitude do vetor vibrao tomada como a amplitude de vibrao, enquanto que a direo do vetor tomada como o

    negativo do ngulo de fase observado sob luz estroboscpica referenciada linha de referncia do estator. Os vetores

    medidos A

    V

    e B

    V

    podem ser expressos como

    DADEAEA

    UAUAV

    (8.6)

    DBDEBEBUAUAV

    (8.7)

    Onde ij

    A

    pode ser considerado como um vetor, refletindo o efeito do desbalanceamento no plano j (j = E, D) na

    vibrao no mancal i (i = A,B). Observar que DE

    UU

    , e todos os vetores ij

    A

    so incgnitas nas Eqs. (8.6) e (8.7).

    Figura 8.8 Balanceamento em dois planos. Pesos de correo.

    Como no caso do balanceamento em um plano, adiciona-se pesos de teste conhecidos e faz-se medies para obter

    informao sobre as massas desbalanceadas. Primeiro adiciona-se um peso conhecido E

    W

    no plano esquerdo em uma

    posio angular conhecida e mede-se deslocamento e fase da vibrao nos dois mancais enquanto o rotor gira com uma

    velocidade . Denota-se estas vibraes medidas como vetores como

    DADEEAEA

    UAWUAV

    (8.8)

    DBDEEBEB

    UAWUAV

    (8.9)

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    158

    Subtraindo Eqs. (8.6) e (8.7) das Eqs. (8.8) e (8.9), respectivamente, e resolvendo, obtm-se

    E

    AA

    AE

    W

    VVA

    (8.10)

    E

    BB

    BE

    W

    VVA

    (8.11)

    Remove-se ento E

    W

    e adiciona-se um peso conhecido D

    W

    no plano direito em uma posio angular conhecida e

    mede-se as vibraes resultantes enquanto o rotor est girando com uma velocidade . Denota-se estas vibraes medidas como vetores como

    EAEDDADA

    UAWUAV

    (8.12)

    EBEDDBDB

    UAWUAV

    (8.13)

    Como antes, subtrai-se as Eqs. (8.6) e (8.7) das Eqs. (8.12) e (8.13), respectivamente, para achar

    R

    AA

    AR

    W

    VVA

    (8.14)

    R

    BB

    BR

    W

    VVA

    (8.15)

    Uma vez que os operadores ijA

    sejam conhecidos, as Eqs. (8.6) e (8.7) podem ser resolvidas para determinar os

    vetores de desbalanceamento E

    U

    e D

    U

    :

    BEADAEBD

    BADABD

    E

    AAAA

    VAVAU

    (8.16)

    BDAEADBE

    BAEABE

    D

    AAAA

    VAVAU

    (8.17)

    O rotor pode agora ser balanceado pela adio de pesos de balanceamento iguais e opostos em cada plano. Os

    pesos de balanceamento nos planos esquerdo e direito podem ser chamados como os vetores EE

    UB

    e DD

    UB

    . Pode-

    se ver que o procedimento de balanceamento em dois planos uma extenso direta do balanceamento em um plano. Embora

    rotores de alta velocidade de rotao sejam balanceados durante a fabricao, usualmente se torna necessrio balance-los

    novamente in situ devido a pequenos desbalanceamentos introduzidos devido a fissuras, operao em alta temperatura, etc.

    Exemplo 8.1 Balanceamento em dois planos de um rotor de turbina

    No balanceamento em dois planos de um rotor de turbina, os dados obtidos das medidas do desbalanceamento original, o

    peso de teste do plano direito e o peso de teste do plano esquerdo so mostrados na Tabela 8.1. As amplitudes de

    deslocamento esto em mils (1/1000 pol). Determinar o tamanho e a posio dos pesos de balanceamento requeridos.

    Condio

    Amplitude de vibrao

    (deslocamento) ngulo de fase

    Mancal A Mancal B Mancal A Mancal B

    Desbalanceamento original 8,5 6,5 60 205

    WE = 10,0 oz adicionada em 270 da

    marca de referncia 6,0 4,5 125 230

    WD = 12,0 oz adicionada em 180 da

    marca de referncia 6,0 10,5 35 160

    Tabela 8.1 Dados para o balanceamento.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    159

    Dados: medies para o balanceamento apresentados na tabela 8.1.

    Determinar: tamanho e posio dos pesos de balanceamento necessrios.

    Mtodo: Aplicar as equaes vetoriais (8.16) e (8.17), para obter o balanceamento.

