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MERCURIANA NOTÍCIAS DO PLANETA TEATRO #4 21 Junho 08 ................................................................... . Os Físicos, Cine-teatro de Alcobaça, 27 Junho 2008 Foto M. Rocha

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MERCURIANA NOTÍCIAS DO PLANETA TEATRO #4 21 Junho 08

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Os Físicos, Cine-teatro de Alcobaça, 27 Junho 2008 Foto M. Rocha

A segunda edição do Festival Mercúrio chegou ao fim no passado dia 27 de Junho, com a derradeira apresentação de ‘Os Físicos’ no Cine-Teatro de Alcobaça. Foi o culminar de uma experiência gratificante para todos os envolvidos e que acreditaram numa maneira de fazer cultura generosa e empenhada. Ao longo de um mês de actividades, realizámos 21 espectáculos, 5 exposições, uma aula aberta e uma inconferência, com várias salas esgotadas perante um público de perto de 2000 pessoas, visivelmente interessado. O Encontro é agora na ESAD.CR, no Auditório I, dia 15 Julho a partir das 15:00, para um Balanço e se assistir ao documentário de José Fangueiro e Pedro Lira dedicado ao acontecimento. Obrigado a todos os que ‘deram asas ao teatro’!

O bilhete…, design de André Máximo

... .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. ... .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... . S U M Á R I O 1. EVENTOS. 2. CONCLUSÃO 3. AGRADECIMENTOS

1. EVENTOS [22 a 27 Junho]

Duas Madrugadas num noite só a partir de Hiroshima Meu Amor de Marguerite Duras 1914-1996

21 Junho 21:30 Teatro Chaby Pinheiro

Noite notável a muitos títulos, com uma peça extra-curricular que Ana Carina Paulino transformou no veículo para dois actores brilharem: Pedro Jorge Ribeiro e Sara Feteiro. Perante um público que tralvez tenha sido o mais ‘profissional’, arrancaram lágrimas e bravos, isto numa cidade que se mostrou ávida por mais, desde que se tenha muita atenção à relação entre a programação e o público cultural local. Foi definitivamente uma das noites mais conseguidas do Festival.

Hipólito de Eurípides 480 a.C. – 406 a.C

22 Junho 17:00 Centro Cultural Gonçalves Sapinho 23 Junho 21:30 Centro Cultural Gonçalves Sapinho BENEDITA

Na Benedita, as deusas voltaram a brincar com o destino dos homens e a baralhar-lhes as emoções. Para um público extremamente heterogéneo – as aulas já tinham terminado, logo os espectadores não eram necessariamente estudantes –, mas extremamente focado na experiência, as duas horas e meia passaram ao ritmo exacto do entendimento, no espectáculo mais exigente do Festival, ao nível da atenção necessária para a fruição plena. Nota: a presença do presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Dr. José Gonçalves Sapinho.

Hipólito, Centro Cul tural Gonçalves Sapinho, 22 Junho 2008 Foto M. Rocha

Auto das Regateiras de António Ribeiro Chiado 1520-1591

25 21:30 Teatro Miguel Franco LEIRIA Em Leiria, no histórico Teatro Miguel Franco… JER e a Armada Invencível no mais divertido – e risível – dos programas desta edição… Mais uma sala cheia para a história e sobretudo um público entusiástico. Foi a récita do Auto mais competente e (ainda mais) ritmada, talvez porque fosse a última, com a máquina oleada e o desejo de férias à porta…

Auto das Regateiras, Teatro Miguel Franco, Junho 2008 Foto Nuno Morão

Os Físicos

de Friedrich Dürrenmatt 1921-1990

27 Junho 21:30 Cine-Teatro de Alcobaça ALCOBAÇA

Os Físicos, Cine-teatro de Alcobaça, 27 Junho 2008 Foto M. Rocha

A despedida d’Os Físicos não foi menos vibrante. O sentido de espectáculo, de química com o público – muitas famílias, voilá – contagiou a sala, que desta vez contou até com ex-alunos de Animação Cultural que vieram matar saudades. Chegava ao fim o Festival com lágrimas e suspiros, e uma comoção própria no coração de quem tinha feito tudo para que desse certo.