    Soluo: Os dados podem ser expressos em notao vetorial como

    3612,72500,4605,8 iVA

    7470,28910,52055,6 iVB

    9149,44415,31250,6 iVA

    4472,38926,22305,4 iVB

    4415,39149,4350,6 iVA

    5912,38668,91605,10 iVB

    0000,100000,02700,10 iWE

    0000,00000,121800,12 iWD

    As equaes (8.10) e (8.11) resultam em

    7691,02446,00000,100000,0

    4463,26915,7i

    i

    i

    W

    VVA

    E

    AA

    AE

    2998,00700,00000,100000,0

    7002,09985,2i

    i

    i

    W

    VVA

    E

    BB

    BE

    O uso das equaes (8.14) e (8.15) conduz a

    3266,00554,00000,00000,12

    9198,36649,0i

    i

    i

    W

    VVA

    D

    AA

    AD

    5282,03313,00000,00000,12

    3382,69758,3i

    i

    i

    W

    VVA

    D

    BB

    BD

    Os pesos desbalanceados podem ser determinados das equaes (8.16) e (8.17)

    6879,52930,83903,02234,0

    9661,10725,4

    )0063,01018,0()3840,03252,0(

    )7721,12237,1()1941,02962,5(i

    i

    i

    ii

    ii

    AAAA

    VAVAU

    BEADAEBD

    BADABD

    E

    4592,51773,23903,02234,0

    0693,26443,1

    )3840,03252,0()0063,01018,0(

    )8590,35540,3()7898,19096,1(i

    i

    i

    ii

    ii

    AAAA

    VAVAU

    BDAEADBE

    BAEABE

    D

    Ento os pesos de balanceamento requeridos so dados por

    5548,3250561,106879,52930,8 iUBEE

    2559,688774,54592,51773,2 iUBDD

    Isto mostra que a adio de um peso de 10,0561 oz no plano esquerdo em 325,5548 e um peso de 5,8774 oz no

    plano direito em 68,2559, medidos a partir da posio de referncia, balancear o rotor da turbina. Isto exige que os pesos

    de balanceamento sejam adicionados na mesma posio radial (distncia a partir do centro do rotor) dos pesos de teste. Se o

    peso de balanceamento tiver que ser posicionado em uma posio radial diferente, o mesmo deve ser modificado na

    proporo inversa da distncia radial a partir do eixo de rotao.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

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    8.3 Velocidades Crticas de Eixos Rotativos

    Na seo precedente, o sistema rotativo (o eixo rotativo e o disco) foi assumido como rgido. Na prtica, entretanto,

    todos os eixos rotativos so flexveis. Se um eixo flexvel possui uma massa rotativa desbalanceada, as foras centrfugas

    geradas produziro flexo no eixo, o que por sua vez altera o efeito do desbalanceamento. A uma certa velocidade de

    rotao, conhecida como velocidade crtica, a deflexo do eixo se torna muito grande. Nesta seo, so considerados os

    aspectos de modelagem do sistema rotativo, velocidades crticas, resposta do sistema e estabilidade.

    8.3.1. Equaes do movimento

    Considere-se um eixo apoiado em dois mancais e possuindo um disco de massa m em seu centro, como mostra a

    Fig. 8.9. Assume-se que o rotor est submetido a uma excitao de regime permanente devido a uma massa desbalanceada.

    As foras atuantes no rotor so a fora de inrcia devido acelerao do centro de massa, a fora de elstica devida

    deformao do eixo, e as foras de amortecimento internas e externas. (Qualquer sistema rotativo responde de duas maneiras

    diferentes a foras de amortecimento ou atrito, dependendo se as foras giram com o eixo ou no. Quando as posies nas

    quais as foras atuam permanecem fixas no espao, como no caso de foras de amortecimento - que causam perdas de

    energia - atuantes no mancal, o amortecimento chamado estacionrio ou externo. Por outro lado, se as posies nas quais

    elas atuam giram com o eixo no espao, como no caso do atrito interno do eixo, o amortecimento chamado rotativo ou

    interno).

    Figura 8.9 Rotor de Laval

    Figura 8.10 Movimento do disco

    Seja O a posio de equilbrio do eixo quando balanceado perfeitamente (Fig. 8.10). O eixo gira com uma

    velocidade angular . Usa-se um sistema de coordenadas inerciais (x, y) com origem em O para descrever as equaes do movimento. Os pontos P e Q indicam o centro geomtrico e o centro de massa do disco, respectivamente. A equao do

    movimento do sistema (massa m) pode ser escrita como

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    161

    fora de inrcia (i

    F

    ) = fora elstica (e

    F

    ) + fora de amortecimento interno (di

    F

    ) +

    fora de amortecimento externo (de

    F

    ) (8.18)

    As vrias foras na Eq. (8.18) podem ser expressas como segue:

    Fora de inrcia: rmFi

    (8.19)

    onde r

    o vetor do raio do centro de massa dado por

    ji teytexr sincos

    (8.20)

    com x e y representando as coordenadas do centro geomtrico e i e j denotando os vetores unitrios ao longo da

    coordenadas x e y, respectivamente. As equaes (8.19) e (8.20) conduzem a

    ji teytexmFi

    sincos 22

    (8.21)

    Fora elstica: ji yxkFe

    (8.22)

    Onde k a rigidez do eixo.

    Fora de amortecimento interno: ji xyyxcFidi

    (8.23)

    onde ci o coeficiente de amortecimento interno (rotativo).

    Fora de amortecimento externo: ji yxcFede

    (8.24)

    onde ce o coeficiente de amortecimento externo. Substituindo Eqs. (8.21) a (8.24) em (8.18), obtm-se as equaes do

    movimento em forma escalar:

    temyckxxccxmiei

    cos2 (8.25)

    temxckyyccymiei

    sin2 (8.26)

    Estas equaes indicam que as equaes do movimento para a vibrao lateral do rotor esto acopladas e so

    dependentes da velocidade de rotao em regime permanente. Por definio, uma quantidade complexa w

    iyxw (8.27)

    onde 1i e somando-se Eq. (8.25) a (8.26) multiplicada por i, obtm-se uma nica equao do movimento:

    tiiei

    emewcikwwccwm 2 (8.28)

    8.3.2. Velocidades crticas

    Uma velocidade crtica existe quando a freqncia de rotao de um eixo se iguala a uma das freqncias naturais

    do eixo. A freqncia natural no amortecida do sistema rotativo pode ser obtida pela soluo das Eqs. (8.25), (8.26) ou

    (8.28), retendo-se apenas a parte homognea com ci = ce = 0. Isto d a freqncia natural do sistema (ou velocidade crtica

    do sistema no amortecido):

    m

    kn (8.29)

    Quando a velocidade de rotao igual velocidade crtica, o rotor desenvolve grandes deflexes, e a fora

    transmitida aos mancais pode causar falhas nos mesmos. Deve ser realizada uma transio rpida da velocidade de rotao

    do eixo atravs de uma velocidade crtica para limitar as amplitudes de vibrao, enquanto que uma transio lenta promove

    o desenvolvimento de grandes amplitudes.

    8.3.3. Resposta do sistema

    Sobre o rotor ilustrado na Fig. 8.10 atua uma fora desbalanceada harmnica devida ao seu desbalanceamento e

    assume-se que o amortecimento interno ci zero. Resolve-se as Eqs. (8.25) e (8.26) e encontra-se as amplitudes dinmicas

    do movimento do rotor produzido pela da massa desbalanceada. Com ci = 0, as Eqs. (8.25) e (8.26) se reduzem a

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    162

    temkxxcxme

    cos2 (8.30)

    temkyycyme

    sin2 (8.31)

    A soluo das Eqs. (8.30) e (8.31) podem ser expressas como

    2

    2

    11coscos teDmteCtx t (8.32)

    4

    2

    32coscos teDmteCty t (8.33)

    onde C1, C2, D, , , 1, 2, 3 e 4 so constantes. O primeiro termo nas Eqs. (8.32) e (8.33) contm uma exponencial decrescente representando uma soluo transiente, e o segundo termo representa um movimento circular de regime

    permanente (precesso/whirl). Substituindo a parte de regime permanente da Eq. (8.32) na Eq. (8.30), pode-se determinar a

    amplitude do movimento circular (whirl) como:

    2222

    1

    ecmk

    D

    (8.34)

    O ngulo de fase dado por

    2

    1

    42tan

    mk

    ce (8.35)

    Diferenciando a Eq. (8.34) com relao a e igualando o resultado a zero, pode-se achar a velocidade rotacional para a qual a amplitude do movimento circular se torna mxima:

    2

    2

    11

    n

    e

    n

    c

    (8.36)

    onde n dado pela Eq. (8.29). Pode-se ver que a velocidade crtica corresponde exatamente freqncia natural n somente quando o amortecimento (ce) zero. Alm disso, Eq. (8.36) mostra que a presena do amortecimento, em geral,

    aumenta o valor da velocidade crtica. Um grfico das Eqs. (8.34) e (8.35) mostrado na Fig. 8.11 mostrando a variao da

    amplitude de vibrao em funo da velocidade . A amplitude do movimento circular, D, para baixas velocidades

    determinado pela constante de mola k, uma vez que os outros dois termos m2 e 22e

    c , so pequenos. O valor do ngulo de

    fase 2 0 (Eq. 8.35) para pequenos valores de . Quando aumenta, a amplitude da resposta atinge um pico, uma vez que a ressonncia ocorre em k m2 = 0. Ao redor da ressonncia, a resposta essencialmente limitada pelo termo do amortecimento. A diferena de fase na ressonncia 90. Quando a velocidade cresce em direo a n, a resposta

    dominada pelo termo da massa 42m na Eq. (8.34). Como este termo est 180 fora de fase com a fora desbalanceada, o eixo gira em uma direo oposta aquela da fora desbalanceada e, portanto a resposta do eixo ser limitada.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    163

    Figura 8.11 Resposta em freqncia ao desbalanceamento

    8.4 Balanceamento de Motores Alternativos

    Os elementos mveis essenciais de um motor alternativo so o pisto, a manivela e a barra conectora. Vibraes em

    motores alternativos surgem devido a variaes peridicas da presso do gs no cilindro e a foras de inrcia associadas

    com as partes mveis.

    8.4.1. Foras desbalanceadas devido a flutuaes na presso do gs

    A Fig. 8.12a um diagrama esquemtico de um cilindro de um motor alternativo. O motor acionado por um gs

    que se expande no cilindro. O gs em expanso exerce no pisto uma fora de presso F, que transmitida ao eixo de

    manivelas atravs da barra conectora. Na seo precedente, o sistema rotativo (o eixo rotativo e o disco) constitudo de

    elementos rgidos. A reao fora F pode ser decomposta em duas parcelas: uma de magnitude cosF , atuando ao longo

    da barra conectora, e outra de magnitude tanF , atuando em uma direo horizontal. A fora cosF induz um torque

    Mt, que tende a girar o eixo de manivelas. (Na Fig. 8.12b, MQ atua em torno do eixo perpendicular ao plano do papel e passa

    no ponto Q.)

    coscos

    rF

    Mt

    (8.45)

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    164

    Figura 8.12 Sistema pisto-biela-manivela de um motor alternativo.