O encontro é agora dia 15, com um bónus. A Organização decidiu aproveitar a data para dar a conhecer melhor o trabalho de Tiago Baptista, que apresenta três pinturas no átrio de acesso ao Auditório onde decorrerá a sessão de balanço… São, até certo ponto, pinturas-cena, que o autor chama ‘situações ou ‘acontecimentos’, num labor sobre a representação e a imaginação. Aqui vai um aperitivo [ver ilustração]. Na ocasião se lavantará ainda o véu sobre um novo projecto em curso, dedicado à vida e obra de Luís Pacheco… O Teatro continua dentro de momentos…

2. CONCLUSÃO

No final do Ano, é a altura de avaliações e de se avaliar naturalmente também a performance do Festival. Em termos genéricos, considera-se o evento com características adequadas à promoção da actividade da Escola e da sua identidade. Se há aspectos que podem ser potenciados e programados no sentido de ainda maior impacto e resultados – ao mais variado nível, do campo institucional aos aspectos cruciais de criação de emprego num quadro de sustentabilidade, a verdade é que o Mercúrio pode ser encarado como um acontecimento inovador por via do qual o conceito de empreendedorismo se alia à criação e à cultura para gerar valor acrescentado. Da análise dos 549 inquéritos preenchidos pelos espectadores – número extremamente significativo no universo dos cerca de 2 000 espectadores que o Festival conseguiu atrair –, é possível tirar algumas ilações sobre a realização deste ano. Não se tratando de um estudo estatístico exaustivo, os seus sinais são claros quanto à actual personalidade do Festival, à constitutição do seu público ou à sua capacidade de penetração mediática. Um público jovem… mas não só… Mais de metade das pessoas que acorreram ao Mercúrio têm entre 19 e 30 anos de idade. Se somarmos a esse grupo o dos menores de 18, temos três quartos da afluência. Mas o público entre os 31 e os 45 anos de idade, assim como com mais de 46, também tem significado: em conjunto, somam mais de um quarto do total. Novos espectadores Outro dado que poderá surpreender é o facto de três quartos do público terem tido o primeiro contacto com o Festival nesta edição. Tal dever-se-á ao alargamento do evento a novas cidades, à renovação dos discentes e porventura também à tipologia e escala da comunicação, certamente mais impactante que a do ano passado. Um Festival familiar… mas de rosto urbano Metade das pessoas que responderam aos inquéritos tomaram conhecimento do Festival por amigos (a maior parte) e família. Um terço souberam do Festival pelos cartazes e o site da Escola. Foram menos significativos aqueles a quem o Mercúrio chegou por via da rádio, dos jornais e dos mailings, mas ainda assim ter mais de 10% de novos públicos por essa via pode ser considerada uma boa surpresa, se tivermos em conta as características do Festival como evento declaradamente escolar.

Uma programação para todos os gostos… A avaliação subjectiva da forma como cada espectáculo chegou aos espectadores é um exercício inglório que nos serve apenas para percepcionar como o Festival é recebido de uma forma genérica e imediata, como iniciativa cultural cujas componentes são objectivamente o que mais interessa para cada visitante, em cada sessão. À pergunta sobre a qualificação do espectáculo, realizada imediatamente após o mesmo, ‘Muito Bom’ foi uma qualificação distribuída por todas as sessões, o que surpreende uma grande diversidade de emoções estéticas perante o programa – afinal a austeridade de ‘Hipólito’ é diversa, senão radicalmente oposta, ao ritmo frenético do ‘Auto das Regateiras’, assim como o xadrex intelectual de ‘Os Físicos’ pouco partilha com o caos punk de ‘Disco Pigs’… Em suma, a avaliação por parte do público revela que a diversidade foi um ponto extremamente forte da programação. Público cultural… e outros públicos Mais de metade do público do Mercúrio costuma frequentar teatros e visitar exposições. O Festival, neste sentido, consolida-se como oferta complementar ao nível da região, uma clara mais-valia que interessa aos agentes e público culturais em geral. Mas outra parte do público não é habitué: chega ao Festival para ver os seus familiares, por exemplo, ou é simplesmente interpelado pelo Festival na sua área de residência, aderindo de uma forma que a Produção considera extremamente positiva.