    Para o equilbrio do sistema, as foras nos mancais do eixo de manivelas sero iguais a F na direo vertical e F

    tan na direo horizontal. Ento as foras transmitidas s partes estacionrias do motor so:

    1. fora F atuando na cabea do cilindro;

    2. fora F tan atuando na parede do cilindro;

    3. fora F atuando no mancal do eixo de manivelas;

    4. fora F tan atuando no mancal do eixo de manivelas.

    Estas foras esto mostradas na Fig. 8.12c. Embora a fora resultante total seja zero, existe um torque resultante MQ

    = Fh tan sobre o corpo do motor, onde h pode ser determinado da geometria do sistema:

    sin

    cosrh (8.46)

    Ento o torque resultante dado por

    cos

    cosFrM

    Q (8.47)

    Como era esperado, Mt e MQ, dados pelas equaes (8.45) e (8.47) podem ser vistos como idnticos, o que indica

    que o torque induzido no eixo de manivelas devido presso do gs no pisto sentida nos apoios do motor. Como a

    magnitude da fora do gs F varia com o tempo, o torque MQ tambm varia com o tempo. A magnitude da fora F varia de

    um mximo a um mnimo em uma freqncia determinada pelo nmero de cilindros do motor, pelo tipo de ciclo de

    operao, e pela velocidade de rotao do motor.

    8.4.2. Foras desbalanceadas devido a inrcia das partes mveis

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    165

    Figura 8.13 Sistema pisto-biela-manivela.

    Acelerao do pisto. A Fig. 8.13 mostra a manivela (de comprimento r), a barra conectora (de comprimento l), e

    o pisto de um motor alternativo. A manivela assumida como girando em uma direo anti-horria com uma velocidade

    angular constante , como mostrado na Fig. 8.13. Considerando-se a origem O do eixo x como a posio superior do pisto, o deslocamento do pisto P correspondente a um deslocamento angular da manivela = t pode ser expresso como na Fig. 8.13, atravs de

    2sin1coscoscos ltrlrlrlrxp

    (8.48)

    mas

    trrl sinsinsin (8.49)

    e ento

    tl

    r 2

    2

    2

    sin1cos (8.50)

    Substituindo a Eq. (8.50) na Eq. (8.48) obtm-se

    tl

    rltrlrx

    p 2

    2

    2

    sin1cos (8.51)

    Devido presena do termo envolvendo a raiz quadrada, a Eq. (8.51) no muito conveniente em novos clculos.

    A Equao (8.51) pode ser simplificada observando que, em geral, 41lr e usando a relao de expanso

    211

    (8.52)

    a Eq. (8.51) pode ser aproximada para

    tl

    rtrx

    p 2

    2

    sin2

    cos1 (8.53)

    ou

    t

    l

    rtr

    l

    rrx

    p 2cos

    4cos

    21 (8.54)

    A Equao (8.54) pode ser diferenciada com relao ao tempo para obter expresses para a velocidade e a

    acelerao do pisto:

    t

    l

    rtrx

    p 2sin

    2sin (8.55)

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    166

    t

    l

    rtrx

    p 2coscos2 (8.56)

    Acelerao do pino da manivela. Com relao ao sistema de coordenadas xy mostrado na Fir. 8.13, os

    deslocamentos vertical e horizontal do pino da manivela C so dados por

    trlABOAxc

    cos1 (8.57)

    trCByc

    sin (8.58)

    Diferenciando-se as Eqs. (8.57) e (8.58) com relao ao tempo, os componentes da velocidade e da acelerao do

    pino da manivela so

    trxc

    sin (8.59)

    tryc

    cos (8.60)

    trxc

    cos2 (8.61)

    tryc

    sin2 (8.62)

    Foras de inrcia. Embora a massa da barra conectora esteja distribuda ao longo do seu comprimento,

    geralmente idealizada como uma ligao sem massa, com duas massas concentradas nas suas extremidades a extremidade

    do pisto e a extremidade do pino da manivela. Se mp e mc denotam a massa total do pisto e do pino da manivela (incluindo

    a massa concentrada da barra conectora) respectivamente, a componente vertical da fora de inrcia (Fx) para um cilindro

    dada por

    ccppxxmxmF (8.63)

    Substituindo as Eqs. (8.56) e (8.61) para as aceleraes de P e C, a Eq. (8.63) se torna

    tl

    rmtrmmF

    pcpx

    2coscos

    22

    2 (8.64)

    Pode-se observar que a componente vertical da fora de inrcia consiste de duas partes. Uma parte, conhecida

    como a parte primria, tem uma freqncia igual freqncia rotacional da manivela . A outra parte, conhecida como parte secundria, tem uma freqncia igual ao dobro da freqncia rotacional da manivela.

    Similarmente, a componente horizontal da fora de inrcia para um cilindro pode ser obtida:

    ccppyymymF (8.65)

    onde 0p

    y e c

    y dada pela Eq. (8.62). Portanto

    trmFcy

    sin2 (8.66)

    A componente horizontal da fora de inrcia pode ser observada possuindo apenas uma parte primria.

    8.4.3. Balanceamento de motores alternativos

    As foras desbalanceadas ou de inrcia em um nico cilindro so dadas pelas Eqs. (8.64) e (8.66). Nestas equaes,

    mp e mc representam as massas equivalentes alternativas e rotativas, respectivamente. A massa mp sempre positiva, mas mc

    pode ser feita zero pelos contrapesos da manivela. possvel eliminar as foras de inrcia horizontais Fy, mas as foras

    desbalanceadas verticais sempre existiro. Portanto um nico cilindro inerentemente desbalanceado.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    167

    Figura 8.14 Balanceamento de motores alternativos.

    Em um motor multicilndros, possvel balancear algumas das foras e torques de inrcia atravs do arranjo

    apropriado das manivelas. A Figura 8.14a mostra o arranjo geral de um motor N-cilindros (somente seis cilindros N = 6, so

    mostrados na figura). Os comprimentos de todas as manivelas e barras conectoras so assumidos serem r e l,

    respectivamente, e a velocidade angular de todas as manivelas considerada constante, . O deslocamento axial e a orientao angular do i-simo cilindro a partir do primeiro cilindro assumida como i e li, respectivamente; i = 2, 3, ..., N.

    Para o balano de foras, as foras de inrcia totais nas direes x e y devem ser iguais a zero. Ento

    01

    i

    N

    i

    xtotalxFF (8.67)

    01

    i

    N

    i

    ytotalyFF (8.68)

    onde (Fx)i e (Fy)i so as componentes vertical e horizontal das foras de inrcia do cilindro i dadas por (ver Eqs. 8.64 e

    8.66):

    iipiicpix

    tl

    rmtrmmF

    22coscos

    22

    2 (8.69)

    iiciy

    trmF sin2 (8.70)

    Por simplicidade, assume-se que as massas alternativas e rotativas para cada cilindro so iguais, isto (mp)i = mp e

    (mc)i = mc para i = 2, 3, ..., N. Sem perda de generalidade, as Eqs. (8.67) e (8.68) podem ser aplicadas no tempo t = 0. Ento

    as condies necessrias para o balano total das foras so dadas por

    N

    i

    i

    1

    0cos e

    N

    i

    i

    1

    02cos (8.71)

    N

    i

    i

    1

    0sin (8.72)

    As foras de inrcia (Fx)i e (Fy)i do i-simo cilindro induzem momentos em relao aos eixos y e x,

    respectivamento, como mostrado na Fig. 8.14b. Os momentos em relao a z e x so dados por

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    168

    N

    i

    iixzlFM

    1

    0 (8.73)

    N

    i

    iiyxlFM

    1

    0 (8.74)

    Substituindo as Eqs. (8.69) e (8.70) em (8.73) e (8.74) e assumindo t = 0, obtm-se as condies necessrias a

    serem satisfeitas para o balanceamento de momentos em relao aos eixos z e x como

    N

    i

    iil

    2

    0cos e

    N

    i

    iil

    2

    02cos (8.75)

    N

    i

    iil

    2

    0sin (8.76)

    Ento pode-se arranjar os cilindros de um motor alternativo multicilindros de forma a satisfazer as Eqs. (8.71),

    (8.72), (8.75) e (8.76); estar completamente balanceado em relao s foras de inrcia e momentos.

    8.5 Controle de Vibraes

    Em muitas situaes prticas, possvel reduzir mas no eliminar as foras dinmicas que causam vibraes.

    Vrios mtodos podem ser usados para controlar vibraes. Entre eles, os seguintes so importantes:

    1. Controlando as freqncias naturais do sistema e evitando ressonncia sob excitao externa.

    2. Prevenindo resposta excessiva do sistema, mesmo na ressonncia introduzindo amortecimento ou mecanismo de

    dissipao de energia.

    3. Reduzindo a transmisso de foras de excitao de uma parte da mquina para outra, pelo uso de isoladores de

    vibrao.

    4. Reduzindo a resposta do sistema, pela adio de um neutralizador de massa auxiliar ou absorvedor de vibrao.

    8.5.1 Controle de Freqncias Naturais

    Sempre que a freqncia da excitao coincide com uma das freqncias naturais do sistema, ocorre ressonncia.

    O aspecto mais proeminente da ressonncia um grande deslocamento. Na maioria dos sistemas mecnicos e estruturais,

    grandes deslocamentos indicam tenses e deformaes indesejavelmente elevadas, o que pode conduzir a falhas no sistema.

    Portanto, condies de ressonncia devem ser evitadas. Na maioria dos casos, a freqncia de excitao no pode ser

    controlada, porque imposta pelos requisitos funcionais do sistema ou mquina. Deve-se concentrar a ateno em controlar

    as freqncias naturais do sistema para evitar ressonncia.

    Como indicado pela Eq. 2.11 (m

    kn ) a freqncia natural de um sistema pode ser modificada variando-se a

    massa m ou a rigidez k. (Embora esta afirmao seja feita com referncia em um sistema de um nico grau de liberdade,

    verdadeira mesmo para sistemas de vrios graus de liberdade e sistemas contnuos). Em muitos casos prticos a massa no

    pode ser modificada facilmente, uma vez que o seu valor determinado por requisitos funcionais do sistema.