Nota final sobre a organização Relativamente à estrutura organizacional do festival e sua colocação ‘em marcha’, assim como sua gestão, monitorização e avaliação constituem em conjunto uma das mais-valias do projecto. Com toda a turma de Animação Cultural dividida em grupos com diferentes funções – Secretariado, PAR – Pensar a Representação, Museu Imaginário, ArtEmCena, Comunicação, Alcobaça, Azambuja, Caldas da Rainha, Benedita, Leiria e Nazaré, foi possível desenvolver uma iniciativa com carácter público em que as eventuais falhas de cada elemento individual foram sendo colmatadas por equipas sempre em rede e em comunicação constante, no que diz do generalizado sentido de ética e responsabilidade que os discentes revelaram. Note-se que a constituição das equipas tirou partido do conhecimento prévio dos discentes (que haviam preparado o projecto no semestre anterior, assim como concebido outros projectos), ou seja, procurando tirar partido das caracterísiticas e qualidades específicas – técnicas e humanas – de cada um. Num processo semelhante ao que aconteceu com o Curso o de Teatro, as diferenças de cada um e o seu interesse ou competências concretas eram plasmados em funções diversas mas todas fundamentais para o objectivo final. Na prática, foi seguida uma lógica de implantação estruturada segundo eixos principais que poderiam ser resumidos, num certo aspecto, em Criação, Produção e Comunicação. No âmbito da Criação coube o trabalho de todos os criadores envolvidos nos espectáculos, exposições e eventos, assim como no design gráfico com as suas múltiplas aplicações. No âmbito da Produção considere-se todas as questões organizacionais, da

logística aos transportes, dos seguros à alimentação, enfim, tudo o que que estava por detrás da exequibilidade de cada acção. No âmbito da Comunicação couberam os milhares de e-mails enviados para endereços de pessoas e instituições previamente seleccionados, assim como todos os esforços de envolvimento de opinion makers, jornalistas, colegas… em suma, também o trabalho de contacto directo com a assistência e os públicos potenciais, empreendido pelos alunos, quer por teledone, quer pessoalmente. Todas estas dimensões foram articuladas com uma cuidada gestão orçamental, a produção executiva [das peças, da própria comunicação, segundo fichas que eram objecto e constante actualização], com os alunos a elaborarem por si e a gerirem os vários mapas de produção, cabendo à coordenação do evento, da responsabilidade dos docentes Mário Caeiro e João Garcia Miguel, a sua ‘fiscalização’ – termo que não faz juz à capacidade pró-activa relevada pelos discentes, que tiveram de fazer entrar em diálogo e interacção instâncias de lógicas tão diversas quanto as da Direcção, dos criadores, dos artistas, dos responsáveis técnicos, dos responsáveis pela segurança, dos jornalistas… Em suma, o Mercúrio foi um processo negocial complexo em que cada discente teve por missão encontrar um lugar em que o seu trabalho tivesse interesse para o colectivo, num primeiro contacto mais exigente com o mundo do trabalho cultural. A aprendizagem, neste quadro, é acima de tudo a vivência da produção de um evento no quotidiano real, e isso é um aspecto crucial no quadro dos objectivos pedagógicos em geral e tal como defendidos pela reforma de Bolonha em particular. Mais, aí reside um aspecto de inovação pedagógica que valoriza a ESAD.CR como instituição de ensino superior. Ou seja, no palco como fora dele, uma centena de alunos passou a saber muito mais sobre o trabalho colectivo, a responsabilidade, a cultura teatral, a gestão executiva de uma equipa, a produção, a atitude projectual, em suma, tudo o que se define lato senso como Projecto Cultural. Isso significa, tal como afirma uma aluna num dos relatórios, ‘não desisir ao mínimo obstáculo…’ ou ainda, para continuar a usar os termos dessa mesma aluna, crescer, ‘quer como profissionais, quer como seres humanos’.