    Consequentemente, a rigidez do sistema o fator que mais frequentemente modificado para a alterao de freqncias

    naturais. Por exemplo, a rigidez de um eixo rotativo pode ser modificada mudando-se um ou mais de seus parmetros, tais

    como materiais ou nmero e posio de seus suportes (mancais).

    8.5.2 Introduo de Amortecimento

    Embora o amortecimento seja desconsiderado para a simplificao de anlises, especialmente na obteno de

    freqncias naturais, a maioria dos sistemas possui amortecimento em alguma quantidade. A presena de amortecimento

    til em muitos casos.

    Em sistemas tais como suspenso de automveis, por exemplo, o amortecimento deve ser introduzido para reduzir

    o durao de vibraes inevitavelmente geradas quando o veculo encontra irregularidades na via de trfego.

    Quando o sistema opera em condies prximas ressonncia, ou necessita passar por elas para atingir a sua faixa

    de operao, o amortecimento pode ser til ao reduzir as grandes amplitudes que podem ser geradas.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    169

    Uso de Materiais Viscoelsticos. Pode-se introduzir amortecimento no sistema atravs do uso de materiais

    estruturais que possuem amortecimento interno. A equao do movimento de um sistema de um nico grau de liberdade com

    amortecimento interno, sob excitao harmnica tieFtF 0

    , pode ser expressa como

    tieFxikxm 0

    1 (8.77)

    onde chamado fator de perda (ou coeficiente de perda), que definido como (ver Sec. 2.6.4)

    ciclo no mxima deformao de Energia

    radianopor harmnico todeslocamen de ciclo um durante dissipada Energia2

    W

    W

    A amplitude da resposta do sistema na ressonncia ( = n) dada por

    aE

    F

    k

    F00 (8.78)

    uma vez que a rigidez proporcional ao mdulo de Young (k = aE; a = constante).

    Os materiais viscoelsticos possuem grandes valores do fator de perda e consequentemente so usados para

    proporcionar amortecimento interno. Materiais viscoelsticos so usados para controle de vibrao quando esto sujeitos a

    deformaes diretas e de cizalhamento. No arranjo mais simples, uma camada de material viscoelstico fixado em um

    material de maior rigidez. Em outro arranjo, uma camada de material viscoelstico sanduichada entre duas camadas mais

    rgidas. Fitas amortecedoras, constitudas de uma fina folha de metal coberta de um adesivo viscoelstico, so usadas em

    estruturas vibratrias. Os valores dos coeficientes de perda para alguns materiais so dados na Tabela 8.2.

    Material Fator de perda () Poliestireno 2,0

    Borracha dura 1,0

    Materiais fibrosos com matriz 0,1

    Cork 0,13 0,17

    Alumnio 1 x 10-4

    Ferro e ao 2 6 x 10-4

    Tabela 8.2 Fatores de perda de diversos materiais.

    8.5.3 Uso de Isoladores de Vibrao

    Mtodos de isolamento de vibraes so usados para reduzir os efeitos indesejveis da vibrao. Basicamente,

    isolamento de vibraes envolve a insero de um membro resiliente (ou isolador) entre a massa vibratria (ou

    equipamento) e a fonte da vibrao de para reduzir a resposta dinmica do sistema. Um sistema de isolamento pode ser ativo

    ou passivo. ativo quando requer potncia externa para executar a sua funo e se isto no acontece, chama-se passivo. Um

    isolador passivo consiste de um membro resiliente (rigidez) e um dissipador de energia (amortecimento). Exemplos de

    isoladores passivos incluem molas metlicas, molas pneumticas e molas de elastmero (borracha). A Figura 8.15 mostra

    montagens tpicas de isoladores.

    (a) (b) (c) (d) Figura 8.15 (a) Mola metlica. (b) Mola metlica com carcaa. (c) Calo de neoprene. (d) Manta de elastmero com

    fibras sitnticas.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    170

    Um isolador ativo composta de um servomecanismo com um sensor, processador de sinal e um atuador. A

    efetividade de um isolador estabelecida em termos de sua transmissibilidade. A transmissibilidade (Tr) definida como

    uma relao da amplitude da fora transmitida com a fora excitadora.

    Sistema de isolamento de vibrao com fundao rgida

    Quando uma mquina ou equipamento colocado sobre um membro resiliente em uma fundao ou suporte rgido,

    o sistema pode ser idealizado como de um grau de liberdade, como mostrado na Fig. 8.16a. O membro resiliente assumido

    possuir elasticidade k e amortecimento c modelado como uma mola e um amortecedor c, como mostra a Fig. 8.16b. Se

    sobre a mquina atuam foras harmnicas tFtF cos0

    , ento o movimento descrito de acordo com a seo 3.6.

    Figura 8.16 Mquina e membro resiliente em fundao rgida.

    A fora transmitida atravs da mola e do amortecedor so expressos pela Eq. (3.67), que pode ser escrita como

    222222

    0

    cmk

    ckFFt

    (8.79)

    A transmissibilidade ou razo de transmisso do isolador (Tr) definida como a razo entre a magnitude da fora

    transmitida e a fora excitadora e pode ser obtida da Eq. 3.62a.

    2222

    21

    21

    rr

    rTr

    (8.80)

    A variao de Tr com a relao de freqncias r = /n, mostrada na Fig. 8.17. Pode ser visto que para freqncias forantes maiores que 1,414 vezes a freqncia natural do sistema, o isolamento de vibrao ocorre de forma

    que a fora transmitida menor que a fora excitadora.

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    171

    Figura 8.17 Variao da razo de transmisso.

    Sistema de isolamento de vibrao com fundao flexvel

    Figura 8.18 Mquina com isolador em fundao flexvel.

    Em muitas situaes prticas a estrutura da fundao qual o isolador conectado se move quando a mquina

    opera montada sobre o isolador. Por exemplo, no caso de uma turbina fixada no casco de um navio ou um motor de

    aeronave montado na asa de um avio, a rea ao redor do ponto de suporte tambm se move com o isolador. Em tais casos, o

    sistema pode ser representado como possuindo dois graus de liberdade. Na Fig. 8.18, m1 e m2 denotam as massas da

    mquina e da estrutura de suporte que se move com o isolador, respectivamente. O isolador representado por uma mola de

    rigidez k, e o amortecimento desconsiderado para facilitar a soluo. As equaes dos movimentos das massas m1 e m2 so

    tFxxkxm cos02111

    (8.81)

    01222 xxkxm (8.82)

    Assumindo uma soluo harmnica na forma

    tXxjj

    cos (8.83)

    as Eqs. (8.81) e (8.82) produzem

    02221

    02

    2

    11

    mkXkX

    FkXmkX (8.84)

    As freqncias naturais do sistema so dadas pelas razes da equao

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    172

    0

    2

    2

    2

    1

    mkk

    kmk (8.85)

    As razes da Eq. (8.85) so dadas por

    21

    212

    2

    2

    10

    mm

    kmm

    (8.86)

    O valor 1 = 0 corresponde ao movimento de corpo rgido uma vez que o sistema est sem vinculao. Em regime permanente, as amplitudes de m1 e m2 so governadas pelas Eqs. (8.84), cuja soluo conduz a

    222

    2

    1

    0

    2

    2

    1kmkmk

    FmkX

    (8.87)

    22

    2

    2

    1

    0

    2kmkmk

    FkX

    (8.88)

    A fora transmitida estrutura de suporte (Ft) dada pela amplitude de 22 xm :

    22

    2

    2

    1

    0

    2

    2

    2

    2

    2kmkmk

    FkmXmF

    t

    (8.89)

    A transmissibilidade do isolador (Tr) dada por

    2

    2

    2

    21

    2

    2

    1

    2

    21

    22

    2

    2

    1

    2

    2

    0 1

    11

    mm

    m

    k

    m

    m

    mmkmkmk

    km

    F

    FT t

    r (8.90)

    onde 2 a freqncia natural do sistema dado pela Eq. (8.86). A Eq. (8.90) mostra, como no caso de um isolador em uma base rgida, que a fora transmitida fundao se torna menor quando a freqncia natural do sistema 2 reduzida. O valor de Tr de um isolador com fundao rgida mostrado na Fig. 8.17. Pode ser visto que a fora transmitida

    fundao no pode se tornar infinita na ressonncia a no ser que o amortecimento seja nulo. Se a fora transmitida

    fundao se tornar pequena, n

    dever ser elevado isto , o isolador dever possuir uma freqncia natural muito

    menor que a velocidade de operao da mquina que suporta. Embora o amortecimento reduza a amplitude do movimento

    (X) para todas as freqncias, reduz a fora transmitida (Ft) somente se 2n . Acima deste valor, a adio de

    amortecimento aumenta a fora transmitida. Alm disso, a fora transmitida fundao maior que a fora aplicada pela

    mquina (Tr > 1) quando 2n . Estas observaes sugerem que o amortecimento do isolador deve ser o menor

    possvel, de forma a reduzir a fora transmitida. Se a velocidade da mquina (freqncia) varia, deve-se comprometer em

    escolher uma quantidade de amortecimento para minimizar a fora transmitida. A quantidade de amortecimento deveria ser

    suficiente para limitar a amplitude X e a fora transmitida Ft enquanto passando pela ressonncia, mas no tanto de forma a

    aumentar desnecessariamente a fora transmitida nas velocidades de operao.

    Exemplo 8.2 Suporte elstico para a ventoinha de um exaustor

    A ventoinha de um exaustor, girando a 1000 rpm, deve ser suportada por quatro molas, cada uma delas com rigidez K. Se

    somente 10% da fora desbalanceada da ventoinha deve ser transmitida base, qual ser o valor de K?

    Dados: Ventoinha de exaustor com massa = 40 kg, velocidade de rotao = 1000 rpm, e fora de agitao permissvel a ser

    transmitida base = 10%.

    Determinar: rigidez (K) de cada uma das quatro molas de suporte.

    Mtodo: Utilizar a equao da transmissibilidade.