3. AGRADECIMENTOS Maria Abreu, Isabel Adrega, Mafalda Agostinho, Maria Aguiar, António Alves, Susana Alves, Filipa Andrade, Isa Araújo, Teresa Athayde, Marlyn Azevedo, Tiago Baptista, Mónica Barroco, Emanuel Beijinha, Ângela Bento, Elisa Bento, João Borges, Miguel Borges, Mário Caeiro, Nádia Cardoso, Joana Carlinhos, Nélson Carlos, Luís Carneiro, Solange Carvalho, Daniel Coimbra, Dora Conde, Vitória Condesso, Fernanda Correia, Raimundo Cosme, Miguel Costa, Paulo Costa, José Eduardo Couto, Daniela Crespo, Oneida Cruz, Sérgio Dantas, Margarida Delgado, João Descalço, Joana Dias, Diogo Dória, André Duarte, Nádia Duvall, Andreia Estrada, Joana Estrela, José António Fangueiro, Andrelina Fernandes, Cátia Fernandes, Patrícia Fernandes, Emídio Ferreira, Joana Ferreira, Sónia Ferreira, Sara Feteiro, Andreia Fidalgo, Dirceu Fonseca, Ana Freitas, Carina Galante, Aquino Gamboa, Cindi Garcia, Diogo Garcia, Regina Gaspar, André Gomes, Bruno Gonçalves, Madalena Gonçalves, Sara Gonçalves, Rebeca Gradíssimo, Marta Guerreiro, Nelson Guerreiro, Thaís Guimarães, Lenisio Jardim, Vânia Jordão, Nádia Lages, Diogo Leal, Marco Leal, Raquel Leão, Edgar Libório, Márcia Lima, José Lira, Ana Lisboa, Bruno Lopes, Hélder Lopes, Luís Lucas Lopes, Rui Lopes, Catarina Luz, Cidália Macedo, Catarina Machado, Dina Marques, Nicole Marques, Isabel Martins, André Máximo, Raquel Matos, Marta Mendes, João Garcia Miguel, Marisa Moita, Luís Montanha, Anabela Monteiro, Claudino Moreira, Ivanildo Moreira, Goreti Mourão, Rita Nobre, Carlos Eduardo Nunes, Tânia Nunes, Francisco Oliveira, Wilson Ortet, Mónica Parques, Ana Carina Paulino, Pamela Pedroso, Ana Pereira, Miguel Pereira, Tiago Pereira, Ricardo Pimentel, Marta Pires, João Pierre, Ana Reis, Luís Ribeiro, Pedro Jorge Ribeiro, Sara Ribeiro, Tânia Ribeiro, Vítor Ribeiro, José Eduardo Rocha, Luís Rocha, Márcio Roque, Pedro Campo Rosado, Pedro Cabral Santo, Ana Patrícia Santos, João Pedro Santos, Olinda Santos, Alexandre São Marcos, Alexandra Seco, Eduarda Ferreira da Silva, Filipa Silva, José Pedro Silva, Liliana Silva, Lulas Silva, Rui Silva, Vânia Silva, Ana Simões, Paula Sousa, Bernardo Soares, Marta Soares, Catarina Strecht, Margarida Tavares, Cláudio Teixeira, Sandra da Veiga, Sónia Vicente, Sónia Norte Vicente, Sara Vigário, Joana Vital, Susana Zarro, e VOCÊ! E ainda a todas as instituições e empresas que tornaram o evento uma realidade, com destaque para: Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Teatro da Rainha, Centro Cultural Gonçalves Sapinho, Câmara Municipal de Leiria, Teatro ‘O Nariz’, Teatro Miguel Franco, Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, Câmara Municipal de Alcobaça, Cine- -teatro de Alcobaça.