    Soluo: Como a transmissibilidade deve ser 0,1, tem-se da Eq. (8.86),

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    173

    222

    2

    2

    21

    21

    1,0

    nn

    n

    (E.1)

    onde a freqncia forante dada por

    rad/s 72,10460

    21000

    (E.2)

    e a freqncia natural do sistema por

    1623,340

    4 KK

    m

    kn

    (E.3)

    Assumindo que o fator de amortecimento seja = 0 obtm-se, da Eq. (E.1),

    2

    1623,372,1041

    11,0

    K

    (E.4)

    Para evitar valores imaginrios, deve-se considerar o sinal negativo no lado direito da Eq. (E.4). Isto conduz a

    3166,31561,331

    K

    ou

    K = 9969,6365 N/m

    Exemplo 8.3 Isolamento de um sistema vibratrio

    Um sistema vibratrio deve ser isolado de sua base de apoio. Determinar o fator de amortecimento requerido que deve ser

    atingido pelo isolador para limitar a transmissibilidade na ressonncia a Tr = 4. Assumir que o sistema possui um grau de

    liberdade.

    Dados: Transmissibilidade na ressonncia = 4.

    Determinar: Fator de amortecimento do isolador.

    Mtodo: Determinar a equao de transmissibilidade na ressonncia.

    Soluo: Fazendo = n, a Eq. (8.86) se torna

    2

    212

    rT

    ou

    1291,0152

    1

    12

    1

    2

    rT

    Sistema de isolamento de vibrao com fundao parcialmente flexvel

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    174

    Figura 8.19 Mquina com isolador em fundao parcialmente flexvel.

    Considere-se agora uma situao mais realista. A Fig. 8.19 mostra um isolador cuja base, ao invs de ser

    completamente rgida ou completamente flexvel, parcialmente flexvel. Pode-se definir a impedncia mecnica da

    estrutura de base, Z(), como a fora na freqncia w requerida para produzir um deslocamento unitrio na base (como na Seo 3.5):

    todeslocamen

    frequncia com aplicada fora Z

    As equaes do movimento so dadas por

    tFxxkxm cos02111

    (8.91)

    Zxxxk212

    (8.92)

    Substituindo a soluo harmnica

    2,1cos jtXxjj

    (8.93)

    nas Eqs. (8.91) e (8.92), X1 e X2 podem ser obtidas como no caso anterior:

    21

    2

    1

    0

    2

    2

    1

    2

    1

    02

    1

    kmmkZ

    FkX

    kmmkZ

    FZk

    k

    XZkX

    (8.94)

    A amplitude da fora transmitida dada por

    2

    1

    2

    1

    0

    2

    kmmkZ

    FZkZXF

    t

    (8.95)

    e a transmissibilidade do isolador por

    2

    1

    2

    10

    kmmkZ

    Zk

    F

    FT t

    r

    (8.96)

    Na prtica, a impedncia mecnica Z() depende da natureza da estrutura da base. Pode-se encontrar experimentalmente medindo o deslocamento produzido por um excitador (shaker) que aplica uma fora harmnica na

    estrutura da base. Em alguns casos, tais como no caso de um isolador apoiado em uma balsa de concreto ou solo, a

    impedncia mecnica em qualquer freqncia pode ser encontrado em termos do modelo massa-mola-amortecedor do solo.

    Controle ativo de vibrao

  • Unidade 8 Controle de Vibraes

    175

    Figura 8.20 Sistema vibratrio com controle ativo.

    Um sistema de isolamento chamado ativo se utiliza potncia externa para executar a sua funo. Consiste de um

    servomecanismo com um sensor, processador de sinal e um atuador como mostrado esquematicamente na Fig. 8.20. Este

    sistema mantm uma distncia (l) constante entre a massa vibratria e o plano de referncia. Quando a fora F(t) aplicada

    massa se altera, a distncia l tambm ser alterada. Esta mudana em l percebida pelo sensor que produz um sinal

    proporcional magnitude do movimento. Este sinal ser processado e ser enviado um sinal de comando ao atuador, que,

    por sua vez, produz um movimento ou uma fora proporcional a este sinal. O atuador controlar o deslocamento da base de

    forma que a distncia l seja mantida constante.

    Os sensores podem ser de diferentes tipos: medidores de deslocamento, velocidade, acelerao, fora, contadores

    de pulsos. Os processadores de sinal podem executar funes tais como adio, integrao, diferenciao, atenuao,

    amplificao. Os atuadores podem ser sistemas mecnicos, pneumticos, eletromagnticos, piezoeltricos. Dependendo do

    tipo de sensor, processador de sinal e atuador usado, um sistema de controle de vibrao ativo pode ser chamado um sistema

    eletromecnico, eletrofluidico, eletromagntico, piezoeltrico ou fludico.

    8.6 Uso de Absorvedores de Vibrao

    Uma mquina ou sistema pode experimentar vibraes excessivas se est sob ao de uma fora excitadora cuja

    freqncia se aproxima da freqncia natural da mquina ou sistema. Em tais casos, a vibrao da mquina ou sistema pode

    ser reduzida usando um neutralizador de vibrao ou absorvedor dinmico de vibrao. Isto simplesmente outro sistema

    massa-mola. Considerar-se- a anlise de um absorvedor dinmico de vibrao idealizando a mquina como um sistema de

    um grau de liberdade. Os absorvedores de vibrao foram estudados na Seo 5.7, da Unidade 5.